Saturnino Braga
Saturnino Braga | |
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Saturnino Braga | |
Senador pelo Rio de Janeiro | |
Período | 1º de fevereiro de 1975 a 1º de janeiro de 1986 (2 mandatos consecutivos)[a] |
Antecessor(a) | Paulo Francisco Torres |
Sucessor(a) | Jamil Haddad |
Período | 1º de fevereiro de 1999 a 1º de fevereiro de 2007 |
Antecessor(a) | Abdias do Nascimento |
Sucessor(a) | Francisco Dornelles |
6.º Prefeito do Rio de Janeiro | |
Período | 1º de janeiro de 1986 a 1º de janeiro de 1989[1] |
Antecessor(a) | Marcello Alencar |
Sucessor(a) | Marcello Alencar |
Deputado federal pelo Rio de Janeiro | |
Período | 1º de fevereiro de 1963 a 1º de fevereiro de 1967 |
Período | 22 de abril de 1968 a 21 de agosto de 1968 |
Vereador do Rio de Janeiro | |
Período | 1º de janeiro de 1997 a 1º de fevereiro de 1999 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Roberto Saturnino Braga |
Nascimento | 13 de setembro de 1931 Rio de Janeiro, DF, Brasil |
Morte | 3 de outubro de 2024 (93 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Rachel Saturnino Braga Pai: Francisco Saturnino Braga |
Alma mater | Universidade do Brasil |
Prêmio(s) | |
Cônjuge | Eliana Schreiner Saturnino Braga |
Filhos(as) | Bruno Saturnino Braga Antonio Frederico Saturnino Braga |
Partido | PSB (1960–1965) MDB (1966–1979) PMDB (1980-1981) PDT (1981–1987) PSB (1987–2002) PT (2002–2019) PSB (2019–2024) |
Profissão | engenheiro, político |
Website | www.saturninobraga.com.br |
Roberto Saturnino Braga GOMM • GOIH • GOOCN • GCOMB (Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1931 – Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2024)[4] foi um engenheiro e político brasileiro. Foi deputado federal, prefeito, vereador da cidade do Rio de Janeiro e Senador da República.
Formação familiar e acadêmica
[editar | editar código-fonte]Filho do engenheiro Francisco Saturnino Braga, diretor do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), e neto de Ramiro Saturnino Braga, provinha de uma tradicional família de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Tanto seu pai quanto o avô foram deputados federais do Rio de Janeiro, o primeiro ligado a Nilo Peçanha, e o segundo aliado político do interventor Ernâni do Amaral Peixoto, líder regional do Partido Social Democrático (PSD). Primo de Saturnino de Brito Filho.
Formado em engenharia[qual?] pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1954, passou a trabalhar dois anos depois no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), onde se especializou em engenharia econômica.
Também estudou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), onde foi aluno de Celso Furtado, e no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB).
Vida política
[editar | editar código-fonte]Roberto Saturnino Braga ingressou na vida política em 1960, quando se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), pelo qual se elegeu deputado federal dois anos depois, a frente da coligação Renovação Federal, liderada pelo PSB.
Inclinado às posições nacionalistas e de esquerda, não foi cassado após o golpe militar de 1964, mas dois anos depois sua recandidatura a deputado federal foi impugnada por pressão do governo Castello Branco, o que o obrigou a retornar ao BNDE.
Retornou à política apenas em 1974, quando foi convidado às pressas por Amaral Peixoto para ser candidato ao Senado pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB; do qual fora fundador em 1966), substituindo Affonso Celso Ribeiro de Castro, que tivera um derrame. Com uma campanha improvisada, Roberto Saturnino venceu o favoritismo do marechal Paulo Torres (que buscava a reeleição pela Arena), e foi eleito senador do estado do Rio de Janeiro.
Em 1979, com o fim do bipartidarismo, Roberto Saturnino tornou-se a principal liderança do PMDB no estado, após a saída do governador Chagas Freitas (para o PP) e do senador Amaral Peixoto (para o PDS). No entanto, a incorporação do PP ao PMDB (trazendo de volta o grupo de Chagas Freitas ao partido), obrigou Saturnino Braga a romper, filiando-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, pelo qual se reelegeu senador em 1982.
Em 1985, com o restabelecimento das eleições diretas para prefeitos das capitais, Saturnino Braga foi lançado pelo PDT para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro, sendo eleito com quase 40% dos votos. A cadeira no Senado passou para o suplente, Jamil Haddad.
A 26 de novembro de 1987, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal.[3]
Mas sua gestão à frente da prefeitura foi marcada por greves e rupturas. Em 1988, no último ano de seu mandato, decretou a falência do município do Rio de Janeiro depois do Banco Central proibir a prefeitura de contrair novos empréstimos.[5] Hostilizado pelo vice-prefeito, Jó Antônio Rezende, Saturnino Braga rompeu com Brizola e saiu do PDT, filiando-se mais tarde ao PSB. O anúncio da falência abalou a candidatura do PSB a sucessão de Saturnino, que planejava lançar o vice, Jó, que acabou por renunciar à candidatura.[6]
O anúncio da falência do município abalou fortemente a imagem pública de Saturnino Braga, voltou à política somente em 1994, quando concorreu ao Senado e ficou em quinto lugar com 774 mil votos. Em 1996, se elegeu vereador da cidade do Rio de Janeiro. Dois anos depois, concorreu ao Senado mais uma vez e foi eleito, com 38,10% dos votos válidos, por uma aliança de esquerda (reunindo PDT, PT, PSB, PCdoB e PCB), que também elegeu o governador Anthony Garotinho (PDT) e a vice-governadora Benedita da Silva (PT).
No ano 2000, quando Garotinho rompeu com Brizola e trocou o PDT pelo PSB, Saturnino Braga ficou novamente isolado. Por discordar, em 2002, do lançamento de candidatura própria pelo PSB à presidência com Garotinho, deixou o partido e filiou-se ao PT. Por sua vez, o PDT cobrou o cumprimento de um acordo político em que Saturnino cumpriria apenas a metade do mandato de senador eleito em 1998, cabendo o restante ao suplente do PDT, Carlos Lupi. Saturnino Braga assumiu o erro pelo acordo eleitoral, mas não aceitou entregar o cargo, permanecendo como senador pelo Rio de Janeiro.
Em 2004, como senador, Saturnino foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[2]
No início de 2006, foi impedido de disputar a reeleição pelo PT, que optou por apoiar Jandira Feghali, do PCdoB.[7] Recusou a proposta de se candidatar à Câmara e, no fim de julho, anunciou o fim da carreira política em entrevista ao jornal O Globo: "É melhor sair numa boa do que derrotado", justificou.
Após quase duas décadas no PT, em 2019 Saturnino voltou a se filiar ao PSB, em ato com o então presidente da sigla Carlos Siqueira.[8]
Torcedor do Botafogo, Saturnino dedicou-se, além da política, à literatura, publicando 23 livros, entre contos, memórias e sobre sua trajetória política. Recebeu o prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, por Contos do Rio, em 2000.[4][5]
Saturnino morreu no dia 3 de outubro de 2024.[4] Havia sido internado no dia 27 de setembro com um quadro de pneumonia e estava em cuidados paliativos.[9]
- ↑ Renúncia em 1º de janeiro de 1986 para assumir a Prefeitura do Rio de Janeiro.
- ↑ Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro. «Quadro de governantes do Rio de Janeiro» (PDF). Prefeitura do Rio de Janeiro. Consultado em 5 de junho de 2020
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 8 de abril de 2004.
- ↑ a b «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Saturnino Braga". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de março de 2021
- ↑ a b c «Morre o ex-prefeito do Rio Roberto Saturnino Braga». O Globo. 3 de outubro de 2024. Consultado em 3 de outubro de 2024
- ↑ a b «Morre Roberto Saturnino Braga, 1º prefeito eleito do Rio após redemocratização». G1. 3 de outubro de 2024. Consultado em 3 de outubro de 2024
- ↑ «Sarney socorre Saturnino» (PDF). Jornal do Brasil. Consultado em 22 de junho de 2020
- ↑ «SATURNINO BRAGA DÁ ADEUS AOS PALANQUES». 31 de julho de 2006
- ↑ «Diretório estadual do PSB no Rio de Janeiro inaugura nova sede no centro da cidade». PSB 40. Consultado em 22 de junho de 2020
- ↑ «Morre Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio de Janeiro | Metrópoles». www.metropoles.com. 3 de outubro de 2024. Consultado em 3 de outubro de 2024
Ligações externas
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Precedido por Marcello Alencar |
Prefeito do Rio de Janeiro 1986 — 1988 |
Sucedido por Marcello Alencar |
Precedido por Paulo Francisco Torres Abdias do Nascimento |
Senador pelo Rio de Janeiro 1975 — 1985 1999 — 2007 |
Sucedido por Jamil Haddad Francisco Dornelles |
- Nascidos em 1931
- Mortos em 2024
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Prefeitos da cidade do Rio de Janeiro
- Senadores do Brasil pelo Rio de Janeiro
- Opositores da ditadura militar no Brasil (1964–1985)
- Engenheiros do estado do Rio de Janeiro
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1980)
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1966)
- Membros do Partido dos Trabalhadores
- Membros do Partido Democrático Trabalhista
- Membros do Partido Socialista Brasileiro do Rio de Janeiro
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito Militar
- Grandes-Oficiais da Ordem do Infante D. Henrique
- Membros do Partido Socialista Brasileiro
- Deputados federais do Brasil pelo Rio de Janeiro
- Políticos do estado do Rio de Janeiro do século XX
- Políticos do estado do Rio de Janeiro do século XXI