Skip to main content
  • Artista-pesquisador dedicado a investigações e experimentos multidisciplinares na interseção de linguagens como dança, performance, filosofia, literatura, fotografia e imagens em movimento. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde desenvolve pesquisa acerca das relações entre videodança e internet no contexto de autorreferência nas audiovisualidades contemporâne... moreedit
Ficcionalizar-se no cinema contemporâneo. A ambígua fusão das histórias pessoais do autor com personagens inventados da ficção transportou o realizador para o centro da narrativa fílmica. Se no cinema hegemônico tradicional a figura do... more
Ficcionalizar-se no cinema contemporâneo. A ambígua fusão das histórias pessoais do autor com personagens inventados da ficção transportou o realizador para o centro da narrativa fílmica. Se no cinema hegemônico tradicional a figura do diretor se firmou ao orquestrar o filme na perspectiva de uma “função”, como a do autor que possui controle sobre a obra, depois das crises de autoria e da chegada do cinema de dispositivo esta operação se ressignificou. O diretor passou também a diretor-personagem, num “cinema do eu” cuja intimidade está disponível para o público. Imerso na cultura midiática, esse novo autor adotou formas de narrar que se aproximam do que a teoria literária contemporânea chama de autoficção. Para isso forjou estratégias que fogem à dicotomia verdadeiro e falso, abandonando pressupostos verossímeis e verazes da autobiografia, antes utilizada para classificar o “cinema do eu”. Nos anos 1950, vanguardas como a Nouvelle Vague tensionariam sutilmente a identidade do autor-personagem em filmes como Os incompreendidos (1959), de François Truffaut, a partir de um entrelugar, entre autobiografia e ficção. Exatamente meio século depois, o Canadá francês vê um jovem realizador emergir com Eu matei minha mãe (2009), num cinema cuja vida pessoal do diretorator-protagonista é problematizada em forma de espetáculo, como força-motriz da ficção. Para Xavier Dolan, o principal recurso é a exposição de si mesmo. Ao observar essas visíveis mudanças de paradigma, para onde caminharia o cinema ficcional íntimo? Seria a autoficção uma nova estratégia da narrativa cinematográfica?
Research Interests:
Em redações e universidades brasileiras o incentivo à produção do perfil jornalístico aumentou depois de mais de duas décadas sem uma publicação reconhecida pelo desenvolvimento do gênero. Nos anos 2000, o perfil voltou ao cenário do país... more
Em redações e universidades brasileiras o incentivo à produção do perfil jornalístico aumentou depois de mais de duas décadas sem uma publicação reconhecida pelo desenvolvimento do gênero. Nos anos 2000, o perfil voltou ao cenário do país por meio de jornais-laboratórios e imprensa especializada, na tentativa de resgatar a tradição da revista Realidade. Centrado num protagonista, cuja história é desenvolvida fora dos cânones da biografia e da reportagem, o perfil é uma narrativa que almeja o registro do instante do personagem. Por muito tempo, essa prática esteve ligada às histórias de vida, ao focar apenas seres humanos. O uso de técnicas de jornalismo literário, disseminadas principalmente pelo novo jornalismo norte-americano, em revistas como The New Yorker, trouxe, porém, experimentações que questionam a necessidade de se fazer perfis apenas sobre pessoas. Ao analisar três relatos centralizados em figuras não humanas, esta pesquisa pretende expandir as possibilidades de se escrever um perfil, independentemente do personagem escolhido.
Research Interests:
A partir de uma resposta às provocações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nivel Superior (Capes) no Seminário Internacional Trans-In-corporados de novembro de 2017, este texto tem a iniciativa de problematizar os conflitos entre os... more
A partir de uma resposta às provocações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nivel Superior (Capes) no Seminário Internacional Trans-In-corporados de novembro de 2017, este texto tem a iniciativa de problematizar os conflitos entre os números, a internacionalização e a pesquisa em dança, com a finalidade de pensar as investigações artísticas dentro do contexto universitário e suas contradições diante das demandas de mais valia orquestradas no eixo EUA-Europa. O texto questiona, sobretudo, a dinâmica especulativa adotada sobre a experiência estética e o conhecimento científico nas universidades que buscam a internacionalização das pesquisas em artes, opondo-se a finalidade de se tornarem bens sob a lógica de mercado.
Research Interests: