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AUTHORS: João Queiroz, Marta Castello-Branco, Ana Luiza Fernandes & Pedro Atã ABSTRACT: As a projective augmented intelligence technique, intersemiotic translation works as a predictive tool, anticipating surprising patterns of... more
AUTHORS: João Queiroz, Marta Castello-Branco, Ana Luiza Fernandes & Pedro Atã ABSTRACT: As a projective augmented intelligence technique, intersemiotic translation works as a predictive tool, anticipating surprising patterns of semiotic events and processes, keeping under control the emergence of new patterns. At the same time, it works as a generative model, providing new, unexpected, data in the target system, and affording competing results which allow the system to generate candidate instances. As a metasemiotic tool, intersemiotic translation creates a metalevel semiotic process, a sign-action which stands for the action of a sign. We explore these ideas taking advantage of one example of intersemiotic translations to verbal poetry – from Webern musical serialism to Poetamenos by Augusto de Campos. Poetamenos is an intersemiotic translation of Webern’s music. Some properties translated from Webernian serialism were the abstraction of the musical line, the fragmentation of the melody between low, medium and high registers, attention to proportional durations and the exchange of elements, in addition to temporal symmetries. According to our approach, Poetamenos reveals: (i) a dialectical understanding of the sound-silence tension through the fragmentation, dispersion and accumulation of letters, syllables and lexical structures; (ii) the formal and methodological rigor developed by Webern; (iii) the effects of Webernian serialism in the 1950s, through Hans-Joachim Koellreutter.
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do... more
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do poema e na brevidade do acontecimento representado. Trata-se de uma ideia que já foi muito explorada, e da qual extraímos novas consequências. Em nossa descrição, baseada na faneroscopia de Charles S. Peirce, o haicai não é o signo de um acontecimento, mas do altersense do haijin, que é a "consciência de um presente diretamente outro, ou segundo" (CP 7. 551) do poeta. De acordo com essa abordagem, o haicai é um signo, ao mesmo tempo icônico e indexical, que representa um "departamento da ação mental" (CP 7. 539)
How should one describe the irreducible relationships in photopoetry observed in intermedial literary photobooks? According to most authors, in literary photobooks, the verbal sign system is linked to the photographic image as a... more
How should one describe the irreducible relationships in photopoetry observed in intermedial literary photobooks? According to most authors, in literary photobooks, the verbal sign system is linked to the photographic image as a bidirectional interaction, creating a coupled system that can be seen as a new sign system. Mutually modulatory influences link verbal text and photography. But the nature of such influences needs to be explained in detail and with accuracy. What kind of relation are we dealing with? Many authors have tried to explain this phenomenon through several epistemic metaphors. The problem is that these metaphors are rarely subjected to any general theory of meaning. Surprisingly, this is not even mentioned as a problem. In this article, we propose a general semiotic model to describe the irreducible photography-poetry relation, derived from C. S. Peirce’s pragmatic theory of signs, and we also present some preliminary results of the analysis of Quarenta Clics em Cu...
Este artigo apresenta uma edição especial da revista MATLIT dedicada a "fotolivros de literatura". Como sabemos, o conceito de fotolivro mistura-se com muitos outros conceitos – livro de artista, arte do livro, obra-de-livro... more
Este artigo apresenta uma edição especial da revista MATLIT dedicada a "fotolivros de literatura". Como sabemos, o conceito de fotolivro mistura-se com muitos outros conceitos – livro de artista, arte do livro, obra-de-livro [bookwork], livro de arte, livro objeto, livro ilustrado, livro concetual, livro fotográfico, álbum fotográfico – de diversos campos de pesquisa – estudos de intermedialidade e multimodalidade, literatura comparada, teoria da fotografia, semiótica geral, teoria da arte, história da arte. O leitor encontrará neste número várias tentativas de descrever e analisar fotolivros, e uma discussão sobre a melhor forma de defini-los e classificá-los, segundo diferentes perspectivas teóricas e contextos.
Resumo Poetamenos, o principal precursor do concretismo no Brasil, é uma transcriação intersemiótica da Klangfarbenmelodie, de Anton Webern. Trata-se de uma série de seis poemas, elaborados por Augusto de Campos entre 1952 e 1953. A... more
Resumo Poetamenos, o principal precursor do concretismo no Brasil, é uma transcriação intersemiótica da Klangfarbenmelodie, de Anton Webern. Trata-se de uma série de seis poemas, elaborados por Augusto de Campos entre 1952 e 1953. A transcriação da técnica serial musical está relacionada ao fim do ciclo histórico do verso e fornece à “linha evolutiva” preconizada pelos concretistas um modelo e um método criativo rigorosos. Em nossa argumentação, Poetamenos revela: (i) uma compreensão dialética da tensão som-silêncio através da fragmentação, dispersão e acúmulo de letras, sílabas e estruturas lexicais; (ii) o rigor formal e metodológico elaborado por Webern; (iii) os efeitos do serialismo weberniano nos anos 1950, cuja entrada no Brasil deve-se a Hans-Joachim Koellreutter. Também concluímos que o uso de procedimentos gráfico-espaciais, plurilíngues e policromáticos, no Poetamenos, não possui uma precisa correspondência com componentes composicionais do serialismo, nem com qualquer da...
Quarenta Clics em Curitiba é uma rara, quase sem precedentes, obra colaborativa de fotolivro de literatura brasileira. Sua estrutura de folhas soltas, sem numeração, impede o leitor de qualquer tentativa de sequencializar a leitura.... more
Quarenta Clics em Curitiba é uma rara, quase sem precedentes, obra colaborativa de fotolivro de literatura brasileira. Sua estrutura de folhas soltas, sem numeração, impede o leitor de qualquer tentativa de sequencializar a leitura. Impedido de criar focos de atenção privilegiados, com sequências capazes de sugerir estruturas narrativas, ele “recria” no leitor a sensação de procrastinar pela cidade, imerso em acontecimentos triviais. Apresentamos este complexo fenômeno de intermidialidade, e analisamos brevemente alguns exemplos do “denso acoplamento” criado entre a poesia verbal de Paulo Leminski e a fotografia de Jack Pires.
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do... more
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do poema e na brevidade do acontecimento representado. Trata-se de uma ideia que já foi muito explorada, e da qual extraímos novas consequências. Em nossa descrição, baseada na faneroscopia de Charles S. Peirce, o haicai não é o signo de um acontecimento, mas do altersense do haijin, que é a “consciência de um presente diretamente outro, ou segundo” (CP 7.551) do poeta. De acordo com essa abordagem, o haicai é um signo, ao mesmo tempo icônico e indexical, que representa um “departamento da ação mental” (CP 7.539).
resumo Quarenta clics em Curitiba, publicado em 1976, é um raro, quase sem precedentes, exemplo de fotolivro de literatura brasileira. Realizado colaborativamente por Paulo Leminski e Jack Pires, o exemplar não aparece em qualquer... more
resumo Quarenta clics em Curitiba, publicado em 1976, é um raro, quase sem precedentes, exemplo de fotolivro de literatura brasileira. Realizado colaborativamente por Paulo Leminski e Jack Pires, o exemplar não aparece em qualquer antologia dedicada ao gênero “fotolivro”, nem é mencionado como projeto de livro de artista (artistic book) em publicações especializadas, sendo ainda negligenciado pela crítica e historiografia literárias. Na obra de Leminski, considerado um dos mais criativos e importantes escritores brasileiros da segunda metade do século XX, trata-se de seu único experimento intermidiático e sua primeira publicação como haicaísta. Neste artigo, introduzimos Quarenta clics em Curitiba, combinando algumas de suas pranchas com fragmentos de Click: zen e a arte da fotografia, único ensaio em que Leminski descreve as diversas fases de concepção do fotolivro.
Os Sertões de Euclides da Cunha são um projeto intermidiático e multimodal. Sua “tecnografia própria”, como Euclides a projeta em carta a José Veríssimo, “corporifica-se” numa “transgressão de gêneros” (cf. Haroldo de Campos), e requer o... more
Os Sertões de Euclides da Cunha são um projeto intermidiático e multimodal. Sua “tecnografia própria”, como Euclides a projeta em carta a José Veríssimo, “corporifica-se” numa “transgressão de gêneros” (cf. Haroldo de Campos), e requer o uso de mapas e fotografias. Como fotolivro de literatura brasileira, trata-se de nosso mais notável experimento de “literatura expandida”, híbrida. Há, em Os Sertões, ao menos dois níveis de descrição que não devem ser con- fundidos nas análises. Sua macroestrutura, concebida como um projeto inter- midiático, que intercala, ao longo de mais de 600 páginas, imagens de cartógrafos e fotos do acervo de Flávio de Barros. Essa arquitetura depende da microestrutura de interação local texto-imagem, uma propriedade que chama- mos de co-localização. Nosso foco, neste artigo, concentra-se na macroestru- tura da obra. Cinco edições foram diretamente comparadas (1902, 1903, 1905, 1933, 2016).
Este artigo apresenta uma edição especial da revista MATLIT dedicada a “foto- livros de literatura”. Como sabemos, o conceito de fotolivro mistura-se com muitos outros conceitos – livro de artista, arte do livro, bookwork, livro de arte,... more
Este artigo apresenta uma edição especial da revista MATLIT dedicada a “foto- livros de literatura”. Como sabemos, o conceito de fotolivro mistura-se com muitos outros conceitos – livro de artista, arte do livro, bookwork, livro de arte, livro objeto, livro ilustrado, livro concetual, livro fotográfico, álbum fotográfico – de diversos campos de pesquisa – estudos de intermedialidade e multimo- dalidade, literatura comparada, teoria da fotografia, semiótica geral, teoria da arte, história da arte. O leitor encontrará neste número várias tentativas de descrever e analisar fotolivros, e uma discussão sobre a melhor forma de de- fini-los e classificá-los, segundo diferentes perspetivas teóricas e contextos.
This interview was made by João Queiroz and Ana Luiza Fernandes in February and March 2021.
Resumo: O poeta curitibano Paulo Leminski, em colaboração com o fotógrafo Jack Pires, publicam, em 1976, Quarenta Clics em Curitiba. O volume reúne quarenta páginas soltas, sem numeração, que os autores chamam de "pranchas". Quarenta... more
Resumo: O poeta curitibano Paulo Leminski, em colaboração com o fotógrafo Jack Pires, publicam, em 1976, Quarenta Clics em Curitiba. O volume reúne quarenta páginas soltas, sem numeração, que os autores chamam de "pranchas". Quarenta fotografias, de Pires, e quarenta poemas, de Leminski, são integrados no mesmo espaço de leitura que compõe o livro-objeto ou livro-caixa. A arquitetura do livro, sua estrutura solta e sem numeração, impede qualquer sequencialização orientada de leitura, e cria o que pode ser interpretado como a memória de um deslocamento des-hierarquizado por ruas sem endereço, numa cidade paratática. Impedido de criar focos de atenção, sequências ou estruturas narrativas, o fotolivro "recria" o ato de passear pela cidade, ou o que pode ser interpretado como um deslocamento por instantes ou ocorrências independentes da cidade. Quarenta Clics é o mais notável experimento do envolvimento do poeta com sua cidade, a presença do registro imediato do cotidiano curitibano. Exploro, neste artigo, o experimento intermidiático que é Quarenta Clics em Curitiba, com atenção a densa relação poeta-cidade.
Resumo: Como descrever as relações entre foto e poesia em casos de intermidialidade observados em fotolivros de literatura? No fotolivro de literatura, o signo verbal parece estar vinculado à imagem fotográfica em uma interação... more
Resumo: Como descrever as relações entre foto e poesia em casos de intermidialidade observados em fotolivros de literatura? No fotolivro de literatura, o signo verbal parece estar vinculado à imagem fotográfica em uma interação bidirecional, criando um sistema acoplado que pode ser visto como um novo sistema. Influências mutuamente modulatórias e contínuas vinculam texto e fotografia. Mas é preciso definir a natureza de tais influências. De que tipo de interação estamos tratando? Neste artigo, propomos um modelo para descrever a relação "foto-poesia" derivado da teoria do signo de C. S. Peirce e apresentamos alguns resultados preliminares de análise do Quarenta Clics em Curitiba ([1976] 1990), um fotolivro de Paulo Leminski e Jack Pires. Em termos sumários, caracterizamos a relação foto-poesia no fotolivro de Leminski e Pires no interior da teoria de Peirce. A relação é decomposta entre os papéis funcionais ocupados pelo signo (poema) e pelo objeto (fotografia). A irredutibilidade triádica que caracteriza a semiose, segundo Peirce, é a principal propriedade aplicada à relação foto-poesia no fotolivro Quarenta Clics em Curitiba. Palavras-chave: fotolivro de literatura; Quarenta Clics em Curitiba; intermidialidade; C. S. Peirce.
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada... more
O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do poema e na brevidade do acontecimento representado. Trata-se de uma ideia que já foi muito explorada, e da qual extraímos novas consequências. Em nossa descrição, baseada na faneroscopia de Charles S. Peirce, o haicai não é o signo de um acontecimento, mas do altersense do haijin, que é a “consciência de um presente diretamente outro, ou segundo” (CP 7.551) do poeta. De acordo com essa abordagem, o haicai é um signo, ao mesmo tempo icônico e indexical, que representa um “departamento da ação mental” (CP 7.539).
Quarenta clics em Curitiba, publicado em 1976, é um raro, quase sem precedentes, exemplo de fotolivro de literatura brasileira. Realizado colaborativamente por Paulo Leminski e Jack Pires, o exemplar não aparece em qualquer antologia... more
Quarenta clics em Curitiba, publicado em 1976, é um raro, quase sem precedentes, exemplo de fotolivro de literatura brasileira. Realizado colaborativamente por Paulo Leminski e Jack Pires, o exemplar não aparece em qualquer antologia dedicada ao gênero “fotolivro”, nem é mencionado como projeto de livro de artista (artistic book) em publicações especializadas, sendo ainda negligenciado pela crítica e historiografia literárias. Na obra de Leminski, considerado um dos mais criativos e importantes escritores brasileiros da segunda metade do século XX, trata-se de seu único experimento intermidiático e sua primeira publicação como haicaísta. Neste artigo, introduzimos Quarenta clics em Curitiba, combinando algumas de suas pranchas com fragmentos de Click: zen e a arte da fotografia, único ensaio em que Leminski descreve as diversas fases de concepção do fotolivro.
Quarenta Clics em Curitiba é uma rara, quase sem precedentes, obra colaborativa de fotolivro de literatura brasileira. Sua estrutura de folhas soltas, sem numeração, impede o leitor de qualquer tentativa de sequencializar a leitura.... more
Quarenta Clics em Curitiba é uma rara, quase sem precedentes, obra
colaborativa de fotolivro de literatura brasileira. Sua estrutura de folhas
soltas, sem numeração, impede o leitor de qualquer tentativa de
sequencializar a leitura. Impedido de criar focos de atenção privilegiados,
com sequências capazes de sugerir estruturas narrativas, ele “recria” no
leitor a sensação de procrastinar pela cidade, imerso em acontecimentos
triviais. Apresentamos este complexo fenômeno de intermidialidade, e
analisamos brevemente alguns exemplos do “denso acoplamento” criado
entre a poesia verbal de Paulo Leminski e a fotografia de Jack Pires.
Research Interests: