Este trabalho teve por objetivo analisar posicoes favoraveis e contrarias sobre o reconhecimento ... more Este trabalho teve por objetivo analisar posicoes favoraveis e contrarias sobre o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tomando o pertencimento religioso como eixo de debate. Como material empirico, produzimos entrevistas semiestruturadas com 652 pessoas, durante a concentracao da 11a Parada da Diversidade de Pernambuco, que aconteceu em Recife, em setembro de 2012. Buscamos, especificamente, compreender como se constroem os argumentos produzidos pelos interlocutores, legitimam-se ou desestabilizam normas sociais e possiveis contradicoes. Baseados na abordagem construcionista em Psicologia Social, buscamos identificar regularidades e polissemia nas producoes discursivas analisadas. Destacam-se, nesta analises, posicoes que adotam a religiao como matriz de pensamento, configurando-se, contraditoriamente, posicoes favoraveis que se fundamentam numa visao divina que enxerga a todas as pessoas indistintamente, e contrarias que tem por base a crenca religiosa e o...
A presente pesquisa objetivou analisar a produção de modos de ser travestis, em contextos de crim... more A presente pesquisa objetivou analisar a produção de modos de ser travestis, em contextos de criminalidade, pela mídia jornalística pernambucana. Os objetivos específicos foram: 1) identificar nomeações e posicionamentos de travestis nos jornais de Pernambuco e 2) refletir sobre como este tipo de produção discursiva constrói e reitera a travestilidade em zonas de abjeção. Visando dar conta dos objetivos, tomamos por base princípios e conceitos norteadores da Teoria Queer, especialmente no que se refere à “abjeção”. Do ponto de vista da psicologia social, nos baseamos nas contribuições do Construcionismo Social para o estudo das práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano. Este referencial teórico-metodológico orientou as análises produzidas sobre as notícias veiculadas em jornais. Como material empírico, trabalhamos com 33 notícias publicadas on-line pelos jornais de maior circulação na cidade do Recife, entre os anos de 1998 e 2012. Por meio da construção de mapas analíticos, agrupamos informações referentes a crimes, posições e nomeações sobre as travestis, veiculadas no material discursivo. Deparamo-nos com um escasso número de matérias sobre casos que envolvem travestis e pouca repercussão dos mesmos. Percebemos, ainda, nos textos um desconhecimento/desrespeito em relação ao debate e reivindicações do movimento de Travestis sobre a adoção da identidade de gênero feminina para se referir às travestis, uma vez que, os jornais recorrentemente informam os nomes de registro civil, masculinos. Como também, ao noticiarem casos de travestis assassinadas, essas matérias apresentam informações que efetivam um afastamento entre o leitor e a vítima e uma reafirmação da condição marginal das travestis, a partir de construções discursivas que tendem à culpabilização da vítima.
Este trabalho teve por objetivo analisar posições favoráveis e contrárias sobre o reconhecimento ... more Este trabalho teve por objetivo analisar posições favoráveis e contrárias sobre o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tomando o pertencimento religioso como eixo de debate. Como material empírico, produzimos entrevistas semi-estruturadas com 652 pessoas, durante a concentração da 11ª Parada da Diversidade de Pernambuco, que aconteceu em Recife, em setembro de 2012. Buscamos, especificamente, compreender como se constroem os argumentos produzidos pelos interlocutores, legitimam-se ou desestabilizam normas sociais e possíveis contradições. Baseados na abordagem construcionista em Psicologia Social, buscamos identificar regularidades e polissemia nas produções discursivas analisadas. Destacam-se, nestas análises, posições que adotam a religião como matriz de pensamento, configurando-se, contraditoriamente, posições favoráveis que se fundamentam numa visão divina que enxerga a todas as pessoas indistintamente, e contrárias que tem por base a crença religiosa e os dogmas cristãos. Nossas análises, contingentes e parciais, não esgotam a complexidade do tema, visam, sobretudo dar visibilidade a esta miríade de possibilidades que se configuram no debate sobre a união entre pessoas do mesmo sexo.
Esta tese, como produção situada, tem o tom de seu tempo e do contexto em que foi produzida, atra... more Esta tese, como produção situada, tem o tom de seu tempo e do contexto em que foi produzida, atravessada pelos (des)encontros subjetivos com profissionais de psicologia com experiência de atendimento a pessoas em situação de LGBTfobia em meio a uma crise política global com modulações densas nacionais. Foram realizadas entrevistas com oito profissionais de psicologia e outras produções discursivas (entre 473 fotos, 199 áudios e 5 diários) a partir das quais, direta ou indiretamente, foram costuradas as linhas de argumento e análise desta pesquisa, entre saberes, jogos de poder e intersubjetividades. Considerando a pesquisa também como produção de si, na experiência do pesquisador irrompem histórias sobre fatos, ficções e afetos. Assim, as narrativas produzidas por meio de entrevistas e diários, contam não só um processo de pesquisa sobre a prática psicológica no enfrentamento à LGBTfobia, mas também, uma escrita de si comprometida ética, estética e politicamente com a complexidade do presente. Como efeito desse encontro entre pesquisador e profissionais, uma tese, um acontecimento, compreendida figurativamente como revolução, uma catástrofe! Histórias sobre o genocídio dos povos tradicionais, a brutalização sobre os corpos negros, o colapso climático, o impeachment de Dilma Rousseff, as eleições presidenciais de 2018 e o início do governo Bolsonaro são contadas para não só evocar uma problematização sobre a prática psicológica a vítimas de LGBTfobia, mas também produzir uma versão para registro e inscrição da história da atualidade. Profissionais e pesquisador amalgamam experiências e como resultado a defrontação com o fim do mundo, com seu Homem e sua Humanidade. O Antropoceno, evento limite de catástrofe e indigência, coloca a Psicologia à prova no que concerne seu amor ao poder, à técnica e ao fascismo. Como destinação, na tentativa de diferir, profissionais de psicologia são convidados e convidadas a acontecerem, insurgirem-se tomando distância do poder como instrumento de dominação. Ficcionando uma Psicologia não-fascista, artífice de uma clínica ética do cuidado de si e de práticas de liberdade direcionadas à gente tornada indigente, que teve sua agência raptada num país constituído pelo derramamento de sangue e pela apologia ao medo e ao ódio.
Este trabalho teve por objetivo analisar posicoes favoraveis e contrarias sobre o reconhecimento ... more Este trabalho teve por objetivo analisar posicoes favoraveis e contrarias sobre o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tomando o pertencimento religioso como eixo de debate. Como material empirico, produzimos entrevistas semiestruturadas com 652 pessoas, durante a concentracao da 11a Parada da Diversidade de Pernambuco, que aconteceu em Recife, em setembro de 2012. Buscamos, especificamente, compreender como se constroem os argumentos produzidos pelos interlocutores, legitimam-se ou desestabilizam normas sociais e possiveis contradicoes. Baseados na abordagem construcionista em Psicologia Social, buscamos identificar regularidades e polissemia nas producoes discursivas analisadas. Destacam-se, nesta analises, posicoes que adotam a religiao como matriz de pensamento, configurando-se, contraditoriamente, posicoes favoraveis que se fundamentam numa visao divina que enxerga a todas as pessoas indistintamente, e contrarias que tem por base a crenca religiosa e o...
A presente pesquisa objetivou analisar a produção de modos de ser travestis, em contextos de crim... more A presente pesquisa objetivou analisar a produção de modos de ser travestis, em contextos de criminalidade, pela mídia jornalística pernambucana. Os objetivos específicos foram: 1) identificar nomeações e posicionamentos de travestis nos jornais de Pernambuco e 2) refletir sobre como este tipo de produção discursiva constrói e reitera a travestilidade em zonas de abjeção. Visando dar conta dos objetivos, tomamos por base princípios e conceitos norteadores da Teoria Queer, especialmente no que se refere à “abjeção”. Do ponto de vista da psicologia social, nos baseamos nas contribuições do Construcionismo Social para o estudo das práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano. Este referencial teórico-metodológico orientou as análises produzidas sobre as notícias veiculadas em jornais. Como material empírico, trabalhamos com 33 notícias publicadas on-line pelos jornais de maior circulação na cidade do Recife, entre os anos de 1998 e 2012. Por meio da construção de mapas analíticos, agrupamos informações referentes a crimes, posições e nomeações sobre as travestis, veiculadas no material discursivo. Deparamo-nos com um escasso número de matérias sobre casos que envolvem travestis e pouca repercussão dos mesmos. Percebemos, ainda, nos textos um desconhecimento/desrespeito em relação ao debate e reivindicações do movimento de Travestis sobre a adoção da identidade de gênero feminina para se referir às travestis, uma vez que, os jornais recorrentemente informam os nomes de registro civil, masculinos. Como também, ao noticiarem casos de travestis assassinadas, essas matérias apresentam informações que efetivam um afastamento entre o leitor e a vítima e uma reafirmação da condição marginal das travestis, a partir de construções discursivas que tendem à culpabilização da vítima.
Este trabalho teve por objetivo analisar posições favoráveis e contrárias sobre o reconhecimento ... more Este trabalho teve por objetivo analisar posições favoráveis e contrárias sobre o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tomando o pertencimento religioso como eixo de debate. Como material empírico, produzimos entrevistas semi-estruturadas com 652 pessoas, durante a concentração da 11ª Parada da Diversidade de Pernambuco, que aconteceu em Recife, em setembro de 2012. Buscamos, especificamente, compreender como se constroem os argumentos produzidos pelos interlocutores, legitimam-se ou desestabilizam normas sociais e possíveis contradições. Baseados na abordagem construcionista em Psicologia Social, buscamos identificar regularidades e polissemia nas produções discursivas analisadas. Destacam-se, nestas análises, posições que adotam a religião como matriz de pensamento, configurando-se, contraditoriamente, posições favoráveis que se fundamentam numa visão divina que enxerga a todas as pessoas indistintamente, e contrárias que tem por base a crença religiosa e os dogmas cristãos. Nossas análises, contingentes e parciais, não esgotam a complexidade do tema, visam, sobretudo dar visibilidade a esta miríade de possibilidades que se configuram no debate sobre a união entre pessoas do mesmo sexo.
Esta tese, como produção situada, tem o tom de seu tempo e do contexto em que foi produzida, atra... more Esta tese, como produção situada, tem o tom de seu tempo e do contexto em que foi produzida, atravessada pelos (des)encontros subjetivos com profissionais de psicologia com experiência de atendimento a pessoas em situação de LGBTfobia em meio a uma crise política global com modulações densas nacionais. Foram realizadas entrevistas com oito profissionais de psicologia e outras produções discursivas (entre 473 fotos, 199 áudios e 5 diários) a partir das quais, direta ou indiretamente, foram costuradas as linhas de argumento e análise desta pesquisa, entre saberes, jogos de poder e intersubjetividades. Considerando a pesquisa também como produção de si, na experiência do pesquisador irrompem histórias sobre fatos, ficções e afetos. Assim, as narrativas produzidas por meio de entrevistas e diários, contam não só um processo de pesquisa sobre a prática psicológica no enfrentamento à LGBTfobia, mas também, uma escrita de si comprometida ética, estética e politicamente com a complexidade do presente. Como efeito desse encontro entre pesquisador e profissionais, uma tese, um acontecimento, compreendida figurativamente como revolução, uma catástrofe! Histórias sobre o genocídio dos povos tradicionais, a brutalização sobre os corpos negros, o colapso climático, o impeachment de Dilma Rousseff, as eleições presidenciais de 2018 e o início do governo Bolsonaro são contadas para não só evocar uma problematização sobre a prática psicológica a vítimas de LGBTfobia, mas também produzir uma versão para registro e inscrição da história da atualidade. Profissionais e pesquisador amalgamam experiências e como resultado a defrontação com o fim do mundo, com seu Homem e sua Humanidade. O Antropoceno, evento limite de catástrofe e indigência, coloca a Psicologia à prova no que concerne seu amor ao poder, à técnica e ao fascismo. Como destinação, na tentativa de diferir, profissionais de psicologia são convidados e convidadas a acontecerem, insurgirem-se tomando distância do poder como instrumento de dominação. Ficcionando uma Psicologia não-fascista, artífice de uma clínica ética do cuidado de si e de práticas de liberdade direcionadas à gente tornada indigente, que teve sua agência raptada num país constituído pelo derramamento de sangue e pela apologia ao medo e ao ódio.
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