Karnak (banda)
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Karnak | |
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A banda se apresentando no Sesc Pompeia em junho de 2023. | |
Informação geral | |
Origem | São Paulo, São Paulo |
País | Brasil |
Gênero(s) | Rock And Roll Alternative Pop World Music |
Período em atividade | 1992-2002 2006-presente |
Gravadora(s) | Spin |
Integrantes |
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Ex-integrantes |
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Página oficial | instagram |
Karnak é uma banda brasileira, da cidade de São Paulo, conhecida por fundir diversos estilos musicais, brasileiros e internacionais, com música pop e rock.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Criação
[editar | editar código-fonte]Em 1992, André Abujamra, vocalista e guitarrista principal, após terminar seu duo Os Mulheres Negras, que formava com seu amigo Maurício Pereira, partiu para uma viagem por várias localidades do mundo, munido de um gravador de som.[1] Através dele, coletou muitos tipos de música diferentes, pensando em criar uma banda com essas influências, mas também misturando sons brasileiros tradicionais e modernos, como rock, pop e música eletrônica. Um dos destinos da viagem foi o vilarejo de Karnak, um complexo de templos antigos no Egito. Maravilhado com a beleza do local, ele deu esse nome para sua nova banda.
De volta ao Brasil, ele chamou vários músicos para formar sua banda, sendo que a maioria eram amigos próximos, chegando ao ponto dele manter dois bateristas na banda pois ele os considerava muito bons e era muito amigo dos dois, sendo impossível dispensar um deles. Com dez músicos, dois atores e um cachorro, o Karnak iniciou suas atividades.
Eles ensaiaram durante um ano inteiro antes de fazer sua primeira apresentação ao vivo. As apresentações ao vivo do Karnak têm um viés teatral, apresentando sempre esquetes e performances cômicas de improviso, além de figurinos diferenciados, frequentemente utilizando-se de chapéus chamativos, túnicas coloridas, etc. Na parte musical, se destaca a habilidade de seus instrumentistas também na improvisação.
Primeiro álbum e reconhecimento nacional
[editar | editar código-fonte]Em 1995, eles lançaram seu primeiro álbum, Karnak, pelo extinto selo brasileiro Tinitus.[1] Nos créditos do disco, constavam nomes como Chico César, Tom Zé, Marisa Orth, Lulu Santos, Paulo Miklos e Paulinho Moska.[1] O álbum ainda incluiu a participação do diretor e apresentador Antônio Abujamra, pai de André, com uma declamação na faixa de encerramento do álbum, "Cala a boca menino".[1]
Acredita-se ter vendido entre 50[1] e 100 mil cópias até hoje (após o fechamento da Tinitus, o álbum foi relançado por outra gravadora, Net Records). O álbum recebeu ótimas críticas, e apesar de não ter se tornado muito popular a ponto de ser tocado em estações de rádio, o Karnak se tornou relativamente conhecido em rádios universitárias em São Paulo e teve seus clipes transmitidos pela MTV Brasil. No mesmo ano de 1995, Karnak foi eleito o melhor grupo musical pela Associação Paulista de Críticos de Artes.[2]
Em 2012, este álbum foi eleito pela revista Rolling Stone dos Estados Unidos como sétimo melhor álbum de rock latino de todos os tempos, sendo a melhor posição para um álbum de uma banda brasileira.[1][3][4][5][6] Em 2023, a mesma Rolling Stone atualizaria e ampliaria o ranking do rock latino e dessa vez Karnak acabaria na 17ª posição, sendo o 3º brasileiro do ranking.[1][7][8]
Universo Umbigo - turnês internacionais
[editar | editar código-fonte]Eles lançaram seu segundo álbum em 1997, chamado Universo Umbigo[2], pela gravadora Velas, também extinta. Na época, a banda adicionou mais integrantes: uma dançarina do ventre (que na verdade era namorada de André) e mais alguns instrumentistas. A banda teve naquele momento sua maior formação: 15 membros. No Brasil, este álbum teve menos impacto que o primeiro, e hoje ele está disponibilizado para download no site emusic, sob o nome equivocado de "Karnak Universo"; fora do país, o álbum teve algum destaque em rádios universitárias dos Estados Unidos.
Então, em 1998 o Karnak fez sua primeira turnê internacional, passando pelos EUA, Canadá e Europa. Eles chegaram a mudar o nome da banda, incluindo um "The" no início (The Karnak), mas rapidamente voltaram ao normal. Alguns membros saíram da banda, fazendo com que sua formação caísse para 9 integrantes. No mesmo ano, lançaram o álbum Original, disponível apenas na França, contendo canções dos dois primeiros álbuns, mais uma versão em francês da canção "Alma Não Tem Cor" e um remix da canção "Comendo Uva na Chuva", feito pelo próprio André Abujamra.
Estamos Adorando Tóquio
[editar | editar código-fonte]Ao retornarem para o Brasil, no ano seguinte, começaram a gravar seu próximo álbum, Estamos Adorando Tóquio[9]. Com apenas sete membros, o álbum foi lançado em 2000, pela gravadora independente Net Records, uma empresa que visa o barateamento do processo de lançamento de discos para evitar a pirataria. Desta maneira, o álbum foi vendido praticamente apenas em bancas de revistas, porém por um preço menor do que a média de preços de discos vendidos em lojas.
A banda saiu em turnê internacional novamente durante este período, em 2001. O álbum, em termos, foi tão popular quanto o primeiro: apesar de não ter tido o mesmo impacto do primeiro álbum, eles fizeram mais concertos, conquistando mais fãs e tornando-se um pouco mais conhecidos fora de São Paulo.
Pausa
[editar | editar código-fonte]Contudo, no dia 16 de dezembro de 2002, André Abujamra compôs uma mensagem, enviada para a maior lista de discussão relativa ao grupo, através de Belma Ikeda, a produtora da banda. A mensagem continha algo inimaginável para os fãs: explicava que a banda achava que um ciclo foi finalizado, portanto, ela estava terminando suas atividades.[10][11] Os dois concertos que estavam marcados para a próxima semana, no Sesc Pompéia em São Paulo, seriam então seus últimos.[10] As apresentações, que se tornaram uma grande despedida, tiveram a presença de todos os membros e ex-membros da banda, totalizando quase vinte pessoas no palco.
Álbum ao vivo - Os Piratas do Karnak
[editar | editar código-fonte]No ano seguinte, 2003, foi lançada uma compilação dos melhores momentos ao vivo da banda, com o nome Os Piratas do Karnak. O CD duplo traz gravações ao vivo realizadas durante os dez anos de carreira da banda. O disco reproduz toda a famosa vitalidade das apresentações ao vivo do grupo e tem um tratamento técnico primoroso.
Voltando às atividades
[editar | editar código-fonte]Apesar de, segundo André, o Karnak haver interrompido suas atividades, o grupo continuou fazendo ao menos um concerto por ano.[12] Em um destes concertos, realizado habitualmente próximo ao Natal, neste caso o de 2006, André Abujamra revelou que o Karnak estaria voltando às atividades, atribuindo a cessão dos trabalhos a um medo que ele tinha de não sobreviver a uma cirurgia de redução estomacal.
O Livro Multicolorido de Karnak
[editar | editar código-fonte]Em 2006, foi lançado o pseudo-documentário O Livro Multicolorido de Karnak, que discorre sobre uma turnê fictícia do Karnak na China. O filme conta a história da turnê que a banda fez na China, mas assim como as histórias criadas para cada músico da banda e as línguas falsas usadas por André Abujamra, o filme é na verdade sobre o show que teria sido o último da banda, em 2002. Mas na veia da banda, as performances musicas no filme, contam diversos shows anuais realizados nos anos seguintes ao término da banda.
O filme estreou na 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi dirigido por M.M. Izidoro que ficou mais de 8 anos no projeto.
