Papers by Leonardo A M Pereira
Revista de História, 2023
Localizado na região portuária do Rio de Janeiro, o Morro da Providência tem papel central nas an... more Localizado na região portuária do Rio de Janeiro, o Morro da Providência tem papel central nas análises habituais sobre a formação das favelas na cidade. Associada em geral à chegada das tropas que voltavam da Guerra de Canudos, em meados da década de 1890, a formação da comunidade ali instalada foi muitas vezes tomada como ponto de início do fenômeno que viria a definir os estigmas que marcam, desde então, esse tipo de moradia informal nos morros da cidade. Por serem pensadas prioritariamente a partir da perspectiva do Estado, no entanto, tais análises deixaram de lado a experiência de outros sujeitos envolvidos nesta história, como os trabalhadores de baixa renda que passaram
a ver naquele morro uma alternativa de moradia a partir da segunda metade do século XIX. Ao acompanhar sua experiência, este artigo pretende trazer novos elementos para pensar o processo de construção social daquele espaço ao longo daquele período
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Política y cultura de masas en América Latina : espacios, escalas, temporalidades, 2023
Bookmarks Related papers MentionsView impact
AfroAsia, 2021
Este artigo acompanha a trajetória de Manoel Vicente Alves, homem negro que ficaria conhecido com... more Este artigo acompanha a trajetória de Manoel Vicente Alves, homem negro que ficaria conhecido como Doutor Jacarandá. Nascido em 1869 no estado de Alagoas, onde se escolarizou, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1894. Nos primeiros anos na capital federal, exerceu diferentes ofícios braçais até valer-se de seu letramento para atuar como solicitador em pequenos casos judiciais. Em um período no qual o diploma de bacharel em direito não era um pré-requisito para o exercício da advocacia, ele começou uma carreira como advogado que, ao mesmo tempo em que o projetou como um tipo popular da cidade, fez dele o alvo constante das ironias e ataques da imprensa da cidade. Por isso, analisar os desafios e obstáculos colocados à atuação de afrodescendentes como ele ao longo da Primeira República se mostra uma forma de refletir sobre a força singular assumida pelo racismo nas décadas imediatamente posteriores à abolição.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
REVLATT, 2021
Em 2021 o GT Mundos do Trabalho comemora 20 anos de atuação em âmbito nacional desde a sua instit... more Em 2021 o GT Mundos do Trabalho comemora 20 anos de atuação em âmbito nacional desde a sua institucionalização como GT da ANPUH (Associação Nacional de História) em dezembro de 2000. Este dossiê compreende duas mesas redondas apresentadas de forma remota no VI Seminário Internacional Mundos do Trabalho/X Jornada Nacional de História do Trabalho, realizado bianualmente pelo grupo. O evento, que seria realizado presencialmente nas dependências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em julho de 2020, foi cancelado devido à gravidade da situação social e sanitária e realizado virtualmente, na forma de webinários em novembro/dezembro de 2020 e março de 2021.
Este dossiê contém os textos de Claudio Henrique de Moraes Batalha, Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Fernanda Oliveira, Lúcia Helena Oliveira da Silva e Iacy Maia Mata, trazendo desde um balanço historiográfico sobre o tema até novas perspectivas de abordagem a partir dos eixos de gênero, raça e classe, incluindo análises transnacionais e internacionais.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
FERREIRA, Jorge; CARLONI, Karla. (Org.). A República no Brasil. Trajetórias de vida na democracia e na ditadura. , 2019
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Literatura e Sociedade, 2019
O romance O Guarani, publicado em 1857 por José de Alencar, constitui um poderoso mito inaugural ... more O romance O Guarani, publicado em 1857 por José de Alencar, constitui um poderoso mito inaugural da nacionalidade. No momento em que escrevia, no entanto, Alencar acompanhava os dilemas e debates sobre uma questão aparentemente ausente da trama: a escravidão, que constituía então o nexo fundamental da sociedade brasileira. Entender o modo pelo qual a reflexão sobre o tema se apresenta no romance é o objetivo deste artigo. PALAVRAS-CHAVE: José de Alencar; romantismo; escravidão; identidade nacional. ABSTRACT The novel O Guarani, published in 1857 by José de Alencar, constitutes a powerful inaugural myth of the brazilian nationality. At the moment of the writing of the novel, however, Alencar followed the dilemmas and debates on an apparently absent issue of the plot: slavery, which was then the fundamental link of Brazilian society. Understanding the way in which the reflection on the theme is presented in the novel is the purpose of this article.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Humanitas, 2002
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Historias Cruzadas (Juan Suriano e Cristiana Schettini - orgs), 2019
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Em janeiro de 1925 realizou-se na sede da Sociedade Dançante Carnavalesca Reinado de Siva, da Cid... more Em janeiro de 1925 realizou-se na sede da Sociedade Dançante Carnavalesca Reinado de Siva, da Cidade Nova, a fundação
de um “Centro Político Independente dos Operários do Distrito Federal”.
