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Há espaço para as músicas indígenas em um Brasil multicultural? - a inserção do repertório indígena na educação musical Berenice de Almeida Universidade de São Paulo beremusica@gmail.com Magda Pucci Universidade de Leiden (Holanda) Resumo: Neste novo milênio, diante da globalização e com os avanços tecnológicos, podemos facilmente entrar em contato com as mais variadas culturas do mundo e ouvir músicas que não poderíamos sequer imaginar décadas atrás. Sendo o Brasil, um país multicultural, ainda se percebe uma resistência em desenvolver práticas musicais que contemplem os diversos gêneros e estilos musicais existentes no país. Esse artigo apresenta algumas questões referentes às dificuldades de inserção nas escolas brasileiras desses repertórios, em particular os das músicas indígenas. Comenta a pesquisa em andamento sobre as músicas de alguns povos indígenas e a sua aplicação em sala de aula, assim como o desenvolvimento de materiais didáticos. Palavras chave: Músicas indígenas, educação musical, multiculturalismo A música, como uma das expressões artísticas humanas, é utilizada pelo homem para falar de si, do seu grupo social, de sua realidade e de suas impressões sobre o mundo que o cerca. Ela não existe por si mesma, pois sempre está inserida num contexto sociocultural. As ideias sobre música do etnomusicólogo Bruno Nettl, em artigo resultado da conferência realizada no 29º Congresso da International Society of Musical Education (ISME) em Shanghai, confirma a concepção da música inserida em contextos únicos, desmistificando a ideia de que ela é uma linguagem universal: A música pode ser universal ao ser humano, mas contrariamente ao poeta Longfellow, a música não é uma linguagem universal do homem, mas, ao invés disso, é um grupo de linguagens diferentes ou, talvez melhor dizendo, sistemas de comunicação, VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 integrados e unificados e cada um deles deve ser ensinados (NETTL, 2010, p. 3)1 Queiroz (2004) amplia a compreensão das ideias de Nettl sobre como a música é veículo e não linguagem universal e que o contato com os diversos contextos culturais e musicais possibilitam uma expansão do discurso dentro da educação musical: A música, pensada em relação à cultura, poderia ser considerada como um veículo “universal” de comunicação, no sentido que não se tem notícia de nenhum grupo cultural que não utilize a música como meio de expressão e comunicação (Nettl,1983). É importante notar que com essa afirmação não estamos concebendo a música como uma “linguagem universal”, pois tal concepção seria errônea, tendo em vista que cada cultura tem formas particulares de elaborar, transmitir e compreender a sua própria música, (des)organizando os códigos que a constituem. Dessa forma, não nos é possível compreender universalmente todas as músicas do mundo, por ser a linguagem musical de cada cultura adequada ao seu sistema singular de códigos. O que nos é possível, e que a educação musical deve nos proporcionar, é a interação com música de diferentes contextos culturais, ampliando a nossa dimensão e percepção musical, fazendo com que a partir do contato com outras linguagens possamos inclusive ampliar o nosso próprio discurso musical (QUEIROZ, 2004, p. 101). Para se compreender as músicas de diferentes contextos culturais, é necessário que façamos um exercício de aproximação e reconhecimento das diferenças, já que são “sistemas de comunicação” distintos. Conhecer as músicas de diferentes contextos “podem abrir portas culturais, são chaves para o conhecimento do “outro” e se transformar em um exercício de alteridade, estimulando a formação de cidadãos mais abertos a outras maneiras de ver o mundo” (ALMEIDA; PUCCI, p.120 in JORDÃO; ALLUCI, 2012). Nas últimas décadas, diversas pesquisas na área da Etnomusicologia têm surgido e se revelado importante contribuição para uma concepção contemporânea de educação musical como discorre Queiroz: Compreendendo essa relação que a música tem com a cultura e com os valores estabelecidos por esta, a educação musical contemporânea tem se preocupado em valorizar, entender, compartilhar