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ARTIGO 5 Neurociência: Um novo olhar educacional Suely de Fátima Brito de Souza Calabri Leite A neurociência é uma grande aliada do professor que o ajuda a identificar o indivíduo como um ser único, pensante e que aprende a sua maneira. Ao analisar o processo de aprendizagem, deve-se perceber um múltiplo enfoque, explanando propriedades psicológicas, neurológicas e sociais do indivíduo, já que a construção da aprendizagem considera aspectos biológicos, cognitivos, emocionais e do meio que constroem o ser e embasei-a a sua evolução. A Neuropedagogia desvenda os mistérios que envolvem o cérebro na hora da aprendizagem, como se processam: a linguagem, a memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção e o medo; como é incorporado o conhecimento e os processos de desenvolvimento que estão envolvidos na aprendizagem acadêmica. A APRENDIZAGEM COM O OLHAR DA NEUROCIÊNCIA Com as novas descobertas da neurociência, percebe-se que com todo o histórico da educação de jovens e adultos, não poderia deixar de destacar as lacunas encontradas na vida escolar desses alunos. Segundo o autor Chalita: A escravidão não subjuga o corpo, mas a mente. A verdadeira escravidão existe quando o escravo nem desconfia de sua condição de escravo. Ela é sutil e discreta. Na sociedade moderna, pretensamente democrática, a escravidão apresenta-se de outras formas. Aquele que é Disléxico, hiperativo; que apresenta qualquer disfunção neurológica passam sem ser notados. Isso muito contribui para o Aluno de Educação de Jovens e Adultos, ter uma autoestima baixa. Como diz Relvas: Temos duas memórias, uma que se emociona, sente, comove outra que compreende, analisa, pondera, reflete... Trata-se de emoção e razão. Esta escola é um local, dentre outros (trabalho, família,) onde professores e alunos exercem a sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação á seus direitos e deveres de alguma maneira. Acontece de muitas das vezes por falta de informação, o docente e alguns funcionários cometerem algum equivoco: por não conhecerem o lado emocional dos alunos. No entanto, segundo o autor Henri Wallon tudo se passa como se a educação fosse algo extático, algo eterno, imutável, pronto e acabado, necessitando de uma reflexão de nossas atitudes em educação de Jovens e Adultos. Queixam-se professores de um lado, aborrecem-se alunos de outro e todos juntos perpetuam uma situação escolar praticamente insustentável, como se fosse uma fatalidade cuja a resolução não lhes dissesse respeito. Esquecem-se ambos de que existem os direitos e deveres do profissional Professor, descritos no seu estatuto; existem os direitos e deveres da criança e do adolescente, recém garantidos pela nossa constituição. Para além deles existem os interesses dos professores que podem querer formar em seus alunos este ou aquele tipo de consciência, deste ou daquele modo, seja apenas informando os alunos, seja orientando experiências participativas para este aprendizado. Existem os interesses dos alunos, próprios de suas idades e do momento de seu processo de maturação, e que os faz vibrar, se envolverem, se empolgarem e aprenderem muito mais, quando são sujeitos ativos e participativos do que quando são apenas leitores ou ouvintes. Portanto o desenvolvimento da cidadania, a formação da consciência do eu tem na escola um local adequado para sua realização através de um ensino ativo e participativo, capaz de superar os impasses e insatisfações vividas de modo geral pela escola na atualidade, calcado em modos tradicionais. É preciso usar o conhecimento que o professor já dispõe sobre o trabalho escolar com a informação baseada no livro que atesta a importância que as informações da neurociência traz a educação. Vivemos em uma sociedade em que o conteúdo está em baixa, temos muitas informações, mas pouco conteúdo, sutilmente estamos sempre defasados ao que acontece no mundo, as informações são muitas, pouco se apreende. É a neurociência que seria este norteador para nos mostrar as possíveis falhas do sistema Educacional. O princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais aos estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em geral, o neurocientista é responsável por investigar a integração do indivíduo com o meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos, que desencadeiam respostas musculares e glandulares. Dentre as mais diversas formas de investigação, um dos principais objetivos do neurocientista é interpretar as mais variadas mudanças que possa ocorrer no comportamento fixo ou variante e, através da análise, contribuir para modificar esse comportamento. Essa mudança chama-se: aprendizado. Ela ocorre no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade cerebral. Fundamentalmente a neurociência possibilita um aprofundamento do estudo dos processos da percepção, da consciência e da cognição. Em sua máxima, consciência é o atributo pelo qual o indivíduo se integra ao mundo. É a percepção dos fenômenos internos, afetivos, volitivos, intelectuais e das realizações externas. Nas últimas décadas a neurociência tem se tornado uma ciência amplamente pesquisada e bastante reconhecida, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento de soluções de diversas doenças e transtornos, sobretudo educacionais. O profissional em Neuropedagogia tem como princípio compreender as respostas cerebrais que surgem através dos estímulos externos. É responsável pela investigação e integração deste individuo com o meio onde ele está inserido, observando seu processo físico e químico e as respostas que emanam deste sujeito. O Neurocientista deve interpretar as mais variadas mudanças que ocorre em todo processo em volta do individuo desde seu comportamento fixo há suas variantes. Em suma o neuropedagogo através de seu olhar visa observar: Processo interno: Processo externo: Cognição Adaptação Decisão Adequação ao novo ambiente Fazer Habilidade de adaptação Aprender Alterações no processo de interação A NEUROCIÊNCIA SOB NOVOS OLHARES Ao estabelecer um paralelo entre o passado e o presente, nota-se que a tempos, o cérebro tem sido elemento de estudo e pesquisa desde a antiguidade, sabe-se que muitas perguntas ainda continuam sem respostas e em outras várias questões, não foram ainda decifradas onde o cérebro em algumas áreas continua uma incógnita para todos principalmente para aqueles que se propõe estudá-lo a nível científico. O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação com a Neurociência. A aprendizagem é afinal um processo fundamental da vida. Todo individuo aprende e, por meio da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem. (CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15) Há décadas que as neurociências não são mais de longe uma ciência puramente básica, hoje praticamente ela elabora o conteúdo das ciências que a dedica ao estudo do sistema nervoso, sua anatomia e fisiologia bem como patologia. Pesquisadores em educação tem tido postura otimista de que as descobertas em neurociências contribuam para a teoria e práticas educacionais O corpo, emoção e razão são indivisíveis e inseparáveis, é uma visão integra e holística, a razão de ser nos últimos tempos as investigações da neurociência revelou dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro, o crescimento de novos neurônios, outra afirmativa é que a inteligência não é única e nem fixa e muito menos reside em um local determinado no cérebro como se afirmava no passado, a inteligência é concebida como uma função do cérebro e várias partes dele estão envolvidas em qualquer ação inteligente. A inteligência muda com o tempo e os estímulos disponíveis no meio ambiente. É preciso que estar atentos pois o mundo de hoje e de amanhã, somente poderá ser enfrentado com sucesso, pela fantástica capacidade do cérebro humano, existe um grande ênfase no desenvolvimento da inteligência, do talento e das competências das pessoas. O cérebro é único não existindo outro igual, cada individuo tem o seu de forma distinta resultando na interação dinâmica entre natureza e ambiente, respectivamente genética e estimulação onde tudo que o sujeito realiza acontece á partir de uma comunicação entre os neurônios. As pessoas aprendem de forma diferentes onde um único método não é o ideal para todos os alunos, necessário se faz, várias estratégias diferentes de ensinar daí, permitir ao educando sempre que possível a escolha, não é uma proposta revolucionária, necessita de professores preparados, sintonizados e comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus alunos. Segundo FERNANDEZ e PAIN, "Para aprender são necessários dois personagens, o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre ambos" A experiência escolar permite concluir que um dos grandes diferencias do processo educativo é o vinculo estabelecido entre educadores e educandos. O ideal é trabalhar com a premissa de que havendo vinculo é mais fácil que o professor desenvolva a capacidade de escuta do que o aluno pretende transmitir e possibilite a ele que se sinta compreendido e entendido em seu sofrimento mesmo porque indisciplina e incompreensão caminham juntas. INTERVENÇÕES NEUROEDUCACIONAIS Os Neuropedagogos estudam sobre o processo de aquisição