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10/20/2019 Israel ensina o mundo a reprimir - Terra em Transe Contato somos HomeQuemANÁLISES RESENHAS EVENTOS DOMINGO, OUTUBRO 20, 2019 REFERÊNCIAS Home » ANÁLISES » Israel ensina o mundo a reprimir  Siga-nos Israel ensina o mundo a reprimir GECI 2.333 curtidas IN ANÁLISES, ORIENTE MÉDIO Curtiu Enviar mensagem Você e outros 163 amigos curtiram isso Últimos posts Protestos massivos ressaltam a instabilidade política e insatisfação popular no Iraque  14 de outubro de 2019 -  0 Ataques à petrolífera saudita acirram tensão entre EUA e Irã  20 de setembro de 2019 -  0 “O Brazil está matando o Brasil”: interesses corporativos por trás da destruição da Amazônia  16 de setembro de 2019 -  0 BRUNO HUBERMAN 8 DE OUTUBRO DE 2016  0 SHARE  Share  Tweet    Comentários Entre discursos loucos e nobres, para onde Como a Palestina ocupada foi convertida num laboratório onde se experimentam — em seres devemos olhar para entender as chaves das humanos — técnicas e dispositivos exportados para dezenas de países políticas migratórias dos EUA – Controvérsia em Por Arturo Hartmann e Bruno Huberman O discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no último 22 de setembro, Entre discursos loucos e nobres, para onde devemos olhar para entender as chaves das políticas migratórias dos EUA como parte da 71ª Assembleia Geral da ONU, expôs a responsabilidade internacional para a manutenção do impasse político à respeito da questão Palestina/Israel. Segundo o líder Chute 020 - Paulo Pereira fala sobre Drogas e israelense, está em curso uma mudança profunda na forma das nações ao redor do mundo Relações Internacionais - Deviante em Drogas e relacionarem-se com Israel. “Nada menos do que uma grande revolução”, a rmou. “Abaixem suas armas. A guerra contra Israel na ONU acabou. Talvez vocês ainda não saibam, mas eu estou con ante que um dia, em um futuro não tão distante, vocês recebam a mensagem de seus presidentes ou de seus primeiros-ministros informando que a guerra contra Israel nas Nações Unidas tenha acabado”, declarou Netanyahu, possivelmente referindo-se à votação na Assembleia Geral, em 2012, que por 138 votos a favor e 9 contrários reconheceu a Palestina como Estado observador, além das dezenas de resoluções condenatórias das políticas de colonização de Israel nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO) desde 1967. capitalismo em Toronto (1) : as mortes da Rua Queen De Gaza a Porto Alegre, a lei como arma de guerra – Praia de Xangri-Lá em De Gaza a Porto Alegre, a lei como arma de guerra Leitor em Trump não é louco: entenda a razão por trás da decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel Drogas, capitalismo e política (4): não serás reprimido - Terra em Transe em Drogas e https://outraspalavras.net/terraemtranse/2016/10/08/israel-ensina-o-mundo-reprimir/  1/5 10/20/2019 Israel ensina o mundo a reprimir - Terra em Transe Home ANÁLISES RESENHAS EVENTOS REFERÊNCIAS capitalismo em Toronto (1) : as mortes da Rua Queen Tags Alepo América Latina Arábia Saudita Assad Atores não-estatais Brasil Bolsonaro canada Con ito Israel-Palestina Congo curso solução de dois Estados, na prática contribuem para o aprofundamento e normalização da colonização israelense dos TPO. Neste processo de construção do Estado palestino, a comunidade internacional tornou-se parceira de Israel na continuada exploração da população e dos territórios palestinos, partilhando os lucros e produtos da indústria israelense de ocupação, assim como provendo os meios para manter a resistência palestina sob controle. Ao nosso ver, a cumplicidade internacional com os crimes em curso nos TPO e a mudança de posição prevista por Netanyahu em seu discurso na ONU são resultado do sucesso de duas políticas israelenses: a reestruturação de poder contida no processo de paz de Oslo e a “diplomacia das armas” que emergiu após o 11 de setembro de 2001. O processo de paz entre israelenses e palestinos teve início em 1991, quando, por pressão das principais potências internacionais foi realizada a Conferência de Madrid. O mundo estava escandalizado com a violência vista nos TPO durante a Primeira Intifada, que havia começado quatro anos antes, em 1987, e exigia uma solução para o impasse político que já durava Estados Unidos EUA Fronteira Haiti Ilan Pappe Iraque João Doria Nakba Palestina Refugiados Cracolândia Drogas Encarceramento perante à questão Palestina/Israel: enquanto declaram-se a favor do processo de paz e da Con itos Corporações Curdos Nas últimas décadas, as principais nações do mundo assumiram uma posição contraditória Armas Irã Guerra às Drogas Intervenção Isis Kosovo opioides Israel Migração Oriente Médio Política Externa