UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIâNCIAS ECONÔMICAS
PROGRAMA DE PdS - GRADUAÇNO EM ADMINISTRAÇÃO
LIFPGS
R ,-;
wt:n •=oz 855
9(010-4tiC, - Porto ~Te - - eras§
INOVAM TECNOLOGICA COMO ESTRATéGIA
PARA O APROVEITAMENTO DO CARVZO GAÚCHO
PAULO FERNANDO PINTO BARCELLOS
Professores Orientadores:
Dr. FERNANDO BINS LUCE e Dr. MANOEL LUIZ LEÃO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Administração.
Porto Alegre, RS
1992
2
COMISSÃO EXAMINADORA
DR. FERNANDO BINS LUCE
Professor Orientador
DR. JOÃO LUIZ BECKER
Professor Examinador
1
DR. ANILDO BRISTOTI
Professor Examinador
3
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Fernando Bins Luce, por sua amizade e estimulo, por sua visão do marketing estratégico
e, sobretudos por suas valiosas observaçties durante a
preparação deste trabalho.
Ao Professor Manoel Luiz Leão, por seu carinho e incentivo, por sua dedicação e paciência e, principalmente, por sua experiência e descortino da área de
energia' transmitidos ao longo da elaboração desta dissertação.
Ao Deputado Athos Rodrigues, por sua confiança e apoio, por sua visão política e, acima de tudo,
pelo respaldo às iniciativas tomadas no âmbito da Comissão Especial de Defesa do Carvão' da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A todos aqueles que de uma forma ou de outra
colaboraram para que fosse possível a execução deste
trabalho, em especial a minha esposa e meus filhos, por
sua compreensão e tolerância.
ÍNDICE DE TABELAS
5
RESUMO
ABSTRACT
8
I. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação do Trabalho
1.2. Delimitação e Importância do Tema
1.3. Definição do Problema e Objetivos
2. O MACROAMBIENTE.
10
11
15
25
31
2.1. Carvão, Marketing e Política de Energia:
Parte da história e algumas consideraçOes 32
3.
4.
O PRODUTO
85
3.1. O Carvão do Rio Grande do Sul:
Localização e Características Principais
87
O MERCADO
4.1. Carvão e Política P6blica:
A Matriz Energética Brasileira
4.2. A Utilização do Carvão:
Contornando os Efeitos Ambientais
5.
6.
117
120
150
A EST.RATE:.GIA
198
5.1. Inovação Tecnológica: A Condutora
da Estratégias da Combustão
do Carvão à Economia do Hidrogênio
5.2. Mercosul: A Oportunidade da Integração
Energética no Sul do Continente
199
243
O MARKETING
277
6.1. Marketing do Carvão: Aç6es para a
Formulação de Políticas Energéticas
6.2. ConclusOes
278
320
ANEXOS
331
A - O Método
Propriedades Físicas dos CarvOes
B
332
349
REFERiNCIAS
355
Ir
ÍNDICE DE TABELAS
Tab. i - As Reservas de Carváo
do Rio Grande do Sul
88
Tab. 2 - As Reservas Brasileiras de Carváo
92
Tab. 3 - Comparação dos Parâmetros da
Classificação Internacional de
CarvUs com o Rank da ASTM
97
Tab.
4
-
Classificação Internacional
dos Carv3es e a Posição
dos Carv6es Brasileiros
Tab. 5 - Poder Refletor Médio, Macerais,
FSI, e Classificação dos Carv3es
do Rio Grande do Sul
98
99
Tab. 6 - Análises Químicas de Carviies
do Rio Grande do Sul
105
Tab. 7 - Análises Químicas das Cinzas dos
Carv3es do Rio Grande do Sul (%)
i07
Tab. 8
Recursos e Reservas Energéticas
Brasileiras, em 31.12.90
1.21.
Tab. 9 - Produção de Energia Primária (%)
122
Tab. 10 - Composição Setorial
do Consumo Total
de Carvão Vapor (%)
127
6
RESUMO
O autor submete sua dissertaçáo de Mestrado
cujo tema central é o carváo mineral, focalizando o
marketing deste combustível relacionado a políticas públicas de energia, especificamente, de geração termelétrica. Tece algumas considera4es, ao longo da história, sobre a visão dominante relativa ao papel do carvão mineral na política energética do País. Enfoca o
emprego de inovação tecnológica na produção de eletricidade, para estimular o aproveitamento intensivo das
reservas de carvão mineral do Rio Grande do Sul (cerca
de 90% do total brasileiro) e, inclusive, para oferecer
a indispensável complementação térmica ao sistema elétrico nacional, excessiva e perigosamente dependente da
geração hídrica. Este desenvolvimento é visto como solução de transição à matriz energética do País. Alia a
tecnologia, como ingrediente fundamental para contornar
os óbices crescentes ao emprego de combustíveis fósseis, pelo maior comprometimento do meio ambiente, à
oportunidade da integração energética no âmbito do Mer-
7
cosuls destacando a importância da associação do gás
natural argentino ao carvão brasileiro na geração elétrica. Esta abordagem mitiga os efeitos ambientais, reforça a localização estratégica de Candiota (a maior
reserva brasileira de carvão mineral) e abre caminho à
"cultura do gás" no sul do Brasil, visando a futura gaseificação do carvão e sua distribuição por gasodutos.
Em horizonte mais distantes a solução proposta prepara
caminhos tambéms para a futura "economia do hidrogênio". Finalmente, indica ac5es de marketing para o carv'á".os na formulaao de políticas públicas de energia.
8
ABSTRACT
The author submits his MSc, thesiss centered
in coal utilization, focusing on marketing attitudes
related to energu public policies, specificallu to
thermoelectrical generation. Some considerations are
made on the prevailing historical vision of the role of
coal in the Brazilian energu policies. Technological
innovation in the production of electricitu is called
upon to enable the massive utilization of coal reserves
located in the state of Rio Grande do Sul (almost 90%
of the Brazilian ones), .inclusivelu to offer the
indispensable thermal complementation to the Brazilian
electrical sustem's excessive dependence upon hudropower. This development is se.
solution
as a transitional
for the energu matrix; technologs is a
fundamental tool to bupass the growing obstacles to the
use of fossil fuels, due to greater environmental
commitment. At the same time, the opportunitu for
energu integration among Argentina, Brazil and Uruguau,
offered bu the Mercosul treatuy brings about the'
9
important association of Argentine natural gas to
Brazilian coal in electricitj production. This approach
mitigates environmental effects' stresses the strategic
location of Candiota (the largest Srazilian coal
reserve)5 and opens the was
for
a "gas culture" in
South Brazil, aiming at the future gasification of coal
and its distribution through gas pipelines. Under
a
more distant horizons the proposed solution prepares
the wa, too, for a future "119drogen econowi". Finall,
marketing actions are proposed, connected with coal in
energ9 making.
1.0
i. INTRODUCNO
Abordam-se aqui o tema do trabalho, sua agresentação,
delimitação e relevância. O problema é defi-
nido, bem como explicitam-se os objetivos da dissertação.
1.1. Apresentaçáo do Trabalho
"A principal fonte de energia
para a espécie humana evoluiu da
lenha ao carvão, ao petróleo e ao
gás natural. A cada etapa, a fonte
continha menos carbono. A próxima
etapa será de combustível sem carbono, e o hidrogênio é a escolha
mais lógica".
(D. C. North, 1992)
Esta dissertação aborda o tema da utilização
do carvão mineral sob enfoque de marketing, iniciando
pela análise histórica do macroambiente bem como examinando, a seguir, o produto, o mercado, a estratégia a
empregar e as açies de marketing indicadas para assegurar a inserção definitiva do carvão mineral gaticho na
matriz energética brasileira.
O trabalho está estruturado, basicamente, em
seis partes. A Primeira Parte é constituída pela Introdução, composta por três capítulos: o primeiro apresenta, de modo sumário' a seqüência do trabalho; o segundo
te
aborda a relevância do tema e trata de sua delimitação;
o terceiro define o problema e estabelece os objetivos
da dissertação.
A Segunda Parte aborda o Macroambiente. é
formada pelo capítulo 2.15 que comenta a história do
carváo gailcho, discutindo o contexto ambiental onde foram formuladas as políticas pLiblicas que contemplam o
seu empregos bem como a visão dominante e, ao que tudo
indicas distorcida, de marketing deste energético.
A Terceira Parte trata do Produto. O capítulo
3.i analisa sua ocorrência, bem como comenta às principais características e propriedades químicas dos carvi5es do Rio Grande do Sul, destacando sua boa reatividade. Procura mostrar que a melhor fonte de energia de
uma região é aquela disponível.
A Quarta Parte ocupa-se com o Mercado, sendo
composta pelos capítulos 4.1 e 4.2. 0 primeiro aborda a
posição marginal do carvão na matriz energética nacional, fruto das políticas públicas para o setor, enquan-
to o último analisa as perspectivas de sua utilização
futura, contornando as dificuldades impostas à quei-
13
ma de combustíveis fósseis pelas exigências crescentes
relativas à qualidade do meio ambiente.
A Quinta Parte, integrada pelos capítulos 5.1
e 5.2, elabora a Estratégia para estimular a utilização
intensiva do carvão gaúcho. O capítulo 5.1 discute o
emprego de inovação tecnológica na geração termelétrica, pela associação do gás natural ao carvão mineral,
em usinas de ciclo combinados como etapa de transição à
sua gaseificação maciça, tanto para a produção de energia elétrica, como para a busca de mercados distantes,
mediante transporte em gasoduto e, ainda, para oferecer
matéria-prima a pólo carboquímico. Em horizonte mais
distante, divisa a transformação da matriz energética
do Estado com o emprego de fontes renováveis de energia, em transição à "economia do hidrogênio". O capítulo 5.2 focaliza a oportunidade oferecida pela implantação do Mercosul, destacando a energia como componente
relevante da integração' pela importação brasileira de
gás argentino e exportação aos países do Prata, pelo
Brasil, de eletricidade gerada em Candiota, por empresa
trinacional, aí implantada.
A Sexta Parte enfoca o Marketing da estratégia proposta. Formada pelos capítulos 6.1 e 6.2, aborda
14
aç3es de marketing a serem desenvolvidas junto aos formuladores de políticas de energia, visando a utilização
racional e intensiva do carvão mineral do Estado, como
aproveitamento lógico de recurso amplamente disponível
DO Rio Grande do Sul, estado
da Federa4o localizado no
centro da área de maior consumo energético do Mefcosul.
Adicionalmente, arrola providências a adotar
para a conscientização da sociedade de que a política
energética proposta contempla, precisamente, o binômio
desenvolvimento econômico-preservação ambiental, tanto
na esfera estadual quanto na federal. As conclusôes encaminham possibilidades de desdobramento do tema que,
para tanto, requerirão aprofundamentos complementares
específicos, podendo, eventualmente, vir a se constituir em objeto de futuras disserta4es.
Os Anexos compreendem duas
seçb'es: a seção A
apresenta o método e os instrumentos utilizados na pesquisa; a seção B inclui consideraçôes sobre as propriedades físicas dos carvôes.
15
i.2. Delimitacáo e Importância do Tema
"Política pública é qualquer
coisa que os governos escolham fazer ou não fazer".
(Thomas R. Dye, 1972)
O uso do carvão mineral já vem de longe, no
tempo. Em 1257 a rainha Eleanor, da Inglaterra, mudouse de Nottingham devido à fumaça provocada pela queima
do carvão e, em 1306, esta prática foi banida com a pena de morte, por decreto real (James. 1982) 5 aparentemente sem sucesso. Estas primeiras preocupaçes foram
deixadas de lado quando ocorreu a expansão industrial
no século XIX; a produção e o consumo de carvão mineral
aumentaram consideravelmente, não somente na Inglaterra
mas, de um modo geral, na Europa e nos Estados Unidos.
O carvão é mundialmente reconhecido como fonte energética e foi a sua utilização "que ensejou a
emergência da Revolução Industrial outro "grande rótulo" depois da Revolução Copernicana na estruturação
da Modernidade" (Santos & Fachin, 1990, p. 3). Modernidade entendida como um processo orgânico principiado ao
redor de 15005 com a revolução científica iniciada
por Nicolao Copérnico e sua teoria do heliocentrismo,
descrita por Thomas Kuhn (1982) como uma ruptura com a
visáo
prevalecente desde Aristóteles, por quase dois
mil anos. No campo empresarial, é precisamente a empresa industrial que representa a ruptura modernas ao
substituir a energia animal pela energia fóssil do carvao mineral (Santos, 1990). Utilizado intensamente desde então, ainda hoje seu papel como energético é destacado.
A relevância do carvão mineral na economia
moderna é ainda mais evidenciadas sobretU do, após os
"choques do petróleo", na década de 70; sobressaltos
que culminaram' recentemente, na guerra do Golfo.
A contribuição do carvão para o balanço energético mundial é de 27% (Flavins 1989). No Brasil, entretanto, responde somente por 1,3% da produção de
energia primária do País, conforme dados do Balanço
Energético Nacional de 1992-Ano Base 1991 (MME/SNE,
1992), em que pese ser o carvão responsável por 70% de
toda a energia fóssil existente - onde o petróleo re-
17
presenta cerca de II% e o gás natural pouco mais de
3%1. As reservas e recursos totais de carvão, identificados no estado do Rio Grande do Sul, ultrapassam 28
bilh6es de toneladas, do total brasileiro de 32 bilh6es
(MME/SNE, 1992). Somente as reservas existentes em Candiota, neste Estado, são suficientes para alimentar
usinas térmicas, para a geração de energia elétrica,
com potência superior a três centrais de itaipus com
vida útil de 30 anos (SEMURS, 1990, p. 3).
Diante disto saltam, de imediato, as seguintes perguntas: por que, no balanço energético brasileiro, o carvão, que mundialmente figura em posição tão
destacada, contribui de forma inexpressiva à produção
total de energia primária do país? Apontaria a resposta
a esta pergunta para fatores exclusivamente técnicos e
1 O Balanço Energético Nacional de 1992 modificou o critério, comparativamente ao Balanço Energético Nacional
de 1991, para determinação da equivalincia energética em tEP dos recursos e reservas de carvão mineral
in
sita (MNE/SNE, 1992, p. 68; NINFRA, 1991, p. 68). Em 1991, os coeficientes de conversão admitiam recuperação
de 54% na lavra subterrinea e 94% na lavra a céu aberto, conduzindo à equivalincia energética de 3884312 x
143 tEP, enquanto o critério adotado et 1992, de recuperação média de 74% e poder calorifico médio de
390 Kcalag, leva à equivalencia de 2571444 x 143 tEP. Pelo critério adotado em 1991, as reservas de carvão mineral representavam 79% do total da energia fóssil do Pais, dando ao petróleo participação ao redor de
8% e ao gàs natural pouco mais de 2%.
1.8
econômic os,
ou, também, para problemas devidos a ou-
tros determinantes?
Este questionamento conduz à reflexão sobre
políticas públicas e viso estratégica dos detentores
do poder. Considerados os principais atores, envolvidos
no contexto, em três grandes grupos - o ambiente societário, o sistema político e a política publica -
esta
pode ser vista, segundo Dje (1972, p. 4), "como variável dependente, e pode-se perguntar que características
do ambiente societário e do sistema político atuam para
modelar a essência da política pública. Ou esta pode
ser vista como variável independente e pode-se perguntar qual o impacto da política pública no ambiente societário e no sistema político".
Este
trabalho pretende, entendido o carvão
mineral como recurso pertencente ao ambiente societário, abordar a ação de marketing, considerada a política pública de energia tanto como variável dependente
como independente. Na primeira situação, é o marketing
do carvão feito para os formuladores de política energética, com a participação do sistema político. Na segunda hipótese, o marketing da política pública de
19
energia é desenvolvido para apresentá-la justificá-las
C defendê-la junto ao sistema político e à sociedade.
Segundo Lazer (1969), o marketing não é um
fim em si mesmo, devendo servir não somente aos negócios mas aos objetivos da sociedade, atuando de modo
concertado com o amplo interesse ptiblico, que nada mais
é do que o interesse individual compartilhado. A propósito,
Lazer & Kelley (1973) destacavam, nos primárdios
da década de 1970, o aparente início de uma preocupação com o impacto do marketing na qualidade de vidas
V
nos assuntos comunitários e nos problemas sociais.
42
g2
CO
e
0
g inegável que o marketing está ligado intimamente às nossas vidas e que desempenha papel funda-
•zr;
mental na formação, desenvolvimento e crescimento da
economias nos países desenvolvidos ou não (Moyer &
8
Hutt, 1978). Entretanto, paralelamente ao progresso
UJ
econômicos a sociedade vem enfrentando problemas crescentes relativos à proteção do ambiente natural, sejam
eles decorrentes da maior utilização da energia térmica
(combustíveis fósseis e energia nuclear), da destruição
de florestas nativas, da poluição de mananciais hídricos ou da atividade extrativa mineral, entre tantos outros. Em conseqüências ao longo do tempos fenômenos
20
idênticos passam a ter significados diametralmente
opostos para os seus observadores. A chaminé fumegante,
saudada no passado como indicadora de progresso industrial, hoje é condenada,
por
símbolo da poluiçU atmos-
férica (King & Fullerton, 1968), e destacada como "relíquia" por Toffler (1983).
A teoria politica fundamenta-se nos mesmos
pilares da teoria econômica: recursos relativamente escassos e necessidades ilimitadamente crescentes. Particularmente, no campo da energia, há um paradoxo. Greser (1973) já destacava que, enquanto como consumidor
deseja-se ácesso a todas as inova4es e aparelhos eletro-eletrônicos, como cidadão pode-se querer refrear o
uso da energia. Problema que assume complexidade bem
maior quando o cidadão de
naç5es
desenvolvidas, já sa-
tisfeitos seus anseios consumistas, prega e postula
idêntico comportamento àqueles de países em desenvolvimento, que ainda lutam pela sobrevivência.
Estes dilemas são subjacentes ao processo de
formulação de políticas pdblicas e às tomadas de decisão pelos detentores do poder. A medida que a sociedade
se esforça para participar maciçamente do consumo, concomitantemente, e a cada dia mais, conscientiza-se da
21
imperiosa necessidade de proteçào do ambiente
natural,
condiçáo para a preservaçáo da espécie humana,
Entàos como equacionar as demandas da sociedades
cada vez mais abrangentes e complexas, com as ca-
rências de recursos econômicos e tecnológicos,
Cada vez
mais críticas?
Especificamente' no caso do carvão mineral do
Rio Grande do Sul, a dissertação aborda o emprego da
inovação tecnológicas na geração de energia elétrica,
como estratégia para estimular a utilização das reservas do Estado, contornando os óbices ao seu aproveitamento. Para tanto, postula a atração de recursos externos, com participação conjunta dos países do Prata, a
projeto inserido no contexto de consolidação do Mercosul (Barcellos & Leão! 1992).
Adicionalmente, o estudo pretende verificar
se há problemas de natureza politica e visão estratégica que, por sua vez, tenham inibido a solução dos condicionantes técnicos e econômicos ao uso do carvão, de
forma a permitir a elaboração do marketing adequado pa-
22
ra
inseri-}Os definitivamente, na política energética
brasileira.
A dissertaçáo se propCle, portanto, a examinar
OS
mencionados aspectos políticos e estratégicos:. para
delinear procedimentos e atitudes tendentes à remoço
de barreiras à utilização do carvão gaúcho. A estraté gia
enfocará, como visto, o emprego de inovado tecnode geração termelétrica, na política pública de
lógica
energia, aproveitando a oportunidade oferecida pela integração do Mercosul, buscando mobilizar legisladores,
governantes, quadros técnicos, empresários e líderes de
opinião para uma ação concertada (e "consertada" em relação ao passado), convergindo para uma investida vigorosa
no sentido da exploração desta riqueza. Este es-
forço talvez encontre, na virada do século, uma derradeira oportunidade, em face de obstáculos que se avolumam internacionalmente contra o emprego de combustíveis
fósseis, pelas preocupaçUs ligadas à proteção do meio
ambiente, especialmente quanto ao "efeito estufa".
A tarefa, de fato, não é fácil, incluindo-se
entre aquelas citadas por Bullock III et alii (1983,
p. VII):
23
atenção, por parte de presi dentes, legisladores e governantes ao longo
da atima geraçàom tem sido abwrvida em tentatiya de arquitetar soluOes exeqüíveis para os problemas relativos à economia, energia, meio ambiente, aos indigentes e à proteçáo do consumidor. Á medida em que atravessa "Muita
mos os anos oitenta, nenhuma destas áreas parece estar prestes a encontrar uma solução".
O desafio cresce na proporçào
xima4o
do limiar do século
direta da apro -
XXI. As mudwic
em curso,
no mundo atual, são poderoso indicador do que ainda está por vir.
De
outra parte, a revista
S'O Paulo Energia,
editada pelas Centrais Energéticas do Estado de São
Paulo - CESP, abordou, recentemente, a produção de
energia elétrica em Candiota: no atendimento às suas
necessidades
e aos interesses do estado de São Paulo.
Fato que
"dá uma dimensão bastante clara de
como o aproveitamento energético de Candiota
ter um papel da mais alta relevância,
poderá
não só para o Rio Grande do Sul, como para o
próprio Brasil" (SEMCIRS, 1990, p. 3).
Para
o marketing do carvão é, portanto, ne-
cessária
uma
estratégia que invoque tecnologia não
agressiva
ao meio ambiente, na proposição de política
pública
de energia, adequada, ao mesmo tempo, ao está-
24
gio de desenvolvimento do Pais. Aspectos técnicos, eco~
nômicoss ecolágicoss poli ticos e sociais ter5os forçosamente, que ser considerados na tomada de decido que,
"412retsAQ' dever
considerar? para o estabelecimento da
política energéticas as disponibilidades regionais das
várias fontes de energia. No sul do Brasil, especialmente
no Rio Grande do Sul, o carváo mineral
COnStitUis
de longes a mais abundante reserva energética. Acresce
que o problema é urgente e os obstáculos internacionais
'à queima de combustíveis fósseis se avolumam, fazendo
despontar, como única alternativa convencional viável,
por mais indesejável que seja, a energia nuclear:
"O assunto é de tal forma sério que
o editor de uma revista de energia elétrica,
internacionalmente reputada, sustentou' em
fins de 1985, que talvez os riscos das usinas
nucleares (e o seu elevado custo) devessem
ser preferidos aos males que certamente advirà'.0 do prosseguimento ilimitado da queima de
combustíveis fósseis ("se os defensores do
meio ambiente forem coerentes com sua pregaçgo, seu lugar é a linha de frente da defesa
das usinas nucleares")" (Vernetti dos Santos'
1986).
25
Definiçgo do Problema e Objetivos
"A prática do marketing deve
ser harmonizada com o conceito do
envolvimento da comunidade".
(William Lazer, S969)
O gráu de utilização de um produto ou serviço
está diretamente vinculado à utilidade percebida. é
função precípua de marketing participar deste processo,
facilitando es até mesmo, provocando e reforçando esta
percepção pelo cliente ou usuário (Kotler, 1972a). Como
o carvão mineral tem tido emprego marginal no País, é
lícito pensar que sua utilidade tem sido mal percebida,
tanto pelos usuários quanto pelos formuladores de políticas ptiblicas de energias ao longo do tempo. Em outras
palavras, o marketing do carvão tem sido tímido ou mal
enfocado, se é que alguma açgo efetiva neste sentido
tenha, conscientemente' sido, alguma vez, encetada.
é, pois, intenção principal do trabalho desenvolver enfoque estratégico de marketing, voltado pa-
Cá
ra o aproveitamento intensivo do carvào mineral do Rio
Grande do Sul na geração de eletricidades indubitavelmente o seu maior mercados em vista das características
do produto bem como das oportunidades e
ameaças ofere-
cidas pelo ambiente. Adicionalmente, busca dar suporte
a legisladores, governantess quadros técnicos da
estatal e
esfera
privada s empresários e líderes de opinião,
para uma mobiliza4o conjunta que resulte no es.rorço
definitivo para a exploração do carvão mineral, em larga escala, oportunizando:
- O suprimento e eliminação de carências de
energia
elétrica no Rio Grande do Sul, que
gera a metade do que consome (Esber, 1990).
- A utilização maciça das maiores reservas brasileiras de carvão mineral, cujos depósitos
estão concentrados no Rio Grande do Sul.
- O equilíbrio da matriz energética nacional,
perigosamente dependente (96%) da geração hidrelétrica (MINFRA, 1991), oferecendo-lhe a
indispensável
complementação térmica, por
meio do carvão; única alternativa, dentre as
fontes convencionais, à solução nuclear, a
qual, de outra forma, será inevitável.
27
- O estimulo à troca internacional de energia,
no âmbito do Mercosul, pela importação de gás
natural argentino e exportação brasileira de
eletricidade, como decisivo ingrediente da
integração econômica da região.
- A implantação de um pólo energético em Candiota que possibilite' inclusive, a instalado
local de indjstrias destinadas ao apro-
veitamento
de subprodutos, resíduos e rejei-
tas, tanto da mineração como do beneficiamento do carvão mineral, bem como provoque
estimule
e
o desenvolvimento industrial da
fronteira oeste do Estado.
- O incentivo à utilização do gás natural,
criando o hábito e desenvolvendo a cultura do
emprego do gás como energético, em estímulo
decisivo ao desenvolvimento da tecnologia para a futura gaseificação dos carv6es gaúchos
e suas mdltiplas aplicaçUs.
Os objetivos específicos, que dizem respeito
a questionamentos envolvendo o tema, são:
J.. Identificar os problemas de natureza política que possam ter inibido a solução dos condicionan-
28
tes tecnológicos e econômicos no uso do carvào.
2. Identificar as causas do
confinamento
do
carvào mineral gaúcho, à utilizaçgo junto às minass em
pequena escala.
3.
Identificar os impactos da política
de
subsídios aos preços do petróleo e seus derivados na
utilizaçgo do carvgo mineral.
4. Identificar os impactos ambientais decorrentes da queima do carvão, pela emissào de particulados e gases poluentes, especialmente o CO2, contri-
buinte
global do "efeito estufa", com o emprego de di-
ferentes tecnologias de geração termelétrica.
5. Identificar o papel de marketing na política pública de energia, especificamente, para o
aproveitamento do carvão mineral.
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30
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1990,
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Porto Alegre, GEMC/RS,
Candiota: plano Diretor.
1VNe (Relatório Interno?«
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Janeiro,
Record, 1983.
Energia e Indu5trializa VEÍWETTI DOS SANTOS, JI Ca
aá. Porto Alegre, Escola de Engenharia da UFRGS,
PPGEEMM, 1986. (Dissertacgo de Mestrado).
1
3i
2. O MACROAMBIENTE
Aqui é analisado o contexto em que se deu a
descoberta das reservas brasileiras de carvão mineral,
especialmente aquelas do Rio Grande do Sul, desde os
primeiros indícios de sua ocorrência. Percorrendo a
história procura-se, a partir das origens da formulação
da política energética do Pais, identificar possíveis
causas que tenham determinado a utilização marginal do
produto, que se estende até hoje. O exame é feito sob
enfoque de marketing.
1
32
2.1. Carvão, Marketing e Politica de Energia:
Parte da histgria e algumas consideracges.
cuvb
do Rio Grande só pode ser aproveitado para fins térmicos; portanto, aconselha a instala-
"O
do de usinas termelétricas junto
às minas do carvão".
(Mario SiM6es Pena, 1949)
A primeira descoberta de carvão no Rio Grande
do Sul é discutida. Segundo Bunse (1984, p. 18), alguns
atribuem a "anônimo soldado português, ferreiro de profissão, no ano de 1792", o achado de carvão no sitio de
Curral Alto, em terras de Rio Pardo hoje pertencentes
RO
município de Butiá. Joaquim José da Fonseca Souza
Pinto é, entretanto, apontado por outros como o responsável pelo fato, em 1807. Consta que Antonio Xavier de
Azambuja teria enviado ao Príncipe Regente, no Rio de
Janeiros três sacos contendo amostras desse carvão cujo
preço de venda, duas patacas por arroba, não ressarcia
sequer os custos de lavra e transporte.
33
Referência a "carvào - de - pedra em grande quan tidade... na Capelinhas a 7 léguas da Cachoeira" é fei-
ta por Chaves (1978, p. 126), cidadào português residente no Brasil por 16 anos, conforme citado na obra de
reedicào de çelm originaiso impresso; em 1822 pela 1Spographia Nacional! no Rio de Janeiro.
O francê5! Nícolau Dre”y que percorreu o interior
da capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul
de 1818 a 1827, também menciona o carvão gaúcho em obra
publicada pela 13pographia de J. Villeneuve e Comp., em
1839, no Rio de Janeiro:
"Foram remetidas para Pôrto Alegre
amostras de carvão de pedra, e certamente uma
mina dêle seria do maior interêsse, não somente para uma província que experimenta alguma falta de lenha, mas ainda para as províncias vizinhas, se suas próprias precisôes
deixassem algum lugar às exportaçôes; porém,
infelizmente, a qualidade das amostras pareceu pertencer substância combustível conhecida pelo nome de carvão xistoso, pobre em
petróleos cujo produto talvez não cobrisse as
despesas da exploração em grande escala"
(Dre9s, 1961, p. 77-78).
Nesta citação cabe destacar a imagem negativa, como energético, do carvão encontrado, coincidente
com a afirmação de Bunse (1984) de que foi o emprego do
carvão gaúcho também desaconselhado pelo engenheiro Mabilde, em 1839 - quando nomeado, pelo Presidente da
34
Províncias para estudar a viabilidade de exploraçáo do
carvgo de Curral Alto.
"Igualmente negativa foi a opina°
do Chefe da Esquadra John Pascoe Grenfell em
241' após ter sido experimentado o carváo
na fornalha dos navios da esrio - grandense
quadra brasileira" (Bunte, i994, Ó. 4 9).
é ainda este autor quem diz que, em 1.846,
o
engenheiro Feliciano Nepomuceno Prates realizou pesquisas
nas jazidas de Candiota e é certo que o comendador
José Maria Pereira de Campos examinou as jazidas carboniferas da bacia do Arroio Candiota em 1847, acrescentando que os resultados das pesquisas devem ter caído
no esquecimento.
Bunse (1984), referindo-se a relatório de
1849, em que o engenheiro alemão Felipe von Normann reportava a boa qualidade e abundância do carvgo de Curral Alto, menciona que, diante de noticias tgo animadoras, o Governo da Província decidiu fazer estudos mais
aprofundados dessa jazida, tendo a Assembléia Provincial destinado doze contos de réis a qualquer empresa
que desejasse iniciar sua exploraçgo. Para a verificaçgo da viabilidade econômica do empreendimento, o mineiro alemgo Phillip Helm foi empregado pelo Presidente
35
da Província. general Francisco José de Souza Soares de
Andréa. Foram extraídas algumas toneladas de carvào.
tendo este satisfeito a expectativa nos testes a que
foi submetido nas oficinas do arsenal de guerra. O Governo Imperial, por seu turno
entâov smsortou
oitO
contos de réis ao empreendimento. Porém, refere ainda
Bunse (1984: p. ?0) que "todas essas exploraçOes das
minas de carvão do Curral Alto
náo resultaram na lavra
.daquelas minas".
Entretanto, outro Presidente da Província, o
Conde de Sinimbu, utilizou os trabalhos do mineiro
James Johnson, com larga prática no País de Gales, que
descobriu' realizando sondagens a mando do Governo da
Província, ricas jazidas de carvão à margem esquerda do
Arroio dos Ratos, em 1853. Sua exploração foi iniciada
em 1855, com a abertura de um poço, e as cerca de 200
toneladas extraídas foram, em lombos de burros e carretas' levadas para a povoação de São Jerônimo, para testes, como combustível, nas fornalhas de vapores mercantes e no vaso de guerra "Aurélia"1, segundo Bunse
(i984).
Fato indicador de Ta o mercado previsto para o carvio mineral, à época, estava, diretamente, associado à
utilizacío da máquina a vapor.
36
Em 18585 o Telat&io do Presidente da Província? Ângelo Moniz da Silva Ferraz, informa ques no ano
anterior, foram extra/das desta mina cerca de 774 tone-
ladas de carváos das quais a Marinha de Guerra consumiu
350 toneladas, 45% da produção. é interessante notar a
descrição, segundo Bunse (1984s p. 21)5
feita nesta
époçv,' rçlo médico alemão Avé-Lallements em Viagem pelo
.5u1 do Prasll
Cff
IPSPs
em visita a eggãg mill!
momento, elas (as minas) têm pouco valor
"Polo
práticos dada
a abundância de lenha na rega° do õual!bas o pequeno
número de habitantes e de fábricas". Acrescentando
adiante:
"Mas se um dia a lenha encarecer, e
encarecerás se continuarem a desperdiçá-la
desmedidamente, como se tem feito até agora,
se o Guaiba e seus afluentes vierem a ter um
milhão de habitantes e numerosas fábricas em
seus rios navegáveis, ent'áo se reconhecerá
todo valor das jazidas de carvão e elas serão
exploradas em todas as direçOes e profundidades" (Avé-Lallements 1953, in: Bunses 19845
P. 21).
Passados 132 anos destas sábias palavras, o
Balanço Energético Nacional de 1992 mostra ques em
1.991, enquanto a produção de energia primária a partir
do carvão mineral (vapor e metalúrgico) foi de 2034x103
tEPs equivalendo a 1,3% do total da energia primária
produzida no pais: a produção de lenhas em que pesem
tconhogcas
facu1dade51E11.101EG
CVOcias è.
37
todas as press5es internacionais contra a queima de
florestas tropicais, e da Amazônia
cançou
em particular, al-
2709M03 tEP, representando 1.7,7% desse mesmo
total (MHEAEN, 1992' p. 9).
Retornando a 1862, apesar dos esforços apli-
cados no desenvolvimento da mineração em Arroio dos Ratos, os
rmtltIdest econ8micu da explorado desça
0.0 eram animadores.
O relatório deste ano, do Presidente da Província, menciona o carvão de Candiota, citando que "em
18275 estando acampada a Divisão ao mando do Marechal
de Campo Sebastião Barreto Pereira Pinto na costa do
arroio Candiota, o major Emilio Luiz Mallet já empregou
nas forjas de artilharia fragmentos do mineral que ali
se
encontra à flor da terra, e ainda hoje (1.862) é
aplicado na calcinação da pedra" (Bunse, 1984, p. 35).
Também em 1862, em relatório datado de 14 de
junho, Telêmaco Bouliech refere que, em 1857, Guillaume
Bouliech descobrira, entre o rio Candiota e o JaguarãoChicos uma rica mina de carvão de pedra da melhor qualidade, havendo mapeado o local e extraído oito barricas de carvão, enviadas para análise na seção de mine-
1
39
ralogia do Museu Nacional. De posse dos resultados da
análise, fez petição ao Governo Imperial, em 19 de novembro
sa
de 1957, de privilégio para organizar uma empre-
para explorar a jazida descoberta. Embora aprovada
essa petição em 21 de dezembro do mesmo ano s concedendo
a exploração da jazida por 30 anos, Guillaume Bouliech
nh chesou a explorá-la pois veio a
os
de
direitos
a
seus kerdeiros. Pelo
falecer, deixando
Decretes
N2
3.049,
de fevereiro de 1863, a concessão foi transferida
a seu filho, Luiz Bouliech, sem que tenham sido iniciados os trabalhos até 1866 (Bunse,.1984).
De outra parte, também em 1863, o mineiro
James Johnson preparou—se para, por sua conta, começar
a extrair carvão da mina de Arroio dos Ratos, obtendo,
em 1864, bons resultados na combustão daquele carvão em
fornalhas dos navios de guerra estacionados na Província 2 . Tanto que, em 1865, despacho do Presidente da
Província, endossado pelo Ministro da Marinha, resultou
na celebração de contrato para que James Johnson fornecesse, em 6 meses, 60 toneladas de carvão das minas do
Arroio dos Ratos aos vapores da flotilha da Província.
2
Decorridos nove anos, desde os primeiros testes em fornalhas de navios, o carvão seguia sendo considerado,
prioritariamente, combustivel para o setor de transportes maritimos e fluviais, quase seu épico mercado.
3?
No
seguinte'
ano
Bunse
ainda segundo
(1984), James Johnson associou-se a ignácio José Fer-
rirl dt Murã
s
pelo Detreto N2 3.715 do Governo Im-
perial; obtiveram permissào de lavra por 30 anos§
é interessante notar o fato de ser desta épo-
ca
(1867) a publicado em Fildélfia, nos Estados Uni-
thg PrAzilinç, de autoria de
dõts dl thrl Prnri/
D. Pg Kidder e Jg Ca Fletcher amplia0o da obra de Da—
niel Parrish Kidder,
vels in Brazils
Sketches for
Residence and rra-
editada, também em Filadélfia' em 1.845.
tliziams entãos os autores:
"Em 1861 a mais importante descoberta mineral feita no Brasil foi devida ao
Sr. Nathaniel Plant, no Rio Grande do Sul; e
o nome de Candiota, ligado ao carvão' será
tão famoso no Brasil, como Cardiff na Inglaterra" (Kidder & Fletchers 1941, p. 49)3.
Com relação às jazidas de carvão do Brasil'
artigo de autoria de Edward Hulls publicado em
QuarterIS journal of Science - Ehgland, II,
rhe
em abril
de 1864, inicia dizendo:
"0 imenso Império do Brasil, que
ocupa um terço do continente da América do
Sul, com uma superfície de 3.000.000 milhas
quadradas, consideravelmente maior do que a
3 Passados 124 anos a profecia ainda não se realizou. Será problela de previsão ou de execução?
40
Rússia Européam banhado pelo maior rio do
mundos o quais com os seus tributários, é navegavel muitas centenas de milhas acima da
sua 4'6.z; com os seus limites ocidentais atingindo os esporUs dos Andes, e seus limites
orientais banhados pelas águas de dois ocea-
nos,
- um pais como esse parece apropriado a
ocupar um lugar dianteiro entre as nac5es do
Hemisfério Ocidental!, desde que os seus ilimitados recursos venham a ser valorizados por
um povo inteligente e sua civilização seja
apressada por sábias leis.
é satisfatório pensar que, enquanto
a maioria das repüliças que o rodeiam, - os
membros desunidos da América Espanholas - sào
çacudidu naç ondaç da anarquia, o Braçil
desfruta um governo pacíficos sob uma monarquia constitucional, liberdade individual com
segurança políticas os princípios monárquicos
combinados com os direitos populares. Refirome a esses aspetos do governo do Brasil porque são garantia superior do progresso nacional e do desenvolvimento das iniciativas da
indústria. Não faltam no solo do Brasil as
matérias primas necessárias para ele alcançar
alta posição entre as naç5es manufatureiras
do mundo" (Hun, 1864s in: Kidder & Fletchers
1941s p. 39i-92).
Mais adiantes prossegue o autor:
"As jazidas de Candiota são as
maiores das três até agora descobertas. Estão
situadas entre 3i0 e 320 de latitude Sul, no
extremo da província do Rio Grande do Sul...
Temos em mãos amostras do carvão; es embora
retiradas da porção expostas são dificilmente
distinguiveiss a não ser pela sua cor levemente pardacentas do carvão comum da Inglaterra" (Nuns 1864, in: Kidder & Fletchers
194í, p. 393).
Conclui o seu artigos escrevendo:
1
4i
"A importância desses grandes depó-
sitos de carváo para o comércio do litoral
ocidental da América do Sul não precisa ser
enaltecida. Atualmente, cerca de 200 mil toneladas de carvão são anualmente importadas
exclusivamente pelo porto do Rio de Janeiro,
atingindo um custo de 49 shils. por toneladas
sendo outras cidades litorâneas supridas desse combustível. Uma vez iniciada a exploraao
das jazidas de Candiotas o governo brasileiro
pode ser suprido por quasi a metade desse
PrÉCO; É 1101%a
pequena Ilha ficar livre da:
duvidosa honra de fornecer combustível para
um continente situado do lado oposto do globo" (Hulls 18 ,64, in: Kidder & Fletcher s 194i s
p.394)
A história veio a mostrar o que Hull, aparentemente, não percebera: os interesses comerciais em jogo s dos dois lados do globo, eram mais fortes que a duvidosa honra inglesa de vender carvão e que a vontade
brasileira de economizar na sua compra...
Especificamente, em relação à jazida de Candiota, escreve Nathaniel Plant, concluindo relatório de
20 de julho de 1865, dirigido a J. C. Fletcher:
"Ctuasi desnecessário será insistir
sobre o imenso valor desses depósitos de car-
vão no ponto de vista econômico, quando já
ficou assentado, numa rápida exploração da
região entre o porto marítimo do Rio Grande
do Sul (S. Pedro) e as minas de carvão de
Candiota, que, com toda probabilidade, o carvão será colocado a bordo de navios que partem de Rio Grande por um custo talvez menor
que 7$000 por tonelada, quando atualmente está sendo vendido por 24$000s e, logo que seja
aprovada uma lei permitindo que navios de todas as na4es naveguem entre os portos brasi-
42
leiros, não haverá falta de companhias de navegação que se encarreguem do transporte do
carvao do Rio Grande para o Rio de Janeiro s
porto se importa anualmente a enorme porcuj
soma de 180.000 toneladas de carvão, por um
preço que permitirá a companhia de mineração
de
WYU de Undiçlt vender zev, prQdutc., nQ
mercado da capital do Império do Brasil, por
mais ou menos 1515000 a tonelada, preço que
excluirá qualquer competição dos mercados estrangeiros, visto que o carvão estrangeiro é
raramente vendido por menos de 22$000 a tonelada.
O consumo de carvão no Rio da Prata
é talvez táo grande como o do Rio de Janeiro,
e as facilidades de suprir os mercados de
Buenos Aires e Montevidéo s com o produto das
minas de Candiota são ainda maiores do que
para o Rio de Janeiro. O carvão pode ser mandado dessas minas, em navios carvoeiros e entregue em Montevidéo, em três ou quatro dias,
por um custo próximo da metade da entrega do
mesmo produto no Rio, e numa praça em que o
carvão nunca atinge a um preço menor de 15
dólares por tonelada, ou sejam 30$000. O consumo do carvão no litoral do Brasil e no Rio
da Prata aumenta de ano em ano, sendo mesmo
provável que, depois de se iniciar a exploração das minas de Candiota, poucos anos se
passarão para que seja julgada insuficiente
uma dnica linha férrea para o transporte do
carvão de Candiota em vista da sua crescente
procura" (Plant, 1865, in: Kidder & Fletcher,
1941, p. 390-91).
Esta bácida visão mercadológica da época
levando em conta o produto, os preços, os mercados e a
logística de distribuição - traz à consideração a pertinente pergunta: o marketing sempre existiu? A resposta a este questionamento, amparada em Bartels (1976),
conduz a outro ponto relevante: marketing é conceito ou
percepção? Segundo o autor, nos últimos seis séculos, o
43
emprego do termo, como verbo, refere-se a atividade5 de
comércioa enquanto que seu uso como substantivos indicando a natureza do pensamento
de marketings iniciou
somente no princípio deste século; precisamente, entre
1906 e 1911. Assim como novas palavras são criadas para
exprimir heiVãt idéi, 0
termo Purketing" é empregado;
a partir dessa épocas para expressar o conceitos então
emergentes do pensamento de marketing.
De lá para cá, vários acadêmicos têm procurado caracterizar a ampliação da abrangência de marketing fruto da evolução do pensamento de marketing,
"seu contexto social' seu papel na economia nacional e
sua aplicação aos bens não-econômicos" (Bartels &
Jenkinss 1977). Esta nova dimensão, ampliada, tem sido
definida por diferentes termos, aplicados' algumas vezes, com o mesmo significado. Encontram-se proposiçô'es
como "marketing genérico" (Kotler, 197211), "marketing
social" (Kotler & Zaltman, 1971; Lazer & Kelle, 1973;
Bartels, 1974; Bagozzi, 1975; Fox & Kotler, 1980) e
"macromarketing" (Hunt, 1976; Bartels & Jenkinsp 1977;
Moger
& Hutt, 1978), empregadas até com significados
não coincidentes sob idêntica denominação. Subjacente,
entretanto, a quase todas as abordagens, destaca-se a
44
preocupa4o com as implica4es das a05es de marketing
para a sociedade como um todo.
As palavras de Plant, portanto em 1065, revelavam
sua aguda percepçáo de marketing, o que ainda
mais contrasta com a ausência de vontade política, até
OS
din.
du de
atURiSs
para o aproveitamento maciço das jazi-
Gandiota. Quase 130 anos passados, sequer uma
única linha férrea liga Candiota ao porto de Rio Grande.
Naquele tempo, entretanto' o Governo da Província
continuava tentando viabilizar a exploração do carvão
em Arroio dos Ratos...
O mineiro Johnson viajara à Inglaterra objetivando interessar alguns compatriotas - provavelmente
os mais céticos em relação à honra pátria de vender
carvão ao Brasil - a fundar uma companhia, já que dificuldades operacionais e imprevistos paralizaram a extração de carvão na mina de Arroio dos Ratos' poucos
anos depois de iniciados os trabalhos4. Assim, foi formada a
The Imperial Brazilian Collieries C. Limitedm
com capital de 100 mil libras esterlinas, do qual o Go-
4 Aparentenente, o mesmo que aconteceu i CM-Companhia Riograndense de Rineraçío, 124 MOS mais tarde, coma
Nina do Irei.
45
verno da Província detinha 2.000 a05es no valor de 10
mil libras. Esta empresa, pelo Decreto N 2 4.921.5 de 13
de abril de iMm teve tranJer idõ õ
de Johnson e Moura e
a autorizaçáo
dirtitt dt lavra
para funcionar,
nando-se, então, o Rio Grande do Sul a
tor-
província brasi-
leira onde a mineração do carvão iniciava em escala industrial, de acordo com Bunse (1984).
A empresa investiu em infra-estrutura, tendo
construído uma estrada de ferro até a margem do rio Jacuí, onde foi implantado um trapiche com guindaste,
funcionando como porto de embarque 5 . Contudo, a empresa
não andava bem e James Johnson foi afastado da gerência
em 1.873, vindo a falecer naquele mesmo ano.
Plant, entrementes, acreditando no potencial
do carvão de Candiota, associou-se com terceiros que
haviam obtido a permissão de lavra de Louis Bouliech,
assumindo a concessão da jazida.
5 Coincidentemente, mais de um século depois, foi construido ul terminal de embarque de capão nas imediações,
em Charqueadas, também às margens do Atuí, pela extinta Portobrás, onde foram investidos, até o final de
19831 quando se concluiram as obras, 2 milhões de dólares Wey hoje, fazei parte da história do desperdi cio de dinheiro píblico...(Hunes, i992, p. 33).
46
A viabilidade do empreendimentos porém, requeria o escoamento do carkAos até o porto de embarque,
por via férrea. Por essa razáo! sem a ligaao ferroviá-
ria de Candiota à cidade de Rio Grandes os concessionrios n'áo iniciaram a mineracáo da jazida e terminaram
por
constituir, segundo Bunse (1984), a empresa Cunha
Plant & Cia. para a qual transferiram os direitos
de
lavrav imaginando! também! a organizado de nova firma
para a cóiltrução da estrada de ferro.
Apesar das intenç6ess nada aconteceu es em
1869, o relatório do Presidente da Províncias João Sertorios mencionava as providências do Governo junto aos
empresários afim de acelerar a constituição da empresapara construir a ferrovia. Em 1870, foi publicado o
prospecto de lançamento para a constituição da companhias com o capital de J. milhão e 300 mil libras esterlinas.
Em J. de agosto de 1.871, a empresa foi incorporadas em Londres, com a denominação de
South
Brazilian Railway Limited. Esta informação foi transmitida ao Governo da Província pelo procurador dos empresários e de Cunha Plant & Cia., concessionária da nova
empresas em ofício datado de 22 de setembro de 187i.
47
Diz, ainda, Bunse W84) que
4
reladriQ do
Presidente da Província, datado de 1873, informa haver
o Governo, amparado na Lei Provincial
maiô
N2 776, de 4 de
de i972, contratado com o procurador de Cunha
Plant & Cia., em 11 de agosto do mesmo ano, a constru-
de fernui li9m00
ção
Pelotas a Alegrete, passando
por Base e Di Pedritom O traçado foi alterado pela Lei
Provincial
a
N 2 811 5 de 30 de outubro de 1873, incluindo
cidade de Rio Grande como ponto inicial da via fér-
rea.
el mencionado por Bunse (S984, p. 38) que "a
estrada de ferro do Rio Grande a Bagé foi afinal aberta
ao tráfego em 2 de dezembro de 1884 e com pleno suceso s como informam as
estatísticas",
dando-se concessão
à Brazillan Great Southern Railways Company Ltd.,
Decreto
pelo
N2 9.823, de 16 de dezembro de 1887, para ex-
plorar, dentro de um ano, cobre, ferro e carvão de pedra nos municípios da fronteira (Itaqui, Uruguaiana e
São Borja) 6 . Segundo Bunse (1984), a companhia passou a
denominar — se
Southern Brazilian Rio Grande do Sul.
ó Além da via férrea não ligar Candiota a Rio Grande, a concessão é para explorar carão em Itaqui...Que poderosos interesses impedia& houvesse vontade política de explorar o carvão de Candiota? Certamente, entre
eles, o mercado brasileiro para o carvão ingles, de mis de 2 milhões de dólares anuais, na época.
