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Ronaldo Cunha Lima

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ronaldo Cunha Lima
Ronaldo Cunha Lima
Deputado federal pela Paraíba
Período 1º de fevereiro de 2003
a 31 de outubro de 2007
Senador pela Paraíba
Período 1º de fevereiro de 1995
a 1º de fevereiro de 2003
42.º governador da Paraíba
Período 15 de março de 1991
a 1º de abril de 1994
Antecessor(a) Tarcísio Burity
Sucessor(a) Cícero Lucena
24.º e 30.º prefeito de Campina Grande
Período 1.º- 1º de janeiro de 1969
a 13 de março de 1969[a]
Antecessor(a) Williams de Souza Arruda
Sucessor(a) Orlando César de Almeida
Período 2.º- 1º de fevereiro de 1983
a 1º de janeiro de 1988
Antecessor(a) Enivaldo Ribeiro
Sucessor(a) Cássio Cunha Lima
Deputado estadual da Paraíba
Período 1963 a 1969
Vereador de Campina Grande
Período 1961 a 1963
Dados pessoais
Nome completo Ronaldo José da Cunha Lima
Nascimento 18 de março de 1936
Guarabira, Paraíba
Morte 7 de julho de 2012 (76 anos)
João Pessoa, Paraíba
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Filhos(as) Cássio Cunha Lima
Partido
Profissão advogado
escritor
político
Assinatura Assinatura de Ronaldo Cunha Lima

Ronaldo José da Cunha Lima GOMM (Guarabira, 18 de março de 1936João Pessoa, 7 de julho de 2012) foi um advogado, escritor e político brasileiro filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Pela Paraíba, foi governador, senador e deputado federal e estadual, ambos durante dois mandatos. Pela cidade de Campina Grande, foi prefeito por dois mandatos e vereador.[2][3]

Também foi conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil e membro da Academia Paraibana de Letras.

Em novembro de 1993, cometeu um atentado contra a vida do ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity, em quem disparou três tiros. Tendo sido denunciado perante o Supremo Tribunal Federal por tentativa de homicídio, renunciou ao mandato de deputado federal perto da data do julgamento em 2007, perdendo o foro especial e atrasando a ação penal, que jamais chegou a ser julgada.

Morreu aos 76 anos, devido a um câncer no pulmão do qual sofria desde 2011.[4] Era pai de Cássio Cunha Lima, ex-governador e ex-senador da Paraíba, e avô de Pedro Cunha Lima, deputado federal.

Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata em Campina Grande. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba. Foi casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem tem 4 filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce (Gal) Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.

Em 1951 iniciou a vida como vendedor de jornais, depois como garçom, no restaurante do seu irmão Aluísio, e trabalhou na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de Dona Nevinha Tavares. Tudo isso para custear os seus estudos e ajudar nas despesas domésticas, porque o seu pai, Demóstenes Cunha Lima, ex-prefeito de Araruna, faleceu muito cedo, deixando sua mãe Dona "Nenzinha" com a responsabilidade de criar e educar uma família numerosa. Ronaldo também desde jovem já demonstrava vocação para a política.

Carreira política

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Ainda estudante, Ronaldo foi representante estudantil e vice-presidente do Centro Estudantil Campinense.

Começou a sua carreira política sendo vereador de Campina Grande pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado estadual por dois mandatos, e prefeito eleito em 1968, já pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 14 de março de 1969 teve os seus direitos políticos cassados, passando dez anos no ostracismo, indo para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro recomeçando a sua carreira de advogado. Anistiado, em 1982, foi reconduzido à prefeitura de Campina Grande pelo voto popular, no seu mandato à frente da PMCG (1983/1989) teve como vice-prefeito Antônio de Carvalho Souza, um vice muito atuante na Administração, o qual assumiu a titularidade da gestão por trinta e três vezes no curso do mandato. Reconstruiu o Parque do Povo que por sua vez foi idealizado e primeiramente construído pelo ex-deputado federal Enivaldo Ribeiro, a terceira adutora, a Casa do Poeta, dentre outras obras. Foi governador do estado da Paraíba (1991/1994), Senador da República (1995/2002) e foi deputado federal, eleito em pela 1ª vez em 2002 com mais de 95 mil votos e reeleito em 2006 com 124.192 votos.

Em 1993, como governador, Lima foi admitido pelo presidente Itamar Franco à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]

Em 5 de novembro de 1993, Tarcisio Burity encontrava-se no restaurante Gulliver em João Pessoa, quando foi abordado por Cunha Lima, seu sucessor no governo, que disparou três tiros contra ele, porque não aceitava as duras acusações de corrupção que Burity fizera a Cássio Cunha Lima, na época superintendente da extinta SUDENE.[5] Burity ficou vários dias em coma, mas sobreviveu ao ataque, vindo a falecer dez anos após o ocorrido.

Membro da Academia Campinense de Letras, Membro do Conselho Federal da OAB. Ronaldo Cunha Lima ingressou na Academia de Letras em 11 de março de 1994, saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos. Em 2004, Ronaldo foi indicado para ocupar uma cadeira na Academia Paraibana de Letras (APL).[6]

Ronaldo, lançou, entre outros livros, são eles:

  • 50 canções de amor e um poema de espera, 1955;[6]
  • Alice Carneiro: Imagem da Mulher Paraibana a Serviço das Grandes Causas, 1977
  • Perfil do Município, 1984;
  • 13 Poemas Pinturas de Carlos Furtado, 1986
  • Estado e Município na Reprodução do Espaço, 1991;
  • Poemas de sala e quarto, 1992;
  • A Serviço da Poesia, 1993
  • Versos gramaticais, 1994;
  • A Seu Serviço, 1995;
  • Legislação Eleitoral, 1997;
  • Livro dos tercetos - Em defesa da língua portuguesa (discurso no Senado Federal, 1998);[6]
  • Sede de Viver Boqueirão - Ameaça de um Colapso, 1998;
  • 3 seis, 5 setes, 4 oitos e 3 noves - grito das águas (discurso no Senado Federal, 1999);[6]
  • A seu serviço II, 1999;[6]
  • Efeito Vinculante, 1999;
  • A seu serviço III, 2000;[6]
  • Lei de Responsabilidade Fiscal, 2001;
  • Roteiro sentimental – fragmentos humanos e urbanos de Campina Grande, 2001;[6]
  • Poesias Forenses, 2002;
  • Novo Código Civil - Exposição de Motivos e Texto Sancionado, 2002;
  • Poemas amenos, amores demais, 2003;
  • Gramática Poética, 2004;
  • A Missa Em Versos e Outros Cantos de Fé, 2004
  • Eu Nas Entrelinhas - Extratos e Retratos da Minha Vida, 2004;
  • Breves e leves poemas, 2005;[6]
  • Azul itinerante, poesia policrômica, 2006;
  • Sal no rosto - sonetos escolhidos, 2006;
  • Princípios e Teorias Criminais, 2006;
  • As flores na janela sem ninguém - uma história em verso e prosa, 2007;
  • Artesanato e Arte Popular na Paraíba, 2007;
  • Frentes de Emergência - Uma Solução Definitiva, 2008;
  • Velas Enfunadas, poemas à beira mar, 2010.

Academia Paraibana de Letras

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Ingressou na Academia Paraibana de Letras ocupando a cadeira número 14 em 11 de março de 1994, tendo como patrono Eliseu Elias César. Foi saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos.[7]

Caso Gulliver

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Em 5 de novembro de 1993, então no cargo de governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima disparou três tiros contra o seu antecessor, o ex-governador Tarcísio Burity (quando este almoçava com amigos) no Restaurante Gulliver em João Pessoa. Cunha Lima não teria aceitado as duras críticas e acusações que Burity supostamente fez ao seu filho Cássio Cunha Lima (na época do fato superintendente da SUDENE) em um programa de televisão local.

Tarcísio Burity ficou vários dias em coma, mas conseguiu sobreviver ao atentado. Ele morreu dez anos depois no dia 8 de julho de 2003, vítima de falência múltipla dos órgãos e de parada cardiocirculatória.

Renúncia à Câmara Federal

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No dia 31 de outubro de 2007 renunciou ao mandato de deputado federal como manobra para protelar o seu julgamento sobre o caso Gulliver. A carta de renúncia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. De acordo com a carta, a renúncia é "em caráter irrevogável e irretratável".[8]

O Supremo Tribunal Federal já havia marcado o julgamento de processo contra Cunha Lima pelo atentado a vida do ex-governador Tarcísio Burity. Com a renúncia ao cargo, Ronaldo perde seu foro privilegiado e o processo volta ser enviado à Justiça Comum da Paraíba.

Doença e morte

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Seu filho Cássio confirmou no dia 26 de julho de 2011, através do Twitter, a situação da saúde de seu pai. Segundo Cunha Lima, um especialista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, confirmou o diagnóstico como sendo adenocarcinoma no pulmão esquerdo, causado por fumo excessivo de cigarros. No início de 2012 foi diagnosticado em Ronaldo Cunha lima um quadro moderado de derrame pleural, sendo submetido a pleurodese na cidade de São Paulo.

Já no início do mês de dezembro de 2011 deu entrada no Hospital da Unimed, em João Pessoa, sentindo dores no estômago, quando foi diagnosticada uma gastrite moderada.

Morreu no dia 7 de julho de 2012, em decorrência do câncer que tinha desde 2011, na sua residência, no bairro de Tambaú, em João Pessoa. Mais de 20 mil pessoas acompanharam seu cortejo, em Campina Grande. Faleceu sem ser punido por atirar em Burity.[9]

Notas
  1. Mandato cassado em 13 de março de 1969
Referências
  1. a b BRASIL, Decreto de 2 de agosto de 1993.
  2. «Ronaldo Cunha Lima». Câmara dos Deputados do Brasil. 18 de março de 2013. Consultado em 19 de Março de 2013 
  3. «Biografia». Senado Federal do Brasil. Consultado em 19 de Março de 2013 
  4. Agência Brasil (7 de julho de 2012). «Ronaldo Cunha Lima morre aos 76 anos». Band.com. Consultado em 19 de Março de 2013 
  5. «Ronaldo Cunha Lima construiu quase 50 anos de carreira política». G1. 7 de julho de 2012. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  6. a b c d e f g h «Ronaldo Cunha Lima». Poesias dos Brasis. Antonio Miranda. Consultado em 2 de Abril de 2013 
  7. «Academia Paraibana de Letras». Consultado em 2 de Abril de 2013 
  8. G1. «Deputado Ronaldo Cunha Lima renuncia a mandato». Consultado em 31 de outubro de 2007 
  9. G1. «Ronaldo Cunha Lima morre na Paraíba». Consultado em 7 de julho de 2012 

Precedido por
Williams de Souza Arruda
Prefeito de Campina Grande
31 de janeiro de 1969 — 13 de março de 1969
Sucedido por
Orlando Augusto César de Almeida
Precedido por
Enivaldo Ribeiro
Prefeito de Campina Grande
31 de janeiro de 1983 — 31 de dezembro de 1988
Sucedido por
Cássio Rodrigues da Cunha Lima
Precedido por
Tarcísio de Miranda Burity
Governador da Paraíba
15 de março de 1991 — 2 de abril de 1994
Sucedido por
Cícero de Lucena Filho
Precedido por
Celso Novaes
Academia Paraibana de Letras - cadeira 14
1994 — 2012
Sucedido por