Skip to main content
O texto discute as continuidades e rupturas entre as práticas coloniais e as práticas do desenvolvimento com base em um estudo sobre a rede cristã ecumênica que se estabeleceu na província do Chaco argentino a partir da segunda metade do... more
O texto discute as continuidades e rupturas entre as práticas coloniais e as práticas do desenvolvimento com base em um estudo sobre a rede cristã ecumênica que se estabeleceu na província do Chaco argentino a partir da segunda metade do  século 20, atuando com recursos da cooperação internacional veiculada por agências religiosas europeias e norte-americanas. Examina também as relações da Junta Unida de Missiones - JUM, pertencente à mencionada rede, com a Igreja Evangélica Unida — IEU, instituição indígena de corte pentecostal estabelecida no Chaco na década de 1950 com o apoio de missionários menonitas, destacando as condições de possibilidade que permitiram a combinação das perspectivas políticas de atuação da JUM, afinadas com a tradição cristã ecumênica no universo da cooperação para o desenvolvimento, com as desta igreja indígena marcada pelo viés individualista das tradições pentecostais. Nesse sentido, aponta o campo religioso como um espaço de produção da fronteira étnica, ao mesmo tempo em que procura indicar os processos de conformação das diferentes identidades religiosas, indígenas e não indígenas que o compõem.
Propõe em seguida uma comparação entre os processos políticos desencadeados em nível local pela atuação missionária descrita no artigo, referidos sobretudo à definição de territórios e direitos indígenas a partir do recurso a uma gramática bíblica, com os processos estabelecidos em arenas religiosas globais, em que a formulação de conceitos voltados à definição dos direitos indígenas aparece de forma mais distanciada e autônoma em
relação aos vocabulários religiosos, aproximando-se de uma terminologia oriunda do universo do desenvolvimento.
A autora argumenta assim que assumir uma voz própria e conseguir pautar temas e problemas em arenas de disputa política, no caso indígena, não significa valer-se de conceitos “exclusivamente” ou “tipicamente” indígenas, seja no nível local ou global, indicando que, em muitos casos, a superação da tutela depende da apropriação e manejo da produção conceitual de origem não indígena, sem que isso implique em prejuízo da manutenção da fronteira étnica e da identidade indígena.
POUR CITER CET ARTICLE Barroso, Maria, 2023. "Perspectivas antropológicas e agenciamentos políticos na cooperação internacional junto aos povos indígenas: uma visão panorâmica a partir do caso norueguês", in Bérose-Encyclopédie... more
POUR CITER CET ARTICLE Barroso, Maria, 2023. "Perspectivas antropológicas e agenciamentos políticos na cooperação internacional junto aos povos indígenas: uma visão panorâmica a partir do caso norueguês", in Bérose-Encyclopédie internationale des histoires de l'anthropologie, Paris.
Resumo: O artigo descreve e analisa uma experiência docente na graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ em 2016 quando, juntamente com a implementação das primeiras políticas de ações afirmativas... more
Resumo: O artigo descreve e analisa uma experiência docente na graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ em 2016 quando, juntamente com a implementação das primeiras políticas de ações afirmativas voltadas ao ingresso de alunos cotistas naquela universidade, desencadeou-se uma mobilização estudantil no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais-IFCS, o movimento Ocupa IFCS, que durou cerca de dois meses. Partindo da perspectiva da antropologia política e destacando o protagonismo dos cotistas negros dentro do movimento, procuro articular na análise o contexto em que ele aconteceu, as pautas que colocou, as principais clivagens que provocou dentro da comunidade universitária e o significado das novas formas de veiculação de lutas políticas em que se apoiou. Realizo ainda algumas reflexões sobre transformações curriculares no ensino de antropologia a partir dessa experiência.
