Obligado a recogerse durante la pandemia que sufrimos en 2020, Eduardo Pellejero rescata la exper... more Obligado a recogerse durante la pandemia que sufrimos en 2020, Eduardo Pellejero rescata la experiencia, al mismo tiempo común e inagotable, de despertar y comenzar el día. El resultado es este pequeño libro, en el que también resuenan las voces de amigas y amigos que, en diversos lugares del mundo, continúan a levantarse día tras día.
Featuring: Juliana Marta, Clara Quintans, Mario Teodoro Ramírez, Silvia Macedo, Lizel Tornay, Fernando Álvarez, Pedro Eiras, Paula Pellejero, Vinícius Nicastro Honesko, Marcelo Díaz, Izabela Leal, Nadier Pereira dos Santos, Ramon Cardeal, Emilio Moyano, Carmen Rivera Parra.
No elegimos el tiempo que nos toca vivir. Estar arrojados en el mundo es propio de la existencia ... more No elegimos el tiempo que nos toca vivir. Estar arrojados en el mundo es propio de la existencia humana y constituye una de las dimensiones de nuestra historicidad – la más evidente, la más dura, la más difícil de aceptar.Pero el propio tiempo no es simple. Bajo su configuración histórica en un estado de cosas concreto, el tiempo no deja de fluir según una pluralidad de líneas intempestivas que aguardan nuestra adhesión y nuestro compromiso para devenir mundo – y esa es otra de las dimensiones de nuestra historicidad.Que la noche no se abata definitivamente sobre nosotros depende de una infinidad de palabras, imágenes y gestos que desafían, ingenua pero esencialmente, las leyes de la entropía y la locura del mundo. Este libro apenas pretende rescatar algunas de esas cosas del desaparecimiento al que se encuentran condenadas.
Não escolhemos o tempo que nos toca viver. Estar lançados no mundo é próprio da existência humana... more Não escolhemos o tempo que nos toca viver. Estar lançados no mundo é próprio da existência humana e constitui uma das dimensões da nossa historicidade –a mais evidente, a mais dura de todas, a mais difícil de aceitar.Mas o próprio tempo não é simples. Sob a sua configuração histórica num estado de coisas concreto, o tempo não deixa de fluir segundo uma pluralidade de linhas intempestivas que aguardam a nossa adesão e o nosso compromisso para devir mundo – e essa é outra das dimensões da nossa historicidade.Que a noite não se abata definitivamente sobre nós depende de uma infinidade de palavras, imagens e gestos que desafiam, ingénua mas essencialmente, as leis da entropia e a loucura do mundo. Este livro apenas pretende resgatar momentaneamente algumas dessas coisas do desaparecimento ao que se encontram condenadas.
“Entre 2015 e 2016, dediquei o meu tempo e a minha atenção ao estudo de umas poucas obras da cole... more “Entre 2015 e 2016, dediquei o meu tempo e a minha atenção ao estudo de umas poucas obras da coleção permanente do museu e centro de arte Reina Sofia, em Madrid, Espanha. O resultado foi uma série de observações, quiçá não sempre verdadeiras, mas sempre, sim, honestas, nas quais se misturam, sem ordem nem precedência, questões que guardam relação como o poder das imagens e o exercício do olhar, a intrínseca singularidade do visível e o comum da sua inteleção, o tempo da arte e o espaço do museu - e, em última instância, com a vivência de tudo isso como espectador.” Em “O que vi”, a ficção e a crítica, a narrativa e o ensaio confundem-se numa escrita intensa e pessoal que, através das histórias que conta, da muito que pensar. Em verdade, sob a forma do diário de um espectador comum, neste romance inquietante a verdadeira personagem é o leitor.
“Entre 2015 y 2016, dediqué mi tiempo y mi atención al estudio de unas cuantas obra de la colecci... more “Entre 2015 y 2016, dediqué mi tiempo y mi atención al estudio de unas cuantas obra de la colección permanente del museo y centro de arte Reina Sofía, en Madrid, España. El resultado fue una serie de observaciones, quizá no siempre verdaderas, pero siempre, sí, honestas, en las cuales se confunden, sin orden ni precedencia, cuestiones que guardan relación con el poder de las imágenes y el ejercicio de la mirada, la intrínseca singularidad de lo visible y lo común de su intelección, el tiempo del arte y el espacio del museo – y, en última instancia, con mi vivencia de todo eso como espectador.”