48
Neste ínterim, em Arroio dos Ratos, o inglês
William Tweedie havia assumido a gerência da mineradora s em
substituiçgo a James Joknson, e
115.o conseguia
impedir a acumulação de prejuízos.
Neste tempo, precisamente em 18765 o Brasil
solicitava à Inglaterra um empréstimo de 30 mil libras
esterlinas' por
meio das multinacionais da
epóca
Reg'
rubarto Coa} ffining Compans e rhe Ponna rhere.ra Cristina Railwass Co., aos quais somaram-se vários outros,
para a alavancagem da produção, transporte e utilização
do carvão mineral no sul catarinense (Luca s 1988).
Enquanto isto, apesar dos esforços do engenheiro Tweedie, a rhe Imperial Brazilian Colljerjes C.
Limited
falia em 1878. Seu acervo foi arrematado por
Holtzweissig & C a ., de Porto Alegre, a quem foi concedido o direito de lavra por 30 anos, por decreto datado
de 6 de julho de 1878 (Bunse, 1984).
A nova proprietária da mina de Arroio dos Ratas aportou capital, outra orientação técnica, equipamentos para sondagem vindos da Europa e experientes mineiros alemães. Abertos novos poços e galerias, continuava, entretanto, muito lento o desenvolvimento da mi.
49
na já que os proprietários enfrentavam sérias dificuldades para que o carvão gaúcho penetrasse no mercado.
Minai, eram muitos ot
interstsst dos comercianteg de
carváo inglê5 sue, uturkunte, tudo
faziam para obs-
taculizar os esforços de marketing da empresa mineradora locals apelando, at'o para a difamação, tentando desacreditar o produto rio-grandense (Bunse
144t' Umpoi
1984)
uma concessão imperial permitia
iniciar-se, em 1881, a lavra e a exploração de carvão
em Butiá. Um grupo de interessados, liderado por Micácio Teixeira Machados convidou o engenheiro Eugenio
Dahne para comandar os trabalhos, já que a operação da
mina de Arroio dos Ratos estava parada. Entretanto, pelo Decreto Imperial 142 8.593, de J.7 de junho de 1882, o
Governo anulou a concessão cedendo a press6es de Holtzweissig & Ca., que alegava concorrência ruinosa para a
sua empresa (Bunse, 1984).
Porém, nem assim as dificuldades diminuiram.
Ao contrários haviam aumentado ainda mais quando o Ministério da Marinha rescindira, em 2 de maio de 1.882, o
contrato que mantinha com a empresa para fornecimento
de carvão aos navios da flotilha da Província.
50
Os esforços da Holtzweissig & Ca. junto ao
Governo da Províncias tentando mostrar que a viabilida-
de econômica da exploração da mina
zeria alcançad9,
com producgo em larga esca1al5 o que requeriR Rumentó
de capitais não lograram sucesso resultandos em 1.883s
em outra mudança.
Enelunto proççeguia as dificuldades para
viabilizar o emprego do carAo
C aM P OS5
de Arroio dos Ratos,
no atual estado do Rio de Janeiro, passava a
ser a primeira cidade da América do Sul a contar com
iluminação ptIblica elétrica, gerada em fonte termelé—
trica, instalada naquele ano de 1883, alimentada por
carvão inglês (Lima, 1984). Fato que, talvez, possa ser
explicado pelo perfil do Imperador Pedro II que "movido
mais por curiosidade científica do que por _inspiração
tecnológicas imbuído mais do progressismo liberal do
que da convicção industrial, se conserva atento a todas
as descobertas" (Bibliex, 1977, p. 34).
Uma demonstração desta afirmação é o fato
citado a seguir:
7 Sem dúvidas para o sucesso do empreendimentos serias também, necessiria outra percepção do lercado. 34 anos
passados e o único segmento perseguido era o do transporte marítimo e fluvial.
51
"Em 18795 no mesmo ano em que Thomas
Edison construía a primeira central elétrica
em Nova Iorque, inaugurava-se a iluminação
elétrica na Estação D. Pedro IIx localizada
cidde dQ RiQ de JincirQ" 1..i0ap 1984, p.
15)8.
Sobre este acontecimento, em que Pereira Passos acendeu seis lâmpadas na presença de Sua Majestade
O
Imperador Pedro II, onde é hoje a Central do Brasil
no Rio de Janeiro comenta a Gazel.a AkIkíe.....L4g!
"A luz elétrica dá uma claridade
que se pode comparar à da lua cheia numa noite perfeitamente limpa de nuvens" (Bibliex,
1977, P. 34).
Voltando ao Rio Grande do Sul e ao ano de
1883, a concessão da Holtzweissig & Ca. é cedida a Carvalho Bastos e Cordeiro da Graça que organizaram uma
nova empresa, a Cia. das Minas de Carvão de Pedra do
Arroio dos Ratos, qué abriu um poço, batizado como Poço
Da. Isabel' quando da visita da Princesa Isabel e do
Conde D'Eu à mina, em 1887. O porto de embarque do carvão foi transferido para Charqueadas e lá construido um lavador e uma fábrica de briquetes (Bunses 1984).
8 Deve ser feita pequena retificaçio na data. De acordo com a Enciclapaedia ítitannica, a prineira central
elétrica, et Mova Iorque, foi inaugurada eu 1882. Em 1879, foi inventada a limpada elétrica (Dritannica,
19749 P. 318).
52
A nova empresa lutou para que se empregasse o
carvão de Arroio dos Ratos na produção de gás de ilumiIa,
ff
naçao. Entretanto, as experiencias de gaseifixação não
tiveram sucesso e, em 1888, foi requerida a liquidação
judicial da companhia.
Chama a atenção o fato de que o empenho tenaz
desenvolvido pelos empreendedores da oca, para quê .5
carvão gaúcho conquistasse'"um lugar ao sol" no cenário
econômico nacional, entre tantas alternativas mercadológicas tentadas para o produto, não•tivesse conseguido
lograr seu desiderato. Continuava faltando a derradeira
alavancagem do produto rio-grandense no mercado brasileiro. Tudo indica que a visão estratégica da questão
era
distorcida pois, há quase 30 anos, a iniciativa
privada não vinha obtendo sucesso na solução das dificuldades enfrentadas, embora pensasse o Presidente da
Província, três décadas antes, ser a privatização da
mineração do carvão o caminho para o êxito do setor.
Tanto que, em seu relatório de 1860, dizia a
respeito, segundo Bunse (1984, p. 21-22):
"Compreendeis que empresas como esta de modo algum podem dar grandes resultados
enquanto não confiadas a companhias particulares... é por esta razão que o Corpo Legis-
lativo facilitou a incorporaçáo de uma companhia que deve explorar a mina de earvâ'ó de
pedra do arroio dos Ratos e outras que se
descobrirem no município de Triunfo desta
para lamentar que esta
Província.
se
formasse
até o presente".
não
À
companhia
luz dos fatos, é provável que o Governo da
Província procurasse a soluço voltado, somente, para a
empresa mineradora local, sem cogitar a definição de
uma estratégia que contemplasse o ambiente do mercado
nacional da época e suas respectivas restri05es ao carvão gaúcho que, ao que tudo indica, não eram poucas.
Afinal, o Governo Imperial mantinha fortes laços com a
Inglaterra, de onde provinha todo o carvão consumido no
país naquele tempo. Certamente, poderosos interesses em
jogo
só poderiam ser contornados com decisiva açgo po-
lítica do Governo da Província junto ao Poder Central.
O Presidente da Província, entretanto, aparentemente
imaginava que a solução estava na troca de controle
acionário do emprendimento, de métodos e processos administrativos
e de mineração, de pessoal e
equipa-
mento especializado, sem atentar ao contexto estratégico do setor a nível nacional.
Retornando à mineraçgo do carvão em Arroio
dos Ratos, já em maio de 18E19 ' a empresa foi reorgani zada sob a razão social de Cia. de Estrada de Ferro e
S4
Minas de São Jerônimo, com sede no Rio de Janeiro e escritório e porto de embarque em Charqueadas. A companhia
operou até 1908 quando, ento, arrendou a mina,
pelo prazo de 30 anos, a Buargue de Macedo e Cia. (BunW.
1??4,R
Foi apenas em S905 que Nicácio Teixeira Machado retomou o projeto da mineração em Butiá, tendo
aberto o poço e iniciado' em condiçb'es precárias, a exploração da jazida. O carvão era, então, transportado
ao porto de São Jerônimo em carretas e, de lá, por via
fluvial' até Porto Alegre. A operação da empresa continuava com problemas, quando Nicácio Machado, em 19i2,
associou-se a Alfredo Wiedemann, para tentar capitalizar a empresa na Europa.
Com o advento da Primeira Guerra Mundial, em
19i4s ficou patente a importância do carvão mineral nacional, evitando o colapso energético no país' diante
do desabastecimento do carvão importado. Assim' Wiedemann "organiza, em 1915, a Cia. Hulha Rio-Grandense,
sendo diretores os Drs. Joo Landell de Mouras Alcides
Antunes e Alfredo Mariath e técnico, Nicácio Teixeira
Machado" (Bunse, 1984, p. 30).
55
Apesar das dificuldades enfrentadas, o empreendimento
passou a prosperar graças à capacidade admi-
nistrativa
do Dr. Buarque de Macedo, que assumiu a em-
presa mudando a sua denominação, em 1.917, para Cia.
WboniferR Rio-Orandenseg imprimindo noyd o7ient80a
ao neg)ocio.
Desta formas o consumo do carvão rio-grandense foi sendo consolidado a nivel estadual. A Viação
Férreas encampada em 1.920 pelo Estados adaptou as fornalhas de suas locomotivas à queima do carvão de Arroio
dos Ratos e a empresa mineradora local "adquiriu a Fiat
Lum
e a Força e Luz de Porto Alegre para garantir o
consumo de seu carvão. Fez ainda construir a termoelétrica de Porto Alegres a Ehergia Elétrica, cuja chaminé
ainda existe na antiga Ponta da Cadeia"? (Bunses 1984s
p. 29).
Mas é sob o impulso da Revolução de 1.930 que
surgem as primeiras
medidas do Governo Federal que
9 Embora o segmento de transportes, agora na modalidade ferroviária, seguisse considerado como importante mercado para o carvão, a visão de marketing do produto ampliava-se, principalmente ao enfocar a possibilidade
de produção de energia elétrica no Estado, com efeito sua maior aplicação até os dias de boje, no mundo.
56
aiteraràos
fundamentalmente, o setor da energia elétri-
cas até ento regulado por contratos firmados em âmbito
municipal e estadual (Bibliex, 1977).
A legislacgo brasileira, entretwito,
temênto
principia
a estimular o carAo mineral local com õ Dê-
creto
20.089, de 9 de junho de 1.931, assinado por
eetiálio Vargas' que regula as condiOes para o aproveitamento
do carvão nacional. g importante destacar, po-
rém, que o artigo 12, do referido decreto, deixa clara
a visão de utilizar o carvão, somente, como combustível
para o transporte naval e ferroviário. Seu emprego em
geração termelétrica não é, sequer' cogitadog.
A conquista maior, dos mineradores brasileiros de carvão na época, está contida no artigo 22, do
mesmo decreto, ao estabelecer que "o desembaraço alfandegário de todo e qualquer carregamento de carvão estrangeiro importado, em bruto ou em "briquettes", dependerá da apresentação da prova de ter sido feita pelo
importador a aquisição de uma quantidade de carvão na-
Causa estranheza esta postura do Governo Federal porque o Estado do Rio Brande do Sul, naquele tapo, já
contava coe a tereelétrica de Porto Alegre...
57
cional correspondente a 10% da quantidade que ele pre-
tender importar".
O mesmo decreto, em seu artigo 62, ainda estimula a aquisijo de equipamentos estrangeiros
dr.'tt!i-
nados à combustão e à gaseificação eficientes do card0
nacional, isentando, pelo período de 5 anos, o pa-
semento de direitos de importação, expediente e demais
taxas aduaneiras.
O artigo 72, pelo prazo de -10 anos, proíbe os
Estados e os Municípios, inclusive o Distrito Federal,
de lançarem "quaisquer impostos e taxas que atinjam as
empresas de mineração do carvão nacional ou
§-1s
seus
produtos".
Com o apoio da legislação' o carvão mineral
despertou, novamente, o interesse de investidores, tendo o Grupo Martinelli, em 19329 adquirido a mina do Butiá e transformado a Cia. Carbonífera Rio-Grandense,
sob a direção do industrial Roberto Cardoso, em moderna
empresa mineradora (Bunse, 1984).
Em 10 de julho de 1934, o Decreto N2 24.643
institui o Código de 4guass sob apreciação do Congresso
tse
Nacional desde 1907" Promulgado quase ao mesmo teu()
que a nova Constituição, introduz profundas alteraçdes
na sistemática de aproveitamento das fontes hídricas.
Separa a propriedade das quedas, das terras em que esdo situadas, incorporando-as ao patrimgnio da
UniSo
que, pela Constituicgo, passa a ter competÉncia
para
legislar sobre energia hidráulica (Bibliex, 1977). A
nova Constituição' em comparação com a de 1.891, trata a
quesdo dos recursos naturais com "perspectiva radicalmente distinta" (Lima, 1984, p. 31).
No Rio Grande do Sul, a partir de 1936, a
Cia. Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo, juntamente com a Cia. Carbonífera Rio-Grandense5 passou a
ser administrada pelo CADEM - Consórcio Administrativo
de Empresas de Mineração (Bunse, 1984).
No ano seguinte, novo decreto beneficiou a
indústria carbonífera. Desta feita, também assinado por
Getúlio Vargas, o Decreto N 2 1.828, de 21 de julho de
19375 eleva de 10 para 20% a quota obrigatória de consumo do carvão nacional, de que trata o artigo 22 do
Decreto
N 2 20.0895 de 9 de junho de 1931. Cumpre, po-
rém, registrar a exigência, contida no Parágrafo único
59
do artigo
iR, de que no comhustvel deverzfk ser entroguo
aos consumidores devidamente beneficiado ou lavado".
Isto indica que se pretendia aumentar o poder
calorífico do carváo mineral nacional entregue ao mercado. 0 ques por
it tUrno, mmtra permanecer a visão
mercadolágicas para o produto, atrelada
idéia de que
O ca7v5.o nacional era combustível cujo destino depende-
ria de sua capacidade de competição com as demais fontes térmicas. Seguia não sendo cogitada, pela legislação federal, sua utilização na geração de eletricidade.
Posteriormente, em 3 de outubro de 1940, o
Decreto-Lei
N2 2.666 cria o Conselho Nacional de Minas
e Metalurgia, tendo o artigo 22 definido suas atribuiçOes como:
"a) o estudo dos problemas relativos às industrias de mineração e metalurgia que, pela
coordenação de um órsua natureza, exijam a
gão especializado;
b) propor medidas que regulem o funcionamento das empresas de mineração e das usinas de
tratamento de produtos minerais em geral, de
modo que a produção se ajuste às necessidades do mercado interno e às possibilidades de
exporta40;
estudar os preços de venda dos produtos
c)
brutos ou transformados, e propor
minerais,
medidas
necessárias para proteger a proas
duao nacional contra os dumpings e o merca-
do interno contra as altas de preços injustificáveis;
69
d) estudar os elementos que influem no custo
dos diversos tipos do carvão nacional e propor !, anualmente!, a fixação dos preços de
venda para o carvão de consumo obrigatório;
e)
opinar sobre os auxlios .Pinanceiros a
serem concedidos a empresas de mineração ou
metaldrgicas;
f) orientar e fiscalizar, a juizo do Govêrnos e quando houver o emprego de recursos
financeiros do Éstados os projetos e obrât
referentes à construção de instalaaes cujo
objetivo seja: la.- beneficiamento de minrios ou combustíveis sólidos; 2a.- o trata-
mento de minérios para a extração de metais e
/
O .- a distilajo do carvh ,
metal ides;
visando a produção do coque e do gás' destinados à indústria metalúrgica; 4 0 .- o transportes a carga e descarga e a venda de produtos minerais e metalúrgicos;
g) propor medidas tendentes ao aperfeiçoamento no país do ensino técnico-profissional
de Minas e Metalurgia;
h) propor as medidas necessárias ao melhoramento das condiç5es de transporte dos minerais e produtos metalúrgicos, visando-lhes
o desenvolvimento da produção e a diminuição
do custo.
Parágrafo único. As disposiç5es deste artigo
não se aplicam ao petróleo e seus produtos."
Uma vez mais, a ótica do Governo Federal não
considera a geração termelétrica como utilização possível do carvão mineral nacional, não contemplando, especificamente no item f) do artigo 22, como atribuiçOes
do Conselho Nacional de Minas e Metalurgia, a orientação e fiscalização de projetos e obras referentes à
produção de eletricidade.
6i
Também, em 3 de outubro de 19405 o Decreto|t'
NP
carAo
los
2.667 diçp6e tobre o melhor aproveitamento do
nacional, mantendo ót bênêfíCiót eón cedidot pe-
decretos anteriores e decretando uma série de pro-
videncias
referentes à conclusáo e melhoria de ferro-
vias para transporte de carváos dragagem de baixios do
Juui warolhmento de portos de embarque e dembarque do carvgo nacional,
instflu5o de utina para
briquetagem do carvão no Distrito Federal, organização
de frota apropriada ao transporte do carvão nacional e
aparelhamentos do Instituto Nacional .de Tecnologia e do
Departamento Nacional de Produção Mineral.
Chama, entretanto, novamente a atenção a assinatura de Getúlio Vargas, gaúchos em decreto-lei, para
melhor aproveitar o carvão nacional cujas reservas
situam-se maciçamente no Rio Grande do Sul, que continua sequer cogitando da utilização do carvão mineral na
geração termelétrica. 0.fato é, ainda, mais insólito
porque, já em J.928, contrato assinado entre a Intendência Municipal de Porto Alegre e a Cia. de Energia Elétrica Rio-Grandense, subsidiária do Grupo Light and
Power,
concedia à CEERG a concessão de exploração dos
serviços de eletricidade na capital gaúcha; para tanto'
era construída a termelétrica de 20.000 kW, na Ponta do
62
Gasômetro, movida a carváo de Arroio dos Ratos apesar
doe problemae decorrentee de eeu traneporte, via fluviais da mina no interior do Êstado!,
usinas em
Porto
Alegreli. Diz Patrocínio hotta (1980g p. 1.89):
"é exatamente nesta situação de
usina local, nas re3i5es carboniferas, que a
termoeletricidade conferiu ao carvo seu lu9ar destacado de maior fonte térmica de ener-
gia elétrica utilindR n'A; áltimn ündas
especialmente na Europa e nos Estados Unidos.
Difícil de ser transportado como combustível
;;M“19? o carvão está onipresente pela eletricidade. logo que sai da mina e entra nas
fornalhas e gera vapor e quilowatts. A mercadoria é facilmente transportada a centenas de
quilometros através das linhas de transmissão".
No ano seguinte, em 194i, "o Grupo Martinelli
retirou-se das atividades mineradoras, sendo o acervo
da Cia. Carbonífera Rio-Grandense incorporado à nova
Cia. Carbonífera Minas de Butiá que lhe sucedeu no
CADEM" (Bunse, 1984, p. 31).
Terminada a Segunda Guerra Mundial, durante a
qual o carvão sul-rio-grandense provara, uma vez mais,
sua importância ao País, quando do colapso de suprimen-
II A eletricidade, gerada à boca da mina, é muito mais fácil de ser transportada aos centros de consumo do que
o carvío...
63
to do combustível importado, a produção de carvão que
atingira o recorde, em 19435 de mais de i milhão e 300
mil toneladas, decresceu sensivelmente chegando a pouco
imi5 de VA mil tWelmias, maOfendD - sey durante as três
décadRs seguintes, sem superar a marca de 950 mil toneladas (Patrocínio Mottas 1980).
Nessa época, a política cambial viabilizava o
gmsumo de óleo combustível importado. Em conseqüência,
o transporte ferroviário e a geração de energia elétri ca, no Rio Grande do Sul, abandonaram o emprego do carvão. Apesar disto, contrato firmado, em 8 de agosto de
1946, entre a Secretaria das Obras Públicas do Estado e
a Comissão Estadual de Mineração' retomou as pesquisas
entre os arroios Tigre e Candiota, tendo o engenheiro
José do Patrocínio Motta encarregado-se dos estudos, a
partir de pesquisas do engenheiro Augusto Baptista Pereira, datadas de 1942. Em 19495 foi projetada a mina
de Candiota, ao mesmo tempo em que se decidia projetar
usina de 20.000 kW, a localizar-se a 4 quilômetros da
mina, tendo ambas operado de 1961 a 1974 (Bunse, 1984).
Ao mesmo tempo, em Santa Catarina, ao contrário do Rio
Grande do Sul, o carvão mineral iniciava a integrar-se
na economia brasileira. A respeito do fato, é esclarecedor o que escreve Patrocínio Motta (1980, p. 248):
64
"A fundação da usina siderúrgica de
Volta Redonda deu à mineração do carvão catarinense uma dimensao economica nacional, exatamente durante os anos 1939 a 45, quando foi
construída a usina da Ciai Siderúrgica Nacio nal.
A fase do bloqueio marítimo fez com que
plano diretor da CSN inscrevesse o carvão
catarinense no complexo industrial da 5ide o
rurgia brasileira".
O carvão gaúchos por não possuir as características requeridas para a produção de coque metalúrgi cos ficou limitado a, como qualquer combustível, dispuar mercado com os deriv iaó.t
MgtPál8.85
ntjlka
bastante desigual. Tudo leva a crer que o Governo Federal da época, em visão de curto prazo' não considerou
os riscos de atrelar o setor energético nacional a combustível importado, do qual suas reservas locais eram
desconhecidas, não contemplando, como solução viável ao
emprego do carvão mineral, politica de estimulação à
geração termelétrica. Ao contrário, iniciar-se-ia, então, o modelo hidrelétrico brasileiro que, hoje, chega
a responder por 96,7% da oferta de eletricidade no país
(MME/SNE, i992).
é interessante observar, por outro lado, o
que sucedia na Inglaterra, com tradição na mineração do
carvão desde a era romana. Quando o cenário do setor
foi alterado, profundamente, pelas seqüelas da Segunda
65
Guerra Mundiais Harold Wilsons representante do Partido
Trabalkista no Parlamento e posteriormente
Ckanceler
Britânicos recomendou, em 19455 a transferência de propriedades para o Estados de todos os empreendimentos
de
mãos
mineração do carvão, naquele paíss que estavam nasda iniciativa privada. Para tal, Wilson (1945)
propãss com vis?áio estrat4icas a criajo
de
ql_te
de uma entida-
pública sem fins lucrativos, a National Coal Board,
veio a tornar-se, em 19465 a maior produtora de
carvão do mundo ocidental.
Contudo, o carvão inglês também sofreria a
concorrência dos derivados do petróleo. Quase 40 anos
depois, na Inglaterra, escreve James (1.9829 p. 166):
"Embora tenha grandes reservas, so—
fisticada tecnologias mão de obra altamente
qualificada e mercados desenvolvidos, é um
dos poucos países onde é triste a perspectiva
do carvão' a curto—médio prazo"2.
12 Aponta James (1982), basicamente, quatro razões como justificativa de sua avaliação: as riquezas energéticas do Reino Unido (grandes reservas de petróleo e gís); os altos custos de produção do carvão; a fixação
pelo 6overno de metas financeiras não realisticas para a Matinal Coal ihard, que afetaram sua competitividade et preço e exacerbaram seus problemas de relaçóes industriais; e, a mais ieportante de todas, o estado
da economia britânica, com baixa taxa de crescimento, afetada por taxa de câmbio balizada pelo statos dos
petrodólares e que sofreu, desproporcionaleente, a recessão mundial do inicio dos anos 84.
66
A politica pdblica brasileira de energia, embasando-se nos derivados de petróleo para os setores dê
transportes e industrial, inseriu-SB, logicamente, no
contexto internacional da épocas intensificando, após
d9 intrMR
dcada de 70, as atividades de
sua exploração e produçáo no país. Estratégia correta,
que
cen!ãr, êffi kori2onto não muito digtante"
poderia
com a perspectiva da auto-sJicancia nacional de abas-
tecimento,
náo fosse a desaceleraçáo do processo' de-
terminada no Governo Sarne, tão logo tornaram a cair,
em 19855 os preços internacionais. No tocante, contudo'
à energia elétrica, a política pública do setor levou à
concentração de dependência das fontes hídricas, desprezando, exatamente ao contrário dos países industrializados, o relevante papel do carváo mineral na geração
termelétrica.
Enquanto isto, no Rio Grande do Sul, estando
as minas de Arroio dos Ratos próximas do esgotamento, o
diretor da Cia. Estrada de Ferro e Minas de Sáo Jerônimo, Otávio Reis' reiniciara as sondagens em Charqueadas, a partir de 1947, vindo a confirmar a existência
de grandes reservas em ambas as margens do Jacuí (Bunses 1984).
67
Nessa época; precisamente em 7 de julho de
1947, foi criado, na Secretaria de Obras Públicas, o
Departamento Autônomo do Carvo Mineral - DACM !, para
mmticipar dR mineração e comercializado do carvão mimr.511
gliáckom incorporando as minas de Hulha Negras no
município de Bagé a e a do Lego. A mina de Hulha Negras
cuja exPloração data de 1899a foi desativada em 1950a
por ser considerada antieconômica, apesar de contar com
ligação ferroviária até o porto de Rio Grande, desde
1884a enquanto Candiota permanecia isolada. A propósi-
to, refere Bunse (19849 p. 38):
"Disso tudo conclui-se que o Governo do Estado estava muito mais interessado na
construção de uma via férrea Rio Grande-Bagé
do que na implantação de uma usina de carvão
em Candiota".
Uma das explicaçóes para o traçado prende-se
á visão do papel do sistema de transportes, na concepção da segurança nacional, naquele tempo. O traçado das
ferrovias de fronteira visava, sobretudo, dificultar,
ao eventual invasor, seu adentramento no território pátrio. lá o engenheiro Antão Gonçalves de Faria, em 19125
quem escreve:
68
"Desde então se comprehendeu que as
estradas de ferro, no Rio Grande do Sul' a
par de sua utilidade commercial devêm ainda è
principalmente corresponder ás exigencias de
ordem politica attinentes 4 boa guarda e defesa prompta do territorio nacional" (Faria,
i91.2s p. ii).
E acrescenta, adiante:
"No Brazil somos todos pacifistas;
(Farias
náo sejamoss poréms imprevidentes"
1912, p. 22).
Essa estratégia determinou a utilização de
bitola estreita nas ferrovias do Rio Grande do Sul' ao
contrário do restante do país e das naç5es vizinhas' do
Prata.
Barat
p. 9) aponta outra causa:
"O entrelaçamento das atividades
ferroviárias e portuárias à navegação deu
origem, forçosamente, a sistemas ferroviários
isolados entre si e com características fundamentalmente regionais. A integração no sentido longitudinal do território era, portanto' rarefeita".
Para o isolamento de Candiota, entretanto, a
razão determinante é conseqüência da visão do mercado
do carvão. Levitt (1960), abordando o que chamou de
miopia em marketing, destacou o erro que consiste em
definir indústrias' produtos ou soma de conhecimentos
69
de forma tal que acaba determinando seu envelhecimento
prematuro. Como exemplos entre outros, cita o caso das
estradas de ferro nos Estados Unidos que, de próspero e
atraente negóçlo DO iníçlQ dc) 5ÇU1O, tornaram -se men dicute: fuvcizi, do Governo y trinta anos depois,
quase à beira da insolvência; ao invés de enxergarem os
usuários de "transportes" como seu mercado, quando floresciam as modalidades rodoviária e aérea, viam apenas
"ferrovia" como o seu negócio.
De semelhante miopia padeceram, aqui, os formuladores de políticas pdblicas de energia: ao julgar o
carvão mineral como qualquer outro combustível para emprego em transportes e na indústrias desconsideraram a
produção de eletricidade como efetivo mercado, com
efeito o mais promissor, para o carvão nacional.
A propósito, refere Oliveira Lima, em i927:
"Para a vida industrial, que ainda
não temos robusta, possuíamos o ferro, que em
tempo de D. João VI se começou a explorar,
mas o carvão vinha-nos da Inglaterra justamente com o modelo parlamentar" (Oliveira
Lima, i986, p. J.79) 13 .
13 bua sabe, agora, se for isplantado o parlalentarisme no pais, não venha ele, lambei, acompanhado domprego do carvão?...
70
A preocupação com a segurança nacional na re-
gião
era fato comumg como ainda indica, muitos anos
mais tardes em 19483 transcrição de conceituado jornal
argentino publicada no Rio de Janeiro' referente à i0portância estratégica do carvão brasileiro:
"A indústria siderúrgica do Brasil
representa não somente um índice de progresso
econômico, mas também um expoente de poderio
militar e potencialidade bélica latentes. Sem
carvão não há aços não pode haver indústria
de guerra. Mesmo a fabricação da bomba atômica requer energia alétrica, cuja fôrça geradora é o carvão de pedra. A hegemonia militar
deste mineral, vislumbrada apenas durante o
reinado dzs armas brancas adquiriu validez
definitiva com a invenção da pólvora e o uso
das armas de fogo" (Transcrição de La Prensa
no jornal do Comércio do Rio de Janeiro,
i948, in: SNIECm 1950, p. 28).
Enquanto o jornal argentino destaca o valor
do carvão para a siderurgia e a geração elétricas no
ano seguinte, precisamente em 25 de maio de J.9495 o Ministro de Viação e Obras Pláblicas do Brasil, Clóvis
Pestana, na abertura da 499a. Sessão Ordinária da Segunda Mesa Redonda do Carvão, em seu pronunciamento,
diz, em certo trecho:
"Quanto ao emprêgo cada vez maior
de combustível líquidos em substituição ao
carvão, nos navios e nas locomotivas, principalmente nas do tipo Diesel-elétricas, é uma
conseqüência inevitável da evolução técnica
que se impôs mesmo em países como os Estados
71
Unidos e a Inglaterra, que são os maiores
produtores de carváo do mundo. Pode-se afir-
mar
da
que está, hoje, definitivamente abandona -
a máquina a vapor em navios de construção
moderna.
Quanto às locomotivas Diesel, no
nosso País, só tem sido empregadas nas regi6CS onde se consome lenha ou carva"o estran-
geiros
pois o afastamento das minas nacionais
tornava absolutamente antieconômica a utilização do nosso carvão, reconhecidamente pobre.
texto
Aliás, seria um absurdo, sob o prede proteger a indústria brasileira do
carvão, contribuir pua
Q
encarçoimento
exa-
gerado dos transportes marítimos ou ferroviá-
rios em nosso País.
Há quem defenda a tese de que o aumento do consumo de carvão nacional deve ser
obtido com a construção de usinas termoelétricas destinadas à eletrificação das ferrovias e ao fornecimento de energia elétrica
aos centros urbanos e às zonas rurais, situados dentro do raio de ação da respectiva bacia carbonífera. Raio êsse cujo alcance é
função das possibilidades de aproveitamento
de potencial elétrico em cada região' para a
conveniente interligação das redes distribui doras.
Assim, o futuro da exploração carbonífera estaria intimamente ligado à capacidade de consumo de energia elétrica, que é
uma função dos recursos naturais da respectiva zona geo-econômica.
Para o caso especial dos tipos de
carvão' como os de Santa Catarina, próprios
para a fabricação de coque, deve-se acrescentar entre os fatores de desenvolvimento da
produção de carvão, e com grande predominância, a capacidade de consumo da Usina de Volta Redonda.
Há, ainda, um outro aspecto do problema que precisa ser definitivamente esclarecido, pois terá uma influência decisiva na
orientação da nossa política relativa aos
combustíveis sólidos. Refiro-me à possibilidade de se reduzirem considerávelmente as impurezas do carvão nacional mediante a sua
pulverização e a reunião posterior de suas
tênues partículas de combustível quase puro,
72
sob a forma de briquetes ou de pequenas esferas que se prestem com facilidade a ser manu-
seadas por processos mecânicoss
Obter-se-ia, assim, um combustível
de primeira qualidade, que poderia substituir
a lenha em tôdas as suas múltiplas aplica-
Es num país como o nossos em que de
tôdas as fontes de energia, - gasolina,
óleos, carvão3 potencial hidraulicQ
ç lenha,
- esta dltima ocupa o primeiro lugar, produzindo cerca de 80% de tôda a energia utilizaf' 'l imasinar - se o desenvolvimento noda, é
tável que teria a exploraçáo das jazidas carboniferas nacionais, desde que ficasse provada a exequibilidade do referido processo por
custo razoável.
Já é tempo de se obter resultado
definitivo, mediante experiências rigorosas
que poderiam ser feitas em países onde êsse
processo é usado com carv6es tSío pobres quanto o nosso" (Pestana, 1949, in: SNIECs 1950,
P. 46-48).
Chama a atenção a ótica do Ministro brasileiro, natural do Rio Grande do Sul. Entende estar a economia nacional, atrelada ao cenário internacional, passando por transformaç3es fundamentais no setor energético. Confessa inevitável o crescimento da demanda de
combustíveis líquidos. Refere que há quem mencione a
destinação do carvão para a produção de eletricidade,
situando essa possibilidade na existência de mercado
regional demandante. Mas recomenda e enfatiza estudos,
até no exterior, em países onde os carviSes de baixo poder calorífico são empregados na geração termelétrica,
para verificar a viabilidade deste energético substi-'
73
tuir a lenha, como combustível. Isto, em pais onde a
lenha era abundante, e, por abundante, barata, além de
isenta, naquela época, de presses do movimento internacional
contra a queima de florestas tropicais...
Revelava - se, o Ministro de entào, um ecologista de vanguarda embora, uma vez mais, a visão estra-
tégica
do Governo Federal, de marketing do carvão ' se-
guisse distorcida. O uso do carvão para a termeletricidade não fazia parte da estratégia energética brasileira. Por que?
Esta resposta não é explicitada nos documentados encontrados. Cabem, então, cogitaOies, especulaçóes e consideraçóes a respeito.
Uma das pistas, para esta investigação, é dada pelo próprio Ministro Clóvis Pestana, em seu discurso: a localização dos depósitos do carvão mineral.
Ora, a ocorrência maciça deste mineral é no
Rio Grande do Sul, estado situado no extremo sul do
País, nos limites fronteiriços com os vizinhos do Prata. Em contexto de preocupação dominante com a segurança das fronteiras, mormente com a Argentina e o Uru-
74
guaim não é de todo estranhável que fosse pensamento
oficioso, embora não oficial' a não utilização de fontes térmicas, em produção de eletricidadem em zona
.Pronteirica, considerada vulnerável.
Também a distânciam cerca de 1.000 quilômetros, do principal centro de consumo de energias a cidade de São Paulom poderia ser invocada: quando não era
disponível
a tecnologia para transmissão de energia
elétricas em altas ten55esm a grandes distâncias. Além,
naturalmente, da demanda local, condição expressa pelo
Ministro, ser pequena.
Outro caminho para o raciocínios porém não
excludente, é o de quem desde 1934, a política do Governo Federal, na área de energia elétrica, embasava-se
no Código de 49uas. Formava-se, a ¡Jartir de então, a
cultura da hidreletricidade no país, influenciando técnicos, desde os bancos acadêmicos, e autoridades públicas. A ,5":4i, Paulo Light, tendo como ponto referencial a
Usina Hidráulica de Cubatão, iniciara a formação de
verdadeira escola de profissionais de engenharia hidrelétrica' da mais alta expressão no Brasil, entre os
quais nomes como Marcondes Ferraz, Mario Behringm John
Cotrim Neto e Lucas Nogueira Garcez.
75
termeletricidade, confinada ao Rio Grande
do Sul, não encontrava, no próprio Estado, o entusiasmo
e o apoio, necessários e indispensáveis, por parte dos
vários segmentos da sociedade, à sua alavancagem e deslanche. At& a Universidade teve papel obscuro
na .rorma-
do de técnicos de engenharia termelétrica e na implantado da mentalidade do setor.
Acresça-se a isso, um movimento ideológico,
de cunho nacionalista, com grande repercussão na épocas
que fez por hostilizar os investimentos estrangeiros no
Estado, especialmente os oriundos dos Estados Unidos,
dos quais os mais visados foram a Companhia Telefônica
Rio Grandense, a Companhia Carris Porto Alegrense e a
Companhia de Energia Elétrica Rio Grandense CEERG,
subsidiária da Light and Power. é possível que, então'
ser
nacionalista era combater os interesses, especial-
mente, norte-americanos, os quais, no setor elétricos
incluiam a geração térmica. Os nacionalistas, à época
no Estado, teriam' dessa forma, passado a empunhar a
bandeira da hidreletricidades também, no Rio Grande do
Sul, juntamente com a intervenção estatal no setor;
postura que ainda encontra ativos defensores nos dias
de hoje. Um exemplo atual é o do físico Luiz Pinguelli
Rosa, para quem o Brasil vai na contramão da história' •
76
ao deixar a geração hidrelétrica pelo uso do carvão, do
petróleo e do gás natural,
como recomendado pelo Banco
Mundial:
...as criticas
vido
do
mundo desenvol-
às hidrelétricas brasileiras têm o pro-
pósito
o desenvolvimento
in: Belchior p.
deliberado de frear
braileiro" (Rosap
i4).
Rosa (1992) reforça sua posição sob o argumento de que a geração elétrica, no Brasil, é 15 vezes
5
CP
e
O
Q)
CD
LL
e
E
et
O
mais eficiente que nos Estados Unidos, quanto à taxa de
emissão de dióxido de carbono
(CO2)
por 1.11" produzidoN.
A mina do Leão nesse tempo, final da década
de 40, pertencia
Cia. Nacional de Mineração e Força,
organizada em 1942, pelo Dr. Horta Barbosa. Incorporada
ao DACM, juntamente com a mina de Hulha Negra, teve no-
2
LU
vo projeto desenvolvido por esse órgão, que abriu o poço e implantou, assim, a mina do Leão I (Bunse, 1984).
14 E quantas vezes é o carvão mais eficiente, quanto à taxa de ha de solo ocupado por hW gerado?... Ademais,
se a matriz energética brasileira é dependente, em mais de 95X, da hidreletricidade que, para Rosa (1992),
não contribui para o agravamento do efeito estufa, e se os Estados Unidos são os maiores consumidores mundiais de carvão na produção de energia elétrica (798 vezes mais que o Brasil), eficiencia 15 vezes maior
até que é POUCO...
77
Nessa época s o CADEM elaborava o projeto de
nova unidade mineiras em Charqueadass com implantação,
na boca da minas de uma usina termelétrica, encaminhan do ao Governo do Estado pedido para a sua construa°,
em 1951. O processo! enviado à CEEE
COMi”k
de Energia Elétricas teve negada a sua aprovaao pelo,
então diretor geral, engenheiro Noé Mello Freitas, baseado
nos pareceres de seus dois auxiliares mais gra-
duados, engenheiros Mario Lannes Cunha e Dietrich Kuhlmann.
"Os termos dos pareceres contrários
merecem ser conhecidos, tal a influência negativa que tiveram no desenvolvimento da política econômica do carvão no Rio Grande do
Sul" (Patrocínio Mottay 1980, p. 294).
A justificativa técnica, datada de 27 de outubro de 1951, foi a de que a inclusão de mais uma usina elétrica no Plano de Eletrificação do Estado, já em
andamento, redundaria em sobra de eletricidade, constituindo-se
em investimento inoportuno a construção de
uma usina de 45.000 kW, para funcionar em 1954.
O diretor geral da CEEE, Noé Mello Freitas,
em sua argumentação contrária à construção da usina de
Charqueadas, afirmou que as usinas hidrelétricas do Es-
78
tado produziriam o kWh a preços tgo inferiores que,
além de certa produção correspondente à metade do consumo de Porto Alegre, "seria mais econômico pagar o lucro acima (20%9 o grifo é nosso) por tonelada de carvão
que deixasse de ser extraído para queimar na usina ,
acrescentando que "já% entretanto, para uma produçáo
dupla da atualmente necessária para Porto Alegre, seria
econômico utilizar a energia hidráulica e pagar inteiramente os mineiros, sem extrair o carvão que fosse necessrió
ommã ismsdu2
(Freitaç, 1951, in: Fatrod-
nio Motta, 19805 p. 294).
Sobre este parecer% afirma, então, Patrocínio
Motta (1980. p. 294):
"Isto equivaleria a escrever (e foi
dito por alguns) .que nem mesmo dado de graça
seria econômico o consumo de carvão como gerador de eletricidade".
Nessa mesma épocas aproximadamente dois terços da eletricidade gerada no mundo eram provenientes
de usinas termelétricas sendo, então, o carvão a maior
fonte mundial de energia. Enquanto isto, por não dispor
de reservas térmicas, o sistema Rio-São Paulo, segundo
Patrocínio Motta 0.980)5 com 896 mil kW instalados, dos
quais 867 mil kW de fontes hidrelétricas, era fortemen-
79
te racionado, com elevadores parados e falta de força
até para servicos de abastecimento de água.
O governador do Rio Grande do Sul, nesse tempo s general Ernesto
Dornelles, decidiu ouvir o parecer
da Sociedade de Engenkaria sobre o assunto. Ap6s duas
reunióes do Conselho Diretor da SOUS, em lUE, foi endossado o parecer da CEE, contrário à constru4o da
Usina,
e publicado na íntegra na Revista de Engenharia
do Rio Grande do Sul.
"Apesar do emperramento tecnocrático vencido
pelas autoridades estaduais e federais, porém, a duras
penas" (Patrocínio Motta, p. 295), a construção
da usina foi autorizada pelo governador Ernesto Dornelles, em demonstração de visão privilegiada. Com a crise
da indústria carbonífera gaúcha em andamento, foi criada a CEPCAN - Comissão Executiva do Plano do Carvão Nacional, para a retomada do desenvolvimento das atividades de mineração, beneficiamento, transporte e distribuição do carvão nacional' pela Lei N2 1.886, de t1 de
junho de 1953.
O apoio de Dornelles prosseguiu com os governadores Ildo Meneghetti e Leonel Brizola, sendo que
A0
neste !Ultimo governo (1959-63) Charqueadas passou
àd
r-
bita de uma entidade de economia mistas náo mais continuando
na esfera exclusiva da iniciativa privada como
até entáo com o CADEM.
Desde janeiro de 1965, a COPELMI - Companhia
de Pesquisas e Lavras Minerais (atualmente, çopelmi Mi-
nerado Ltda), pela incorporação, em
assembléia geral
extraordinária de 12 de outubro de 19645 das duas
em-
presas mineradoras sob administração do CADEM - a Cia.
Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo e a Cia. Carbonifera Minas de Butiá - tornou-se sua sucessora (Bunsem 1984).
A Lei Estadual
N2 5.8355 de 20 de setembro de
19695 alterada pela Lei Estadual Ne 6.2875 de 20 de outubro de 1971, criou a Companhia Rio-Grandense de Mineração - CRM5 que sucedeu ao BACM. A CRM5 sociedade de
economia mista foi subordinada à Secretaria de Energia,
Minas e Comunicaç5ess e autorizada a funcionar pelo Alvará 103/70 do Ministério das Minas e Energia.
A crise do setor continua. Passados 20 anos
de sua criação, a CRM deve cerca de 40 milhOes de dálares e tem suas contas bloqueadas pelo Banco Central.
81
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82
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9
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London, Contact
85
3. O PRODUTO
Em marketings "a primeira tarefa é desenhar
o produto" (Schewe & Smiths
cia
J.9829 p. 191); por ele ini-
o composto de marketing. No caso da utilização do
mrdõ gadekos a tarefR de muketing deve principiar
pela familiarização com a natureza dos carv3es do Rio
Grande do Sul. Seu prévio conhecimento é condição sine
qua non ao enfoque adequado de marketing e à formulação
da estratégia correta para a promoção do produto.
Precisamente, por esta razão, o próximo capítulo analisará o carvão mineral do Estado como produto,
objeto de marketing específico. A ocorrência e localização de seus depósitos, bem como suas principais características e propriedades químicas, serão discutidas. Este procedimento é indispensável à apreciação do
nível de satisfação das expectativas geradas por sua
utilização; principalmente, porque sua imagem está fortemente associada à idéia de má qualidade e de inadequação como combustível.
86
CaPítill0 3.1.y
desta forma, procura identi-
ficar aquelas características favoráveis dos carv5es do
Rio Grande do Sul, sobre as quais devam ser embasadas
açOes de marketing do produtos para os formuladores de
políticas públicas de energias que contemplem sua utiUna°.
1
87
3.i. O Carváo do Rio Grande do Sul:
Localização e Características Principais
combustíveis fósseis, é uma substância
"O carvo, como todos os
rica em carbono derivada da biomassa que se formou no passado - com
efeitos uma .torma de energia solar
armazenada".
(Peter James, 1982)
A distribuição do carvão no Rio Grande do
Sul ocorre em uma série de jazidas isoladas' localiza
-
das de Capão da Canoa à Bagé, formando um arco que, em
parte e ao longo do rio Jacui, circunda o Escudo Sulrio-grandense (CEM, 1988). Estas ocorrências estão associadas a outras rochas sedimentares da
Periférica
Depressão
do Estado, constituindo parte das chamadas
rochas gondwânicas que se correlacionam com vários conjuntos de rochas sedimentares da África do Sul, índias
Austrália e Antártica (CONCARBO' 1980).
As bacias carboniferas do Estados no total de
sete grandes jazidas, apresentam camadas de carvão em
88
ntimero variável, chegando a 23 em Candiotam das quais
somente uma ou duas sào mineradas por jazida (CONCAR-
BOs 1983).
Estas
camadas, que se encontram desde
400-600 metro; de profundidade (Morungava-Chico Lomà)
ãté
0 afloramento (Candiota)5 têm espessura geralmente
bastante variável, não ultrapassando, porém, a 2 metros. Em exceção constitui-se a camada Candiota que
chega a atingir mais de 4 metros de espessura (camada
superior mais camada inferior).
Tabela I
-
AS RESERVAS DE CARVX0 DO RIO GRANDE DO SUL
Reservas ix106t "in situ" (CE+CM)*
Jazidas
Candiota
Sta.Terezinha
Morungava-Chico Lomã
Charqueadas
Leão
'ruí
Capané
Pantano Grande
Gravataí Oeste
Cobertura
até 50m
Cobertura
) 50m
Total
3.931,1
8.363,9
4.283,5
2.953,4
2.819,0
2.432,9
1.433,7
803,4
145,2
12.29550
4.283,5
3.092,1
2.994,4
2.442,0
1.665,9
1.013,2
148,5
3859
22,0
13%2
10,7
43587
15,29
11,04
10,68
.6s1
0,08
0,05
0,04
0,02
28.025,5
100,00
-
13897
175,4
9,1
232,2
20958
3,3
38,9
Sul do Leão
22,0
São Sepé
Faxinal
Água Boa
13,2
1097
6,1
4.790,5
TOTAL
Fonte: CEN,
-
23.235,0
'
§ CE = Carvão Energético, destinado à geração de energia elétrica e consoo industrial
= Carvão Metalúrgico, para utilização no processo de produção de aço na indústria siderúrgica
8,71.
5,94
3,61
0,53
0,1.4
89
Á Tabela i mostra a ocorrência das jazidas de
carvão no Rio Grande do Sul, com reservas totalizando
28 bilhUs de toneladas do total brasileiro de 32 bilh5es.
Concentram-se, portanto, no Rio Grande do
sul,
aproximadamente V .Y. das ocorrgncias de carAo mineral
no país (CEM, 1988).
Das jazidas existentes
no Êstado destacam-ses
wAfQrme CONGARW (1983), CEM (1988) e Ferreira & Lo-
pes (1990):
craadjpja:
Representa quase 40% das reservas
brasileiras de carvão contendo, do total da
jazida, 2,27 bilhbes de toneladas lavráveis a
céu aberto (Leusin, 1990 a ). Situada a leste
da cidade de Bagé, a 60 km da fronteira do
Uruguai, a maior jazida do País é minerada
pela Companhia Riograndense de Mineração-CRM.
O carvão extraído destina-se à geração de
energia elétrica na Usina Presidente Médici,
pertencente à Companhia Estadual de Energia
Elétrica-CEEE, localizada junto à mina.
saca
Tere2Ámlaa: Respondendo por 15% das re-
servas de carvão do Rio Grande do Sul, está
99
localizada entre a cidade de OsOrio e o Ocea-
no Atlântico.
d formada por quatro camadas
principais !, a profundidades que variam de 500
a 800 metros, mergulhando em direcáo ao oceano. Foi descoberta em 1979 m fruto do convênio
DNPM-CPRM (Departamento Nacional da Produção
Mineral e Companhia de Pesquisas e Recursos
Minerais),
possuindo
dprungavR Chic.12
-
carváo metalúrgico.
Lo4: Situada em área que se
estende a leste da cidade de Gravataí e ao
sul e sudoeste da cidade de Santo Antônio da
Patrulha, esta jazida contém carvão metalúrgico em reservas que representam 11% do total
de carvão do Estado. O minério ocorre a profundidades que oscilam entre 200 e 600 metros.
rharsmeadaa:
Com
reservas de 10% do total do
carvão gaúcho, está localizada no delta do
rio Jacuí, entre as cidades de São Jerônimo e
Canoas, a oeste de Porto Alegre. No momento
desativada, a jazida era minerada pela empresa Copelmi Mineração Ltda. ' por meio de dois
poços atingindo a profundidade de 280 metros.