O artigo é a apresentação de um dossiê de tradução de antropólogos africanos na Revista Ayé, que pretende introduzir para o público de língua portuguesa um conjunto de textos estratégicos para a localização da trajetória da disciplina... more
O artigo é a apresentação de um dossiê de tradução de antropólogos africanos na Revista Ayé,  que pretende introduzir para o público de língua portuguesa um conjunto de textos estratégicos para a localização da trajetória da disciplina antropológica em África. Com foco nos países anglófonos no período pós-independências, o apresentação situa os contextos e as principais questões implicadas no processo de autonomização da produção antropológica africana, apontando também para alguns diálogos e pontes possíveis com a  produção brasileira.
O artigo aborda as relacoes entre o campo da cooperacao internacional para o desenvolvimento, os atores religiosos e os povos indigenas,  examinando as repercussoes sobre elas da legislacao em favor dos direitos indigenas implementada a... more
O artigo aborda as relacoes entre o campo da cooperacao internacional para o desenvolvimento, os atores religiosos e os povos indigenas,  examinando as repercussoes sobre elas da legislacao em favor dos direitos indigenas implementada a partir do ultimo quartel do seculo XX. Utiliza como fio condutor da analise os debates em torno do conceito de diaconia, mostrando  como ele tem se prestado a veicular diferente visoes e posicionamentos do mundo religioso frente ao desenvolvimento, sendo concebido ora como prestacao de servicos economicos e sociais, ora como um conjunto de praticas orientadas pela nocao de justica e para a vocalizacao dos interesses de grupos cultural ou socialmente marginalizados, entre os quais os povos indigenas. Conclui pela necessidade de um conhecimento mais aprofundado destas posicoes e dos debates que lhes deram origem pelos atores envolvidos hoje com as questoes indigenas.
O artigo aborda os debates dentro do campo ecumênico protestante relacionados à definicação dos povos indígenas como sujeitos de direito na cena política contemporânea, examinando esta temática em sua relação com o campo da cooperação... more
O artigo aborda os debates dentro do campo ecumênico protestante relacionados à definicação dos povos indígenas como sujeitos de direito na cena política contemporânea, examinando esta temática em sua relação com o campo da cooperação para o desenvolvimento. O argumento é construído a partir da constatação do peso dos aotres religiosos no aparato da cooperação, buscando-se identificar os discursos que têm dado suporte tanto a ações no terreno da advocacy quanto a intervenções voltadas a projetos de desenvolvimento junto aos povos indígenas. Para isto, realiza uma etnografia da Pré-Assembléia Indígena conduzida na X Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas na Coréia do Sul, em 2013. 
This article aims to analyse the meaning of religious and humanitarian approaches in the field of international cooperation, setting out from a study of Norwegian cooperation with indigenous peoples. In so doing it describes and evaluates... more
This article aims to analyse the meaning of religious and humanitarian approaches in the field of international cooperation, setting out from a study of Norwegian cooperation with indigenous peoples. In so doing it describes and evaluates the differences between missionary and philanthropic trends in the debates on indigenous rights, their contribution to the establishment of contemporary Norwegian national values and state building, and their role as key elements in the control and administration of territories and populations. The article concludes by suggesting a number of research directions connected to the understanding of international cooperation as a space for creating a political agenda connected both to policy proposals and to the building of social movements.
O presente capítulo, que integra o livro Políticas antes da política de saúde indígena (organizado por Ana Lucia Pontes, Ricardo Ventura e Felipe Machado), pautou-se por um esforço de aplicação dos conhecimentos resultantes das pesquisas... more
O presente capítulo, que integra o livro Políticas antes da política de saúde indígena (organizado por Ana Lucia Pontes, Ricardo Ventura e Felipe Machado), pautou-se por um esforço de aplicação dos conhecimentos resultantes das pesquisas que vim realizando nas últimas duas décadas sobre o campo das políticas indigenistas no Brasil, ao caso específico da área de saúde. A escolha do DSEI Leste Roraima para análise decorreu das ricas possibilidades de reconstrução do universo dos atores indígenas e não indígenas envolvidos em sua implantação, em um dos estados em que a questão indígena é mais sensível no Brasil, seja pelo número de indivíduos seja pela extensão das terras demarcadas para os índios, que atingem cerca da metade do território do estado. Estas terras  têm sido objeto de intensas disputas, responsáveis por parte essencial da jurisprudência firmada hoje no Brasil sobre esse tema, estabelecida a partir da definição da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2009.
Os dados apresentados no capítulo foram retirados de entrevistas  realizadas pela equipe do projeto “Saúde dos Povos Indígenas no Brasil: Perspectivas Históricas, Socioculturais e Políticas” da ENSP-FIOCRUZ (financiado com recursos do Wellcome Trust UK); de fontes primárias do arquivo digital do Conselho Indigenista Missionário - CIMI; e de fontes secundárias referentes à literatura sobre o campo da saúde indígena no Brasil e das políticas indigenistas formuladas a partir do último quartel do século XXl, incluindo artigos, livros, anais de congressos, dissertações e teses. A estruturação do texto seguiu os referenciais teóricos da antropologia política aplicados ao caso específico das políticas públicas no campo da saúde indígena e de suas implicações para a dinâmica de constituição dos grupos étnicos no Brasil.
Resumo O artigo discute processos de espacialização de missões religiosas de origem protestante ecumênica que atuam junto aos índios, entendendo-os como parte dos mecanismos contemporâneos de formação do Estado e de gestão de territórios... more
Resumo O artigo discute processos de espacialização de missões religiosas de origem protestante ecumênica que atuam junto aos índios, entendendo-os como parte dos mecanismos contemporâneos de formação do Estado e de gestão de territórios e populações. Busca complexificar as interpretações sobre a relação das missões com mecanismos coloniais e pós-coloniais de dominação, explorando a pluralidade de motivações, de formação de alianças e de sentidos veiculados por elas em diferentes espaços geográficos e períodos de tempo. Para isso, examina quatro casos, na Coreia do Sul, Noruega, Argentina e Brasil, analisando os nexos das missões com redes locais e transnacionais de apoio, notadamente no campo do desenvolvimento, dialogando com as discussões metodológicas na antropologia sobre as etnografias multissituadas.
A partir de um diálogo entre os casos da Noruega e da União Europeia, pretendemos analisar a combinação de diferentes fatores e escalas de processos sociais (individuais, institucionais e de unidades políticas nacionais e supranacionais),... more
A partir de um diálogo entre os casos da Noruega e da União Europeia, pretendemos analisar a combinação de diferentes fatores e escalas de processos sociais (individuais, institucionais e de unidades políticas nacionais e supranacionais), estruturantes na formação dos sentidos sociais do desenvolvimento, notadamente das relações entre princípios morais e trocas interessadas, constitutivas das "culturas morais" dos universos analisados. Na perspectiva dos indivíduos, observaremos pela lente do caso da UE as motivações, vocações e histórias de vida dos "profissionais do desenvolvimento", bem como as razões da adesão da opinião pública às ações de cooperação internacional. Na escala institucional, abordaremos, nos dois casos, os modelos político-administrativos utilizados pela burocracia do desenvolvimento, e as lógicas dos diferentes grupos organizados para disputar seus recursos, no caso da Noruega. Na dimensão dos Estados, analisaremos a lógica das políticas naci...
O artigo analisa as políticas públicas voltadas aos povos indígenas durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso no Brasil.
O artigo recupera a história da implantação da indústria de energia elétrica no estado do Rio de Janeiro, traçando as disputas entre o grupo canadense proprietário da The Rio de Janeiro Light and Power e os empresários brasileiros Cândido... more
O artigo recupera a história da implantação da indústria de energia elétrica no estado do Rio de Janeiro, traçando as disputas entre o grupo canadense proprietário da The Rio de Janeiro Light and Power e os empresários brasileiros Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle, fundadores da Cia. Brasileira de Energia Elétrica.