de aprendizagem e da memória tendo o cérebro como elemento principal, fazem pesquisas, testes e teorias as quais resultarão em benefícios para todos por outro lado, encontram-se os educadores que anseiam em por em prática tais pesquisas, testes e teorias, é um trabalho significativo e juntar estes dois segmentos é compensador uma vez que irá exigir dos envolvidos as análises e aplicações destes conhecimentos científicos traduzindo-os para as salas de aulas. Esta colaboração mútua, enriquece tanto o trabalho dos cientistas cognitivos como dos educadores onde estes poderão desenvolver e aplicar métodos de ensino que melhor possam serem adaptados a seus alunos, em busca de que estes métodos facilitarão a aprendizagem. A Neurociência tem um papel fundamental de intima ligação com a prática pedagógica ela investiga o processo de como o cérebro aprende e lembra, desde o nível molecular e celular até as áreas corticais, o estudo da aprendizagem une estas duas áreas logo quanto mais se estuda a fisiologia nervosa cada vez menos se pode dissociar o estudo anatômico da abordagem funcional ao sistema nervoso. Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo, dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da personalidade humana". (Chiavenato, 1999) O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o ensino bem sucedido provoca alterações significativas na taxa de conexões sinápticas. Inúmeras áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas no transcurso de nova experiência de aprendizagem, situações que reflitam o contexto da vida real, de forma que a informação nova se junte a compreensão anterior. A neurociência oferece um grande potencial para nortear a pesquisa educacional e futura aplicação em sala de aula. É fundamental que professores entendam que os sentimentos que impulsionam a aprendizagem positiva ou negativamente, devem compreender que o ser humano é um ser emocional, que pensa coerente com esta nova visão, é primordial que os educadores aprendam a ler e entender as emoções, alegria, tristeza, raiva, medo de seus alunos e principalmente a lidar adequadamente de forma competente com elas. Sob este aspecto considera-se como importante em primeiro lugar criar um ambiente seguro e convidativo para a aprendizagem, livre de desrespeito, ofensas e humilhações. Em ambiente de medo e insegurança, o aluno torna-se passivo além de perturbar a disciplina naturalmente indesejáveis em sala de aula além de que caso uma criança seja ridicularizada por erro, irá se sentir em perigo logo, o cérebro desta criança reagirá imediatamente adotando uma postura de fuga ou ataque, ao contrário de que quando o erro é aceito e tratado de forma natural como parte do processo de crescimento, o estudante aprende com ele, deve-se incrementar um clima emocional positivo dentro da escola e da sala de aula com alegria, respeito mútuo, elogios e brincadeiras sadias. Neste aspecto, vários fatores influenciam a ação do professor em sala de aula e suas ações dificultando o processo ensino\aprendizagem, o uso de metodologia inadequada, a falta de recursos didáticos, as condições insatisfatórias de trabalho, sem contar a dinâmica emocional do ser humano soma-se a isto, os desajustes familiares na vida do aluno, a violência hoje presente tanto fora como dentro da escola e o lugar do fracasso ocupado apenas pelo aluno, quando deveriam lá estar, o professor, o aluno e a escola. Uma nova concepção educacional propõe montagem de ambientes enriquecidos centrados no desabrochar da criatividade e da inteligência de cada um dos jovens e crianças os quais motivados possam mais e com melhor qualidade e, ao fazerem isto, possam desenvolver ao máximo o seu talento dispostos a estudar e felizes. Segundo a Neuropedagoga ISABEL S.W.Azevedo "Não existem "fórmulas mágicas" na prática pedagógica, juntos podemos reunir as pesquisas em Neurociência com a prática pedagógica que melhor se adaptará aos nossos alunos". Neste contexto recai também, o uso da ludicidade como ferramenta pedagógica em sala de aula o que facilitará a transformação diária em uma vivência criativa e rica diante da qual os alunos serão os primeiros a se interessarem por ir à escola, a pedagogia e a Neurociência promovem o desenvolvimento cognitivo, pois através da aprendizagem o sujeito é inserido de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico. O professor deve se aproveitar de meios e recursos no sentido de que o seu aluno tenha motivação com a finalidade especifica que a aprendizagem venha acontecer de forma plena e eficaz, deve ainda conhecer a bagagem que o aluno traz incentivando-o para que seja