Eduardo Duque
Doutor em Sociologia pela Faculdade de Ciências Políticas e Sociologia da Universidade Complutense de Madrid (2008), Mestre em Filosofia pela Universidade do Minho (2002) e Licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da UCP-Braga (1999). É Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP e membro integrado do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, onde integra o grupo de “Estudos Culturais” do CECS-UMinho e membro colaborador do Lab2PT-UMinho. As áreas de investigação e atuação têm incidido sobre 1) gerações, trajetórias sociais e percursos de vida; 2) análise do impacto do desenvolvimento social nos valores contemporâneos, particularmente, nos valores religiosos; 3) análise do tempo social e temporalidades; 4) adequação de diferentes metodologias na análise das tendências socioculturais. A par da docência universitária, tem integrado vários projetos de investigação nacional e internacional e participado em diferentes estudos de avaliação. É membro do Conselho de Curadores da Fundação Bracara Augusta e Presidente da Assembleia da Comissão de Proteção ao Idoso.
O seu último livro, editado em 2022, intitula-se “Valores e religiosidade em Portugal. Comportamentos e atitudes geracionais”, editado pelas Edições Afrontamento e penúltimo, em coautoria, intitula-se "Diferentes abordagens do envelhecimento". Foi distinguido com o Prémio Extraordinário da Universidade Complutense de Madrid (eduardoduque@ucp.pt).
Phone: (+351) 253 206 100
Address: Campus Camões
4710-362 Braga
O seu último livro, editado em 2022, intitula-se “Valores e religiosidade em Portugal. Comportamentos e atitudes geracionais”, editado pelas Edições Afrontamento e penúltimo, em coautoria, intitula-se "Diferentes abordagens do envelhecimento". Foi distinguido com o Prémio Extraordinário da Universidade Complutense de Madrid (eduardoduque@ucp.pt).
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O prefácio explora como as sociedades percebem, usam e se adaptam ao tempo, tanto social como natural. Destaca-se a importância do tempo mecânico e abstrato na civilização ocidental, e como as ciências sociais interpretam este tempo como mensurável, trocável e administrável, influenciando e dominando os ritmos naturais.
O texto também aborda a abordagem filosófica do tempo, citando Heidegger e Maria Zambrano, ressaltando a complexidade e a natureza multidimensional do tempo. Discute-se sobre o tempo como novidade, continuidade, herança, e (re)constituição, além de ser um elemento central na identidade individual e coletiva.
Santo Agostinho é mencionado, sugerindo que o espírito humano pode ser o próprio tempo. O prefácio conclui destacando que o tempo é uma questão transversal e central nas ciências sociais e humanas, influenciando profundamente a atividade humana e institucional, as interações sociais e a construção de identidades. O seminário que originou o livro buscou debater a diversidade dos tempos sociais e as temporalidades na ação contemporânea, reunindo várias comunicações que exploram estes temas.
O prefácio explora como as sociedades percebem, usam e se adaptam ao tempo, tanto social como natural. Destaca-se a importância do tempo mecânico e abstrato na civilização ocidental, e como as ciências sociais interpretam este tempo como mensurável, trocável e administrável, influenciando e dominando os ritmos naturais.
O texto também aborda a abordagem filosófica do tempo, citando Heidegger e Maria Zambrano, ressaltando a complexidade e a natureza multidimensional do tempo. Discute-se sobre o tempo como novidade, continuidade, herança, e (re)constituição, além de ser um elemento central na identidade individual e coletiva.
Santo Agostinho é mencionado, sugerindo que o espírito humano pode ser o próprio tempo. O prefácio conclui destacando que o tempo é uma questão transversal e central nas ciências sociais e humanas, influenciando profundamente a atividade humana e institucional, as interações sociais e a construção de identidades. O seminário que originou o livro buscou debater a diversidade dos tempos sociais e as temporalidades na ação contemporânea, reunindo várias comunicações que exploram estes temas.
Se a principal razão desta publicação é perceber a forma como os portugueses se posicionam em relação à dimensão religiosa, este breve estudo pode considerar-se como que uma radiografia da sua religiosidade, na medida em que se discorre sobre a autoidentificação religiosa, a pertença a uma religião, a matriz religiosa dominante, a assistência aos serviços religiosos e a sua dimensão valorativa, crencial e institucional.
Neste sentido, estas páginas podem considerar-se uma tentativa de método e uma tentativa de sistematização. Uma tentativa de método porque medirmos a dimensão religiosa de um povo a partir de um inquérito é sempre uma abordagem muito pobre, dado que, por um lado, as perguntas de um inquérito são sempre insuficientes para o tratamento de uma questão dentro da perspetiva da totalidade do real, por outro lado, não podemos esquecer que as respostas às questões dos inquéritos podem ter sido dadas por uma certa “desejabilidade social”. Neste sentido, o método a que aqui recorremos não é pior ou melhor do que outros métodos, mas sim um método analítico derivado da diversidade de perspetiva científica.
Por outro lado, este texto é também uma tentativa de sistematização, na medida em que não nos parecia honesto deixar ao leitor a ideia de que a dimensão religiosa se reduz à apresentação das frequências de determinadas variáveis ou à correlação entre alguns indicadores. Tal apresentação reduziria o tema à sua funcionalidade imediata, sem buscar as últimas razões ou causas, sem procurar a compreensão do fenómeno na sua possível totalidade. É por isso que, sempre que possível, procuramos analisar o fenómeno em estudo com o recurso, por um lado, a modelos conceptuais que permitam a recategorização dos indicadores (como é o caso da interpretação da prática religiosa) e, por outro lado, à elaboração de medidas agregadas ou à construção de índices sintéticos.
Se a principal razão desta publicação é perceber a forma como os portugueses se posicionam em relação à dimensão religiosa, este breve estudo pode considerar-se como que uma radiografia da sua religiosidade, na medida em que se discorre sobre a autoidentificação religiosa, a pertença a uma religião, a matriz religiosa dominante, a assistência aos serviços religiosos e a sua dimensão valorativa, crencial e institucional.
Neste sentido, estas páginas podem considerar-se uma tentativa de método e uma tentativa de sistematização. Uma tentativa de método porque medirmos a dimensão religiosa de um povo a partir de um inquérito é sempre uma abordagem muito pobre, dado que, por um lado, as perguntas de um inquérito são sempre insuficientes para o tratamento de uma questão dentro da perspetiva da totalidade do real, por outro lado, não podemos esquecer que as respostas às questões dos inquéritos podem ter sido dadas por uma certa “desejabilidade social”. Neste sentido, o método a que aqui recorremos não é pior ou melhor do que outros métodos, mas sim um método analítico derivado da diversidade de perspetiva científica.
Por outro lado, este texto é também uma tentativa de sistematização, na medida em que não nos parecia honesto deixar ao leitor a ideia de que a dimensão religiosa se reduz à apresentação das frequências de determinadas variáveis ou à correlação entre alguns indicadores. Tal apresentação reduziria o tema à sua funcionalidade imediata, sem buscar as últimas razões ou causas, sem procurar a compreensão do fenómeno na sua possível totalidade. É por isso que, sempre que possível, procuramos analisar o fenómeno em estudo com o recurso, por um lado, a modelos conceptuais que permitam a recategorização dos indicadores (como é o caso da interpretação da prática religiosa) e, por outro lado, à elaboração de medidas agregadas ou à construção de índices sintéticos.
Não se pode esquecer que as sociedades modernas foram organizadas e estruturadas amplamente em torno dos universos da educação, trabalho e consumo. Através destes universos, formaram-se não somente as diferentes posições sociais, mas também as respetivas biografias dos indivíduos.
Porém, a partir da década de 70 do século passado, a esfera educativa e laboral começou a mostrar uma menor capacidade para atribuir posições sociais e de construir as diferentes biografias dos indivíduos (Beck, 2006). Ao mesmo tempo, o universo do consumo ganhou um maior protagonismo, modificando as atitudes e os valores dos indivíduos em relação às outras duas esferas, trabalho e educação. Simultaneamente, alterou-se também a orientação temporal dos jovens, tornando-se esta cada vez mais presentista.
Neste texto, procura-se ilustrar este processo através da análise de três gerações de jovens espanhóis e portugueses, nascidos nas décadas de 1935/1945, 1955/1965 e 1975/1985.
A Igreja não pode ser alheia a estas transformações e fechar os olhos ao caminho que a sociedade está a prosseguir, mas também não tem que ir no corrupio escorregadio e presunçoso das tendências contemporâneas que são, muitas vezes, a simples negação por negação, da tradição e que se impõem como sinónimo de progresso.
A partir dos dados disponíveis do European Values Survey, do ano 2020, apresenta-se, neste livro, uma caraterização dos valores e da religiosidade dos portugueses, e as perguntas que nos guiam são: Até que ponto é que se conseguirá transmitir às gerações futuras a importância do cristianismo? Estaremos a caminhar para um Portugal que vai deixar de reconhecer a legitimidade e o valor humanizante do cristianismo? Quanto interessa a religião católica aos jovens?
Os portugueses, nestes últimos 60 ou 70 anos, reconfiguraram a sua forma de viver, de acordo com a sua idiossincrasia e cultura, recomposição esta que lhes permitiu estar ao mesmo nível dos seus congéneres europeus, explicando, assim, a mudança de comportamentos, atitudes e valores que foram recriados a partir do encontro com outras culturas. Neste contexto, perguntamos: Que valores caracterizam hoje os portugueses? Que valores são apreciados pelos jovens, pelos seus pais e avós? São estas e muitas outras as questões a que procuramos responder neste livro.
A Igreja Católica estimulou a criação do saber através das universidades (vejam-se as raízes católicas da Universidade de Coimbra) e o amor aos irmãos através dos mosteiros que, por sua vez, não ensinaram somente a arte de trabalhar as terras e de fertilizar regiões inteiras, ou a copiar os códices e a construir igrejas; aos monges se deve o ensino das artes e das letras, do canto e do encanto pelo fascínio e pela beleza.
Neste sentido, e na continuação do desenvolvimento de esforços suscitados pela definição e aprovação pelos municípios de Braga de uma estratégia de desenvolvimento juvenil, surge a necessidade de se fundamentar estes esforços comuns com indicadores e estudos que reflitam e sustentem as políticas a definir e desenvolver.
A necessidade de um levantamento rigoroso que integrasse dados socioculturais, socioeconómicos de base demográfica, indicadores educativos e informações sobre a empregabilidade apresenta-se como uma necessidade real para definição de políticas de desenvolvimento juvenil.
Posto isto, e de forma a colmatar uma lacuna científica sobre os jovens bracarenses, a Capital Europeia da Juventude entendeu levar a cabo um estudo que analisasse a empregabilidade dos jovens da região de Braga. De uma forma mais específica, analisaram-se os seguintes aspetos:
- as condições nas quais o trabalho é executado;
- os níveis de rendimento obtido do trabalho;
- a satisfação com o trabalho e com os rendimentos obtidos;
- as motivações dos jovens para mudar de trabalho e de profissão;
- a perceção dos jovens sobre a adequação da formação escolar que obtiveram para atingirem os objetivos exigidos pelo mercado de trabalho;
- a importância percebida da educação na formação para a vida;
- a importância da educação para obter um bom trabalho e para ter bons rendimentos;
- o impacto da escolarização nos padrões de empregabilidade, especialmente na inserção profissional objetiva dos jovens.
Respondemos a estas questões por meio da realização de um estudo junto a uma amostra de 644 jovens residentes no município de Braga.
Nos tempos que correm, nunca pareceu tão premente o estudo e principalmente a compreensão dos verdadeiros impactes das migrações, não apenas do ponto de vista do sujeito migrante, como também do ponto de vista dos territórios recetores. Falamos em territórios, e não em comunidades ou Estados, pois está por aferir se a matriz solidária que fundou o projeto europeu, irá, ou não, sobrepor-se aos inúmeros interesses políticos, económicos, regionais e até ideológicos de cada Estado Membro.
No momento em que redigimos esta obra, milhares de migrantes encontram-se às portas da Europa (muitos deles caídos nas malhas das redes de tráfico de pessoas) e parte deles caminham para uma morte anunciada, ora afogados ora sufocados em conveses de pequenas embarcações mais do que sobrelotadas, ao tentar a travessia do Mediterrâneo.
Paralelamente, observamos uma Europa que pondera lenta e hesitantemente o que pode (ou deseja) fazer para acolher vagas crescentes de pessoas dispostas a morrer naquele que outrora foi um mare nostrum aproximador de pessoas e culturas. Como se não bastasse, assistimos à construção de muros de betão e cercas de arame farpado dentro do espaço Schengen. Estranha Europa, esta.
O presente livro, apesar de não aflorar as migrações do presente – pois não fazem parte dos nossos objetivos traçados, que requerem um distanciamento cronológico –, não deixa de ter em mente este sentido pragmático e atual das motivações que levaram os emigrantes portugueses a emigrar. Neste sentido, importa nunca descontextualizar a dimensão económico-social como também os fatores político-ideológicos, os quais terão contribuído certamente para a nossa diáspora e, – como nos descreve Fernando Rosas (1998, p. 373) –, para o “esvaziamento” do nosso país em termos populacionais.
Tal facto conduz a um progressivo desgaste dos referentes provenientes dos costumes e tradições da religião institucional, levando, por um lado, a uma perda da influência da institucionalidade religiosa e, por outro, a uma vivência religiosa mais íntima e privada.
Esta transformação, reconfiguração ou inclusive decomposição do religioso na modernidade revela a capacidade que este fenómeno tem em manter-se em constante processo de mudança, adaptando-se e assumindo os contextos socioculturais em que se insere.
É desde a actualidade, desde o diagnóstico actual e da sociedade que nos envolve que olhamos para o passado e para o futuro, tentando auscultar a situação sociorreligiosa portuguesa, de forma a caracterizar a religiosidade dos portugueses e perceber até que ponto esta se identifica com a de outros países de semelhante matriz histórico-religiosa (como é o caso de Áustria, Bélgica, Espanha, França, Irlanda, Itália e Polónia), bem como se procura precisar as novas formas ou tendências do religioso em Portugal.
A desintegração de hierarquias, a valorização da experiência individual, a necessidade de uma espiritualidade mais próxima e a multiplicação de pequenos grupos - sejam eles religiosos, sociais ou culturais - são fenómenos que traduzem, na especificidade do campo social, características aparentemente constitutivas dos próprios modos de organização sociocultural e religiosa da pós-modernidade, onde se inscreve a New Age.
Este artigo estuda a relação que a música estabelece com o crente. Através da realização de 30 entrevistas a residentes no Concelho de Moimenta da Beira procurou-se perceber até que ponto a música ajuda a chegar até Deus. As conclusões mostram que a música dá um grande suporte à religião, já que ajuda o indivíduo, com mais ou menos fé, a encontrar o seu equilíbrio, seja pela via da contemplação, através do reconhecimento da grandeza e beleza de Deus, seja pela dimensão comunitária, tornando as celebrações mais vivas e agradáveis e, neste
contexto, é também ela um instrumento funcional que unifica e dá sentido ao indivíduo e à própria comunidade.
Abstract:
This article studies the relationship that music establishes with the believer. By conducting 30 interviews with residents in the Council of Moimenta da Beira it was attempted to understand to what extent music helps to reach God. The findings show that music gives great support to religion, as it helps the individual, with more or less faith, to find their balance, either by means of contemplation, through recognizing the greatness and beauty of God, either by the community dimension, making celebrations more vivid and enjoyable, and in this context, it is
also a functional tool that unifies and gives meaning to the individual and the community itself.
Abstract: One of the consequences of corruption is poverty, which is associated with violence and political instability. The relationship between these realities is complex and there is positive feedback between them. From a longitudinal analysis of the European Values Survey (EVS) data, between 1990 and 2008-2010, some empirical illustrations are presented for the Portuguese situation and for the average of the countries of the European Union, listing the cases mentioned above. It is concluded that Portugal presents a level of human capital slightly below the average level of the scale (of 2,8) and below the level of the other countries of the European Union, which shows that it continues to be a country submerged in contexts of democratic and civic fragility. This reality is also perceptible when analyzing the institutions that represent democratic stability, since most of the Portuguese place these institutions as the least credible, thus evidencing the lack of security in democratic structures.