OS NOVOS RECURSOS COMPUTACIONAIS E O
ENSINO DE ESTATÍSTICA PARA AS ENGENHARIAS
Lorí Viali - Professor Adjunto da FAMAT da PUCRS - viali@pucrs.br
Guilherme Vaccaro - Professor Assistente da FAMAT da PUCRS – vaccaro@mat.pucrs.br
RESUMO
Após o sucesso dos computadores em todas as áreas, inclusive no ensino, e o
crescimento fantástico da Internet e da WWW, centenas de recursos computacionais, sob
os mais variados rótulos, foram colocados à disposição dos professores de Estatística.
Disciplinas que requerem forte base Matemática e disciplinas de Matemática Aplicada
normalmente reprovam um grande contingente de alunos, gerando uma perda de receita
considerável para a sociedade, seja através do custo direto para o aluno ou através do
atraso na sua formação, postergando sua entrada no mercado de trabalho. O objetivo do
trabalho é fazer um levantamento e classificação dos recursos computacionais colocados à
disposição dos professores de Estatística. Estes recursos, que recentemente envolviam
apenas alguns pacotes tradicionais abrangem, agora, novas categorias. As duas principais
categorias são as que exigem que o computador do usuário esteja conectado a uma rede
(esteja online) e aquelas que não. Entre os recursos off-line existem desde CDs multimídia
envolvendo cursos específicos até as tradicionais planilhas eletrônicas (notadamente o
Excel) que, embora não sejam pacotes estatísticos, estão sendo cada vez mais utilizadas
com esta finalidade, principalmente através de pacotes adicionais que objetivam adaptá-las
ou especializá-las nesta tarefa.
1. INTRODUÇÃO
O ensino na área de Estatística para os cursos de Engenharia é feito, apesar do
desenvolvimento acelerado dos meios eletrônicos, especialmente dos computadores, quase
que exclusivamente através de aulas expositivas. A Estatística rapidamente tirou vantagem
da computação rápida e barata. A natureza tanto da prática quanto da pesquisa estatística
mudaram dramaticamente sob o impacto da tecnologia. A forma de lecionar entretanto
mudou muito pouco. Como observado por MOORE [MOO95] "nosso modo fundamental
de interagir com os estudantes continua como sempre foi" e acrescenta "a revolução
computacional não alterou a natureza do ensino e nem tampouco a produtividade dos
professores". Nascimento, em [NAS98], também mostra preocupação com a realidade
atual colocando "o ensino de Estatística para Engenharia requer mudanças para sua
adequação à realidade atual das transformações tecnológicas (p. 1)".
Considerando este panorama este trabalho pretende fazer um levantamento dos
recursos computacionais existentes atualmente para melhorar o ensino de Estatística nos
cursos de Engenharia. O desenvolvimento acelerado dos recursos computacionais vai
muito além do que qualquer profissional de ensino pode acompanhar. Hoje o número de
recursos existentes é muito grande e é necessário ter uma idéia precisa do que poderá ser
útil. Por isto uma visão global do conjunto é essencial para que se possa ir direto ao ponto
e não se perca tempo procurando ou utilizando recursos que pouco ou nada vão acrescentar
ao ensino ou pouco ou nada tem a ver com o que está sendo ensinado.
2. EDUCAÇÃO E O COMPUTADOR
Os sistemas de ensino com base do computador, denominados de: CAI
(Computer-Aided/Assisted Instruction) ou CAL (Computer-Assisted Learning) tiveram
início no final dos anos 50 e atravessaram algumas fases na tentativa de aceitação na
educação. Cada fase é marcada pelo seu comportamento frente as necessidades de
hardware e software, frente a psicologia da aprendizagem e pelas suas interpretações das
barreiras para a ampla aceitação nas escolas e universidades.
A primeira fase de 1958 a 1961, foi principalmente caracterizada por questões de
hardware, e em particular, em como conectar terminais, projetores de slides e outros
aparelhos de entrada/saída aos computadores [VEN91]. A segunda fase, estende-se de
1962 até 1967. Durante este período, incentivados pelo aumento dos fundos governamental
e militar nos Estados Unidos, muitos projetos (CLASS, SOCRATES, SAID) surgiram. A
terceira fase foi a dos grandes projetos (PLATO e TICCIT), que receberam extensivos
recursos, muita publicidade e poucas avaliações críticas. Na década de 70 surgiram os
sistemas chamados generativos, capazes de gerar automaticamente o material instrucional.