sempre capaz de produzir e criar. A motivação nada mais é que criar motivos, causar entusiasmo e ânimo, entusiasmar o individuo fazendo-o chegar até a eficácia do conhecimento. E mais ainda, cabe criar nestes indivíduos a vontade de aprender através de estratégias e estímulos a fim de que estes indivíduos se sintam motivados em aprender, naturalmente a realização dos objetivos propostos, implica que sejam praticados sempre uma vez que não se desenvolve uma capacidade sem exercê-la ás vezes exaustivamente. Existe um desconhecimento da anatomia e da fisiologia do sistema nervoso central e periférico, são questionamentos a fim de saber por onde passam todos os processos da aprendizagem do ser humano e como ocorre a alfabetização na mente das crianças. A educação em nossos dias deve ser trabalhada com grupos multidisciplinares, é necessário que se faça uma releitura e reelaboração do desenvolvimento das práticas curriculares, criar atividades de acordo com cada faixa etária trabalhada onde a atividade seja focada principalmente sob aspecto afetocognitivo, a questão familiar também deve ser inserida neste contexto mostrando ao aluno, a importância dos valores educacionais na vida de seus filhos, ela é o primeiro núcleo do vinculo. Na busca do conhecimento, estabelecemos relações com objetivos físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição se constituem em aspectos inseparáveis, estando presentes em qualquer atividade a ser desenvolvida, variando apenas as suas proporções (LAJONQUIERE, 1998). O afeto e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos indivíduos, tanto a inteligência quanto a afetividade são mecanismos de adaptação, permitindo ao individuo construir noções sobre os objetivos, as pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidade e valores. As questões pedagógicas estão relacionadas a transformação e modificação do individuo através da teoria e da prática educacional tendo de um lado o aluno e do outro a ação neuropedagógica onde o professor é o agente representante que detém o domínio pedagógico que tem como função, guiar o aluno ao saber. Segundo MARTA Relvas, "As equipes multidisciplinares e interdisciplinares só tem sucesso quando agem de forma integrada com a família e a escola a fim de otimizar resultados e focar o melhor desempenho da aprendizagem". "Hoje não basta saber quem eu sou, é preciso também saber quem eu não sou para então saber quem eu posso ser". Há um consenso hoje em dia que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais. As manifestações da cultura mostram que as áreas do conhecimento são de vital importância uma vez que influencia na vida de todos desde os primeiros anos de vida até a velhice tendo a escola como elemento central onde projeta, planeja e executa todos os procedimentos educacionais. As ciências são instrumentos imprescindíveis na caracterização da diversidade de situações e na legitimação de suas demandas, as tecnologias de informações, ampliam a capacidade humana na comunicação, no tempo e no espaço, naturalmente dão uma nova e valiosa contribuição no processo ensino\aprendizagem. Nos adolescentes e jovens, exerce um enorme fascínio e influência ao despertar não só o seu lado curioso como além da disponibilidade de vários equipamentos, o contato com o novo, a facilidade de aquisição e os resultados imediatos. O uso da tecnologia é um recurso bastante significativo ao desenvolver conhecimentos porem, deve ser usada de forma correta, tornando-se um auxilio fabuloso na aprendizagem ao proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades tecnológicas básicas do mundo de hoje. As competências escolares de formar ao longo da história, não significa que elas mudam a cada ano letivo, é preciso compreender de que maneira elas afetam o ensino e entender até que ponto aquilo que orientava professores de uma geração continua útil ou não para a geração seguinte. É preciso analisar, refletir e se necessário intervir neste contexto, pois o cérebro existe para pensar e não a máquina pensar por ele. No espaço escolar, se nivela o processo educacional, é lá que todos são iguais, e que a inclusão se concretiza, não deve haver diferenciação na formação do profissional\educador para as classes de ensino regular, das classes especiais já que toda a educação é especial uma vez que a educação do ser humano deve ser independente de qualquer atributo individual. A tarefa de educar implica necessariamente o diálogo critico e livre entre educadores e educandos, como forma de se permitir que o conhecimento surja e seja construído á partir de interações coerentes vivendo o outro com