Marcelo Dalla Vecchia
Psychologist, Master and Doctor in Public Health (Unesp / Botucatu) and Professor at the Department of Psychology and Psychology Graduate Program at Federal University of São João del-Rei (UFSJ), heading the Center of Research and Intervention on Drug Policies (NUPID). Editor-in-chief of the journal "Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia". Board member of the Brazilian Multidisciplinary Association of Drug Studies - Associação Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD). Contact: mdvecchia@ufsj.edu.br. ORCID ID: orcid.org/0000-0001-7537-3598.
Address: Praça Dom Helvécio, 74 - DPSIC
Dom Bosco - São João del-Rei/MG - Brazil
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Artigos / Papers
Resumo
As concepções que definem o uso de drogas e seus usuários, elaboradas entre profissionais que atuam na Rede de Atenção Psicossocial (Raps), podem ter impactos no modo com que são realizados cuidados à saúde de pessoas com problemas devidos ao uso de drogas. Buscou-se compreender as concepções de profissionais que atuam na Raps acerca do cuidado. Foram realizadas duas entrevistas grupais: (i) com profissionais de um Caps Ad e (ii) com trabalhadores e voluntários de uma comunidade terapêutica, ambos situados em um município de pequeno porte do estado de Minas Gerais, Brasil. Os resultados apontaram para duas categorias centrais de análise: (i) instituição como espaço de normatização do cuidado e (ii) individualização do cuidado como negação da autonomia do sujeito. Observa-se uma priorização das estratégias terapêuticas baseadas na internação e na abstinência, sendo necessário aprofundar estudos sobre os sentidos do cuidado e do processo de trabalho para profissionais de saúde.
Resumo: O impacto de ações que asseguram o crescimento e o desenvolvimento da criança, tais como a redução da mortalidade infantil e dos índices de desnutrição, é significativo nos últimos anos. No entanto, estima-se que 10 a 20% da população infantil sofre com transtornos mentais, e de 3 a 4% necessitam tratamento intensivo. Neste sentido, é fundamental compreender como os profissionais médicos da atenção primária à saúde (APS) lidam com tais questões. A pesquisa buscou compreender sentidos e significados sobre saúde mental infantil (SMI) dos profissionais médicos da APS por meio dos seus discursos. Foram realizadas entrevistas contendo um questionário para a caracterização sociodemográfica e um roteiro semidirigido. Como resultados do processo de análise, emergiram cinco núcleos de significação, indicando: (1) limitações com relação à implicação no tratamento das condições que envolvem problemas de SMI; (2) a “família desestruturada” como determinante fundamental do sofrimento psíquico da criança que nela convive; (3) a mãe como principal responsável pela saúde mental de seu filho; (4) a transcrição da receita e averiguação dos retornos aos especialistas como condutas centrais nos casos de problemas de SMI, e (5) a fragmentação das ações de cuidado devido à segmentação das responsabilidades no tratamento de problemas de SMI. É fundamental a escuta qualificada das necessidades das famílias e das mães e/ou responsáveis pelas crianças que enfrentam problemas de saúde mental, bem como a concentração de esforços na construção de ações intersetoriais e na formação continuada em SMI.
Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) propõe que os envolvidos tenham um momento dedicado à reflexão sobre suas práticas de atenção à saúde como estratégia de formação continuada. Analisam-se os relatórios de uma Oficina de Formação em Saúde Mental desenvolvida junto de uma equipe de Saúde da Família. Com base na revisão de literatura estabeleceram-se categorias representativas das condições para que uma atividade formativa configure-se como EPS. Os relatórios foram analisados com base nestas categorias que, a seguir, foram incluídas nos seguintes eixos enquanto componentes básicos para a formação em saúde: ensino, práticas de atenção, gestão setorial e controle social. Observou-se que diversas práticas dessa Oficina se enquadraram na proposta da EPS, dentre elas, a importância de se levar em conta as experiências dos trabalhadores, consideradas como material fundamental para a discussão e levantamento de propostas e soluções para os problemas apresentados.
Resumo: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) fazem parte da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e são elos entre comunidade e equipe. Buscou-se compreender sua atuação no cuidado a usuários de álcool e outras drogas em um município de Minas Gerais, a partir de entrevistas individuais não estruturadas com estes profissionais. Recorreu-se à análise de conteúdo como referencial teórico para análise do material empírico. Foram delimitados quatro núcleos temáticos, abarcando centralmente as ideias de medo e preconceito em relação ao usuário; sofrimento familiar devido ao uso; desconhecimento da Rede de Atenção Psicossocial; e percepção de insuficiência na atuação profissional. Constatou-se, dentre outros aspectos, a relevância da Educação Permanente envolvendo os ACS amparada pela perspectiva da redução de danos.
Resumo: A hipótese da medicalização da vida é discutida pelo estudo da dispensação de psicofármacos em um município mineiro de pequeno porte. Foram sistematizados e analisados 1.240 registros de dispensação pela rede pública de saúde em 2012. Os antiepiléticos foram mais prescritos no período (37,6%), seguidos de ansiolíticos (33,8%) e antipsicóticos (17,3%). Mulheres receberam a maior parte das prescrições (67,6%). As prescrições foram concentradas nas faixas etárias de 50-59 (20,8%), 60-69 (18,5%) e 40-49 anos (17%). A adesão aos psicofármacos no tratamento do sofrimento mental mostrou-se relevante nesta localidade, sendo a alta prescrição um indicador indireto. Elaboração e desenvolvimento de propostas de desmedicalização junto dos usuários do SUS são fundamentais na direção da atenção integral à saúde.
Resumo: Relatam-se aspectos da experiência desenvolvida junto de dois grupos de participantes do Curso de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas, do CRR-UFSJ. Os grupos são compostos por lideranças comunitárias, trabalhadores e agentes de São João del-Rei e região, aos quais foi oferecida instrumentalização e reflexão acerca da temática. Foram adotadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem como modo de operacionalizar a proposta da educação permanente, utilizando-se de aulas expositivo-dialogadas, técnicas de grupo, discussões, exibição de vídeos, indicação de leituras e atividades de campo a serem feitas no cenário de práticas. O relato diz respeito ao primeiro módulo do curso, composto por aula inaugural e três encontros com cada grupo, ocorridos de setembro a novembro de 2015. Foram observados relatos de mudanças de concepções e atuação no campo de álcool e outras drogas, bem como esforços de multiplicação, pelos cursistas, da aprendizagem.
Abstract: The way the school deals with drugs issues interferes on prevention actions, and may affect students' learning paths. This article aims at the comprehension of how teachers tackle this issue on two public schools at a Brazilian city of the district of Campo das Vertentes, at Minas Gerais state. It is a qualitative research that accomplished focuses groups preceded by the application of a socio-demographic form. After the groups' accomplishment, a content analysis was carried out, producing the following core meanings: (a) teachers understand they are in disadvantage regarding the State, family and society responsibilities on the matter; (b) teachers feel unable to deal with the problem, seeing it as having been trivialized in schools, and (c) teachers deal with the issue compatibly with the school vision of the student and of the community. It was observed the need of an intersectorial work and the inclusion of this issue in teachers 'training.
Neoliberal economic measures had an impact on the conduction of social policies in the 1990’s worldwide. This was also noticed, in our country, in the performance of the psychologist. However, some issues seem relevant: is it possible to affirm that neoliberalization processes are in force? Is there a post-neoliberalism? What are its effects in the performance of the psychologist? A review in the literature was
conducted, approaching the modus operandi of the neoliberalization process in the Western capitalist countries. It was verified that postneoliberalism does not imply a previous overcoming of neoliberalism, but the search for alternatives to the global hegemony of the financial capital. One of the greatest challenges of the 21st century will consist in facing the historical inequalities by means of social policies which are not simply a form to mitigate poverty. It has been demonstrated that, by the present time, the psychologist has not managed to find a “comfort zone” in his or her performance in a way that the lack of resources does not interfere in the quality of the work.