Também nesta época surgiram os sistemas tutores inteligentes como tentativa de superar
algumas limitações dos sistemas generativos. Estes sistemas consistem na aplicação de
técnica Inteligência Artificial sobre os sistemas CAI, surgindo assim os ICAI (Intelligent
Computer Assisted Instruction). A penúltima fase, começou em 1977 com a manufatura do
primeiro microcomputador e vai até a popularização da Internet em 1992. Ela é marcada
por uma mudança na atitude escolar em direção ao CAI e uma substancial recuperação do
interesse em produzi-los. A última fase começa em 1992 com o lançamento do primeiro
navegador para a WWW e a popularização da Internet. Esta fase consiste numa mudança
de paradigma de uma educação centralizada a um único computador e local, para sistemas
distribuídos, constituídos de muitos computadores conectados em rede e localizados nos
mais diferentes lugares, dando início a educação descentralizada e ao EAD (Ensino a
Distância). Com o advento da Internet se inicia o que será talvez a mais importante
mudança educacional já ocorrida e que vai implicar numa mudança completa nas formas
de ensino e no papel do professor.
2.1. O COMPUTADOR E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
Muitas teorias pedagógicas foram desenvolvidas no esforço de entender o
processo de aprendizagem e para torná-lo mais efetivo. O uso do computador como
instrumento de ensino tem variado na dependência da teoria pedagógica envolvida. Talvez
a abordagem pedagógica, atualmente, mais aceita seja a cognitiva. Esta abordagem
enfatiza o conceito de estrutura - a cognitiva - como forma de explicar o processo de
aprendizagem. Isto significa que cada pessoa tem um modelo mental do seu ambiente, que
é construído com base na experiência. Uma outra abordagem pedagógica é a centrada na
escolha do aprendiz e denominada de aprendizagem exploratória. Esta abordagem é
centrada na idéia de que o aprendiz é capaz de controlar com eficiência seu processo de
aprendizagem. Nenhuma hipótese é feita sobre como ele incorporaria novas informações,
podendo ser interpretada como formalmente oposta a abordagem cognitiva, uma vez que
deixa o aprendiz por si só, enquanto que a cognitiva é centrada no papel do professor.
Com base nestas duas teorias pedagógicas pode-se classificar o uso do
computador na educação em três diferentes formas: duas como resultado da aplicação
direta das teorias pedagógicas ao ensino computadorizado, ou seja, uma tentando substituir
o professor, o computador seria o tutor e a outra, o oposto, deixando todo o esforço a
cargo do aprendiz, o computador seria apenas um assistente (tutee). A terceira via, seria
uma espécie de forma “neutra”, nem uma nem outra, o computador seria apenas um
auxílio, uma ferramenta (tool) [PAG92].
2.2. O COMPUTADOR COMO TUTOR, ASSISTENTE E AUXÍLIO
Como base nas teorias pedagógicas citadas acima o computador pode ser utilizado
no ensino de três formas diferentes. Como tutor (tutor) auxilia na apresentação de novos
conteúdos que inclui a repetição-e-prática e o tutorial. O computador é o professor que
fornece o conhecimento ao estudante. O computador pode executar uma série de tarefas
para treinar o estudante, em assuntos onde incorporar conhecimento fatual seja necessário,
levando-o através de um domínio de conhecimentos, tal como a Estatística, por exemplo.
Coloca questões apropriadas a cada passo e avalia o entendimento do estudante pela
checagem de suas respostas antes de prosseguir para assuntos mais complexos. O
computador como assistente (tutee) é dirigido pelo estudante. Ele pode desempenhar um
papel mais passivo no sentido de que é o aluno quem decide a seqüência de passos que ele
deve seguir de forma a entender o assunto em um domínio particular. Existe uma interação
constante e uma completa liberdade de ação por parte do aprendiz. Neste caso recomendase o ensino de linguagens de programação, mas não com o intuito de formar
programadores profissionais, mas sim com o objetivo de melhorar o entendimento de como
o computador funciona, reforçando a habilidade de resolver problemas e fornecendo um
sentido de controle, melhorando, desta forma, a compreensão da utilização das ferramentas
computacionais. Os estudantes obterão um entendimento melhor dos conteúdos se tiverem
a oportunidade de ensinar ao computador como ensinar estes conteúdos [MER96]. O
computador como auxílio (tool) ajuda o estudante no processo de aprendizagem, mas não
dirige os seus esforços. O computador serve como um instrumento para auxiliar e para
executar tarefas, como na execução de um processador de texto ou planilha de cálculos. O
computador permite que o estudante trabalhe de uma forma mais transparente e eficiente.
3. O COMPUTADOR E A ESTATÍSTICA
Até a algum tempo atrás os recursos estatísticos computacionais envolviam os
tradicionais pacotes estatísticos, inicialmente para mainframes, mais tarde para os micros
rodando DOS e depois migrando para o Windows. De qualquer forma estes pacotes eram
difíceis de usar, necessitando um bom conhecimento específico (estatístico) e
computacional. Hoje existe uma profusão de novos recursos que envolvem várias
metodologias e vários tipos de mídias. Estes recursos podem ser divididos em dois tipos.
Aqueles que exigem que o computador do usuário esteja conectado a uma rede e aqueles
que não. Inicialmente serão examinados os recursos que não exigem que o computador do
usuário esteja conectado a uma rede (online). Estes recursos podem ser divididos em
pacotes genéricos, pacotes especializados e cursos.
3.1. PACOTES DE PROPÓSITO GERAL
Estes pacotes possibilitam a aplicação em maior ou menor grau de todas as
principais técnicas estatísticas. Muitos destes pacotes são originários do início da era
computacional e muitos ainda apresentam interface de linha de comando, mas a tendência
é em direção a uma interface JIMM (janelas, ícones, mouse e menus deslizantes). Esta
metáfora de interface torna a utilização por novatos ou usuários ocasionais mais simples e
eles podem desta forma serem utilizados, eventualmente, como recursos instrucionais.
Alguns pacotes genéricos comuns são: o Axum (http://www.mathsoft.com/axum/)
da empresa Mathsoft. O Diamond (http://www.spss.com/software/science/diamond/)
desenvolvido em 1993 pela IBM e agora comercializada pela empresa SPSS e denominado
de SPSS Diamond. O ConStatS (http://www.tufts.edu/tccs/services/css/) produzido pelo
estúdio de projeto de software curricular da universidade Tufts. O Data Desk
(http://www.datadesk.com/main.html) da empresa Data Description Inc. que na versão Plus
fornece um curso multimídia de treinamento em Estatística denominado de ActivStats. O
GAUSS (http://www.aptech.com) que é um sistema matemático e estatístico com uma
linguagem matricial de programação, projetado para uso em computação intensiva, pela
empresa Aptech Systems. O JMP (http://www.jmpdiscovery.com/jmpprodinfo.html) que é
um dos muitos produtos do Instituto SAS. O Minitab (http://www.minitab.com/
products/minitab/) pacote produzido pela empresa Minitab Inc, com o objetivo de lecionar
Estatística. O NCSS fornecido pela empresa NCSS Statistical Software. O Origin
(http://www.microcal/www/) da empresa Microcal Software que objetiva fornecer um
conjunto completo de soluções para as necessidades de análises e gráficos para
pesquisadores. O SAS/Insight (http://www.sas.com/rnd/app/stat/insight/) é um módulo
autônomo do denominado sistema SAS. Este sistema é formado por aproximadamente 25
módulos, funcionando de modo independente ou agregados a um módulo central,
denominado de "Base SAS". O SAS/STAT outro módulo do sistema SAS que engloba uma
variada gama de técnicas estatísticas avançadas, principalmente multivariadas. O
SigmaStat (http://www.spss.com/software/science/sigmastat) é acompanhado de um
programa acessório multimídia em CD que objetiva fornecer um curso de Estatística, com
exemplos de soluções de problemas reais. É um produto da empresa SPSS, Inc. O S-PLUS
(http://www.mathsoft.com/splus/splsprod) que para Ripley [RIP97] é um dos mais
completos pacotes estatísticos disponíveis comercialmente. O pacote é um produto da
empresa Mathsoft. O SPSS (Statistical Package for the Social Science)
(http://www.spss.com/software/spss/) da empresa SPSS Inc. Para lecionar o ele possuí uma
curva de aprendizagem mais lenta do que outros pacotes, mas os estudantes podem ter uma
boa produtividade após algumas poucas horas de instrução [CUR98]. O Stata
(http://www.stata.com:80/info/) é um produto da empresa Stata Co, definido como um