Discuto neste artigo a forma pela qual o ideal de iluminação das práticas de ioga, tal como postulado na Índia, adquire novos sentidos quando estas práticas são apropriadas por segmentos de classe média urbana no Ocidente, tomando como... more
Discuto neste artigo a forma pela qual o ideal de iluminação das
práticas de ioga, tal como postulado na Índia, adquire novos sentidos quando estas práticas são apropriadas por segmentos de classe média urbana no Ocidente, tomando como base o material colhido durante meu trabalho de campo com o  grupo Siddha Yoga. As transformações observadas aproximam as iogas das atividades que permitem alcançar aquilo que Elias denominou de “expressão controlada do
descontrole”, notadamente associadas por este autor às práticas desportivas contemporâneas, ao mesmo tempo em que produzem um distanciamento dos papéis sociais habituais, identificando-se aquilo que Huizinga definiu como a essência das atividades lúdicas. A prática do Siddha Yoga, situada originalmente no campo das práticas religiosas de caráter devocional, parece assim garantir seu sucesso junto aos adeptos ocidentais mais por sua capacidade de operar nos dois
níveis acima referidos, usualmente associados à esfera do profano, do que por sua referência à esfera do sagrado. Realizo ainda uma breve incursão em aportes teóricos  sobre as emoções no campo das ciências sociais, conectando-os à problemática que busco analisar..
Research Interests:
Research Interests:
Apresentação da documentação da Coleção Heloisa Alberto Torres, sob a guarda do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, que contempla uma ampla variedade de temáticas que retratam de forma fiel a atuação multifacetada de sua... more
Apresentação da documentação da Coleção Heloisa Alberto Torres, sob a guarda do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, que contempla uma ampla variedade de temáticas que retratam de forma fiel a atuação multifacetada de sua titular, cuja trajetória esteve ligada não apenas ao Museu Nacional, mas a diversas outras instituições do campo científico e cultural brasileiro.
Research Interests:
Os textos que se seguem compõem o terceiro volume de Bases para uma nova política indigenista, e condensam algumas das discussões pertinentes quanto aos povos indígenas no Direito brasileiro. Parte deles havia sido inserida no segundo... more
Os textos que se seguem compõem o terceiro volume de Bases para uma nova política indigenista, e condensam algumas das discussões pertinentes quanto aos povos indígenas no Direito brasileiro. Parte deles havia sido inserida no segundo volume da série, Estado e povos indígenas no Brasil, porém julgamos oportuno ampliá-la, de modo a obter um panorama mais abrangente das diversas questões em jogo na produção do direito à diferença sociocultural, problemas que transcendem a (não) tramitação do Estatuto das sociedades indígenas (Projeto de Lei 205/91). Assim, apenas os textos de Deborah Duprat de B. Pereira, Carlos Marés e Aurelio Veiga Rios são oriundos do seminário homônimo a esta série, realizado no Museu Nacional em junho de 1999 (cf. Souza Lima & Barroso-Hoffmann 2002) 1. Nesta coletânea, preocupamo-nos tanto em oferecer elementos de contexto com uma visão qualificada que permita entender os progressos e as estases do processo de " invenção " jurídica no tocante aos direitos indígenas (Leitão & Araújo, Ramos) quanto em apresentar temas que, se estavam presentes já em 1999, impuseram-se de modo mais claro à reflexão nos últimos três anos (Santilli). Não tivemos a pretensão de ser exaustivos 2. Nossa intenção foi agregar elementos que sirvam de baliza ao leitor, permitindo-lhe deslo-car-se sobre as amplas águas abertas pela idéia de caráter pluriétnico da sociedade brasileira, a partir da Constituição de 1988, e refletir acerca dos aspectos morais (Oliveira) apresentados pela ruptura da unicidade sob a qual o Brasil vinha sendo pensado oficialmente. Remar contra a 1 A íntegra do seminário está disponível em http://www.laced.mn.ufrj.br. 2 Para um exemplo de coletânea em que os direitos indígenas aparecem em quadro mais abrangente, cf. Lima (2002).
Research Interests:
Research Interests:
Research Interests:
RESUMO Pretendo analisar neste artigo alguns momentos de apropriação das tradições hindus pelo Ocidente, ressaltando o caráter contracultural por eles assumidos desde finais do século XVIII, quando se constituiu o movimento Romântico. No... more
RESUMO Pretendo analisar neste artigo alguns momentos de apropriação das tradições hindus pelo Ocidente, ressaltando o caráter contracultural por eles assumidos desde finais do século XVIII, quando se constituiu o movimento Romântico. No caso específico das iogas, compreendê-las como parte daquilo que se convencionou chamar de "cultura alternativa" implica em percebê-las como mais do que uma mera ginástica, conhecida sobretudo pelos bons resultados que proporciona em termos de postura física e diminuição do stress, e situá-la no quadro mais amplo das práticas religiosas que acionam o corpo como via de acesso privilegiada para a experiência do sagrado. É exatamente esta dimensão da corporalidade, da qual não se excluem aspectos psicológicos, que explica, por sua vez, a afinidade das iogas com as propostas presentes em grande parte dos assim chamados "novos movimentos religiosos", para os quais a associação entre as dimensões do físico, do psicológico e do espiritual parecem ser uma marca, em grande parte herdada das religiosidades orientais.
Research Interests:
Este trabalho pretende fornecer elementos para a análise das relações entre experiências recentes de mapeamento participativo na América Latina e os debates sobre multiculturalismo, as estratégias dos movimentos sociais associadas às... more
Este trabalho pretende fornecer elementos para a análise das relações entre experiências recentes de mapeamento participativo na América Latina e os debates sobre multiculturalismo, as estratégias dos movimentos sociais associadas às “políticas de identidade” que se firmaram nos anos 90 e os marcos regulatórios que têm possibilitado a ação consorciada de atores transnacionais, nacionais e locais na gestão de territórios, relacionados tanto a povos e comunidades tradicionais nas áreas rurais, quanto a populações subalternizadas em áreas urbanas. A análise estará baseada na literatura crítica sobre processos de mapeamento participativo produzida sobretudo por antropólogos e geógrafos, bem como na participação da autora em grupos de discussão e eventos sobre esta temática.
Research Interests:
Resumo O artigo descreve transformações ocorridas na área da cooperação internacional junto aos povos indígenas a partir do final dos anos 60, buscando dialogar com a literatura crítica produzida no campo da antropologia do... more
Resumo O artigo descreve transformações ocorridas na área da cooperação internacional junto aos povos indígenas a partir do final dos anos 60, buscando dialogar com a literatura crítica produzida no campo da antropologia do desenvolvimento para debater algumas questões relativas ao caso do Brasil. Detém-se no exame dos novos formatos administrativos associados à cooperação internacional a partir dos anos 80, avaliando particularmente o papel assumido pelas organiza-ções não governamentais e algumas das implicações decorrentes da associação entre as temáticas indígena e ambiental. Palavras-chave: cooperação internacional, antropologia do desen-volvimento, povos indígenas, meio ambiente, organizações não governamentais.

The article describes some of the transformations which took place in the area of development cooperation since the end of the 1960s, using the critical literature produced in the field of anthropology of development for analyzing some issues in the Brazilian case. It examines the new policies associated with international cooperation since the 1980s, evaluating particularly the role played by non governamental organizations as well as some of the implications resulting
from the association between indigenous and environmental
topics.