91
Lelo: Esta jazida, com reservas que respondem
por cerca de 9% do totfl dê nrvão do Estmlo,
situa-se nos municípios de Butiá e Rio Pardos
a oeste de Charqueadass próxima ao leito
rio Jacu:. Com cobertura variável% de
de
54
900
metros,
mina de sub-solo Leg.o
minerada
do
menos
pela CM, na
e peia Copelmi% a
céu abertos na mina Recreio.
Ind.: Situada ao sul das cidades de Cachoeira
do Sul e Rio Pardos a oeste de Leão, tem reservas que representam 5% do total de carvão
do Rio Grande do Sul. No extremo sul e sudeste da jazidas o carvão energético podia ser
extraído a céu abertos como vinha operando
ali a CRM. Presentemente desativadas sua exploração está sendo objeto de estudos de reavalição pela CRM.
As demais ocorrências de carvão mineral no
Brasil encontram-se nos estados de Santa Catarinas Paraná e São Paulo.
Para o estabelecimento de um referencial comparativos são mostrados os dados da Tabela 2.
92
Tabela 2 -
AS RESERVAS BRASILEIRAS DE CARVÃO
Reservas /40 6t "in situ" a+CM?
Jazida/Estado
Cobertura
até 50m
Total do RS
Sul Catarinense/SC
C30bui/PR
Figueira VelhanP
TOTAL
Cobertura
Total
X
50m
4.79095
23.23590
28.02595
869495
545,3
3.743,0
4.288,3
13,235
537
8/30
8637
i 'e
03267
0,003
51,1342,5
27#05?;0
32,40/,5
/00000
1.,0
Note: CEN
O total brasileiro de carvão - incluídas as
reservas e os recursos medidos, indicados, inventaria dos, inferidos e estimados - é de 32 bilh5es e 410 milh5es de 'toneladas, segundo o Balanço Energético Nacional de 1992-Ano Base 1991 (MME/SNE, 1992, p. 68); este
montante não é, contudo, significativo, quando analisado a nível internacionaAl.
Nos Estados Unidos, por exemplo, somente as
reservas recuperáveis, representando apenas uma fração
das reservas totais estimadas de carvão, montam a 243
bilh5es de toneladas (Bennett, 1991) ou, conforme o Departamento de Energia do Governo Americano, a 263 bi-
I Kío obstante, é 14 vezes superior ao conteúdo energético do petróleo brasileiro.
93
lhes (DOE, 1990). Segundo os critérios da
Ehergy In-
farmation Administration' as reservas totais demonstra-
dRss incluídos os recursos medidos e indicados, atingem
43e bilhUs de toneladas. Adicionados os recursos inferidos, os números saltam para I. trilháo e 570 bilh6es.
Se ainda forem acrescidas as reservas estimadas, os recursos totais chegam à casa dos 3 trilh6es e 600 bilhões
de toneladas de carvão
(Energ InfarffatIon Odad -
nistration ' in: Bennett, 1991, p. 109-10). Estes números fazem com que as reservas e recursos norte-americanos respondam pela quarta parte do total mundial de
carvão mineral. Diante destes dados, se critica gudesse
ser feita ao aproveitamento do carvão nacional,
quando examinada sua viabilidade econômicas deveria ser
relativa à exigüidade das reservas, diante do avultado
investimento em novas tecnologias de proteção ambiental, com os decorrentes acréscimos de custo (Barcellos
& Leão, 1991).
Quanto à produção de carvão, os Estados Unidos ficam em segundo lugar, com 927 milhOes de toneladas, perdendo para a China, que extraiu i bilhão e
53
milh5es, mas suplantando a então União Soviética, com
703 milhOes, segundo estatísticas de 1990 (Chadwick,
1991). Por esta mesma fonte, a produção brasileira de
CVéneNns
Econion1cas
116t1
Facutdade
0t
1110.
94
carvão alinha-se na 2..- posição mundial, com 6,5 0i1hUs de toneladas, atrás da Tailândia, Indonésia, MéxiCo,
Japào e Mong61ia.
Apresentados os dados quantitativos
básicos
(os estoques do produto), alinham-se informaçOes qualitativas sobre o carvão brasileiro, em especial o do Rio
Grande do Sul (as características do produto). Sem
adentrar nos aspectos estratigráficos e conteúdo paleontolágico das jazidas de carvão existentes no Estado, a abordagem volta-se à classificação e qualidade
dos carv3es (os tipos de produtos).
O carvão mineral, ou carvão fóssil' é uma rocha orgânica que teve origem em substância vegetal acumulada, decomposta e transformada ao longo de processos
complexos. Não seria, entretanto, racional imaginar que
esse energético existisse, em estado natural uniforme e
igualmente distribuídos na superfície do planeta. Efetivamente' o carvão mineral, como mistura de resíduos
combustíveis de plantas metamorfoseadas' varia tanto em
COMPOSi40
física quanto química. A diversidade dos
componentes originais das plantas e o maior ou menor
grau de metamorfismo que afetou esses materiais são as
95
duas razb'es principais para a variedade de composição
do carvão mineral (Harrison & Latimer, Jr., 1968).
A classificação (rank) é a propriedade
Ini5
característica de um carvão e a que importa, de modo
significativo, para a sua utilização; indica o grau de
bUlbeiZação do carvão. A hulheização, ou carbonificaCão ,
A e
a transformaçgo da mat&ria vegetai em caro;
função do tempo decorridoy da temperatmrã ç
p~97
constituindo-se, em essência, no aumento progressivo do
teor de carbono fixo e na diminuição dos teores de hidrogênio e de oxigênio' que são segregados sob a forma
de água ou de hidrocarbonetos. Esta transformação processa-se em fases, a partir da matéria vegetal, passando pela turfa, lignito e carvão ou hulha, inclusive antracito (Schneider, 1978). Segundo o autor, existem diversos métodos para determinar o grau de hulheização da
matéria vegetal, todavia rank não é uma grandeza que
possa ser medida diretamente. Daí decorre a necessidade
da classificação ter que se referir a propriedade física ou química determinadas que varie significativamente
durante a carbonificação. Os processos baseados em análise petrográfica microscópica, os únicos que oferecem
segurança na determinação do grau de hulheizaçãos utilizam
o macerai vitrinita como referência porque suas
96
propriedades variam de modo continuo durante a carbonificação.
A
classificação internacional de
desenvolvida pelo
carviges s
Coal Committee of the Economic
Commission for Europe, difere um pouco da estabelecida
pela Pmerican SocietJ for resting and Naterials
No
(ASTM).
sistema de classificaçgo internacional, os carvoes
são considerados, em primeiro lugar, de acordo com o
seu
conteddo de matéria volátil, sobre concentrado de
vitrinita seco, isento de cinzas (dry!, ash free). Como
-
a matéria volátil não é inteiramente adequada para a
classificação de carv5es que a contenham em proporção
superior a 33%, o poder calorífico, em base dmida,
isenta de cinzas (moistl, ash free) 5 é empregado para
-
essa finalidade (Yance3 & Geer, i968).
A Tabela 3 compara as classifica4es americana e internacional dos carvi5es, enquanto a Tabela
4
apresenta a classificação internacional e a posição dos
carv3es brasileiros, segundo Joanna Nahus.
Para a determinação do grau de carbonificação
e qualidade do carvão gaúcho s têm sido utilizados para-metros químicos, físicos e petrográficos. Entretanto,
97
esses parâmetros não são correlacionáveis devido a
5t0
determinação ocorrer em condiç5es variadas, ora como
carvão total, como run of mines
ora flutuando em meio
denso (1,50) ou' ainda, sob outros condicionantes.
TJUIJ 3 - COMPARAM DOS PARAMETROS DA CLASSIFICAVA°
INTERNACIONAL DE CARWES COM 0 RANK DA ASTM
?NUM
elasse
do
Carvão
Ranki
1 A
Antracito
1 B
2
3
4
w
..)
6
7
8
9
Antracito
Semiantracito
Lvb
Mvb
Mvb
Hvab
Hvbb
Hvcb ou Sba
Sbb
Matéria volátil' base
SECR,
isentl de cif= (%) ou poder
calorífico, base úmidas isenta de cinzas (B.t.u.)
3 6,5
10,0
14,0
2050
28,0
6,5
—
'-..
—
—
—
10,0
14,0
20,0
28,0
3350
13.950
)
12.960 — 13.950
10.980 — 12.960
10.260 — 10.980
Fonte; 'rances & Seer, 1988
* Ivb =betuminoso, haixo-volítil; Hvb =betuminoso, médio-volátil;
Hvab = betuminoso, alto-volátil A; Hvbb = betuminoso, alto-volítil B;
Hvcb = betuminoso, alto-volítil C; Sba e Shb = sub -betuminoso A e B.
Utilizando como referencial' então, somente
os valores do poder refletor médio da vitrinita, chega—
st,, à classificação das diversas camadas do carvão do
Rio
Grande do Sul indicada na Tabela 5.
98
rabeia 4 - CLASSIFICAM INTERNACIONAL DOS CARVOES E A
Classe Sistesa Internacional
Carão
Classes dos Sistelas Europeus e Norte-Americano
Poder Calorif.
1
Brasil'
H!
N.V.
i
1-3
cal/g Olase
isenta cinzas) FRANÇA ALEMANHA BéL6ICA ITSLIA HOLM POUCA INGLATERRA U.S.A.
3-6,5
Neta
Autracito
Neta
Aotracito
Antracito
Especial
--Antratito
1A
Poma DOS CAMES DRASILEIROS (NANUYS, J;)
1•1081••••••
Antracito Nagro Antracito Antra- Antra- Antra- Antracito
cito
cito
COO cito
■MM....~~
Nicre
1 6,51$
2
3
4
Garvio
hagro
!Ryer
Derigras lohle
IS-14
1/1
Graxo
hisr9 ffiger
Neio 6raxo Ess 1/2 Gruo Carvão
rohle
14-24
6raxo
Chama
Curta
24-28
Semi
3/4 Gruo Gruo
Uma
Curta
audy
Metakoksory
Kool
5
28-33
mote
Gás
Carvão
Gruo
Chama
Kohle
Nédia
dito
6
PARANÁ
7
) 33
(33-44)
) 33
Vet
) 33
R. 6. S.
(34-44)
I2B (R6S) 9
) 33
(34-48)
Fonte: Schneider, 1978
6aro mo
8454-7754
7754-7244
Carvão Gas
Gruo Vlar 6azo ry
P/Vapor roo]
6as
SANTA
CATARINA
Kool
gabe
6raxos
Flamantes
72$1-didt
( 45104
6aro mo
SCCOS Kohte
Flamantes
Carvão
Seco
Volatib.
Vapor Reboá.
Coque Betumi noso
Carvão Gas
P/6as Kool
(32-44)
cito
Ortokoísomy Neio
Graxo
6raxo
Propria-
Vapor
Seco
Ess Polkoksory Coque Baixa
Carvão
6raxo
Fett
kohle
Roi
folanotri
Vias Plo Menos
-
Krol
Plomienns
Volá- Volá til
til
_______ ----Alta
Volati bilidade
Betai Alta noso
A
Vola- Alta
Volat.
tibi- Betum.
It
lida- Alta
Volat.
Bete. C
de -
Sub
Betumin.
? ?
PIDER REFLETOR MIO, MACERAIS, FSI E CLASSIFICAÇÃO DOS CARWES DO RIO ORARE DO Sll
rabeia 5 -
■
sear .••■••~11~1 ~11 11111111111111~ININIM INNININUMMINNIGIINIMMIllel~1~ 01~1~1~~
M.
Jazida
Desvio Vitrinita Exinita Inertinita
Rd Padrío
Camada
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%
X
H
3,5
5
15
8,54 444
Mamadas MB
8,51
Inferior
Leio
0,49
Dutií
Irui
80
73
68
59
2
9
9
6
7
15
24
26
26
25
22
23
Charqueadas
Candiota
Morungava
kB
il55 444
lif
Candiota 4,47
11,62
8,62
1
2
il.
4
5
MO #04
4,52 4,44
145 1,15
h
M
53
14
34
42
12
13
é
35
28
99
II
7
3
2
2
2
9
9
12
32
22
2
2
3
1
DetusAlto Volátil 11
21
17
(4) 2
(1) 4
Betui.Alto Volátil C
8
23
37
2
e
Sob-betuminoso D
Sub -betuminoso A
StdrheteillWA A
Stkietainma A
Sub -betuminoso A
letam.Alto Volátil A
Suh betuminoso It
Detue.Alto Volátil C
DetehAlto Volátil C
9
6,5
Classificação
emeafflworwoom moew mweeeenewrffi
a...4.1MOMINOMMWO ONIOM........
#,416 alo
Charqueadas
Minerais FSI
....
~“....o
-
21 (115) 5,5 ktue.Alt8 blitil C
49
Fonte: CONCARBO, 1984
Segundo a reflectância (Rm%), e estabelecido
o valor de 0,50 como limite entre lignito e carvão betuminoso alto volátil C, os carv5es do Rio Grande do
Sul variam de sub-betuminoso B,
nas camadas Candiota e
I2B de Charqueadas, a betuminosa alto volátil
A, na
Iruí. Entretanto, a maioria das camadas está enquadrada
como carvão betuminoso alto volátil C, idêntico a carvão sub-betuminoso A, de acordo com a classificação
americana (ASTM) e com a alemã
(Glanzbraunkohle
e
Flammkohle). Considerando-se, porém, as normas interna-
cionais, o limite entre lignito e carvão betuminoso está situado ao redor de 7.000 Kcal/kg, correspondendo a
12.600 Btu/lb. Esta consideração levaria à classifica-
190
ção de todos Qs
carvê'es do Rio Grande do Sul como
lignitos uma vez gUe 8 gêu poder calorifico náo
atinge
6.900 Kcal/kg (CONCARBOR 1980)x tí importante mencionar
1;, o ponto de vista mercadológicos esta constata -
ção leva o carvão gaúcho a uma posição deSfavorável como fonte de energia. Seu valor, intrinsecamente associado ao seu
ção
pótkr
ciAlõri“cós ó dóprociado na compara -
com outros carv6es de maior conteddo energético.
Este posicionamento é agravado frente aos derivados de
petróleo que, com poder calorífico muito superior, ainda que a preços mais elevados, oferecem, adicionalmen te, maior facilidade e comodidade de utilização.
Esta reflexão conduz à neCessidade da identificação do adequado nicho de mercado para o carvão mineral gadcho, onde seus atributos sejam corretamente
valorizados. Este não será, com certeza, o segmento industrial, onde o transporte, estocagem e manuseio do
carvão constituir-se-ão em poderoso obstáculo adicional
na disputa com outros energéticos, especialmente o óleo
combustível.
O valor do carvão, para a sua utilização, é
determinado a partir de análises individuais que defi-
lei
nem uma ou mais das três áreas seguintes
(Spicer &
Leonard, 1968):
1. A classificado ou propriedade5 intrínem da auvão.
P. Os diluentes ou impurezas presentes, tais como umidade, cinzas, enxofre, etc.
ã.
separaçgo por tamanhos
(grwsulesmetriã).
A utilização do carvão, sob o enfoque do seu
correto aproveitamento, depende, portanto, do conhecimento e da compreensão de quais são os seus componentes, como estão distribuídos e'de que modo são concentrados ou segregados pelos vários métodos de mineração
e processos de beneficiamento.
"Os minerais contidos no carvão são
a fonte principal do que se chama cinza. São
os formadores da cinza quando o carvão é
queimado" (Yance9 & Geer, 3.968, p. 1.35).
Rissato (1985) chama a atenção de que' comumente, é destacado o teor de cinzas do carvão guandos
na realidade, o que passui é um teor de "matéria mineral", que é maior que o teor de cinzas. Alpern et alii
(1984) mostram que os minerais contidos no carvão oscilam entre 151.0 a 1,38 vezes o seu teor de cinzas.
i02
Os minerais variam grandemente, nas camadas
de carvão, com relação ao tipos abundância e distribui4o.
A sua importância prática é evidente, pelos pro-
blemas
que causams como impurezas, em cada hse do
processo, da mineração ao beneficiamento e utilização.
Entretanto, como os carv6es do Rio Grande do. Sul possuem um elevado conteúdo de matéria mineral agregadas
afirma Rissato (i985s p. 2):
"O aproveitamento dos resíduos da indústria carbonífera é um tema impositivo em
estudos de utilização do carvão mineral".
(1961),
rone
Nahuss
(1966),
(1969),
entre eles Bittencourt
autores
Vários
Albrecht (i968), Gobetti & Scar-
Nahuss & Câmara
(1972),
Nahuss
(1975)5
Correa da Silva & Marques-Toigo (1975), Schneider
Ceratti
(1978),
(i979),
(1.982), IESA.(1983),
et alii (1984),
nicki
(1984),
Rissato
(1985),
(1989a
e
Goeppert
Gonçalves et alii
Chies et alii
Souza
(1985),
(1984),
Piazza & Diaz
(J.983)s
(1989),
Alpern
Nahuss & Piat-
Nahuss & Alpern
Andrade et alii
1.98913),
(1979)s
(1985)5
Ceratti et alii
- abordam as características dos car-
vOes gaúchos ou as Perspectivas de aproveitamento dos
seus rejeitas, da lavra à utilizaçãos passando por seu
beneficiamento.
103
A utilizaçáo das cinzas geradas na termelé trica Jorge Lacerda, em Santa Catarina, na fabricação
de plásticos'
reportada por Adeodato (1992).
A CIENTEG - Fundub de Wendi e Teçuhni,
em diversOS estudos e projetos realizados neste sentido, nos últimos cinco anos, salienta as possibilidades
técnicas de utilizaçáo dos residuo
chos,
dos rarAes gad-
indicando a importância econômica do tema, con-
forme Nahu” et alii (1990).
Alista-se, entre as aplicaç5es mais importantes dos rejeitas da indústria carbonífera (Rissato,
1985), seu emprego em:
a) adição de cinzas ao cimento portland, para
produção
de cimento pozolânico;
b) uso de cinza como agregado em grandes estruturas de
concreto, tais como barragens, instalaç3es portuárias, e outras;
c) fabricação de tijolos por processo de queima em fornos cerâmicos;
d) fabricação de concreto celular;
e) fabricação de agregados leves para concreto;
f) estabilização de solos para leito de rodovias;
194
9) fabricação de elementos construtivos à base de cin-
za-cal
Um dos exemplos mais evidentes da utilizaçáo
de cinzas!,
em concreto estrutural de barrgenss
t."5
a
aplicaçgo de cinzas, provenientes do carváo queimado na
Usina Termelétrin Preziftntç Ndiçi
em Candiotap no
maciço de concreto da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
á importante destacar, ainda, que a decisão
de explorar determinada jazida de carvão é condicionada
nos dias de hoje, além das consideraçôes de ordem técnica e econômica que outrora, praticamente, determinavam o seu empregos também-por inquietaçôes de natureza
ecológica. Por esta razão, quando no passado recente
náo era incomum o emprego de carvôes que, tecnicamente,
náo satisfaziam as melhores condiç6es, provocando danos
ao meio ambiente por falta de tecnologia adequada ao
seu uso, atualmente, segundo Fulkerson et alii (1990),
a preocupaçáo dominante visa a maximização de sua eficiência energética aliada à minimizaçáo do risco de
comprometimento ambiental. Daí decorre a relevância do
conhecimento da composiçáo química do carvão e suas
cinzas. Os resultados de análises químicas dos carvOes
gaúchos' tanto de análises imediatas (base seca) quanto
1.05
elementares /.bas.P
de análises
sPr.a,,, bem comn
de
análigm químicas de suas cinzas, obtidos por diferentes fontes!, est'à:o apresentados nas Tabela,,, 6 e 7.
rabeia
AMLISES QUÍMICAS DE CARWES DO RIO
-
IMEDIATAS
ANÁLISES
21
ihArlmçvb
bui
I2B
Catada
CO
C,
{2 E
Q. 'E!
1:3
a,
Leão
Inferior
14,8
Unidade %
19,2
Cinzas % b.s.
Matéria Volátil % b.s. 41,9
46,9
Carbono Fixo % b.s.
4,7
Enxofre % b.s.
Poder Calorífico
5.924
(b.s. callg)
MB
liF
6:6
14,4
36,7
54,4
4,6
14,2
7,5
36,2
494
4,7
r.o.m.d1,54
GRANDE DO SUL
çéca)
(basé
Irui
Candiota Inferior
r.o.a.
Oravatai/Morunpva
r.o.w.ABCD
3,8
44,4
26,6
29,4
2,5
4,7
40,2
26,7
33,1
1,1
3,1 2y'
48,3 64,5
25,8 18,9
25,9 16,6
0,8 0,8
14,9
47,1
22,4
34,5
1,7
17,5
18,2
34,4
47,9
4,6
15,2
52,0
22,3
27,6
1,9
9,5
48,7
28,6
22,7
4,3
6.759 6.829 3.744
6.344
3.244
3.624 3.99? 4.371 3.662 2.374
le,
ANÁLISES ELENENTARES (base seca)
111
40
Leão
78,5 81:4 83,3 73,43
5,95 6,63 6,57 4,96
1,44
15,46
Carbono %
Hidrogênio %
Nitrogênio %
Oxigênio %
Fonte: Nahuss
(1967),
Schneider
(1978),
Copelai
Candiota
Inferior Superior
72,93 75,09
4,95 5,17
1,21 1,43
16,36 13,96
(1980). In:
Irui
85,3
4,71
44,47 47,57 44:16 27,91
3,43 3,48 2,96 1,14
4,66 9,77 4,76 443
4,94 7,28 7,02 5,12
CONCARBO, 1989.
Cumpre alertar: entretanto: que os dados da
Tabela 6, embora permitindo uma idéia da composiao dos
narvNe.=, analisadns: ng.o comparáveis entre si: pois
procedem de fontes diferentes e nem sempre correspondem
106
às mesmas f7aç5es de carvão (CONCARBO !, 1980). Des,stacase, contudo, do lado negativo s o alto teor de cinzas do
nrváo dp CudioCam que lhe confere modesto poder ca lorífiun Á pr9~.?
Jablonski et ali¡ (1991) indicam
q u. e o Poder calorífico do carvão de Candiota pode ser
rPduzidnN ainda mais pela oxidação quando estocado em
pilhas
até 5,6% em 10 meses de estocagem - fazendo
fCCOMellU005
minimizu
Q
problema. Do lado posi-
tivo, apontam-se os baixos teores relativos de enxofre
dos carves gaúchos' em geral. Este intimo fato assume
quando da combustão do carvão' pela resultante formação de dióxido de enxofre (SO2) que, lançado na atmosfera, transforma-se no principal responsável
pela chuva ácida. A propósito, a preocupa4. 0 com o meio
ambiente já faz com que nos Estados Unidos' onde o carvão tem participação expressiva na matriz energéticas o
preço dos carv5es de baixo teor de enxofre
coa})
(low-sulfur
esteja em alta (Bennett, 1991).
A Tabela 7 mostra altas percentagens de síliCR (SiO2) e Óxido de alumínio (Al2O3) que indicam "a
composição predominantemente argilosa (caolinita) da
matéria mineral associada ao
carvão"
(CONCARBO, 1980,
p. 23), o que dificulta de certo modo, sob o ponto de
vista técnico, o seu beneficiamento, especialmente o do
i07
carvào de Candiotap e, sob o ponto de vista econômicos
proporciona baixa recuperado (Schneiders i978).
rabeia 7 - ANÁLISES QUÍMICAS DAS CINZAS DOS CARV5ES DO RIO GRANDE DO SUL (%)
•■•••■•••••••••MMMIMMIMIN.I.W.WIEMO
••••••••■
Wish
Si°2
Al203
ft209
Ca0
Ti02
SO3
1(21)
NO
P205
1(a20
SOM
1
Candiota(S) Cand.(I) Charq.
Charqueadas
leão
2
544 52,4
29,7 23,7
6;7 Md
1,9 2,4
1,2 1,2
1,2 24
iji 0,7
4,8 1,9
4,4 11,2
4,3 4,4
99,6 98,0
roí igt roa Redutor 1
23,1
4,9
14
1,5
1,6
4,6
4,1
4,6
99,7
4,8
0,9
4,7
1,9
4,8
4,1
1,1
99,9
516
Ni
3
2
68,0 65,4 es6 66 61
62,2 62A
28j6
2
211,7 21,1
3IE M bis M
1,8
1,1
4,8
1,4
4,8
4,1
4,6
98,8
1,1 133 4,9
0,7 097 039
4,8 4,5 4,2
1,6 1,3 1,1
4,9 4,9 0,7
0,1 0,2 0,1
1,1 4,2 4,1
99,4 97,6 98,6
21,5
7)7
1,9
4,8
1,4
1,9
1,9
61
21,5 24,7
i)i !Ni
2,2 1,94
- 1,14
- 0,7
1,8 1,15
1,9 4,3$
- 4,478
1,4 4,38
93,2 98,1:.:
Leão
5
4
Charq.Cand.
RA 6115
6311 1091
23,4
i07 g)? I),
1153 1,48 3,1 4,6
1,38 1,49 1,2 0,9
0,378 4,813 - 0,2
1,12 1,10 1,5 1,4
0,32 1,3$ 0,6 0,5
01094 0,085 (4,1 0,1
•,35 1,44 1,14 0,1
97,472 98,638 96,5 98,7
26,1
2513
Foote: Petrobrís (1978), Schneider (1978), Ifrdininéa/Pintaide (1972), Azaabuja (1978), CAILER (1978).
In: CONCARRO (1984)
Vários
autores e estudos realizados abordam,
entretanto, a exeqüibilidade do tratamento do carvo de
Candiotas incluindo-se os trabalhos de Aços Finos Piratini (1974), Paulo Abib Andeni & E.I.M. (1977), Leusin
(1984, 1985, 199%), Sampaio & Rublo (1985), Araújo et
alii (1.987), Sampaio (1987, 1.989), Rubio & Sampaio
0.988), Tavares & Rublo (1988), Sampaio .& Hoberg
1.08
(i999), Duarte (1989), Petter et ali' (1990)0 Sampaio
et alii (4990), Som & Sampaio 0.9911, SOUn et ali'
(1.991a e 1.99ib).
Destaca-se a conclusão de Souza & Sampaio
(í99I) de lUt õ Iltdificiamento do carváo de Candiotao
tklím
dt
vaao do
outru conidgrubeço contribui para a nresermeio ambiente da regio, pois o produto
misto obtido - carvão energético
com 3.300 kcal/kg
(CE 3300) - "possuirá menos de 50% do teor de enxo.t're
do carvão atualmente utilizado". Esta afirmação é especialmente importante quando esforços são desenvolvidos
para ampliar a utilização das reservas de Candiota% de
modo significativo, e são especuladas% na área fronteiriça do país vizinho, as conseqüências de sua combustão.
A viabilidade econômica deste beneficiamento
é tratada por Souza et alii (1991b) indicando que a opção mais atraente contempla a obtenção de "carvão lavado tipo CE 4200 (40% de cinzas) e carvão misto tipo CE
2700 (47% de cinzas)". O processo que apresentou os
melhores resultados econômicos, dentre as opç6es anali- •
sacias, foi o beneficiamento por meio do jigue Baum%
viabilizando-se com mercado de 700 mil t/ano de carvão
/09
CE 4200, a preço mínimo de venda de US$ i7.24./t, ou 370
mil t/ano
a preço histórico estimado de US$ 25.00/t,
segundo Souza et alii (1991 a ). Adicionalmente, os autores concluem que "por essa alternativa obtem-se também
1.400.000 ton/ano de carvão misto com 47% de cinzas (CE
3700) que pode ser fornecido
Usina Termoelétrica Pre-
sidente Sédici em substituição ao carvão ROM atual com
um preço mínimo de venda de 14,36 US$/ton" (Souza et
alii, 1.991. a ).
Foram abordadas as características químicas
dos carv5es do Rio Grande do Sul e alguns aspectos econômicos do beneficiamento do carvão de Candiota, pela
importância estratégica de suas reservas. As principais
propriedades físicas do's carv6es são consideradas no
apêndice.
A identificação do mercado de um produto é
fruto do seu conhecimento, sendo tarefa específica de
marketing. Há indícios de que esta visualização de mercados, para o carvão do Rio Grande do Sul:, foi melhor
enfocada no passado mais distante. Na década de 1940,
por exemplo' já era utilizado o carvão' no Estado, tanto em geração termelétrica quanto na produção de gás,
fatos que reforçam esta afirmação. Entretanto' ao final
da década de 1970, quando foram encetados alguns esforços na esfera federal para estimular o usa do carvão
mineral, a nível nacional, imaginou-se como sua princi-
tato
conteddo de matéria mineral e baixo poder ca 1 orifico5
pal detinajos em que pesem as caraderisticas de
substituição do óleo combustível. Aliando-se a isto o
fato dos derivados de pef7' 1 eOy por sua expressiva participaçáo na matriz energética nacional, contarem, costumeiramente, com politica de subsidias aos seus preços, não é difícil imaginar que a batalha merçadolágica
a ser enfrentada pelo carvão era guerra perdida. Os números apresentados pelo Balanço Energético Nacional-1991 (MINFRA, 1991), indicando a evolução da demanda de carvão mineral, desde 1975 até 1990, demonstram
que a visão estratégica de mercado estava distorcida,
como será analisado no próximo capítulo.
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117
45
O MERCADO
A palavra mercado tem muitos significados* Em
marketings aponta "todos os indivíduos e organiza0es
que são clientes efetivos ou potenciais para um produto
ou serviço" (Kotlers 1972a, p. 138).
No caso particular do carvão mineral, os consumidores efetivos deste energético são aqueles classificados por setores específicos, conforme indicado no
Balanço Energético Nacional. Este, basicamente, aloca o
consumo de carvão vapor entre "transformação" (geração
de energia elétrica) e "consumo final"' sendo que esta
destinação última do energético encontra-se distribuída
entre os setores de transporte ferroviário e consumo
industrial (cimento, ferro gusa e aço, química, alimentos e bebidas, têxtil' papel e celulose, cerâmica, outros). A demanda de carvão metalúrgico, classificada em
"transformação", diz respeito, exclusivamente% ao seu
processamento nas coquerias (MINFRA, 1991). 0 carvão
vapor, tecnicamente, é chamado de carvão energético.
118
A parte 45 composta pelos capitulas 4.1. e
4.2.5 analisa o mercado baseando-se no Balanço Energ&tico Nacional, ediçáo de 1.99i.
O capítulo 4.1. discute a matriz energética
do País, demonstrando ser a geração termelétrica5 de
longes o principal segmento de mercado para o carvao
braSileiro e sul-rio-grandense. O marketing do carvào5
para os farmuladores de políticas públicas de energia,
deves por isto mesmos ater-se à esta grande aplicação
do produto. Razão pela qual o capítulo deixa, precisamente, de tecer consideraç5ess em maior profundidades
sobre a utilização deste energético em outros setores
da atividade econômicas no Brasil. Adicionalmente, faz
observaçOes sobre o modelo institucional do setor elétrico no País.
Tendo-se em conta as press5es que se avolumam, a nível internacional, contra a queima de combustíveis fósseis, em especial do carvão mineral, o capítulo 4.2. dedica-se a examinar, com mais detalhes, o
problema do comprometimento do meio ambientes principal
óbice à utilização deste recurso energético. Este é o
ângulo da questão cuja abordagem, de modo especial, é
essencial ao marketing da política de energia que con-
i20.
4.1. Carváo e
Política Pública:
A Matriz Energética Brasileira
"Em vez de oásis de auto - sufi cjIncia energâica, (5 quê tiVêM(5t5
em verdade, no Brasil, foram ilhas
de irregponçabilidade politica".
(Sen. Teotonio Vilela Filho, í990)
O carvão mineral, energia fóssil relevante ao
desenvolvimento dos países industrializados, até hoje
não desempenhou papel de destaque na matriz energética
nacional. O melhor instrumento para análise da participação do carvão na matriz energética brasileira é o
próprio Balanço Energético Nacional, divulgado pelo Governo Federal (MINFRA, 1991). Recorrendo, deste modo,
aos últimos dados publicados, com base no ano de 1.990,
o carvão mineral destaca-se como a maior reserva brasileira de energia primária, de fonte fóssil, conforme
indica a Tabela 8.
O exame revela que, no Brasil, o carvão responde por 79 5 2% de todas as reservas e recursos nacio-
1E1
nais de energia fóssil. Entretanto, sua utilização é
inexpressiva, contribuindo, em 1.990, com apenas 1.,3% da
produção de energia primária do País, enquanto o petró•
1e0,
cuias rnerva5 untam mente a
7,0% do total bra•
sileiro desses mesmos recursos, contribui com 21,5% do
total produzido de energia primária, segundo mostra a
Tabela 9.
rabeia
-
RECURSOS E RESERVAS ENERGÉTICAS FÓSSEIS BRASILEIRAS EB 31.12.94 (I)
RECURSOS
ESPECIFICAÇÃO
Petróleo
Gás Natural
óleo de Xisto
Gás de %isto
Carvão Mineral - in sito
Hidráulica
Energia Nuclear
Turfa (5)
UNIDADES
mil m3
milhões m3
mil m3
milhões w3
milhões t
OU ano (3)
t U308
mil t
E
RESERVAS
MEDIDAS/
'PICADAS/
INVENTARIADAS
INFERIDAS/
ESTIMADAS
439733
114574
44514$
111444
10176
75,7
19254$
12933$
349683
83648
9442$$$
235300
22239
51,8
1$895$
357964
TOTAL
EQUIVALiNCIA
X DO TOTAL
ENERGÉTICA
DE FONTES
1.44$ tEP (6)
FÓSSEIS
7,8
2,3
7,8
2,1
79,2
487294
383447
114944
382786
9434$
3881312 (2)
192318/ano}
1915773 (4) i
40092
TOTAL:
4941881
94,4
789416
198218
9247144
2444$$$
32415
127,5
341494
4,8
Fonte: HINFRA (1991), Balanço Energético Nacional 1991, Ano Base 199$
(1) Não inclui demais recursos energéticos renováveis
(2) Coeficientes de conversão variáveis e admitindo recuperação de 54% na lavra subterrânea e 94% na lavra a
céu aberto
(3) Energia firme
(4) Consideradas as perdas de mineração e beneficiamento e sei considerar a reciclagem de plutônio e urânio
residual
(5)Turfa energética seca
(6) Calculado sobre as reservas medidas/indicadas/inventariadas
* Não incluído no total
122
interessante destacar a observaçáo de Patrocínio Motta (1980) de que o carváog sendo combustível fássil, assemelha-se ao petróleo mass ao mesmo tem-
pop dele se distingue em vários aspectos' especialmente
porque, enquanto o petróleo emigra das regi6es produtoras
o carvão simboliza crescimento econômico e densi-
dade Industrial e resiwal nas próprias zonas mineiras.
Esta ótica encontra preocupac5es por parte de Fonseca
(1992) quanto ás seqüelas ambientais nas áreas urbanas
próximas, especialmente após esgotada a exploração. De
qualquer modos a observação de Patrocínio Motta (1980)
é importantes particularmente para o Rio Grande do Sul,
detentor da maior concentração das reservas brasileiras
de carvão que, se exploradas intensamentes alavancarão
o progresso da região em que se encontram.
rabela R
FONTES
-
PRODUÇXO DE ENERGIA PRIM4RIA (Unidade:%)
1975 1976 1977 1978 197, 1984 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1
1989 1994
ENERGIA PRINÁRIA NÃO RENOVÁVEL 16,4 16,4 15,3 15,1 14,6 14,9 16,6 24,7 22,3 24,9 26,3 26,8 26,1 25,2 25,8 26,9
12,3 11,6 14,6 14,1 9,7 9,9 11,3 1234 14,3 17,6 19,4 24,3 19,4 18,9 19:8 21,5
Petréleo
2,3 2,2 2,3 2,4 2,2 2:3 2,5 2,8 3,4 3:6 3,7 3,9 3,8 4,4 3,9 4,1
Gás natural
1,4 1,3 1,4 116 1,6 1,4 2,4 211 2,$ 2,4 1,8 1,7 1,6 1,7 1,4 1,1
Carvão Vapor§
iy8 10 14 1;1 1,1 1,1 1,8 0,7 146 1,6 ty6 0,6 11,4 11,5 414 4,2
Carvão Netalirgico
4,4 4,$ UI 410 4,4 4,4 4,4 2,7 2,0 19, 417 §13 4,8 4,1 4,2 4,4
Urânio (U308)
83,6
84,1 84,7 84,9 85,4 85,1 83,4 79,3 77,7 75,1 73,7 73,2 73,9 74,8 74,2 73,1
ENERGIA PRIMÁRIA RENOVÁVEL
34,1
33,4 35,7 37,8 39,7 44,7 41,1 39,2 37,9 36,7 36,5 37,3 36,8 39,1 39,4 44,4
Energia Hidráulica
47,1
43,7
44,4 37,3 35,3 33,4 3137 2716 25,8 25,4 23,4 22,8 22,1 21,8 21,6 1912
Lenha
5,9
6,5
8,4
9,1 9,5 9,9 14,5 11,4 13,4 12,4 13,1 11,8 13,8 12,5 11,9 12,2
Produtos da Cana-de-Açécar
4,5
4,6
0,6
4,7 1,4 1,1 1,1 1,1 1,4 1,1 1,1 1,2 1,3 1,3 1,3 1,3
Outras Fontes Prim. Renov.
TOTAL
144,1
Fonte: NINFRA (1991), Balanço Energético Nacional 1991, Ano Base 1991
* Carvão Vapor = Carvão Energético
123
O exame da Tabela 9 mostra, claramente, as
diretrizes da política brasileira de energia: de 1975 a
1990, há crescimento significativo da participação do
petróleo na produção de energia primária, no País, passando de 12,3% a 21,5%, enquanto o carvão energético,
que chegou a dobrar sua contribuição entre 1.98i e 1984,
quando o Governo Federal ameaçou disparar uma política
consistente de estímulo ao uso do carvão mineral nacional,
mantem-sem 15 anos depois, ao mesmo nível de pro-
duçgo. O que não chega
retor
R
constituir surpresa para o Di-
da Carbonífera Treviso S.A., Benedito Toledo dos
Santos, para quem, após superada cada crise do petróleo,
"o carvão nacional deixava de ser
uma preocupação ministerial e voltava às suas
dimens5es tradicionais: um pequeno apêndice
atrelado ao CNP e à vala comum do DNPM" (Toledo dos Santos, 1986, p. 79).
Pior sorte tem o carvão metalúrgico, cuja
participação' na produção de energia primária do país,
após haver aumentado quase 40% até 1980, decresce, chegando sua contribuição, em 1990, a nível quatro vezes
inferior ao de 15 anos antes. Em paralelo, crescem, sobremodo, as importaçUs brasileiras de carvão metalúrgico, passando de 2793x103 ts em 1975, a 10146x103 ty
—1
1E4
em
1990 (MINERA,
p. 25). Enquanto, no período s a
dependência brasileira de petróleo importado cai de
79 5 8% para 42,5%, o que é louvável, a dependência de
carvào metalúrgico ft vderior puu ft 712,7N
pçrisQ-
sos 95,9% (MINERA, 1.991, p. 16). Embora países, como o
%Papá°, dependam, também, de insumos estratégicos, basicamente, oriundos do exterior ' a credibilidade e poder
de barganha dessa nação, no mercado internacional, náo
podem ser comparados aos do Brasil, com duas moratórias
da dívida externa na década de 80...
Estatísticas do comércio exterior norte-americano de carvão, fornecidas pela Energy
Administration
Information
e apresentadas por Bennett (1991s p.
177), revelam ser o Brasil o sétimo maior importador de
carvão mineral dos Estados Unidos - logo atrás da França, Holanda, Bélgica/Luxemburgo, Itália, Japão e Canadá
e o terceiro maior merCado norte-americano de carvão
fora da Europa. A análise desses dados mostra, ainda,
que as vendas de carvão para o Brasil, no montante de
milhão de toneladas, representando 2,9% do total exportado pelos Estados Unidos em 1960, aumentaram progressivamente até 1990, quando atingiram a marca de 5,2
milh6es de toneladas, passando a responder por 5,5% do
total das exportaç5es norte-americanas de carvão.
i25
A dependência externa de carvào metaldrgico
fica ainda mais patente diante do fato do atual Governo
Federal, na tentativa de, alegadamente, inserir a economia brasileira no sistema de livre mercado, ter ini-
ciadó
neral
detregulamentacão, exatamente, pelo carvão minacional.
Foi, entáo, atingida bruscamente sua
comercialização, pela reduçáo a zero, num só golpe, da
alíquota de importaçgo do carvgo metaldrgico estrangeiro (Villela, i992)5 fato quê afetou, êomente mo êul ca-
tarinense,
cerca de 600 mil pessoas, entre mão-de-obra
direta e indireta empregada no setor, bem como em atividades correlatas e afins (Oliveira, t992). Adicionalmente, as medidas atingiram, também' o carvão energético ao eliminarem todos os seus subsídios, até então
vigentes' e manterem, entretanto, aqueles relativos ao
óleo combustível, seu grande concorrente (Farias 1992).
O carvão é reconhecido no mundo como energético importante. Constitui-se na maior reserva de energia fóssil do planeta, o que assume relevância ainda
mais destacada quando, no horizonte, desponta o esgotamento das reservas mundiais de petróleo, maciçamente
concentradas no Oriente Médio, em região, precisamente
por isto, alvo permanente de disputas e fonte constante
de insegurança, intranqüilidade e ameaça à paz mundial.
126
Nos Estados Unidos, apenas para efeito - de
exemplo e balizamento, foram empregadas, em 1989, 754
milh6es de toneladas de carvão na geração de energia
elétrica (DOE, 1990, ps 68), enquanto no Brasil, em
1990, a termeletricidade consumiu apenas 945 mil toneladas (MINFRA, 1991, p. 18), 798 vezes menos. O exame
da Tabela 10 permite verificar que a utilização do carvão na produção de eletricidade, no Brasil, tem decréscimo anual relativo no períodos o que explica a oferta
estagnada de carvão energético nos últimos t5 anos,
conforme mostra a Tabela 9, e a maior participação desse combustível no setor industrial. Fato que levou a
geração de eletricidade a regredir de 78,3% para 49,3%
da demanda total de carvão,,entre 1.975 e t990.
De outra parte, a visão do crescimento do
consumo de carvão pelo setor industrial pode conduzir a
uma ilusão de ótica. Observação detalhada mostra que o
aumento da demanda foi causado, especialmente, pelo setor cimenteiro, a partir do estabelecimento da política
de subsídios ao carvão nacional, no final da década de
1970. Nos anos seguintes, com a queda do ritmo da construção civil no país, fruto da derrocada do Banco Nacional da Habitação, intensificada pela recessão econômica, decresceu a produçáo cimenteira e, com ela, o
127
consumo de carváo pelo setor.
Fato agravado, por outro
lado, pela retirada dos subsídios ao uso deste energé-
tico
e pela manutencáo daquelm relativm ao óleo com-
bustível§ A Tabela 10 motra a queda de con5umo de car40 a partir de J.983, também, pelos setores de química
e de alimentos e bebidas. No setor de papel e celulose,
nó
em que pese a crescente participaiao brasileira
mercado
exterior! a redita° da demanda de carváo foi
de quase 50%, no período analisado (i975-1990).
Por tudo isto, não parece crível que a demanda de carvão, pelo setor industrial, seja retomada no
futuro.
Este segmento de mercado, para o carvão, será
marginal.
rabeia 10 - CONPOSIÇÃO SETORIAL DO CONSUMO TOTAL DE CARVÃO VAPOR* (Unidade:2
1989 199$
SETORES
1975 1976 1977 1978 1979 1984 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1
CONSUNO TOTAL (143 tEP)
566 527 725 1154 1097 1195 1794 2193 2163 2196 2472 2931 2697 2247 2224 1917
TERNELETRICIDADE
INDUSTRIAL
Cimento
Química
Alimentos e Bebidas
Papel e Celulose
Outras Indistrias
OUTROS SETORES
CONSUMI TOTAL (X)
78,3
15,9
4,4
4,4
4,4
12,9
4,0
5,8
82,9
14,6
4,9
4,4
4,4
9,7
4,4
2,5
76,7
17,4
5,5
1,4
4,1
8,6
4,1
5,9
82,0
12,7
4,4
4,1
412
4,9
4,2
5,3
72,2
2631
12,1
0,5
1,4
5,5
1,2
1,7
58,1
0,3
24,8
$,1
5,2
5,4
52,8
46,1
28,5
4,4
7,4
4,3
0,8 1,9
1,8 1,1
41,8
57,3
41,5
2,$
6,4
3,7
4,6
4,9
32,7 37,4
66,2 62,0
41,9 38,2
6,5 7,0
7,7 6,6
5,6 5,6
4,5 4,7
1,1 1,4
39,6
59,9
39,8
6,7
4,3
533
1,0
4,5
42,7
57,4
39,1
5,8
3,7
4,3
1,1
4,2
37,7
624
38,1
7,1
5,3
5,6
4,8
4,2
35,2
64,4
41,3
7,7
4,3
6,3
1,4
4,3
48,2
51,5
28,1
5,1
4,9
6,7
$14
4,3
49,3
54,4
29,9
4,9
5,5
6,8
4,5
4,3
114 IN IN I# 90 10 I# I# I# 10 10 10 10 I# I#
Fonte: NINFRA (1991), Balanço Energético Nacional 1991, Ano Base 1994
Carvío Vapor = Carvío Energético
128
A propósito os ceúrios enerséticos elaborados pelo DNC - Departamento Nacional de Combustíveis,
para o período 1991-2010, tanto nas vers5es base ou alta dos cenários macroeconômicos, contemplam a amplia-
ção da participado, apena5, dos setores petróleo, gás
natural e eletricidade. As demais fontes perdem participação relativa no balanço energético nacional.
Mais,
ainda, as diretrizes e políticas específicas estabelecidas determinam "direcionar o uso do carvão mineral
basicamente para a geração de energia elétrica"
(MIN-
FRA/DNC s 1991, p. 76), orientação correta.
Nos Estados Unidos, por exemplo, nove estados
baseiam-se no carvão mineral para a geração de 75% de
sua energia elétrica, quatorze estados produzem entre
50 e 70% da eletricidade com este energético e outras
cinco unidades da federação apoiam-se, em mais de 40%
do total da energia elétrica produzida, na termeletricidade a carvão (DOE, 1990). Estes dados tornam-se
mais contundentes, segundo Barcellos & Leão (1.991),
atentando-se ao fato de que no Rio Grande do Sul, depositário de 28,8 bilhes de toneladas de carvão, do total brasileiro de 32,4 bilh5es (DNPM, 1987, in: MINFRA,
1990), a geração local de eletricidade a partir do carvão atende, somente, a 10,3% das necessidades do Esta-
do. Se:. para Ruas (1.991), esta constatação não é danosa
à
Companhia Estadual de Energia Elétrica
recebe energia a
2
-
CEEE,
que
&Siares, para revender, como compen-
saçáo pela eletricidade que deixa de produzir, tal politica é extremamente prejudicial aos interesses da
Companhia Riograndense de Mineraçáo
CRM Womess
1992, cujo faturamento da Mina de Candiota - com investimentos para o atendimento de demanda corresponden-
te
a nível de operação em torno de 70% da
capacidade
nominal da central termelétrica - é diretamente proporcional ao regime de carga da usina. Adicionalmente, o
consumo gaúcho de eletricidade é satisfeitos em 77,4%,
pela hidreletricidades grande pai-te importada de Itaipu
a preço do kWh superior ao custo de sua geração na Usina Termelétrica Presidente Médicis em Candiota. A respeito da Usina Hidrelétrica de Itaipus diz o Presidente
da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal, Senador Teotonio Vilela Filho (1990, p. 6):
"Itaipus no Sudestes como Tucuruís
no Nortes não eram exigências do consumo nacional, mas eram fruto do desvario irresponsável da tecnocracia dirigente e do apetite
insaciável de fornecedores de máquinas e
equipamentos, dos financiadores externos e
das empreiteiras internas".
1.30
Particularmente para o estado do Rio Grande
do Sul, a conseqüência perversas resultante Na constru ,-
ção de Itaipus podia ser aDte['pa 6 a y
COMO
de fato mais
tarde constatada foi, já na letra da lei N2 5.899, de 5
de julho de 19735 dispondo sobre a aquisição dos serviços
de eletricidade de Itaipu.
O artigo 32 reza: "a totalidade dos serviços
da ITAIPU, Usina de base, que, pelo Tratado celebrado
em 26 de abril de 1973, com a República do Paraguai,
para o aproveitamento hidrelétrico do trecho do Rio Paraná entre o Salto Grande de Sete Quedas ou Salto de
Guaíra e a Foz do Rio Iguaçu, o Brasil se obrigou a adquirir, será utilizado pelas empresas concessionárias,
nas cotas que lhes forem destinadas pelo Poder Concedente n .
A esta determinação soma-se a do artigo 82:
"As seguintes empresas concessionárias: Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE, Companhia Paranaense
de Energia Elétrica - COPEL, e Centrais Elétricas de
Santa Catarina S.A. - CELESC terão o prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da assinatura dos contratos
aludidos no artigo 52 para celebrar contratos
com
a
ÉLETROSUL de 20 (vinte) anos de prazo, para a utiliza-
131
aos em seu conjuntos da totalidade da potência contratada pela ELETROSUL com ITAIPU e da totalidade da energia
vinculada a essa potência contratada, dentro do
mesmo espirito do Tratado firmado entre a Repdblica Federativa
do Brasil e a RepUblica do Paraguai em Cd) de
abril de 197
anexo C".
Esses dois artigos obrigam a estatal gaúcha
de energia elétrica a adquirir, por 20 anos, energia
hidrelétrica gerada em Itaipu, e repassada pela Eletrosul, na quantidade determinada pelo Poder Central.
A Lei cria, em seu artigo 122, os Grupos Coordenadores para Operação Interligada (GCOI) com o objetivo de, pelo artigo 132, assegurar "o uso racional
das instalaç5es geradoras e de transmissão existentes e
que vierem a existir nos sistemas interligados das Regi3es Sudeste e Sul", garantindo ainda, pelo item I,
"que se dê utilização prioritária à potência e energia
produzidas na central elétrica de ITAIPU".
Esta prioridade é reforçada pelo artigo 142
ao dizer: "A partir da data da entrada em vigor desta
Lei, qualquer concessão ou autorização para novas instalaç5es geradoras ou de transmissão em extra-alta ten-
i92
são nas Regieks Sudeste e Sul, levará em conta a utili-
zaçáo prioritária da potência e da energia que
postas à
seráo
disposiçgo do Brasil pela ITAIPU e adquiridas
por ruRwAs e tLETROSUL".
Em 7 de novembro de 19735 o Decreto
regulamenta os artigos 12 e 13 da Lei N
de julho de 19725
2
N2
73.102
5.8995 de
que dispãem sobre a coordenajo
5
ope-
racional dos sistemas elétricos interligados das Regi5es
Sudeste e Sul. Seus dispositivos, definitivamen-
te, subordinam a geração termelétrica à hidrelétricas
dando-lhe caráter complementar. Diz Becker (1978, p.
3):
"Criou-se na lei o espírito de que
a operação ótima do ponto de vista do sistema
como um todo deve preceder à de suas partes e
considera-se que -as usinas térmicas das empresas se constituem em apoio ao sistema e
não a cada empresa proprietária".
Mais do que discutir o mérito da lei, o que
merece uma análise críticas segundo o ex-Superintendente de Engenharia de Termelétricas da ELETROSULs Saul
Odilon Gil Cardoso (1992), são os critérios operativos
empregados pelo GCOI, na administração do Sistema Interligado. O conceito de termeletricidade como "seguro
do sistema", operando na ponta, deveria ser transforma-
133
do em
seguro contra inundacSes". Ou sejas o sistema
abusa da capacidade de acumulado dos reservat6rios das
hidrelétricas, por náo dispor de uma retaguarda sufi ciente de gerado térmicas fato já apontado por Gaudio
(1991), levando a uma política de máxima acumulação
possivel
Wuênciatt
de
gua. Em conseqWe'ncia, quando ocorrem
anorma:k, contudo nem por iseo esporádicn,
inundaçUs e prejuízos SU a resultante natural, como
os que se verificaram na bacia e vale do rio São Fran-
cisco, no início de 1992. é, ainda, Cardoso (1992) quem
afirma que a não f;revalência dos aspectos geopolíticoss
que conduziram à implantação de Itaipu (Motta, 1992),
teria, muito provavelmente, implicado na opção por
ou-
tros aproveitamentos hidrelétricos nacionais, em detri-
mento, igualmente, da alternativa termelétrica a carvão, na vigência dos mencionados critérios do GCOI que,
para Leão (1992), são nova forma de colonialismo...
Este atual modelo centralizado do setor elétrico, para Ruas (1991), só tem dado espaço aos investimentos vultosos, limitando sua realização a grandes
empresas de engenharia e empreiteiras de porte, afastando a inserção dos recursos regionais na complementação da oferta de energia, necessária ao País. Em consequência, estagnou o setor de fabricação de pequenos
1.94
equipamentoss como o de turbinas hidráulicas, por exem-
plos
bem como o de pequenas firmas locais de engenha-
ria, direcionadas ao setor de energia, obstaculizando o
desenvolvimento fis pequenãt centrtds, seiRm kidro
termelétricas (PCHs e PCTs). Para ele# a
tucional
7@v' °O
ou
insti-
do setor elétrico deverá contemplar medidas
que permitam o aproveitamento dos recursos locais, incentivando o desenvolvimento econ60ico regional. Dentre
elas está a posição defendida pelo então Secretário de
Energias Minas e ComunicaçOes do Rio Grande do Sul, Deputado Athos Rodrigues (1992)5 de que os Estados possam
legislar em relação
a concess5es para
geração de ener-
gia elétrica em pequenas centrais e para distribuição
de energia elétrica.
•
Na regulamentação do atual sistema interligado, o Decreto N2 73.102 crias ainda, no artigo 28, contas especiais, as CCC5 "para atender ao rateio dos ônus
e vantagens do consumo de combustíveis fósseis, da Região Sudeste e da Região Sul". A preocupação, no texto
do Decreto, com a criação de contas de compensação para
os gastos com combustíveis fósseis, insumo básico das
usinas termelétricas, documenta a visão, reinante até
recentemente, de que "água é de graça". A propósito diz
Van Dam (19775 p. 154):
135
leo.
"A água é mais valioça que o petró-
Entretanto, o preço do petróleo quintuplicou nos últimos anos e a água segue sendo
considerada um recurso gratuito. As fontes
nào necessariamente secarão, mas isto tem um
preço .
Artigo atual, publicado em revista de circu-
lação internacionalalerta para a escassez de água% em
muitos países, como ameaça à saúde e à
prosperidade.
Denominando-a de primeira commodity, e afirmando
que,
em número crescente de países secos, seu uso principal
é para a irrigação de colheitas que valem menos do que
a própria água, conclui dizendo que, em conferência internacional em Dublin, no início de 1992, grande ndmero
de governos assinou manifesto de que a água é um bem
econômico e deveria ser tratada como tal:
"Se a água for barata, será desperdiçada. Coloquem o preço correto e as pessoas
tratá-la-ão como a commodity preciosa que én
(rhe Economist, 1992b).
Esta foi, também, a posição da Comissão Interministerial para a Preparação da Conferência das NaçU.s Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ao
afirmar que "o recurso hídrico é um bem econômico, finito e vulnerável" (CIMA/XI, 1992 s p. 1).
136
Entretanto, em conseqUgncia da visà'o anacrg-
Na gratuidade dos recursos hídricos, a enugia hidrelétrica ainda é tida como mais barata. Fato que, por
nica
Si só, justifica a opção, da política energética vigorante,
pela geracão
usina entre
kidráuliea. Entretanto, para que a
em operado e paue a produ2ir eletricida-
del há invntimento prévin ne çQutruçh
sUstan-
cialmente maiores em se tratando de hidrelétricas, que
devem ser amortizados ao longo de sua vida útil (Gaudia, 1991). é, precisamente, aqui que se situa o ponto
chave da discussão. A taxa de desconto a ser utilizada
ao longo do planejamento, para ensejar a decisão da solução mais econômicas deve refletir os custos de capital, reais e atualizados, das fontes de financiamento.
Afirmam Becker & Maurer (1990) que a tradicional "taxa de desconto" de 10% ao ano, para planejamento no setor elétrico, deve ser revisada e aumentada
para refletir melhor as condi4es econômico-financeiras
de longo prazo. Destacam, também, que a decisão, quando
a taxa aumenta acima de 22% ao ano, supondo-se que
exista solução hidrelétrica a um custo de US$ 3 mil/khis
deve favorecer a solução termelétrica. Esta opção torna-se ainda mais evidente quando aquele custo sobe para
US$ 5 mil/kW, hipátese levantada por Erber (1988); nes-
12 7
sa circunstância, a hidrelétrica "somente será competitiva para taxas de desconto inferiores a 12% ao ano. Se
a usina termelétrica já estiver instalada, ela deverá
ser substituida somente para taxas de desconto in-reriorm
a 9% ao ano" (Becker & haurerm 1990, p. 11). Por
outro lado, artigo publicado recentemente, em veículo
acreditado internacionalmente, conclui afirmando:
"Barragens são, às vezes, a melhor
maneira de tornar mais confiável a disponibilidade da água; mas somente quando seus custos, a longo prazo, forem, seguramente, meno(rhe Ekonomist,
res que seus benefícios"
1992 a ).
Para Cardoso (1992), além disto, outra grande
distorção' hoje existente, está na falta de representatividade dos custos de referência utilizados no planejamento e em estudos de viabilidade de centrais elétricas, quer de hidra ou termo-geração. Em relação às primeiras, afirma que tem sido notária a manipulação de
valores orçamentários por parte das concessionárias, na
•
busca de fatores de mérito para seus empreendimentos,
com o intuito de conferir-lhes precedência em
relação
às demais alternativas. Quanto às últimas, contratadas
há mais de dez anos e, presentemente, com obras inconclusas ou paralisadas, houve o interesse do Governo em
negociá-las sob a forma de pacotes em que prevaleceu,
138
sobre a necessidade energéticas o interesse de captação
de recursos externos (loan agreeffents). Acrescenta que,
por falta de contratação de obras no Pa/s, recentemente7 não há dados referenciais representativos que possam ser comparados aos preços internacionais atuais
que a transposição destes ao País, de forma pura e simpies, carece de adequação à realidade local.
A dependência nacional da hidreletricidade
foi agravada pela construção de Itaipus fazendo com
que, hoje, seja postulada a complementação térmica do
sistemas sob ótica estratégica. Neste sentidos Marcovitch (i989) recomenda analisar as perspectivas de utilização do carvão mineral como solução para o enfrentamento de nova crise energéticas assim como Leão (1989)
afirma que as reservas de Candiota justificam pensar em
bem mais de uma "Itaipu do carvão", até porque o País
não poderá ficar sujeito aos riscos de alteraçê'es climáticas que comprometam a produção hidrelétrica à qual
está
atrelados como poderá ocorrer, se comprovadas as
previs6es mais pessimistas quanto às conseqüências do
efeito estufa.
Especificamente no tocante à vulnerabilidade
do sistema brasileiro de geração, excessivamente depen-
i39
dente da hidreletricidades diz o BK-Ministro de Minas e
Enêrgia
e ex-Vice-Presidente da República, Antonio Au-
reliano Chaves de Mendonça (1992) que, para o equilíbrio do sistema, é recomendável a geração termelétrica
responder por 20%, e no mínimo por 10%, da produção total de eletricidade. Esta posição indica, conseqüentemente, a existência de amplo espaço ao crescimento
da
participação do carvão mineral na matriz energética nacional.
O Senador Teotonio Vilela Filho (1990, p. 7)
afirmando que o modelo energético brasileiro é baseado,
quase todo, em dois energéticos apenas, petróleo e hidreletricidade, assegura que a alta participação desta,
na oferta de energia elétrica no Pais, atinge "um percentual que nenhum país do mundo aceita, até pelos riscos estratégicos que envolve".
Em várias instâncias iniciam-se movimentos
para alterar o perfil do consumo de energia no País. O
governo do estado de São Paulo, por exemplo, está empenhado s presentemente, em promover alteração de sua matriz energética, contemplando a redução da participação
da hidreletricidade (Arbex, 1992) e o então Ministro de
Minas e Energia, Marcus Vinicius Pratini de Moraes,
140
desfraldava a bandeira da maior participação do gás na—
tural no blanço energético brasileiro. Enquanto isto§
o ent'à'o Secretário de Energias Minas e Comunicaaes do
Rio Grande do Sul, Deputado Athos Rodrigues, pugna por
contribuido -significativa
à
do carygo gaticko
matriz
energética' associado ao gás natural argentino.
Parece incontestáveis à luz de análise mais
acuradas que o perfil da oferta de energia carece de
complementaço térmica e que o carv55o mineral tem papel
relevante a desempenhar nesse contexto. Caso contrários
o espectro da energia nuclear retorna como alternativa
inevitável - mormente agora, em que serão retomadas as
obras da usina de Angra II
outras
(Zero Háras 1992)
-
trazendo
tantas ameaças, desde os efeitos somáticos e
genéticos (teratogênicoss oncogênicos e mutagênicos) da
radia4o sobre o ser humano até os impactos ambientais
da disposiao dos rejeitos radiativos, bem como passando pelas quest6es estratégicas da segurança das instalaçaies e de sua destinaao (La Rovères 1990). este
último aspectos precisamente, abordado pelo ex-Secretário Especial do Meio Ambiente da Presidência da Repúblicas José Lutzenbergers quando afirma:
141
"Um pals semeado de centrais nucleares é país sem defesa. Qualquer guerra
convencional significa guerra nuclear e um
tErfOri5ta disposto a tudo tem mais força Ne
todas as forças armadas. Que me adianta a
bomba se a bomba do inimigo já está localizada em minha própria casa?" (Lutzenbergerm
19775 in: Barcellos & Leão, 1991, p. 1.37).
(;tica compartilhada com o físico Fritjof
Capra quando este afirma:
.9
25
"A energia nuclear e as armas nucleares estão inextricavelmente ligadas, sendo apenas aspectos diferentes da mesma ameaça
à humanidade" (Capra, 1990, p. 20).
'A mesma conclusão, por outro caminho, chega
'3 03
i.'g
3j5"
-23
UJ
Ozires Silva, ex-Ministro da Infra-Estrutura, analisando os problemas da miséria crônica, dos menores abandonados e da educação de base, no Brasil, entre outros
tantos sem solução à vista:
"Não precisamos de nenhum acordo
com a Alemanha para desenvolver a bomba atômica. A bomba vem sendo montada pelo círculo
vicioso da fome e pelas crianças que dificilmente serão educadas" (Silva, 1989, p. 16).
Devido a acidentes com usinas nucleares em
várias partes do globo e, precisamente, ao desastre de
rhree islands o governo norte-americano não permi-
tiu que qualquer instalação, encomendada desde 1974,
S42
entrasse em operação: nem que qualquer nova usina fosse
encomendada a partir de 1978 (Coopers 1990).
Escancara-se desta forma,
do
como
grande
mercado
carvão nacional, a geração de eletricidade junto ás
minas, conforme já apregoado por Pena (1949). Esta
é
defendidas também, pela indústria mineradoras como mercado potencial, com garantia
de demmida dé carvão em
vista dos percalços e insegurança oferecidos pelo consumo do setor industrial, já discutidos à luz do Balanço Energético Nacional, anteriormente:
"Há que se buscar um caminho para
assegurar condiç6es do lado do consumo do
carvão, onde a termeletricidade desempenha
importantíssimo papel no todo" (Araújos 19889
p. 34).
O esforço da indústria extrativistas em modificar a ótica das autoridades federais em relação à
destinação natural do carvão brasileiros parece começar
a surtir efeitos. Prova disto são as recomendaç5es emanadas da Secretaria Nacional de Energias em documento
anexo à Exposição de Motivos
N2
189, de 18 de novembro
de 19915 do Ministro da Infra-Estrutura ao Presidente
da Repúblicas aprovada em 19 de novembro de 1991. Pre-
143
cisamente, com referência ao carvão mineral, é destaca-
da a termeletricidade:
volvimento
"R) Apcsiãr inicitivRe de dmen-
tecnológico do setor de forma a
utilizar processos termoelétricos mais efi-
cientes e que diminuam emisses resultantes
da queima de carvão mineral Sçonv'enis) a re -
peito já foi assinado em 14.11.9is entre a
Inditstria de Carváo' a Secretaria de Ciência
e Tecnologia e a Secretaria Nacional de Energia);
b) Estabelecer de forma clara o
programa de construção de termoelétricas a
carvão, de forma a permitir programação adequada da indústria extrativista;" (MINFRA/SNE, 1991, p. 11-12).
Estranho, entretanto, é a CRM - Companhia
Riograndense de Mineração' ainda visualizar, como seu
mercado prioritário, o segmento industrial, pretendendo
concentrar esforços e investimentos para atender a venda de carvão a varejo (Gomes, 1992), com todos os problemas de logística agravados pela questão ambiental,
quando possui o maior estoque brasileiro do minério
junto ao principal empório atacadista do País...
A importância do redirecionamento do perfil
da matriz energética nacional também é defendida na esfera política, precisamente no Senado Federal, instância superior do Parlamento brasileiro:
144
"Planejar para mudar. é nes.sa pers-
que situamos, por exemplos a urgente
necessidade de rever e de reprogramar a matriz energética brasileiras de forma a atender e a aproveitar a vocaao natural das fontes nacionais. Nem podemos montar toda nossa
poltica em cima dê um ênergétieo de, rmerva;
limitadas e próximas da exaustom como o petr6leom nem em um modelo hidráulico que implica na centralizado dos pargun geradwes
e na conseqüente concentraao industrial e de
pectiva
investimentos" (Vilela Filho' 1.990, p. 9).
E':
interessante observar o que
aponta Ruas
(199i), discutindo o atual sistema de geração. Segundo
ele, o carvo nacional tem sua imagem, indelevelmente,
marcada pelo jargão do "alto teor de cinzas e do baixo
poder calorífico"' conferindo-lhe a categoria de carvão
de má qualidade. Contudo, os rios brasileiros não apresentam, em média, as alturas de queda dos rios europeus
e, nem por isto, são qualificados como "rios de baixa
qualidade". No Brasil, para a geração de i MIAI' a maioria dos rios utiliza mais água (e as turbinas são de
maior porte, devido à maior vazão) do que na Europa.
Diz eles então, que, da mesma forma, o carvão nacional,
com menor poder caloríficos deve ser consumido em maior
quantidade, para gerar a mesma quantidade de energia
elétrica, bem como requer equipamentos adequados ao seu
alto teor de cinzas.
145
Esta és efetivamente, posiçáo de sabedoria
diante da máxima de que "melhor recurso é aquele de que
se dispalen.
Ao mesmo tempo! complementa o Senador da Re-
Teotonio Vilêla Filko, com lácidá visão, om
pronunciamento ;obre a matriz energética brasileirag
como estratégia para o desenvolvimento
do Pais:
"Nessa reavaliação da nossa matriz
energética é preciso repensar o próprio modelo industrial com que convivemos es sobretudos questionar o relacionamento com a larga
faixa de indústrias eletrointensivas já em
operaçâos ou em processo de expansâo ou implantação. Afinal, entre tantos equívocos a
consertar, há também mitos a destruir, como o
de que temos energia abundante e barata. Nem
a temos em abundâncias e só a consumimos barata por conta de uma suicida política tarifárias responsável pelo sufocante endividamento externo e interno do setor, até a
completa exaustâo de suas possibilidades de
reinvestimento e aplicação" (Vilela Filhos
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CiênC185
Econballcce
faculdade§1111.101Eert.
-7
4.2. A Utilizaçáo do Carváo:
Contornando os Efeitos Ambientais.
energia provavelmente
"Usar
causa mais dano ambiental, de um
modo ou de outro, que qualquer atividade humana (exceto, talvez, a
reprodução)".
(Frances Cairncross, 1.991.)
A preocupação com a proteção do ambiente natural intensifica-se cada vez mais, a medida que a sociedade compreende que a preservação daquele significa
a própria perpetuação da espécie humana e da vida no
planeta. Paralelamente ao desenvolvimento econômico,
entretanto, as naçóes veem-se às voltas com problemas
crescentes relativos à proteção ambiental. Como diz
Cairncross (i991), sendo o ar limpo um bem público
nenhuma pessoa podendo ser excluída de usá-lo, ninguém
tem qualquer incentivo para pagar por sua utilização.
Em outras palavras, ninguém é estimulado, sob o ponto
de vista econômico, a manter limpo o meio ambiente.
151
Reill
(1.991., p, 245 yes! a
raiz
do problema no
aumento populacional dos países em desenvolvimento:
"Ainda que a taxa de natalidade es-
teja começando a cair na maior parte do Terceiro Mundo, o crescimento populacional em
alguns países contribuiu e continuará a contribuir para a de9radação do planeta x para a
perda dos recursos naturais, para a pobreza e
para a fome. A continuação do rápido aumento
da populaçgo porá por terra as conquistas e
os investimentos no meio ambiente."
Gutman (19775 p. 48-49)5 examinando a questão sob esta óticas pondera:
"A problemática do meio ambiente
deixa de ser tema das sociedades altamente
desenvolvidas, preocupadas .com alguns aspectos da qualidade de vida ou com a visão apocalíptica dos profetas do ecodesastre, e, ao
mesmo tempo, dramatiza-se sua importância ao
incorporar nessa problemática a situação social do Terceiro Mundo".
Zilberman (1976)
vê a questão de modo dife-
rente. Abordando as distintas realidades dos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, afirma:
"Se as peculiaridades dos países
subdesenvolvidos houvessem sido levadas em
conta, não seria difícil reconhecer que, em
geral, estão situados em estado que pode ser
chamado de pré-contaminação ou, em outras palavras, eles ainda não tiveram a sorte de se
tornar contaminados" (Zilberman, 1976,
P. 25).
15E
O tema da qualidade do meio ambiente é complexo; diz respeito, 1.1ál o somente, a questges ecol6gicas
mas a toda a problemática do desenvolvimento,
plando
contem-
aspectos econômicos% políticos e sociais, como
colocam Miller et alii (1990 ' p. 71):
"Três
quartos da população mundial
vivem em países em desenvolvimento que contribuem, em conjuntos com menos de um quarto
do produto nacional bruto global. Em termos
econômicos de valor agregado, estas pessoas
têm muito pouca importância. Quer isto dizer
que os decisores políticos podem se permitir
desconsiderar suas afliç5es?"
A este respeito, as NaçOes Unidas projetam
problema ainda maior. A população mundial mais do que
dobrou nos últimos 40 anos, saindo de 2,5 bilh5es, em
1950 5 para chegar aos 5,3 bilh5es em 1990. Entretanto,
as participaç5es européia e norte-americana, nesses números' estão caindo, ao passo que a da população africana segue crescendo, percentualmente. No período, enquanto os europeus diminuiram sua representação na população mundial, de 15% para 9,4%, os africanos aumentaram de 8,8% para 12,1%. Segundo as proje4es das NaçOes Unidas, em 2150, uma pessoa em cada quatro será
africana, de acordo com dados apresentados em r evista
de circulação internacional (The Economists April
11th 19925 p. 119).
A questão se agrava ao analisar-se a distribuição de renda a nível mundial: enquanto os países ricos enriqueceram, mais rapidamente do que nunca, os po-
bres ficaram ainda mais para trás. Desde 1.960v os países 20% mais ricos aumentaram sua participação, no produto mundial bruto, de 70,2% para 82,7%. Estas
estg.o, agora, em posi4o
a
na05es
vezes melhor do que :Aquelas
onde vive a quinta parte mais pobre da populaçào
do
globo. A distâncias entre os dois grupos, alargou-se ao
dobro' em 30 anos (The Economist, April 25t6 1992, p.
56).
A consideração desta situação, por ótica inversa levou o Vice Presidente do Banco Mundial, Larr
-
Summers, a proclamar, recentemente, a descarga da poluição do Primeiro Mundo nos países em desenvolvimentos
como solução econômica da questão ambiental; o que provocou forte reação do, então, Secretário Especial do
Meio Ambiente, José Lutzenberger (Novaes, 1992).
A agressão ao meio ambientes entretanto, foi
m uito
maior nos países socialistas do centro e leste
europeus do que nas naçaSes ocidentais, como indica o
seguinte trecho de reportagem, em revista de acreditada
reputação:
154
Ç
"Quarenta anos de má administraçào
eçQlósiu emvenenaram O9 paíse
do centro e leste da Europa. A salvação da
humanidade e da naturezas da morte tóxicas é
a mais árdua tare-Pa das nnvas democraria"
(Der Spiegels 19905 p. 134).
Afirmação quem de certa formam corrobora a
previsào de Zbigniew Brzezinski, feita em agosto de
1988, bem antes da dissoluçáo da Unigo Soviáica:
"O encontro catastrófico da humanidade com o comunismos durante o século XX,
proporcionou, assim, uma visão dolorosa mas
criticamente importante: o planejamento social utópico está fundamentalmente em conflito com a complexidade da condição humana e a
criatividade social floresce melhor quando o
poder político é restringido. Essa lição básica é que torna mais provável que a democracia - e não o comunismo - irá dominar o século XXI" (Brzezinskis 1990, p. 264).
Desde a década de 705 com a divulgação do
"Relatório do Clube de Roma", que as naçb'es industrializadas ocidentais, e suas organizaaes ambientalistass
passaram a discutir amplamente o problema ambiental. O
papel do Estados nesta matérias tem sido exaltado. Para
Ridle (1989)s o controle da poluição, como a prevenção
da violência e da corrupção, é essencialmente uma atividade que o Estados no papel de protetor do interesse
público contra os interesses particulares, tem que regulamentar e fiscalizar. Este és precisamente, um dos
155
pontos mais importantes em se tratando da utilização do
carvão:
a ação do Estado na regulamentação dos níveis
aceitáveis de agressao ao meio ambiente e na coibiao
de abusos à legislação ambiental.
Toda atividade extrativa mineral apresenta
grau de impacto ambiental de alta magnitudes devido às
modifirades físicas e bi(Sticas provocadas nas :;.reas de
sua influência direta e indireta (Williams et alii,
1990). No caso do carvão mineral, além disto, seu beneficiamento, transporte, estocagem e, principalmente,
sua combustão, respondem por parcela apreciável dos
riscos de comprometimento do ambiente natural. Entretanto, estudo recente, desenvolvido pela Associação
Brasileira de Entidades de Meio Ambiente, de Vitória,
Espírito Santo, indica que a suinocultura catarinense,
cujos dejetos equivalem à carga poluidora do esgoto de
28,6 milhões de pessoas, polui tanto ou mais que o carvão, naquele estado (Correio do Povo, 23.02.92).
A propósito, é interessante notar que misturar esgoto a carvão para produzir eletricidade, embora
estranho, é o que a Texaco está fazendo (S.dchrava,
1991). Em seu laboratório de Montebello, na Califórnia,
lodo de esgoto e pasta de carvão estão sendo converti-
1.56
dos em gás para gerar energia elétrica, por processo
que atende as rigorosas normas de proteção ambiental
daquele E..tadO., aS Mais severas dos Estados Unidos.
O sul catarinense é, precisamente, o exemplo
sempre invocado, sobre a polui4o do carvâ'o no Brasil,
onde sua extraçgo causou danos que, presentemente, contam com as primeiras iniciativas sérias de reparacào.
As agress6es ao meio ambiente causadas, em boa dose,
por mineradores particulares, encontram, agora, o interesse do Estado, traduzido por medidas efetivas, em recuperar as áreas atingidas. Para tanto, financiamento
do Governo Japonês, no montante de ii4 milh6es de dólares, está sendo presentemente negociado pelo Governo do
Estado de Santa Catarina, segundo o governador Wilson
Kleinübing (1992), para esta finalidade. De certa forma, uma
atitude que repara a omissgo do passado, por
inexistência de consciência ecológica e decorrente legislação ambiental, que permitiu chegar a este status
quo.
Especificamente, no sul de Santa Catarina, o
processo iniciou quando, em 18765 o Brasil solicitou à
Inglaterra um empréstimo de 30 mil libras esterlinas,
por intermédio das multinacionais da época,
The Tubarâ.o
.
157
Coal ffining Compans
e
rhe
Donna rherea-a Cristina
aos quais -Param somados varias out ros
.
Railwas
y Co.,
(Lucas 1988)5 para a alavancagem da extra4os transpor-
te e utilização do carvão mineral: A partir dç vith,
iniciou
o carváo a construçáo de
sua imagem, no Paiss
muito mais associada às consegiAncias negativas de sua
agresso ao
positivo de
meio tkmbiente do que ao aspecto estratégico
constituir-se no mais abundante
recurso
energético nacional.
Sob ótica simplistas se boa parte desse processo associativo foi devido à omissão governamental no
estabelecimento de legislação específica e fiscalização
adequada da atividade, parcela ponderável cabe, também,
às empresas privadas de mineração as quais, na ausência
de coibição legal' sempre eximiram-se de investimentos
espontâneos cujos benefícios fossem repartidos com a
sociedade. O problema é de mercados para Margulis
(1990, p. 136):
"Pela natureza deste tipo de bens,
há uma falha de mercado envolvida. Os custos
privados diferem dos custos sociais' e uma
firma que maximiza lucro toma deciseSes que
não são socialmente eficientes".
1.58
Greser (1973, p. 220), no entanto, vê a origem
deste quadro na situação paradoxal vivida pelo ser
humano em sociedade:
conflito existente dentro de
"O
cada um (individualmente e coletivamente),
entre "cidadão" e "consumidor", é dilema para
ambos, o homem de marketing e o mercado".
A quet.ttão, entretãntos egtá longe de mgotarse sob o enfoque bilateral do imobilismo estatal e da
práxis empresarial. Os efeitos da indústria carbonífera
sobre
n
meio ambiente dependem, fundamentalmente, da
escala envolvida, do método utilizado, das políticas
públicas vigentes, das medidas efetivamente adotadas e
da visão de marketing da indústria. Evidentemente, nos
países industrializados, em que a atividade do setor
carbonifero continua sendo intensa, o comprometimento
do ambiente natural, dela decorrentes é muito mais severo do que em outras regi6es, onde esta indústria tem
pouca expressão na economia. Objetivando, precisamente,
escala de produção, foram desenvolvidas técnicas de mineração, beneficiamento e manuseio do carvão pelas
principais
naçb'es
produtoras, em muito diferindo dos
métodos empregados, até hoje, em países sem tradição
carbonifera, com repercussão distinta no tipo de agressão causada ao meio ambiente. Esta diferenciação de
1.59
mercados .Paz com que as políticas públicas
t o
decorrente comportamento da inddstria, tamb é m assumam
sua peculiaridades,
g compreensível que autoridades
governamentais dediquem à questão, em países onde o
carvão mineral representa cerca de
M.
das fontes uti-
lizadaç de energia primariam atenção fundamentalmente
diversa
daqutla com que tAte energético é contemplado
em outras naçê'ess como o Brasil, onde não responde, sequer !, por 2% da matriz energética nacional. Conseqüência direta, também, do tamanho do mercado, é a prática
de marketing. Quanto maior a demanda, mais intensa a
atração de competidores que, em busca de ganho de mercado, recorrem a técnicas de marketing privilegiando,
cada vez mais, suas repercussOes na sociedade (Lazer &
Kelle!-J, 1973)5 contrariamente ao que sucede em mercados
fracamente demandantes, estimuladores, por isso mesmo,
dos monopólios e oligopólios que, não atentando às necessidades do consumidor, muito menos se preocupam com
os anseios do cidadão (Luce & Barcellos, 1991).
Sob outro ângulo, afirmam Anderson Jr. &
Sharpe (1973) que, em época de poluição' escassez de
recursos e desbalanceamento do ambiente natural, sérias
quest3es são levantadas sobre o preço necessário para
manter uma economia capitalista e a extensão na qual a
160
sociedade, como presentemente concebida s é viável. A
propósito s colocando que a ciência e a tecnologia se
transformaram hoje.y no novo colonialismo das grandes
potências, com 70% dos habitantes do planeta vivendo no
Terceiro Mundo, fora do seu acesso e controle, Peixoto
(198i) cita o Papa Paulo VI, quando menciona que a era
tecnológica não oferece uma vida nova nem melhor para a
Humanidade; ao que deixa transparecer, muito mais pela
conduta própria do ser humano do que pela tecnologia em
si.
Esta visão, de certa forma, é compartilhada
pelo Diretor Executivo do Programa Ambiental das Naçb'es
Unidas, Mostafa K. Tolba (1989), ao afirmar, referindose
à mudança climática global do planeta, que sua con-
tenção requerirá pouco menos que nova ética global:
crescimento econômico que não ameace a natureza. Pois:
subjacente a tudo está a consciência ecológica de todos
os envolvidos no processo, ou seja, o governo, os empresários, os políticos e a própria sociedade. Consciência que se torna cada dia mais crítica, em sociedade cada vez mais demandante. Fisk (1.977) diz que os
custos ecológicos de marketing tornam-se visíveis mais
rapidamente que os intangíveis benefícios sociais que,
com freqüências surgem com maior lentidão. No caso do
J.61
car40 gad.chos cujo marketing praticamente inexistiu
até hoje; as aaes de marketings a serem encetadas no
futuro
deyerh contemplu est *ibordmem par?, evitw-
custos ecoidgicos à sociedade.
De outra parte, a produção e utilização do
carvão mineral' como toda atividade econômica, não pode
fugir à análise do binômio custo-lucro. Este, pela fixação, até recentemente' do preço de comercialização do
carvão pelo Governos foi objeto de política pliblica específica que, sem inviabilizar o carvão como energético, não contemplou margem para a implantação de medidas
de proteção ambiental' geralmente onerosas, ao longo
das fases de seu processamento.
Com a desregulamentação do setor' instituída
pela Portaria N2 801, do Ministério da Infra-Estrutura,
de 17 de setembro de 19905 o desafio que se apresenta é
ainda maior: duas variáveis, uma de natureza jurídica e
outra econômica, impb'em novos condicionantes. De um lado, o nível de exigência legal com a conservação do ambiente
natural aumentou' fruto de press6es de várias
parcelas da sociedade, a nível nacional e internacional. De outro, o preço do carvão, embora liberado no
País, enfrenta o de energético concorrente, o óleo com-
162
bustível, amparado por subsídios, e a defasagem das tarifas
de energia elétrica (Farias 1992). Convém regis-
trar, no entanto, que o Governo tenta a recupera4o tarifária tendo, somente no espaço de 15 dias do mês de
outubro de 1991, autorizado dois aumentos totalizando
3958% (Leonel, 1991), empenhado em elevar o valor da
tarifas da ordem d.e US$ 45/MWhs a US$ 67/MWhs até dezembro de 1992 (Langes 1992).
Proteao ao meio ambiente envolve custos e
estes, em economia de mercado, têm que ser absorvidos
por preços competitivos que' no caso brasileiro, por
excessiva interferência estatal no setor carbonífero do
País, o absolvem, de certo modos pela inaçào relativa à
proteçào ambiental. Neste contexto' é a tecnologia a
grande aliada, tanto em termos de produtividade, fruto
da competência administrativa e da eficácia empresarial' quanto em níveis de atendimento a normas mais severas de preservaçào do ambiente natural.
Esta constataçào ainda mais destaca a preocupaçào do Senador Teotônio Vilela Filho quando' referindo-se aos preços da energia e à política de tarifas
no País, declara:
163
"Historicamente, no Brasil, os preços e tarifas têm sidos desviados da sua função básica de balizamentos para os agentes
econâmicos, transforwando-se em instrumento
de política econômica ditado por conjunturas
de adver5idadesw Ao invés de sinalizarem e
até refletirem a remuneração dos investimentns R çegUMIC2 do abaçtecimentos a proteçáo
ao meio ambiente, a política industrial, o
desenvolvimento tecnológico e a política de
transportes, por exemplo, os preços e tarihs
têm sido mero e equivocado instrumento de
compressão dos índices de inflação. Tal poli-
tien descambou freqüentemente para oç subsí-
dios,
que em nosso Pais se confundem, quase
sempre, ora com o exacerbado paternalismo de
Estado, ora com a desastrosa cumplicidade com
a ineficiência e o atraso tecnológico" (Vilela Filho, 1991, p. 13).
Barcellos & Leão (199i) afirmam que se as tarifas de energia englobassem os custos reais dos danos
ambientais provocados por sua geração e utilização, a
energia seria reconhecida, pelo seu alto preço, como o
bem escasso que é. Hirst (1990 5 p. 35) diz o mesmo:
"O preço que pagamos pela eletricidade não compensa o dano ambiental provocado
pela geração elétrica."
Por outro lado, afirma Hubbard (199i, p. 42):
"Preços mais elevados encorajarão o
uso mais eficiente da energia e favorecerão
tecnologias eficazes em custo para a sociedade como um todo. Quando os preços refletem os
custos totais, o mercado é um sistema excelente para fortalecer a economia e para lidar
com coisas sérias como ar limpo, mudança climática global e segurança energética".
J.64
Este é, apenas, um dos ângulos da questgo - a
política de preços. Outro
também relevante, diz res-
peito à politica ambiental. A geração de eletricidade,
que responde pelo principal mercado do carvão mineral,
no País e no exterior, é fonte de emiss6es de particulados e gases poluentes. A regulamentação dos níveis
máximos
dessas emiss6es é outra importante tarefa do
Estado.
A queima do carvão produz gases poluentes,
como o dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de nitrogênio (NO x ) e o dióxido de carbono (CO2), além de outros,
lançando, adicionalmente, particulados à atmosfera. Nos
Estados Unidos, por exemplo, segundo Corcoran (1991),
as
usinas termelétricas a carvão contribuem com cerca
de 70% do SO2, 30% do NO x e 35% do CO2 de todas as fontes de poluição do ar. Apesar disto, a autora afirma
que:
"A Estratégia Nacional de Energia
da administração Bush contempla o incremento
da exploração de todos os combustíveis fósseis domésticos" (Corcoran, 1991, p. 107).
O carvão' portanto, segue tendo destacado papel estratégico na política energética americana, como
corroborado por Ascher (i991) e sinalizado por artigo
165
publicado, recentemente' em periódico uruguaio de boa
circulação (El País, 1992).
O que confirma as palavras de Wards em 1?7?;
"Segue-se que, para o próximo séculop um dos combustíveis mais interessantes e
eficientes em custo será, simplesmente, o bom
e velho carvão" (Ward, 1979, p. 33).
O
dióxido de enxofre (SO2) é responsável pe-
las chuvas ácidas, com efeitos nocivos sobre a flora e
a fauna. O Canadá é um dos países mais afetados. Segundo
The Earthworks Group
rios
(1989, p. 16), "14 mil
e
lagos estão mortos", naquele país, devido à chuva ácida. Este é um dos principais problemas enfrentados na
combustão do carvão, provocado, basicamente, pelo enxofre nele contido.
A preocupação com a remoção do enxofre do
carvão é antiga. Experiências de longa data já contemplavam sua eliminação. Os russos desenvolveram procedimentos
sobre
com o emprego de bactérias de efeito
oxidante
o ferro e o enxofre existentes no carvão
rhiobacillus ferrooxidans -
-
RS
reportando removerem de 23
a 27% da pirita da Bacia Donets, em 30 dias (Zarubina
et aliis 1959). Silverman et alii (1963) estudaram o
ió6
efeito do Ferrobacillus ferroaKidans em carvUs betuminOSOS,
sub-betuminosos e lignitos, concluindo que, em
alguns casos, acima de 80% da pirita fora removida em 3
a 4 dias. O desempenho melhor, entretantQl Ni em finos
de carvão. Recentemente o assunto voltou à baila com o
emprego, novamente, da rhiobacillus ferrooxidans, agora
na mineraçáo do cobre na
mina de Rio Tintos em Huelvas
na Espanha. Segundo Merson (1992)5 a proeza da extraçgo
de metais, de minérios de baixo teor, não constitui
maior dificuldade para algumas bactérias.
Uma das maneiras, atualmente, de evitar-se a
formação de dióxido de enxofre no processo de queima do
carvão, é a remoção do enxofre pela ação do calcário,
durante a combustão do carvão em leito fluidizado, tecnologia recente que será abordada no próximo capítulo.
O calcário, entretanto, é empregado como matéria prima,
na dessulfurização convencional dos gases de combustão,
gerando grande quantidade de gesso.
Outra tentativa de remoção do enxofre do carvão é a tecnologia do carvão "auto-limpante"
(self-
cleaning coal), desenvolvida por Genesis Researchs
no
Arizona. De acordo com Breimer (1.991), as impurezas
são, inicialmente, separadas do carvão por notação. O
i67
carção é finamente moído e s então, adicionado a líquido
pastoso com densidade previamente determinada, pelo emprego de partículas de composto ferroso. O carvão flutua mas as impurezas afundam. O ferro é, mais tarde,
removido magneticamente. O processo remove, virtualmen te, todo o enxofre inorgânico. Para remover o enxofre
orgânico! entretanto! é nece55áriQ um 5çsund9
tio
onde o carvâ'o em pá é misturado a ingredientes químicos
(segredo comercial) e, então, peletizado. Quando o carvão é queimado, estes produtos químicos reagem com o
enxofre orgânico, aprisionando-o nas cinzas.
As pesquisas, contudo, seguem procurando caminhos que conduzam à remoção dos gases sulfurosos emitidos pelas centrais termelétricas. Entre estas,. segundo Coghlan (1991), figura a das empresas britânicas de
eletricidade empregando, em contra-corrente, um absorvedor com água do mar que remove 90% do dióxido de enxofre existente nas emiss6es gasosas. O problema, ainda
não resolvido, fica por conta dos metais pesados contidos no carvão - particularmente, mercúrio e selênio
que podem contaminar a água do absorvedor e, daí, o
efluente descarregado no mar, passando incólumes pelo
estágio anterior de pré-dessulfurização.
168
Muitos dos estragos atribuídos à chuva ácida,
contudo, parecem ser culpa dos óxidos de nitrogênio
(N0 x ) produzidos em motores de combustão interna que,
UUCnteMilUlte,
rczpondem pela maior parte
dos danos
causados às florestas, segundo artigo publicado pela
revista
rhe Economist' exemplar de 1.6 de fevereiro de
1991., à página 76. Além disto, atribuir a parte da cku-
ya
ácida causada pelo dióxido de enxofre (SOp) exclu-
sivamente á combustão do carvão, não é correto. Segundo
o referido artigo, o plâncton produz compOstos sulfurosos que, no ar, tornam-se dióxido de enxofre (SO2), assim como a quantidade deste gás produzida no mar - e,
em menor extensão, por processos similares em terra - é
grande e incerta.
Adicionalmente, o SO2 dos combustíveis fósseis pode encorajar a formação de nuvens; é por isto
que estas surgem na esteira dos navios. São mais úmidas
e refletivas que as demais, devolvendo a luz do sol para o espaço e parecendo, provavelmente, resfriar a Terra, contrabalançando o aquecimento provocado pelo CO2.
Como diz Michaels (1991, p. 40):
"Os hábitos sujos da indústria de
combustíveis fósseis podem provar possuir seu
lado bom, postergando o início de um mundo
mais quente".
16?
De acordo com Tom Wigle, da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, o efeitO
de aquecimentop das emiss'óes de dióxido de carbono
(C0e) pelos combustíveis fósseis, é comparável ao resfriamento causado pelo dióxido de enxofre (SOF) emitido
ao mesmo tempo. O problema residem basicamente, na zona
de influência dos fenômenos. Enquanto o SO2 tem efeito
locai confinando-se, principalmente, ao hemisfério norte, área da maior concentração industrial do planeta, o
CO2 produz efeito global. Além disto, enquanto este gás
tem longa vida, permanecendo por séculos na atmosfera,
aquele extingue-se em pouco tempo (The Economist, 1991,
p. 16).
Dos chamados "gases de estufa" - diáxido de
carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (N0x), clorofluorcarbono (CFC), metano (CH4), vapor d'água e outros - o
CO2 é objeto das maiores preocupaçáes, considerado como
principal responsável pelo aumento do "efeito estufa".
Segundo Bo:jle & Ardill (1989), a atmosfera da terra pode ser comparada à pele, no corpo humano. Protege, regula o calor do corpo e permite a passagem controlada
de substâncias entre o corpo e o ambiente. é uma espécie de escudo da vida que, como a pele, é vulnerável à
danificação. O aumento da concentração dos gases de es-
17 0
tufam como o crescimento da espessura da pelem é mudança que pode causar desconfortável sensação de calor.
O ar próximo à superfície do planeta é quente. A luz do sol, passando através da atmosfera, ',go o
aquece diretamente mas é absorvida pelo mars pelo solo
ou pela vegetação. A superfície aquecida da Terra irradia, então, o calor de volta ao espaço; mas este fluxo
de radiação para o exterior ocorre em comprimentos de
onda bem maiores que os da luz solar, na parte infravermelha do espectro. A radiação infravermelha' em sua
viagem de retorno, é parcialmente retida pela "opacidade" dos gases de estufa à esta radiação, aquecendo a
atmosfera e o ar próximo à superfície. Este processo é
conhecido como "efeito estufa".
Os elementos básicos deste processo, e mesmo
a preocupação de que os níveis atmosféricos do dióxido
de carbono (CO2) poderiam estar aumentando, com conseqüências desconhecidas, não são conceitos novos. Segundo Nance (1991), o matemático francês Jean Baptiste
Fourier percebeu, em 1.827, que a atmosfera da Terra retinha o calor do sol para manter a superfície habitável, característica que ele descreveu comparando a atmosfera a uma estufa. Contudo, de acordo com Oribbin
17i
(1988) e Nance (1991)R foi o físico britânico John bndali quem descreveu, em trabalho publicado no Philosophical Magazine
na Inglaterra, em 1863 ' o papel do
vapor d'água como o de gás que, agora, seria chamado
"de estufa".
O
químico sueco Svante Arrhenius foi, en-
tretanto, o primeiro a perceber, formalmente, que
a
queima de carv'áo e lenha, em grandes quantidades, estava liberando, anualmente, milháes de toneladas de diáxido de carbono (CO2) na atmosfera. A propósito, escreveu, em
19065 que o efeito de aquecimento provocado
talvez tivesse seu lado positivo; atmosfera mais quente
poderia significar melhor produção agrícola em todo o
mundo
e, se a quantidade de diáxido de carbono na at-
mosfera fosse o mecanismo regulador das eras de glaciação da Terra, o aumento da concentração de CO2 poderia
prevenir o retorno às glaciais no futuro distante
(Nance, 1991).
Juntamente com o vapor d'água, as nuvens e o
diáxido de carbono (CO2) respondem, aproximadamente,
por 90% do "efeito estufa", ficando o restante por conta do ozônio (02), metano (CH4) e outros gases (Krause
et alii, i990). Presentemente' há correntes que atri-
172
buem ao dióxido de carbono (Wp) a principal parcela de
culpa pelo aumento do "efeito estufa" relacionando, entre as atividades que mais contribuem à elevação de sua
conce.ntraçào
na atmosfera, a queima de
fôsseis e de florestas. Este aspecto do problema merece
atimçãn; a tendncia futura será a de crescentes pres-
sNes internacinnais contra o uso de energia proveniente
de fontes fósseis, o que valorizará, ainda mais, a con-
tribuição
dn gás natural para a viabilização da queima
do carvão, com o emprego da tecnologia do ciclo combinado, na geração elétrica.
A propósito, notícia atual, em jornal europeu
de circulação mundial, afirma que a Comissão Européia
revelará, em maio deste ano, os planos do imposto sobre
combustíveis fósseis e energia nucleari, como forma de
pressionar o declínio das emisses de diáxido de carbono (CO2), considerado o principal gás de estufa. Esta
estratégia, seguramente, tem um alvo maior: dar legitimidade à Comunidade Européia para exercer pressão sobre
a administração Bush, que se recusa a discutir medidas
de redução do aporte de CO2
atmosfera, no país que
I 'O inposto iniciaria a OU 3 por barril de petróleo er ff931 amentando até 05$ 1# pelo ano effe
European, 16 April 1992, p. 25).
(Me
i73
mais contribui para o agravamento do problema a nível
mundial; se bem que noticia em Zero Horas de 2 de maio
de 19925 à página 3i, sinalize indícios de mudança.
Para o Brasil, que nem bem iniciou a utilizado de
reurvu de carvgo mineralp se esforço ime-
diato e inaudito não for desenvolvido
vigorosamente,
poderá significar o adiamento perpétuo do aproveitamento deste energético. Como apontado por Barcellos & Leão
(199i), citando Krause et alii (1990, Pa 1.5—i6):
"Os rígidos limites de aporte de
carbono, decorrentes da estabilização climática, reduzem grandemente o valor, a longo
prazo, dos combustíveis fósseis para os países em desenvolvimento".
Em suporte ao maciço emprego do carvão pelo
Brasil, em que pese o aporte adicional de CO2 proveniente de sua combustão, há afirmação de membro do Eh-
erg Research Advisor5 Board, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Robert W. Fri (1991, p. 35):
"Não seria razoável esperar que um
pais pobre gaste seu dinheiro escasso para
limitar suas emiss6es de dióxido de carbono
em benefício da sociedade mundial. Nem ajuda
muito invocar o princípio familiar de que o
poluidor deve pagar. Simples justiça sugere
que, se os países desenvolvidos querem que
sejam limitadas as emiss5es de dióxido de
carbono, devem pagar por essa limitação de
174
alSUma formar embora isso levante uma série
de problemas sérios. Naturalmente nossos líderes políticos vão observar que esse pagamento significa a transferência de recursos,
tirando de quem vota neles para aplicar em
quem não vota".
IE:ta visão é, também' compartilhada pelo ex-
chanceler soviético Eduard 3hevarnadu (1??1, pi 5Q?;
"Todos compreendem que o planeta é
nose,o lar comum mas, presentemente' os governos s!âo responsáveis por seus países, náo pe(in: Barcellos & Leão, 1991,
lo planeta"
p. I.41).
O problema é lidar com a arte do possível, em
termos políticos e PronAmicos. Afirma Nance (1.991,
p. 273):
"Somente economias estáveis serão
capazes de suportar os impactos, possivelmente dispendiosos' no empreendimento das ac6es
necessárias para modificar o futuro projetado
de nossa sobrecarga mundial à atmosfera."
A propósito, o governo espanhol está em vias
de adotar um plano nacional de energia que, pela primeira vez, contempla limites para a diminuição da poluição. Entretanto, segundo Monahan (19919 p. 14)9 permite aumento de 36% das emissb'es de dicixido de carbono
(CO2)
das grandes indústrias e usinas termelétricas,
sob a alegação de que a isto tem direitos por serem
173
mais baixas que a média da Comunidade Européia. Esta é
a principal dificuldade que está sendo enfrentada pela
ComisAo do Meio Ambiente da Cominidade: passado um ano
do compromisso de corte de emissóes de dióxido de carbono s D~0 há plano algum para colocar em prática este
compromissos segundo reportado na sedo Coo/Rent da revista
New Scientist!,
exemplar de 28 de setembro de
1
i99is a pagina ii.
As conseqüências do aumento do "efeito estufa" na mudança climática da Terra sgo, ainda, um problema controvertido. Para o cientista do Instituto para
Assuntos Espaciais da WASA Vittorio Canuto (1990' há
falta de observaçóes em quantidade suficiente, é necessário maior desenvolvimento da teoria sobre a matéria
e, finalmente, há carência de capacidade computacional
para tratamento dos complexos modelos matemáticos e das
simulac6es
envolvidas. também, a posiçgo de Nieren-
berg (1991) que, embora acredite no "efeito estufa" por
emissóes antropogênicas de dióxido de carbono (CO2),
afirma ngo haver resultados teóricos válidos acerca de
modificaçóes na probabilidade de eventos climáticos extremos, como as estiagens. 1:4 de opinigo, quanto aos gases de estufa, que, se açb'es forem desenvolvidas para
mitigar possíveis efeitos climáticos adversos, ...ejam
atacadas,
em primeircs
lugãrm at êmit.~ dm. cloro-
fluorcarbonos (CFCs); a turbação na economia será bem
menor do que para a supressão de volume equivalente de
digxido
de carbono (CO2). Enquanto isto' tempo seria
ganho para melkor identi.ficacáo
êliminacács d'at várim;
fontes de óxidos de nitrogênio (NOw) e de metdno (G114)y
sem causar, também, impactos econômicos maiores.
Gribbin (1988) e Krause et alii (1990) identificam, como as mais importantes fontes antropogênicas
de emissão de óxidos de nitrogênio (N0x), a queima da
biomassa
a combustão de fontes fósseis de energia.
Segundo Beardsleu (1992)5 entretanto, pesquisas conduzidas por Colin Johnson e cientistas do Laboratório
Harwells em Didcot, na Inglaterra, estimam que as emiss6es de dióxido de nitrogênio, em altitudes freqüentadas pelos grandes avi6es de passageiros, exercem efeito
30 vezes maior, sobre o aquecimento da superfície da
Terra, que as mesmas emiss6es ao nível do solo. Acreditam estes cientistas que as emiss6es dos avi6es a jato
podem ser tão importantes, para o aquecimento global,
quanto a éombinação de todas as outras emissOes de óxidos de nitrogênio.
117
Oribbin (1988) liga o aumento da concentração
de metano (6114) na atmosfera ao desenvolvimento da
agricultura, em nível mundial' como conseqüência da
crescente demanda de alimentos no planeta. Os autores
apontam' como principais responsáveis pelas emiss6es
deste
gás, também produzido por bactéria em locais po-
bres em oxigênio, os rebanhos de gado, a queima da bio-
massa, pântanos' arrozais irrigados (pântanos artificiais), escapamentos de gás natural, a mineração do
carvão e aterros sanitários.
A respeito, é interessante registrar o esforço encetados recentemente, por cientistas britânicos
para determinar, exatamente, quanto metano (CH4) é emitido por um animal, já que o aparelho digestivo do gado
é fonte notária deste gás. Segundo reportado na seção
Feedback da revista Néw Scientist, exemplar de 9 de fevereiro de 19919 à página 69, o Departamento do Meio
Ambiente inglês desenvolveu aparelho para efetuar essas
mediç5es (já que fazê-las diretamente não é tarefa simples nem agradável), eliminando, desta formas as estimativas até hoje utilizadas. Instalado o equipamento em
recinto com 10 bois' os cálculos mostraram que cada
animal produziu (por eructaçUs) 470 litros de metano
(CH4) por.dia, equivalentes a 336 gramas. Considerado o
178
rebanho mundial de um bilhgo e 300 milhes de cabeças,
somente o gado produz 160 milh5es de toneladas anuais
de metano ' equivalentes, como gás de estufa, a um bilhgo de toneladas de dióxido de carbono.
Embora Jeremy Rifkin, o mais proeminente e
polêmico ambientalista norte - americanos em seu recente
e controverso livro
Be:fond Beef: The Rise and Fall of
the Cattle Culture, afirme que o metano liberado na atmosfera ' pelo gado, seja de 60 milh3es de toneladas
anuais, número sensivelmente abaixo do adotado pelo Departamento de Meio Ambiente da Inglaterra, ainda assim
suas preocupaç5es sgo inquietantes.
Para Rifkin, a populaçgo mundial de bovinos é
espectro
chocante de doenças ecológicas. Acusando os
rebanhos
gigantescos de despojar cursos d'água e aqüí-
feros subterrâneos, nos Estados Unidos, de contribuir
Para a desertificaço de terras áridas, de
vegetaao
frágil, na regigo do sub-Saara africano, e de ser causa
de transformaao da floresta tropical em pastagens, nas
Américas Central e do Sul, afirma Rifkin:
"Em média, uma vaca come 410 kg de
vegeta4o por mês. é, literalmente, um gafanhoto de cascos" (Rifkin, in: Nash, 1992).
179
Apresenta,
ainda
uma estatistica
preocupante: enquanto o peixe consome 1,6 libras de
alimento para produzir uma libra de carne, o gado come
9 libr.A5
'sói"
O
sível
librã ek! nrilt prodnielã (Nàtk, i992).
também estí sendo considerado COMO pos-
suspeito do "efeito estufa". Recente correlaçáo
entre as variaç5es solares e insinuaç5es de mudanças
climáticas é especulada, conforme Roberts (1989) e Kerr
(1991). Este mostra que uma estreita correla4o da atividade solar com a temperatura terrestre tem fascinado
os
climatologistas. A análise das duas curvas indica
que, quando o intervalo entre os picos da curva, correspondentes ao aumento das manchas solares, começa a
diminuir, ao final do século passado, o hemisfério norte principia a aquecer. Quando o ciclo das manchas solares pára de diminuir e começa a aumentar, ao redor de
1940, a temperatura principia a cair. Novamente, quando
o comprimento do ciclo solar inicia a diminuiao, na
década de 1960, a temperatura começa a subir, de novo.
Na pesquisa desta correlação, entretanto,
dois climatologistass Eigil Friis-Christensen e Knud
Lassen, do Instituto Meteorológico Dinamarquês, enfrentaram a dificuldade imposta pela ausência de registros,
180
tanto sobre o clima quanto sobre a atividade solar. Os
pesquisadores encontraram dados, sobre as temperaturas
no hemisfério norte, somente até 1870, e as mudanças na
irradiação solar têm sido monitoradas, acuradamente,
apenas nos atimos 10 anos. Optaram' então' por usar o
comprimento variável do ciclo da; mancha; çolareç, correndo
o risco de que, pelo emprego de período de tempo
to curto, a correlaao aparente seja mera coincidência
(Kem-, 1991). Sobre e s te mesmo tema, manifestavam-se
cientistas norte-americanos em 1989. De acordo com o
trabalho intitulado
Sreenhouse
Problem,
Scientific Perspectives on the
de William Nierenberg, Robert
Aastrnw e Frederick Seitz, não há evidências de que o
aumento de temperatura de 0,513C, que ocorreu neste séC U109
esteja correlacionado com emiss6es de gases de
estufa. Nierenberg et alii predizem, além disso' que a
diminuição da atividade solar, no próximo século, conduzirá á tendência de esfriamento que compensará qualquer aquecimento por "efeito estufa", segundo Roberts
(1989). Este afirma ainda que' no inicio de 1989, o Governo Norte-americano tentou bloquear a participação
da
Ehvironment Protection Agency (EPA) em encontro in-
ternacional sobre mudança climática, em Haia, quando os
Estados Unidos recusaram comprometer-se a cortar emissOes de dióxido de carbono (CO2).
Esta postura do governo americano, atendendo
a interesses da indústria mais poluidora do mundo, em
ano eleitoral, coloca-o, por outro lado, em posição de
&1jMo
.
tPns5
por enclençie., do Rio Qrulde do Uls N:15 pre gaúchas de larga utilizaao de suas reservas de
carvão mineral. Além disto, combatendo a destruição da
floresta amazônica, o Presidente Bush contem a expansão
hidrelétrica na região fortalecendo, desta forma, a
termeletricidade...
Em contrapartida, o governo americano enfatiza, a nível global do planeta, o mérito da proteção dos
sumidouros (sinks) que absorvem os gases de estufa, como as florestas tropicais - com a Amazônia em primeiro
plano conforme artigo da Gazeta Mercantil de 1.8 de
fevereiro de 1992, ì página i7. Implica isto, para o
Brasil, grandes press6es internacionais para a drástisuspensão das queimadas na floresta amazônica,
atual contribuição nacional, mais significativa, á acumulação de CO2 na atmosfera. Entretanto, é conveniente
lembrar o que destaca edição especial sobre o meio ambiente, de renomada publicação de circulação internacional, referindo-se ao desmatamento nos Estados Unidos:
1.82
"Para o crescente horror da Sociedade das 4reas Virgens Wilderness Society),
subsídios estão encorajando a exploração de
madeira na Ultima grande floresta temperada
da América, a Tongasss no Alaska. Talvez
05 brasileiros devessem protestar"
(Environment Survesm 15789-91, p. 14. In: The Eco-
nomit, 1991).
Além disto, o parluentar jRponês Kano Aichi
afirma taxativamente:
"Os Estados Unidos não podem pedir
que os países em desenvolvimento parem de
causar danos ao ambientes se Washington mantém o preço da gasolina para os norte-americanos a um terço do custo na Europa e no Japão e se 4% da população mundial pode ser
responsável por 24% das emissOes de gases venenosos" (Aichis 1992, in: Bittencourt, 1992s
P. 24).
A preocupação de Aichi pode ser melhor compreendida pela constatação de que:
"Em conjuntos motoristas de Los Angeles rodam diariamente 240 milh6es de quilômetros: a mesma distância entre a Terra e
Marte" (The Earthworks Group 1989).
Efetivamente, é crucial a ação do Estado na
problemática ambientais a começar pela definição dos
limites toleráveis de emiss5es agressivas ao meio
am-
biente. Para isto, é importante a manifestação da sociedade, por intermédio de seus representantes no parlamentos sobre os níveis por ela aceitos, uma vez que o
i83
ambiente natural é um bem comum. Além disto, para a fixação de normas, que posteriormente possam ter seu cumprimento fiscalizados é imperioso que o poder público
conte s previamente, com dados reais das emiss6es exis-
tentes
(Fonseca 1992a). Caso contrário a providência
normativa estatal pode tornaT-se um óbice RO verdadeiro
interesse nacional.
A respeito, Barcellos & Leão (1991) destacam
que, enquanto para as naç6es industrializadas do hemisfério norte - que já comprometeram o meio ambiente,
fruto, precisamente, do seu desenvolvimento econômico
embasado em combustíveis fósseis - é importante a adoção de limites rígidos às futuras emiss6es, para países
como o Brasil a visão do problema não deve, necessariamente, ser a mesma. Além disto, os países desenvolvidos
têm procurado adotar restriç6es, ao aporte de gases
contaminantes à atmosfera, de forma gradativa, estabelecendo metas crescentes em planejamentos de longo prazo, preocupando-se com possíveis reflexos desastrosos
em suas economias. E o que acontece no Brasil?
Com referência às emiss6es provenientes da
combustão do carvão mineral - particulados e emanaç6es
gasosas - o Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA,
i84
pela Resoluçào
N2
08/90, de 6 de dezembro de 1990, fi-
xou os limites máximos permitidos no País. No teXto legRly
as fontes poluidoras fixas (usinas termelétricas)
são classificadas em dois grupos: com potência nominal
total
até 70 MW e acima deste patamar.
Se os limites impostos, para o
terial
aporte de ma-
particulado, sà".o bem mais tolerantes que os vi-
gentes nos países industrializados, o contrário verifiem rela4o às emana4es de dióxido de enxofre
(SO2).
Para as pequenas unidades geradoras, os limites máximos de emissão « permitidos pelo CONAMA « comparam-se 'às médias exigidas nos países do hemisfério norte (Silva, 1991« in: Barcellos & Leão « 1991, p. 1.43).
Para as instalaç6es acima de 70 MW, entretanto, a regulamenta4o brasileira imp5e limites mais severos que os
da Suécia, "dentre os países do Primeiro Mundo, seguramente o mais radical quanto à questão ambiental" (Sobreiro, 1991), da Alemanha, da França e dos Estados
Unidos, sendo que, neste último, a geraao termelétrica consumiu, em 1989, 798 vezes mais carv'áo que no
Brasil...
i85
Por isso, deve prevalecer a cautela na ciadora4o dessas normas para evitar' segundo Barcellos &
Leão (1991, p. 1.34):
"O risco de que o excessivo
rigor
ti.knieõs intpiradõ na rmulamentacáo adotada
em países industrializados' cujo estágio de
desenvolvimento é muito mais avançado e onde,
em conseqüência, é intenso o srau de compro-
metimento ambiental, leve a uma atitude de
cópia servil, por visão limitada, e conflite
rOM õ intereççe nacional".
Convém notar que a Comissão Interministerial
para a Preparação da Conferncia das Naçáes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em sua agenda para
a XI Sessão, de 7 de fevereiro de 1.992, na parte relativa à proteção à atmosferas afirma:
"No que diz respeito aos padráes de
rendimento de combustíveis e de emissáes, vale o cuidado para -que tais padráes não venham
a revestir-se, no futuros de caráter mandatário indiferenciado, ou seja, tanto para países desenvolvidos como em desenvolvimento, o
que poderia acarretar obrigatoriedade de importaçb'es de novas tecnologias pelos últimos"
(CIMA-XI/3, 1992, p. 4).
A p'reocupação da Comissão Interministerial,
entretanto, deveria voltar-se à ação do CONAMAs que já
implantou padrOes de emissão, para usinas termelétricas,
inadequados ao estágio de desenvolvimento do Bra-
sil. Neste caso específicos o óbice não é externos é
J.86
interno ao País. A importação de novas tecnologias, se
disponíveis, não é o maior problema, já que este se refere à disponibilidade de recursos
fiwanceirm pelo
comprador e à vontade do detentor da tecnologia em vendê-la ou transferí-la. A grande dificuldade consistes
precisamente, em sua adequação aos recursos energéticos
dispon:veis no Pais; o que implica em investimentos em
P&D, área merecedora, tradicionalmente, de pouca atenao por parte do Governo, além do próprio desenvolvimento de recursos humanos, na área da termeletricidade,
uma das principais preocupaç5es reportadas nas conclus5es a que chegou o Grupo de Trabalho de Usinas Terme14.tricas a Carvão, em seu Relatório Final:
"Foram identificadas vulnerabilidades inquietantes' principalmente no que se
refere à disponibilidade de mão-de-obra qualificada, decorrente da perspectiva de dispersão daquela especializada, pouco numerosa
e arduamente formada e mantida ao longo de
incurs6es isoladas nas áreas de projeto,
construção e operação de usinas termelétricas
a carvão no sul do País" (ELETROBR4S et alii,
1989, p. 90).
Estas sãos efetivamente, algumas das raz5es
que levaram à assinatura, em 14 de novembro de 1991, do
Protocolo celebrado entre a Secretaria da Ciência e
Tecnologia da Presidência da República, a Financiadora
de Estudos e Projetos - FINEP, o Ministério da Infra-
187
Estrutura, a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBR4S e o Sindicato Nacional da Indtistria de Extração
de Carvão - SNIEC cuja cláusula primeira reza:
O presente Protocolo tem como ob-
jetivo principal buscar a adequação da tecnolo9ia nacional de produçáo e uso do carváo
mineral em usinas termelétricas aos padrUs
ambientais de e0is55es exigidos pela legislar5i'n "
Hás ainda, o agravante de que tais imposiçKess pelo CONAMAs foram emitidas de um só golpes
sem
preocupaçb'es com suas seqüelas na economia do País. Se.
não reformuladas e adequadas à realidade brasileiras
terminarão por inviabilizar o programa termelétrico na.:cionals
mesmo os modestos objetivos contemplados no
Plano 2010. A inadequação das normas ambientais do CONAMAs propostas por iniciativa dos então, Departamento
de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul (Barcellos
Pochmann
biental
Leãos 1991) é reforçada pela constatação de
(1990), analisando o Relatório de Impacto Am(RIMA), do 12 Módulo da UTE Candiota III:
"O RIMA conclui que o impacto sobre
a qualidade do ar se reflete em um acréscimo
na média anual de SO2 na atmosfera compreendido entre 17 e 92%. Entretanto, a folga na
qualidade do ar é tal que estes índices não
afetarão a qualidade do ar na região a ponto
de comprometer a saúdes segundo padrCies mundiais.
i99
Por outro lado, o Departamento de
Meio Ambiente - DMA, previamente à realização
dos estudos, estipulou um padrão de emissão
para SO2 que induz ao uso obrigatório de dessulfurizadores com eficiência entre 80 e 90%,
orçados em aproximadamente US$ 300 milhges, e
cuja tecnologia apresenta diversas incertezas
quanto à aplicabilidade em Candiatas sem as
adaptaçóes necessárias.
Com certeza, o padrão de emissão
para 90p será a quegtào maig polêmica que
surgirá durante o processo de análise do RIMA
pelo DMA. Se os padres de emissão, estipulaantes do levantamento das condiçUs amdos
forem inegociáveis,
da região,
bientais
questiona-se a finalidade dos Estudos de Impacto Ambiental requeridos pelo mesmo órgão"
(Pochmann, 1.990, p. 14.10/4).
g
Is
SE
O problema da compatibilização da proteção
' ambiental com a geração de eletricidade não fica, porém, restrito somente
termeletricidade. Também a ge-
ra4o hidrelétrica é motivo de preocupação' especial-
mm
43
mente no tocante ao aspecto social das populacoes atingidas pelas obras de maior porte, além da agresso am-
biental provocada pela bacia de acumulação. A propósito, dizem Teixeira & Bessa (1990, p. 1245):
"Surge a necessidade de se planejar
a intervenção ambiental de grandes empreendimentos sobre o território, como uma tentativa
de "abrandar" os desastrosos resultados que
vinham sendo apresentados pela implantação
desses grandes projetos, entre eles os hidrelétricos".
1.89
A agressão ambiental de obras hidrelétricas é
conhecida. Sobre itaipu, Lutzenberger (1992) menciona,
além ido ilA problemu de read.;entlmentn do; colono; de;locados, o reflorestamento das margens e o remanejo dos
pPixf., • de piracema, entre outros. Faz!, também, crítica
contundente sobre algumas centrais na Amazônia:
"Em Samuel, em Rondônia, temos novecentos quilômetros quadrados de floresta
inundada, a maior parte com tão pouca profundidade que as árvores ainda estão com três
quartas partes fora da, água. De avião, o lago
se distingue não pelo brilho da agua, mas pela cor parda das árvores mortas. Toda esta,
devastação — nem a madeira foi aproveitada —
produz ridículos noventa megawatt, um quilowatt por- hectare inundado, dois hectares por
chuveiro elétrico. Em Balbina é pior. A bio--massa da floresta representava muito mais
energia, uma plantação de cana dá um mi.ltiplo
disso. Barragens como Samuel e Balbina só têm
sentido para empreiteiras e políticos corruptos" (Lutzenberger, 1992, p. 28-29).
O impacto da afirmação de Lutzenberger (1992)
é ainda mais retumbante pela maciça difusão do emprego
do chuveiro elétrico no Brasil, cujo uso, para. Lovins
(1977) 2 , é como cortar manteiga com serra. mecânica...
2 Lovins (1977,
p.
4$) afirma, textualmente: 'Onde quisemos, somente, criar diferenças de temperatura de de-
zenas de graus, deverámos satisfazer essa necessidade cot fontes cujo potencial seja de dezenas ou centenas
de graus, Ílio cor temperatura de chama de filhares ou reajo nuclear de temperatura equivalente a trilhescom cortar manteiga com serra fecinice.
i9@
Portanto% é errôneo atribuir% exclusivamente%
'á geração termelétrica% e em especial :a combustão do
carvãos danos ambientais. Há riscos envolvidos% tambéms
nas obras hidrelétricas. Exemplo disto é o projeto do
maior complexo hidrelétrico do mundo, a usina de La
Grande, no Canadá' cuja implantação da segunda etapa
g-A1g. suspensa% por açgo da populaçgo de iS mil indigenas
Cree e inuits já atingidos pelas seqüelas da pri-
meira etapa do projeto, apoiados por grupos ambientalistas do Canadá e dos Estados Unidos. Os efeitos incluem grande aumento dos níveis de mercúrio nos resPrvatArios, proveniente do solo e da vegetação das áreas
cobertas pelas águas. Quando as florestas inundadas se
decomp3ems bactérias transformam o mercúrio insolúvel
em metil-mercúrio solúvel que se acumula na carne dos
peixes. Os peixes predadores, que absorvem a mais alta
concentração, constituem fonte tradicional da alimentação indígena (Ouiddingtons 1991). Além disto' a matéria
orgânica morta, nas bacias de acumulação das barragens'
nas centrais hidrelétricas' apodrece e torna-se fonte
emissora de gases de estufa, funcionando o lago como
pântano artificial. As emissOes de CO2 podem, inclusive, ser calculadas (Fonseca, 1992b).
Por outro lados é interessante notar que a
regula0enta4os estabelecida. pelo DNC - Departamento
Nacinnal de Combustíveiss referente à quantidade permitid
de enxofre no diesels é muito mais branda que a de
naç5es desenvolvidas. Enquanto o máximo permitido no
Brasil é de 1,3%, a média em 14 países industrializados' em J.qAgx era de 051.7% (Mancini,, 1991)3.
Esta constataao pode conduzir
especulaao
de que, mais uma vez, pecou o marketing do carçA'os permitindo que seu principal mercado - a geraao termelétrica - fique ameaçado por contingência legal que, se
n'án removidas poderá implicar em falta de competitividade do produto em sua aplicaao final, condenando-o a
permanecer na posiao marginal que ocupa na matriz
energética nacional.
3 Sm dúvida, dois pesas e duas medidas... em que pese a Petrobrás estar investindo 22$ milhões de dólares ee
unidade de dessulfurizatio de diesel, em Cubatão.
19e
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P. 117 119, 1959.
-
ZILBERMAN, Isaac. El problema de la proteccián ambiental en el proceso de planificacián en los países subdesarrollados. Mexico, Revista Interamericana de Planificación, v. X, n. 38, p. 15-295 Junio 1976.
198
5m A ESTRATÉGIA
Esta
parte trata da estratégia proposta para
oportunizar o emprego intensivo das reservas de
carvgo
do Rio Grande do Sul. Composta pelos capítulos 5.1. e
5.2., enfoca, no primeiro, a tecnologia como vetor capaz de alterar o cenário energético mundial e brasileiro. Aborda, de forma ampla, o estado da arte das
tecnologias de geração térmica a carvão, indicando as
CCF
(Clean Coal Technologies) como a viabilização da
utilização futura do carvão, na produção de eletricidade. Enfatiza os ganhos técnicos, econômicos e ecológicos
na - geração elétrica, provenientes da associação do
gás natural ao carvão mineral, defendendo sua utilização por constituir-se, o primeiro, em importante "introdutor"
e "catalisador" da gaseificação do segundo.
Tece, além disso, consideraç3es sobre o desenvolvimento
tecnológico no campo da energia, em fase de transição
da era do petróleo para a da energia solar e do hidrogênio. O capítulo 5.2. aponta a oportunidade da formação do Mercosul como marco decisivo à integração energética no sul do Continente, reforçando a importância
de ação conjunta, brasileiro-argentina, neste setor.
199
5.1. Inovação Tecnológica: A Condutora
da Estratégia s da Combustão do
Carvão à Economia do Hidrogênio.
"O que torna a tecnologia lánica, como variável estratégica, é
seu considerável poder para mudar
as regras competitivas do jogo".
(Michael Porter, 1988)
A inovação e a mudança tecnológica, que conduzem a alteraçóes na economia, envolvem-se em questão
mais ampla: a evolução. Segundo Allen (1988), as economias deveriam ser entendidas com base no "paradigma
•
evolutivo", em vez daquele apoiado em suposiçóes mais
tradicionais de equilíbrio ou de mecânica determinística. A economia é, apenas, um aspecto do sistema humano
em que hábitos culturais e rituais, tecnologia, música,
crenças, necessidades psicológicas e biológicas são outros, em complexa evolução. As decisóes econômicas, em
tíltima instância, devem basear-se nesta realidade mais
ampla, refletindo e afetando a história, cultura, es-
200
trutura social, sistema ecol6gico e outras áreas de
maior abrangência.
A evolu4o da espécie humana mostra que, em
seus primórdios, O wnsumo da enersia *.-;e fazia exclusi vamente sob a forma de alimentos. Os primeiros sinais
de uso do fogo datam de pouco mais de meio milho de
anos atrás (Debeir et alii, i991.). No período neolítico,
com a
introdu4o das práticas agrícolas, a demanda
da energia passou a aumentar. O consumo foi ainda mais
acentuado a partir de meados do século XIX, ao redor de
1,850, fruto da Revolu4'o Industrial e do uso crescente
do C'arvg.o. Desde ent55.o, a demanda de energia, até o
s
dias do homem tecnológico, é cada vez maior e mais acelerada (Bittencourt, 1992). Precisamente, onde iniciou
e se desenvolveu a Revolu0o Industrial, nos séculos
XVIII e XIX, est:ío, hoje, os países industrializados,
responsáveis pelo maior consumo de energia do planeta.
Na história da utiliza4o da energia, esta
pode ser considerada como variável dependente, na equaao em que a inova4o tecnológica figura como variável
independente. Devido ao progresso técnico, ao longo da
evolua° da humanidade, aumenta o consumo energético,
apoiando-ses mais recentemente, nas fontes de combustí-
2,2A
veis fósseis!, para a satisfa4o da demanda crescente.
o
emprego de fontes fósseis de energia, especificamente
sua rombustn, é grande contribuinte para a agresso ao
meio ambiente como já visto. Dada a exigüidade das reservas de pPtrólPo e a preocupaao mundial rom a segurança
das instalaaes nuclearesis voltam-se
oc,
países
do Primeiro Mundo para a compatibili7a4o da necesidade do uso continuado
do carvr,5o, cujac, reservas so ain—
da abundantesm com a imposiao da proteao ambiental.
"Porque o carv'áo responde por mais
de 85% das reservas potenciais de combustí—
veis fósseis dos Estados Unidos, os formula—
dores de políticas piáblicas n'ão esto queren—
do abandoná—lo" (Corcorans 1991, p. 107).
A pesquisa,
fonte da inovaao tecnológiram
impelida entiiios nesses países, para o desenvolvimento
de tecnologias que obtenham a queima "limpa" do carvom
as chamadas CCT ou
clean coal technologies (DOE, 1990).
Este é o caminho estl~co, de curto pra7o, vislum—
i Reportagem recente destaca, em Per Spiegel de 34 de março de 1992, a preocupação da Alemanha coa a segurança
das centrais nucleares soviéticas, após o acidente de Chernobyl, dizendo serem todas as usinas °bombas de
tempo': '4 prindla catástrofe er reator soviético está progragrada: as deficiências de construçiá
peráveiss as equipes de controle opera, de iodo dissociados 35 peças de reposiçin nin
("Riesiger SCheiterhaufees Der SPiegel, Nr. 14/46, p. 268).
irrecu-
confiáveis"
202
brado na área da energia, dando tempo à pesquisa, na
fronteira do conhecimento, para o desenvolvimento de
novas fontes, renováveis e não poluentes, para as geraçoes vindouras. Tratam-se, pois, de tecnologias de
transi4o para
o futuro energético do planeta, quando
outras tecnologias deverão predominar como, por exemplo, a geração fotovoltaica (Flavin & Lenssen, 1990) e
as turbinas eólicas (Munson, 1985).
Do ponto de vista evolutivo, as fontes de
energia empregadas pela humanidade foram, inicialmente,
a água, o vento e a lenha. Este quadro permaneceu até o
século XVIII, quando a Revolução Industrial, iniciada
pela invenção da máquina a vapor, foi alimentada pelo
carvão. O petróleo tornou-se o próximo combustível a
abastecer a economia mundial, a partir dos primórdios
do século XX, dominando o cenário energético até os
dias de hoje. Deve-se, entretanto, atentar para a afirmação de que:
"O mundo não somente está viciado
no óleo barato mas o maior empório da bebida situa-se em vizinhança muito perigosa"
(Flavin & Lenssen, 1990, p. 9).
Exatamente por isto, consolida-se a importância estratégica do carvão, como recurso mais democrati-
203
camente distribuído na face da Terras o que explica o
empenho atual no desenvolvimento de novas tecnologias
para a geraço de energia elétricas em mais uma fase de
transição, segundo Flavin & Lenssen (1990)s na história
da energia: da era do petráleo para a da energia solar.
Esta
preocupação também está presente no sul
do continente americanos onde emerge outro importante
vetor - a carência de desenvolvimento econômico. Constitui desafio dos maiores, nos países do Terceiro Mundos concatenar esforços, visando o desenvolvimento econômicos de forma adequada a expectativas ambientais
dias,
sa-
amparados em parcos recursos financeiros, tecno-
lógicos e humanos. Citando editorial de 1991, do jornal
argentino Claríns que destaca a necessidade da transferência de tecnologias das naç3es desenvolvidas, com
aporte de recursos, aos países em desenvolvimento da
região, Barcellos & Leão (1991s p. 1.38) apontam:
"Há quem sustente que somente a intensificação da transferência de tecnologia
pode atenuar o hiato entre pobres e ricos no
mundo. Segundo um modelo concebido por José
Goldemberg e outros, se fosse dado aos paises
em desenvolvimento utilizar a melhor tecnologia disponível para comercialização no final
do séculos estes mesmos países poderiam desfrutar de um padrão de vida aproximadamente
igual ao da Europa ocidental no fim da década
de setenta".
294
No campo da energia s referindo-se ao desenvolvimento de novas tecnologias, dizem Balzhiser &
Yeager (1987, p. 104):
gias
"Há umá dti2iá ou máis de tecnolo-
avançadas, em desenvolvimento, para a
queima limpa e eficiente do carvão. Duas das
mais promissoras são a combustão em leito
Uuídizado e a gaseifixacão do carvão".
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Instituto
de Pesquisa de Energia Elétrica está investindo cerca
de US$ 5 bilhóes em pesquisa de tecnologias limpas de
carvão (CCT), havendo mais de 50 usinas-piloto no país,
comparadas com, aproximadamente, 40 no resto do mundo
(Schrava, 1991). Estas tecnologias contemplam a remoção dos elementos contaminantes do meio ambiente tanto
antes, como durante, ou após a combustão do carvão
(DOE, 1990; Cruz, 1991).
1. Tecnologias de queima do carvão na geração elétrica
Atualmente, há grande número de tecnologias
de geração de eletricidade em aplicação ou desenvolvimento. Uma varredura das que envolvem, ou podem envolver, o carvão mineral permite agrupá-las em três gran-
205
des blocos: as tradicionais, de queima do carvào pulverizado, as de combustão do carvão em leito fluidizado e
as de ciclo combinado, utilizando, simultaneamente,
turbinas a gás e turbinas a vapor.
a. Carvão pulverizado
a tecnologia tradicional, cuja eficiência
de conversão térmica dificilmente ultrapassa 33% (DOE,
1990). Requer finos de carvão que entram em combustão,
instantaneamente, na fornalha. O calor, gerado durante
a queima do carvão' transforma a água da caldeira em
vapor, que aciona uma turbina para gerar eletricidade.
E=: energia térmica transformada em energia mecânica, para gerar energia elétrica. Os gases poluentes formados
durante a combustão, e arrastados para a chaminé, além
do dióxido de carbono (CO2)5 incluem o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio (1 ,40 x ), acrescidos
de particulados, conforme já mencionado. O controle
destes poluentes requer precipitadores eletrostáticos
ou filtros para a retirada dos particulados, como cinzas volantes por exemplo, purificadores de gases para a
remoção do dióxido de enxofre e modificaçUs na combustão ou queimadores especiais de carvão para a redução
206
dos óxidos de nitrogênios representando um investimento
adicional
entre i5 e 25% do valor da usinas segundo
técnicos do EPRI (1986)5 e entre 30 e 40%, de acordo
com Dalzhiser & Yeager (|987).
óuanto aos aspectos ambientais' convém desta-
car que; em plantas de geração termelétrica com potência
de 350 HW como, por exemplo, apenas uma unidade de
Candiota III, somente os dessulfurizadores de gases
"implicam em gastos adicionais de implantação acima dos
100 mil65es de dólares" (Bittencourt et alii, 19909 p.
34). Sem o concurso dos processos secundários de tratamento e remoção das emiss6es poluentes, resultantes da
combustão' as caldeiras a carvão pulverizado tradicionais não conseguirão satisfazer as exigências ambientais presentes e futuras2, de acordo com Jacquet
(1991).
h. Leito fluidizado
A tecnologia da combustão em leito fluidizado
data dos anos i920, a partir de trabalho alemão volta-
2 Kais do que isto, especialmente quanto ao SO2, não terão coto, sequer, atender à legislação brasileira
atual do setor, imposta pelo MANA—
207
do para a inddstria quImica. O conceito de "nuidizar"
sólidos para acelerar reaçê'es químicas foi aplicados
amplamente, pela inddstria do petróleo na década de
1940. Sua utilizaçãos entretanto, na geração elétrica é
bastante recentes datando de meados da década de 1970
(EM', 1986).
Nelas emprega-se carvão moídos misturado com
calcários queimado como massa ou "fluído", suspenso
na caldeira por colchão de ar. O carvão queima completamente e as partículas de calcário iniciam uma reação
que remove ao redor de 90% do dióxido de enxofre (Corcorans 1991). Como a temperatura de combustão é
mais baixas a formação de óxidos de nitrogênio é reduFita tecnologia aumenta o rendimento térmico
em
torno de 9% (DOE, 1990).
Todos os trabalhos que abordam o assunto enfatizam dois aspectos: a maior economia e o menor comprometimento ambiental. Por exemplos é importante destacar o que dizem Bittencourt et alii
(1990s p. 10)3:
3 Infelizmente, na ocasiio, ainda não vigiam as atuais disposides do CONAKA, datadas de dezembro de 1994,
mais rigorosas que as adotadas nos Estados Unidos, na França e na Alemanha...
208
"A principal razão para a crescente
aceitação da combustão em leito fluidizado é
que esta atende às exigências da legislacgo
ambiental em vigor, a custos vantajosos wan-
do comparados com as técnicas convencionais
para os
gases de combusto....Para os carvb'es gaúchos
a combustgo em. 1eito -Pluídizado é a IniS
adicionadas de sistemas de lava9em
apropriada para geração de vapor em usinas
térmicas, onde são necessárias grandes quantidades de carAo em .Punao de seu baixo poder calorífico".
Esta modalidade de combustão admite duas ver-
s3es: à pressão atmosférica e pressurizada. A primeira,
também denominada AFBC (atmospheric fluidized-bed com-
bustion)
conta com tecnologia desenvolvida recentemen-
te, com várias centrais termelétricas operando, comercialmentes
no mundo. Ela comporta, por sua vez, duas
modalidades: leito fluidizado circulante (CFBC
circu-
lating fluidized-bed combustion ou atmospheric CFB;
Jacquet, 1991) e leito fluidizado borbulhante, utilizando, respectivamente, partículas de carvão e calcário
de menor e maior tamanho (EPRI, 1986). A tecnologia CFB
é, hoje, usada amplamente, em usinas de menor capacidade geradora, até 200 hW (S9chrava, 1991), contando
internacionalmente com vários fabricantes de equipamentos. No Brasil, pesquisas, que vêm sendo conduzidas há
algunS anos pela Fundação de Ciência e Tecnologia
CIENTEC, no sentido de se obter tecnologia nacional
adequada aos carv5es gadchos, chegaram a desenvolver e
20.9
operar caldeira -pilotos com capacidade de J. t/h de va por.
A tecnologia de leito fluidizado pressurizado
constitui a segunda geração da família (PFBC - pressarized fluidized bed combustion)e consiste em promover
-
a combustão sob press5es variando entre 5 e 15 atmosferas
glesa
(EPRI, 1986).
Milne 0.991) diz que a liderança in-
na pesquisa desta tecnologia, foi perdida, téc-
nica e comercialmente, para a Suécia. Para o DOE
(1990), esta tecnologia aumenta a eficiência energética
do processo de 20 a 27%, mas somente estará disponível
entre os anos 2000 e 2010.
c. Ciclo combinado
O horizonte de esgotamento do petróleo, somado à existência mais animadora de reservas de gás natural, bem como a consideraçê'es ambientais e, ainda, à
tecnologia aeronáutica, no desenvolvimento das turbinas
a gás, ensejou o advento da geração de eletricidade em
usinas denominadas de ciclo combinado. Nelas, os gases
resultantes da combustão do gás natural acionam, diretamente, turbinas a gás, cujos gases de escape suficientemente quentes para, ainda, gerar vapor, permi-
2i0
tindo dois cicios de geração: no primeiro' a eletricidade é obtida a partir da energia mecânica da turbina a
gás;
no segundo - o ciclo de vapor - tem-se uma usina
térmica convencional, acionando-se turbinas a vapor a
partir da conversão em vapor da energia térmica dos gases de escape. A geração de eletricidade e vapor é conhecida como co-geração. Quando o vapor é utilizado para gerar eletricidade tem-se o ciclo combinado.
A tecnologia do ciclo combinado!, com o emprego do gás natural, já está comprovada. Formado por mistura de hidrocarbonetos leves (predominantemente o metano), o gás natural associa o hidrogênio ao carbono.
Na sua combustão, parcela importante da energia liberada advém da combinação do hidrogênio com o oxigênio,
s omando-se à energia proveniente da combinação do carbono com o oxigênio. Enquanto o resultado desta dltima
é o dióxido de carbono (CO2), o da primeira é a água.
Daí
afirmarem Barcellos & Leão
(199is p. 1.39)
que
gás natural apresenta considerável vantagem sobre o
carvão, sob o ponto de vista ambiental (lembrando a
preocupação mundial com o efeito estufa):
"Além de não produzir particuladoss
oferece quase duas vezes mais energia (isto
é, 77% mais) para o mesmo volume de CO2 liberado pela queima do carvão".
21A
Adicionalmente, seu emprego
pod?.?
melkórar
muito a eficiência da usina, podendo esta chegar a até
55%, além de reduzir, sensivelmente, o investimento necessário na sua construção (MUllers 1991).
Afora outros fatores positivos, na utilização
do ciclo combinado com gás naturais apontam Joyce & Camargo (1990, p. 764):
"A sua construção rápida e modular'
que permite inicialmente a instalação do ciclo a gás e numa fase posterior, quando este
já estiver gerando energia e dividendos, o
ciclo a vapor".
Há quem considere o gás natural muito nobre
para a geraçgo de eletricidades advogando outras destinaçeSes (Adelmanns 1992). Entretanto, diz a ediçgo especializada
Environment Sul've2.s 1989-I9Rly
de
ne
Economist (19915 p. 42):
"Gás, disse de uma feita a sabedoria convencionais é combustível muito nobre
para ser desperdiçado em geração de eletricidade. A Comunidade Européia só recentemente
cancelou uma diretriz bizarra que proibia esta prática".
Nos Estados Unidos (Corcorans 1.991), onde já
estão em operaçgo várias unidades com ciclo combinados
abastecidas por gás natural:
2i2
"Mais de 90% de toda a capacidade
geradora agora em construçáo s ou planejadas
queimará gás natural" (Rossins 1991).
De outra parte s a maior termelétrica localizada na Europa, utilizando esta tecnologias encontra-se
em Ambarli, na Turquia, com capacidade instalada de
1350
Duacs outras centrais est'a".0 em implantaao
no
Reino Unido e em outro pm:zes ÇMUller 1??1?.
No Brasil, o Banespa (Banco do Estado de Sgo
Paulo) empregará, pela primeira vez, gás natural em
processo de co-geraçgo para gerar vapor, que alimentará
o sistema de refrigeraçgo de ar por absorção, e energia
elétrica, a ser consumida no Ndcleo de Administraçgo e
Serviços do banco, em São Paulo (Shimabukuro, 1992).
Este mesmo processo é responsável por 7% da eletricidade gerada nos Estados Unidos, com previsgo de chegar a
18% até o ano 2000. No Japgo, a co-geraçgo produz toda
a eletricidade, vapor para aquecimento e ar condicionado central dos 27 prédios da nova prefeitura de Tóquio
(Alves, 1991).
O ciclo combinado pode empregar, também, gás
de carvão, em substituiçgo ao gás natural. Esta tecnologia categorizada entre as de combustgo "limpa" do
213
carvãos é o ciclo combinado com gaseificação integrada
(IGCC - integrated gasification combined-cycle). O processo produz eletricidade da mesma forma anteriormente
descrita; diretamente, por meio de turbina movida a
gáS
de carvo (produzido em unidade de gaseificaao acoplada) e
a partir dos gases de exaustão da turbina a gás,
à tempPratura elevada, convertendo água em
vapor, em
caldeira de recuperaçáo, para acionar turbina a vapor
(EPRI, 1986; Müller, 1991).
Duas usinas já produzem eletricidade s comercialmente, empregando esta tecnologia nos Estados Unidos: Cool Water, 100 MW, da Texaco, na Califórnia, e
Plaquemine, 160 MW, da Dow, em Lousiana.
Na planta de
Cool Water,
solvente líquido re-
move, do gás, 99% do enxofre, quase puro, que é vendido
firma local de fertilizantes (Anderson s 1986). Adirionalmentes a Texaco extrai dióxido de carbono (CO2)
de "qualidade alimentícia", eliminado dos gases de combustgo no processo, vendendo-o indústria de alimentos, onde é usado para carbonatar bebidas enlatadas.
Quanto aos aspectos ambientais, cabe destacar que, embora empregando carvóes com teores de enxo-
2i4
fre variando entre 0,5 e 3%, as e0iss5es foram
bem
abaixo dos limites permitidos à usina da Texaco, apesar
das restriOes à poluição aéreas na Califórnia, serem
as
mais severas do país.
interessante notar clue o
dinkeiro, para a construção de Coo) biaters veio de consórcio de empresas privadas americanas e japonesas, estas encabeçadas pela rolco Electric Power Company, que
pensava em construir planta similar no Japão, para utilizar carvão australiano de alto teor de enxofre (Andersons 1986).
Na Holanda, a tecnologia IGCC está próxima da
aplicação comercial; o Conselho Holandês de Produção de
Eletricidade encomendou a maior usina de gaseificação
do mundos com desenvolvimento tecnológico da Shell. Uma
unidade de 250 MW entrará em operação em fins de 1993,
seguida de outra de 600 HIAs em 1999 (:%chravas 1991).
O ciclo combinado com gaseificação integrada
apresenta aumento da eficiência térmica de 20 a 27%, em
relação à tecnologia de combustão de carvão pulverizados de acordo com o DOE (1990). Há quem diga que a eficiência global será maior, atingindo cerca de 46% contra os 34% da tecnologia até agora empregadas apontando, ainda, que várias usinas termelétricas de demons-
215
tração, com emprego da tecnologia IGCC, encontram—se
no estágio final de decisgo de sua implantação' na Di—
namarca, Espanha e Alemanha (aqui utilizandom além do
carvão!, lignito), afora a Holanda (MUllerm 1991)4.
De outra partem nos Estados Unidosm Robert
Gentile, Secretário Assistente do Departamento de Ener—
gia (DOE) do Governo Americano, em matéria publicada
na revista
Chemical Engineering
(1991, p. 47),
declara:
"O programa CCT demonstrará uma no—
va geraçáo de processos inovativos com car—
vão, em uma série de plantas em escala comer—
cial, construídas através dos Estados Unidos"
(In: Barcellos & Lego, 1991, p. 1.38).
O esforço no desenvolvimento de tecnologias
de
queima limpa do carvgo estende—sem também, a países
da Europa. Na inglaterram por exemplo, a British Coal
está comprometida com sua própria tecnologia, combinan—
do a gaseificação parcial de carvão com o processo de
4 O autor aborda neste trabalho, amplamente, o tema da tecnologia I6CC, tanto com o emprego do ciclo combinado
com gás natural como discorrendo sobre os tipos básicos da gaseificação do carvão e sua integração ta usina
de ciclo combinado. Inclui discussões sobre as eficiencias das plantas e os aspectos ambientais, além de
comparar os custos relativos de suas implantações. Conclui com uma visão do estado da arte desta tecnologia
na Europa.
216
leito fluidizado, à pressão atmosférica, em usina de
ciclo combinado. Conkecido como c•iclo
complementar"
(topping cycle), o processo dispensa a planta de oxige-
nio 5 necessária para a gaseificação completa do carvão,
simplesmente utilizando o ar, representando uma redução
no investimento de cerca de 20% 5 em relaçáo ao processo
de gaseificação
total. Acredita-se que a combina4o
destas duas tecnologias, associada a turbinas a vapor
de 1.1ltima geração, possa atingir eficiência acima de
52%. Neste processo, o carvgo é parcialmente convertido
em gás, que alimenta, diretamente, uma turbina a gás,
para produzir eletricidade. A massa de carvgo remanescente
(char) alimenta uma fornalha a leito fluidizado
cujo calor, por meio de ciclo de vapor, aciona outra
turbina, para produzir eletricidade adicional. Os gases
de exaustgo da turbina a gás podem, também, ser incorporados
ao fluxo de gases quentes que formam o
leito
fluidizado. No tocante às emiss6es provenientes da combustgo, como a eficiência térmica do processo é maior,
este produz menos dióxido de carbono (CO2) por unidade
de energia gerada, bem como menos diáxido de enxofre
(SO2) e óxidos de nitrogênio (N0 x ), em comparação com a
geraçgo tradicional a carvgo pulverizado (Milne s 1992).
217
O caminho tecnológico que contempla a gaseificação do carvão ' para a geração de eletricidade, é
norteado por duas raz3es principais: a busca de maior
eficiência energética de processo, aumentando seu rendimento térmico, e o menor comprometimento do meio ambiente, reduzindo as emiss6es poluentes resultantes da
queima do carvão. Os objetivos perseguidos, portanto,
têm finalidade técnica, econômica e ecológica, visando
o prolongamento da utilização do carvão' ainda responsável por parcela expressiva da energia nos países industrializados (estimada, em 1995, em 27% do total,
conforme artigo publicado em Per Spiegel' de 20.04.92).
Adicionalmente, é a gaseificação do carvão a trilha natural
para a obtenção de gás de síntese, indispensável
à indústria carboquímica (Sobreiro, 1991).
Que s tão importante, relativa às tecnologias
que contemplam o emprego do gás de carvão ' diz respeito
à sua viabilidade econômica. O gás de carvão é mais caro que o gás natural porque o carvão precisa ser convertido em gás, primeiro. A média de preço, mundial, do
gás de carvão é, praticamente, o dobro da do gás natural (CEEE, 1990). Daí, a procedência da indagação: até
que ponto as tecnologias limpas de carvão (CCT), que
empregam sua gaseificação' competirão com o gás natu-
218
ral? Na busca da resposta, entretanto, n'áo deve 5er
esquecido
o que afirma Brian NichollsR Diretor de
Marketing da empresa Jáhn Brown Engineering:
"Temos de nos preocupar com o fato
de que o suprimento de gás natural será exaurido. Não haverá problemas com o fornecimento
de gás até o ano 2020 guandom segundo acredita o setorm se esgotar'áo nossas reservas
de
gáç. Alguém preciça fazer algo agora para noç
dar um futuro com o carvão" (In: Suchravas
p. 1.3).
Além disto, independentemente do preço do
gás, consideraç5es ambientais poderão vir a demandá-lo,
como única forma de utilização do carvão.
11s não param aí as inovaç3es tecnológicas.
Desenvolve-se no momento, por exemplo, célula sólida
de combustível óxido, que poderá estar disponível' comercialmentes
na virada do século. Como baterias, as
células de combustível geram energia elétrica, eletroquimicamente, sem a poluição aérea e as perdas de eficiência associadas aos processos de combustão térmica.
Diferentemente das baterias, contudo, geram energia
elétrica continuamente, enquanto hover abastecimento de
combustível. Tanto o gás limpo de carvão quanto o gás
natural podem ser a fonte de combustível. Células múltiplas, interligadas, formando módulos, gerariam ener-
219
gia onde necessária, evitando' deste modo, longas linhas de transmissão. Os módulos poderiam ser interligadoes, compondo centrais elétricas. Como as células são
feitas em cerâmica, podem operar a altas temperaturas,
aumentando sua eficiência (110175 in:
rhe
Fúturists
1992).
