Dissertação de mestrado by Gabriel de Andrade Fernandes

O trabalho busca estabelecer um panorama das várias manifestações do então emergente discurso amb... more O trabalho busca estabelecer um panorama das várias manifestações do então emergente discurso ambientalista em meio à cultura arquitetônica dos anos 1960 e 1970, bem como identificar suas principais características, recorrências e contradições. Para tanto, limitou-se a análise de veículos e meios de difusão de ideias arquitetônicas ao contexto anglófono e em especial àquele relacionado à efervescente contracultura verificada nos Estados Unidos da América no período recortado. O período escolhido se justifica pela condição de protagonismo que eventualmente assumiu o discurso ambiental neste momento em diversos círculos profissionais, acadêmicos e culturais relacionados à arquitetura. Tal panorama é complementado pelo desenvolvimento de um itinerário interpretativo dessas várias manifestações discursivas a partir de recortes e fragmentos das obras de Buckminster Fuller, Ian McHarg e Murray Bookchin, entre outros autores, através das quais pudemos evidenciar determinadas recorrências e contradições. Finalmente, a partir de tal itinerário, pode-se promover uma discussão a respeito da maneira como ideias como "natureza", "ambiente", "tecnologia" e "cultura" foram mobilizadas nos diferentes discursos com diferentes fins. Tal itinerário é precedido de uma revisitação crítica a alguns episódios e personagens célebres da contracultura ambientalista norteamericana. Neste sentido, o trabalho contribui ao estudo das relações entre a cultura arquitetônica, o ambientalismo e a contracultura, bem como estabelece interfaces entre a história da arquitetura, os estudos de paisagem e a história ambiental.
Capítulos de livro by Gabriel de Andrade Fernandes

Tópicos sobre arquitetura moderna: ampliando o debate e a reflexão sobre sua difusão, 1930–1980, 2020
O Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) constitui um dos mais relevantes comp... more O Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) constitui um dos mais relevantes complexos arquitetônicos da Universidade de São Paulo: inaugurado parcialmente em 1963, trata-se de uma experiência pioneira no Brasil em pré- fabricação em larga escala para produção de habitação a partir de uma abordagem arquitetônica e urbanística marcadamente moderna. Em função de suas características arquitetônicas e da relação afetiva que gerações de ex-moradores mantém com o espaço, grupos e indivíduos vários vêm manifestando o interesse na patrimonialização do conjunto, reconhecendo-o como bem cultural universitário. Pretendemos com este artigo explorar as possibilidades e contradições da identificação e registro do Crusp como patrimônio cultural, avaliando tanto suas dimensões material e imaterial de valor. Exploramos alguns dos apelos à preservação do Crusp evidenciando os valores selecionados e os valores preteridos nos argumentos mobilizados. Concluímos defendendo a necessidade de evitar a caracterização exclusiva dos bens associados ao movimento moderno às suas características formais, explorando os processos de atribuição de valor que transcendam tal forma.
Arquivos e centros de memória: o que ocultam, o que revelam, Dec 2024
Artigos by Gabriel de Andrade Fernandes

Revista CPC, 2022
O seminário Destruições/Construções: fragilidades, ameaças e ressignificação do patrimônio cultur... more O seminário Destruições/Construções: fragilidades, ameaças e ressignificação do patrimônio cultural, promovido pelo Centro de Preservação Cultural da USP (CPC) em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da mesma universidade, discutiu as dramáticas destruições do patrimônio cultural ocorridas no Brasil nos últimos anos, refletindo sobre os bens culturais, os sentidos das ausências, identidades, afetos e valores. O seminário ocorreu nos dias 26 e 27 de outubro de 2022 e atraiu público significativo para a Casa de Dona Yayá, sede do CPC. Reuniram-se pesquisadores, profissionais e ativistas do patrimônio cultural dedicados a pensar não só as consequências dos processos de destruição e perda como suas formas de prevenção em todos os seus atravessamentos (políticos, econômicos, sociais, culturais, científicos). Este texto faz um relato sobre as mesas-redondas e tece considerações sobre o conjunto das discussões levantadas ao longo do evento.

Anais do 13º Fórum Mestres e Conselheiros, 2022
A partir de um incômodo com a resposta de Laurajane Smith a uma crítica promovida à sua céleb... more A partir de um incômodo com a resposta de Laurajane Smith a uma crítica promovida à sua célebre reflexão em torno do “discurso autorizado do patrimônio” que a autora associa ao que chama de “novo materialismo”, reunimos nesta comunicação algumas inquietações e perguntas a respeito da possibilidade de pensar o patrimônio cultural a partir da reconsideração do reconhecimento do poder de agência dos objetos, coisas e seres não-humanos. Neste sentido, identificamos um movimento consistente, justificado e necessário no campo do patrimônio cultural ao longo das últimas três décadas no sentido de combater toda forma de fetichização dos bens culturais a fim de garantir a centralidade dos sujeitos nos processos de patrimonialização. Contudo, a partir de contribuições de um campo que identificamos como o da “cosmopolítica” e de autores como Bruno Latour, Isabelle Stengers, Donna Haraway e Eduardo Viveiros de Castro, perguntamo-nos se não faz sentido reincorporar entendimentos “fetichizadores” dos objetos e de suas eventuais agências, sem no entanto reabilitar argumentos a favor do velho e tecnocrático discurso autorizado do patrimônio. Trata-se, afinal de pensar a possibilidade de formar agentes do patrimônio que atuem na perspectiva de uma “diplomacia cosmopolítica” entre sujeitos e agências humanas e não-humanas. Tratam-se de questionamentos ainda incipientes a fim de contribuir para as discussões em torno do futuro do patrimônio cultural sobretudo num contexto de reação à chamada “intrusão de Gaia.”

Anais do 7º Seminário Docomomo SP, 2020
O Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) constitui um dos mais relevantes comp... more O Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) constitui um dos mais relevantes complexos arquitetônicos da Universidade de São Paulo: inaugurado parcialmente em 1963, trata-se de uma experiência pioneira no Brasil em pré-fabricação em larga escala para produção de habitação a partir de uma abordagem arquitetônica e urbanística marcadamente moderna. Em função de suas características arquitetônicas e da relação afetiva que gerações de ex-moradores mantém com o espaço, grupos e indivíduos vários vêm manifestando o interesse na patrimonialização do conjunto, reconhecendo-o como bem cultural universitário. Pretendemos com este artigo explorar as possibilidades e contradições da identificação e registro do Crusp como patrimônio cultural, avaliando tanto suas dimensões material e imaterial de valor. Exploramos alguns dos apelos à preservação do Crusp evidenciando os valores selecionados e os valores preteridos nos argumentos mobilizados. Concluímos defendendo a necessidade de evitar a caracterização exclusiva dos bens associados ao movimento moderno às suas características formais, explorando os processos de atribuição de valor que transcendam tal forma.
Resenhas Online, 2020
As redes neurais generativas competitivas podem criar imagens verossímeis de objetos que não exis... more As redes neurais generativas competitivas podem criar imagens verossímeis de objetos que não existem. Esta exposição apresenta a aplicação experimental de tais redes no mundo da arquitetura. Quais seus limites e potencialidades?

Anais do 13º Seminário do Docomomo BR, 2019
Em 2018 foram tombados pelo órgão municipal de preservação de São Paulo quatro conjuntos arquitet... more Em 2018 foram tombados pelo órgão municipal de preservação de São Paulo quatro conjuntos arquitetônicos localizados na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira (Cuaso) da Universidade de São Paulo (USP). Em comum, os quatro conjuntos são vinculados à arquitetura moderna paulista e sua patrimonialização respondeu a imperativos de preservação de exemplares desse período da história da arquitetura de São Paulo, para além de se constituírem como bens culturais universitários. Este artigo pretende contextualizar este tombamento em relação a uma discussão mais ampla sobre a identificação, preservação e valorização do patrimônio universitário. Aponta ainda os valores privilegiados e destacados nesse processo, bem como as omissões e os silenciamentos daí decorrentes. Argumentando pela necessidade de abordar a patrimonialização da modernidade universitária para além de critérios estético-estilísticos, propõe a construção de uma narrativa sobre um patrimônio universitário moderno “em ação”, para além da busca por exemplares puros de uma modernidade arquitetônica idealizada.
Minha cidade, 2019
Em agosto de 2019, São Paulo assiste a uma das maiores e mais belas edições da Jornada do Patrimô... more Em agosto de 2019, São Paulo assiste a uma das maiores e mais belas edições da Jornada do Patrimônio. A enorme quantidade de atividades propostas diretamente pelos cidadãos parece indicar uma política patrimonial inclusiva, plural e progressista.

Revista CPC, 2019
Este artigo apresenta um panorama da ação educativa desenvolvida pelo Centro de Preservação Cultu... more Este artigo apresenta um panorama da ação educativa desenvolvida pelo Centro de Preservação Cultural (CPC) em sua sede na Casa de Dona Yayá, imóvel tombado em níveis estadual e municipal, localizado no centro do município de São Paulo, na região conhecida como Bixiga. Órgão de cultura e extensão universitária com foco na ação e reflexão sobre o patrimônio cultural da Universidade de São Paulo, o CPC ocupa desde 2004 o imóvel conhecido como “Casa de Dona Yayá”, lugar de memória de questões de gênero e saúde mental em função da reclusão vivida por sua mais célebre habitante (Sebastiana Mello Freire, a “Dona Yayá”) durante um período de quatro décadas, bem como testemunho material do processo de urbanização da região em que se encontra. A fim de refletir sobre as possibilidades educativas, dialógicas e de ação cultural próprias tanto de uma instituição voltada à extensão no campo do patrimônio como de um bem patrimonializado marcado pelo acúmulo de diversas camadas de significado e de memória, é apresentado um itinerário crítico das atividades educativas promovidas ao longo de cerca de 15 anos nesse contexto. Discutem-se, tendo por base tais atividades, as potencialidades, limites, desafios e contradições da ação educativa no contexto patrimonial.

Anais do Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Volume 1: ideários, projeto e prática, 2018
A emergência de um discurso de fundo ambientalista nas últimas quatro décadas é muitas vezes asso... more A emergência de um discurso de fundo ambientalista nas últimas quatro décadas é muitas vezes associada a um anseio de se não contrapor-se, ao menos corrigir supostos efeitos deletérios promovidos pela modernidade na constituição de uma relação aparentemente desequilibrada entre o ser humano e o meio ambiente natural. A presente comunicação apresenta argumentos que indicam não uma ruptura mas uma convergência entre a proposta ambientalista de matriz estadunidense e a concepção de natureza da modernidade. O método utilizado é a leitura e problematização de elementos discursivos de alguns autores-chave na definição desta matriz discursiva, cujas obras reverberaram e continuam a reverberar quando da evocação de uma arquitetura, um paisagismo e um urbanismo “verde” ou “sustentável”. Neste sentido, o artigo explora ainda a construção de um discurso contestatório da modernidade na forma como tal matriz se disseminou na definição de uma experiência e de uma imagem arquitetônica contracultural nos anos 1960 e 1970. Os resultados apontam para a reafirmação de uma natureza marcadamente moderna, determinista e caracterizada pela despolitização de um discurso surgido como pauta política.
The emergence of an environmentally based discourse in the last four decades is often associated with a desire to, if not to oppose, at least to fix the supposed deleterious effects of modernity in the constitution of an apparently unbalanced relationship between human being and the natural environment. The present paper aims present evidences that indicate not a break but a convergence between the environmentalist approach of American background and the modern conception of nature. The applied method involves the problematization of some discursive elements from some key authors associated with the diffusion of this discursive matrix, whose works reverberated and continue to reverberate on “green” or “sustainable” architecture, landscape architecture and urban planning. In this sense, this paper also explores the building of a modernity-contesting discourse by the way this matrix disseminated on an countercultural architectural experience and image in 1960s and 1970s. Results point to the reaffirmation of a remarkably modern, deterministic nature, characterized by unpolicization of a discourse that was born as a political reclaim.

Considerando-se a expressiva ampliação recentemente verificada em fóruns e publicações acadêmicas... more Considerando-se a expressiva ampliação recentemente verificada em fóruns e publicações acadêmicas e profissionais da mobilização da pauta da participação social e cidadã nas políticas patrimoniais, pretendemos com este artigo não só apresentar uma reflexão das armadilhas desse processo a partir de exemplos exteriores ao campo como propor uma inversão da formulação do próprio problema, atentando para uma eventual condição inerentemente tecnocrática da ação patrimonial institucionalizada. Neste sentido, parafraseando a clássica provocação de Susan Sontag sobre a crítica de arte, refletimos a respeito da necessidade não de uma renovada (e participativa) " hermenêutica " do patrimônio cultural, mas a respeito das possibilidades de uma ação institucional em torno da " erótica do patrimônio ". O trabalho, então, assume duas frentes com este objetivo: discute, de um lado, os problemas da ideia de " participação " a partir da bibliografia consolidada sobre o assunto, ainda que pouco citada no campo patrimonial, e particularmente posiciona as políticas patrimoniais frente a clássica " escada da participação " de Sherry Arnstein. De outro lado, questiona a eficácia da abordagem participativista ante a ação direta de coletivos culturais e grupos organizados que vêm pressionando de baixo para cima políticas patrimoniais consolidadas e questionando a eficácia dos instrumentos de preservação e salvaguarda existentes. Conclui argumentando pelo reconhecimento da necessidade de inverter os instrumentos institucionais disponíveis de ação patrimonial e em particular a prática consolidada do tombamento.

Anais do IV Enanparq
O discurso sustentabilista constitui hoje presença certa nos mais variados círculos arquitetônico... more O discurso sustentabilista constitui hoje presença certa nos mais variados círculos arquitetônicos, por vezes impondo-se mesmo de forma inquestionável. Tal discurso reveste-se ainda de um teor inovador, um ideário rejuvenescido para desafios contemporâneos. Ideia gestada, porém, nos anos 1980, a “sustentabilidade” é parte de uma trajetória mais ampla: mesmo sua história oficial tende a localizar suas origens em meio a experiências e discursos contraculturais, em um contexto de experimentação e de gestação de novas formas de manifestações políticas, em que se discutiam questões como participação e autonomia. Neste contexto, parece que o velho humanismo que caracterizava a racionalidade das proposições arquitetônicas modernas é substituído por uma ética questionadora de desequilíbrios no meio natural, associada tanto a um multiculturalismo que valoriza diferenças culturais como por uma nova narrativa totalizante, marcada pela necessidade de readequação da vida ao uso “sustentável” do meio-ambiente. Trata-se, portanto, de um enfrentamento do projeto moderno ou antes, repleta de contradições, de sua reafirmação? Buscamos, assim, explorar algumas características de uma trajetória discursiva que dialoga com a busca daquilo que Bruno Latour chamaria de uma
abordagem simétrica da relação entre humanidade e natureza, ou entre entidades humanas e não humanas.
Para além de algumas críticas já consolidadas sobre o campo — em especial aquelas que tendem a reduzir o discurso ambientalista-sustentabilista a mera construção ideológica — exploramos as características deste corpo discursivo, bem como as contradições desta ética que tenta reequilibrar valores humanos e não-humanos no interior da prática arquitetônica. Exploramos de um modo geral o ethos sustentabilista e, em particular, focamos em algumas experiências contraculturais nos anos 60 e
70 (como as de Paolo Soleri e as de comunidades hippies, sobretudo a mitificada Drop City) que são hoje fortemente associadas a mitos de origem do movimento, explorando suas contradições e os elementos que hoje são mobilizados para dar base a tais valores.

Entre as preocupações do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC-USP), m... more Entre as preocupações do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC-USP), manifestas desde sua fundação em 2004, encontra-se a atuação no campo da assim chamada educação patrimonial. Além da execução de ações e da promoção da reflexão sobre esse universo, a equipe do CPC vem também participando de eventos nesta área: em 2011, o órgão se fez presente no II Encontro Nacional de Educação Patrimonial, cujo relato consta em artigo de José Hermes Martins Pereira (2011) publicado na Revista CPC. Da mesma maneira, neste ano de 2014 tivemos a oportunidade de apresentar algumas de nossas ações na sexta edição do Fórum Mestres e Conselheiros, debater com colegas e de avaliar o estado da arte desta tensa relação entre a educação e o patrimônio cultural: torna-se oportuno, portanto, apresentar algumas notas a respeito do evento e do estado em que se encontram as discussões neste campo, bem como avaliar em que nível tais discussões sofreram transformações substantivas entre 2011 e 2014. 1 Mestres, conselheiros, educadores O Fórum Mestres e Conselheiros é um evento normalmente dedicado à discussão da relação entre as instâncias oficiais de salvaguarda do patrimônio cultural e os vários agentes ligados à sua identificação, preservação e valorização espalhados na sociedade, sejam eles especialistas ou leigos -motivo pelo qual tem como mote os "agentes multiplicadores do patrimônio". Segundo sua apresentação institucional, o evento, cuja periodicidade é anual, surgiu a partir da constatação de que as políticas públicas no campo do patrimônio cultural vêm ganhando nos últimos anos força substancial, sobretudo na esfera municipal -o que passou a envolver um público ampliado na circulação de ideias e ações sobre o campo, acrescido ao crescente público especializado e acadêmico. O evento teria surgido em 2008 para reunir em um mesmo espaço este público ampliado, promovendo o diálogo entre saberes e experiências técnicas e populares.

Pretendemos com este trabalho discutir limites, desafios e potencialidades presentes na intersecc... more Pretendemos com este trabalho discutir limites, desafios e potencialidades presentes na intersecção entre os campos da educação e do patrimônio a partir de práticas culturais e educativas promovidas ao longo da trajetória do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC). O CPC é um órgão ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP sediado em um imóvel tombado localizado no Bixiga, bairro central de São Paulo, responsável por promover reflexões e fomentar ações relacionadas aos bens culturais da universidade, bem como sobre o patrimônio cultural de modo geral. Por meio da reflexão sobre as iniciativas do órgão e sobre os conceitos normalmente associados à assim chamada "educação patrimonial", refletimos sobre a relação entre as ações educativas no campo do patrimônio e a possibilidade delas se enquadrarem naquilo que o educador Paulo Freire chamaria de "invasão cultural", posicionando-as, portanto, entre a esfera da formação e a da ideologia. Contrapondo-nos a uma concepção tradicional de educação patrimonial, buscamos apontar a necessidade de se constituírem ações patrimoniais educativas que transcendam as restrições usualmente associadas a elas, de modo que elas participem de todas as etapas do processo de patrimonialização e incorporando todas as dimensões da cidadania cultural. Entre as ações do CPC descritas, destacamos ainda a oficina-intervenção Trafegar pelos rios do Bixiga, na qual acreditamos sintetizar os anseios e desafios que desenvolvemos ao longo de nossa reflexão.
E o nosso bloco vai navegar. No Bixiga passa o Rio Saracura, o Itororó e o Japurá Deixa as águas ... more E o nosso bloco vai navegar. No Bixiga passa o Rio Saracura, o Itororó e o Japurá Deixa as águas rolar! [Trecho do samba de abertura criado pelos participantes da oficina-intervenção] Descreve-se neste relato uma ação de cultura e extensão universitária promovida em 2013 relacionada à temática da memória urbana, da paisagem e de suas relações com o patrimônio cultural. Trata-se de uma atividade que integra o conjunto de ações promovidas pela equipe de Educação e Memória do CPC-USP e que ilustra os princípios e procedimentos por ela adotados na constituição de ações dialógicas no campo do patrimônio cultural.
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The emergence of an environmentally based discourse in the last four decades is often associated with a desire to, if not to oppose, at least to fix the supposed deleterious effects of modernity in the constitution of an apparently unbalanced relationship between human being and the natural environment. The present paper aims present evidences that indicate not a break but a convergence between the environmentalist approach of American background and the modern conception of nature. The applied method involves the problematization of some discursive elements from some key authors associated with the diffusion of this discursive matrix, whose works reverberated and continue to reverberate on “green” or “sustainable” architecture, landscape architecture and urban planning. In this sense, this paper also explores the building of a modernity-contesting discourse by the way this matrix disseminated on an countercultural architectural experience and image in 1960s and 1970s. Results point to the reaffirmation of a remarkably modern, deterministic nature, characterized by unpolicization of a discourse that was born as a political reclaim.
abordagem simétrica da relação entre humanidade e natureza, ou entre entidades humanas e não humanas.
Para além de algumas críticas já consolidadas sobre o campo — em especial aquelas que tendem a reduzir o discurso ambientalista-sustentabilista a mera construção ideológica — exploramos as características deste corpo discursivo, bem como as contradições desta ética que tenta reequilibrar valores humanos e não-humanos no interior da prática arquitetônica. Exploramos de um modo geral o ethos sustentabilista e, em particular, focamos em algumas experiências contraculturais nos anos 60 e
70 (como as de Paolo Soleri e as de comunidades hippies, sobretudo a mitificada Drop City) que são hoje fortemente associadas a mitos de origem do movimento, explorando suas contradições e os elementos que hoje são mobilizados para dar base a tais valores.
The emergence of an environmentally based discourse in the last four decades is often associated with a desire to, if not to oppose, at least to fix the supposed deleterious effects of modernity in the constitution of an apparently unbalanced relationship between human being and the natural environment. The present paper aims present evidences that indicate not a break but a convergence between the environmentalist approach of American background and the modern conception of nature. The applied method involves the problematization of some discursive elements from some key authors associated with the diffusion of this discursive matrix, whose works reverberated and continue to reverberate on “green” or “sustainable” architecture, landscape architecture and urban planning. In this sense, this paper also explores the building of a modernity-contesting discourse by the way this matrix disseminated on an countercultural architectural experience and image in 1960s and 1970s. Results point to the reaffirmation of a remarkably modern, deterministic nature, characterized by unpolicization of a discourse that was born as a political reclaim.
abordagem simétrica da relação entre humanidade e natureza, ou entre entidades humanas e não humanas.
Para além de algumas críticas já consolidadas sobre o campo — em especial aquelas que tendem a reduzir o discurso ambientalista-sustentabilista a mera construção ideológica — exploramos as características deste corpo discursivo, bem como as contradições desta ética que tenta reequilibrar valores humanos e não-humanos no interior da prática arquitetônica. Exploramos de um modo geral o ethos sustentabilista e, em particular, focamos em algumas experiências contraculturais nos anos 60 e
70 (como as de Paolo Soleri e as de comunidades hippies, sobretudo a mitificada Drop City) que são hoje fortemente associadas a mitos de origem do movimento, explorando suas contradições e os elementos que hoje são mobilizados para dar base a tais valores.
divisão social do trabalho nos canteiros de obras a partir da dialogicidade como conceituada por Paulo Freire. Por meio dos trabalhos realizados pelo Coletivo na ENFF, apresentamos uma conceituação de sustentabilidade que incorpore o problema do trabalho livre (entendido ao mesmo tempo como um objetivo e como método de práticas que busquem a construção de um mundo mais justo e sustentável).