Relações Internacionais Rússia São Paulo Trump Violência Sérvia Síria décadas. Havia, aparentemente, um consenso de que a criação de um Estado palestino soberano nos territórios ocupados por Israel na guerra de 1967 seria a melhor solução para a questão palestina. O processo de paz, de nido em seu espírito nal em um canal secreto em Oslo, ganhou sua efetividade prática nas negociações mediadas pelos EUA, quando decidiu-se que o Estado palestino seria estabelecido gradualmente. Foi então criada a Autoridade Palestina (AP), que seria responsável por administrar a vida da população palestina — como educação, saúde e segurança pública — em algumas zonas autônomas e desconexas entre si, nos territórios ocupados, denominadas Área A, permeadas por uma área contínua sob o controle direto civil e militar israelense — a Área C. A movimentação da população palestina dentro do território e entre este e Israel seria monitorada por checkpoints (postos militares) — localizados em Área B —, compostos pelas burocracias israelense e da AP. Israel, desta forma, manteve o controle sobre todas as fronteiras dos territórios palestinos, assim como o espaço aéreo e os aquíferos subterrâneos. Blindados comprados pela PM de São Paulo para reprimir periferias e protestos. Vendidos por Israel, cada um custou R$ 5 milhões, o equivalente a cem casas populares As questões econômicas do acordo foram de nidas no Protocolo de Paris, assinado em 1995. O orçamento da Autoridade Palestina seria formado pelo repasse israelense de impostos coletados nestas zonas autônomas palestinas e pela ajuda nanceira internacional. A gestão da economia dos TPO seria partilhada com as instituições nanceiras internacionais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Seguindo o receituário neoliberal vigente e impulsionado pelas milionárias doações externas, os TPO experimentaram uma falsa sensação https://outraspalavras.net/terraemtranse/2016/10/08/israel-ensina-o-mundo-reprimir/  2/5 10/20/2019 Israel ensina o mundo a reprimir - Terra em Transe de desenvolvimento econômico. Entre 1995 e 1999, os TPO tiveram um crescimento acumulado Home REFERÊNCIAS do PIB ANÁLISES de 82% (Banco RESENHAS Mundial, 2015). EVENTOS Durante as negociações políticas, entretanto, Israel manteve a colonização dos territórios palestinos. Nos sete anos de Oslo, a população de colonos judeus na Cisjordânia cresceu 91%, chegando a um total de 195 mil nos TPO, excluindo Jerusalém Oriental (GORDON, 2008, p. 193). Após o fracasso das negociações de status nal de Camp David, em 2000, seguido pela erupção de uma nova revolta popular palestina, a Segunda Intifada (2000-06), os TPO mergulharam em uma crise política, econômica e social. A insatisfação da população palestina, assim como a responsabilidade para o fracasso do processo de paz, voltaram-se desta vez para a incapaz AP e, por extensão, para a comunidade internacional. O cientista político israelense Neve Gordon (2008, p. 169-196) observa que o processo de Oslo não foi concebido como uma retirada do poder soberano israelense, mas como uma reorganização deste poder, possibilitando a manutenção da colonização dos territórios palestinos, enquanto que a administração da vida da população ocupada foi terceirizada para a AP. Dentro deste raciocínio, o aumento do número de colonos judeus nos TPO faz todo o sentido. Essa reorganização promovida pelo processo de paz quebrou o contato direto entre a população ocupada e a força ocupante. Durante todas as negociações, o Estado e as corporações israelenses mantiveram o controle militar sobre todo o território palestino, assim como a exploração dos seus recursos naturais, enquanto que a comunidade internacional teve e continua a ter um papel central na sustentação e administração da ocupação israelense mesmo após o fracasso dos acordos de paz. Desde Oslo, 40 países e 20 agências multilaterais, incluindo agências da ONU, deram a sua contribuição para governança, desenvolvimento e atividades humanitárias nos TPO. A assistência internacional cresceu de 178,74 milhões de dólares, em 1993, para 2,011 bilhões de dólares, em 2009 (TURNER, 2014). Desta forma, os palestinos viram a sua dependência econômica transferida de mãos, passando para a da comunidade doadora internacional (HEVER, 2010). Estes recursos internacionais aumentaram a desigualdade social e a percepção de corrupção na sociedade palestina, além de in uenciar na democracia e em instituições políticas e na resistência palestina, ao nanciar ONGs que adotam as agendas políticas de seus investidores (FARSAKH, 2009). Como resultado, a economia palestina passou por um processo de deterioração estrutural, inviabilizando qualquer possibilidade de desenvolvimento econômico sustentável no médio e longo prazo. Desde a Segunda Intifada, a economia palestina demonstra uma incapacidade estrutural de desenvolvimento (ROY, 1999). Segundo Hever (2010), a economia israelense também só não entrou em colapso e o governo pode manter as suas intervenções militares nos territórios ocupados durante a revolta palestina dos anos 2000 graças às maciças doações militares dos EUA. Simultaneamente, os territórios palestinos tornaram-se um importante espaço para o desenvolvimento de mecanismos e tecnologias de segurança, vigilância e controle social, principalmente a partir da explosão da Segunda Intifada, nos TPO, e da Guerra Global ao Terror, após o 11 de setembro de 2001. A capacidade israelense de capitalizar a sua “experiência de laboratório” ao demonstrar estas tecnologias em uso nos con itos com os palestinos e seus vizinhos árabes se tornou um importante fator de marketing dos produtos israelenses. A aliança próxima entre Israel e os Estados Unidos abriu portas para o mercado global, como os próprios Estados Unidos, o Canadá, a União Europeia, a China, o Brasil, a Índia e até mesmo antigos inimigos, como a Rússia. No centro desta cooperação estavam os novos imperativos da vigilância e controle social: como preventivamente identi car, seguir e destruir guerrilheiros e terroristas que se escondem no meio da multidão. Segundo Graham (2011), estes conhecimentos seriam utilizados tanto em Gaza e Bagdá, como nas ações de contraterrorismo, segurança de fronteira e segurança nacional nos EUA, em Israel e em todo Ocidente. O autor avalia que essa exportação da experiência israelense estaria “palestinizando” diversas regiões do mundo como, por exemplo, o Iraque ocupado pelos EUA. Não é de espantar que os EUA aumentaram a sua ajuda militar a Israel para 3,8 bilhões de dólares neste ano. Além de impedir que a economia palestina entre em total colapso através das continuadas doações, as principais nações do mundo passaram a se bene ciar das tecnologias de segurança desenvolvidas nos territórios palestinos, partilhando os seus lucros. O ativista e antropólogo israelense Je Halper (2015) argumenta que o emprego dos mecanismos e tecnologias israelenses pelas elites nacionais para o controle social e vigilância das suas próprias populações tornou interessante a perpetuação da ocupação israelense dos territórios palestinos. Desta forma, nas últimas décadas, a exportação de armas e outros dispositivos de guerra passou a ocupar uma centralidade cada vez maior na diplomacia israelense. Quando Netanyahu a rma do palanque da ONU que uma nova era para Israel está chegando, é porque sabe que há uma rede que internacional que sustenta e tem interesse na manutenção da ocupação dos territórios palestinos. Referências Bibliográ cas FARKSAH, Leila. From Domination to Destruction: The Palestinian Economy under the Israeli Occupation. In: OPHIR, Adi; GIVONI, Michal; HANAFI, Sari (Orgs.). The power of inclusive exclusion: anatomy of Israeli rule in the occupied Palestinian territories. New York: Zone Books, 2009. p. 379-404. GORDON, Neve. Israel’s Occupation. Berkeley: University of California Press, 2008. . Israel’ emergence as homeland security capital. In: ZUREIK, Elia; LYON, David; ABU-LABAN,  YASMEEN. Surveillance and Control in Israel/Palestine: population, territory, and power. https://outraspalavras.net/terraemtranse/2016/10/08/israel-ensina-o-mundo-reprimir/ 3/5 10/20/2019 Israel ensina o mundo a reprimir - Terra em Transe London and New York: Routledge, 2011. p. 153-170 Home ANÁLISES RESENHAS EVENTOS REFERÊNCIAS GRAHAM, Stephen. Laboratories of war: surveillance and US-Israeli collaboration in war and security. In: ZUREIK, Elia; LYON, David; ABU-LABAN, YASMEEN. Surveillance and Control in Israel/Palestine: population, territory, and power. London and New York: Routledge, 2011. p. 133-152 HALPER, Je . War Against the People: Israel, the Palestinians and Global Paci cation. Pluto Press, 2015. HEVER, Shir. The Political Economy of Israel’s Occupation: Repression Beyond Exploitation. New York: Pluto Press, 2010 ROY, Sara. De-development revisited: Palestinian economy and society since Oslo. Journal of Palestine studies, v. 28, n. 3, p. 64-82, 1999. TURNER, Mandy. The Political Economy of Western Aid in the Occupied Palestinian Territory Since 1993. In: TURNER, Mandy; SHWEIKI, Omar. Decolonizing Palestinian Political Economy: De-development and Beyond. Springer, 2014. WORLD BANK. World Bank national accounts data, and OECD National Accounts data les, 2015. Disponível em: < http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG? end=2015&locations=PS&start=1961&view=chart&gt;. Acesso em: 6 de outubro de 2016. 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