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Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que institucionalidade? O pensamento andino da diferença aponta para uma das direções em que a filosofia pode explodir de pleno direito, com... more
Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que institucionalidade? O pensamento andino da diferença aponta para uma das direções em que a filosofia pode explodir de pleno direito, com potências inusitadas, no ponto de dissolução das fronteiras entre “filosofias em sentido estrito” e “filosofias em sentido amplo”. Trata-se da força inaugural da remoção de uma das mais persistentes barreiras às transformações do pensamento imposta pela dinâmica colonialista iniciada pela expansão europeia do século XV. Se uma ética liberal disponível com signo de boa política tende a nos fazer pensar que os nossos encontros com radicalmente outros devem ser educadamente enquadrados em marcos da tolerância diante das diferenças, condescendência multicultural se revela aqui insuficiente. Aqui se busca expandir a experimentação transfilosófica de uma filosofia não-ocidental.
Afinal, como a irrupção da alteridade de pensamento na forma da diferença indígena nos levaria a pensar além do multiculturalismo numa outra expressão da filosofia das diferenças? Mais do que tolerar, passa a estar em jogo o se deixar desestabilizar pela diferença na relação como condição de transformação do pensamento. 
Partir rumo ao desconhecido, esta era a questão colocada pelo autor. O que, a princípio, se apresentava como um mundo andino em sua diferença no extenso, como marcas daquilo que ali acontece e se afirma em suas forças. O que se colocou em jogo foi a natureza da experiência de se relacionar ao movimento produtivo dos fluxos de modos de vida “andinos” (irredutíveis, portanto, às suas marcas ou identidades). O desconhecimento, portanto, como condição para poder ser afetado pela potência desta produção em suas ações e expressões pelas quais efetuam uma diferença e sustentam intensidades como práticas políticas de existência.
O que entra em jogo neste escrito é uma filosofia da experimentação como um gosto real pela diferenciação (DELEUZE, 2006). Um encontro com o mundo andino como um chamado à experimentação, mas não uma experimentação habitual onde organizamos a experiência para um enriquecimento da ordem representativa, reforçando as fixações que nos sustentam como sujeito moral em uma sociedade como a nossa (ocidental). A experiência como ato de diferenciação implica produção de afetos ou intensidades ativas geradas em relação a um potencial diferencial, no caso, em meio aos atravessamentos das forças da vida andina em nós.
Trata-se de uma cartografia de conceitos andinos, amparada na filosofia da diferença, sobretudo, de Nietzsche, atualizado e desdobrado por Deleuze (2006) e Deleuze & Guattari (1995; 1997). O que não significa uma sobrecodificação filosófica, mas justamente o contrário, como uma atenção às condições de uma abertura às singularidades do sentir e pensar a diferença na relação. Deste modo, buscar ressonâncias da filosofia andina e seus conceitos com os conceitos da filosofia da diferença, diferente de um consenso, torna-se um focar na pura afirmação de tudo que difere e, com isso, na afirmação recíproca da capacidade de criação de modos de vida singulares (o ponto de vista da vida em processo de diferenciação).
Neste sentido, o livro “O Pensamento Andino da diferença” acontece no encontro intercultural com o mundo andino-indígena equatoriano e seus afetos diferenciantes. O autor, ao acompanhar a constituição da Universidade "Amawtay Wasi" (no Equador) nos faz encontrar um espaço de enunciação indígena e de produção de um conhecimento aberto e atento às potências (visíveis e invisíveis) de criação e transformação do mundo. Um encontro que se constitui em uma espécie de testemunho de inquietudes e questionamento que se vão abrindo em direção ao desejo de abertura das forças diferenciantes indígenas, a diferença como princípio de produção incessante de outras subjetividades, outras opções e modos de viver. Um escrito que acontece, portanto, em relação à multiplicidade e os paradoxos de uma “epistemologia” andina e suas interpelações a subjetividade moral da modernidade ocidental (colocando em evidencia a conjunção saber-poder que nela se articula). Interpelações éticas, estéticas e, sobretudo, políticas.
Research Interests:
Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do... more
Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do Sul. As maiores produtividades foram observadas para os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18, com médias de 26,95 e 24,5 t/ha, respectivamente. Os híbridos foram superiores, estatisticamente, para as características massa do cacho (MC), número de pencas (NP), massa da ráquis (MR) e massa total de frutos (MTF). Os híbridos e a cultivar Caipira apresentaram médias semelhantes para número total de frutos (NTF), destacando-se o híbrido BRS FHIA 18 com 119,30. Quanto ao ciclo de produção, o híbrido BRS FHIA 18 e as cultivares apresentaram o mesmo período de floração à colheita (PFC), em média, 142 dias. O híbrido BRS FHIA 18 e 'Prata-Anã' tiveram comportamento mais precoce para o florescimento (NDF), enquanto o híbrido FHIA 1, mais tardio, apresentou meno...
No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro modo do existir humano na terra. O artigo procura contribuir com a discussão da Bioeconomia, apontando práticas e interações produtivas, de... more
No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro modo do existir humano na terra. O artigo procura contribuir com a discussão da Bioeconomia, apontando práticas e interações produtivas, de natureza socioambiental, que valorizam as comunidades locais, camponesas, indígenas e quilombolas, entre outras, em suas singularidades e contingências, nos modos de produção e práxis econômica. Apresenta a bioeconomia, a sociobiodiversidade, a economia solidária e a agroecologia como temas entrelaçados com o Bem Viver, para viabilizar a bioeconomia, valorizando as populações locais. Para manter as funções ecossistêmicas das áreas naturais e a dignidade dos povos, o Bem Viver e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais, é necessária a Bioeconomia. Passando de uma visão circular da economia para uma visão metabólica da mesma, entendemos que qualquer economia que se pratique na terra, necessariamente é uma bioeconomia.
A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos indígenas. O desafio agroecólogico proposto para uma relação intercultural afirmativa dizr espeito à superação das posturas etnocêntricas e... more
A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos indígenas. O desafio agroecólogico proposto para uma relação intercultural afirmativa dizr espeito à superação das posturas etnocêntricas e hierarquizantes recorrentes em seus discursos. Neste sentido, a conformação da política pedagógica de um curso superior de agroecologia para indígenas (curso“Agroecologia em Terras Indígenas”) vem possibilitar a criação de um espaço pedagógico intercultural que reconheça e compreenda as dinâmicas produtivas indígenas nos seus próprios termos e circunstâncias, libertos de determinismos conceituais e da imposição de grades interpretativas alheias. Esta premissa de conhecimento social passa a balizar a construção da sustentabilidade em Terras Indígenas e suas experiências.
AGROECOLOGIA EM TERRAS INDÍGENAS: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação intercultural Tércio Fehlauer 0 0 0 0 Caroline Ayala**
Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS, a Agraer/Cepaer, com recursos do CNPq e apoio de um grupo de agricultores, esta realizando um trabalho que... more
Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS, a Agraer/Cepaer, com recursos do CNPq e apoio de um grupo de agricultores, esta realizando um trabalho que envolve o desenvolvimento de tecnicas de despolpamento e extracao da amendoa do baru e realizacao de intercâmbio com experiencias congeneres. O projeto e intitulado Aproveitamento economico sustentavel do baru, no assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS. Sua execucao teve inicio em 2009, com previsao de termino em 2011. A metodologia do trabalho e participativa, onde os agricultores envolvidos participam da execucao de todas as atividades do projeto desenvolvidas no assentamento. Espera-se que o grupo e a comunidade possam, apos o termino do projeto, utilizar e aperfeicoar os equipamentos e ampliar o intercâmbio e conhecimentos gerados em prol do aproveitamento sustentavel do baru e outras especies do Cerrado
Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak... more
Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à “natureza”); b) Sumak Kawsay como estética andina da “esplêndida existência” e seus critérios para uma vida intensa. Afirmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento destes conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena.