Cinfães
Cinfães é de fundação multissecular tendo o primeiro Foral concedido por D. Manuel I, datado de 1 de Maio de 1513. Composto por uma parte serrana e outra ribeirinha, este concelho espraia-se pela vertente norte do dorso do Montemuro. A Serra de Montemuro e o vale do Rio Douro são dois eixos morfológicos determinantes, que conferem a este concelho características paisagísticas de inigualável beleza e diversidade.
A Serra de Montemuro proporciona o acolhimento único das aldeias culturais e tipicamente serranas, como é o caso de Vale de Papas, Bustelo da Lage, Aveloso e Gralheira (entre outras). O Pico do Talegre - elevação rochosa com marco geodésico, assume-se como o ponto mais alto do concelho que, com 1382m, se reveste de paisagens naturais únicas. No Inverno, a chuva abre caminhos serra abaixo, formando cascatas e lagos que, quando a temperatura é negativa, se tornam espelhos de gelo. A neve é também um ponto forte que transforma a paisagem, que sofre assim sofre mutações durante as quatro estações do ano.
O vale do Bestança, que acompanha o Rio com o mesmo nome, exala genuinidade que se revela numa conservação perfeita de património natural, biodiversidade, ruralidade e etnografia inalterados pelo tempo. Os socalcos de pasto e cultura agrícola habilmente molados entre a paisagem, os moínhos de água empedrados, as pontes em madeira local e as casas de pedra com madeira sobreposta, são exemplares únicos da arquitectura popular e tradicional de Cinfães. Neste Vale, repleto de quedas de água e paisagens de inigualável beleza, existe também uma elevada quantidade de vestígios medievais e calçadas pré-romanas que delimitam as rotas e troços pedestres com vocação natural.
Além da caça e pesca como actividades de lazer e ocupação do ócio, Cinfães oferece ainda fantásticas condições para práctica náutica de recreio e competição, sobretudo pela perfeita disposição da Albufeira do Carrapatelo e respectivos pontos de acostagem e amarração: Porto Antigo e Escamarão.
Por tudo o que lhe está associado, Cinfães é, como diz o poeta, "a amena região onde em favores os Deuses se esmeram...". (João Saraiva).
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[editar]Museu Serpa Pinto
[editar]Categoria: Arqueologia; Tipologia: Museu.
Localização: Rua Dr. Flávio Resende, n.º 34 - Cinfães
Situado numa das zonas mais antigas da Vila, na envolvente ao jardim com o nome do ilustre explorador cinfanense, foi inaugurado a 20 de Abril de 2000 e tem contribuído para uma nova dinâmica cultural. O edifício onde funciona actualmente o "Museu Serpa Pinto" - habitação primária do próprio explorador, não teve uma construção de raiz que permitisse elaborar estruturas de cariz museológico. Como tal, o espaço foi reedificado e reorganizado de modo a ser possível criar um museu de conservação, promoção e pesquisa, dentro das dimensões já existentes.
Das exposições patentes, o visitante pode apreciar algum do mais importante espólio que pertenceu ao intrépido explorador cinfanense - Serpa Pinto, como exemplares das primeiras edições dos seus livros, telegramas, objectos pessoais e profissionais, reproduções dos uniformes, etc.; o acervo arqueológico resultante de escavações e investigações realizadas em algumas freguesias do concelho e respeitantes a vestigios da época da expansão do Império Romano; e o legado oriental gentilmente cedido pelo casal cinfanense: Maria Amélia e Isidro Teixeira.
Além destas, funciona no Museu Serpa Pinto, temporariamente, o Posto de Turismo, para promoção e qualquer tipo de informação, bem como a Loja de Artesanato local orientada para o turista e/ou visitante.
Igreja Românica de Escamarão
[editar]Categoria: Arquitectura Religiosa; Tipologia: Igreja
Localização: Lugar de Escamarão, 4690 Cinfães
Situação: Classificado; Categoria: Imóvel de Interesse Público
A Igreja de Nossa Senhora da Natividade em Escamarão situa-se na Freguesia de Souselo, que fora nos tempos da época medieval um dos mais importantes Coutos da região.
A Igreja, de estilo Românico e completamente empedrada, foi edificada no local onde existiu um convento dos Cónegos Regtrantes de Santo Agostinho, fundado por volta de 1150. Construída na forma do século XII, possui uma planta longitudinal, composta pela justaposição dos rectângulos da nave e da capela-mor. Tem volumes articulados e disposição horizontal das massas, sendo as coberturas diferenciadas de telhados de uma e duas águas. A Fachada principal tem um portal de acesso de arco apontado com arquivoltas decoradas com flores estilizadas e esferas, apoiadas em impostas, fresta central, mísulas e arco a pleno centro vazado portante de sino. No lado norte da igreja existe um embassamento para nivelamento do piso, duas frestas, uma cachorrada e cornija. Em plano mais recuado, o corpo da nave, composto por rosácea e de recorte angular que a mesmo nível da cachorrada lateral limita o recorte da fachada principal. No lado Sul, o portal de arco é apontado e assente em impostas, mísulas, cachorrada e cornija, estando o corpo da capela-mor também em plano mais recuado composto por fresta, cachorrada e cornija.
Igreja Românica de Tarouquela
[editar]Categoria: Arquitectura Religiosa; Tipologia: Igreja
Localização: Mosteiro – Tarouquela (junto à estrada EN 222), 4690 Cinfães
Situação: Classificado; Categoria: Monumento Nacional
A Igreja, de estilo Românico e completamente empedrada tem origem nos séculos XII e XIII, mas também se pode inserir no século XVII, por ter sido modificada e remodelada durante esse período. A Igreja apresenta uma planta longitudinal composta e irregular de volumes articulados – nave única, torre sineira, capela-mor e capela adossada ao lado esquerdo da capela-mor. A fachada principal possui um pórtico de arco apontado, seis colunelos com capitéis insculpidos e três arquivoltas. Nas laterais, a igreja tem a torre sineira cega e campanário com arco a pleno centro, com remate em cornija, pináculos e cobertura em pirâmide coroada por bola e cruz metálica. O corpo da capela-mor possui um friso decorado, duas fenestrações de arco apontado, cachorros portantes da cornija, e um existindo óculo polilobado no corpo da capela lateral. O lado sul é marcado pelo corpo da torre sineira e escadaria de acesso. O pórtico lateral tem arco apontado e tímpano, um friso e duas fenestrações de arco apontado sendo a cornija suportada por uma cachorrada. A frontaria nasce do contraforte do cruzeiro sendo rasgada por uma porta ogival de toros e meias canas nas arquivoltas internas. Os modilhões da cornija são decorados com motivos, fito e zoomórficos.
Igreja de S. Cristóvão de Nogueira
[editar]Categoria: Arquitectura Religiosa; Tipologia: Igreja
Localização: São Cristóvão de Nogueira (Junto à estrada EN 222), 4690 Cinfães
Situação: Em fase de classificação
A Igreja, tardo-românica é mencionada nas memórias paroquiais de 1748, nada de empírico se conhecendo em data anterior. Com traça de raiz e origens medievais, este templo foi reformado nos períodos maneirista e barroco. É composto por nave única com coro alto e capela-mor, mais baixa e estreita, e tem uma torre com pináculos e coruchéu. À boa maneira medieval, apresenta muros espessos e poucas aberturas de luz, portais e arcos apontados assentes em impostas salientes com arquivoltas ornadas por esfera e cachorradas, e modilhões de decoração antropomórfica e zoomórfica. No interior da cabeceira há vestígios de uma construção anterior, desaparecida com a reedificação da capela-mor no séc. XVIII, e no muro do alçado norte está embutido um friso de decoração geométrica - possivelmente da igreja primitiva que lhe deu origem. No exterior, junto ao portal sul, está um cruzeiro. No interior, pode admirar-se tectos de caixotões de madeira com cenas hagiográficas e altares de talha dourada dos estilos nacionais e rococó.
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