ambiente para manipular e analisar dados utilizando métodos gráficos e estatísticos de
forma integrada. O Statgraphics (http://www.statgraphics.com/frame/html/produtcts.html)
ao contrário de outros foi originalmente projetado para PC com uma interface orientada
por menus que só mais tarde seria oferecida pelo ambiente Windows, é um produto da
empresa Manugistic, Inc. O Statistica (http://www.statsoft.com/) pacote produzido pela
empresa StatSoft, é um sistema abrangente envolvendo análise de dados, gráficos,
gerenciamento de base de dados e o desenvolvimento de aplicações customizadas
objetivando usuários das áreas de Engenharia, Ciências e Negócios. O StaView
(http://www.staview.com/productinfo/) mais um produto na área do instituto SAS. O Systat
(http://www.spss.com/software/science/systat/), um produto da empresa SPSS Inc, é outro
dos softwares que foi transferido de outros sistemas operacionais (DOS e VMS) para o
Windows. O Vista (http://forest.psych.unc.eud/research/vista-frames/), um pacote que é
uma combinação de uma linguagem estatística - a Xlisp-Stat - com uma interface que
fornece uma inovação na combinação de características modernas como a objetoorientação e diagramas interativamente conectados em múltiplas janelas para a
visualização de dados [TAG97].
3.2. SISTEMAS ESPECÍFICOS
Por sistema específico entende-se aquela categoria de software projetado para
aplicar uma técnica específica (como por exemplo: regressão, análise de variância, análise
de conglomerados, etc.) ou atender determinada categoria de consumidores (economistas,
biólogos, etc.) ou área de aplicação (saúde pública, indústria, etc.). O sistema Epi Info, por
exemplo, foi projetado com o objetivo de atender a profissionais de saúde pública.
O First Bayes (http://www.stats.gla.ac.uk/cti/activities/reviews/95_11/) que como
o nome sugere tem como objetivo a introdução da análise Baysiana. Ele foi escrito pelo
professor Tony O'Hagan da universidade de Nottinghan - Inglaterra. O GLIM (Generalized
Linear Interactive Modeling) (http://www.nag.co.uk/stats/gdge.html) é um pacote com
mais de vinte anos de mercado que, como o nome indica, objetiva o ajuste de modelos
lineares; mas não é um pacote apenas especializado oferecendo procedimentos estatísticos
padrões e gráficos [HIN94]. O MacAnova (http://www.stat.umn.edu/~gary/macanova/) é
um software interativo para análise de dados escrito para lecionar por Gary Oehlert e
Christopher Bingham do departamento de Estatística aplicada da universidade de
Minnesota. O Oriana (http://www.kovcomp.co.uk/oriana/) foi construído especificamente
para a análise de dados circulares. Este tipo de dados precisa ser tratado de forma especial,
pois certamente a resposta a pergunta "qual é a média entre 1o e 359o" não é 180º. Esta é a
função do pacote Oriana, desenvolvido e escrito por Warren Kovach. O R-Code
(http://www.stat.umn.edu/~rcode/) é um pacote para análise de regressão que acompanha o
livro "An Introduction to Regression Graphics" de Dennis Cook e Sanford Weisberg. Foi
escrito em Xlisp-Stat. O Secos (http://www.statsed.co.uk/) é uma combinação de um
pacote baseado em planilha com uma base de dados. O usuário pode se utilizar de dados
próprios, no entanto, várias bases de dados cobrindo um leque se séries econômicas,
históricas, geográficas e políticas são fornecidas como forma de ilustrar o ensino de
Estatística. O Xtremes (http://www.xtremes.math.uni-siegen.de/) é outro caso de um
software que é escrito para acompanhar um livro. Aqui o livro é "Law of Small Numbers"
que é vendido com uma cópia do pacote Xtremes. Do ponto de vista do ensino este
software oferece a possibilidade de ilustrar e explorar vários modelos que são utilizados
para analisar extremos e para comparar o desempenho de vários estimadores [COL96].
3.3. CURSOS
Os cursos são pacotes interativos ou não normalmente fornecidos em CD ou
através da rede, mas que não exigem uma conexão online para serem vistos. O usuário
pode baixar o software através da rede e então instalá-lo como faria com qualquer outro
aplicativo.
Alguns destes recursos incluem o ActivStats (http://www.datadesk.com/activstats)
que apresenta conteúdos introdutórios de Estatística com recursos multimídia. O material
está conectado a uma versão estudantil do pacote de análise estatística Data Desk. O
Against All Odds: Inside Statistics (http://www.pbs.org/adultlearnig/als/publication/
guide/) é um telecurso introdutório de Estatística que engloba 26 programas de meia hora
cada um. Foi produzido pelo COMAP (Consortium for Mathematics and Its Applications
Inc.) e lançado em 1989. An Eletronic Companion to Statistics (http://www2.viaweb.com/
cogitodirect/) é um pacote semelhante na apresentação ao ActivStats com material de
suporte para um curso introdutório de Estatística. O CrashCourse in Statistics
(http://www.spss.com/software/science/crash/) é um pacote que é descrito pelos seus
desenvolvedores como "um novo padrão para aprendizagem multimídia interativa",
englobando "som, vídeo, inteligência artificial e exemplos reais", apresentando ainda todos
os tópicos normalmente vistos em curso universitário de um semestre". O pacote é
acompanhado do software SigmaStat. O Quercus (http://www. /) é um produto da
universidade de Strathclyde originário do programa TLTP (Teaching and Learning
Technology Programme). Ele foi escrito através do Authorware e é acompanhado pelo
pacote Minitab e pelo editor de texto Write. O objetivo do projeto STEPS (STatistical
Education through Problem Solving) (http://www.stats.gla.ac.uk/steps/) do programa
TLTP é produzir módulos baseados em problemas para dar suporte ao ensino de
Estatística em diversas áreas. O Statwise é um pacote multimídia, desenvolvido na
universidade Napier, através do software Toolbook 3,0, com o objetivo de ensinar
conceitos introdutórios de Estatística. O pacote é uma iniciativa do projeto SUMSMAN
(Scottish Universities Mathematics and Statistics across the Metropolitan Area Networks)
do conselho de educação superior Escocês, que objetiva oferecer cursos de qualidade
através do computador e experiências de aprendizagem interativas, através de um grupo de
universidades trocando experiências. O pacote é gratuito para as instituições que
participam do projeto e a versão estudantil do CD é oferecido para comercialização
[DAV97]. O Statistics for the Terrified (http://www.icbl.hw.ac.uk/itti/) foi inicialmente
desenvolvido como um projeto do ITTI (Information Technology Training Initiative) da
universidade de Ulster; o propósito é ensinar ou tentar ensinar Estatística para aqueles que
não possuem base matemática sólida.
3.4. AS PLANILHAS
As planilhas, notadamente o Excel, vão se firmando cada vez mais como um
recurso instrucional em laboratórios de Estatística. Além dos recursos típicos elas oferecem
um grande números de funções estatísticas e probabilísticas, testes de hipóteses, se bem
que bastante limitados. A grande vantagem da planilha é a sua grande base instalada e seu
preço relativamente barato. É possível programá-las e desta forma realizar tarefas não
previstas inicialmente. Além disso o paradigma da planilha é conhecido por boa parte dos
alunos diminuindo, desta forma, o tempo gasto na aprendizagem da mecânica de uma nova
ferramenta de software.
O Excel pode ser utilizado e eu venho fazendo isto no ensino de Estatística. No
entanto este software apresenta uma série de deficiências e vários problemas para ser
utilizado como recurso instrucional. Os problemas variam desde os de tradução, passando
pela falta de homogeneidade na terminologia e funções; a estrutura espaguete dos
conceitos estatísticos, que coloca tudo num mesmo balaio fazendo com que o aluno já
confuso fique ainda mais. Felizmente nem só de Excel é feito o mundo das planilhas.
Existem várias alternativas ou melhor dizendo muitas alternativas. O problema é que a
maioria delas são praticamente desconhecidas. Com exceção da Lotus 1-2-3, que já foi
extremamente popular, e da Quatro Pro, as demais só serão descobertas com uma
garimpagem minuciosa na Internet. Apesar destas opções, praticamente não existe
literatura sobre ensino de Estatística com estas planilhas. Felizmente ou infelizmente, nesta
área, parece que existe uma tendência, quase que universal, em favor do software da
Microsoft; a planilha Excel. Isto é confirmado pelo grande número de empresas e mesmo
pessoas isoladamente que escrevem extensões para este programa. Pelos artigos na
literatura técnica, pelos exemplos e exercícios disponíveis na Internet e até pelas listas de
discussões, exclusivamente dedicadas a este software.
Extensões para a planilha Excel
Como forma de completar os recursos estatísticos e probabilisticos oferecidos pela
planilha Excel várias extensões foram e estão sendo desenvolvidas. Algumas delas
incluem: o Discus (Discovering Important Statistical Concepts Using Spreadsheets)
(http://www.mis.coventry.ac.uk/research/) é uma coleção, fornecida em disquete, de 8
livros de exercícios (workbooks) mais um conjunto de 34 cartões de trabalho (workcards)
impressos, que foram escritos por Neville Hunt e Sidney Tyrrel da universidade Coventry.
O Utilizando dados (http://www.statsed.co.uk/secos/) é um manual acompanhado por um
conjunto de investigações em disquete entitulado "técnicas básicas de gerenciamento de
dados". O objetivo é fornecer ao usuário ferramentas que o habilite a interpretar e utilizar
Estatística Descritiva. A audiência pretendida são os calouros universitários. O disco
incorpora um programa de gerenciamento de dados denominado de Secos [RID98]. O
Unistat (http://www.unistat.com/) é um programa suplementar que acrescenta uma grande
variedade de procedimentos estatísticos a planilha Excel e permite direcionar as saídas para
o MSWord. O xlSTAT (http://www.kovcomp.co.uk/) ou (http://www.xlstat.com) é um
conjunto de procedimentos estatísticos e de manipulação de dados escritos pelo professor
Thierry Fahmy. Acrescenta vários recursos a planilha Excel, principalmente estatística
multivariada. O XLStatistics (http://www.man.deakin.edu.au/rodneyc/) é uma coleção de
livros de exercícios para a análise de dados que acresce recursos a planilha, como o traçado
de distribuições de probabilidades acumuladas, regressão, aderência de curvas aos dados
por vários procedimentos, regressão não-linear, análise de regressão múltipla e correlação.
4. A INTERNET, A WWW E A ESTATÍSTICA
A Internet fornece uma maneira extremamente flexível de distribuir material e
permite que os interessados o acessem de uma grande variedade de plataformas de
software e hardware a qualquer tempo. Um documento HTML pode ser semelhante a uma
apresentação tradicional de sala de aula através de transparências. Utilizar um documento
HTML significa mudar a natureza da comunicação em termos de mídia e também em
termos de material na apresentação [DYB94].
4.1. CURSOS (TUTORIAIS) ONLINE
Os cursos online na sua maioria são esforços de professores de Estatística que
passaram o material disponível para o formato html, através de projetos com verbas
públicas. Alguns são versões de livros que servem como forma de divulgação da versão
impressa. Uma amostra do que pode ser encontrado na rede inclui: o GASP (Globally
Accessible Statistical Procedures) (http://www.stat.sc.edu/rsrch/gasp/), projeto da
universidade da Carolina do Sul. O EST (Electronic Statistic Textbook)
(http://www.statsoft.com/textbook/), um conjunto bastante completo de estatística básica e
avançada, envolvendo tópicos como redes neurais e mineração de dados. O Rice Virtual
Lab in and Statistics (http://www.ruf.rice.edu/~lane/), que é um conjunto de recursos
formado pelo HiperStat Online, Simulações e Demonstrações, Estudo de Casos e
Laboratório de Análises; o local está sob a responsabilidade do prof. David Lane, da
universidade
americana
Rice.
O
Psychological
Statistics
at
SMSU
(http://www.psychstat.smsu.edu/), que é uma coleção de recursos do professor David W.
Stockburger, da universidade estadual do Sudoeste Missouri. O SMART (Statistics and
Mathematics as Advanced Research Tools) (http://www.bioss.sari.ac.uk/smart/), um
projeto colaborativo modular, onde os módulos são contribuições de vários parceiros
internacionais; o sistema tenta ampliar a visão dos cientistas a respeito do que a Estatística
pode fazer e é suportado pelo grupo BioSS (Biomathematics & Statistics Scotland). O
SurfStat.australia (http://surfstat.newcastle.edu.au/surfstat/), situado na universidade
australiana de Newcastle e sob a responsabilidade do professor Keith Dear, oferece um
curso introdutório de Estatística. O Virtual Laboratories in Probability and Statistics
(http:/www.mat.uah.edu/stat/intro/), local sob a responsabilidade do professor Kyle
Siegrist, da universidade do Alabama. O projeto WISE (Web Interface for Statistics
Education) (http://www.projects.cgu.edu/wise/) da universidade Claremont, sob a
coordenação de Dale Berger, com o objetivo de expandir os recursos de ensino dos cursos
introdutórios de Estatística. O pacote XploRe (http://www.xplore-stat.de/), disponível em
vários formatos, entre elas uma versão applet Java para ser utilizada através de
navegadores e uma interface CGI (Common Gateway Interface) que pode ser utilizada com
o local (site) XploRe da rede por qualquer navegador que suporte formulários (forms).
4.2. OUTROS RECURSOS
Além dos cursos online a rede fornece ainda recursos estatísticos auxiliares cujo
propósito não é propriamente o de lecionar Estatística, mas o de servir de apoio ao ensino
tanto online quanto off-line. Alguns destes recursos incluem o projeto DASL (The Data
and Story Library) (http://lib-stat.cmu.edu/dasl/), uma biblioteca online de dados e
histórias que ilustram o uso de métodos estatísticos básicos. A EESEE (Electronic
Encyclopedia of Statistical Examples and Exercises) (http://stat.mps.ohiostate.edu/~eesee/) e o projeto associado DASL, que têm o propósito servir como um
suplemento a textos introdutórios escritos para estudantes com pré-requisitos diferenciados
de Matemática. O StatLib (http://libstat.emu.edu/), um serviço para a distribuição de
software estatístico, base de dados e informação através do correio eletrônico, ftp e WWW
mantido pelo departamento de Estatística da universidade de Carnegie Mellon.
5. CONCLUSÕES
Com a informação crescendo substancialmente a todo instante não é possível
ignorar um recurso como o computador para transmitir mais conhecimentos de uma forma
mais dinâmica, interativa e prazerosa. A tecnologia da hipermídia já está suficientemente
fundamentada para que se possa utilizá-la com benefícios no ensino de praticamente
qualquer conteúdo. Cabe ao professor descobrir o que funciona melhor com seus alunos e
com a proposta e objetivos da sua disciplina de forma a interessá-los e tirar proveito tanto
da atratividade exercida pelo computador quanto da motivação despertada pela Internet e
pela WWW. O propósito deste trabalho é contribuir para que, de alguma forma, o ensino
de Estatística possa iniciar também a sua revolução, a exemplo do que ocorreu com a
técnica e a pesquisa desta Ciência.
6. REFERÊNCIAS
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Falk, Jurg Husler and Rolf-Dieter Reiss. Maths&Stats newsletter. May 1996.
http://www.stats.gla.ac.uk/cti/activities/reviews/ 96_05/small_numbers.html.
[CUR98] CURRAL, James. SPSS 7.5 for Windows. Maths&Stats Newsletter. May 1998.
http://www.stats.gla.ac.uk /cti/activities/reviews/98_05/spss.html.
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[DYB94] DYBVIK, Per Einar. Combining WWW/Mosaic with realtime multimedia
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http://www.ncsa.uiuc.edu/SDG/IT94/ Proceedings/Educ.html.
[MER96] MERRIL, Paul F. et al. Computers in Education. Allyn & Bacon - A Simon &
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[NAS98] NASCIMENTO, João Agnaldo do. O Ensino e Programa de Estatística para a
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[TAG97] TAGG, Stephen. ViSta Version 4.27. Maths&Stats Newsletter. UK. August
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[VEN91] VENEZKY, Richard, OSIN, Luis. The Intelligent Design of Computer-Assisted
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