Marcelo Odebrecht
Marcelo Odebrecht | |
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Marcelo Odebrecht, WEF Davos 2009. | |
Nome completo | Marcelo Bahia Odebrecht |
Nascimento | 18 de outubro de 1968 (56 anos) Salvador, Bahia |
Nacionalidade | brasileiro |
Fortuna | R$ 14 bilhões[1] |
Progenitores | Pai: Emílio Alves Odebrecht |
Parentesco | Norberto Odebrecht (avô) |
Cônjuge | Isabela Cristina Alvarez Odebrecht |
Filho(a)(s) | 3 |
Alma mater | Universidade Federal da Bahia[2] |
Ocupação | Engenheiro civil e empresário |
Marcelo Odebrecht | |
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Crime(s) | corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro[3] |
Pena | 19 anos e 4 meses[3] |
Situação | pena concluída, após passar dois anos trabalhando no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.[4] |
Marcelo Bahia Odebrecht (Salvador, 18 de outubro de 1968) é um engenheiro civil e empresário brasileiro.[5] Foi de 2008 a 2015 presidente da Odebrecht, atualmente chamada de Novonor, uma das maiores empresas de engenharia e construção da América. É filho de Emílio Alves Odebrecht.
Por seu envolvimento criminoso à frente da Odebrecht em 8 de março de 2016, a Justiça Federal condenou Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão por crimes envolvendo o esquema de corrupção descoberto na estatal Petrobras pela Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, sendo esta sua primeira condenação.[3]
Em dezembro de 2016, após assumir os crimes identificados pela operação, fechou acordo de delação premiada junto com seu pai Emílio Alves Odebrecht, comprometendo-se a pagar 8,6 bilhões de reais a título de indenização.[6]
Em 19 de dezembro de 2017, foi solto para cumprir o restante da pena em prisão domiciliar,[7] após ter sua pena reduzida em razão do acordo de colaboração.[8]
Em abril de 2022, o ministro Edson Fachin reduziu sua pena de 10 anos para 7 anos e meio, com isso Marcelo terá cumprido sua pena e deve estar livre de restrições legais até o final de 2022.[9][10][11] Em 28 de abril de 2023, concluí sua pena após prestar serviços comunitários.[4]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Neto do pernambucano Norberto Odebrecht (fundador da Construtora Norberto Odebrecht) com a baiana Yolanda Alves, e filho do casal baiano Emílio Alves Odebrecht (fundador da Braskem) e Regina Bahia, tem três irmãos. É descendente direto do imigrante alemão Emil Odebrecht, que chegou a Santa Catarina na segunda metade do século XIX.
Responsável por negócios na construção pesada, petroquímica, açúcar, álcool, petróleo, gás, engenharia ambiental e empreendimentos imobiliários, Marcelo Odebrecht vinha comandando uma era de ouro para o grupo familiar, que tem 15 divisões e presença em 21 países. Ele sucedeu seu pai Emílio no fim de 2008, em meio à crise financeira global. A entrada de Marcelo na Odebrecht ocorreu em 1992, quando ele concluiu o curso de Engenharia na Bahia e trabalhou na construção de um prédio na capital do Estado, Salvador. Dois anos depois, trabalhou em uma hidrelétrica em Goiás e partiu para a Inglaterra, onde a companhia montava duas plataformas de petróleo.[12]
Teve uma breve passagem pelos Estados Unidos e retornou ao Brasil para atuar na área petroquímica. Em 2002, assumiu o setor de engenharia e construção da empresa. Em dezembro de 2008, aos 40 anos, ele chegou ao topo do conglomerado que lidera até hoje.[13]
Marcelo Odebrecht transformou o conglomerado no maior empregador do Brasil e em um dos cinco maiores grupos privados do país. Sua ascensão coincidiu com o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha o objetivo de transformar o Brasil em uma potência global através da promoção de empresas nacionais.
Alguns dos maiores projetos da Odebrecht, como a construção de um porto em Cuba, estão sendo financiados com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Desde que Marcelo assumiu o comando da Odebrecht, o BNDES forneceu cerca de 5,8 bilhões de reais em empréstimos para financiar projetos do grupo no exterior.[14]
Escândalo da Petrobras
[editar | editar código-fonte]Em 19 de junho de 2015, foi preso em caráter preventivo durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Erga Omnes".[15][16][17] Essa expressão em latim é um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos. A prisão, por ser de caráter preventivo, implica que o detido fica à disposição da justiça por tempo indefinido. Entre as várias acusações de que é alvo, Marcelo é acusado de, juntamente com a construtora Andrade Gutiérrez, pagar mais de 700 milhões de reais em propinas[18][19][20] para assegurar bilionários contratos em vários níveis do governo. Marcelo, assim como o presidente da Andrade Gutiérrez, Otávio Marques de Azevedo, também preso na mesma ocasião, teve parte dos seus bens bloqueados pela justiça.[21][22][23]
Em 8 de março de 2016 foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.[3] Em maio de 2016, o juiz Sergio Moro rejeitou uma outra denúncia contra ele, por falta de provas, acusado pelo MPF de pagar propina para evitar a convocação na CPI da Petrobras.[24]
Em novembro de 2016, o Supremo Tribunal Federal manteve a prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, rejeitando os embargos de declaração apresentados pela defesa do empresário.[25]
Em 1º de dezembro de 2016 fechou acordo de delação premiada junto com seu pai Emílio Alves Odebrecht, e se comprometeu a pagar, através da Odebrecht (atual Novonor) 8,6 bilhões de reais a título de indenização por ter se envolvido em atos de corrupção.[26]
Em 19 de dezembro de 2017, depois de dois anos e meio, o empresário Marcelo Odebrecht saiu da cadeia, e passou a cumprir a pena de prisão domiciliar.[7]
Em abril de 2022, teve sua pena reduzida de 10 para 7 anos e meio, com isso deve estar livre de restrições legais até o final de 2022.[9][10][11] Em 28 de abril de 2023, concluí sua pena após prestar serviços comunitários.[4]
Em 21 de maio de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli anulou as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato contra Marcelo Odebrecht.[27]
Em 6 de setembro de 2024, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve os processos abertos na Operação Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht.[28]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Novonor
- Operação Lava Jato
- Lista de pessoas envolvidas na Operação Lava Jato
- Lista de pessoas condenadas na Operação Lava Jato
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gaspar, Malu (2020). A organização : a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo. São Paulo, Brazil: Companhia das Letras. ISBN 978-85-359-3399-4. OCLC 1224585206[29]
- ↑ Listão dos homens mais ricos do Brasil. jornalopcao.com.br. Recuperado em 2 de julho 2015
- ↑ https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/04/16/interna_politica,862501/conheca-marcelo-odebrecht-o-homem-que-comprou-o-brasil-propinas-cheg.shtml
- ↑ a b c d «Justiça Federal condena Marcelo Odebrecht em ação da Lava Jato». G1. Globo. Consultado em 8 de março de 2016
- ↑ a b c «Marcelo Odebrecht termina pena na Lava Jato após prestar serviços comunitários». UOL. UOL. 28 de abril de 2023. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ «A nova cara do país». EXAME.com. Consultado em 24 de junho de 2015. Arquivado do original em 23 de outubro de 2015
- ↑ «Emílio e Marcelo Odebrecht assinam acordo de delação na Lava Jato». Extra. Globo.com. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ a b «Marcelo Odebrecht deixa a cadeia para cumprir prisão domiciliar». Jornal Nacional. Globo. 19 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de maio de 2018
- ↑ «Marcelo Odebrecht deixa prisão em Curitiba e cumprirá pena em mansão». Uol. 19 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de maio de 2018
- ↑ a b «STF reduz pena de Marcelo Odebrecht, que fica livre no fim do ano». O Globo. 18 de abril de 2022. Consultado em 13 de julho de 2022
- ↑ a b «STF reduz pena imposta a Marcelo Odebrecht em acordo de delação premiada». Folha de S.Paulo. 18 de abril de 2022. Consultado em 13 de julho de 2022
- ↑ a b «STF reduz pena de Marcelo Odebrecht, que pode ficar livre no fim do ano». Correio Braziliense. 18 de abril de 2022. Consultado em 13 de julho de 2022
- ↑ «Submergindo com a Odebrecht». Folha Rondoniense. Consultado em 24 de junho de 2015
- ↑ «Marcelo Odebrecht». Ultimo Segundo. iG. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ QUEM É MARCELO ODEBRECHT, UM DOS EXECUTIVOS PRESO NA 14ª FASE DA LAVA JATO. epocanegocios.globo.com. Recuperado em 2 de julho 2015
- ↑ Coutinho, Filipe; Bronzatto, Tiago; Escosteguy, Diego (20 de junho 2015). «Marcelo Odebrechet é preso pela PF». Revista Época. Globo. Consultado em 20 de junho 2015
- ↑ Rodrigo Rangel e Laryssa Borges (19 de junho de 2015). «PF deflagra 14a. fase da lava-jato e prende presidente da Odebrecht». Veja. Consultado em 19 de junho de 2015. Arquivado do original em 22 de junho de 2015
- ↑ redação da Revista Época, com conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. (20 de junho de 2015). «QUEM É MARCELO ODEBRECHT, UM DOS EXECUTIVOS PRESO NA 14ª FASE DA LAVA JATO». Revista Época. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (19 de junho de 2015). «Propinas de Odebrecht e Gutierrez ultrapassam R$ 700 milhões». Revista Época. Consultado em 20 de junho de 2015
- ↑ Redação ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE (19 de junho de 2015). «PROPINA PAGA PELA ODEBRECHT É ESTIMADA EM R$ 510 MILHÕES E PELA GUTIERREZ EM R$ 200 MILHÕES». Revista Época. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ Laryssa Borges (19 de junho de 2015). «Odebrecht e Andrade Gutierrez pagaram ao menos R$ 764 mil em propina, diz MP». Revista Veja. Consultado em 21 de junho de 2015. Arquivado do original em 26 de setembro de 2015
- ↑ Laryssa Borges (19 de junho de 2015). «Justiça bloqueia bens de presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez». Revista Veja. Consultado em 21 de junho de 2015. Arquivado do original em 26 de setembro de 2015
- ↑ Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (19 de junho de 2015). «Presidentes presos de empreiteiras têm contas bloqueadas». Revista Exame. Consultado em 19 de junho de 2015
- ↑ «JUSTIÇA BLOQUEIA ATÉ R$ 20 MILHÕES DE CONTAS DOS PRESIDENTES DA ODEBRECHT, ANDRADE GUTIERREZ E MAIS OITO INVESTIGADOS». Época. Globo. 19 de junho de 2016. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ Mateus Coutinho, Julia Affonso e Ricardo Brandt (10 de maio de 2016). «Moro rejeita denúncia contra Marcelo Odebrecht por propinas em CPIs da Petrobrás». Estadão. O Estado de São Paulo. Consultado em 2 de dezembro de 2016
- ↑ Breno Pires (22 de novembro de 2016). «STF mantém prisão preventiva de Marcelo Odebrecht». Estadão. O Estado de São Paulo. Consultado em 23 de novembro de 2016
- ↑ «Emílio e Marcelo Odebrecht assinam acordo de delação na Lava Jato». Extra. Globo. Consultado em 8 de dezembro de 2016
- ↑ Fernanda Vivas (21 de maio de 2024). «Toffoli anula decisões da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht». G1. Consultado em 5 de junho de 2024
- ↑ Márcio Falcão (6 de setembro de 2024). «Turma do STF mantém nulidade de atos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht, mas processos continuam». G1. Consultado em 7 de setembro de 2024
- ↑ Renée Pereira (20 de novembro de 2020). «Amizade com Lula, Lava Jato e mais: livro narra ascensão e queda da Odebrecht». O Estado de S. Paulo. UOL. Consultado em 6 de dezembro de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Odebrecht informa: Crenças compartilhadas, Recuperado em 21 de Junho 2015
- História Organização Odebrecht, recuperado em 21 de Junho 2015