En "Lo que vi", la ficción y la crítica, la narrativa y el ensayo se confunden en una escritura intensa y personal que, a través de las historias que cuenta, da mucho que pensar. En verdad, bajo la forma del diario de un espectador común, en esta novela inquietante el verdadero personaje es el lector.
As formas espúrias da consciência que o presente livro coloca sobre
o pano excedem todo o cálculo... more As formas espúrias da consciência que o presente livro coloca sobre o pano excedem todo o cálculo, toda a proporção, e implicam uma reconciliação com a (ausência de) razão de ser da arte. Atos de coragem, de lucidez e de beleza sobrepõem-se nas suas páginas, nomes de perdedores célebres e de jogadores lendários. Apostas desrazoáveis, que não esperam nada, que se limitam a afirmar o jogo em que andamos e que, inclusive sob as suas formas mais radicais, mais desesperadas, mais generosas, não conhecem outra forma de compromisso que o da esquecida tradição da reserva crítica – logo, de um pensamento sem imagens, isto é, de um pensamento que não levanta imagens de um mundo por vir, que se limita a interromper, a perturbar, a colocar em questão. A sua leitura promete ao leitor apenas uma vitória imanente (ao custo, claro, de perder o tempo).
Num estudo de 1955 dedicado ao pensamento de Hegel (e de Kojéve), George Bataille afirmava que o ... more Num estudo de 1955 dedicado ao pensamento de Hegel (e de Kojéve), George Bataille afirmava que o que distingue o homem do animal é a ficção, tecida na distância que nos separa do real, da necessidade, e da morte. Sobre esse singular plano expressivo somos capazes de afirmar o que não é, tal como é, e construir, para além das exclusões que definem o que se apresenta como verdadeiro para uma época dada, a trama de outros mundos possíveis.
Levantar sobre esse vazio (sobre esse excesso) formas que testemunhem e comprometam a sorte de um jogo diferente, seguindo linhas genericamente filosóficas, literárias e políticas, é o modesto propósito dos pensadores, dos escritores e dos homens que convoca o presente volume.
Os ensaios que o compõem têm em comum a postulação de uma realidade mais complexa (mais rica) que a que referem ou cunham no conceito. O sacrifício ritual do texto, nesse sentido, impõe-se como um suplemento incontornável da sua leitura.
Não há nisso nenhuma resignação, nenhuma impostura. Um livro morre com o tempo, mas a morte do livro é o devir da escrita.
André Gide escreveu: Para onde quer que volte o meu olhar, nada vejo ao meu redor senão sofriment... more André Gide escreveu: Para onde quer que volte o meu olhar, nada vejo ao meu redor senão sofrimento e aflição. Aquele que permanece contemplativo, hoje, dá prova de uma filosofia inumana ou de uma cegueira monstruosa. Nestes difíceis tempos que nos toca viver, a sua sentença faz-se ouvir como um apelo urgente a perseverar na busca de uma justiça impossível. A escrita e o pensamento, a arte e a filosofia, e em geral todas as práticas através das que damos forma à nossa liberdade, sempre ofereceram respostas singulares a esse compromisso que a realidade histórica exige de nós (e nesse sentido constituem para nós um repositório de ideias e de conceitos, de criação e de resistência). De modo plural e aberto, sem pretensões de sistematicidade nem exaustividade, o presente volume procura explorar algumas dessas manifestações que o estado de exceção permanente no qual vivemos suscitaram no passado recente na imaginação e no intelecto de artistas e poetas, de pensadores e cineastas.
En 1937, en el College de France, Paul Valéry introducía de manera provocativa una nueva ciencia,... more En 1937, en el College de France, Paul Valéry introducía de manera provocativa una nueva ciencia, cuyo objeto-las relaciones que se establecen entre la obra y el artista en el momento de la creacióndesafiaba la oscuridad que tradicionalmente vela las conductas creativas. La 'poiética', en cuanto perspectiva crítica sobre la instauración del arte, envuelve a la fenomenología y la ontología, la sociología y la psicología, la antropología y la historia, en un intento por aprehender el gesto siempre renovado, siempre singular, de componer figuras capaces de resistir al tiempo. El presente ensayo aspira a problematizar algunas dimensiones fundamentales de ese campo de investigación a partir de una aproximación a la perspectiva original sobre el acto de creación en la obra de Gilles Deleuze y de los procesos creativos de Francis Bacon y otros artistas que manifestaron puntos en común en el momento de la producción de la obra de arte.
Obligado a recogerse durante la pandemia que sufrimos en 2020, Eduardo Pellejero rescata la exper... more Obligado a recogerse durante la pandemia que sufrimos en 2020, Eduardo Pellejero rescata la experiencia, al mismo tiempo común e inagotable, de despertar y comenzar el día. El resultado es este pequeño libro, en el que también resuenan las voces de amigas y amigos que, en diversos lugares del mundo, continúan a levantarse día tras día.
Featuring: Juliana Marta, Clara Quintans, Mario Teodoro Ramírez, Silvia Macedo, Lizel Tornay, Fernando Álvarez, Pedro Eiras, Paula Pellejero, Vinícius Nicastro Honesko, Marcelo Díaz, Izabela Leal, Nadier Pereira dos Santos, Ramon Cardeal, Emilio Moyano, Carmen Rivera Parra.
No elegimos el tiempo que nos toca vivir. Estar arrojados en el mundo es propio de la existencia ... more No elegimos el tiempo que nos toca vivir. Estar arrojados en el mundo es propio de la existencia humana y constituye una de las dimensiones de nuestra historicidad – la más evidente, la más dura, la más difícil de aceptar.Pero el propio tiempo no es simple. Bajo su configuración histórica en un estado de cosas concreto, el tiempo no deja de fluir según una pluralidad de líneas intempestivas que aguardan nuestra adhesión y nuestro compromiso para devenir mundo – y esa es otra de las dimensiones de nuestra historicidad.Que la noche no se abata definitivamente sobre nosotros depende de una infinidad de palabras, imágenes y gestos que desafían, ingenua pero esencialmente, las leyes de la entropía y la locura del mundo. Este libro apenas pretende rescatar algunas de esas cosas del desaparecimiento al que se encuentran condenadas.
Não escolhemos o tempo que nos toca viver. Estar lançados no mundo é próprio da existência humana... more Não escolhemos o tempo que nos toca viver. Estar lançados no mundo é próprio da existência humana e constitui uma das dimensões da nossa historicidade –a mais evidente, a mais dura de todas, a mais difícil de aceitar.Mas o próprio tempo não é simples. Sob a sua configuração histórica num estado de coisas concreto, o tempo não deixa de fluir segundo uma pluralidade de linhas intempestivas que aguardam a nossa adesão e o nosso compromisso para devir mundo – e essa é outra das dimensões da nossa historicidade.Que a noite não se abata definitivamente sobre nós depende de uma infinidade de palavras, imagens e gestos que desafiam, ingénua mas essencialmente, as leis da entropia e a loucura do mundo. Este livro apenas pretende resgatar momentaneamente algumas dessas coisas do desaparecimento ao que se encontram condenadas.
“Entre 2015 e 2016, dediquei o meu tempo e a minha atenção ao estudo de umas poucas obras da cole... more “Entre 2015 e 2016, dediquei o meu tempo e a minha atenção ao estudo de umas poucas obras da coleção permanente do museu e centro de arte Reina Sofia, em Madrid, Espanha. O resultado foi uma série de observações, quiçá não sempre verdadeiras, mas sempre, sim, honestas, nas quais se misturam, sem ordem nem precedência, questões que guardam relação como o poder das imagens e o exercício do olhar, a intrínseca singularidade do visível e o comum da sua inteleção, o tempo da arte e o espaço do museu - e, em última instância, com a vivência de tudo isso como espectador.” Em “O que vi”, a ficção e a crítica, a narrativa e o ensaio confundem-se numa escrita intensa e pessoal que, através das histórias que conta, da muito que pensar. Em verdade, sob a forma do diário de um espectador comum, neste romance inquietante a verdadeira personagem é o leitor.
“Entre 2015 y 2016, dediqué mi tiempo y mi atención al estudio de unas cuantas obra de la colecci... more “Entre 2015 y 2016, dediqué mi tiempo y mi atención al estudio de unas cuantas obra de la colección permanente del museo y centro de arte Reina Sofía, en Madrid, España. El resultado fue una serie de observaciones, quizá no siempre verdaderas, pero siempre, sí, honestas, en las cuales se confunden, sin orden ni precedencia, cuestiones que guardan relación con el poder de las imágenes y el ejercicio de la mirada, la intrínseca singularidad de lo visible y lo común de su intelección, el tiempo del arte y el espacio del museo – y, en última instancia, con mi vivencia de todo eso como espectador.”
En "Lo que vi", la ficción y la crítica, la narrativa y el ensayo se confunden en una escritura intensa y personal que, a través de las historias que cuenta, da mucho que pensar. En verdad, bajo la forma del diario de un espectador común, en esta novela inquietante el verdadero personaje es el lector.
As formas espúrias da consciência que o presente livro coloca sobre
o pano excedem todo o cálculo... more As formas espúrias da consciência que o presente livro coloca sobre o pano excedem todo o cálculo, toda a proporção, e implicam uma reconciliação com a (ausência de) razão de ser da arte. Atos de coragem, de lucidez e de beleza sobrepõem-se nas suas páginas, nomes de perdedores célebres e de jogadores lendários. Apostas desrazoáveis, que não esperam nada, que se limitam a afirmar o jogo em que andamos e que, inclusive sob as suas formas mais radicais, mais desesperadas, mais generosas, não conhecem outra forma de compromisso que o da esquecida tradição da reserva crítica – logo, de um pensamento sem imagens, isto é, de um pensamento que não levanta imagens de um mundo por vir, que se limita a interromper, a perturbar, a colocar em questão. A sua leitura promete ao leitor apenas uma vitória imanente (ao custo, claro, de perder o tempo).
Num estudo de 1955 dedicado ao pensamento de Hegel (e de Kojéve), George Bataille afirmava que o ... more Num estudo de 1955 dedicado ao pensamento de Hegel (e de Kojéve), George Bataille afirmava que o que distingue o homem do animal é a ficção, tecida na distância que nos separa do real, da necessidade, e da morte. Sobre esse singular plano expressivo somos capazes de afirmar o que não é, tal como é, e construir, para além das exclusões que definem o que se apresenta como verdadeiro para uma época dada, a trama de outros mundos possíveis.
Levantar sobre esse vazio (sobre esse excesso) formas que testemunhem e comprometam a sorte de um jogo diferente, seguindo linhas genericamente filosóficas, literárias e políticas, é o modesto propósito dos pensadores, dos escritores e dos homens que convoca o presente volume.
Os ensaios que o compõem têm em comum a postulação de uma realidade mais complexa (mais rica) que a que referem ou cunham no conceito. O sacrifício ritual do texto, nesse sentido, impõe-se como um suplemento incontornável da sua leitura.
Não há nisso nenhuma resignação, nenhuma impostura. Um livro morre com o tempo, mas a morte do livro é o devir da escrita.
André Gide escreveu: Para onde quer que volte o meu olhar, nada vejo ao meu redor senão sofriment... more André Gide escreveu: Para onde quer que volte o meu olhar, nada vejo ao meu redor senão sofrimento e aflição. Aquele que permanece contemplativo, hoje, dá prova de uma filosofia inumana ou de uma cegueira monstruosa. Nestes difíceis tempos que nos toca viver, a sua sentença faz-se ouvir como um apelo urgente a perseverar na busca de uma justiça impossível. A escrita e o pensamento, a arte e a filosofia, e em geral todas as práticas através das que damos forma à nossa liberdade, sempre ofereceram respostas singulares a esse compromisso que a realidade histórica exige de nós (e nesse sentido constituem para nós um repositório de ideias e de conceitos, de criação e de resistência). De modo plural e aberto, sem pretensões de sistematicidade nem exaustividade, o presente volume procura explorar algumas dessas manifestações que o estado de exceção permanente no qual vivemos suscitaram no passado recente na imaginação e no intelecto de artistas e poetas, de pensadores e cineastas.
En 1937, en el College de France, Paul Valéry introducía de manera provocativa una nueva ciencia,... more En 1937, en el College de France, Paul Valéry introducía de manera provocativa una nueva ciencia, cuyo objeto-las relaciones que se establecen entre la obra y el artista en el momento de la creacióndesafiaba la oscuridad que tradicionalmente vela las conductas creativas. La 'poiética', en cuanto perspectiva crítica sobre la instauración del arte, envuelve a la fenomenología y la ontología, la sociología y la psicología, la antropología y la historia, en un intento por aprehender el gesto siempre renovado, siempre singular, de componer figuras capaces de resistir al tiempo. El presente ensayo aspira a problematizar algunas dimensiones fundamentales de ese campo de investigación a partir de una aproximación a la perspectiva original sobre el acto de creación en la obra de Gilles Deleuze y de los procesos creativos de Francis Bacon y otros artistas que manifestaron puntos en común en el momento de la producción de la obra de arte.
Desnudando as formas que ganham o espaço e o tempo quando o real devém imagem, e o modo singular ... more Desnudando as formas que ganham o espaço e o tempo quando o real devém imagem, e o modo singular que adota o nosso pensamento quando se abre ao que as imagens dão a pensar, a fenomenologia da experiência estética da conta, não apenas das relações que estabelecem as nossas faculdades quando contemplamos sem objeto nem fim o que se oferece à nossa sensibilidade, mas também de uma utopia que abre os modos em que vemos, pensamos e fazemos o mundo a um futuro sem determinação. Utópicas pareceram ser, de fato, as coordenadas que a definem: a suspensão de qualquer interesse que vá além das dimensões aspetuais dos objetos da experiência, a momentânea colocação entre parêntese de qualquer saber prévio que possa facilitar a sua apreensão, a irresolução da atividade teleológica que governa os nosso impulsos cognitivos. O presente artigo pretende demonstrar que essas determinações transcendentais são, em todo o caso, algo mais do que uma ideia abstrata ou um ideal teórico, e que as nossas práti...
Numa das revisitações críticas mais importantes das últimas décadas, a obra de Jacques Rancière p... more Numa das revisitações críticas mais importantes das últimas décadas, a obra de Jacques Rancière propõe uma redefinição do modo de identificação da arte que domina a nossa época. Essa problematização das categorias históricas tradicionais (modernismo, modernidade, pós-modernidade), em ordem a repensar as relações entre as práticas artísticas e as práticas políticas, implica uma reconsideração das definições da arte e da política, assim como das tarefas da crítica. O presente ensaio pretende oferecer uma aproximação aos conceitos em jogo nessa empresa.
Resumo: Temos a imagem de um Deleuze voluntariosamente hostil a historia da filosofia, na medida ... more Resumo: Temos a imagem de um Deleuze voluntariosamente hostil a historia da filosofia, na medida em que esta encarnaria uma especie de agente de repressao do pensamento, impedindo que as pessoas pensem por si proprias. Como conciliar esse Deleuze panfletario e revoltoso com o professor de filosofia e historiador especializado que publica estudos sobre a obra de Bergson, Nietzsche, Espinosa e Lucrecio? Como concilia-lo com esse Deleuze que conscientemente comecou pela historia da filosofia, quando ainda se impunha, fez durante muito tempo historia da filosofia e leu livros sobre este ou aquele autor? Como, em ultima instância, com esse outro Deleuze que, mesmo ja assumindo escrever livros “por conta propria”, continua a considerar a necessidade de integrar notas historicas nos seus proprios textos? O presente texto pretende explorar essa aparente contradicao, analisando criticamente as condicoes de efetividade de uma historiografia filosofica fundada sobre os primeiros principios do ...
Algumas (muitas) das mais interessantes teorizacoes do marxismo tem origem nos grandes fracassos ... more Algumas (muitas) das mais interessantes teorizacoes do marxismo tem origem nos grandes fracassos do marxismo, dando conta de uma fidelidade com potencial emancipatorio dessa ideia (desse movimento) que excede largamente o saudosismo do passado e a adaptacao ao presente. E o caso de Les Aventures de la dialectique, o livro de Merleau- Ponty, onde procede-se a uma reavaliacao das apostas marxistas da epoca. A problematizacao das ideias de progresso e de sentido oscilava, entao, entre a rejeicao incondicional da revolucao (a revolucao instituida, como fato historico, ou como verdade), a defesa timida dos seus valores (a revolucao como inscricao de um certo progresso na historia: as conquistas de Outubro) e a redefinicao das instituicoes de esquerda (a revolucao como agenciamento de intersubjetividade). Mais de 40 anos depois, autores tao diversos como Slavoj Zizek, Antonio Negri, Alain Badiou e Jacques Ranciere voltam a jogar esse jogo, onde a heranca do marxismo ocidental e dividida (...
Multiplicando os possiveis sobre o plano da expressao, em condicoes materiais que impossibilitam ... more Multiplicando os possiveis sobre o plano da expressao, em condicoes materiais que impossibilitam qualquer mudanca de outra ordem, escrever, falar, pensar sao atos que devem atos politicos fundamentais, para alem das teorias do Estado e as doutrinas do consenso. Retomando a nocao bergsoniana de fabulacao para dar-lhe um sentido politico, Deleuze nao so restitui toda a sua potencia a arte, mas ao mesmo tempo a liberta dos compromissos assumidos com as filosofias da historia, fazendo da mesma um problema de saude (da saude de um individuo, de um povo, de uma cultura, como diria Nietzsche). Problema politico da alma individual e coletiva, onde o artista, o escritor, o filosofo, clamam por um povo do qual tem necessidade, e em cuja expressao uma gente dispersa nas mais diversas condicoes de opressao pode chegar a encontrar um vinculo aglutinante ou uma linha de fuga. Considerando alguns dos principais casos no dominio da arte (Lawrence, Kafka, Klee), assim como a obra de alguns escritore...
MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944
Sensível às seduções da ficção e ao rigor do pensamento conceitual, Simone de Beauvoir tenta sobr... more Sensível às seduções da ficção e ao rigor do pensamento conceitual, Simone de Beauvoir tenta sobrepor-se à disjuntiva entre a literatura e a filosofia. A sua obra comporta um reconhecimento do valor intrínseco da escrita literária que, “no seio do mundo”, procura pensar o mundo enquanto se nos desvela na relação global que mantemos com ele, sem descartar nada da complexidade da experiência. O presente ensaio pretende dar conta dessa vocação metafísica que Beauvoir reconhece na literatura, recusando assim o diagnóstico hegeliano da caducidade da arte na modernidade.
Desnudando as formas que ganham o espaço e o tempo quando o real devém imagem, e o modo singular ... more Desnudando as formas que ganham o espaço e o tempo quando o real devém imagem, e o modo singular que adota o nosso pensamento quando se abre ao que as imagens dão a pensar, a fenomenologia da experiência estética da conta, não apenas das relações que estabelecem as nossas faculdades quando contemplamos sem objeto nem fim o que se oferece à nossa sensibilidade, mas também de uma utopia que abre os modos em que vemos, pensamos e fazemos o mundo a um futuro sem determinação. Utópicas pareceram ser, de fato, as coordenadas que a definem: a suspensão de qualquer interesse que vá além das dimensões aspetuais dos objetos da experiência, a momentânea colocação entre parêntese de qualquer saber prévio que possa facilitar a sua apreensão, a irresolução da atividade teleológica que governa os nossos impulsos cognitivos. O presente artigo pretende demonstrar que essas determinações transcendentais são, em todo o caso, algo mais do que uma ideia abstrata ou um ideal teórico, e que as nossas práticas contemplativas e criativas encontram-se sempre, em maior ou menor medida, perpassadas por elas, pertencendo manifestamente à ordem do comum.
Anales del Seminario de Historia de la Filosofía, 2017
Resumen. La fragmentación del mundo y del saber sobre el mundo en una serie de esferas autónomas ... more Resumen. La fragmentación del mundo y del saber sobre el mundo en una serie de esferas autónomas constituye la herencia-al mismo libertadora y alienante-de la modernidad. Sus efectos son experimentados por nosotros de los más diversos modos, en el dominio de las ciencias y de las artes, de la reflexión filosófica y de la praxis histórica. Numerosos intentos buscaron, y siguen buscando, responder a esa dispersión, ofreciendo un horizonte de sentido a través de sistemas conceptuales, modelos de comunicación o estructuras de administración. Sin embargo, incluso cuando puedan considerar cierta abertura, esos intentos siempre implican un principio de totalización de la realidad por la representación, o una referencia del lenguaje a la forma de lo verdadero, o una reducción de la vida a la lógica de la efectividad. La ficción es al mismo tiempo menos ambiciosa y más precaria, pero eventualmente pude llegar a ofrecernos una forma inconmensurable de relacionarnos con la fragmentación del mundo moderno, sin cerrarlo perentoriamente a cuenta de ningún dispositivo de saber-poder ni de forma alguna de consenso. En ese sentido, sin buscar elevar una vez más lo literario al dominio de lo absoluto, el presente trabajo pretende explorar un cierto concepto de ficción, que Foucault desarrolla en los años sesenta, dando cuenta de la deuda que guarda con la obra de Blanchot y de la persistencia que el concepto demuestra en algunas figuras de la crítica contemporánea.
Abstract. The burning games of fiction: Foucault and the redefinition of the meaning of thought Abstract. The fragmentation of the world and the knowledge of the world in a variety of autonomous spheres constitute the inherence of modernity. Their effects influence science and arts, philosophy and historical praxis. Conceptual systems, models of communication and structures of administration tried to respond to this dispersion, offering diverse horizons of meaning. Although, even considering a degree of openness, those attempts always imply a principle of totalization of the reality by representation, or a reference of the language to the form of true, or a reduction of life to the logic of effectivity. Fiction is less ambitious and more precarious, but could offer an incommensurable form of relationship with the fragmentation of the modern world, not closing it at instance of any dispositive or form of consensus. Then, not aiming to establish literature as a form of the absolute, this paper aims to explore the concept of fiction that Foucault developed in the 1960s.
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Featuring: Juliana Marta, Clara Quintans, Mario Teodoro Ramírez, Silvia Macedo, Lizel Tornay, Fernando Álvarez, Pedro Eiras, Paula Pellejero, Vinícius Nicastro Honesko, Marcelo Díaz, Izabela Leal, Nadier Pereira dos Santos, Ramon Cardeal, Emilio Moyano, Carmen Rivera Parra.
Em “O que vi”, a ficção e a crítica, a narrativa e o ensaio confundem-se numa escrita intensa e pessoal que, através das histórias que conta, da muito que pensar. Em verdade, sob a forma do diário de um espectador comum, neste romance inquietante a verdadeira personagem é o leitor.
En "Lo que vi", la ficción y la crítica, la narrativa y el ensayo se confunden en una escritura intensa y personal que, a través de las historias que cuenta, da mucho que pensar. En verdad, bajo la forma del diario de un espectador común, en esta novela inquietante el verdadero personaje es el lector.
Versión impresa: https://www.amazon.es/Lo-que-Diario-espectador-com%C3%BAn/dp/1980827826/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1523903674&sr=8-2&keywords=eduardo+pellejero
Versión Kindle: https://www.amazon.es/Lo-que-Diario-espectador-com%C3%BAn-ebook/dp/B07CG1XFC7/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1523903674&sr=8-1&keywords=eduardo+pellejero
o pano excedem todo o cálculo, toda a proporção, e implicam
uma reconciliação com a (ausência de) razão de ser da arte. Atos
de coragem, de lucidez e de beleza sobrepõem-se nas suas páginas,
nomes de perdedores célebres e de jogadores lendários. Apostas
desrazoáveis, que não esperam nada, que se limitam a afirmar o jogo
em que andamos e que, inclusive sob as suas formas mais radicais,
mais desesperadas, mais generosas, não conhecem outra forma de
compromisso que o da esquecida tradição da reserva crítica – logo,
de um pensamento sem imagens, isto é, de um pensamento que não
levanta imagens de um mundo por vir, que se limita a interromper,
a perturbar, a colocar em questão. A sua leitura promete ao leitor
apenas uma vitória imanente (ao custo, claro, de perder o tempo).
Levantar sobre esse vazio (sobre esse excesso) formas que testemunhem e comprometam a sorte de um jogo diferente, seguindo linhas genericamente filosóficas, literárias e políticas, é o modesto propósito dos pensadores, dos escritores e dos homens que convoca o presente volume.
Os ensaios que o compõem têm em comum a postulação de uma realidade mais complexa (mais rica) que a que referem ou cunham no conceito. O sacrifício ritual do texto, nesse sentido, impõe-se como um suplemento incontornável da sua leitura.
Não há nisso nenhuma resignação, nenhuma impostura. Um livro morre com o tempo, mas a morte do livro é o devir da escrita.
Featuring: Juliana Marta, Clara Quintans, Mario Teodoro Ramírez, Silvia Macedo, Lizel Tornay, Fernando Álvarez, Pedro Eiras, Paula Pellejero, Vinícius Nicastro Honesko, Marcelo Díaz, Izabela Leal, Nadier Pereira dos Santos, Ramon Cardeal, Emilio Moyano, Carmen Rivera Parra.
Em “O que vi”, a ficção e a crítica, a narrativa e o ensaio confundem-se numa escrita intensa e pessoal que, através das histórias que conta, da muito que pensar. Em verdade, sob a forma do diário de um espectador comum, neste romance inquietante a verdadeira personagem é o leitor.
En "Lo que vi", la ficción y la crítica, la narrativa y el ensayo se confunden en una escritura intensa y personal que, a través de las historias que cuenta, da mucho que pensar. En verdad, bajo la forma del diario de un espectador común, en esta novela inquietante el verdadero personaje es el lector.
Versión impresa: https://www.amazon.es/Lo-que-Diario-espectador-com%C3%BAn/dp/1980827826/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1523903674&sr=8-2&keywords=eduardo+pellejero
Versión Kindle: https://www.amazon.es/Lo-que-Diario-espectador-com%C3%BAn-ebook/dp/B07CG1XFC7/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1523903674&sr=8-1&keywords=eduardo+pellejero
o pano excedem todo o cálculo, toda a proporção, e implicam
uma reconciliação com a (ausência de) razão de ser da arte. Atos
de coragem, de lucidez e de beleza sobrepõem-se nas suas páginas,
nomes de perdedores célebres e de jogadores lendários. Apostas
desrazoáveis, que não esperam nada, que se limitam a afirmar o jogo
em que andamos e que, inclusive sob as suas formas mais radicais,
mais desesperadas, mais generosas, não conhecem outra forma de
compromisso que o da esquecida tradição da reserva crítica – logo,
de um pensamento sem imagens, isto é, de um pensamento que não
levanta imagens de um mundo por vir, que se limita a interromper,
a perturbar, a colocar em questão. A sua leitura promete ao leitor
apenas uma vitória imanente (ao custo, claro, de perder o tempo).
Levantar sobre esse vazio (sobre esse excesso) formas que testemunhem e comprometam a sorte de um jogo diferente, seguindo linhas genericamente filosóficas, literárias e políticas, é o modesto propósito dos pensadores, dos escritores e dos homens que convoca o presente volume.
Os ensaios que o compõem têm em comum a postulação de uma realidade mais complexa (mais rica) que a que referem ou cunham no conceito. O sacrifício ritual do texto, nesse sentido, impõe-se como um suplemento incontornável da sua leitura.
Não há nisso nenhuma resignação, nenhuma impostura. Um livro morre com o tempo, mas a morte do livro é o devir da escrita.
En Brasil: https://www.amazon.com.br/Lo-que-Diario-espectador-Spanish-ebook/dp/B07CG1XFC7?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=eduardo+pellejero&qid=1524242899&sr=8-1-fkmrnull&ref=sr_1_fkmrnull_1
Abstract. The burning games of fiction: Foucault and the redefinition of the meaning of thought Abstract. The fragmentation of the world and the knowledge of the world in a variety of autonomous spheres constitute the inherence of modernity. Their effects influence science and arts, philosophy and historical praxis. Conceptual systems, models of communication and structures of administration tried to respond to this dispersion, offering diverse horizons of meaning. Although, even considering a degree of openness, those attempts always imply a principle of totalization of the reality by representation, or a reference of the language to the form of true, or a reduction of life to the logic of effectivity. Fiction is less ambitious and more precarious, but could offer an incommensurable form of relationship with the fragmentation of the modern world, not closing it at instance of any dispositive or form of consensus. Then, not aiming to establish literature as a form of the absolute, this paper aims to explore the concept of fiction that Foucault developed in the 1960s.