Resumo
Medidas econômicas neoliberais impactaram mundialmente a condução das políticas sociais durante a década de 1990. Isso também se fez notar, em nosso país, na atuação do psicólogo. No entanto, algumas questões parecem pertinentes: é possível afirmar que processos de neoliberalização encontram-se vigentes? Há um pós-neoliberalismo? Quais seus efeitos na atuação do psicólogo? Realizou-se uma revisão da literatura abordando o “modus operandi” do processo de neoliberalização dos países capitalistas ocidentais. Notou-se que o pósneoliberalismo não supõe uma superação prévia do neoliberalismo, mas a busca de alternativas à hegemonia global do capital financeiro. Um dos maiores desafios do século XXI consistirá no enfrentamento das históricas desigualdades por meio de políticas sociais que não sejam tão somente um paliativo à pobreza. Evidenciou-se que, até o presente momento, o psicólogo não conseguiu encontrar uma “zona de conforto” na sua atuação sem que a privação de recursos interfira na qualidade do trabalho.
Resumo: A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa aponta a importância de: divulgação dos direitos da pessoa idosa; promoção do envelhecimento ativo e saudável; formação permanente dos profissionais de saúde e apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. São relatados resultados parciais do desenvolvimento de uma experiência de extensão universitária realizada em parceria e com a colaboração da rede de atenção básica. Dentre as atividades realizadas, objetivou-se desenvolver um processo grupal de promoção à saúde com pessoas idosas, tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida dessa população. Observou-se que as atividades em grupo consistiram em um espaço privilegiado para a constituição de redes de apoio, estabelecimento e ampliação de vínculos afetivos; reflexão e conscientização das determinações do processo saúde-doença; organização e mobilização para o efetivo controle social; além de ser um espaço de ensino-aprendizagem, orientação, intervenção e educação em saúde.
Resumo: Apresentamos uma revisão da literatura publicada em língua portuguesa relativa a grupos referente a trabalhos desenvolvidos na área da Psicologia (pesquisas empíricas, conceituais ou relatos de experiência). Trata-se de estudo exploratório-descritivo que recorreu à literatura indexada em bases de dados bibliográficos, operacionalizado a partir dos seguintes eixos de análise: tipo de publicação e fonte; distribuição da produção segundo ano de publicação; população-alvo dos relatos de experiência; modalidade grupal; autores e filiação institucional, e delineamento metodológico dos estudos empíricos. Observamos: dispersão com relação às fontes de publicação; tendência histórica de crescimento da publicação na área; maior frequência de atividades grupais com adultos e obedecendo a critérios de homogeneidade nos relatos de experiência; não existência de concentração da produção em pesquisadores, profissionais ou centros específicos, e privilégio de análises qualitativas nas pesquisas empíricas, que consagram o uso de diário de campo, observação participante e entrevistas como instrumentos.
Resumo: As atribuições da família no cuidado de seus membros portadores de transtornos mentais têm passado por profundas transformações nos últimos anos. A presente pesquisa investigou as modificações no cotidiano de familiares de pessoas que passaram por internação psiquiátrica e os significados implicados neste processo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com cinco familiares, cujo conteúdo foi submetido à análise temática e interpretado em perspectiva sócio-histórica. Dentre outras questões, observa-se que: (1) a concepção de "cura" está relacionada à recuperação da capacidade produtiva, restrita a partir do surgimento dos sintomas; (2) os recursos informais são complementares, principalmente quando os recursos públicos não são suficientes ou satisfatórios; (3) a religiosidade está presente na compreensão metafísica das causas do sofrimento psíquico; (4) a igreja, na figura dos correligionários, consiste em um grupo de suporte para o usuário e para a sua família e (5) a insuficiência de políticas adequadas de atenção à família na rede substitutiva.
Resumo: Parte-se do interesse dispensado contemporaneamente às articulações entre saúde mental e atenção básica. Após uma breve síntese histórica e conceitual neste campo, discutem-se aspectos operativos da desinstitucionalização dos cuidados a pessoas com transtornos mentais na atenção básica. Com a análise de alguns estudos e experiências são destacados, a seguir, componentes fundamentais para avançar neste sentido: (1) desenvolver processos de comunicação que visem ampliar a legibilidade profissional, (2) superar a centralização em ações restritas aos enquadres tradicionais, (3) manter questionamento permanente com relação ao risco de psiquiatrização do cuidado em saúde mental, (4) superar concepções culpabilizantes do grupo familiar, e (5) investir na formação das equipes de atenção básica para as múltiplas dimensões do cuidado em saúde mental. Apontam-se, desta forma, alguns caminhos e direções possíveis para o desenho de ações de saúde mental na atenção básica que tenham, no horizonte, a perspectiva antimanicomial.
Resumo
As concepções que definem o uso de drogas e seus usuários, elaboradas entre profissionais que atuam na Rede de Atenção Psicossocial (Raps), podem ter impactos no modo com que são realizados cuidados à saúde de pessoas com problemas devidos ao uso de drogas. Buscou-se compreender as concepções de profissionais que atuam na Raps acerca do cuidado. Foram realizadas duas entrevistas grupais: (i) com profissionais de um Caps Ad e (ii) com trabalhadores e voluntários de uma comunidade terapêutica, ambos situados em um município de pequeno porte do estado de Minas Gerais, Brasil. Os resultados apontaram para duas categorias centrais de análise: (i) instituição como espaço de normatização do cuidado e (ii) individualização do cuidado como negação da autonomia do sujeito. Observa-se uma priorização das estratégias terapêuticas baseadas na internação e na abstinência, sendo necessário aprofundar estudos sobre os sentidos do cuidado e do processo de trabalho para profissionais de saúde.
Resumo: O impacto de ações que asseguram o crescimento e o desenvolvimento da criança, tais como a redução da mortalidade infantil e dos índices de desnutrição, é significativo nos últimos anos. No entanto, estima-se que 10 a 20% da população infantil sofre com transtornos mentais, e de 3 a 4% necessitam tratamento intensivo. Neste sentido, é fundamental compreender como os profissionais médicos da atenção primária à saúde (APS) lidam com tais questões. A pesquisa buscou compreender sentidos e significados sobre saúde mental infantil (SMI) dos profissionais médicos da APS por meio dos seus discursos. Foram realizadas entrevistas contendo um questionário para a caracterização sociodemográfica e um roteiro semidirigido. Como resultados do processo de análise, emergiram cinco núcleos de significação, indicando: (1) limitações com relação à implicação no tratamento das condições que envolvem problemas de SMI; (2) a “família desestruturada” como determinante fundamental do sofrimento psíquico da criança que nela convive; (3) a mãe como principal responsável pela saúde mental de seu filho; (4) a transcrição da receita e averiguação dos retornos aos especialistas como condutas centrais nos casos de problemas de SMI, e (5) a fragmentação das ações de cuidado devido à segmentação das responsabilidades no tratamento de problemas de SMI. É fundamental a escuta qualificada das necessidades das famílias e das mães e/ou responsáveis pelas crianças que enfrentam problemas de saúde mental, bem como a concentração de esforços na construção de ações intersetoriais e na formação continuada em SMI.
Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) propõe que os envolvidos tenham um momento dedicado à reflexão sobre suas práticas de atenção à saúde como estratégia de formação continuada. Analisam-se os relatórios de uma Oficina de Formação em Saúde Mental desenvolvida junto de uma equipe de Saúde da Família. Com base na revisão de literatura estabeleceram-se categorias representativas das condições para que uma atividade formativa configure-se como EPS. Os relatórios foram analisados com base nestas categorias que, a seguir, foram incluídas nos seguintes eixos enquanto componentes básicos para a formação em saúde: ensino, práticas de atenção, gestão setorial e controle social. Observou-se que diversas práticas dessa Oficina se enquadraram na proposta da EPS, dentre elas, a importância de se levar em conta as experiências dos trabalhadores, consideradas como material fundamental para a discussão e levantamento de propostas e soluções para os problemas apresentados.