Com objetivos claramente eleitorais, ele pretendia fomentar candidaturas ligadas ao mundo dos trabalhadores para as eleições municipais que se aproximavam. Frente a uma produção historiográfica que aponta para o suposto distanciamento dos trabalhadores brasileiros da Primeira
República em relação às questões políticas e eleitorais, a reunião realizada no Reinado de Siva aparece como meio de investigar o sentido político da criação e funcionamento, no período, de dezenas de pequenos clubes recreativos semelhantes, de modo a analisarmos as formas e lógicas próprias que pautavam a luta por direitos de seus componentes.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Fontes tradicionais da História, os jornais têm
desde a década de 1980 sido deixados de lado
pelo... more Fontes tradicionais da História, os jornais têm
desde a década de 1980 sido deixados de lado
pelos historiadores sociais interessados em
entender o universo dos trabalhadores. Como
fruto da negação de uma autoimagem
valorosa construída pelos próprios jornalistas
ao longo do século XX, a imprensa passou a ser
vista como simples instrumento de controle e
disciplinarização desses trabalhadores, que ignorava
ou atacava suas práticas e costumes. Ao
contrário desta imagem, no entanto, o desenvolvimento
do sentido comercial da imprensa a
partir das últimas décadas do século XIX levou
progressivamente os jornais e revistas da capital
federal a tentar incorporar, em suas páginas,
as práticas e gostos desse público mais amplo.
Para entender o sentido e as consequências
deste processo, este artigo se propõe a discutir
a polifonia e polissemia própria do jornalismo
comercial através da análise da cobertura que
as folhas empresariais fundadas no Rio de Janeiro
do período deram às associações recreativas
criadas pelos trabalhadores da cidade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
In July 1913, the members of the Family Dancing Club Anjos da Meia Noite required a habeas corpus... more In July 1913, the members of the Family Dancing Club Anjos da Meia Noite required a habeas corpus to the Supreme Court to secure their right to perform dancing parties in the port area of Rio de Janeiro. It was the end of a long legal battle, through which the low-income workers who were part of the club, mostly the Blacks and Mestizos, tried to maintain their recreational rights. They did so, however, from a kind of association whose objectives were far from the logic of the labor movement at the time. Tracking the case, analyzing its background and logic, is a way of reflecting on the passive image projected on the Rio de Janeiro' s workers of the First Republic by the historiography.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Francisco Guimarães, o Vagalume, foi um dos mais populares cronistas e dramaturgos no Rio de Jane... more Francisco Guimarães, o Vagalume, foi um dos mais populares cronistas e dramaturgos no Rio de Janeiro da Primeira República. Reconhecido pela posteridade pela publicação do livro Na roda do samba, de 1933, nasceu na segunda metade da década de 1870 em uma família de trabalhadores negros. Foi por isso um dos muitos afrodescendentes que, no pós-abolição, tiveram de buscar novos caminhos de sobrevivência e afirmação profissional. Vagalume o fez através de uma produção explicitamente vinculada aos interesses e à linguagem dos trabalhadores negros e mestiços da cidade, cujas práticas dançantes e carnavalescas sempre buscou registrar. Com base em sua trajetória, o artigo se propõe investigar como Vagalume ajudou a definir novas bases para a cultura carioca e brasileira ao longo da Primeira República – em processo que teve na afirmação do samba como ritmo nacional seu resultado mais visível
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Francisco Guimarães, known as Vagalume, was one of the most popular journalists and playwrights i... more Francisco Guimarães, known as Vagalume, was one of the most popular journalists and playwrights in Rio de Janeiro during the First Republic. Recognized by posterity following the publication of the book Na roda do samba in 1933, he was born in the second half of the 1870s in a family of black workers. Therefore, he was one of the many Brazilians of African descent who in the post-abolition period had to seek new ways of survival and professional affirmation. He did this through a journalistic career explicitly linked to the interests and language of Rio de Janeiro’s black working class, whose dances and carnival practices he always tried to register. Looking at his trajectory, this article seek to investigate how Vagalume helped to define a new foundation for Brazilian culture during the First Republic – a process in which the affirmation of samba as the national rhythm was the most important result.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Em julho de 1913, os sócios do Club Dançante Familiar Anjos da Meia Noite requeriam ao Supremo Tr... more Em julho de 1913, os sócios do Club Dançante Familiar Anjos da Meia Noite requeriam ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus que lhes garantisse o direito de realizar bailes dançantes na região portuária do Rio de Janeiro. Era o fim de uma longa batalha jurídica por meio da qual os trabalhadores de baixa renda que compunham o clube, em sua maioria negros e mestiços, tentavam assegurar seus
direitos recreativos. O faziam, porém, a partir de um tipo de associação cujos objetivos estavam distantes da lógica própria ao movimento operário do período. Acompanhar o caso, dando a ver seus antecedentes e lógicas, é, por isso, um meio de refletir sobre a imagem passiva projetada sobre os trabalhadores do Rio de Janeiro na Primeira República por parte da historiografia.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Leonardo A M Pereira
a ver naquele morro uma alternativa de moradia a partir da segunda metade do século XIX. Ao acompanhar sua experiência, este artigo pretende trazer novos elementos para pensar o processo de construção social daquele espaço ao longo daquele período
Este dossiê contém os textos de Claudio Henrique de Moraes Batalha, Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Fernanda Oliveira, Lúcia Helena Oliveira da Silva e Iacy Maia Mata, trazendo desde um balanço historiográfico sobre o tema até novas perspectivas de abordagem a partir dos eixos de gênero, raça e classe, incluindo análises transnacionais e internacionais.
de um “Centro Político Independente dos Operários do Distrito Federal”.
Com objetivos claramente eleitorais, ele pretendia fomentar candidaturas ligadas ao mundo dos trabalhadores para as eleições municipais que se aproximavam. Frente a uma produção historiográfica que aponta para o suposto distanciamento dos trabalhadores brasileiros da Primeira
República em relação às questões políticas e eleitorais, a reunião realizada no Reinado de Siva aparece como meio de investigar o sentido político da criação e funcionamento, no período, de dezenas de pequenos clubes recreativos semelhantes, de modo a analisarmos as formas e lógicas próprias que pautavam a luta por direitos de seus componentes.
desde a década de 1980 sido deixados de lado
pelos historiadores sociais interessados em
entender o universo dos trabalhadores. Como
fruto da negação de uma autoimagem
valorosa construída pelos próprios jornalistas
ao longo do século XX, a imprensa passou a ser
vista como simples instrumento de controle e
disciplinarização desses trabalhadores, que ignorava
ou atacava suas práticas e costumes. Ao
contrário desta imagem, no entanto, o desenvolvimento
do sentido comercial da imprensa a
partir das últimas décadas do século XIX levou
progressivamente os jornais e revistas da capital
federal a tentar incorporar, em suas páginas,
as práticas e gostos desse público mais amplo.
Para entender o sentido e as consequências
deste processo, este artigo se propõe a discutir
a polifonia e polissemia própria do jornalismo
comercial através da análise da cobertura que
as folhas empresariais fundadas no Rio de Janeiro
do período deram às associações recreativas
criadas pelos trabalhadores da cidade.
direitos recreativos. O faziam, porém, a partir de um tipo de associação cujos objetivos estavam distantes da lógica própria ao movimento operário do período. Acompanhar o caso, dando a ver seus antecedentes e lógicas, é, por isso, um meio de refletir sobre a imagem passiva projetada sobre os trabalhadores do Rio de Janeiro na Primeira República por parte da historiografia.
a ver naquele morro uma alternativa de moradia a partir da segunda metade do século XIX. Ao acompanhar sua experiência, este artigo pretende trazer novos elementos para pensar o processo de construção social daquele espaço ao longo daquele período
Este dossiê contém os textos de Claudio Henrique de Moraes Batalha, Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Fernanda Oliveira, Lúcia Helena Oliveira da Silva e Iacy Maia Mata, trazendo desde um balanço historiográfico sobre o tema até novas perspectivas de abordagem a partir dos eixos de gênero, raça e classe, incluindo análises transnacionais e internacionais.
de um “Centro Político Independente dos Operários do Distrito Federal”.
Com objetivos claramente eleitorais, ele pretendia fomentar candidaturas ligadas ao mundo dos trabalhadores para as eleições municipais que se aproximavam. Frente a uma produção historiográfica que aponta para o suposto distanciamento dos trabalhadores brasileiros da Primeira
República em relação às questões políticas e eleitorais, a reunião realizada no Reinado de Siva aparece como meio de investigar o sentido político da criação e funcionamento, no período, de dezenas de pequenos clubes recreativos semelhantes, de modo a analisarmos as formas e lógicas próprias que pautavam a luta por direitos de seus componentes.
desde a década de 1980 sido deixados de lado
pelos historiadores sociais interessados em
entender o universo dos trabalhadores. Como
fruto da negação de uma autoimagem
valorosa construída pelos próprios jornalistas
ao longo do século XX, a imprensa passou a ser
vista como simples instrumento de controle e
disciplinarização desses trabalhadores, que ignorava
ou atacava suas práticas e costumes. Ao
contrário desta imagem, no entanto, o desenvolvimento
do sentido comercial da imprensa a
partir das últimas décadas do século XIX levou
progressivamente os jornais e revistas da capital
federal a tentar incorporar, em suas páginas,
as práticas e gostos desse público mais amplo.
Para entender o sentido e as consequências
deste processo, este artigo se propõe a discutir
a polifonia e polissemia própria do jornalismo
comercial através da análise da cobertura que
as folhas empresariais fundadas no Rio de Janeiro
do período deram às associações recreativas
criadas pelos trabalhadores da cidade.
direitos recreativos. O faziam, porém, a partir de um tipo de associação cujos objetivos estavam distantes da lógica própria ao movimento operário do período. Acompanhar o caso, dando a ver seus antecedentes e lógicas, é, por isso, um meio de refletir sobre a imagem passiva projetada sobre os trabalhadores do Rio de Janeiro na Primeira República por parte da historiografia.