Research Interests:
The present article intends to describe the genesis of actions of agents involved in the constitution of the universe of Norwegian international cooperation. Here, we emphasize the meaning of participation of anthropologists,... more
The present article intends to describe the genesis of actions of agents involved in the constitution of the universe of Norwegian
international cooperation. Here, we emphasize the meaning of participation of anthropologists, missionaries, environmentalists and members of the Sami
people in the construction of this universe. Among other questions, we analyze the adequacy of the historical landmarks traditionally associated with the formation of
the development apparatus; the relation between this apparatus and the processes of ethnic and national identity building; the values that support the functioning of Norwegian
cooperation, situating the connection among ideals of “doing good”, tutelar perspectives and counter-hegemonic
positions in its performance; and the associations
between anthropological theories and practices related to the construction of contemporary political agencies.

O artigo busca analisar o significado da presença de perspectivas religiosas e humanitárias no universo da cooperação internacional para o desenvolvimento a partir do estudo da cooperação norueguesa junto aos povos indígenas. Para isto, qualifica as diferenças entre as correntes cristãs missionárias e filantrópicas em relação ao debate sobre os direitos indígenas e sua contribuição para os processos de afirmação dos valores nacionais noruegueses. Aborda também o modo como tais valores relacionam-se aos processos contemporâneos de formação do Estado pela via da construção de mecanismos de gestão de territórios e populações. Indica, ainda, direções de pesquisa que permitam entender a cooperação internacional como um espaço de criação de pautas políticas associadas tanto à proposição de políticas públicas quanto à construção de movimentos sociais.
Research Interests:
The article deals with some spacialization processes of the religious protestant missions with an ecumenical profile directed to indigenous peoples, taking them as part of the contemporary mechanisms of state building, which includes the... more
The article deals with some spacialization processes of the religious protestant missions with an ecumenical profile directed to indigenous peoples, taking them as part
of the contemporary mechanisms of state building, which includes the administration of territories and populations. It intends to produce a more complex view of some
interpretations about the relations between missions and colonial and post-colonial situations, exploring the plurality of their motivations, the diversity of alliances they establish, in different periods of time and geographical settings, as well as the variety of meanings they can transmit. To do so, it exams four cases, in South Korea, Norway, Argentina and Brazil, analysing the connections between missions with local and
transnational webs of support, mainly in the field of development cooperation, using a multisited ethnografical approach.

O artigo discute processos de espacialização de missões religiosas de origem protestante ecumênica que atuam junto aos índios, entendendo-os como parte dos mecanismos
contemporâneos de formação do Estado e de gestão de territórios e populações. Busca complexificar as interpretações sobre a relação das missões com mecanismos coloniais
e pós-coloniais de dominação, explorando a pluralidade de motivações, de formação de alianças e de sentidos veiculados por elas em diferentes espaços geográficos e períodos
de tempo. Para isso, examina quatro casos, na Coreia do Sul, Noruega, Argentina e Brasil, analisando os nexos das missões com redes locais e transnacionais de apoio, notadamente no campo do desenvolvimento, dialogando com as discussões metodológicas na antropologia sobre as etnografias multissituadas.
Research Interests:
Este trabalho realiza uma etnografia do Siddha Yoga, grupo de origem hindu que se estabeleceu no Ocidente no início da década de 1970, procurando investigar as motivações ligadas à vinda dos mestres hindus para o Ocidente, iniciada no... more
Este trabalho realiza uma etnografia do Siddha Yoga, grupo de origem hindu que se estabeleceu no Ocidente no início da década de 1970, procurando investigar as motivações ligadas à vinda dos mestres hindus para o Ocidente, iniciada no final do século XIX. Entre os tópicos desenvolvidos, especial atenção é dada à dinâmica da construção das categorias de "Oriente" e "Ocidente" em suas diversas implicações, sobretudo no que diz respeito à formação de um discurso contracultural no Ocidente; ao estatuto da experiência e das emoções dentro dos fenômenos religiosos de tipo místico; e ao modo como as religiosidades de origem hindu, especialmente as iogas, são vivenciadas por devotos ocidentais. Com este objetivo, são mapeadas as distintas concepções de pessoa envolvidas no processo de difusão destas religiosidades, e sua importância como matriz de concepções religiosas em circulação crescente na cena religiosa ocidental contemporânea, como as da Nova Era.
Research Interests:
Fronteiras étnicas, fronteiras de Estado e imaginação da nação: um estudo sobre a cooperação internacional norueguesa junto aos povos indígenas
Research Interests:
O livro, publicado em 2009 a partir de tese de doutorado defendida em 2008 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisa o universo dos atores envolvidos com a... more
O livro, publicado em 2009 a partir de tese de doutorado defendida em 2008 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisa o universo dos atores envolvidos com a implementação da cooperação internacional promovida pela Noruega junto aos povos indígenas, buscando recuperar sua gênese, motivações, perspectivas e os diferentes argumentos utilizados para justificar sua atuação. Recupera, nesse contexto, a influência do movimento etnopolítico dos Sami na incorporação das demandas por direitos indígenas ao universo da cooperação internacional na Noruega; as transformações no campo da antropologia ligadas à emergência de uma atuação pró-índio em nível nacional e internacional no país; a integração da atuação missionária ao aparato do desenvolvimento norueguês e seu posicionamento frente à questão indígena; e a articulação das perspectivas ambientalistas na Noruega à argumentação em favor dos direitos indígenas. A tese investiga ainda a utilização das ONGs como instrumento político-administrativo dentro do aparato da cooperação internacional, buscando analisar o significado de sua atuação em geral e no caso específico dos povos indígenas. Recupera também o sentido das ações de cooperação junto a estes povos como parte dos mecanismos associados à formação de identidades nacionais e étnicas na Noruega, em um esforço de deslocar as lentes tradicionalmente voltadas à elucidação dos efeitos do aparato do desenvolvimento nos países “donatários”, para o desvendamento de seus sentidos nos países “doadores”, isto é, nos espaços sociais onde ela é gestada.  Nesse contexto, são discutidos também os mecanismos de construção da fronteira étnica pelos Sami no terreno da educação superior e na construção de uma “política de conhecimento” propriamente indígena.
A coletânea trabalha com o tema da cooperação internacional a partir de uma chave de leitura antropológica, entendendo-a como um universo que organiza discursos, práticas e interesses de um conjunto amplo de atores localizados em escalas... more
A coletânea trabalha com o tema da cooperação internacional a partir de uma chave de leitura antropológica, entendendo-a como um universo que organiza discursos, práticas e interesses de um conjunto amplo de atores localizados em escalas sociais e geográficas distintas, associados a processos transnacionais contemporâneos de ação sobre Estados, territórios e populações. Nesse sentido, abarca tanto as ações tradicionalmente associadas ao campo da cooperação para o desenvolvimento, estabelecido após a 2a Guerra Mundial, quanto aquelas oriundas de atividades de ajuda humanitária, associadas a catástrofes naturais ou sociais, incorporadas ao longo do tempo a esse universo, abordando contextos africanos e latino-americanos
Coletânea que apresenta uma visão geral das atividades do projeto Trilhas de Conhecimentos: o Ensino Superior de Indígenas no Brasil, desenvolvido entre 2004 e 2009, com desdobramentos em outros projetos vigentes até 2013, no âmbito do... more
Coletânea que apresenta  uma visão geral das atividades do projeto Trilhas de Conhecimentos: o Ensino Superior de Indígenas no Brasil, desenvolvido entre 2004 e 2009,  com desdobramentos em outros projetos vigentes até 2013, no âmbito do Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (Laced) do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, com recursos da Fundação Ford. O livro comenta  iniciativas de ação afirmativa de caráter demonstrativo e modelar desenvolvidas por universidades destinadas a dar suporte ao etnodesenvolvimento dos povos indígenas no Brasil através da formação de indígenas em nível universitário.
Research Interests:
Research Interests: