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Este artigo apresenta a critica da filosofia de Ni etzsche a nocao de sujeito derivada da tradicao do pensamento metafisico. A cr itica se apoia no perspectivismo afirmado pelo filosofo alemao, cuja nocao de subjet ividade que dai decorre... more
Este artigo apresenta a critica da filosofia de Ni etzsche a nocao de sujeito derivada da tradicao do pensamento metafisico. A cr itica se apoia no perspectivismo afirmado pelo filosofo alemao, cuja nocao de subjet ividade que dai decorre corresponde a um “estilhacamento” do sujeito concebido a partir dos criterios ontologicos da unidade e da identidade. Contra a ideia de um funda mento ultimo, que garantiria um conhecimento verdadeiro, o perspectivismo de Nietzs che destitui qualquer possibilidade de verdade na medida em que compreende a subjetivid ade e a realidade num devir cuja mobilidade se deve ao aspecto plural das relacoes d e forca que as compoem.
O presente artigo busca compreender os processos de gênese e transformação das faculdades de perceber a partir dos principais conceitos do projeto ontogenético de Gilbert Simondon: metaestabilidade, transdução, afetividade e domínio... more
O presente artigo busca compreender os processos de gênese e transformação das faculdades de perceber a partir dos principais conceitos do projeto ontogenético de Gilbert Simondon: metaestabilidade, transdução, afetividade e domínio transindividual. Nesta perspectiva, propõe estudar os processos perceptivos situados sempre na relação do sujeito com o meio físico, biológico e coletivo, considerando nessa relação as condições problemáticas que indicam os estados metaestáveis do sistema sujeito-mundo que apontam para individuações futuras, seguindo uma ética da ontogênese.
A perspectiva rizomática no pensamento de Deleuze e Guattari consiste numa “ruptura de escala” de análise da realidade, na qual deixamos de percebê-la como pura unidade, seja no sujeito ou no objeto. Com isso, nos fazem notar que o... more
A perspectiva rizomática no pensamento de Deleuze e Guattari consiste numa “ruptura de escala” de análise da realidade, na qual deixamos de percebê-la como pura unidade, seja no sujeito ou no objeto. Com isso, nos fazem notar que o pensamento clássico, filosófico e científico, nunca permitiu que se compreendessem as multiplicidades rizomáticas que eles propõem, onde toda forma de unidade é excluída. A partir da operação rizomática de subtração da unidade como imagem de referência para toda multiplicidade (n-1), vemos emergir um modo de abordar as realidades a partir de três conjuntos de linhas que nos compõem, indivíduos ou grupos, e que se distribuem num plano de imanência em que se relacionam continuamente. As análises das linhas e de suas relações nos aproximam da questão da criação ou da produção da novidade e dos devires na obra de Deleuze e Guattari. A tarefa consiste em abrir os problemas práticos a fim de liberar as linhas, sejam as de uma vida, as de um indivíduo ou as de uma sociedade, mas para isso é necessário convocar experimentações nas quais é preciso proceder com prudência. Neste sentido, esta filosofia prática deve ser compreendida necessariamente como uma ética e o que pretendemos aqui é justamente pensar como se configura este modo dinâmico e imanente de avaliação dos riscos e dos fatores de criação que se apresentam constantemente nos mais diversos planos da realidade.
Este artigo apresenta contribuições da filosofia de Henri Bergson para pensar os processos de constituição e mudança da percepção e da subjetividade. Tem como ponto de partida a relação entre percepção e mundo material movente, da qual... more
Este artigo apresenta contribuições da filosofia de Henri Bergson para pensar os processos de constituição e mudança da percepção e da subjetividade. Tem como ponto de partida a relação entre percepção e mundo material movente, da qual decorre o discernimento; seguido da relação entre percepção e memória, que dá origem à representação; e por fim, a relação entre percepção e inteligência, de onde emergem os círculos adaptativos que ligam os corpos ao seu meio familiar. Em seguida, Bergson pensa como o salto para fora destes círculos permite recuperar a mobilidade da qual procederam e proporcionar condições para uma experiência da mudança da percepção e da subjetividade. Finalmente, situamos os processos perceptivos neste quadro conceitual para pensar uma Psicologia que leve em consideração esta experiência do movente em suas práticas e conhecimentos.