Resumo: Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) fazem parte da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e são elos entre comunidade e equipe. Buscou-se compreender sua atuação no cuidado a usuários de álcool e outras drogas em um município de Minas Gerais, a partir de entrevistas individuais não estruturadas com estes profissionais. Recorreu-se à análise de conteúdo como referencial teórico para análise do material empírico. Foram delimitados quatro núcleos temáticos, abarcando centralmente as ideias de medo e preconceito em relação ao usuário; sofrimento familiar devido ao uso; desconhecimento da Rede de Atenção Psicossocial; e percepção de insuficiência na atuação profissional. Constatou-se, dentre outros aspectos, a relevância da Educação Permanente envolvendo os ACS amparada pela perspectiva da redução de danos.
Resumo: A hipótese da medicalização da vida é discutida pelo estudo da dispensação de psicofármacos em um município mineiro de pequeno porte. Foram sistematizados e analisados 1.240 registros de dispensação pela rede pública de saúde em 2012. Os antiepiléticos foram mais prescritos no período (37,6%), seguidos de ansiolíticos (33,8%) e antipsicóticos (17,3%). Mulheres receberam a maior parte das prescrições (67,6%). As prescrições foram concentradas nas faixas etárias de 50-59 (20,8%), 60-69 (18,5%) e 40-49 anos (17%). A adesão aos psicofármacos no tratamento do sofrimento mental mostrou-se relevante nesta localidade, sendo a alta prescrição um indicador indireto. Elaboração e desenvolvimento de propostas de desmedicalização junto dos usuários do SUS são fundamentais na direção da atenção integral à saúde.
Resumo: Relatam-se aspectos da experiência desenvolvida junto de dois grupos de participantes do Curso de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas, do CRR-UFSJ. Os grupos são compostos por lideranças comunitárias, trabalhadores e agentes de São João del-Rei e região, aos quais foi oferecida instrumentalização e reflexão acerca da temática. Foram adotadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem como modo de operacionalizar a proposta da educação permanente, utilizando-se de aulas expositivo-dialogadas, técnicas de grupo, discussões, exibição de vídeos, indicação de leituras e atividades de campo a serem feitas no cenário de práticas. O relato diz respeito ao primeiro módulo do curso, composto por aula inaugural e três encontros com cada grupo, ocorridos de setembro a novembro de 2015. Foram observados relatos de mudanças de concepções e atuação no campo de álcool e outras drogas, bem como esforços de multiplicação, pelos cursistas, da aprendizagem.
Abstract: The way the school deals with drugs issues interferes on prevention actions, and may affect students' learning paths. This article aims at the comprehension of how teachers tackle this issue on two public schools at a Brazilian city of the district of Campo das Vertentes, at Minas Gerais state. It is a qualitative research that accomplished focuses groups preceded by the application of a socio-demographic form. After the groups' accomplishment, a content analysis was carried out, producing the following core meanings: (a) teachers understand they are in disadvantage regarding the State, family and society responsibilities on the matter; (b) teachers feel unable to deal with the problem, seeing it as having been trivialized in schools, and (c) teachers deal with the issue compatibly with the school vision of the student and of the community. It was observed the need of an intersectorial work and the inclusion of this issue in teachers 'training.
Neoliberal economic measures had an impact on the conduction of social policies in the 1990’s worldwide. This was also noticed, in our country, in the performance of the psychologist. However, some issues seem relevant: is it possible to affirm that neoliberalization processes are in force? Is there a post-neoliberalism? What are its effects in the performance of the psychologist? A review in the literature was
conducted, approaching the modus operandi of the neoliberalization process in the Western capitalist countries. It was verified that postneoliberalism does not imply a previous overcoming of neoliberalism, but the search for alternatives to the global hegemony of the financial capital. One of the greatest challenges of the 21st century will consist in facing the historical inequalities by means of social policies which are not simply a form to mitigate poverty. It has been demonstrated that, by the present time, the psychologist has not managed to find a “comfort zone” in his or her performance in a way that the lack of resources does not interfere in the quality of the work.
Resumo
Medidas econômicas neoliberais impactaram mundialmente a condução das políticas sociais durante a década de 1990. Isso também se fez notar, em nosso país, na atuação do psicólogo. No entanto, algumas questões parecem pertinentes: é possível afirmar que processos de neoliberalização encontram-se vigentes? Há um pós-neoliberalismo? Quais seus efeitos na atuação do psicólogo? Realizou-se uma revisão da literatura abordando o “modus operandi” do processo de neoliberalização dos países capitalistas ocidentais. Notou-se que o pósneoliberalismo não supõe uma superação prévia do neoliberalismo, mas a busca de alternativas à hegemonia global do capital financeiro. Um dos maiores desafios do século XXI consistirá no enfrentamento das históricas desigualdades por meio de políticas sociais que não sejam tão somente um paliativo à pobreza. Evidenciou-se que, até o presente momento, o psicólogo não conseguiu encontrar uma “zona de conforto” na sua atuação sem que a privação de recursos interfira na qualidade do trabalho.
Resumo: A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa aponta a importância de: divulgação dos direitos da pessoa idosa; promoção do envelhecimento ativo e saudável; formação permanente dos profissionais de saúde e apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. São relatados resultados parciais do desenvolvimento de uma experiência de extensão universitária realizada em parceria e com a colaboração da rede de atenção básica. Dentre as atividades realizadas, objetivou-se desenvolver um processo grupal de promoção à saúde com pessoas idosas, tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida dessa população. Observou-se que as atividades em grupo consistiram em um espaço privilegiado para a constituição de redes de apoio, estabelecimento e ampliação de vínculos afetivos; reflexão e conscientização das determinações do processo saúde-doença; organização e mobilização para o efetivo controle social; além de ser um espaço de ensino-aprendizagem, orientação, intervenção e educação em saúde.
Resumo: Apresentamos uma revisão da literatura publicada em língua portuguesa relativa a grupos referente a trabalhos desenvolvidos na área da Psicologia (pesquisas empíricas, conceituais ou relatos de experiência). Trata-se de estudo exploratório-descritivo que recorreu à literatura indexada em bases de dados bibliográficos, operacionalizado a partir dos seguintes eixos de análise: tipo de publicação e fonte; distribuição da produção segundo ano de publicação; população-alvo dos relatos de experiência; modalidade grupal; autores e filiação institucional, e delineamento metodológico dos estudos empíricos. Observamos: dispersão com relação às fontes de publicação; tendência histórica de crescimento da publicação na área; maior frequência de atividades grupais com adultos e obedecendo a critérios de homogeneidade nos relatos de experiência; não existência de concentração da produção em pesquisadores, profissionais ou centros específicos, e privilégio de análises qualitativas nas pesquisas empíricas, que consagram o uso de diário de campo, observação participante e entrevistas como instrumentos.
Resumo: As atribuições da família no cuidado de seus membros portadores de transtornos mentais têm passado por profundas transformações nos últimos anos. A presente pesquisa investigou as modificações no cotidiano de familiares de pessoas que passaram por internação psiquiátrica e os significados implicados neste processo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com cinco familiares, cujo conteúdo foi submetido à análise temática e interpretado em perspectiva sócio-histórica. Dentre outras questões, observa-se que: (1) a concepção de "cura" está relacionada à recuperação da capacidade produtiva, restrita a partir do surgimento dos sintomas; (2) os recursos informais são complementares, principalmente quando os recursos públicos não são suficientes ou satisfatórios; (3) a religiosidade está presente na compreensão metafísica das causas do sofrimento psíquico; (4) a igreja, na figura dos correligionários, consiste em um grupo de suporte para o usuário e para a sua família e (5) a insuficiência de políticas adequadas de atenção à família na rede substitutiva.
Resumo: Parte-se do interesse dispensado contemporaneamente às articulações entre saúde mental e atenção básica. Após uma breve síntese histórica e conceitual neste campo, discutem-se aspectos operativos da desinstitucionalização dos cuidados a pessoas com transtornos mentais na atenção básica. Com a análise de alguns estudos e experiências são destacados, a seguir, componentes fundamentais para avançar neste sentido: (1) desenvolver processos de comunicação que visem ampliar a legibilidade profissional, (2) superar a centralização em ações restritas aos enquadres tradicionais, (3) manter questionamento permanente com relação ao risco de psiquiatrização do cuidado em saúde mental, (4) superar concepções culpabilizantes do grupo familiar, e (5) investir na formação das equipes de atenção básica para as múltiplas dimensões do cuidado em saúde mental. Apontam-se, desta forma, alguns caminhos e direções possíveis para o desenho de ações de saúde mental na atenção básica que tenham, no horizonte, a perspectiva antimanicomial.
countries should also seek to provide related components such as outpatient clinics, community mental health care teams , acute inpatient care, long-term community-based residential care and occupational care. In addition to such measures, high-resource countries should provide forms of more differentiated care such as specialized ambulatory clinics and community mental health care teams, assertive
community treatment, and alternatives to acute inpatient care, long-term community residential care and vocational rehabilitation.
Resumo: O assunto: Transtornos mentais são responsáveis por aproximadamente 12-15% da desabilidade mundial total – mais que as doenças cardiovasculares, e duas vezes mais que o câncer. Seu impacto na vida diária é ainda mais amplo, respondendo por mais de 30% de todos os anos vividos com desabilidade. Achados: Não há argumentos convincentes ou dados que apóiem uma abordagem unicamente hospitalar. Também não há evidência científica de que serviços comunitários isoladamente podem prover integralidade na atenção. Ao contrário, a opinião dos profissionais e os resultados dos estudos disponíveis apóiam a atenção equilibrada. A atenção equilibrada é essencialmente comunitária, mas os hospitais têm um importante papel de retaguarda. Isto quer dizer que serviços de saúde mental são oferecidos nos contextos comunitários habituais próximos à população atendida, e internações hospitalares são tão breves quanto possível, disponibilizadas
prontamente e empregadas somente quando necessário. É importante coordenar os esforços de uma diversidade de serviços de saúde mental, sejam estes governamentais, não-governamentais ou privados, e garantir que as interfaces entre eles funcionem de modo apropriado. Estudos de custo-efetividade em desinstitucionalização e de equipes comunitárias de atenção à saúde mental têm demonstrado que a qualidade da atenção tem relação direta com o orçamento disponível. Serviços comunitários de saúde mental geralmente custam o mesmo que os serviços hospitalares os quais substituem. Considerações às políticas públicas: As prioridades e as metas das políticas públicas para um país em particular dependem em larga escala dos recursos financeiros disponíveis. Países com poucos recursos devem focalizar na implementação e melhoria dos serviços de saúde mental no contexto da atenção primária, utilizando serviços de especialistas como retaguarda. Países com recursos medianos devem buscar, além disso, a oferta de componentes afins tais como ambulatórios, equipes comunitárias de atenção em saúde mental, atenção a pacientes no episódio agudo, atenção residencial comunitária prolongada e reabilitação profissional. Além de tais medidas, países com muitos recursos devem prover formas mais diferenciadas de atenção tais como ambulatórios especializados e equipes comunitárias de atenção em saúde mental, tratamento assertivo comunitário, e alternativas para a atenção a pacientes no episódio agudo,
atenção residencial comunitária prolongada e reabilitação profissional.