e dialogar com músicas de diferentes contextos, proporcionando uma interação entre os processos de ensino-aprendizagem da música dentro da escola com os demais processos vivenciados no mundo cotidiano do indivíduo. Nesse sentido a educação 1 Music may be universal to humankind, but, contrary to the poet Longfellow, music is not the universal language of mankind but, rather, a group of discrete languages or, perhaps better stated, systems of communication, each integrated and unified, and each of them must be learned (NETTL, 2010, p. 3) VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 musical tem se aproximado e se apropriado do campo de estudo da Etnomusicologia com o intuito de tornar a sua práxis mais significativa e contextualizada com os distintos mundos musicais que se confrontam e interagem dentro das escolas, específicas ou não, que se dedicam ao ensino da música (QUEIROZ, 2004, p. 102) No Brasil, recentemente, observamos uma série de iniciativas na educação musical que procuram assimilar algumas expressões populares musicais como: o aprendizado musical pela metodologia das escolas de samba cariocas (PAZ, 2000, p. 186); o estudo da música nordestina através de seus gêneros mais significativos utilizando a rabeca e os pífanos (PAZ, 2000, p. 195); além da performance das manifestações brasileiras como o maracatu e o jongo2 e festa do Congado de Uberlândia (ARROYO, 1999, p. 177), entre outros. Este momento de renovação vem se aproximando da educação musical, mas ainda assim, esse „novo repertório‟ não foi totalmente incorporado oficialmente nas escolas, estando mais presente em espaços culturais alternativos, ONGs, pontos de cultura entre outros. Essas diversas iniciativas ainda podem ser consideradas pequenas contribuições isoladas num país de dimensões continentais e de grande diversidade cultural. Há muito que se fazer ainda, pois a realidade que presenciamos, em cursos de formação, mostra uma grande dificuldade de inserir manifestações tanto da cultura popular quanto as músicas indígenas. Em relação à contribuição da Etnomusicologia na prática da Educação Musical, ainda se observa um hiato entre professores e pesquisadores que pouco dialogam e compartilham seus conhecimentos. Faz-se necessário, cada vez mais, uma aproximação entre esses dois universos para que se efetive, na sala de aula, uma educação mais condizente com os tempos atuais. Neste novo milênio, diante da globalização e com os avanços tecnológicos, podemos facilmente entrar em contato com as mais variadas culturas do mundo, e ouvir músicas que não poderíamos sequer imaginar décadas atrás, como um canto dos pigmeus da África Central, as músicas dos ciganos nos Bálcãs, o som de um er-hu chinês ou um didjeridu australiano em nossas casas ou no nosso computador. Existe uma variedade enorme de estilos e gêneros musicais que podem ser utilizados em sala de aula, porém a questão é um pouco mais complexa, pois as escolhas a serem feitas precisam ser criteriosas, exigindo do professor 3 Existem várias associações culturais em Recife que ensinam os princípios musicais do maracatu para pessoas de fora da comunidade. Em São Paulo, podemos citar a Associação Cachuera! que oferece estudos e prática do Jongo, Instituto Brincante que oferece eventos e espetáculos de manifestações populares na área de dança, música, teatro, entre outras. VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 uma sensibilidade para perceber o momento adequado de abordar determinados conteúdos mais específicos. Evidentemente que há uma música midiatizada que está cada vez mais presente na vida das diversas comunidades, mas consideramos que é possível acessar e se apropriar de outros conteúdos e desenvolver assim um trabalho musical mais contextualizado e mais profundo. A educadora musical queniana Rose Omolo-Ongati (2009) reconhece a dificuldade da realização de um trabalho na sala de aula que contemple a prática de músicas de universos musicais diferentes. Temos de aceitar que não é fácil para os educadores musicais que ajudem seus alunos a compreender todos os tipos de músicas do mundo. Pesquisaação colaborativa com os estudiosos, em diferentes partes do mundo