diferentes modos de pensar, agir com suas múltiplas expectativas exercitando a autonomia do individuo, a liberdade de pensar seus sentimentos sua imaginação a fim de que possa desenvolver talentos e que ele possa tanto quanto possível ser dono do seu próprio destino. No mundo de mudanças constantes, não devemos ensinar o que os outros pensam ou pensaram, devemos desenvolver técnicas e métodos que possam municiar nossos docentes á formação da consciência de que o aprendizado é permanente e o conhecimento na sociedade contemporânea é volátil. Ao partilhar os nossos saberes, estamos dividindo os nossos conhecimentos com o outro ao construir novos saberes para este outro e naturalmente para nós mesmos, estamos interagindo sempre com o meio que nos cerca fazendo, construindo, revendo, analisando, definindo e ensinando para toda vida isto é, ensinar é aprender a ensinar. O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que transforma uma simples sensação em pensamento, é um órgão complexo, desvendado parcialmente pela ciência, composto por células nervosas e glândulas. Dentro desta complexidade é importante ressaltar as funções do encéfalo e dos neurotransmissores, o encéfalo diferente do cérebro, é um conjunto de estruturas que estão anatomicamente e fisiologicamente ligadas, são estruturas especializadas que funcionam de forma integradas, para assegurar, unidade ao comportamento humano. Possui uma constituição elaborada ao receber mensagens que informam ao homem a respeito do mundo que o cerca além de receber um permanente fluxo de sinais de outros órgãos que o capacita a controlar os procedimentos vitais do individuo, batimento cardíaco, a fome e a sede, as emoções, o medo, a ira, o ódio e o amor tudo iniciando no encéfalo tendo o cérebro, a parte maior e mais importante. Na aprendizagem a criança tem na concentração e atenção aspectos importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e motor, o aprendizado depende de alguns outros fatores, estimulo, interesse e da funcionalidade adequada das estruturas que irão receber tais estímulos e principalmente da atenção desta criança. Se a atenção é fundamental para a aprendizagem é através do desempenho de uma estrutura complexa localizada na parte central do tronco encefálico denominada de formação reticular (age como se fosse um filtro), que mantém o córtex em condições para que possa receber novos estímulos, decodifica-los e interpretá-los principalmente os sensitivos que devem ser selecionados onde somente os estímulos importantes passam por este "filtro", chegando ao córtex o que os torna conscientes impedindo que os constantes bombardeios não venham atingir o córtex de forma indiscriminada. Quanto aos neurotransmissores, são substancias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas, por meio delas podem enviar informações a outras células, podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetivar a reação final no órgão ou músculo alvo, elas agem nas sinapses que são o ponto de junção do neurônio com outra célula. Os Neurotransmissores possibilitam que os impulsos nervosos de uma célula influenciem os impulsos nervosos de outra permitindo assim que as células do cérebro por assim dizer, "conversem entre si". O corpo humano desenvolve um grande número dessas mensagens químicas para facilitar a comunicação interna e a transmissão de sinais dentro do cérebro, são substancias que funcionam como combustível cerebral, nos deixam mais felizes e são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. O interesse dos neuropesquisadores, suas descobertas, tem crescido em resposta á necessidade de, não somente entender os processos neuropsicobiológicos normais mais principalmente para respaldar a ciência da educação. Modernas técnicas estão começando a revelar como o cérebro tem conseguido a notável proeza da aprendizagem, as ciências cognitivas modernas, estão sendo capazes de estudar objetivamente muitos componentes do processo mental tais como atenção, cognição visual, linguagem, imaginação mental etc. (Cardoso, Sabbatinni, 2000, "Cérebro e Mente". Novos desafios terão pela frente, certamente novas conquistas, possivelmente os obstáculos existentes entre neurocientistas e educadores serão ultrapassados, novos paradigmas irão impulsionar a ciência principalmente a aqueles que se preocupam com a educação sob novos olhares. Fonte: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/09/neurociencia-um-novo-olhar-educacional.html Neuroeducação e educação inclusiva | 12 Disciplina: Bases Neurológicas da Aprendizagem Prof.ª Ana Lúcia Hennemann (ana_poscapacitar@sinos.net)_ fone: (51) 9166-0121