Este artigo pretende trazer ao público algumas considerações sobre educação e vontade presentes na filosofia de Henri Bergson, sobretudo em seus cursos, conferências e discursos publicados postumamente. Em seu cerne, vigora a ideia de que... more
Este artigo pretende trazer ao público algumas considerações sobre educação e vontade presentes na filosofia de Henri Bergson, sobretudo em seus cursos, conferências e discursos publicados postumamente. Em seu cerne, vigora a ideia de que a vontade corresponde ao aspecto movente da nossa consciência pelo qual aprendemos e pensamos. Nesta via, as dificuldades de aprendizagem implicam a presença de obstáculos frente à vontade, sobre os quais o ato pedagógico deve operar um esforço de remoção para que o movimento do aprender e do pensar possa ser restabelecido. Por fim, depreende-se daí uma pedagogia do movente, cuja tarefa visa desimpedir a livre corrente do pensamento e o impulso da aprendizagem em direção ao desconhecido, ao novo, ao porvir. Palavras-chave: Vontade. Aprendizagem. Educação. Pensamento. Henri Bergson.

ABSTRACT-Notes towards a Pedagogy of Movement: on will and education in Henri Bergson.

This paper aims to introduce readers to a few considerations regarding education found in the philosophy of Henri Bergson, especially in his posthumously published courses, conferences and addresses. At its core is the idea that the will corresponds to the moving aspect of our consciousness through which we learn and think. In this sense, learning difficulties imply the presence of obstacles to the will, which must be removed by pedagogical effort so the movement of learning and thought can be reestablished. Finally, from this is drawn a pedagogy of movement whose task is to enable thought and learning to flow freely towards the unknown , the new, the future.
Apoiado no conceito nietzscheano de Potências do Falso, Deleuze estende a crítica ao ideal de verdade da filosofia para o cinema, encontrando em Orson Welles, dentre outros cineastas, o maior expoente desta crítica. Acompanhando estas... more
Apoiado no conceito nietzscheano de Potências do Falso, Deleuze estende a crítica ao ideal de verdade da filosofia para o cinema, encontrando em Orson Welles, dentre outros cineastas, o maior expoente desta crítica. Acompanhando estas ideias, pretendemos apresentar neste artigo as questões que concernem a uma superação dos sistemas de julgamento que constrangem a vida e instalam processos de subjetivação balizados por fronteiras que distinguem e separam o real e o imaginário em função de um modelo prévio de " verdade ". Tal superação é proposta por Nietzsche/Welles através da criação artística, que é acionada pelo aumento da potência de falsificação ou fabulação das fronteiras que regulam nossa relação com a " realidade ". A mais alta potência do falso é, por fim, pensada como a única oportunidade para a arte e para a vida.
Este artigo busca pensar como o ensino da filosofia produz processos de transformação nos modos de vida ocasionando experiências de pensamento que ultrapassam o bom senso e o senso comum e problematizam o próprio pensamento no sentido de... more
Este artigo busca pensar como o ensino da filosofia produz processos de transformação nos modos de vida ocasionando experiências de pensamento que ultrapassam o bom senso e o senso comum e problematizam o próprio pensamento no sentido de abri-lo à criação de outros modos de pensar e de agir. A experiência do pensamento deflagrada pelo encontro da filosofia com a educação se desprende um movimento do pensar que afeta a vida de seus ensinantes e aprendentes abrindo-lhes possibilidades de mudanças em seus modos habituais de compreender e se relacionar com a diversidade do mundo, tornando a filosofia um vetor de mutação e uma prática de resistência não apenas dentro, mas também fora da escola. Palavras-chave: Ensino de filosofia; Experiência do pensamento; Criação. Abstract This article aims to think like the teaching of philosophy produce processes of transformation in lifestyles leading thought experiments that go beyond common sense and common sense and problematize the very thought in order to open it to creation of other ways of thinking and acting. Such questioning of the understanding that the thought experiment gives off a movement of thought that affects the lives of those who practice it, triggering shifts and breaks in the usual ways of understanding and relating to the world and with himself. In this sense, philosophy is been constituted as a vector of mutation and resistance of practice not only within but also outside of school.