0 desenvolvimento de células de combustÁvels
que utilizam carvão gaseificado e gás natural, é motivo
de esperança entre os que anteveem o futuro emprego do
hidrogênio para o seu abastecimento. Como diz Hinds
(1991, p. 643):
"Isto bem pode ser a porta aberta,
pela qual o hidrogênio consiga fazer a sua
entrada. Poderia, mesmo, proporcionar transição, sem sobressaltos, dos combustíveis fósseis ao combustível definitivo".
A tecnologias presentemente, em desenvolvimento faz prever a utilização do próprio eletrolisador
como célula de combustível, invertendo, no mesmo aparelhos o sentido da transformação (Wendt, in: Scheer,
19 R7 ).
A inovação tecnológica, na área da energia,
entretanto' não está limitada
tecnologias descritas
220
anteriormente. As pesquisas perseguem,
bilidade de -Muro emprego
perado
após a era
"economia
também, a possi-
maciço da energia solar,
do petróleo, como transi4o para
es-
a
do hidrogênio".
2. Tecnologias de novas fontes enerMicas
O panorama energético que se esboça para
o
futuro, em direção ao uso do hidrogênio' contempla a
crescente participação da energia solar.
a. Energia solar
O ex-diretor do Centro de Pesquisa de Energia, do Instituto de Ciências Weizmanns de Israel,
afirma:
"A nova energia deve ser renovável,
disponível em quantidades suficientemente
grandes, para satisfazer as necessidades, e
ambientalmente benigna. Somente uma fonte
de tal energia é hoje conhecida: o sol"
(Dostrovsk.d, 1995_, p. 1.02).
A quantidade de radiação solar, que atinge a
superfície da Terra, totaliza 3,9 milhes de exajoules
por ano. Um exajoule é igual a um bilhão de joules de
221
energia, aproximadamente equivalente à quantidade de
calor liberada
durante õ
combugtão de 22 millides de to-
neladas de petróleo. Como o consumo global, anual' de
energia é de 350 exajoules, diz Dostrovsks (1991) 5 simplificando
o problema, que este montante poderia ser
suprido por raios solares, incidentes sobre menos de
0,1% da superfície do planeta, coletados com uma eficiência não superior a 10%.
Duas dificuldades, entretanto, apresentam-se
de
imediato: as áreas de maior concentração da demanda
de energia não coincidem com aquelas mais abundantemente ensolaradas e a energia solar é intermitente. Daí a
necessidade de desenvolvimento de tecnologias de coleta
da energia solar, em larga escala, e de sua conversão
em formas adequadas a longos períodos de armazenamento
e
à transmissão a grandes distâncias. Embora ainda não
'alcançados estes objetivos, as pesquisas prosseguem,
visando, principalmente, converter a luz solar em eletricidade, por métodos fotovoltáicos, como o processo
q ue
supre energia elétrica aos satélites espaciais, e,
por conversão térmica, transformando a radiação solar
em calor que, por sua vez, gera vapor para acionar turbinas e geradores elétricos. O exemplo maior desta
aplicação encontra-se em Daggett, na Califórnia, onde
222
centrais, projetadas por empresa israelense, geram cerca de 400 MW de energia elétrica (Dostrovsk
199i).
Entretanto, persistem as dificuldades de armazenamento
tuito
e trãneporte
longã dietânciR. Com o in-
de solucionar este problemas dirigem-se as pes-
quisas para a conversão da energia solar em produto
quí.mico, que possa ser transportado em tubulaçUs e armazenado como gás, líquido ou sólido, sendo, posterior-
mente,
usado para a combustão, como fonte de calor ou
de geração de eletricidade. Muitas destas tentativas
voltam-se para a produção de combustíveis químicos, por
meio de processos movidos a energia solar, centrados no
hidrog&nio.
Somente se este for gerado por fontes não
como a luz solar, água ou vento, o gás pode
ser
considerado como combustível verdadeiramente be-
nigno, sob o ponto de vista ambiental. Sistema como este está sendo' no momento, demonstrado na Arábia Saudita. O projeto conjunto, da Arábia Saudita e Alemanha,
consiste em gerador fotovoltáico de 350 kW de capacidade, acoplado a planta de eletrólise que produz hidrogê-.
nio (Dostrovsk, 1991).
A energia solar já é, atualmente, empregada
para aquecimento, em uso domiciliar. Bom exemplo desta
faculdade Ciências Econêrnlern
BIBLICIEC4\
223
aplicaao é dado por Nwri
çonwAtor americano
e pioneiro na postulação de técnicas de conservação de
energia:
"Lovins faz, também' o que prega:
casa de 400 metros quadrados, de pedra e
concreto' é aquecida, principalmente, por
sua
energia solar. A conta mensal de eletricidade: US$ 5" (Smith, 19915 p. 62).
sobre este prédio, recente artigo publicado
em revista alemã, de circulação internacional' acrescenta que 99% dos custos de calefação foram suprimidos
e que o investimento, com retorno inicialmente previsto
por Lovins para 7 anos, foi obtido ao cabo de apenas um
ano (Per Spiegel, 20.04.92).
Mostras ainda' o mesmo artigo, que o custo da
energia fotovoltaica caiu, verticalmente, nas últimas
décadas, passando de US$ 60.00/kWh, em i9705 a US$
1.00/kWh em 1980, chegando, em 1.9905 a US$ 0.30/kWh.
Cita!, inclusive, projeto conjunto da indústria
Texas
In5truments e a concessionária Southern California Edi5on,
que pretende, em 19955 atender a terça parte da
demanda de energia elétrica desta última por meio de
energia fotovoltaica, ao custo de US$ 0.10/kWh.
22.4
Outra fonte renovável proveniente da ativida de solar é a energia eólica. A tecnologia de produO.o
c1(.trica a partir da ação dmz
dLs
vento, vem
sendo desenvolvida em alguns países do hemisfério norte,
como Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos, entre
OUtr051
Á C .;.4,1ifrjrni' prár cumplfh unt,
atualmente
rom 12.000 turbinas eólicas instaladas com potncia
total de 1500 MW,
interessante observar que 4 milhejes
de turbinas eólicas de 500 KW cada, dispostas a 500 metros uma da outra, ocupariam a décima parte da área
dos Estados Unidos, suprindo toda a energia elétrica
demandada no país. O custo da energia eólica torna-se,
também, competitivo: cerca de 1.0% daquele vigente em
1.9805 o custo atual dP US$ 0.10/kWh começa a competir
com o de geração em usina convencional moderna, dotada
de equipamentos de proteção ambiental, que chega ao redor de US$ 0.08/kWh
(Der Spiegel, 20.04.92).
No Brasil, recentemente, a CEMIG - Companhia
Energética de Minas Gerais buscou auxílio do governo
alemão
para iniciar a implantação de usina de geração
de energia elétrica, com o emprego de 10 turbinas eólica.-, de 250 KW de potência cada uma (Lacerda, 1.992).
225
b. A "economia do hidrogênio"
O hidrogênio é o elemento químico industrial
mais produzido e projeçUe de eka demanda apontam para
nd.mero 27 vezes maior em horizonte de 45 anosn é com ponente-chave
nas sínteses da amônia e do metanol, na
refinação do petróleo e em processamento petroquímicos
podendo ser usado diretamente como combustível (Sears
et alii, 1991). Suas duas aplica0Ses principais seriam
como combustível, em motores de combustão interna
turbinas a gás, e para aquecimento. Em defesa de
sua
utilização, na política energética norte-americanas o
Professor de Engenharia Elétrica da S2- /' acuse
Oáiver-
sit, Philipp Kornreich (1991)5 enfatiza, entre outras
vantagens, sua segurança, comparativamente à gasolina
hoje empregada, dizendo:
"A gasolina é altamente inflamável
e, como o napalm, cobre as superfícies enquanto queima. A gasolina contém componentes
carcinogênicos. O composto hidrogênio-metal
não é inflamável e não recobre os objetos enquanto queima. Cerca de metade dos passageiros sobreviveu à explosão do dirigível Hindenburg, abastecido com hidrogênio. Entretanto, não houve sobreviventes quando dois
avi5es de passageiros colidiram, em 1977, nas
Ilhas Canárias" (Kornreich, 1991, p. 499).
1
2.26
O hidrogênio
oferece adicionalmentes uma so-
lução ao problema crescente do comprometimento ambiental!, pelas fontes atuais de energia. A produção do hi-
drflgeniQ,
putir
da
'güay 9era OxiQ^O¡Dy que suple-
mentaria, na atmosfera!, aquele produzido pelas plantas
e sua combust'iio gera ágia sus invét dt diósiddo de urbano (C0 p). Acrescenta, ainda, Kornreich (1.99i), em
.1ta
postulação pela difusão do uso do hidrogênio:
"Um simples catavento pode gerar a
energia equivalente, em hidrogênio, a cerca
de um barril de gasolina refinada por hora"
(Kornreichm 1.991m p. 500).
Energia solar e calor gerado por lixo podem!,
também, ser usados para fornecer o calor necessário
produção catalítica do hidrogênio. Sua importância estratégica é destacada por Kornreich (1991)m pela independência que proporcionaria aos Estados Unidos, de
fontes externas de energia. A produção do hidrogênio
por eletrólise, com emprego da eletricidade ou de vários métodos catalíticos, é tecnologia bem conhecida e
dominada.
Por outro ladom a inovação tecnológica persegue caminhos, agora, em que pesquisas cruzam hidrogênio
com carv6es
pobres. Sears et alii (1991), reportam a
227
operaao de planta de demonstraaos em escala pilotos
de produao de hidrogênio a partir de carv5e9 de baixo
poder calorífico. O processo contínuo' em demonstração
no Centro de Pesquisa de Energia e Meio Ambiente, da
Universidade North Dakota, sob o patrocínio do Departamento
liar
custo
de Energia do governo americano, começou a avaa possibilidade de produzir hidrogênio de baixo
pela gasei.Fica4o de carv6"es pobres. Para Sears
et alii (i991), tecnologias avançadas de gaseificação
de carvão poderão constituir-se em possíveis alternativas para a satisfação da demanda futura de grandes
quantidades de hidrogênio.
A transição para a "economia do hidrogênio",
ligada á energia solar, foi anunciada' em 1982, no
Peutinger-Collegium, em Munique, pelo co-fundador da
indiástria de armamento e aero-espacial
BdIkow-Blohms
liesserschmitt-
Ludwig Bõlkow, como a Linica tarefa digna
do desenvolvimeáto futuro. Para ele, serão neces s ários
de 40 a 80 anos, de esforços de engenharia e maciço
dispêndio de energia convencional (carvão e gás), para
transformar o mundo industrial em algo tolerável, do
Ponto de vista ambiental e social
20.04.92).
(Der Spiegels
228
Recente inovação tecnológica, proposta por
três pesquisadores alemães, associa o CO2 retido na
queima do carvão ao hidrogênio solar, para obtenção de
mais quantidade de gás e de combustível liquido (KUmmel
et Mil' 19?2),
Após esta rápida visualizaçgo das tecnologias
de geraao de eletricidade' em aplicaao ou desenvolvimento
atuais, a pergunta que, com propriedade, deveria
ser formulada diz respeito forma como, estrategicamente, poderia o Rio Grande do Sul delas fazer uso. Com
este objetivo, são, agora, tecidas consideraçes sobre
algumas tecnologias abordadas que, de modo particular,
podem interessar ao Estado.
3. Estratégia tecnológica para o Rio Grande do Sul
Levando-se em conta as grandes reservas de
carvão mineral do Estado, ainda muito pouco ou quase
nada utilizadas, parece lógico que, com prioridade, sejam consideradas as tecnologias relativas ao emprego
deste energético. Desta forma, a queima do carvão em
leito fluidizado e a geração de eletricidade em ciclo
combinado deverão merecer consideraOles especiais, por
229
oferecerem rápido alivio à situação especifica da ma triz
energética do Rio Grande do Sul, excessivamente
dependente da importação de energia elétrica. Ademaiso
permitiriam complementar, com termeletricidade, as matrizes de seus vizinkos do Prfn;., poupando-Os de recor-
rer à energia nuclear.
O emprego do leito fluidizado na combustáo do
carvf..4.o apresenta benefícios técnicos e ecológicos abordados anteriormente. Como já visto, é particularmente
indicado para os carv6es gadchos. Constitui-se, pois,
em tecnologia que não poderá deixar de ser utilizada no
Estado, nos futuros projetos de geração de eletricidade
a partir do carvão.
A cogitação do emprego do ciclo combinado com
gás natural, em centrais elétricas no Rio Grande do
Sul, não é inusitada. Enquanto Gaudio (1989, 1) e Pfeifer
Veitenheimer (1990) abordam as possibilidades técnicas e econômicas da utilização do gás natural, associado ao carvão, em usinas termelétricas da Companhia Estadual de Energia Elétrica; Gaudio (1989b), Vernetti
dos Santos (1990) e Ribeiro (1990) cogitam o emprego
desta tecnologia como parte do processo de integração
do Cone Sul.
239
Barcellos & Leão (199i) acrescem!, à conveniência de seu empregos a sensível redução de comprome-
tiwnto
502/Mh!.
ambiental, e5pecia10ente no aporte de CO2/11Wh e
ou seja, unidades de dióxido de carbono e dió-
xido de enxofre por unidade de energia elétrica gerada.
Postulam
a¡Oda v
a contabilizaçào das emissUs de COE
S02, referidas à geração elétrica agregadas oriunda
Jos dois combustveis, o carvgo e o gs. gustentam que
o "mix" dos combustíveis, a adotar no projetos será di-
tado por consideraaes políticas' fugindo ao domínio •
convencional da técnica e aos ditames da economia. Adicionalmente, se a energia aí gerada contribuísse, entre
outras destinaaes, para a eletrificação de ferrovia
ligando São Paulo a Buenos Aires, provavelmente, sua
contribuição, para a redução das emiss3es totais de CO2
e SO2, seria ainda maior, pela eliminação do aporte dos
gases de escape dos camin6i5es acionados a Diesel' neste
percurso, sem falar em automóveis e ônibus (Barcellos &
Leão' 1992).
0 aspecto econômicos da utilização do ciclo
combinado em Candiotas é destacado nos estudos de Gaudio (1989b) e de Pfeifer & Veitenheimer (1990). Segundo
os últimos, a adição de turbina a gás natural' a partir
da segunda unidade da usina Candiota III (a primeira já
23i
tem componentes fabricados na França)5 permitiria aumentar a potência instalada em 41%5 a custo adicional
de 6% no investimento previsto acrescentando 144 MW
(74 MW provenientes da turbina a gás' acrescidos de 70
MIA oriundos do ciclo de vapor) aos 350 MliJ originais de
projeto. Frisam aindav que o custo do MWh produzido
c.Pria rPdu7ido Pm cerra de 7%5 relativamente à estimativa nriginal do custo de geração. Para Gaudio (1989b)s
o
custo
unitário dos investimentos seria reduzido de
1650 US$/kW, para as usinas convencionais' a não mais
que 1200 US$/kW, equivalendo a implantar uma unidade a
ciclo combinados com potência de 425 MW, acrescida do
valor correspondente a 4,5% da segunda unidades com,
praticamente, os mesmos recursos requeridos à implantação de uma unidade de 350 MW. Este ganho econômico, na
construção, deve ser adicionado ao maior rendimento
térmico, na operação - de 32% para cerca de 40% - auxiliando a compensar o preço mais elevado do segundo combustível, o gá=. natural. Diz, ainda, Gaudio (1989b, p.
4-5):
pital
"Considerando os dois fatores (ca-
menor e rendimento maior) resulta, a
preços internacionais do gás' uma economia no
custo da energia gerada da ordem de 7.0
US$/1000kWhs para geração em base. Resulta
uma unidade bem mais competitiva que a atual'
atendendo de forma ampla a primeira recomendação para desenvolvimento futuro".
232
Com propriedade portanto, afirmam Urçello5
& Leão (199i s p. 1.40):
"Usinas de ciclo combinado oferecem s desta forma m vantagens de ordem técnica,
econômica e, sobretudo s ecologica".
O carvão de Candiotas entretanto m como já
visto, possui alto conteúdo de matéria volátil que lhe
confere muito bom desempenhO entre os carvóes gaseifi cáveis (Corrêa da Silva, 1992). Tem, portanto, potencial para futura produção de gás combustível, para uso
industrial ou urbano. Daí a oportunidade para ser criada, inicialmente com o emprego do gás natural argentino, a "cultura" de utilização do gás, enquanto avançam
as pesquisas relativas às tecnologias de ciclo combinado com gaseificação. Ademais, há quem sustente que:
"O gasoduto representaria um grande
auxílio que o gás poderia prestar ao carvão,
através da gaseificação do carvão - gaseificação de médio poder calorífico - e introdução do gás de carvão junto com o gás do petróleo, permitindo o transporte do carvão sob
forma gasosa a grandes distâncias, como se
faz hoje com o gás que vem da Sibéria, passando pela Tchecoslováquia, onde é introduzido o gás de carvão, em direção à Alemanha
Ocidental e à França" (Pochmann, 1990, p.44).
Diz, ainda, a CEEE (1990) referindo-se à gaseificação do carvão de Candiota:
dos
"O baixo preco do carvão por um la-
e a necessidade da construção de um gasoduto de extensão considerável por outro, colocam em Candiota o preço do gás de carvão em
igualdade de condi4es com o gás natural"
(CEEE s 1.990, p. 25)".
Sobreiro (1991), diante das evidncias, recomenda como solução mais indicada para Candiota, a utilização do gás de carvão. Contudo, encara o ciclo combinado, com gás
natural, como etapa inicial fomentadora
da "aculturação" no emprego do gás que, posteriormente,
seria produzido no local, por meio de tecnologia adequada à gaseificação dos carv+5es de Candiota o E s
-tadoesivr,lmnteirsadomfentrxploração, em grande escala, destas reservas; em outras
palavras, se dispuser da vontade política de fazê-lo) 5 .
Parece ser esta a melhor estratégia a ser seguida: a utilização do ciclo combinado, com gás natural
procedente da Argentina' para a geração de eletricidade
em Candiota, reforçando-se o ciclo de vapor com emprego
de caldeira, queimando carvão mineral em leito fluidizado. Simultâneamentes o prosseguimento das pesquisas
de gaseificação do carvão de Candiota, pela Fundação de
Ciência e Tecnologia - CIENTEC, deve ser estimulado pe-
5 Certamente, a mesma vontade politica que implantou o Pólo Petroquímico de Triunfo...
234
la instalação de gaseificador no local. Esta estratégia
conduzirá à introdução da "cultura do gás" no Rio Gran-
de do sul, Fm preparação à gaseificação do carvão em
larga escala.
Poderá estar aí a futura tecnologia de supri-
mento de combustível limpo, para a satisfação das necessidades do Rio Grande do Sul, no seculo XXI, a par -
tir da utilização intensiva de suas reservas de carvão,
consolidando pólo carboquimico em Candiota, conforme
postulado por Buck? (1992).
O desafio não parece intransponivel à capacidade técnica de pesquisa já demonstrada pela CIENTEC
que desenvolveu, para os carv5es gaúchos, tecnologias
de combustão em leito fluidizado à pressão atmosférica
e de produção de gás de médio poder calorífico.
Ao mesmo tempo, esforço vigoroso de conservação de energia deverá ser desenvolvido no Estado, bem
como em todo o País, em preparação à "economia do futuro", quando a energia será insumo, além de estratégico, raro. Neste novo cenário, as mudanças de hábitos e
costumes serão ditadas por conduta mais racional do ser
humano que, no campo específico da energia, passará a
a35
considerar as telecomunicaOes como substituto de
via—
gens, racionalizando o uso do automáveló.
A difuso do uso do gás (naturais no primeiro
instantes e de carv'áos posteriormente) permitirá substituir a eletricidade no aquecimento de água a baixas
temperaturas - em chuveiros elétricos, principalmente
-
representando substancial economia de energia pela melhor
adequação do uso às fontes. O gás natural' portan—
to, terá função de grande amplitude e profundidade no
cenário energético nacional e, em particular, no do Rio
Grande do Sul: acarretará a gaseificação do carvão e
criará a "cultura do gás" que' por seu turno, facilita—
rá a futura utilização do hidrogênio.
De outra parte, a conservação de energia pos—
tergará certas necessidades prementes de aumento de sua
oferta, em atendimento de demanda continuamente cres—
rente,
representando, para o Governo, alguma mitigação
6 Pequeno exemplo da relevância da economia de energia: a lâmpada fluorescente de 15 kl substitui a incandescente de 75 durando 0.4#0 horas e poupando 235 litros de óleo combustível, na geração, o suficiente para
um carro medi° rodar 2.444 km. Com lOt lámpadas, a economia alimenta o carro por toda a sua vida útil. A
South California Edison distribuiu 844.10N lámpadas fluorescentes a seus consumidores. Isto equivale i economia de combustível para 8.4.! carros rodarem toda sua vida útil (Der Spiegel, 2$.04.92).
236
dos penosos investimentos em geração que s caso contrário s serão inadiáveis. Para o setor privados fruto de
maior e melhor conscientizaçáo do assunto, significará
a oportunidade de melhoria de produtividade por reduçáo
de custw em inumQ
fundamentah çontribuindo para o
aumento de competitividade da indtástria.
Outra tecnologias na área energéticas que merece a atenção dos pesquisadores do Estado s diz respeito à energia fotovoltaica e sua inserção em redes. Esta
energia já é economicamente viável para regi6es de fraca densidade populacional, onde o transporte e a pequena demanda tornam a energia fotovoltaica solução competitiva (Berkovski, 1989). Além disto, a energia eólica,
associada a fontes térmicas locais, encontra, no vasto
litoral do Rio Grande do Sul, campo de testes privilegiado. Grande atrativo, em ambos os casos, consiste a
oportunização de formulação de política de descentrali-
zação de geração elétrica no Estados de encontro
ao
anseio de desenvolvimento auto-sustentado, a nível dos
municípios e pequenas comunidades. El, por exemplo, o
que defende Bristoti (1990) ao citar o importante potencial de geração elétrica no Rio Grande do Sul, representado por pequenos cursos de água, que enfrenta,
entretanto, duas barreiras: as baixas tarifas que não
237
remuneram o investimento e a falta de apoio térmico para compensar a sazonalidade da produçgo elétrica.
Sgo, portanto, vários os
5er trilM3,do51
caminhos
Q CfCtiYQ ç Yi5Q7Q.5Q
que podem
rQyçituiçntQ
das reservas de carvgo gadcho e para a geraçgo de ener9ia elétrica no Rio Grande do Sul. Entretanto' em todos
eles, é a inovaçgo tecnológica condutora indispensável
da estratégia a ser seguida' sem a qual todo esforço
encetado esboroar - se - á em visão anacrônicas remetendo o
uso do carvgo gaticho ao lamento crônico de seu
alto
teor de cinzas em conseqüentes baixo poder calorífico.
A utilização do carvão não devem entretanto,
ser considerada como um fim em si, mas como instrumento
decisivo para se chegar à
por
"economia
do hidrogênio"
e,
conseguintes abreviar o advento do desenvolvimento
--sustentáveis em etapa de transição onde, juntamente com
o
emprego do gás natural, desempenhará papel relevante
e peremptório. A respeito, recomenda o membro da Academia de ciências da ex-URSS, em Moscou, Brun-Tsekhovoi
(1992, p. 555)5 que:
"Durante o período de transição, o
hidrogênio seja produzido a partir do gás natural, com base nos métodos já comprovados ou
em outros aproximados."
238
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5.2. Mercosul: A Oportunidade
da Integracáo Energética
no Sul
do Continente.
"O bom funcionamento e a ex-
panção da economia européia sáo,
muito grandemente' tributários da
pol!aiel4
vp.4,níti.”" (Celmmunatft
Europèennes. In: Zulbersztajn, D.s
1991)
Presentemente, desenvolvem-se esforços multilaterais a nível governamental dos países envolvidos Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - na preparaao
da integra4o do sul do continente americanos pela implanta4o do Mercado Comum do Sul - Mercosul. Por conseguinte, vulgariza-se a idéia de que tal processo poderá vir a apresentar, e, de fatos já oferece, conjunto
de oportunidades e ameaças aos vários setores da economia nacional es especialmente, do Rio Grande do
Su l ,
entre os quais o da energia.
Isto ocorres inserido em contexto mais amplo,
no momento do desafio às economias nacionais, pela glo-
1
2.44
baliza4n de mercados, onde a regionaliza4o . 4s fator
importante na conquista e manutenao de vantagens competitivas !, em âmbito mundial !, em que a existincia de
vantagens comparativas de matérias-primas e 4.o-de-obra
baratas sob a ati ra
da rrnnnmi cl s ica,
115.ip
signi.Pica doml:nio de mercado (Luce R ) h
mais
i99 .).
m
Regionalizaçao e glinbalizaçao
c, a(1
desenvolvem pa•
ralelamente e que embora
cnntornnc.
contradit6rios s tem uma raíz comum, a saber,
o fato de que o Estado—Narn — base da Pvolu4o econômica e política dos Ultimos cinco
séculos — já riaisCir:"~Ad. o espaço adequado
para o desenvolvimento pleno das forças econômicas" (Amorim, 1991, p. 3).
na verdade, fenômenos que
se
Esta transi4o s para o que Drucker (1989)
chama de economia tra~arional, de maximiza4o de mercados, principia com o esgotamento do modelo "Fordista"
de produ4o em massa, no limiar de nova revnluç57.o industrial, acionada, fundamentalmente, por tecnologias
emergentes do processo produtiva (Barrelloc, et alii,
1.992) 1 . Adicionalmente, agravando o cenário para os
1 Textualmente, colocam Barcellos et alii (1992, p. 166):
*Cot o advento e desenvolvitento da inforuitica e
da licroeletré;nica, cujos avanços fora significativatente iupulsionados pela coopetiao espacial entre Ocidente e Oriente, os processos produtivos rauçar a sofrer ludanças radicais. É chegada a hora da
revoluao industrial » 1986) ou »terceira onda' (Toffier f 1980)".
»terceira
2.45
países latino-americanos, estão Pm curso mudanças de
kíbitoe, reduzindo o connmo de produtu exportadm
P@-
ia regio, como café, açúcar e tabaco' além da menor
importância relativa dos produtos primários e das maté7'a5-P7'0aSy
decorrente da aceleraao do progresso
cientifico e tecnol6gico (Lafer, 1.991.), afetando, primordialmente
as !palancas comerciai
dettm
O modelo desenvolvimentista, vigente até então, embasara-se em política industrial de substituição
de importaçb'es, que, no caso brasileiro, iniciou nos
anos 30, com os bens de consumo não duráveis, tendo seguimento com a substituição de bens intermediários e de
capital, da década de 70 em diante.
"Esse modelo, entretanto' não é
original. Foi utilizado' também, nas mais expressivas economias da América Latina das
quais México, Argentina e Chile são bons
exemplos. A diferença fundamental entre estes
dois últimos países e o Brasil foi a de que
este, até recentemente, não abriu o mercado
às importa4es, ao contrário da Argentina,
onde essa medida fez com que o PIB caísse
16,5% em 1981, e do Chile onde, em 1982,
o PIB sofreu uma queda da ordem de 2iS"
(Barcellos, 1991, p. 8).
O modelo de substituição de importaçUs bem
como as soluç3es, propostas em trabalhos no âmbito da
CEPAL, entendiam como causa da defasagem do desenvolvi-
P46
mento da América Latina' Pm rela4o às naçges indu-
trializadas' sua incapacidade de absorao ou
geraao de
progresso tecnolágico, seguindo orientação de Raul
Prebischl
como abordado por Morim (19915 p. 4):
"O aspecto central de sua tese'
elaborada bem antes da configuração do atual
cenário internacional, é de que o dinamismo
para o crescimento é fornecido pelo progresso
técnico e que CSSè progrêin té,cnins ri5e5 é
difundido naturalmente pelas forças de mercado; antes, exigiria uma política explícita do
Estado".
O autor acrescenta que teses como esta sãos
hoje, vistas por muitos como ultrapassadas mas que
apresentam interesse quando é procurada a explicação
Para a inserção precária da América Latina no
cenário
internacional.
A idéia da promoção do intercâmbio entre os
• países latino-americanoss iniciou' então' em trabalhos
da CEPAL, na década de 19505 que destacavam, como característica do subdesenvolvimento da região' sua dependência das relaç5es de troca com os países industrializados.
A abrangência e objetivos' portanto, do relacionamento comercial intra-regionals sãos bem mais tar-
247
de, expressos, com propriedade, pelo Instituto para a
Integraçáo Latino-Americana, em publicaçáo conjunta com
O
RID - Plnco Interamericano de Desenvolvimento:
ic
a
"O fenômeno da integrado econôm
regional é amplo e complexo. Seu propósito é
promover relaaes econômicas, entre os países
latino-americanos, por meio de uma variedade
de mecanismos para suavizar ou eliminar obstáculos às transaaes recíprocas, e por intermédio de coordenaçáo e complementaçáo de
esforços empresariais conjuntos em 4reas de
interesse mútuo" (IDMINTAL, 1982, p. 229).
A operacionalizaçáo deste
processo de rela-
ç6es de troca principiou com a criação da ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio), em 1960,
posteriormente transformada em
ALADI
(Associação Lati-
no-Americana de Integração), em 1980. Em que pesem
as
dificuldades, devido às forças centrífugas à integra40, provenientes das individualidades nacionais (Lafer, 1991), as bases institucionais, para fomento das
relaç6es econômicas na região' foram estabelecidas, levando à ampliação do comércio entre os países membros,
passando o volume total transacionado na área, de US$
250 milh6es, em 19615 a US$ 3.3 bilh6es, em 1978. Contudo, novos óbices, especialmente os inseridos nas relaç6es Norte-Sul, viriam a obstaculizar a marcha integracionista, na década de 1980 (Amorim, 1991).
ã4ã
A dívida externa crescente, dos países da
Amérirç?, Latiu' e
deçorrente interrupdo dos fluxos
de capital à regigo, acrescidas das medidas rprpsivas,
impostas em con.Pormidade aos Anones do rundo Hone“rio
Internacional, fizeram com que o comércio entre os paiesec.
membros da Associaçgo sofresse reduçgo de quase
J.5%, caindo de
de US$
1194
23.3 bilhóes, em 1981, para cerca
20 bil66es em J.988; constatação que reforça a
dfirmudo de rercir2
U9911 re
"0 que distingue o processo de intPgraçgo dos países do Cone Sul, mesmo reduzindo-o à dimensgo argentina e brasileira,
dos outros processos em curso no cenário mundial - em especial, o Acordo Estados UnidosCanadá com inclusgo do México e o Projeto
Europa 92 - é a fragilidade de interesses solidários empresariais e dos fluxos de comércio".
Esta debilidade é explicada por Lafer (1991),
precisamente, com fulcro na perda de relevância, dos
produtos dos países da regigo, no concerto da economia
intPrnacionale. A propósito, Dalmasso (1991) aponta que
o Japgo consumiu, em S9845 somente 60% das matériasprimas minerais usadas onze anos antes, por unidade de
2 Afirma, com propriedade, Lafer (1991, p. 0: PO mundo se tornou mais relevante para o Brasil do que o Brasil
para o mundo%
249
produto industrial. A fibra óticas por exemplos substitui o cobre nas telecomunicaçUs.
Segundo Lafer (1991)s o estratagema dos países lal:ino-americanoss
concebido n. déctuit d§1.960 §
í970s contemplava a multipolaridade inserida nas relaçOes Leste-Oeste e a importância da produdo regional
para
0 mercado mundial.
Com o
desmoronamento
do impé-
rio snvij,tiros acrescido ao deslocamento do eixo da
economia internacional do Atlântico para o Pacíficos
tendo o Ja4o como epicentro de novo paradigma produtivo, a estratégia torna-se desfocada e ineficaz neste
novo cenários acarretando falta de sintonia da América
Latina, e, também da 4fricas em relação ao mercado global. As tens5es, até então predominantes no relacionamento Leste-Oestes são deslocadas na direção Norte Suls
-
agravadas
pela problemática da dívida externa e por
crise de
"O Terceiro Mundo está sendo associado a temas como terrorismos viol&ncias
tráfico de drogas, destruição do meio ambiente e exploração de mão-de-obra barata"
(Later, 199i, p. 7).
A perda de posição da América Latina no contexto mundial, tornada aguda nos anos 80, pela estagna-
250
cão econômica da região e a partir dai cada vez mais
crítica,
náo é problema recente. Nos últimos 40 anos, a
participaan
dos palcs- latino-americanos nó
internacional caiu de 12% para cerca de 4%,
,
.
comeretõ
tendência
que, até hoje, náo foi revertida (Morim, 1991).
De outra parte, destacando que as exportaaes
brasileiras, nos primeiros dez meses de 1990, Ao
se
concentraram em regiáo específica do globos contemplando todos os continentes à exceçáo da 4frica 3 , dizia o
entáo Ministro das Relaçóes Exteriores do Brasil, Francisco Rezei,: (1991, p.
"Náo há projeto nacional viável para o Brasil sem vinculaçáo eficaz com o
mundo".
Esta visáo é complementada pelo atual Ministro das Relaçóes Exteriores, Celso Lafer, quando afirma, referindo a dialética de complementariedade contraditória da inserçáo nacional no cenário internacional:
3 1 31%
se dirigiramaraosí
param'
da Coeunidade Econósica Eurcçéia (CEE), 24% para os Estados Unidos, 17% pa-
ra a 4sia e II% para a Aaérica Latina' (Rezek, 1991, p. 3).
251
n.
A caparidade dg' qualquer soriedade
nacional conformar o seu próprio destino,
atendendo a necessidades internas - que é o
tCIR dá5.51CQ
ft 5Qberui
- nh
PQdC 5C1-
alcançada em isolamento autárquico. Requer
uma apropriada inserao no mundo" (Lafers
!99i, p. 4).
Ave§rienU
Q
Çhuuler 1-2,1eir,9
dánte
do novo quadro mundial:, decorrem conseqüências
co-diplomáticas de grande relevÁncia para o sistema internacional da dltima década, parecendo evidente que os
temas de cúpula, na politica internacional, além dos
clássicos - segurança militar, fronteiras e conflitos
de legitimidade
de serviços e
incluirão os referentes ao comércio
transfer&ncia de cigmcia e tecnologias
como propriedade intelectual, energia, novos materiais,
informática, telecomunica4es e biotecnologia.
Neste contexto, precisamente, insere-se o momento atual da aproximação argentino-brasileira,
COMO
passo basilar da integração do Mercosul.
O
Mercado Comum do Sul - MPrcosul teve ini-
cio, exatamente, com a assinatura do Tratado de Assunção,
em 26 de março de 1991, culminando as negociaç.5es
que envolveram Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a
partir do eixo Brasília-Buenos Aires.
252
Contudó, para Marquês (1994, p. i)!
"O projeto de integrajo tem,
em
sua origem' um viés claramente político, ape-
sar de suas marcantes implicaaes econômico-
comerciaiçn.
Ette preetted
nos
eentelidãdes mã Atã de Pue—
Aires assinada em 6 de julho de 1990.v em que são
definidas as bases do futuro mercado comum, ainda e m
âmbito bilateral, contando com vários antecedentes importantes, a partir da celebração do acordo tripartite
Brasil-Argentina-Paraguai, em 1979' sobre o aproveitamento dos recursos compartidos do rio Paraná, pelo qual
foram viabilizadas as construç5es das usinas hidrelétricas, argentino-paraguaias, de Corpus (4.600 MW)
e
Yaciretá (2.700 HW), a jusante de Itaipu (7..lbersztajn,
1.991).
Seguiram-se, na cronologia, segundo Marques
(1991) e Amorim (1991), o convgrnio de cooperação nuclear de 1980; o apoio diplomático do Brasil, em 19825
às reivindicaç3es de soberania argentina sobre as Malvinas; a Ata de Iguaçu' de fins de 1.9855 que conduziu à
primeira fase de instrumentalização, por meio da Ata
Para a Integração Argentino-Brasileiras assinada em
1986, instituindo o Programa de Integração e Cooperação
253
Econômica (PICE); e o Tratado de Integração, Cooperação
e Desenvolvimento, de 1988 (ratificado em agosto do ano
seguinte), representando a segunda fase de instrumentalização.
interessante notar, a respeito, o que des-
taca Marques (1991):
seu
conjunto, traçam um continuum nas relaçê'es
entre os dois países e possibilitam a substituição da dinâmica de competição por um quadro de cooperação e convergências, inclusive
em foros regionais e internacionais, estimulado pela consolidação dos regimes democráticos em ambos os países e na sub-região" (Marques, 1991 5 p. 1).
"Todas essas iniciativas, no
As açb'es exercitadas no período revelaram a
existência de interesse na aceleração de entendimentos
em alguns setores - siderúrgico, petróleo, petroquímica
e
química fina, eletrônico, têxtil e agroinddstria
levando Amorim (1.9915 p. 7) a afirmar que "a integração
do Cone Sul é um processo irreversível".
Pereira (1991), contudo, destaca que as quest5Pcz básicas, referentes á dificuldade de inserção da
economia regional no mercado internacional, pela defasagem tecnológica e decorrente falta de competitividade, não serão resolvidas por meio da integração do Cone
254
%1. EspPcificamentP para o Brasil estas referem-se à
superaçgo dos prnblemas de instabilidade macroceonàmí-
ca, como o equacionamento da dívida externa r o controle
do
déficit pliblico e a reduao do ritmo inflacionário.
Ad•cionalmente r este Pc.forço deve ser acrescido de em
penho vigoroso na construao r permanente e incansável
dw.;
vãnhAtiri IvAc.ionfl (Portm', i990) 1
que, no caso brasileiro, dizem respeito, fundamental•
A
mente, a retomada do crescimento economico e a distribui4c) de renda, sem deixar de contemplar a Pclucaao
básica, o fomento e apoio à pesquisa e desenvolvimento
científico e tecnológico e o combate aos• cartéis e mnnopólios (Luci` & Barcellos, 1991).
Para
Pereira (199i, p. 2), entretanto!, "isto
nao significa que o processo de integraao dos mercados
náo seja desejável". Posi4o que é coincidente com a de
Lafer (±991), quando afirma:
4 Poder (1??4)1 propõe modelo de análise da competitividade da nação, destacando quatro determinantes principais: os Fatores da Produção (recursos naturais, capital, base científica e tecnológica, infra-estrutura),
as Condições da &landa (nível de exigência do mercado interno), a Estratégia, Estrutura e Rivalidade das
Empresa; (criação, organização e administração das empresas, além da natureza da concorrência interna) e as
Indústrias Afins e de Apoio (competitivas no mercado internacional).
"Estes mecanismos de integraçáo e
imporcooperaç!áro 4os sem ddvida, da mior
tncia, inclusive do ponto de vista da identidade internacional do Brasil e como uma
7Pgunt9. concretam no estágio em que Se encontram os países latino-americanoss à forma-
çáo de grandes ,;istemas produtivos em outras
11Z91QUN Isto ér porem; operacionalmente in-
suficiente
diante da magnitude das mudanças
ora em curso no sistema internacionalr e da
atual baixa cnmpetitividadP da América Latina
no mercado mundial" (Ia-Per, Vgis p. 9-9L
Por outro ladn, destaca Dalmasso (1991) que
a Argentina, principal parceiro brasileiro no processo,
ingressa na integra4o, após prolongada crise interna
que, contudo, pode repetir—r,..P5.
O
futuro do Mercosul dependerá,
da estabilidade econômica de seus parti-
basicamente,
cipantes
portanto,
Para o Diretor do Programa "Iniciativa para
as Américas" do Governo Americano, Peter Field, há ne–
cessidade de políticas macroeconômicas ec.távPi.,-4.. nu
SP-
sem um mínimo de estabilidade nas taxas cambial e
de
irrri
é
muito jifícil avançar no processo de in-
tegraçáo (Field, 1991). Esta é condiao sine qua non à
5 Afirma Balias% (199i, p. 9-9): mA 4rgentina inicia esta marcha em direao à integrack «partir dé uma situaçio clara de debilidade. O processo de crise permanente explodiu em duas hiperinflactiés e na antecipado
da data de mudança do governo. Nada assegura, salvo resultados precipitadós, que situaçàes parecidas niO
tornem a se desencadear'.
Pfetiva integração de mercadns, uma vez que economias
desajustadas, com altos índices inflacionários, não
permitem mais do 9ue simples exercícios de
retórica :.
neste vartieulRr. Como exemplos o ex-Primeiro Ministro
do Governo da 1.-:
anka, Leopoldo Calvo-!;nteln, destaca a
preocupaao atual Pspanhola, no manejo do câmbio e da
massa monetária, para evitar qui> a inflação anual
terna
in-
do país, de 6%, superior à inflaao de 3% ao ano
da Comunidade Econômica Européia, leve a uma perda de
competitividade da Espanha, no Mercado Comum Europeu s
de2%ac no(Clv-Ste,19).
Se o problema da estabilidade econômica é fa-
tor relevante comum aos governos brasileiro e argentino, de outra parte, suas especificidades estruturais '
algumas identidades conjunturaisapesrdomunhe
ao longo das IlAtimas décadas, fazem com que o Brasil
tenha diante de si, para Lafer (1991, p. 5):
"O desafio de encontrar os nichos
de oportunidades, que ela (a ordem internacional) entreabre, para traduzir necessidades
internas em possibilidades externas".
A análise de oportunidades e ameaças é lugarcomum, em planejamento estratégico, dentro de sistemática metodológica, cujo constructo visa a potencializa-
ot.-7
d.e)
dettmi-
cóntorwAndó
dt4.
nação de curso de n6es em busca de objetivos visados.
O
contudos na prática cotidianas és
precisa-
mente, divisar as oportunidades e pressentir as ameaças, em meio à dinâmica das transformaçóes em andamento
no mundo hodierno.
A propósito, afirma o
Stanford
Research
Inst itute :
"Ninguém pede que os dirigentes sejam pitonisas, mas sim, que saibam utilizar a
imensa oportunidade que a incerteza proporciona: já que não se sabe o que vai acontecer, tudo é possível. Nesse futuro incerto,
os mais otimistas' os mais imaginativos, os
mais voluntariosos saberão ler as oportunidades, quando os mais medrosos só verão ameaças
e os cegos, absolutamente nada" (In: Archier
& Série:jx, 1989, p. 39).
Até há pouco' os dois principais parceiros do
Mercosul, Brasil e Argentina, olhavam-se desconfiados e
viam ameaças recíprocas, não vislumbrando qualquer
oportunidade que possibilitasse ação conjunta, em benefício mittuo. Sem categorizar os respectivos governos
entre aqueles dominados pelo receio da rivalidade
ou
cegados pela ambição da conquista, transparece, entretanto, não haverem primado' ao longo de décadas, por
aproximação otimistas mesmo que adversidades Pstrutu-
rais e conjunturaiss muitas vezes coincidentes ou complementares, constituissem motivaaos necessária e suficientes à estimulaao de aaes
comuns (Freitass
1992).
Esta posturas entretanto, n'áo é 'nica. A integraao econômica européias que culminou na constituiao
do Mercado Comum Europeus enfrentou dificuldades
muito maiores a partir da rivalidade franco-prussiana,
que levou França e Alemanha a três guerras entre si, em
menos de um século. Cabe destacar, por interessante,
precisamente, para evitar a repetiao desta riva-
que,
lidade
P
suportar melhor as dificuldades econômicas do
pós-guerra, dois políticos europeus democrata-cristãos,
Schumann e Adenauer, decidiram, em 195e, colocar, sob
autoridade única, a produço de carvo e aço da Alemanha e da França (Calvo-Sotelo, 1991.).
"Nasce, assim, a Comunidade Européia do Carv'áo e do Aço, primeira pedra da
(Calvo-Sotelo,
construç'à".o da nova Europa"
1991., p. 5).
Em 1.957, eram assinados em Roma os tratados
qu e
instituiram a "Comunidade Européia de Energia Atô-
mica" e a "Comunidade Econômica Européia", coloquial-
25 9
mente chamada de "Mercado Comum". Em i963, este absorve
as outras duas (Calvo-Sotelos 1.991),
nbserve-se, portanto, a relevância do papel
da energia na integracgo da Comunidade Econômica Européia. Esta, entretanto, foi decorrente de processo gradual! levando 0di5 de 4 8 ano5 até»: che9ar ao
tio
tegrativo em que se encontra. Talvez isto ajude a explicar
a colocaçgo de Zlbersztajn (199i, p. 61):
"O Mercosul vai consolidando-se em
termos de livre comércio, a uma velocidade
invejável, se comparada aos outros blocos. No
domínio da energia, porém, dada as suas especificidades, a integração regional é necessariamente mais lenta".
Precisamente, no setor da energia, uma das
necessidades internas do Brasil - o melhor equilíbrio
do seu balanço energético, pelas participaç5es mais expressivas do carvão mineral e do gás natural - converte-se em nicho de oportunidade, encontrando possibilidades externas de satisfação, no âmbito do Mercosul. De
um
lado, a matriz elétrica brasileira 6 excessiva e,
por isto, perigosamente dependendente da hidreletricidade,
nerPssitando complementação térmica que, se não
amparada na combustão do carvão, terá de socorrer-se da
energia nuclear. De outro, a tímida presença do gás na-
turals como combustível industrial e urbanos é critica—
da com freqüências já que sua importâncias tanto pela
eficincia energética como pela combusto "limpa"m destaca-se cada vez mais no cenário energético mundial.
ror outra parte% a Argentina possui reservas
comprovadas de gás naturáb equiválentes a 7 vezes as
reservas brasileiras (Ribeirom 1.990)m que asseguram
o
abastecimento interno do país es até, oferecem a possibilidade de sua comercialização com o exterior. Segundo
Brown (1.992s p. 40)5 entretanto, as reservas argentinas
de gás são muito mais expressivas chegando a atingir,
com base em dados de 1.991 do Banco Mundial, mais de 7
bilhes de metros rlibicos. "Isto posicionaria a Argentina como o quinto maior detentor mundial de reservas
de gás" (Barcellos & Leão, 1992). Para Alieto Guadagnis
ex-Secretário de Estado de Energia da Argentinas o país
inexoravelmente, levado a expandir a extração de
serás
gás, associada que estás intimamente, à produção de petróleoós fruto da demanda crescente desta fonte de
energia. E necessários portanto, encontrar mercados interno
f's
externos onde colocá-lo. Diz Guadagni (1.985):
6 ?O% das reservas de gás estão vinculadas à produção petrolífera (Guadagni, 1985).
26i
"Se
não se realiza um
esforço
maiúsculo para expandir a utilizaçào do
gás'
teremos de enfrentar no futuro, como opção
mais provável, o desperdicio claro e evidente, via flare. Certamente o pais está demasiado empobrecido para permitirmo-nos o luxo
de não aproveitar plenamente o recurso gasifero" (Guadagni, 1985, p. 294-95).
Para o
ex-RecrPtário!, há duas alternativas
que se apresentam à Argentina: a reinjeçào do gás
tecniçuenter de dificil
camente,
CKCÇUOQ
er economi-
com altos custos envolvidos - e a expansão do
mercado. Segundo Guadagni (i985), esta 6 a estrategicamente indicadas que deve contemplar, inclusives
as possibilidades de exportação, agora facilitada no
âmbito do Mercosul.
Apresenta-se, portanto' com nitidez, a possibilidade da complementaridade de interesses dos dois
lados da fronteiras em relação ao gás natural argentino. Esta conjunção de conveni&ncias é reforçadas ainda,
pela intenção da utilizaçao do gás, associado ao carvão
mineral, em usinas de ciclo combinados do lado brasileiro, conforme sugerido por Gaudio (1989a e J.989b)s
Pfeifer & Veitenheimer (1990)s Vernetti dos Santos
(1990), Ribeiro (i990) e Barcellos & Leão (i991. e
1992), e defendido pelo então Secretário de Energias
262
Minas e
Comunicac6es do Rio Grande do Sul, Deputado
ÁthQ5 Rodrives (i992).
Nestas centnxis õ 0íg rntund mNii.A
con-
tribuição argentina, complementando geraao termelétrica
a carvão' à produção de eletricidade que, como con-
trapartida
brasileira, seria exportada à Argentina
e
Uruguai. Divisa-se' assim, perspectiva concreta dos
Pri0Eir05 PR5505g CM direção à inte3rçãQ vies.r3tiç
no
âmbito do Mercosuls precursora de futura integração
mais ampla, como apregoado por Marcovitch (1989), na
América Latina. Desta forma, a integração energética,
no Mercosul, exerceria papel similar, de precedncia e
relevância, àquele desempenhado na integração do Mercado Comum Europeu.
Para 2Slbersztajn (1991)5 as oportunidades e
benefícios desta integração estão amplamente abordados
em vários documentos7 . Marcovitch (1989) aponta a necessidade de estratégia baseada na recuperação dos investimentos, na inovação tecnológica e na integração em
torno de eixos de complementaridade. A utilização do
carvão de Candiota, associada ao gás argentino, é reco-
7 Vide referencias en Zylbersztajn (1991, p. &2[12D.
263
mendável, precisamente, por contemplar estes tr.2s pontos: a usina de ciclo combinado gás natural-vapor, com
caldeira
a carvao, de leito fluidi2adcs circulante, à
41
pressão atmosférica, constitui emprego de inovação tecnológica, com vantagens técnicas, econômicas e ecológiCaS; a importação do gás natural argentino e a exporta-
ção
de energia elétrica brasileira, perfazem a comple-
mentaridade;
as políticas de abertura da ecouia e de
setores monopolizados pelo Estado, de privati7açãn e de
iff
reposiçao tarlf4ria do selLor
préódUISSeggm . u.
governo brasileiro no momento, certamente sinalizam
perspectivas de recuperação dos futuros investimentos.
1E-. importante destacar, entretanto, que a utilização das reservas de carvão de Candiota não se constitui na única possibilidade de conjugação do carvão
mineral gaúcho com o gás natural argentino. Como as jazidas de carvão encontram-se espalhadas, circundando o
Escudo Sul-rio-grandense, outros sítios poderão contemplar o emprego desta solução tecnológica, com gás natural proveniente da Argentina ou de outra procedência. O
próprio Ministro de Minas e Energia, Marcus Vinicius
Pratini de Moraes, promete empenhar-se, tanto para viabilizar a importação de gás natural da Argentina, como
para implantar gasoduto procedente da Bolívia, via Mato
26 4
Grosso do Sul, conforme matéria divulgada em Zero Horas
em 27 de abril de 1.992, a páginas i e 29, e pronunciamento
tado
na reunig.o do Conselho de Desenvolvimento do Es-
do Rio Grande do Sul, em Porto Alegres no dia
de junho de 1992 (Pratini de Moraesm 1.992).
i):íçeç importadorm de energia! a egtratégia de geopolítica energética recomenda quP fiquP assegurado,
nos instrumentos empregados para seu supri-
mento, trio indissoldvel de interesses: suficiência,
continuidade e preço justo. A este respeito, alertam
Conant & Gold (i98i, p. PO):
"A falta de qualquer um desses fatores pode ter conseqüências desastrosas para
o bem-estar econômico, a estabilidade política e a segurança nacional do país consumidor".
Do ponto de vista econômico, é importante que
a integra4o energética, carvg.o brasileiro-gás natural
argentino, se dê em Candiota. Em primeiro lugar, porque
alí esto concentradas cerca de 40% das reservas nacionais de carv:ix'o, grande parte mineráveis a céu aberto, a
custo mínimo se comparado com o de outras lavras no Estado, especialmente aquelas de sub-solo (Gomes! 1991).
Em segundo lugar, pela proximidade das fronteiras com a
Argentina e
o Uruguai, distando a central termelétrica,
aproximadamentes 400 km. e 60 km. de cada uma delas,
respectivamente (Ribeiros 1991).
Entretanto, o abastecimento de Candiotas por
S.
natural argentinos parece o mais indicado, exatasob a ótica estratégica. Esta conclusão pode ser
mente
resultado de análise, que inicie
pela consideraçaos
preliminar, de que o capital para a execução de obras
pliblicas, cada vez mais escasso, especialmente no âmbito do Mercosul, está
R
exigir criatividade de soluç€5es
e participação associativa na viabilização de suas implantaçÂSes. Alerta Field
(199i, p. 4):
"Não existem mais milagres, não
existe mais a "Aliança para o Progresso";
acabaram os recursos piáblicos para investimentos".
A perspectiva de participação da iniciativa
privada
em
setores da economia, tradicionalmente de
Competência exclusiva do Governo, como o da energia, dá
asas à imaginação de que é possível cogitar-se rPaliza-
ç.ão
de empreendimento trinacional, em Candiota,
asso-
ciando fontes privadas e estatais, de recursos provenientes, em primeira instância, do Brasil, Argentina e
Uruguai. Este, inclusive, já se manifestou favorável
Ecot~311BLte'tEGG
266
participaçào
na
expansão
do
parque
termelétrico local,
considerada irreversível, tendo em vista interesse, nào
'!"4.Ó
de suprimento de
panhamento
aporte
CrIC1- 9id
elétric
dç WW -
e contribuiçai o ao esforço de controle do
crescente de emiss5es contaminantes, principal-
mente ' à atmosfera da regiào, preocupaçào predominante
do lado oriental
da fronteira (Ciasullo, 199P).
O modelo de constituição do capital, para tal
empreendimento, pode contemplar várias alternativas,
inclusive com a participação de recursos externos aos
três países. Para Dalmasso 41991) é fundamental, entretanto, em iniciativa desta natureza no âmbito do MercoS u l!!
a presença de bancos nacionais, representando os
interesses financeiros das partes envolvidas. A contribuição brasileira deveria englobar a participação do
Estado do Rio Grande do Sul, com o aporte da jazida de
carvão, enquanto a argentina incluiria o suprimento de
gás natural ao longo da vida látil da usina, como contra-partida ao recebimento de energia elétrica ali gerada e, também, destinada ao Uruguai. Estaria, assim,
assegurada a continuidade de suprimento do insumo energético, ponto-chave na geopolitica estratégica, fornecido por sócio do empreendimento e cliente de seu produto final. Quanto à suficiência do abastecimento de
2 67
gás, é interessante destacar as palavras do prprio exSecretário de Energia da Argentina, considerando várias
possibilidades:
"Tendo presente o que se sabe, até
o momento, sobre as reservas da Bolívia e a
grande importância das novas reservas que se
estio descobrindo em nosso pais, especialmen te ao norte, haveria vários caminhos cuja exploraçáo resulta potencialmente interessan•
te e ;
I) Argentina e Bolívia poderiam modificar
os atuais compromissos de compra-e-venda, com
o objetivo de liberar reservas que a Bolívia
poderia destinar ao Brasil.
II) O gás importado da Bolívia poderia considerar-se como gás em trânsito para o Brasil, construindo, desde a Argentina, um gaso•
duto a Sáo Paulo, nos moldes de acordos similares celebrados entre países europeus.
III) A Argentina poderia' no somente dei•
xar de importar gás da Bolívia, mas chegar a
exportar seu práprio gás, revertendo a circulaçáo do atual gasoduto que nos une á Bolívia
e unificando, deste modo, as reservas argentinas e bolivianas, para efeito de sua venda
ao Brasil.
Todas estas possibilidades indicam que,
talvez, a maneira mais adequada de resolver o
problema consiste em enquadrar as conversa•
4es em âmbito mais geral, incluindo Bolívia,
Brasil e Argentina, assegurando, assim, uma
equilibrada cnnperaçáo energética no Cone
Sul" (Guadagni, J.985, p. 336).
8 A obra defende o rompimento do contrato de compra de gás boliviano, pela Argentina, cujo prazo expira eu 34
de abril de 1992, alegando conseqüências perversas para a economia do pais, em vista da descoberta de vastos
e promissores campos de gás, nas províncias do norte argentino.
268
Embora esta ótica seja argentinas parece que
a suficiência no abastecimento de gás não deverá constituir maior
preocupacáo ao Pria:W pelas diverças OP-
c5es de arranjos, passíveis de manipulação, mesmo que
nem todas permaneçam, ainda hoje, cogitadas à mesa de
negociaç6es.
Ro0..a verificars então; sob visão estratégicas a questão do preço justo. Aqui se encontram, preci-
samente, as dificuldades maiores que têm toldado os esforços
dos negociadores brasileiros e argentinos. Gua-
dagni (i985) reporta-se a fatos de J.980/1.9915 relativos
a fornecimento de 10 milhal'es de metros clibicos diários
em Foz do Iguaçu, destinados ao abastecimento de São
Paulo, que culminaram em impasse entre o preço proposto
pela Argentina e aceito pelo Brasil: a Petrobrás oferecia US$ 3.20/MBTU e
Gas dei Estado
pretendia US$
5.70/MBTU. O campo gasíferos então considerados situava-se na província de Neuquén. r.2. interessante notar, a
respeito dos argumentos esgrimidos sobre os preços,
que diz Guadagni (1985, p. 307):
"A Petrobrás sustentou que o preço
do gás devia ser igual ao do óleo combustível
com enxofres o qual iria substituir em São
Paulo, subtraídos os custos de transporte
desde a fronteira e menos os custos de conversão. Com este métodos os negociadores bra-
2.69
sileiros atribuem cuçto çocial nulo à conta-
mina4o produzida pelo óleo combustível com
enxofre, o que eXpressa
x antes de tudo!, hábil
posiao negociadora já que o dano ambiental
produzido por aquele é muito sério".
Este aspecto' das consideraçóes dos custos
ecológicos, é também trazido à tona pelo Chefe da Divisão do Mercado Interno Europeus do Governo da Alemanha,
Jochen Merkel (1991, p. 12), em exemplo que bem poderia
ser aplicado à termelétrica de Candiota:
"Quando fui Presidente da Comissão
de Energia, a delegação alemã exigiu que as
refinarias de petróleo, na Espanha, cumprissem as mesmas exigências feitas às refinarias
alemãs. Já que eu era o Presidente, perguntei
aos espanhóis o que alegavam em seu favor.
Responderam que se estavam beneficiando das
vantagens das localizaçóes, já que as refinarias de petróleo localizavam-se num vale onde
não incomodavam ninguém, e que é um castigo
justo as refinarias alemãs, que foram se localizar, exatamente, no centro da cidade de
Hamburgo, entre as capitais de Bonn e Colônia. Levaram a vantagem de custo dos transportes, porque se localizaram bem junto aos
consumidores. justos então' que devam cumprir exigências maiores quanto à ecologia".
Mais tarde, em 1983, foram comprovadas reservas de gás na província de Salta, viabilizando sua exportação para o Brasil, com economia de custos, Pela
diminuição significativa da extensão do gasoduto em relação a Neuquén. Neste ínterim, renovam-se as tratativas brasileiro-bolivianas relativamente ao suprimento
270
de gás da Bolívia pois Paso de los Libres fora descartado, como ponto de entrega do gás, nas negociaçê'es de
i980/1981, "porque Porto Alegre, como mercado final do
gás, possuía baixo potencial de consumo" (Guadagni,
p.
Merece destaque, o que é afirmado, sobre este
campo gasífero de Salta, por Guadagni (198s s p. 307):
"Este gás saltenho está associado a
de
um 00R 9 muito alto, de valor ao redor
5.000; por este motivo, extrair gás, dos jazimentos Ramos e Acambuco, é essencial para a
YPF" e seus empreiteiros. Os custos específicos deste gás, na boca do poço, .s. ,ío muito
baixos".
Este é um indicador de que as dificuldades de
preços, do passado, poderiam ser revistas. De fato, durante 1984, a Secretaria de Energia da Argentina retomou negocia4es com a Petrobrás, estudando a possibilidade de aba s tecer Sc.) Paulo por gasoduto procedente de
Salta, via Foz do Iguaçu, com investimento entre i e
bilh'áo de dólares (Guadagni, 1985).
9 Relação Sís-Petróleo gás-Oil Relation).
is
racinientos Petrolíferos fiscales, a estatal petroleira argentina.
271
Os
estudos prosseguiram, ora contemplando o
suprimento de gás argentino, ora boliviano, sem, entretanto,
apresentar decisão definitiva. No momentom espe-
cula-se que o Governo de São Paulo firmou compromisso
de importação de gás da Bolívia, via Corumbá, sem submissão do assunto à esfera federal, contrariando dispositivo constitucional, ao tomar conhecimento de que' ao
esgotar-se o prazo contratual de fornecimento de gás da
Bolívia à Argentina, em 30 de abril de 1992, havia interesse, de árgãos internacionais, em financiar gasoduto para estimular as exporta4es do gás boliviano ao
Brasil' em atitude de auxílio à economia daquele país,
como compensação pelas perdas decorrentes de seu firme
engajamento no combate ao tráfico de drogas. A especulação é complementada por informaçal'es de que a estratégia da PPtrobrás, em vista da iminência de privatização
dos campos gasíferos na Argentina, é negar interesse
no suprimento de gás deste país, para evitar a excessiva valorização dos ativos da YPF.
Esperulaçes à parte, o certo é que a necessidade de gás natural, por parte do Brasil, é grande,
tanto para emprego industrial como urbano, e este energético deverá assumir, em futuro próximo, maior participação na matriz energética nacional. Entretanto,
272
preço justo, questão de importância estratégica,
conti-
nua em aberto nas sondagens preliminares com a Argentina e s aparentemente ng.o é de fácil resoluao. Deverá s
contudo! terminar por 5it1W - 5e ao nivel do praticado
nas transa0Ses internacionais correntes.
Quanto ao Rio Grande do Sul, o mais provável
é que venha a ser suprido por gás, tanto procedente da
Argentina como proveniente do centro do país, de origem
boliviana ou nacional. Este ponto remete àquele, abordado anteriormente, dos preços do gás natural versus
gás de car'vão em Candiota, permitindo a ilação de que,
tendo os carve5Ps destas jazidas características de excelente gaseificação, seja esta combinação gás naturalcarvão ' a partir do emprego em usina de ciclo combinado, o passo estimulador da intensa e duradoura utilização futura do gás de carvão, produzido localmente. Isto
abriria a porta para a cogitação de outras possibilidades, como a do transporte deste gás misturado ao, e
juntamente com, gás natural, em direção ao centro do_
país - tal como ocorre na Tchecoslováquia, em relação
ao gasoduto que procede da Sibéria dirigindo-se para a
França e Alemanha - sem falar de seu emprego em tecnologias de combustão limpa do carvão, ainda hoje em fase
final de desenvolvimento, ou na implantação de pólo
■
273
carboquímico na regig.o; hipóteses, todasm aparentemente
viáveis e inseridas na integra4o energética do MercoSUl.
Ficam portanto, a sensação de quem ao carvão
mineral do Rio Grande do Sul e ao gás natural da Argentina, estão re s ervados papéis importantes e grande destaque como elementos integradores, de vanguarda, na política energética do Cone Sul, em futuro que se inicia
no presente.
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setembro de 1991.
277
6. MARKETING
Abordam-se aqui as $4es de markeing R desenvolver
para inserir o carvà'o mineral nas matrizes
energéticas nacional e, em especial, do Rio Grande do
Sul
.
Considerada a política energética como dependente
das decisCies tomadas pelos formuladores de políticas
públicas, s'á".o abordadas, inicialmente, as acê'es de marketing para o carvg.o mineral a serem encetadas pelo ambiente societário, com a participaao do sistema polit ico,
Para modelar o conteúdo da resultante política
pública de energia. Adicionalmente, vista a política
energética como variável independente, com seus impactos sobre a sociedade e o sistema político, s'áio analisadas as iniciativas de marketing indicadas para atenuar possíveis inquietaç3es, advindas do emprego do
carv'áo mineral em larga escalas frente à crescente
preocupa4o com a prote4o ambiental. Por últimos
apresentam-se as conclus5es do trabalhos sugerindo
implanta4o de empresa energética trinacionals em
Candiota.
278
6.1. Marketing do Carvào: AçOes para a
Formulação de Políticas Energéticas
"O futuro pertence àqueles que
vêem as possibilidades antes que
estas se tornem gbvias".
(Theodore Levitt, 1983)
Na tentativa de conceituar marketing, autores
assncja0pc: especializadas, como a própria
ffarketing Association,
American
têm apresentado, ao longo do
tempo, abordagens nem sempre coincidentes (Schewe
Smith, 1982). Das várias conceituaç3es existentes,
adotada, neste trabalho, a definição de Kotler (1986,
p. 36):
"Marketing é o conjunto de atividades humanas que tem por objetivo facilitar e
consumar relaç6es de troca".
Dentre as muitas reflex5es impostas por este
conceito, a que merecerá maior atenção diz respeito,
diretamente, às atividades a desenvolver para que
concretizem as relaçê'es de troca visadas, as quais,
279
nesta dissertado dizem com o cresrimento da participa4o do carvão mineral na matriz energética nacional
narticularm na dm Rio Grande do Suh em detrimento da contribuição de outras fontes de energia. Estas
iniciativas, considerada a política energética resultante como variável dependentes estão afetas, basicamente, inddstria carboniferas devendo ser dirigidas
aos
Pormuladores de políticas pláblicas que envolvem
-
0
setor e diretamente ao mercado pelas empresas mineradoras e concessionárias de energia interessadass bem como
p or
suas respectivas entidades nacionais, com o apoio
do sistema político. De outra partem vista a política
como variável independentem ac3es de marketing
devem ser desenvolvidas pelos formuladores da política
energética, para sua aprovaao pelo sistema político e
respectivo respaldo junto à sociedade.
1. AçOes de marketing pela indústria carbonifera
Para o planejamento das ac;5es de marketing é
nprec.c.árin considerar a influência de variáveis, ligadas aos ambientes interno e externo das empresas do setorm as quais, em situaci5es que se modificam continua-
8. 8
mente, interferem no processo (Schewe & Smith, 1982;
Kotler, 1986). As variáveis internas às empresas sgo as
que McCarth:.i (1964) popularizou como os "4 P" (produto,
ponto de distribuiçgo e venda, promocgo e preço), formando
o que Rotler (1986) chama de "composto de marke-
ting" (ffarkEting
mumente
ffix),
Aquela5 outra5, con5iderada5 co-
como vinculadas aos ambientes de mercado e ma-
croambiente (Kotler, 1986), constituem-se em forças
ex-
ternas a afetar, diretamente' as decis3es da inddstria;
entre elas, destacam-se o ambiente legal e político, a
tecnologia, a economia, a infra-estrutura e a própria
concorrência. Modelo para análise da competitividade
internacional da indústria é proposto por Porter
(1990), em que os fatores da producgo, as condiç5es da
demanda,
a estrutura, estratégia e rivalidade das em-
presas do setor, bem como as indústrias afins e de suporte, constituem os determinantes da vantagem competitiva da inddstria da nação.
As açb'es de marketing ao nível microeconômico, de compet&nria exclusiva das empresas integrantes
da inddstria carbonífera, importam ao seu posicionamento e participaçgo mercadológica dentro do setor. Pertencem, pois, à esfera decisória empresarial individual, somente devendo ser encetadas após clara defini-
281
ção do negócio da empresa; os grupos de clientes
atender, as necessidades a serem satisfeitas e as tecnologias empregadas neste atendimento constituem elementos primordiais desta definição. São as açb'es s portanto s decorrentes do negócio básico de cada empresa -
seja minera4o do carAo s seu bene-P'['amento, transporte
ou geração termelétrica - e do nicho em que atua.
destituída de sentido a formulação estratégica de
açdes
relativas a negócios não definidos com clareza e preci-
são (Men ' 1980).
O escopo da dissertação, entretanto, diz res-
peito ás açes a desenvolver em nível macroeconômico,
as quais passarão a ser abordadas.
a. Ambiente legal e político
Foram abordados, ao longo do trabalho, alguns
aspectos da legislação brasileira que contribuiram para
estimular ou dificultar o emprego do carvão mineral como fonte de energia, desde o Império, passando pela Revolução de 1930 (o Código de Águas de 1.934), até os
dias atuais (os dispositivos legais de criação da Itaipu Binacinnal e de proteção do meio ambiente contra
fontes poluidoras fixas). Especificamente, a legislação
2R2
ambiental analisada, em especial quanto à limitaao das
emissbes provenientes de centrais termelétricas a carvg0,
foi considerada sério entrave à expanso desta
forma de qeraçáo elétrica no Pais, podendo representar,
inclusive, a definitiva inviabilidade da utiliza4o do
carv%51-1 na produ4o de eletricidade (Barcellos &
1991). As inquietac5es com a qualidade do meio ambiente
e as pressUs que se exercitam, internacionalmente, sobre o tema, também foram abordadas em capítulo :?3. parte.
A indústria, em regime de plena democracia,
pode atuar junto ao sistema político na defgssa de seus
interesses, isoladamente ou por intermédio de suas entidades de classe, como de fato o faz. Esta ack, junto
aos
órgos legislativos e executivos do País, deve ser
precedida por planejamento estratégico global para o
setor, de sorte que o curso das iniciativas empresariais, adotadas individualmente, seja encadeado de forma lógica, seqüencial e monolítica, trazendo resultados
permanentes.
111 certo, porém, que os interesses dos mineradores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde
está concentrada a indústria carbonífera, nem sempre
têm sido convergentes, ou melhor, tradicionalmente têm
283
apresentado divergências devido
distintas caracte-
rísticas básicas de seus carv5es' como já abordado an-
teriormente. Isto fez com que os representantes políticos, da indlástria e dos trabalhadores do setor, fossem
acionados ao longo do tempo' regionalmente, com enfoques
e objetivos díspares, sem que o sistema político
assumisse, pragmaticamente, posido unânime e sólida em
âmbito federal. Talvez aí esteja boa parte da explica-
0.0 para
a "falta de vontade política" em utilizar
re
.carvão mineral nacional, em especial o do Rio Grande do
Sul, conforme exau s tivamente mencionado nos depoimentos
tomados, que embasaram esta dissertação' entre os quais
o de Antonio Aureliano Chaves de Mendonça (1992), exMinistro de Minas e Energia e ex-Vice-Presidente da República.
rabP, portanto, ação política conjunta dos
Estados detentores das reservas carboniferas nacionais,
especificamente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por
meio de seus órgãos legislativos, de modo a cooptar o
poder legislativo maior da Nação, transformando o parlamento brasileiro no verdadeiro foro de expressão da
vontade política nacional de utilização intensiva desta
riqueza, junto aos formuladores da politica pdblica de
energia, pois, como afirmou Galbraith (1986):
284
n^u exerc í cio do poder, a !_mIlmiltgão
de alguns à vontade de outros, é inevitável
na sociedade moderna; nada se realiza sem
ele" (Galbraith, 1986, p. 13).
bem verdade que este exercício, por desenvolver-se no Congresso e enquanto perdurar sua atual
representatividade
deformada
deverá superar obstáculo
político de monta, já que 59% da populaao brasileira,
radirada nas regjMes sul e Sude .ste (com cerca de UX
renda nacional), detêm apenas 46% da representaçào politica na Câmara dos Deputados (Barcellos & Leão,
1991.).
Os primeiros passos no sentido de açào politica conjunta dos Estados sulinos, parece, foram dados
em 19 de março de 1992, quando reuniram-se em Florianópolis, na sede da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, deputados integrantes da Comissào Especial de Defesa do Carvào, da Assembléia Legislativa do Rio Grande
do Sul, com seus pares catarinenses. Na ocasiào, foi
criada comissào homônima pelo legislativo daquele estado, com o propósito de unir-se ao esforço liderado pela
ca.a legislativa gRiárha, no acionamento das bancadas
federais dos dois Estados sulinos, em defesa da maior
participaao do carvào na matriz energética nacional.
28 c
b. Tecnologia
O avanço tecnológico é um dos responsáveis
pelas profundas mudanças em curso no mundo atual,'
qual
convivem' lado a lados as mais fantásticas
no
possi-
bilidades de desenvolvimento e progresso e a pobreza
mais abjetas o atraso e o
medievalismo" (Gorbachevs
1927, p. 155).
Como variável de marketing, a tecnologia tem
sido considerada importante força atuante na economia,
impactando a competitividade das empresas (Porter,
1985; Kotler, 1986). Schewe & Smith (1982) postulam a
"incontrolabilidade" da tecnologia citando' como exemplo, o surgimento do computador com a revolução, por
ele provocada, no comportamento e nos hábitos de consumo. portanto' oportuno explicitar, mais precisamente, o entendimento sobre inovação tecnológica.
Pérez (1986) e Freeman & Perez (1988), repetindo a distinção schumpeterianas especificam que, enquanto a invenção ocorre na esfera científico-técnica,
ali pode permanecer para sempre, a inovação é feito
econômico que pode ser classificado em incremental ou
radical. A inovação incremental é melhoria a que são
286
submetidos produtos ou processos; já a inovação radical
consiste
deiramene
na introduao de produto ou processo verda-
novo, uma ruptura capaz de iniciar novo rumo
tecnológico.
As inovacb'es incrementais ocorrem, na prática, mais ou menos continuamente em qualquer atividade
industrial ou de serviço, embora em graus distintos.
Esta a inovaao constante recomendada por Peters &
Austin (1985), um dos sustentáculos da base trípode
(aten4o aos clientes, capacita4o das pessoas e inovaem que se deverá apoiar a empresa que pretender
atingir o nível de excelência. Esta é, também, a inovaço enfatizada por Peters (1909) ao enunciar a essência
do desempenho pró-ativo, que conduz ao sucesso empresarial, no que ele define
como "ambiente caótico do mundo
de pernas para o ar". E4, ainda, o âmago da qualidade
total de Ishikawa (1.986), de Campos (S990 e 1992) e de
Crosb...3 (1990), ao pregarem a melhoria contínua voltada
para o cliente. Aliada ao espírito empreendedor, é a
inova4o citada por Drucker (1986 e J.992)
para a
pre-
serva4o e continuidade das empresas. De outro lado, as
inovaç3es radicais, provenientes de pesados investimentos em P&D e responsáveis por impactos de porte no mer-
PR 7
cado, parecem fugir à área de ação da grande maioria
das empresas.
Especificamente, quanto ao carvào mineral, é
conveniente observar' em primeiro lugar, o que ocorre
nos pases desenvolvidos. Nestes' as instituic6es de
pesquisa, com maciço apoio governamental (o do Departamento
de Energia norte-americano, DOEs é bom exemplo)5
e as grandes
multinacionais do setor conduzem o proces-
so de desenvolvimento tecnológico, visando compatibili7ar as novas exigências de qualidade ambiental com a
continuidade de utilizaçào da maior reserva de combustível fóssil do planeta, como escape ao antevisto esgotamento dos campos petrolíferos e à energia nuclear.
A busca é por inovaç5'es tecnológicas, sejam
Plas radicais ou incrementais, que permitam sobrevida
ao carvào mineral como fonte de energia, integrando típica atividade de marketing, para extensão do ciclo de
vida do produto, afim de atender novas exigências do
mercado (Kotler, 1986).
O desenvolvimento da tecnologias contudo, nào
está afeto, somente, aos países do hemisfério norte.
Autores como Perez & Soete (1988) acreditam sempre
228
existir, na mudança tecnológica' janelas de oportunidade acessíveis aos países em desenvolvimento. Isto requer nova postura conjunta, do empresariado e do governo, definida por Kotler et alii (1985) como um dos fatores-chave que est'áo por detrás do "milagre japonês",
esta, precisamente, a "associaao" entre governo e
empresa, caracterizada como "ambiente empresrio-governamental", um dos quatro ambientes componentes do "mo-
delo do sucesso japonês", proposto pelos autoresi. Neste modelo, indiástria alvo, de importância crítica ao
bem estar econômico do país, é selecionada para contempla4o, pelo governo, com recursos financeiros, incentivos fiscais e remo4o de entraves burocrático-administrativos, tudo objetivando sua modernizaao tecnológica, ai incluída a importa4o de tecnologia. Adicionalmente, criadas barreiras comerciais protecionistas, diretas e indiretas.
Esta estratégia, mesclando políticas e medidas de cunho monetarista, tributário e fiscal, levou ao
que, para ishihara (1991), é hoje a maior força do Japo - a lideranca em matéria de tecnologia. Esta é
ro-
1 0 'modelo do sucesso japonés m é formado por: ambiente sócio-cultural, ambiente empresário-governamental, am biente concorrencial e ambiente organizacional Uotler et alii, 1985).
289
nhecimento, que se traduz em poder (Toffler, 1990). Cabe ressalvar' entretanto, que é necessário e indispensável, para a tecnologia importada ser absorvida e desenvolvida, a existncia de populaao economicamente
ativa desfrutando de boa Pduraan e rapacitaao profissional. A propósito diz Ishihara
(199is p. 41-42):
"No Ja4o, a criatividade n'a:o está
limitada a uma elite cienfjfica ou cultural.
perceptível por toda a partes no seio de
gente de todas as profissoes. Nossa supremacias em matéria de alta tecnologias provém de
uma força de trabalho vigilante e inovadora".
Diante desta realidades um dos caminhos que
deve ser perseguido pela inddstrias junto aos governos
estadual e federal, é procurar, com denodos o desenvolvimento de aç5es conjuntas, em que tal "associa4o" vises além de benefícios recíprocos, o desenvolvimento
nacional. Para tal, certamente, muito contribuir'áo o
recurso a protocolos nacionais de coopera4o interestadual, a formaç'án de consórcios "mistos" governo-iniciativa privadas bem como os acordos internacionais bilaterais de cooperaç'âo científico-tecnológicas entre instituiç5es de pesquisa e universidades de caráter plffilico ou privados com participaao empresarial.
290
Adicionalmentem será básico o entendimento da
relevância da constitui4o de alianças estratégicas
(Ohmae, 1991) para a complementaridade
tecnoldsica,
tendo, particularmente, como alvo central, a manutenção
da vantagem competitiva (Porter ! 1985 e 1990). Seguramente, entretanto, a viso toldada por nacionalismo xenófobo, em que tecnologias de empresas alienígenas sf5.0
vistas como tendo, por destinado exclusiva, a submis e depend&ncia do País a interesses estrangeiros,
nada aparta em favor do desenvolvimento tecnológico
brasileiro ou da competitividade do empreendimento nacional.
Da indiístria carbonífera, portanto, requer-se
aff=nao ao curso cia.s pesquisas em âmbito mundial, referentes :á utiliza4o do carvo mineral, consideradas as
possibilidades de emprego e adaptaao das novas tecnologias quando disponíveis, bem como o estabelecimento
de relacionamento com congé:neres estrangeiras dos países desenvolvidos. Estes laços, aliados a outros determinantes, constituir-se-g.o em poderoso fator de posicionamento das empresas nacionais no mercado, em contexto que o consultor de marketing de produtos de tecnologia de ponta, o norte-americano Regis McKenna
(i985), chamou de "novo marketing".
P91
Especificamente, quanto às tecnologias de ge-
ração de eletricidades e5pecial0ente a partir d(J çarva"o
mineral, resumo do estado da arte já foi abordado
capítulo próprio. O desenvolvimento tecnológico conduz,
como visto, à utilização atual da combustão em leito
fluidizado,
em substituição à tradicional queima de
carvão pulverizado, e, com grandes vantagens acrescidas, ao emprego do ciclo combinado a gás natural, acenando, no futuro, para a substituição deste intimo pelo
gás de carvão. Seria, pois' no mínimo, desaviso empresarial ignorar os caminhos atuais da pesquisam acrescido de miopia tecnológica, na formulação da estratégia
competitiva da empresa, não considerar o rumo seguido
pelo avanço da tecnologia no setor, como advertem Pascale & Athos (198i), dizendo que o homem é limitado não
tanto por suas ferramentas quanto por sua visão. Afirmação que McKenna (1985) transp5e para o terreno do
marketing:
"A concorre:ncia verdadeira provém
do que chamo "concorrentes intangíveis". Estes envolvem modos de pensar e maneiras de
olhar o mundo" (McKenna, 1985, p. 129).
Aos países em desenvolvimento como o Brasil,
com dificuldades crônicas de caixa que acarretam destinação de verbas diminutas para a pesquisa científica
292
(Luce
Barcelloss 1991), em que pesem a "fronteira" a
circundar e proteger o Norte, bem como a inexistência
dn sob ponto de
be,
vista polXtico
(Rulin, i99i), ca-
no mínimo, acompanhar atentamente o curso do avanço
tecnológico no primeiro mundo, de sorte a permitir e
estimular, com medidas fiscais e tributárias adequadas,
a importação pelas empresas, bem como a adaptação à sua
realidade, de tecnologias convenientes. Indispensável
se torna, entretanto, a implantação de política educacional de longo curso (Luce & Barcellos, 1991) - hoje,
a educação é dos mais importantes fatores da produção
(Porter, 1990) -, aliada ao fomento e estímulo à pesquisa,
onde, mais que a retórica da palavra fácil, es-
teja presente o pragmatismo de atos objetivos, embasados em medidas eficazes de combate à natalidade sem
controle e à procriação irresponsável.
empresas compete atuação conjunta com o
governo, dele cobrando ação e não salvação, envolvendose, definitivamente, em esforço pela educação do povó,
e, permanentemente, na capacitação de sua força de trabalho, incluindo-se, aí, os próprios empresários (lida,
1991). Pois, como diz Ouchi (1986):
"O que constitui um ser humano é a
capacidade para pensar. Um local de trabalho
deve ser um lugar onde as pessoas possam Pensar e usar sua sabedoria" (Ouchis i986,
p. 277).
c. Economia
O panorama econômico constitui-se em importante força externa a moldar as aaes empresariais. Especialmente no Brasil, em clue a turbulôncia econômica
tem feito com que governos, nem sempre bem preparados,
alternem solu4es ortodoxas
P
heterodoxas, mudando
bruscamente o rumo da política econômica em guinadas de
inopino, o desafio anteposto ás empresas assume propork7j5es considerávgis.
No caso e s pecífico da indústria carbonífera'
dURS
variáveis têm exercido papel fundamental no campo
econômico, como já examinado anteriormente: os subsídios com que s'áo contemplados os derivados de petróleo,
especialmente o óleo combustível, dificultando, sobremaneira, a competi4o do carvo como combustível industrial, e o defasamento das tarifas de energia elétrica,
sob argumento de vetor fundamental da política social,
entre os instrumentos ineficazes de contenao da inflaFsta última, renitente, crônica, acometida por
294
surtos de extrema gravidade ' intercalada com
esPasmos
de congelamento de preços constitui-se : aliada às altas taxas de juros, à auncia de política salarial para a massa trabalhadora, ao desemprego e à recessão
re-
um dos
principais ingredientes da perigosa
receita econômica
nacional, do explosivo coquetel da
centes, em
"década perdida".
Mercado interno em queda, joga-se o empresariado nacional ao mercado externo como à terra prometida onde, precisamente, é necessária e indispensável a
compPtnr ia
para competir. Esta, por sua vez, é decor-
rente de experiência forjada nas lides e embates do
mercado interno, enfraquecido por monopólios e oligopólios ou dominado por cartéis, onde qualidade é conceito
novo, produtividade não é, ainda, bem definida e o consumidor, somente aaora, está acordando para os seus direitos (Luce & Barcellos, 1991).
Neste contexto, não são poucas as dificuldades enfrentadas pela indústria, entre as quais o desenvolvimento de suas atividades de planejamento a médio e
longo prazos, bem como a formulação de planejamento estratégico,
em
que o exercício da previsão torna-se,
praticamente, ato e s otérico. A saída tem sido, via de
235
regras esperar para vers na expectativa
cIP "lu7 arP5;3.
no fim do tiánel", ou tramar pelos escaninhos do poder'
em busca de favorecimentos compensadores. Há empresas,
entretanto, poucas é bem verdade, que têm utilizado os
tempos atuais como oportunidade ímpar para forjar
o
espírito de competiçáo, desenvolvendo e capacitando sua
força de trabalho, aprimorando e reforçando vantagens
rompetitivas, consolidando posiao no mercado interno,
para poder vir a agredir com cA[rPc•-n, males farde, o
mercado internacionais com o qual trava conhecimento em
incursáes exploratárias preliminares. Entenda-se, contudo, que a ado4o dessas medidas de caráter interno
exige determinaao, aliada a esforço vigoroso e permanente
em sua implementa4o. Da indústria carbonífera
requerem-se, ainda, empenho e denodo continuados, na
batalha externa pela conquista da igualdade de tratamento tributário frente aos demais combustíveis, bem
c omo
pela recomposiço das tarifas pkíblicas de energia
elétrica, fatores decisivos ao estímulo PronAmiro
da
demanda de carv',5.o.
Esta pode ser incentivada, também, pelos preços do produto no mercado interno. Estes' até bem pouco
tempo, eram fixados pelo governo, por intermédio do
CNP-Conselho Nacional do Petráleo. Entre os primeiros
1
'"96
passos dados, recentemente, no sentido da liberalização
da economias estavam os relativos à eliminação do imposto
de importação do carvão mineral estrangeiro e à
liberação dos preços do produto nacional, mantendo,
contudo, os subsídios aos derivados do petróleo. A partir de agora, portanto, a variável preço passa a poder
ser manipulada pela indkitria.
"De todas as variáveis de marketing
que podem influenciar as vendas de um produto s o preço foi a que recebeu a maior atenção
dos economistas profissionais" (KotlPr, 1986,
p. 674).
Houve razb'es históricas, técnicas e sociais a
justificar a predominante atenção devotada aos preços,
neste século: a produção padronizada de bens, em que
sua única diferenciação era o preço; o início do desenvolvimento da teoria econômica, onde o preço apresentava propriedades muito mais susceptíveis de análise; e
,
finalmente, a facilidade de explicação, pelos preços,
do funcionamento do sistema competitivo de livre mercado, como mecanismo auto-regulador (Kotler, 1986), em
que pese poder contestar-se sua eficincia (Wonnacott &
Wonnacott, S979).
297
bem verdade quem atualmente, a diferenciação de produtos não elimina a atenção a ser dispensada
à formação do preço, muito ao contrário, a coloca sob
nutrn ângulo, como, apenas, uma dentre as variáveis do
composto de marketing!, consideradas na .Pormulaço da
estratégia competitiva e na tomada de decisão pela.indiástria (Porter i99S í990). 88ai4z, então, ag
adM.
de marketing indicadas, relativas a esta variável?
O carvão metabárgico, por exemplo, enfrentam
antes da concorrncia externa, o esgotamento das jazidas locais de mais fácil exploração, ou operação menos
complexa, requerendo total modernização e reequipamento
da indústria carbonífera, para poder prosseguir sua extração em condiç6es competitivas. Aqui, a variável preacessória. Tecnologia. é a principal. Contudo,
ar.,:o
de marketing mais imediata é referente à atuação
do setor no ambiente político-legal, para a reintrodução do imposto sobre as importaç5es de carvão estrangeiro, remediando, em parte, a atual situação de inviabilidade das mineradoras nacionais.
O carvão energético, por outro lado, tem, como visto, suas melhores oportunidades futuras na produção de eletricidade.
n
preço a ser praticado deverá ser
298
tal que, viabilizando sua utilizaçãos torne a geração
termelétrica competitiva com a produção elétrica de
fontes hídricas. Para tanto, é fundamental a proximidada mina à usina!, praticamente eliminando os
de
rusto
de manuseio, transportem transbordo e estocagem do carv'âom
o
somada à tecnologia de geração que não comprometa
meio ambiente. Mais uma vez, tecnologia é palavra-
chave no processo, aliada à ação vigorosa, no ambiente
político-legal, contraposta ao modelo institucional do
setor elétrico brasileiro, sempre e totalmente, favorável à hidreletricidade, quando não à nuclear.
Ao mesmo tempo, a abertura da economia, que
se ensaia, deverá ensejar a participação da indústria
carbonífera no mercado de geração de eletricidade. Para
tanto, ação específica é recomendável no sentido de inserir a participação da iniciativa privada, juntamente
com as estatais e empresas de economia mista do setor
elétrico, nas futuras obras do sistema e em investimentos regionais descentralizados. Visando :3.
viabilidade
destes, bem como a rentabilidade da indústria, é indispensável, entretanto, ação desta última reforçando
pressão junto aos formuladores da política pública de
energia, no sentido da manutenção da recém iniciada recuperação das tarifas de energia elétrica. Esta inicia-
299
tiva deverá contar com o apoio das entidades internacionais de financiamento, indispensável à realização
das obras de maior porte, já que a prática de
reais de
energia é condiad sine gua non
tarifas
concessão de
empréstimos externos.
Por outro lado, olhando-se para fora das
fronteiras nacionais, especificamente para o Japão, observa-se que os fatores abordados por Kotler et alii
(1985), somados à política de isenção de impostos
ek
contas populares de poupança, proporcionaram a esta nação dispensa de financiamentos externos para a promoção
de seu desenvolvimento. Esta política - estabelecida
pelo banqueiro Joseph Dodge, quando da ocupação daquele
país pelos norte-americanos, após a Segunda Guerra Mundial, e mantida pelo governo japonês até 1988 - transformou o Japão no detentor da maior poupança interna, a
nível mundial (Drucker, 1992), enquanto se convertia no
maior credor dos Estados Unidos. Fato que muito preocupa Burstein (1990), ao citar alto executivo da Daiwa, a
segunda corretora de valores do Japão:
"Dinheiro é o sangue que irriga toda a economia' alimentando o cérebro e o coração da nação. Não faltará quem veja a concorrência no campo financeiro como uma disputa pelo controle da corrente sangüínea"
(Burstein, 1990, p. 31.).
300
Estas palavras trazem à reflexão o fato de
qUes
rada vez maiss em futuro que principia agora, o
acesso ao capital e seu controle serão avidamente dis-
putados.
A trgditiongl gtratividade dos investimentos,
fruto da segurança, taxa de retorno e liquidez, passará
a ser, especialmente, ditada por estratégia geopolítica
da nação investidora, em mundo de globalização crescen-
te
de mercados, mormente em projetos intensivos em ca-
pital. Neste cenário em constante modificação, a tecnologia difunde-se com rapidez, enquanto se intensificam
os custos fixos das empresas e cresce o protecionismo
dos governos, tornando obrigatárias as alianças como
indispensáveis à estratégia (Ohmae, 1.991). Governos
e
empresas competentes deverão, portanto, saber formular
planos 'conjuntos, alianças estratégicas e parcerias
tecnológicas, com aqueles de países detentores de recursos financeiros disponíveis para investimento. O sul
do Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, por meio
de suas reservas carboníferas, onde se destacam as de
Candiota, desfruta de posição ímpar no contexto geopolítico energético do Mercosul. Para capitalizar esta
condição, é básica e essencial, porém, a estabilização
do
cenário econômico nacional, "considerando - se que o
movimento dos capitais internacionais parece no pre-
301
tender incluir o Brasil em sua rota" (Barcelloss J.9925
d. Infra-estrutura
Entre os fatores da produ4o, mencionados por
Porter (1.990)m a determinar a competitividade da indds-
tria de uma naçãos a infra-estrutura existente no país,
aí computados seus meios de transporte e comunicação,
exerce papel básico.
No caso específico do carvão minerais seu
transporte foi subsidiado até recentemente pelo Governo, por razi5es que serão logo abordadas, com emprego de
recurso singular: sua distribuição, em âmbito nacionais
foi atribuídas exclusivamente' à CAEEB - Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras.
quiria
o
A CAEEB
ad-
carvão junto às minas, pelos preços fixados
pelo governo para remuneração das mineradorass entregando-o, no destinos aos preços estabelecidos para o
consumidor final. Esta mecânica compensava os altos
custos de transportes das minas aos pontos de consumos
decorrentes da deficiência da infra-estrutura existente, até hoje críticas e das distâncias envolvidas. O
sucesso operacional da CAEEB eras diretamente, propor-
n0P
cional ao acdmulo de seu prejuízo, tanto maior quanto
mais distantes os mercados-alvo das áreas mineradas.
Com a supresso dos subsídios ao transporte do carvo,
encerrarmr5e, Imiculente,
tiYidades da CAEIEBp (lite
foi, entgos extinta.
Enfrentando renitente oposiçgo, por parte dos
órgãos
federais de planejamento do setor elétrico bra-
sileiro, ao emprego do carvgo na geraçgo de eletricidade, e pressionado pelos representantes da indústria mineradora,
viu-se
o Governo, na passagem da década
70-80, compelido a tentar estimular a competiçgn do
carvgo, mais uma vez, com o óleo combustível, como fonte de energia para a indústria. Por estar o principal
mercado industrial brasileiro concentrado nas proximidades da cidade de Rgo Paulo. e distribuído ao longo dos
eixos Sgo Paulo-Rio de Janeiro, Sgo Paulo-Belo Horizonte e Rio de Janeiro-Belo Horizonte, tem-se clara visgo
da dimensgo das dificuldades relativas ao transporte e
distribuiçgo do carvgo, extraído no sul catarinense e
no centro-oeste do Rio Grande do Sul. Sua resoluçgo inclui, adicionalmente, a disponibilidade de áreas para a
construção de pátios de estocagem no centro do País,
bem como requer implantaçgo de política específica de
30.3
distribuição do carvão, cuja coordenação logística esteja afeta a entidade única.
As distâncias envolvidas, superiores em alguns casos a dois mil quilômetros, poderiam, ainda, ser
amenizadas se
quada
dispueesse o País de infra-eetrutura ade-
e eficiente de transportes. Muito ao contrário, o
que
é visto
va
de esforço competitivo por parte das empresas: por-
neste terreno desencoraja qualquer tentati-
tos desaparelhados, ineficazes e dominados por corporativismo desvirtuado (Luce & Barcellos, i991); rede ferroviária inadequada, onde existente, agravadas no Rio
Grande do Sul, por emprego de bitola incompatível com o
restante do País (Faria, 1.912), dificultando integração
rápida e eficiente; malha rodoviária insuficiente e sucateada.
Imbituba,
Bons exemplos constituem o arcaico porto de
no sul de santa Catarina, único arr==.-so
via
marítima - já que o porto de Rio Grande não possui, até
hoje, ligação ferroviária com as regies carboníferas tv•
a estrada de ferro, de época imperial, que o une á
zona mineira catarinense.
Fica, desta forma, visível que, até pela inexistôncia de infra-estrutura apropriada para o
Pc. r 0a—
mento e transporte de produção intensiva, com os resul-
1
304
tantes riscos ao meio ambiente daí decorrentes, adicionalmente ao grave problema de custos incorridos, o Mer cado do carvà'o nacional deve ser procurado junto às mi-
nas,
onde a geraçáo termelétrica é o seu grande nicho.
Esta ronstata4o, entretanto, n'áo absolve o descaso com
a
ligado ferroviária da mina de Candiota, onde se en-
contram cerca de 40% das reservas carboníferas do País,
ao
porto de Rio Gránde, tempre togitádá, porém, nunel
executada. A mais vigorosa aço de marketing relativa à
infra-estrutura, no Rio Grande do Sul, deverá, portanto, concentrar-se na consecu4o deste objetivo.
De outra parte, ao setor da inddstria localizado no sul catarinense cabe lutar por sensíveis melhoramentos no transporte ferroviário da região ' bem como
por benfeitorias no porto de Imbituba, para facilitar o
transbordo, estocagem e embarque do carvà".o, na tentativa de minorar seus custos e melhorar sua posi4o competitiva.
e. Concorrência
Kotler et alii (1985) e Porter
(1990),
entre
outros, enfatizam a importância do papel da concorrência, no mercado interno de uma naçà'o, como um dos fato-
305
res básiros ao fortalecimento da competitividade da indústria.
Supondo, evidentemente, as mesmas regras do
todogm quánto máiç., acirrada a concorrênciam
jogo 11:1.rã
mais fortalecido o setor industrial. No caso do carvão
mineral brasileirnm contudom há que se tecer algumas
considera0Ps.
O principal concorrente da imWztria carboní-
fera
nacional tem sido constituido pela indústria pe-
trolífera. Valendo-se de subsídios, especialmente ao
óleo combustívelm esta indústria tem gozado de posição
confortável na disputa do mercado de combustíveis inmormente quando seus preços são cotejados
dustriais,
com
os do carvão por unidade de energia oferecida
(Cr$/kcal).
Este últimos como visto, fruto do alto teor
de
matéria mineral que contém, proporciona baixo poder
calorífico comparativamente a outros energéticos, posicionando-se de modo desfavorável, especialmente em relação ao óleo combustível. Esta constatação és ainda,
agravada pela dificuldade adicional de sua armazenagem
manuseio, em relaao à
correspondente facilidade
apresentada pelos derivados líquidos do petróleo. Esta
disputam ao longo do tempos tem sido perdida pela in-
ddstria carbonífera até porque a indlistria petrolífera,
no Brasil, constitui monopólio governamental, prestando-se a toda a sorte de manipulaçges politíra.
DP
outra parte, considerado o mercado de ge-
ração de Energia elétricas este é amplamente dominado
pela hidreletricidade. Por razóes já especuladas e discutidas em capítulos anteriores - entre as quais a "taxa de desconto" de 10% ao ano, tradicionalmente empregada no planejamento do setor elétrico (Becker & Maurer, 1990), favorecendo as grandes obras hidráulicas
nos estudos econômico-financeiros comparativos, bem co-
mo
os conceitos anacrônicos de que água é combustível
grátis e de que as hidrelétricas 115'..p agridem o meio ambiente - as fontes hídricas participam com 95% do total
produzido de eletricidade no País, deixando, à termeletriridade a carv'áo, inexpressivos 1,5%.
As iniciativas da indústria carbonífera devem
dizer respeito s especificamente, à reconsideraao da
vj.-F-,'á'.o de marketing do setor. Buscar competir com o óleo
combustível, mesmo em regime de livre mercado, com a
suspensf5.o de subsídios que se antecipa, n'S.o deverá recompensar o esforço despendido. O decréscimo do consumo
de rarv'áo energético, pela indústria em geral, foi ana-
307
lisado em capítulo que tratou da matriz energética nacional e o panorama não deverá mudar, substancialmente'
sob novas regras de mercado, mesmo porque as press'óPs
dos grupos ecológicos, contra o uso do carvão, tendem a
crescer, bem como o emprego de tecnologias não elPtrnintensivas. Mesmo na termeletricidade o uso do carvão
já.
enfrenta dificuldades em alguns países como, por
exemplo, na Grã-Bretanha, onde,
pelas raz6es
acima
acrescidas à recessão, à descoberta de significativas
reservas de gás natural no Mar do Norte e à privatização do setor, a British Coal pensa desativar 3i minas,
prevendo reduzir substancialmente a produção de carvão
em 1993, com a demissão de 30 mil empregados
(The Econ-
omist, 1992).
O vigor das açb'es a serem encetadas pela inddstria nacional do setor deverá concentrar-se no objetivo da produção de energia elétrica junto às minas,
ganhando espaço da geração hidráulica, por três ráz3es
básica s : o antevisto esgotamento, no País, das fontes
hídricas favoráveis, a consciPntizaçãn dos organismos
financeiros internacionais de que obras hidráulicas de
grande porte são comprometedoras da qualidade ambiental
a falta de recursos governamentais para bancar, isoladamente, os investimentos adicionais requeridos pela
1
308
necessária
e inadiável expansão do setor elétrico na-
cional. Débeis indícios da aparente nova época de privatização da economia poderão significar possibilidades
de abertura de mercado á indústria carbonífera, pel,a
oportunidade de participaçgo conjunta com o governo no
setor
elétrico, conduzindo-a ao filão mais promissor,
seu futuro nicho de mercado.
De outra parte, há a possibilidade de que o
Estado assista, no futuro, á proliferação de centrais
térmicas a carvão de pequeno porite (até 50 MW de potência), em complementáção á solução capital-intensiva das
grandes obras, se o Governo Federal decidir descentralizar o planejamento do setor elétrico, permitindo
maior atribuição aos Estados e Municípios nesta área,
como pretendido por Ruas (1991). Para tanto, muito poderá contribuir a revisão institucional do setor elétrico, ora em tramitação no Congresso Nacional. r.4 aí,
mais uma vez, onde deverá atuar a indústria carbonífera, para assegurar apoio político à tese da maior e melhor utilização dos recursos energéticos regionais.
Dois defensores desta postulação têm sido, no âmbito
estadual, o Deputado Athos Rodrigues (1992) e, no federal, o Senador Teotonio Vilela Filho (1990).
309
PnIT!
exemplo
desse pwgiciónamentes, em
âmbito
mundial, é dado pela Suécia onde, definitivamente descartada a energia nuclear, a política governamental
volta-se ao fomento do desenvolvimento de tecnologias
para utilização de fontes energéticas locais, renováveis. Convém destacar, entretanto, que, embora nào possuindo reservas de carváo Pm seu territário a
acompanha as pesquisas
EM
Sucia
desenvolvimento em outros
países, sobre eficii,;ncia dos processos de combustão
e
tecnologias de queima limpa de carvão (STEV et alii,
1991).
As açb'es de marketing propostas até aqui' relativas às variáveis do macroambiente, necessitam, contudo, de divulgação junto ao sistema político e à pr6pria sociedade, em tarefa de promoção do carvão mineral
como energético, mais do que disponível em abundâncias
amplamente desejado.
Toda indústria representa algo para o público. A imagem que transmite, e possuem é fruto da comunicação de suas empresas' produtos e aç5es. Na promoção
eficiente, isto exige conceito integrado de comunicaçgPs, onde todos os instrumentos de marketing utiliza-
310
dos
no processo (comunicaçgo social, promoçgo de ven-
das, vendas pessoais, propaganda, publicidade) mantêm
unidade coerente na identificaçgo da empresa
e
seus
produtos, (Kotler, 1986).
"Para colocar uma nova idéia ou um
novo produto na mente, vocÊ tem, primeiro, de
tirar um que já estava lá dentro" (Ries &
Trout, 1987, p. 49).
Esta difícil missgo, que é definida por Ries
& Trout (1987) como posicionamento, constitui o objetivo contido no âmago do conceito integrado de comunicaç;:5es: fixar, favoravelmente, idéias, produtos e emprePas na mente de consumidores e usuários. Esta é, precisamente, a essfl.ncia da promoçgo.
"A promoçgo abrange todos os instrumentos do composto de marketing cujo papel
principal for a comunicaçgo persuasiva"
(Kotler, 1986, p. 854).
No caso do carvgo mineral brasileiro, a pramnçgo é particularmente fundamental e indispensável,
pela péssima imagem que cerca o produto junto ao público
em geral, incluídos aí os ambientes societário, po-
lítico e formulador de .políticas públicas de energia. A
propósito, declarou Corrêa da Silva (1.992), em seu depoimento:
311
"Os defensores de minérios (carvbes) de melhor qualidade passaram a falar do
nosso, como de falsa qualidade. Por isso, o
marketing negativo internacional Contra o
nosso minério (carvão)" (Corrêa da Silva,
i992).
Estas palavras bem revelam a dimensão das dificuldades
a
superar para a reverso da imagem do car-
vo nacional, associado, em todo o mundo, à má qualidade. A ferramenta a utilizar nesta empreitada a divulgação e difusão de informaçb'es persuasivas, com emprego
de técnicas de publicidade e propaganda, seguindo o modelo de comunicação proposto por Kotler (1986, p. 827),
em que o processo "é visto em termos muito mais amplo s
que o simples uso das palavras".
De acordo com o modelo, o primeiro passo a
ser dado, para a eficácia da comunicação, é sua orientação ao receptor da mensagem, ditada por segmentação
da audiência, que, no caso do carvão mineral, é constituída por três grupos distintos: o grande público, os
políticos e os formuladores de políticas públicas de
energia. Precisamente neste ponto, há que levar em conta os diversos níveis de conhecimento e interesse dos
públicos-alvo, na definição adequada dos diferentes canais de comunicação a empregar, para atingir os receptores visados. A escolha e determinação destes canais
é, pois,
o segundo passo indicado no modelo. Importante
reforço adicional' no processo de difusão das mensagenss será o engajamento de líderes de opinVá.om como
citado por Kotler (1986) e enfatizado por McKenna
(1985). Entre os efeitos esperados, além da transmissão
de informaç3ess estão a alteração de percepç6ess a produção de convicçNes e a direção de açôes.
" - A sua propaganda está produzindo resultados?
- Certamente que sim! Na semana passada anunciamos pedindo um guarda noturno e na noite
seguinte fomos assaltados" (Anônimos in:
Kotlers 1986, P. 876).
Os canais empregados poderão ser de influência pessoal e
impessoal. Trabalho elaborado por Carpes
Lehnen (1992) sugere várias açb'es alternativas do
composto de comunica4o, a serem desencadeadas por meio
de distintos canais, dirigidas a
pdblico-alvo segmenta-
do
em governo, imprensa, poder legislativo, entidades
4e
classe e povo em geral, para a promoção do carvão
mineral, pela Comissão Especial de Defesa do Carvão,
da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
O terceiro passo refere-se à elaboração das
mensagens que, para serem eficazes, necessitam estar
adequadas aos seus receptores e respectivos canais de
313
empregados. Como as mensagens são, essen-
divulgação
cialmente, símbolos, estes devem ser familiares a quem
os recebe. A linguagem empregada deverá, portanto, ser
especifica para cada público-alvo.
Por último, deve ser analisado o emitente da
mensagem, o qual "influencia a audiência diretamente,
através de
diretamente,
e..--.colha da mensagem e dos canais, e in-
através da maneira pela qual a audiência o
percebe como sendo a fonte da mensagem" (Kotler, 1986,
p. 850), quando sua credibilidade é peça fundamental.
Neste momento, o emprego de líderes de opinião associados ao esforço promocional, nos três segmentos da audiência visada, é estratégia recomendável.
Finalmente,
para a promoção do carvão mine-
ral, duas decis3Ps necessitariam, ainda, ser tomadas
pela indústria carbonífera nacional: quanto investir na
promoção - função de sua duração e extensão, definidas
em vista dos objetivos a alcançar - e com que intensidade utilizar cada instrumento promocional. Certo, po—
rem, é que tal ação de marketing, para redundar em benefícios ao setor, revertendo expectativas negativas,
iria requerer investimentos significativos a curto pra-
314
zo, com a deflagraçáo de iniciativas de larga amplitude
e grande profundidades nos âmbitos estadual e federal.
2. AOSes de marketing pelos formuladores
da política pública de energia
Vista a política energética como variável independente e admitida sua formulação com participação
expressiva do carvão mineral, as açales de marketing a
serem consideradas dizem respeito, basicamente, ao composto promocional. Tendo-se em conta a proliferação de
movimentos ambientalistas, com o resultante surgimento
de grupos partidários em defesa do meio ambiente, como
o próprio Partido Verde, a política energética necessitaria, em primeiro lugar, de respaldo político. Somente apAs sua aprovação pelos árgãos legislativos, poderia ser apresentada à sociedade.
Os instrumentos a serem empregados na primeira
etapa não abrangeriam, de longe, a totalidade da-
queles envolvidos na promoção do carvão pela indústria
carbonífera. Referir-se-iam, exclusivamente, à comunicação ao ambiente político das razes determinantes da
315
solução proposta para o setor, resultante da necessida-
de
e conveniência de mudança da matriz energética na-
cional
onde o rarvão mineral passaria a desempenhar
papel mais que relevante, dnico. Em linguagem objetiva,
com embasamento técnico, documentos escritns, sustf>nta-
dos oralmente nos foros adequados, enfatizariam a vantagem
estratégica da utilização de recurso energético
práprio, abundante, onde a tecnologia empregada contemplaria
a proteção ambiental, estimulando o desenvolvi-
mento regional, gerando empregos, facilitando a descentralização industrial do País e propiciando sua integração energética no âmbito do Mercosul.
Somente apAs vencida esta etapa, poder-se-ia
cogitar da apresentação da política energética à sociedade, especialmente, às comunidades diretamente envolvidas ou afetadas pela atividade extrativa mineral, seu
manuseio, beneficiamento, transporte e utilização. Os
instrumentos a serem empregados, então, na promoção püblira da política de energia, seriam similares àqueles
utilizados na campanha promocional do carvão, porém,
com mensagem
própria.
Esta deveria, principalmente,
tranqüilizar a população quanto à manutenção da qualidade ambiental da região, ressaltando os benefícios sociais e econômicos diretos, decorrentes da nova ativi-
_J
316
dade, e indiretos, resultantes do desenvolvimento regional propiciado. Adicionalmente' enfatizaria a condição privilegiada e exclusiva desfrutada pelo Rio Grande
'
do Sul, detentor de quase 90% das reservas brasileiras
de carvão e vizinho da Argentina, para executar a etapa
de transição energética da era do petróleo, e do gás
natural, à economia do hidrog&nio, alavancado pelo carvão mineral, em posição de liderança e pioneirismo nacional e continental.
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New
329
6.2. Conclusrms
•";: mister recordar que náo há
nada mais difícil de planejar, de
êxito mais duvidoso ou de mais árdua direçáos que a criaçán de nova
ordem de coisas, pois quem toma a
iniciativa joga sobre suas costas a
inimizade de todos aqueles a quem a
prec.Prvaçáo das antigas instituiçb'es beneficia e, somente, encontra
tíbia defesa nos que poderiam beneficiar-se com as novas".
(Maquíavels in: Pollocks J.984)
A dissertaçáo procurou mostrar, ao longo dos
J.O capítulos antecedentes, que o carváo mineral nacionais em especial o do Rio Grande do Sul, náo encontrou,
no cur..--..o de sua história até os dias atuais, seu verdadeiro nicho de mercados tendo contribuídos para tantos
várias causac., arroladas e discutidas no trabalho. Teve
por escopos também, constatar a importância estratégica
da tecnologias em novo contexto de preocupaçáo mundial
com a qualidade do meio ambientes como instrumento propiciador do
prosseguimento
da intensiva utilizaçán do
carváo na geraçáo elétrica. Evidência destacada pelo
3E1
autnr como Unico recursn a possibilitar a utilização
das reservas de carvão gaúcho, em Intima tentativa e
derradeiro esforço, inserida em estratégia mais ampla:
integração energética do Mercosul. Proposição esta
que, até, não é original, como mencionado no texto e
referenciado na bibliografia citada, sendo, inclusives
sugerida no Uruguai, onde convênio de cooperação com o
Canadá, assinado em 29.07.88 pelo entião presidente Julio Maria Sanguinetti, previa a construção de usina nu-
clear em Paso de los Toros' naquele país, para torná-lo
o pólo energético do Mercosul, ensejando a exportação
de energia a seus vizinhos, Brasil e Argentina (Mariano, 1992).
Como explanado na dissertação, a complementação térmica das matrizes energéticas do Brasil, Argentina e Uruguai é necessária e desejável. O carvão mineral brasileiro e o gás natural argentino, disponíveis
em abundância e fontes de energia térmica por excelência, devem ter sua utilização intensificada; caso contrário,
soluç3es de grande risco, como a cogitada no
convênio uruguaio-canadense, serão as alternativas
disposição. Adicionalmente â abundante disponibilidade
do carvão e do gás natural, suas tecnologias, testadas
e comprovadas, os tornam atrativos aos investidores,
322
especialmente nos países do terceiro mundo, como afirmou Gordon Mackerron, da Unidade de Pesquisa em Ciência
Política, da Universidade de Sussex, ao predizer:
"Podemos,
portanto, esperar ver
concentração bem mais intensa que no passado!,
em gás e carvão como novas fontes de energia,
no mundo em d?s.envQ1Vj,Wint,9"
Webb, 1992, p. 11).
(liçkçrripnl
deveras recomendável a associação do carvão
gaúcho ao gás natural argentino, para a geração de eletricidade no Rio Grande do Sul. Neste sentido, entre as
possíveis soliçç3es alternativas, está o modelo proposto
por Barcellos & Leão (1992), em que empresa energética
trinacional - com participação dos governos do Brasil,
Argentina e Uruguai, bem como da iniciativa privada
seria implantada junto à mina de Candiota, na fronteira
n0 c, tp.
do Estado. Tal empreendimento, além de consti-
tuir-se no primeiro passo efetivo de integração energética no Mercosul - pelo abastecimento termelétrico dos
três países - viria a desempenhar papel de extraordinária relevância futura, sob ponto de vista tecnológico,
econômico, político e social, no cenário energético regional, nacional e continental, por atuação em três
segmentos básicos: a geração de eletricidade, a gaseificação do carvão e a pesquisa aplicada de fontes reno-
323
váveis de energia, como etapa de transição à "economia
do hidrogênio".
1. Gera0o de eletricidade
O caminho tecnológico iniciar-se-ia pela
PM-
dução de energia elétrica em ciclo combinado, com emP7e90
do gás naturais acrescida da eletricidade produ-
zida
pelo reforço de turbina acionada a vapor, prove-
niente de caldeira a carvão, de leito fluidizado. A geração de eletricidade a partir do carvão gaúcho traria,
de imediato, duas conseqüências econômicas. A primeira
delas seria a auto-suficiência no abastecimento estadual,
com a respectiva redução de gastos pdblicos na
compra de energia elétrica de Itaipu (quando cessado o
compromisso contratual em vigor), aliada' adicionalmente, ao ganho estratégico resultante, pela independência
n
abastecimento das necessidades de energia elétrica
do Estado. A segunda diria respeito a sua disponibilidade' também, na região da fronteira-oeste, totalmente
carente deste insumo, estimulando, em acréscimo, o desenvolvimento industrial da zona fronteiriça nos três
países. Viria, portanto' a constituir-se em fator emulador da implantação de pólo sídero-metaldrgico em Uruguaiana, no qual se insere o ante-projeto de usina si-
324
derúrgica, com utiliza4o de gás natural argentino e
minério de ferro dê Mato Grosso s já cogitado a nível
federal (DECLA/MRE, 1991). Propiciaria, em adição, a
alimentação de ferrovia eletrificada entre as cidades
de São Paulo e Buenos Aires, interligando-as a Porto
Alegre, no contexto da integrado física de pessoas e
mercadorias, no âmbito do Mercosul (Leão, 1992).
Ganho econômico adicional seria, também, a
implantação de pólo industrial em Candiota, para aproveitamento de sub-produtos e resíduos. As argilas encontradas entre as duas camadas de carvão, presentemente mineradas ' poderiam propiciar a instalação de indústria cerâmica avançada, com tecnologia de ponta, já dominada por departamento especializado nesta área, da
Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, de futuro promissor no campo dos novos
materiais. Ademais, as cinzas resultantes da combustão
do carvão en s ejariam sua utilização na indústria de
produtos Para a construção civil, conforme pesquisas
conduzidas pela Fundação de Ciência e Tecnologia-CIENTEC e pelo Instituto de Tecnologia da Universidade de
Caxias do Sul, além de seu tradicional emprego na indústria cimenteira.
AN-5V'
7"
• 325
2. Gaseificação do carvão
. O uso do gás natural em geração elétrica seria elemento-chave
como facilitador, na criaao da
"cultura" de utilizao do gáss passo indispensável à
gaseificaao dos
carv3es do Rio Grande do Sul,
espe—
cialmente os encontrados nas jazidas que se estendem da
regio do Baixo jacu' à de Candiota. Neste sentido,
o
caminho tecnológico partiria de projeto pioneiro de gaseificador, em ação conjunta já proposta pelo então Secretário de Energia, Minas e Comunicaç6es, Deputado Athos Rodrigues, envolvendo a sua Secretaria e a de Ci&ncia e Tecnologia. As instalaç6es seriam implantadas em
Candiota, utilizando tecnologia de processo desenvolvida pela CIENTECs para a produção de gás de carvão de
médio poder calorífico' a ser empregado na manutenção
da chama das caldeiras da Companhia Estadual de Energia
Elétrica, na Usina Termelétrica Presidente Médici.
As repercuss6es econômicas, daí advindas, seriam difíceis de quantificar com precisão, dado o leque
de oportunidades que se ofereceriam. A primeira delas,
seguramente, seria possibilitar a utilização do gás de
carvão em aplica4es domésticas e industriais. O próprio gasoduto procedente da Argentina, por meio de seu
326
ramal de Candiotam aí abastecido com gás de carvão,
tran5portar, para o centro do ntado e do
po-
Paí55
mistura de gás natural e gás de carvão, como ocorre com
o gasoduto transiberianom em sua passagem pela Tchecoslnváquia. Adicionalmente!, o desenvolvimento da tec• nologia de geração elétrica em ciclo combinado, com em-
prego de gaseificaçao de [anão integrada (MCC), onde
o gás de carvão substitui o gás natural' poderia ser
acompanhado, dentro do objetivo maior de domínio de
tecnologias limpas do carvão.
Outra derivação possível seria a elaboração
de gás de síntese, matéria-prima essencial à produção
carboquímicas viabilizando, em definitivo, a implantação de pálo carboquímico no Estado. Derorrncia natural
passaria a ser, então, a produção de combustíveis líquidos
sintéticos, como o áleo Diesel e a "gasolina do
carvão", podendo transformar-se o Estado em produtor
auto-suficiente de combustíveis líquidos (Scherer,
1992).
Fácil, entretanto, imaginar o alcance desse
desdobramento tecnolágíco nos campos político
P
social.
Constituir se iam sem sombra de dúvida, em arma podero-
sa
-
a alavanrar a projeção do Estado no cenário nacio-
2P7
na}, reconduzindo-o á antiga posi4o de liderança e o
destacando, entre os demais territórios, no concerto
continental. Ao seu povo, as oportun idades de cresci-
mento e realizaco, decorrentes do desenvolvimento econ.'\mico e conseqUente aumento do nível de empregos, seriam
mecanismo natural de ajuste social e distribuido
de renda.
3. Pesquisa aplicada de fontes renováveis de energia
O terceiro segmento em que atuaria a empresa
energética a instalar-se em Candiota seria o da pesquisa aplicada de fontes renováveis de energia. Em todo o
mundo, a estratégia energética futura ancora-se em pe s
-quisacondz ireçgodsnvlimetodvas formas de energia, de fontes renováveis, de sorte a
rompatibili7ar o crescimento econômico com a qualidade
ambiental, dentro do conceito, relativamente novo, de
desenvolvimento sustentável ou sustentado. Pois, como
afirmou Coelho (1992), no que se refere à deciso politica, dois pontos precisam ser equilibrados: a conjuntura e a estratégia.
Nesta linha de ação, portanto, entre as preocupaces da empresa estaria a pesquisa da aplica4o da
328
energia solar, em suas formas termo-solar, fotovoltáica
e eólica, à produção de eletricidade, para iluminação e
força. Inicialmente, envolver-se-ia com experimentação
na zona rural, onde a eletrificação de áreas remotas
seria objetivo visado, aí incluída a inserção na rede,
em caráter experimental e pioneiro, da energia gerada
por auto-produtorPc,.. De outra parte, a energia eolica
contaria com atenção específica, associada à energia
térmica de várias fontes, como a biomassa, em , projetospiloto de aproveitamento dos ventos, na regio sul do
Estado, por exemplo.
Os recursos a serem destinados à área de pesquisas deveriam provir de fundo especial, constituído
para tal finalidade, com apoio governamental. Entre as
maneiras possíveis de supri-lo, é proposto o recolhimento pela empresa, em caráter preliminar, de parcela a
ser determinada de sua receita líquida, deduzida do total tributável. A medida que as atividades deste setor
da empresa fossem ganhando corpo, outros meios de captaçã:o de recursos poderiam ser considerados.
De qualquer modo, o empreendimento energético
proposto assumiria papel de liderança continental na
pesquisa de formas de energia renovável, preparando, ao
329
longo das décadas futuras, o Estado, n País
gs A.
própria
regio çul do continente para a "economia do hidrogênio"s em transição na qual o carvão e o gás natural desempenhariam função de alta relevância. Postulação que
encontras tambéms guarida na ótica de Pie} (1.9925
p.
O carváo pode satiVazer t15 nece5-
sidades imediatas de energia da civilização
industrial. Pode mitigar os paroxismos políticos e econômicos que, inevitavelmente, estarão presentes no declínio dos combustíveis
líquidos. n carvão não pode satisfazer, contudo, a demanda definitiva de energia".
Reforçada pela afirmação que fazem Veziroglu
Barbir (1992, p. 531):
"O gás natural poderia ser o elo
entre os atuais e os futuros sistemas de
energia... No ínterim, a penetração de mercado do gás natural, em maior extensão' prepararia a infra-estrutura e as tecnologias de
uso final para eventual transição ao hidrogênio. Presentemente, o gás natural é, também'
a fonte dominante para a produção de hidrogênio. Mais importante ainda, o gás natural ganharia tempo para desenvolver e amadurecer
sistema de energia sustentável, bem como representaria, por isso, a melhor fonte de
energia de uso corrente para o período de
transição. Adicionalmente, a medida que os
suprimentos de gás natural diminuissem, o hidrogênio poderia ser a ele misturado, e com
ele transportado, para compensar a escassez
de combustíveis
330
Referências
Energ InteBARCELLOS, Paulo F. P. & UNO, Manoel L.
gration in the South American Common Market (MERCO-
SUL): environmental concerns, In: THE FIR5T INTERNA TIONAL FEDERATION OF SCHOLARLY ASSOCIATIONS OF MANCONFERENCE, Toko, Japan, Proceedings...f
Section 10-6, p. 279-82, September 1992.
AGEMENT
COELHO, João G. L. Depoimento à Comissão Especial de
Defesa do Carvão, da Assembléia Legislativa do Rio
Altgrs Pflácio Farroupilha
Anais..., 6 de janeiro de 1992. (em elaboraao).
Grande do gul.
DULAJMN.
hrto
Coldsingia dg. [~forniu"ç mbrg Nkrimgul,
Brasília, Ministério das Relaçes Exteriores, 1991.
As ferrovias ressurgem. Porto Alegre,
LE40, Manoel L.
Zero Hora, p. 4, 14 de julho de 1992.
MARIANO, Wilson. Mobilização no Uruguai retarda projeto
atômico. Porto Alegre, Zero Piora, p. 28 29, 25 de outubro de 1992.
-
FIEL, Gerard. On15( Crie World: Our Own to ~e and to
Keep. New York, W. H. Freeman and Compan.3, 1992.
Estrategias de Distribución. In:
POLLOCK, Theodore E.
ALBERT, Kenneth J. Administracidn Estratégica. México, McGraw-Hill de México, 1984. p. 14.1-14.32.
Comissão Especial de
SCHERER, Sergio W. G. Depoimento
Defesa do Carvão, da Assembléia Legislativa do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, Palácio Farroupilha,
Anais..., 5 de março de i992. (em elaboraao).
VEZIROGLU, T. N. & BARBIR, F. Initiation of Wddrogen
Energ9 8!jstem in Developing Countries. International
Journal of ~rogen Energ2. , v. 17, n. 7, p. 527-38,
Jul. 1992.
WEBB, Jereirw. Third World "under pressure to burn
fossil fuel". Náw Scientist, p. ii, 5 September 1992.
33i
ANEXOS
332
A - Q MtUgy
A investigação das raz6es determinantes da
participa4o atual do carvão mineral na matriz energética nacional recorreu à coleta de dados, realizada com
o emprego dos seguintes instrumentos e procedimentos:
- análise de documentos;
- opini6es de "expPrts".
333
Análise de Documentos;
análise de documentos teve como finalidade
precípua investigar as origens históricas de atitudes e
pe5lcioni0utçs pQ1i,tiço-WoW2ipnr
9ue Fossam
tPr
afetado o problema do carvào mineral do Rio Grande do
Ruis bem como contemplar a evolucào do pensamento Pm
marketing, de políticas ptáblicas de energias especialmente no tocante aos aspectos sócio-político-econômicoambientais. A investigaçào estendeu-se à bibliografia
existente e aos depoimentos constantes de documentos de
interpretaçào da evoluçào do pensamento político do Estado. Dentre os documentos consultados, incluiram-se os
seguintes:
-
Depoimentos, pareceres e relatórios de ro-
miss3es parlamentares;
-
Anais de sess6es do Congresso Nacional e
de Assembléias Legislativas;
-
Estudos de árg'ã'os da administraçào direta
e indiretas em âmbito federal e estadual;.
- Estudos
de entidades de classe;
-
Relatórios de empresas privadas do setor;
-
Outras referências bibliográficas.
334
OpiniUs de "Experts":
Os "experts" foram selecionados pelo autor
desta dissertação, de acordo com sua experiência, relevância e disponibilidade, incluindo os.depoimentos de:
- governantes e ex-governantes;
- dipitsm~
- legisladores;
- empresários;
- dirigentes sindicais;
- dirigentes classista;
- executivos de empresas estatais e privadas;
- técnicos governamentais;
- consultores;
- professores universitários.
A opinião dos "experts" foi obtida por meio
de depoimentos á Comissão Especial de Defesa do Carvão,
da Assembléia Legislativa . do Rio Grande do Sul, constituída por motivação do autor. Desta forma, além do respaldo do Legislativo gaúchos emprestando credibilidade
ao trabalho proposto e executado, a tomada da totalidade dos depoimentos, entre 3i de outubro de 1991 e 10 de
53 ?,5
junho de 1992, somente foi viabilizada pela utilizaao
do suporte desta mesma Comisso Especiais deslocando-se
dentro
e
fora das fronteiras estaduais.
Roteiro de Trabalho:
A análise de documentos processou-se, basicamente, de janeiro a outubro de 1991, ensejando a elaboraao do roteiro de perguntas proposto aos "experts".
Prosseguiu, ainda, ao longo do período dedicado à tomada de depoimentos, em fun40 de referências neles abordadas. Fatos decorridos na atual conjuntura são, também, arrolados e analisados, por relevantes à abordagem
e compreens=án do tema"
Cada depoente recebeu, previamente, o roteiro
de perguntas a seguir, elaborado pelo autor desta dissPrta4o, para abordagem em seu depoimento perante a
nomisso Especial de Defesa do Carvão, da Assembléia
Legislativa do Rio Grande do Sul:
336
J.. O sistema brasileiro de geração elétrica
depende em 95% da hidreletricidade. V.Sã (V.Exã) entende que assim possa permanecer ou reputa urgente
essencial a construçáo de complementaçgo térmica? Caso
mtpild'a necegsária esta complementaçáo quais
d5
ftntes
a invocar?
2. Acreditando
(V.Ex) que entre estas
fontes deva ser privilegiada a energia nuclear, como
encara o risco de acidentes, bem como o problema da
destinaçgo dos resíduos e da própria estrutura das usinas desativadas?
3. Caso V.SP-
ngo considere recomendá-
vel o caminho nuclear, consideraria o carvgo nacional
como fonte importante para a complementaçgo térmica da
matriz energética brasileira? Por que?
4.
O carvgo mineral, até hoje, teve partici-
pação marginal como fonte energética nacional, em que
pesem as grandes reservas localizadas no Sul do país e
especialmente
no Rio Grande do Sul. Por que moti-
vo, pensa V.S.?.. (V.E>a), o carvgo continua sendo pouco
utilizado no Brasil, na geraçgo de energia elétrica?
297
Acredita V.Sª (V.Fx.) que o
5.
barrmeirQ" fd
"lobluj
dos
a razão da preferência oficial Pela
hidreletricidade ou teria sidn nutra a cau.-Aa? Qual?
6. Até que ponto, na opiniáo de V.S.?.. (V.
Exã)5 o "lobb" do petróleo, mesmo antes da: Petrnbr4s,
contribuiu
para afastar o carvo da matriz energética
brasileira? E até que ponto a Petrobráss embora
rada em motivos nacionalistas' "kerdesu"
inspi-
linkiá de
ação
deste mesmo "lobb9"?
7.
Como vê V.Sã (V.Ex) o futuro caminho da
matriz energética nacional, frente ao esgotamento das
reservas mundiais de petróleo?
8. Qual a razão, entende V.SP-. (V.Ex)!, determinante da decisáo brasileira de desenvolver um programa nuclear, sem sequer cogitar de um programa de
aproveitamento do carváo?
9. Como vê V.S.È (V.Ex) a integraçáo econômica do Cone Sul, particularmente no domínio da energia?
De que forma poder-se-ia estruturar a complementaçáo
energética entre os participantes do MPrcosfkl? Seria a
geraçáo termelétrica, em usinas de ciclo combinado, o
23 2
caminho natural da integraao na área da energia:. pela
importaao brasileira de gás natural e exportaao de
eletriddadeT
No entender de V.S.?. (V.Exã), há condicionantes na evolua° do pensamento político do Rio Grande
do Sul que contribuiram para certa atitude de escrúpulo
e relutâncias ao longo do tempo, em advogar e reivindicar o aproveitamento de recursos do Estado? Tais condise comprovados, conferem ao Rio Grande do
cionantes,
Sul uma feicgo de "fazer política", diversa do perfil
nacional?
il. O aproveitamento do carv'áo-gaúchos como
fonte energética, fatalmente exigirá a participa4o federal, com vultosos investimentos. Como encara V.SP..
Ex.) esta perspectiva, diante do fato de que cerca de
67% dos brasileiros (população das regib'es Sul e Sudeste) det&m, apenas, 40% da representação parlamentar no
Congresso Nacional, embora responsáveis por 83% da renda nacional?
12. e' urgente promover a utilização do carvão
como fonte de energia. Porém, considerando que pouco se
fez até agora neste sentido e que muito cabe fazer em
099
pouco tempo, levando em contam aindas que o mundo in-
teiro se mostra preocupado com o "efeito estufem como
lograr Pstgs resultado? Como rnnseguir acesso. aos capitai
necessriosm de -Pontes inttrMãeitMit' tê õ
Prã-
silm adicionalmente, se posiciona à margem da comunidade financeira mundial?
13. Acredita
(V.Exã) que a política de
prmeljg ¡g mia MO,ente Fossar a partir de agora, dificultar adicionalmente a utilização do carvão mineral,
em grande escala, na geração termelétrica? Em caso positivo, qual a ação que (V.Exã) recomendaria?
14.
Qual' no entender de V.S. (V.Exã), o pa-
pel da iniciativa privada no esforço promocionals técnico e
financeiro para inserir o carvão mineral no
balanço energético nacional, em escala proporcional
sua abundância e importância?
15. Como entende V.Sã (V.Exã) tenha a política de subsídios aos preços do carvão afetado a produtividade das empresas mineradoras? Teria esta política
estimulado o emprego da inovação tecnológica em processos de mineração?
340
16.SimultaneamenteR o u5o do petrólw e
5=5
derivados foi amparado por política de subsídios. Estes
Ultimosg no entender de
(YnD(A), contribuirm 12;;
estimular ou inibir o surto inovador na prospecção, exploraao
e produção do petróleo? Por que? Como pensa
(YnEK) 9ue Ctes fatos tenham afetado a utilizaçào do rarvo?
17. No entendimento de
(V.Ex), qual te-
ria sido a repercussão do subsídio tarifário da energia
elétrica à indústria, tendo em vista o possível estímumenor empenho do setor secundário em conservar
energia? Ao mesmo tempo, qual o possível efeito desta
política sobre o processo de "exportação de chaminés",
isto é, a migração da indüstria energívora, de países
desenvolvidos para o Brasil? Teria o fato repercussC5es
no emprego do carvão mineral em geração termelétrica?
18.
rPcs
..(21
adoção de subsídios para os consumido-
industriais deveria corresponder elevação de tari-
fas para os demais segmentos consumidores. Todavia, sob
invocaç6es político-sociais, o poder püblico tem sistematicamente contido a elevação de tarifas. Como encara
V. (V.Fx?-) a repercussão de longo prazo desta política (considerados, também, os efeitos da inflação), so-
341
bre a capitalizaao das empresas do setor elétrico?
Paricularmene
quanto
ção termelétrica!,
utijitáçâiõ
dõ tardo na gera-
clURiS as conseqUências desta linha de
aao?
1.9. Como considera V.Sã (V.Ex) o recurso a
tj:cnicas
dÊ
WIrkEtim§ para a promodo do emprego do
carvão mineral na
geração de
energia
elétrica's no bojo
de políticas pláblicas de energia? Se válidos como entende
V.S.ã (V.Exã) deva esta açã'o ser conduzidas a ní-
vel nacional' pelos organismos envolvidos no âmbito estadual?
20. Quais as consideraç8es finais que
(V.Fx) deseja expressar sobre a utilização intensiva
das reservas brasileiras de carvão mineral' em contexto
de esgotamento das reservas mundiais de petróleos aguda
preocupação da sociedade com a proteção ambiental' falta crítica de recursos financeiros por parte do governo
brasileiro e formação do Mercosul?
Foi dada liberdade aos nexpertsfl para abordarem, em seu depoimentos os quesitos com os quais estivessem mais familiarizados. Após os depoimentos, os entrevistados eram questionados pelo pdblicos presente às
342
..,m0- 0;
,
da ComiçOA FspRrial
Assembléia
Defesa do Cdneg.03
Legislativa do Rio Grande do Sul, formulo,
sua grande maiorias por
em
dR
“cnicos do setor,
acresci-
dos, basicamente, de políticos da regi'à'o carbonífera do
Estado representantes de entidades de classe, PmprPsáriN
,
con%ultores da área de enerif-il e 0inçr8[ 2 ç pu _
fessores universitários.
Opini5es dos "Experts":
Ás opiniê'es de 66 "experts" foram obtidas por
meio de
depoimentos prestados à Comissà:o Especial
de
Defe s a do Carv"5o, da Assembléia Legislativa do Rio
Grande do Sul, nas datas abaixo indicadas, conforme relaao de nomes e cargos a seguir discriminados:
DATA
NOME/CARGO DO DEPOENTE E LOCAL DA ENTREVISTA
31A0.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Manoel Luiz Leo, Professor Emérito da
UFRGS
06.5.1-91 - Assembi&ia
Legislativa
/ R9 - Porto
* Aramis José Pereira Gomess Presidente da
CO-Cófivánkiã. Riograndene de Minerado
* Ne9 Webster de Araújo, Vice-Presidente da
Copelmi Mineraao Ltda.
AssistenPfçifer,
AlAWQ Uf3C
WÇW11S4
te Executivo do Diretor de Operaao da
CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica
Wierts Engenheiro dR CPRM-Compa-
nhia de Pesquisas e Recursos Minerais
* Luiz Fernando Fontes de Albuquerque, SuCPRM - Companhia de
rr9jçtç
pf,n1-2N
Pesquisas e Recursos Minerais
13.11.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Emanoel de Moura Rus Diretor Técnico da
CRM-Companhia Riograndense de Mineração
* Rudolf Veitenheimers Superintendente de
Obras de Geração da CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica
* Luiz Carlos Bins de Vasconcelloss Assistente do Diretor de Operação da ELETROSULrentrais Elétricas do Sul do Bra=sil S.A.
* Luiz Elod Lima Sobreiros Gerente do Programa de Energia da CIENTEC - Funda4o de
Ciência e Tecnologia
2041.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Luciano Teodoro Marques, Presidente da
FEPAM-Fundação Estadual de Proteção Ambiental
* João Cláudio Deganis Secretário Executivo
da CENERGS-Comissão Estadual de Energia
* João Potiguara Gut i errez Ruas, Engenheiro
da Coordenaçào Central de Planejamento da
CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica
* David Turik Chazans Engenheiro especialista em Energia da CIENTEC-Fundação de Ciência e Tecnologia
02.1.2.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Edson Machado de Souza, Secretário de
Ci&ncia e Tecnologia da Presidência da República
344
04.12.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Gilberto Wageck Amato'
Presidente dá
CIENTEC-Funda4o de Ci&ncia e Tecnologia
Reitor da
* Morvan Meirelles Ferrugem,
URCAMP-Universidade da Regi'áo da Campanha
URCAMPda
Professor
* Evaldo Soares,
Universidade da Regi flío da Campanha
Engenheiro
* Marco Antonio Kappel Ribeiros
da SupPrintPndAncia de Mbras dP ceraç o da CEEE-Companhia Estadual de Energia
Elétrica
* Angelo Oaetanino Oaudios Erfret;idçntç
CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica e Consultor na área de Energia
09.12.91 - AssembUsia Legislativa 1 RS - riõrtes Alegre •
* William Louis Ascher, Professor de Política Pública e Diretor do Centro de PesquiInternacional,
sas para o Desenvolvimento
da Duke Universit.d, USA
11.12.91. - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
Ex-Presidente
* Flávio Augusto Brinckmann,
da CRM-Companhia Riograndense de Mineração
e Consultor na área de Mineração
18.12.91 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Luiz Carlos Tomazeli, Secretário de Estado
para Assuntos Internacionais
06.01.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* João Gilberto Lucas Coelho, Vice-Governador e Secretário de Estado de Ciência e
Tecnologia
Nilo
Valentim Quaresma Jr., Secretário de
*
Estado de Energia, Minas e Comunicac3es
29"92 - Prefeitura Municipal
-
Bagé, RS
* Ozório José Menezes da Fonseca, Professor
PADCT/CIAMB
Projeto
e Coordenador do
"Energia e Meio Ambiente: A Questão do
Carvão no Rio Grande do Sul", do Centro
de Ecologia da UFRGS
345
* Aldo Jorge Ciac,ullos rôncml Geral do Uru-
guai no Rio Grande do gul
* Murillo Edgar Budós Coordenador do Núcleo
de Estudos do Carvão da Fundação Emílio
Ga=tan Médici
* Celestino Machado Molinas Vereador e Secretário da Administração do Município de
fidgé
31.01.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Aur@liano Chaves de Mendoml
Presidente da República e Ex-Ministro das
Minas e Energia
19.02.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Luiz Fernando Marinho Nunes, Diretor Comercial da COPESUL-Companhia Petroquímica
do Sul S.A.
* João Carlos Leusins Presidente da AGEMAssociação Gaúcha dos Engenheiros de Minas
* Werner Adelmanns Superintendente de Projetos e Engenharia da RIOCELL S.A.
hauri
Pereira da Silvas Gerente de Pro*
dUtividade Industrial da RIOCELL S.A.
* Frederico Miguel Quadros Langes Consultor
na área de Energia
26.02.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Cesar Weinschenck de Farias Presidente do
SNIEC-Sindicato Nacional das Indústrias de
Extração de Carvão
* Anildo Bristotis Professor e Coordenador
do Núcleo de Energia da UFRGS
* Antonio Patrício de Mattos, Engenheiro do
Gabinete de Planejamento e Coordenação do
Estadual de Portos,
DEPRC-Departamento
Rios e Canais
09.03.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
da
Diretor-Presidente
* Paulo Vellinhos
COEMSA-ANSALDO
* Reinaldo Adamss Professor e Diretor do
Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas
da UFRGS
346
* Pedro Silva. Bittencourt, Engenheiro do Departamento de Engenharia de Energia cKx
CEEE-Companhia Estadual de Energia
trica
Elé-
* Sérgio Wilibaldo Garcia Scherer s Consultor
nâ. árn dê Enêrgiã.
li.03.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Dino Mioni Busato, Diretor-Presidente
da
Busato Mineração e Construção Ltda.
x Mário Oomes Damaceno
Vice -Pre5idente da
Companhia de Cimento Portland Gadcho
Professor do
* Paulo Cesar Del•mti Mottas
Programa de Pás-Graduação em Administração
UrRn9
* Jorge Luiz Hausen Brandgos Presidente em
Exercício do Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria de Extração do Rio Grande do
Sul e Presidente da Comissào Permanente
Prá-Carvão da Regigo Carbonífera
19.03.92 - Assembléia Legislativa / SC - Florianópolis
* Ricardo Villelas Presidente do Sindicato
das Indústrias de Extração de Carvão do
Estado de Santa Catarina
* Deputado Milton Mendes de Oliveiras representante da bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, membro da Comissão Especial
de Defesa do Carvão do Legislativo Catarinense
* Deputado Lírio Rosso, representante da
bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro na Assembléia Legislativa
de Santa Catarina, membro da Comissão Especial de Defesa do Carvão do Legislativo
Catarinense
* Deputado Vânia de Oliveira, representante
da bancada do Partido da Frente Liberal na
Assembléia Legislativa de Santa Catarina,
Presidente da Comissão Especial de Defesa do Carvão do Legislativo Catarinense
* Sérgio Gargioni, Secretário Adjunto da
Tecnologia, Energia e Meio Ambiente do Governo do Estado de Santa Catarina
* Flávio Decat de Moura, Diretor de Operação
da ELETROSUL - Centrais Elétricas do Sul
do Brasil S.A.
1
247
- Palcio
gantã.
Catkritlã
-
Flõriãnemoliç
* Vilson KleinUbing' Governador do Estado de
satã. COuina
25.03.92
-
Assembléia
Legislativa / RS - Porto Alegre
* Henrique Anawates Presidente da Companhia
ex-Secretário de
Brasileira do Cobres
Energias Minas e Comunicaaes do Estado do
Pio Grãmdt dõ Cul
* JoÁío Luiz Beckers Coordenador do Programa
de Pós-Graduação em Administração da UFRGS
)1.
André Girne
Limd3
Diretv
NAN Mginhç4
Riograndenses e Diretor da FIERGS
01.04.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* Edson Batista Chaves, Diretor Superintendente do Estaleiro Sá S.A.
* Carlos Derli Furlans Chefe do Departamento
de Planejamento da Rede Ferroviária Federal S.A.
* Catarina Maos Coordenadora do Grupo Executivo do Plano Diretor do Pálo Energético
de Candiotas da CEEE-Companhia Estadual de
Energia Elétrica
* Antonio Oriovaldo Rissatos Coordenador da
FUNDAPET - Funda4o de Apoio à Ciência e
Tecnologia Petroquímica
08.04.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
* José Paulo Dornelles Cairolis Diretor Presidente do BDI-Banco de Desenvolvimento e
Integração
* Egêo Corrêa de Oliveira Freitas, General,
Associaçfáo dos DiDelegado da ADESO/RS
plomados da Escola Superior de Guerra
Teobaldo Sommers Diretor da Aços Fi*
nos Piratini S.A.
* Zuleika Carreta Corrêa da Silvas Professora de Recursos Energéticos do Instituto de
GPnciP.ncias da UFROS
1
348
10.06.92 - Assembléia Legislativa / RS - Porto Alegre
Antonangelos Diretor de Patrimônio do Banco do Estado de 8!áo Paulo
* Clodoaldo
* Waldimir T. 5himabukuro' Engenheiro do Departamento de Engenharia do Banco do Estado de 6:5o Pula.
B - Propriedades Físicas dos Carv6e5
Entre
as principais propriedades físicas dos
carv6es citam-se (Yances & Cleers 1.968):
Ilmádad.c.
-
O carvào na mina, mesmo em local seco, nor-
malmente contém umidade, embora sua aparência, quando
moído, seja seca e poeirenta. A percentagem dessa
umidade, mais ou menos constante em cada minas é
UMR
característica do tipo do carvào (rank). Do ponto de
vista da utilizaçào do carvào, a umidade, seja intrínspra
ou superficial, pode ser considerada como impure-
za. Naturalmente, é um diluente que reduz o rendimento
energético disponível no 'carvão, proporcionalmente à
quantidade presente, especialmente na geraçào de energia elétrica. Nào somente substitui a energia potencial' em proporçào à sua presença, como rouba, além
disso, poder calorífico para aquecimento, à temperatura
de operaçáo, na fornalha da caldeira.
LeasIdada. - Propriedade importante para os processos de
beneficiamento do carvâo uma vez que, praticamente, todns
oc, métodos usados cnrrPntPmentes à exceção da flo-
tação com espumas valem-se da concentração gravimétri-
el. A.; dgnid'ade; eçpecíficas das impurezas associada5
ao carvão permitem separar os rejeitas do carvão limpas
mais
ou menos facilmente, quanto maior ou menor for
diferença de suas densidades.
limpo
a
A densidade do carváo
aumenta do lignito para o antracito. Varia, tam-
bém, em função da umidade (carvão molhado tem densidade
aparente maior do que carvâo seco) e do teor de cinzas
(quanto mais cinzas, maior a densidade docarvâo).
eillamlájDnalmja
-
Tem peso fundamental, na determinaçâo
do valor comercial do carvâo, a sua qualidade medida em
termos de características de uso, teores de cinza e enxofre e poder calorífico. Estas propriedades, embora da
maior importância, sâo levadas em conta juntamente com
a granulometria do carvâo. Sem dtívida, os contratos de
fornecimento, via de regra, especificam a granulometria
desejada em muitos casos, explicitam o percentual
máximo permissível de finos e até, algumas vezes, o limite de tolerância para carvâo que exceda o tamanho máximo. A composiçâo, em tamanho, do carvão como minerado
(rua of mine) é influenciada por um ndmera de fatores,
dos quais alguns são intrínsecos ao carvão como, por
exemplos sua resistência física e a natureza do sistema
de fraturas que caracteriza a camada. Outros
- Re10 Métradrà
tO5
das,
minerm-,U ç pch prvam0g5
impas-
toma-
algumas vezes, contra a degradação na superfície.
i e, cnnsPqaPntemPnte,
Todnc; estes fatores varihve
as quantidades relativas de carvào bruto e de finos variam entre limites amplos.
nutpza - A dureza está relacionada à classificação do
carvão. Por meio de diversos métodos de medição, é mínima quando o teor de carbono está entre 85 e 90%. A
dureza decresce nos carvi5es de 5 até S5% de matéria volátil e, a partir daí, aumenta gradativamente nos carves com até cerca de 40% de matéria volátil.
Esuâmsja - A resistência mecânica do carvão, ou sua
capacidade de suporte de carga, especialmente em pilares, bem como sua resistência às opera4es de britagem
P
moagem, para usos diversos, é de grande importância.
Numerosos testes de campo e em laboratório foram desenvolvidos com a finalidade da determinação da resistênria dos carvaçes. E4 variável importante na escolha do
processo de mineração, especialmente quando, na expio-
ração de sub-solos é considerado o método de câmaras e
pilares
(ramm and pilars).
- A tend&ncia para a ruptura no manuseio
6 uma propriedade de imcto econômico direto no beneficiamento do carvk uma vez quCy quanto maior a
porção de finos na alimentação do lavador,
pro-
maior o cus-
to total do beneficiamento. De fatos o custo do bPnefi-
ciamento
por tonelada de alimentação é, realmente, uma
função do número de partículas por tonelada de alimen-
tação porque as partículas de carvão e as impurezas estão sendo separadas, umas das outras' no processo.
Um
aspecto importante da friabilidade é o aumento da área
exposta, resultante do manuseio de carvóes friáveis.
Essa superfície permite oxidação mais rápidas que favorece
combustão espontânea, além de causar perda de
qualidade de coqueificação dos carvóes metalúrgicos e
de outras mudanças que acompanham a oxidação. Embora
exista uma relação entre a friabilidade e a classificação do carvão' ela só pode ser descrita em termos gerais, já que carvóes da mesma classificação variam,
grandemente, em friabilidade. Lignitos aparecem como o
menos friável dos carvóes, aumentando a friabilidade,
ao longo da classificação, até um valor máximo nos carvões do grupo baixo-volátil.
353
- A moabilidade do carvão' ou a facilidade
COM Ve
poft
;;;Çr mçáçlç çm fino$ suficientes para utili-
?ação como combustível pulverizado, é uma propriedade
compostas que envolve
outrãtt propriÊddeç mpe-
cíficas como durezas resistências tenacidade e fratura.
Exi s te uma relação entre a moabilidade e a classifica' a0 dn5 CUY6C5N 05 MdZ
fíçcj. de
MOer são encontrados
nos ctrupo médio volátil e baixo-volátil. Efetivamente,
-
podem
ser Mõídõt V5111
mliç qui os carvMes
classificados como betuminoso alto-volátil, sub-betuminnso e antracito.
Uma das mais importantes características dos
carv3es gaúchos' especialmente os do Leão e de Candiotas é sua elevada Leatjalles ou seja, "a facilidade
com que os mesmos queimam num reator, sob determinadas
condiçes" (Schneiders 1978:30). Quanto mais elevada a
reatividade de um carvão, menor seu tempo de queima e o
consumo de oxigênio, condição ideal à sua gaseificação.
Os ensaios realizados até esta data com os carvNPs de
Candiota, dada sua elevada reatividade, apontam para a
gaseifiraçãns ramo sua futura utilização potencial.
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