através da partilha de experiências e trabalhos em configurações, tais como conferências de educação musical, que nos expõem a diversas culturas musicais do mundo. Ensinar as músicas do mundo não deve ser uma mera expansão do horizonte intelectual, mas sim uma necessidade social que ajuda a gerar um equilíbrio na compreensão intercultural, com efeito direto sobre a vida futura das comunidades mundiais3. (ONGATI, 2009, p. 13) Ongati desenvolve um trabalho na Universidade Técnica do Quênia com a presença de mestres da música tradicional queniana, pois reconhece que o aprendizado da música não pode ser completamente compreendido sem o total conhecimento do contexto social e cultural dos grupos étnicos do Quênia. Assim os alunos da universidade obtém uma formação mais ampla e relacionada à diversidade cultural de seu país. Em um país multicultural como o Brasil, porque é tão difícil abarcar a diversidade musical com seus diversos „sotaques musicais‟, termo utilizado por Queiroz (2004, p. 99). Apesar de reconhecermos a importância de se incluir esse repertório multicultural, a realidade é que uma grande parte dos educadores musicais não teve uma formação que contemplasse esses diversos „mundos sonoros‟ (FINNEGAN, 1989). É preciso investir na formação musical tanto dos professores de música assim como dos não especialistas. Proporcionar um mergulho nas várias formas de expressão musical seja 3 We have to accept that it is not easy for music educators to help students comprehend all kinds of world musics. Collaborative action research with scholars in different parts of the world through sharing of experiences and works in settings such as music education conferences, would expose us to diverse musical cultures of the world. Teaching of world music should not therefore be a mere expansion of intellectual horizon, but rather a societal necessity that helps engender an equilibrium in intercultural understanding, with direct effect on the future lives of world communities (Nettl, 2010, p.3) VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 ouvindo, cantando ou tocando para que eles tenham maior consciência e autonomia na criação de seus projetos pedagógicos. Quanto maior o número de referências, mais rica e interessante será essa educação. Sabemos que é impossível trazer à sala de aula todas as músicas do Brasil e do mundo, mas podemos selecionar um leque de possibilidades e criar conexões culturais. A partir da constatação dessa visão de educação musical é que entendemos que a inserção do repertório indígena nas escolas deve ser feito, porém de forma cuidadosa e bastante criteriosa. Em geral, as músicas indígenas quando apresentadas em sala de aula, fazem parte apenas da comemoração do Dia do Índio, sem uma preocupação de aproximar o aluno da música indígena propriamente dita e de seus contextos culturais. É importante ressaltar que ainda, para grande parte da sociedade brasileira, as expressões culturais indígenas constituem um „outro‟ universo que, para ser desvendado, exige um „novo olhar‟, desprovido de preconceitos e voltado para as descobertas de uma outra forma de viver e de se fazer música. A identidade de um povo (ou grupo étnico ou comunidade) está vinculada diretamente a um sistema cultural complexo, no qual as artes, a língua, a cosmologia, as narrativas míticas e outros elementos culturais fazem parte, segundo o etnomusicólogo Acácio Piedade quando discorre sobre essa questão dentro do universo ameríndio: Os ameríndios ocupam grande parte de suas vidas fazendo coisas que envolvem um profundo senso estético. Trata-se de uma ação expressiva contínua, compulsiva mesmo, que se dá através de formas de artes gráficas, ornamentação corporal, música, dança, artes verbais (narrativas, discursos, poesia, literatura oral), escultura e cultura material (artes plumárias, cestaria e cerâmica, tecelagem, máscaras). A arte invade as atividades cotidianas. Portanto, a produção estética não é relegada a alguns poucos especialistas: é uma capacidade para uma criatividade e expressividade comuns a todos os membros do grupo (PIEDADE, 1997, p. 17). As diversas músicas indígenas do país, mesmo estando em território nacional, não são facilmente reconhecíveis como „brasileiras‟, pois são culturas muito diferentes daquilo que se instituiu como „identidade nacional‟. No Brasil, há 234 povos indígenas que falam 180 línguas diferentes, o que faz do Brasil, em realidade, um país multilíngue e multicultural. Embora chamemos os índios brasileiros de „nossos‟, eles são os „outros‟. Mesmo vivendo no mesmo país, “ser índio” no Brasil significa conceber o mundo de outra forma e para isso é necessário um exercício antropológico de reconhecimento das diferenças, uma pesquisa, um trabalho mais aprofundado do professor para que esses conhecimentos cheguem à sala de aula VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 de forma esclarecida. E um dos caminhos a se fazer é conhecer um pouco essas expressões artísticas, o que seguramente irá despertar um olhar mais aprofundado sobre a diversidade cultural do Brasil. Infelizmente, mesmo com a Lei 11.645/084, que se tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena, no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira, observamos que o mundo indígena esta alijado das escolas. Ainda que esteja ocorrendo um aumento de publicações referentes à temática indígena, percebe-se ainda a necessidade de materiais didáticos, que possam dar suporte para a real aplicação desse conteúdo em sala de aula. Em geral, livros de contos e mitos indígenas têm surgido, porém, materiais que contemplem as músicas indígenas são raros, visto que é uma área pouco pesquisada por educadores musicais. O fato é que as pesquisas acadêmicas sobre culturas musicais indígenas pouco ecoam na Educação Musical como seria desejável. Outro aspecto dessa realidade é que existe uma dificuldade de acesso à música indígena, pois boa parte de documentários, CDs e DVDs ainda se encontram num círculo bastante restrito, de especialistas. E assim, observam-se professores de música, e mesmo educadores em geral, carentes de material que possa ser utilizado em sala de aula. E mesmo com o material em mãos, são poucos o que conseguem desenvolver um trabalho consistente com a cultura indígena, pois a complexidade do assunto requer um estudo e um aprofundamento que nem sempre eles têm disponibilidade para se dedicar. Nesse sentido, faz-se necessário incluir nos currículos de graduação a disciplina de músicas indígenas. É nessa direção que iniciamos uma pesquisa sobre algumas músicas de alguns povos indígenas brasileiros, com enfoque na possibilidade real da utilização desse repertório na 4 Lei Nº 11.645, de 10 março de 2008, artigo 26, parágrafo 2o. § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 educação musical. Desde o início, tínhamos como objetivos: estimular os professores a desenvolver regularmente (e não apenas no Dia do Índio) esse tipo de repertório junto às crianças e adolescentes nas escolas de ensino básico; apresentar sugestões de atividades musicais e extramusicais com contextualização histórica e cultural; desenvolver atividades que estabeleçam novas formas de se fazer música, a partir de mitos e lendas indígenas e criar empatia e simpatia com os povos indígenas brasileiros a fim fazê-los respeitados na sua cultura e diversidade. Em 2003, instigadas pela necessidade de criar um material que desse suporte aos professores, desenvolvemos um material didático que resultou no livro “Outras terras, Outros sons” com repertório indígena, português e africano. Demos continuidade ao projeto com o livro “A Floresta canta – uma expedição sonora por terras indígenas do Brasil”, voltado para crianças de 8 a 12 anos, que aborda músicas dos seguintes povos: Yudjá (Juruna) (MT), Xavante (MT), Paiter Suruí (RO), Ikolen-Gavião (RO), Kambeba (AM), Krenak (MG), Mbyá-Guarani (SP) e Kaingang (RS). Para apoio ao professor, optamos por desenvolver um site com sugestões de atividades a partir das músicas do livro. Nesta nova fase da pesquisa, estamos elaborando o livro “Cantos da Floresta”, voltado para o professor, que abordará um repertório mais extenso de músicas indígenas de diversos povos de Norte a Sul. Durante a elaboração desses materiais, foram desenvolvidas algumas atividades práticas tanto com professores como com crianças. Em sala de aula, com alunos de 5 anos e 8 anos da EMIA - Escola Municipal de Iniciação Artística da Secretaria Municipal de Cultural de São Paulo, desenvolvemos um trabalho com as músicas “Po Hamek” dos Krenak (MG), “Koi txangaré” dos Paiter Suruí (RO), “Nhamandu” dos Mbyá-Guarani (SP) e “Zana Makatipa, Kurupira”, dos Kambeba (AM) com resultados muito positivos em relação ao envolvimento das crianças com cultura indígena e ao aprendizado desse repertório. Sendo uma escola focada na integração de linguagens (artes visuais, teatro, música e dança), essa temática também foi abordada de forma ampla e contextualizada a partir de produções nas outras linguagens. Como por exemplo, podemos citar o trabalho desenvolvido com a música “Po Hamek” que passou por diferentes etapas desde a audição da música com as crianças Krenak; o desenvolvimento de atividade de apreciação musical; a pesquisa sobre os Krenak com sua localização no mapa, modo de vida e aspectos culturais em livros e na internet; além do canto propriamente dito com palmas e batidas de pés (em círculos, divididos em dois VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 grupos (“grireré” e “pawamé”), e uma dramatização a partir da compreensão do significado da função da canção de boas-vindas. Em cursos para professores5, apresentamos vários aspectos do universo indígena e como a música está inserida dentro de um contexto mais complexo. Realizamos várias audições comentadas e desenvolvemos prática vocal e instrumental e de criação musical com sonorizações e arranjos, estimulando o professor a criar atividades para inserir esse repertório no cotidiano escolar. Como pesquisa em andamento, esse processo ainda não está finalizado. Iniciaremos uma série de oficinas com professores de escolas particulares e públicas com esse material a fim de avaliar a possibilidade de inserção desse repertório em sala de aula. No entanto, entendemos que esse tipo de ação é uma “gota no oceano”, pois há muito que se fazer em relação ao conteúdo musical indígena. No futuro, nossa intenção é dar prosseguimento a essa pesquisa propondo projetos junto a alguns grupos indígenas que possam desenvolver atividades em parceria, através de cursos e oficinas, interagindo com os participantes e criando novos materiais que possam ser compartilhados com professores. 5 Curso de Formação para Professores no Projeto Tocando, Cantando... fazendo música com crianças de Mogi das Cruzes em 2009 e Oficina „Cantos da Floresta‟ no Curso de Verão Atelier Enny Parejo em 2013 VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014 Referências ALMEIDA, Maria Berenice Simões de; Pucci, Magda Dourado. Músicas do Mundo. In: JORDÃO, Gisele; ALUCCI, Renata et.al. A Música na Escola. São Paulo: Allucci & Associados Comunicações, 2012. p.119-121. ARROYO, Margarete. Representações sociais sobre práticas de ensino e aprendizagem musical: um estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música. (Dissertação de Doutorado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. 360 f. DELORS, Jacques (Org.). Um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Tradução de José Carlos Eufrázio. 2.ed. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC: UNESCO,1999. FINNEGAN, Ruth. The hidden musicians: music-making in an English town. Cambridge: Cambridge University Press, 1989. PIEDADE, Acácio Tadeu de Camargo. Música Ye'pa-Masa: por uma antropologia da música no Alto Rio Negro. (Dissertação de Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, 1997. 211 f. OMOLO-ONGATI, Rose Anyango. Prospects and challenges of teaching and learning musics of the world‟s cultures: an African perspective. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.21, p. 7-14, 2009. PAZ, Ermelinda Azevedo. Pedagogia musical brasileira no século XX: metodologias e tendências. Brasília: MusiMed, 2000. QUEIROZ, Luís Ricardo Silva. Educação musical e cultura: singularidade e pluralidade cultural no ensino e aprendizagem da música. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.10, p. 99107, 2004. VIII Encontro Regional Norte da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento Rio Branco, 25 a 27 de novembro de 2014