Neopentecostais E O Poder Punitivo: A Religião Como Palanque Político Prim@ Facie, Revista do PPGCJ, UFPB Neopentecostais E O Poder Punitivo: A Religião Como Palanque Político , 2020
O presente trabalho apresenta um fragmento de uma pesquisa maior, acerca das reformas legislativ... more O presente trabalho apresenta um fragmento de uma pesquisa maior, acerca das reformas legislativas brasileiras após os anos 2000, cujo foco especifico neste momento é a demonstração da transformação do discurso religioso em plataforma política, especialmente em uma diretiva política criminal conservadora e que coincide com o discurso populista punitivo. O objetivo central é demonstrar como o agigantamento do poder punitivo e sua exacerbação está ligado de alguma forma, a uma pauta religiosa neopentecostal, em uma perspectiva de utilização de elementos religiosos como pauta eleitoral e também guiando posicionamentos políticos no campo criminal. Utilizou-se a metodologia qualitativa e quantitativa para demonstrar ao avanço de representatividade do neopentecostalismo no Congresso Nacional, assim como também os discursos parlamentares para evidenciar a narrativa populista punitiva. Acredita-se com esse estudo poder contribuir com a compreensão do fenômeno do avanço das estruturas penais no Brasil especialmente em termos de pautas político-criminais alternativas à violência institucional. Palavras-chave: Populismo punitivo. Neoliberalismo. Religião. Neopentecostais.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Artigos by Alex Rosa
forma de análise das relações de poder contemporânea. Orientando-se pelo método arqueológico e genealógico, a pesquisa apresenta como hipótese a insuficiência dos modelos de análise jurídicos-soberanos em compreender as dinâmicas de poder, tendo
em vista que essas têm seu funcionamento mais bem
observado a partir de uma microfísica do poder. Para
tal, uma revisão bibliográfica na vasta obra de Michel
Foucault constitui a matéria base para pesquisa. No
itinerário proposto por esse estudo, a temática será
abordada num primeiro momento com a caracterização da microfísica do poder, seguida por uma leitura
da transição do ancien regimen à chamada sociedade
disciplinar - associada ao dispositivo biopolítico – e
desembocando nas técnicas de direção de consciência, no poder pastoral, ou seja, na dimensão da subjetividade que passa a ser foco das relações entre governantes e governados, explicitando a diferença que
constitui o paradigma moderno do governo/população face à analises jurídicas organizadas pela ideia de
soberano/povo.
a juridical-sovereign model as a way of analyzing con-
temporary power relations. Oriented by the archaeo-
logical method, the research presents as a hypothesis
the insufficiency of the models of legal-sovereign
analysis to understand the dynamics of power, con-
sidering that these have their best functioning from a
microphysics of power. To this end, a bibliographic re-
view of Michel Foucault's vast work constitutes the
base material for research. In the itinerary proposed
by this study, the theme will be addressed at first with
the characterization of the microphysics of power,
followed by a reading of the transition from the an-
cien regimen to the so-called disciplinary society - as-
sociated with the biopolitical device - and ending in
the techniques of consciousness direction, in pastoral
power, that is, in the dimension of subjectivity that
becomes the focus of relations between government
and governed, explaining the difference that consti-
tutes the modern government / population paradigm
in face of the legal analyzes organized by the idea of
sovereign / people.
das técnicas de subjetivação da filosofia grega. A noção do cuidado de si a que se referia Michel Foucault desdobra-se na ética e no asceticismo cristãos, reorganizando o sentido do cuidado de
si e lentamente. Isto na medida em que se desenvolvia a filosofia cristã e crescia a influência da Igreja Católica no Estado, carregando de um duplo institucional-subjetivo o ato de confissão. Estes elementos permitem Zaffaroni observar a aparente neutralidade da justiça contemporânea como fachada para um estado autoritário e adepto de práticas inquisitoriais, principalmente em matéria de justiça pena.
Modernidade e colonialidade são legitimadas por elementos jurídicos flagrantemente inconstitucionais, que por vontade política privilegiamsetor privados cujos interesses são o lucro via ex
ploração de recursos naturais existentes na
Amazônia Legal.
A pesquisa utiliza método indutivo e o procedimento é a investigação documental do marco normativo ambiental pertinente ao caso em questão. Como aporte teórico crítico extranormativo, uma revisão bibliográfica de perspectiva descolonial oferece elementos para análise dos substratos epistemológicos que sustentam as orientações e posicionamentos do governo.
forma de análise das relações de poder contemporânea. Orientando-se pelo método arqueológico e genealógico, a pesquisa apresenta como hipótese a insuficiência dos modelos de análise jurídicos-soberanos em compreender as dinâmicas de poder, tendo
em vista que essas têm seu funcionamento mais bem
observado a partir de uma microfísica do poder. Para
tal, uma revisão bibliográfica na vasta obra de Michel
Foucault constitui a matéria base para pesquisa. No
itinerário proposto por esse estudo, a temática será
abordada num primeiro momento com a caracterização da microfísica do poder, seguida por uma leitura
da transição do ancien regimen à chamada sociedade
disciplinar - associada ao dispositivo biopolítico – e
desembocando nas técnicas de direção de consciência, no poder pastoral, ou seja, na dimensão da subjetividade que passa a ser foco das relações entre governantes e governados, explicitando a diferença que
constitui o paradigma moderno do governo/população face à analises jurídicas organizadas pela ideia de
soberano/povo.
a juridical-sovereign model as a way of analyzing con-
temporary power relations. Oriented by the archaeo-
logical method, the research presents as a hypothesis
the insufficiency of the models of legal-sovereign
analysis to understand the dynamics of power, con-
sidering that these have their best functioning from a
microphysics of power. To this end, a bibliographic re-
view of Michel Foucault's vast work constitutes the
base material for research. In the itinerary proposed
by this study, the theme will be addressed at first with
the characterization of the microphysics of power,
followed by a reading of the transition from the an-
cien regimen to the so-called disciplinary society - as-
sociated with the biopolitical device - and ending in
the techniques of consciousness direction, in pastoral
power, that is, in the dimension of subjectivity that
becomes the focus of relations between government
and governed, explaining the difference that consti-
tutes the modern government / population paradigm
in face of the legal analyzes organized by the idea of
sovereign / people.
das técnicas de subjetivação da filosofia grega. A noção do cuidado de si a que se referia Michel Foucault desdobra-se na ética e no asceticismo cristãos, reorganizando o sentido do cuidado de
si e lentamente. Isto na medida em que se desenvolvia a filosofia cristã e crescia a influência da Igreja Católica no Estado, carregando de um duplo institucional-subjetivo o ato de confissão. Estes elementos permitem Zaffaroni observar a aparente neutralidade da justiça contemporânea como fachada para um estado autoritário e adepto de práticas inquisitoriais, principalmente em matéria de justiça pena.
Modernidade e colonialidade são legitimadas por elementos jurídicos flagrantemente inconstitucionais, que por vontade política privilegiamsetor privados cujos interesses são o lucro via ex
ploração de recursos naturais existentes na
Amazônia Legal.
A pesquisa utiliza método indutivo e o procedimento é a investigação documental do marco normativo ambiental pertinente ao caso em questão. Como aporte teórico crítico extranormativo, uma revisão bibliográfica de perspectiva descolonial oferece elementos para análise dos substratos epistemológicos que sustentam as orientações e posicionamentos do governo.
Palavras-chaves: Formalização clínica; Escansão suspensiva; Badiou; Topologia;
Subjetivação.
to de 1707: “Sua loucura sempre foi a de se esconder de sua famí-
lia, de levar uma vida obscura no campo, de ter processos, de empres-
tar com usura e afundo perdido, de vaguear seu pobre espírito por
estradas desconhecidas, e de se acreditar capaz das maiores ocupações.”
Jean Antoine Touzard, posto no Chateau de Bicêtre no dia 21 de abril de 1701:
“Recoleto apóstata, sedicioso capaz dos maiores crimes, sodomista, ateu, se
é que se pode sê-lo; um verdadeiro monstro de abominação que seria menos
inconveniente sufocar do que deixar livre.”
ou esquerda?
- Eu sou de direita professor.
- E por que você se considera de direita? O que caracteriza ser de direita?
- Porque a direita busca o certo e a esquerda busca o errado. Eu busco o certo.
- Então a pessoa de esquerda acorda e pensa: que maldades vou fazer hoje?
- A esquerda só quer saber de roubar, de invadir terra e essas coisas ruins. A
direita busca fazer o certo e ajudar as pessoas?
- Como, por exemplo?
- Fazendo coisas para ajudar o povo, como a assistência social, que é uma coisa
boa da direita.
prisionais, num contexto de ensino de jovens e adultos encarcerados. O relato busca explorar a polissemia do
porquê se vai para cadeia, problematizando os diferentes caminhos que os indivíduos tomam apesar de
sentimentos semelhantes, frutos da organização da desigualdade social e distribuição de punição. Além disso,
tratando-se de uma narrativa de uma aula de filosofia, discute-se também como suportar a clausura e as posições
tomadas pelos presos a partir das filosofias helênicas que se guiam sob a premissa de como encontrar felicidade.
O relato destaca a sensibilidade que é lecionar em espaços privados de liberdade, as dificuldades que envolvem,
uma postura dissidente dos professores que se dedicam a esse campo, assim como as alegrias e felicidades
vindas desse encontro.
crime via argumentações médicas era presente até os anos 2000 na referida revista. Não só, os textos lidos e os dados levantados foram analisados qualitativamente na medida de formular uma hipótese: um desencontro entre o objetivo da criminologia enquanto ciência, no sentido de seus representantes, teóricos, escritos, e o caminho feito para tal por meio da construção de objetos de saber. Investigações bibliográficas sobre a criminologia evidenciaram uma cisão entre uma parte acadêmica responsável por prescrever o agir criminológico enquanto a outra restava um labor empírico. Ademais, a fundamentação do agir criminológico crítico, apesar de consensualmente abolicionista, era pautado fundamentalmente por uma instrumentalização do estado e um afastamento dos movimentos sociais. A partir de então, em relação a essa incompatibilidade entre o objetivo e objeto da criminologia, a presente pesquisa empreendeu uma rediscussão acerca do saber criminológico e abordou criticamente seu status científico – numa crítica da filosofia da ciência, ou seja, uma filosofia da criminologia, no caso em questão –, propondo uma reorganização do objetivo criminológico por meio de uma ampliação de seu objeto – tradicionalmente entendido como distribuição da punição pelo estado – para implicações éticas, existenciais e políticas que os sujeitos têm sobre a questão criminal. Ou seja, tomar a “opinião” dos sujeitos não apenas como um efeito de saber, ideológico, ou afim, mas sim como expressão de um posicionamento que em sua dimensão mais profunda implica em exigências e concepções éticas do próprio sujeito. Para tal exercício a crítica à ciência sucedeu do desenvolvimento de um conceito chamado de função existencial do discurso em que buscou-se caracterizar e vincular os efeitos de um discurso sobre o sujeito e como isso abre possibilidade a outros tipos de pesquisas criminológicas, preocupadas não só com a distribuição da punição pelo estado, mas pelas implicações territorializadas na forma de opinião e orporizadas na existência concreta de sujeitos que intervêm efetivamente nas dinâmicas de punição, nas formas mais variadas possíveis