Atravessando as principais teorias e sistemas da psicologia onde o problema da percepção é abordado, não se verifica uma dedicação profunda aos processos por meio dos quais os fenômenos perceptivos são constituídos. Predomina aí o... more
Atravessando as principais teorias e sistemas da psicologia onde o problema da percepção é abordado, não se verifica uma dedicação
profunda aos processos por meio dos quais os fenômenos perceptivos são constituídos. Predomina aí o pressuposto da
percepção e do objeto percebido como elementos “dados” ontologicamente, ou seja, já constituídos previamente à experiência
perceptiva. Na contramão desta abordagem ontológica, buscaremos compreender os processos ontogenéticos através dos quais os
fenômenos perceptivos são criados, estruturam-se e modificam-se. Para isso, abordaremos a percepção a partir de uma perspectiva
transdisciplinar onde ressoam elementos da biologia, etologia, filosofia e artes. No centro dessa investigação, o corpo emerge
como sede dos processos cognitivos e foco das intervenções clínicas, como meio de constituição e transformação da subjetividade.
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Nosso objetivo é pensar a emergência de processos de abertura criadora que se desenrolam nas atividades de ensino e aprendizagem e que põem em questão as formas verticais e tradicionais da educação. Nossa abordagem metodológica busca... more
Nosso objetivo é pensar a emergência de processos de abertura criadora que se desenrolam nas atividades de ensino e aprendizagem e que põem em questão as formas verticais e tradicionais da educação. Nossa abordagem metodológica busca articular no campo conceitual o problema da criação com os processos de ensino-aprendizagem a partir das filosofias de Michel Foucault, Henri Bergson e Gilles Deleuze. Partimos da concepção de que práticas educativas dominantes podem ser compreendidas como resultado de uma educação fechada, cujo objetivo majoritário consiste em produzir indivíduos responsivos aos conteúdos e questões previamente definidos pelo sistema curricular centralizado na figura do Estado. Tal educação tem como pressuposto geral inserir os indivíduos infantis no mundo " normalizado " da vida social a partir da transmissão vertical dos valores, sentidos, informações e conhecimentos, que são tratados como padrões necessários à subordinação e naturalização dos modos de vida destes sujeitos. Mas, se de um lado o processo de socialização no ocidente visa submeter os indivíduos ao conjunto das normas e regras instituídas, por outro lado os processos episódicos de transformação social e do progresso das nações nos permitem apreender o funcionamento de uma tendência contrária a este sentido conservador e adaptativo das práticas educacionais. A partir disto, a relação ensino-aprendizagem pode ser pensada de outra forma que simplesmente em sua verticalidade tradicional. A estas experiências em que as fronteiras entre as posições de professor e alunos perdem seus contornos bem definidos e os conteúdos normativos carecem de sentido e valor diante das situações concretas, e nas quais o conhecimento se constitui numa relação de co-produção em que todos se tornam simultaneamente produtores e consumidores do saber que se cria, pretendemos denominar como processos de abertura criadora ou de devir. O que o devir ou a abertura proporcionam, é a criação de um mundo ou de um modo de apreensão do mundo fora do modelo majoritário da subjetividade, instaurando uma certa experiência de construção de si e dos sentidos que atribuímos ao mundo que nos cerca. Assim, podemos compreender estas experiências de abertura como uma espécie de resistência frente às práticas dominantes que se operam tradicionalmente nas escolas de um modo geral e, ao mesmo tempo, inspiram a possibilidade de pensarmos novas práticas educacionais de transformação e de criação que viabilizem experiências de si e estejam comprometidas com a produção de novos modos de valorar, de pensar, de sentir e de agir. Por fim, nos encaminhamos na direção de pensarmos a constituição de um tipo de educação que leve em consideração estes processos de abertura, ou seja, que tenha por objetivo não apenas inserir as crianças no conjunto dos conhecimentos básicos presentes nos currículos, mas em viabilizar a emergência de práticas que visem produzir e acolher as experiências de problematização e criação dos conhecimentos, cuja decorrência consistiria na transformação dos sujeitos destas experiências, professores e alunos. Isto é, como as escolas poderiam possibilitar o exercício de uma educação aberta e assim conceberem as suas práticas para além do registro da utilidade e da eficácia.
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Tomando como ponto de partida o conceito de repetição – tal como ele é desenvolvido na filosofia de Gilles Deleuze – o presente artigo pretende trabalhar a noção de hábito visando à realização de uma crítica à abordagem desta noção feita... more
Tomando como ponto de partida o conceito de repetição – tal como ele é desenvolvido na filosofia de Gilles Deleuze – o presente artigo pretende trabalhar a noção de hábito visando à realização de uma crítica à abordagem desta noção feita pela psicologia. Mostra também como a constituição do hábito é inseparável de uma contemplação passiva que se encarrega da fundação do tempo do vivo, demonstrando como é possível pensar a emergência da subjetividade a partir de uma nova inflexão. Visa, portanto, compreender a subjetividade procurando esclarecer a sua emergência à luz de uma perspectiva ontológica e estética, para além da Psicologia.
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Este artigo apresenta de modo breve os principais conceitos da filosofia de Henri Bergson em relação à gênese do tempo e sua proximidade com a experiência do pensamento. O ponto de intercessão entre tempo e pensamento se dá aí pelo caso... more
Este artigo apresenta de modo breve os principais conceitos
da filosofia de Henri Bergson em relação à gênese do tempo e
sua proximidade com a experiência do pensamento. O ponto
de intercessão entre tempo e pensamento se dá aí pelo caso
da memória e sua relação paradoxal com a percepção, onde a
sucessão cronológica do presente e do passado é substituída pela
coexistência virtual. Por fim, será esta relação que encontraremos
no cinema, o qual se constituirá como a arte que faz disparar
a experiência do pensamento através de suas imagens-tempo.
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Este artigo apresenta a crítica da filosofia de Nietzsche à noção de sujeito derivada da tradição do pensamento metafísico. A crítica se apoia no perspectivismo afirmado pelo filósofo alemão, cuja noção de subjetividade que daí decorre... more
Este artigo apresenta a crítica da filosofia de Nietzsche à noção de sujeito derivada da tradição do pensamento metafísico. A crítica se apoia no perspectivismo afirmado pelo filósofo alemão, cuja noção de subjetividade que daí decorre corresponde a um " estilhaçamento " do sujeito concebido a partir dos critérios ontológicos da unidade e da identidade. Contra a ideia de um fundamento último, que garantiria um conhecimento verdadeiro, o perspectivismo de Nietzsche destitui qualquer possibilidade de verdade na medida em que compreende a subjetividade e a realidade num devir cuja mobilidade se deve ao aspecto plural das relações de força que as compõem. Palavras-chave: Subjetividade; Perspectivismo; Devir; Dissolução do sujeito metafísico; Relações de poder.

Abstract: This article presents the critique of Nietzsche's philosophy to the notion of subject derived from the tradition of the metaphysical thought. This critique leans on the perspectivism affirmed by the German philosopher, whose notion of subjectivity that derives from this corresponds to a " splintering " of the subject conceived according to the ontological criteria of unit and identity. Against the idea of an ultimate basis that would guarantee a true knowledge, Nietzsche's perspectivism deprives any possibility of truth when it conceives subjectivity and reality in a becoming whose mobility is due to the plural aspect of relations of power which constitutes them.
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O primeiro texto, «Forma, informação, potenciais», é uma conferência proferida por Simondon à Sociedade Francesa de Filosofia em 27 de fevereiro de 1960, editada neste suplemento sem os debates que se seguiram à apresentação. Os dois... more
O primeiro texto, «Forma, informação, potenciais», é uma conferência proferida por Simondon à Sociedade Francesa de Filosofia em 27 de fevereiro de 1960, editada neste suplemento sem os debates que se seguiram à apresentação.

Os dois textos a seguir, «Análise dos critérios da individualidade» e «Alagmática», são textos preparatórios à «Llndividuation...» e foram publicados como suplementos na reedição da primeira parte da tese principal de Simondon intitulada «L'lndividu et sa genèse physico-biologique», relançada pela editora Millon em 1995.

A paginação da edição francesa (Gilbert Simondon, L'individuation à la lumière des notions de forme et d'information, Paris: Millon, 2005) está anotada entre colchetes ao longo desta tradução. Também entre colchetes aparecem as notas do editor ou do tradutor.

Tradução: Danilo Augusto Santos Melo
Revisão técnica: Ingrid Müller Xavier
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