Experiência Interna

Este texto pretende expor a concepção lockeana a cerca da experiência interna, ou
“reflexão”, desenvolvida no Ensaio sobre o Entendimento Humano. Para a consecução deste
objetivo, este trabalho concentrará suas análises no Livro II do Ensaio, mais especificamente na
Introdução e nos capítulos I – Das idéias em geral e da sua origem; II – Das idéias simples; e VI
– Das idéias simples provenientes da reflexão.

Esse artigo se propõe a apresentar dois pontos do pensamento bergsoniano, a saber, a tese de que a duração com a qual se explica a própria subjetividade pode ser remetida também à natureza e a tese de que a experiência interna da própria duração redireciona a psiquê a um estágio de maturação propício à experiência mística. Nesse sentido, propõe-se conceber a relação entre intuição filosófica e intuição mística como um continuum de pesquisas interiores a estabelecerem um método que busca aproximar-se do espírito, delegando à ciência a parte específica de estudos que dizem respeito à análise da matéria. RÉSUMÉ: Cet article se propose de présenter deux points de la pensée bergsonienne, à savoir, la thèse selon laquelle la durée avec qui explique la subjectivité même peut être également envoyée à la nature et l'affirmation selon laquelle l'expérience interne de la vie elle-même redirige la psyché un stade de maturation propice à l'expérience mystique. En ce sens, il est proposé de concevoir la relation entre l'intuition philosophique et intuition mystique comme un continuun de la recherche interne qui établie une méthode qui vise à approcher l'esprit, laissant le travail de la science à une partie especifique des études concernant l'analyse de la matière.

Introdução e propósito O artigo, em anexo, foi apresentado originalmente no evento "Textes en Chantier", no LACI | IIAC Laboratoire d'Anthropologie Critique Interdisciplinaire | Institut interdisciplinaire d'anthropologie du contemporain, da École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, em 11 de fevereiro de 2019, como uma proposta para discussão. Aproveitando o debate e as sugestões dos pesquisado-res presentes, foram introduzidas algumas modificações. Posteriormente, a prof. Silvia Steinberg da ESDI/UERJ e o prof. Antônio Nóvoa da UNESCO, gentilmen-te, sugeriram outras. Críticas e sugestões serão sempre benvindas. A reflexão deste texto resulta da combinação de experiências a partir da tese de doutorado em urbanismo 1 , baseada na teoria de Edgar Morin e da minha expe-riência como professora de projeto final do curso de Desenho Industrial/EBA/ UFRJ. Às observações do processo de orientação dos projetos de fim de curso dos alunos de design de produto foram acrescentadas as sugestões já citadas. A ideia é manter este texto em processo, com experimentos em diferentes ins-tituições, no sentido de investigar essa estratégia de trabalho e suas necessida-des de adaptações ao longo do tempo. Sua abertura segue em etapas. A partir da introdução das observações recebidas, será tentada uma experiência prática baseada nas premissas aqui estabelecidas. A proposta do texto é um trabalho coletivo, orientado por mim e mais que desejável, por outros professores ou profissionais-uma experimentação de um processo transdisciplinar de conceituação de projeto ou mesmo de análise de um problema atual. A proposta é ousada, mas os tempos demandam a busca de caminhos para o enfrentamento de problemas cada vez mais complexos. Como o eixo teórico se estabelece na epistemologia de Edgar Morin, toda a proposta se baseia em um dos princípios propostos por ele-'o caminho se faz ao caminhar'. Para isto, o trabalho se desenvolve a partir de requisitos de auto-eco-organização, proposto por ele, que se configura na dependência da cultura e do meio-ambiente, na relação do desenvolvimento de autonomias e de dependências, que em princípio, demandam: 1 Tese apresentada em maio de 2014. O urbanismo e a complexidade moriniana: um exercício epistemológico, cujo objetivo era um estudo comparado entre alguns conceitos de autores deste campo e a teoria de Edgar Morin, cujos princípios norteiam este texto.