Nikodemus - A Ópera Rock do Karnak
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 2018 em comemoração de 26 anos da banda, estreia nos palcos a ópera rock Nikodemus, inspirada no clássico do gênero Tommy (da banda The Who), somado a pitadas karnakianas de Zappa e a mixologia sonora contundente de André Abujamra.[13][14] O roteiro gira em torno de um rei (Nikodemus) que adora inventar coisas que não existem, mas um vilão deseja roubar essas criações.[13] Cada um dos dez músicos interpreta um personagem, como, além do monarca e de seu antagonista, um astronauta, um macaco azul, prisioneiros medievais e um cavaleiro errante.[13]
Em junho de 2019 entram em estúdio para gravar o que vem a ser o 5º albúm da banda, que foi lançado em janeiro de 2020 com dois shows memoráveis na Comedoria do Sesc Pompéia.
Personagens Karnakianos que vivem no reino de Nikodemus:
Rei Nikodemus: André Abujamra – Guitarra e voz
Bomb Bad Ratus : Mano Bap - Guitarra
Macaco Azul da Galicéia: Eron Guarnieri – Teclados
Bowie Blader Bilder: Marcos Congento – Voz e flauta
Carneirus Sandalus de Barretus : Carneiro Sandalo – Bateria
Ikuki Astrolarski : Kuki Stolarski – Bateria
Cabelus, mago hierofante: Eduardo Cabelo – Guitarra
Sergius Bartoldus III: Sergio Bartolo – Baixo
Pompeu Marcelus: Marcelo Pereira – Sax e voz
Tico Trombonuliu: Tiquinho – Trombone
DRAKMA
[editar | editar código-fonte]Com autoria de Andre Abujamra, este single e clipe foi lançado em abril de 2020 durante a pandemia de COVID-19. Porém, a faixa foi gravada em estúdio entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016. Os músicos que participaram desta gravação foram:
Discografia da banda
[editar | editar código-fonte]Álbuns de Estúdio
[editar | editar código-fonte]- 1995 - Karnak
- 1997 - Universo Umbigo
- 2000 - Estamos Adorando Tóquio
- 2020 - Nikodemus - a ópera rock do Karnak
EP/Single
[editar | editar código-fonte]2020 (abril) - Drakma
Álbuns Ao Vivo
[editar | editar código-fonte]- 2003 - Os Piratas do Karnak - Ao Vivo
Prêmios e Indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Prêmio | Categoria | Trabalho Indicado | Info | Resultado | Ref. |
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1995 | Prêmio APCA | Melhor Grupo Musical | Venceu | [2] | ||
1996 | II MTV Video Music Brasil | Banda ou Artista Revelação | Comendo Uva na Chuva | Diretor : André Abujamra | Venceu | |
1997 | III MTV Video Music Brasil | Videoclipe do Ano | Alma não tem cor | Indicado | ||
Melhor Videoclipe de Pop | Indicado | |||||
Direção em Videoclipe | Diretor: Hugo Prata | Venceu | ||||
1999 | V MTV Video Music Brasil | Direção em Videoclipe | Universo Umbigo | Diretores: André Abujamra/Guilherme Ramalho | Venceu |
Formação
[editar | editar código-fonte]Membros
[editar | editar código-fonte]- André Abujamra - voz e guitarra
- Marcos Bowie - trompete e voz
- Marcelo Pereira - flauta, sax e voz
- Tiquinho - trombone
- Carneiro Sandalo - bateria
- Kuki Stolarski - bateria
- Sergio Bartolo - baixo e efeitos
- Mano Bap - guitarra[15] e voz
- Eron Guarnieri - teclados
- James Muller - percussão
- Juliano Beccari - teclado e samplers
Ex-membros
[editar | editar código-fonte]Membros que comparecem eventualmente a apresentações, mas que sempre serão parte da banda:
- Guilherme Kwasinski - ator (1992-1994)
- Eduardo Cabello - guitarra († 1/03/2024)[15]
- Hugo Hori - saxofone (1992-2015)
- Luiz Macedo - guitarra (1992-2020)
- Paulo Gregori - performances teatrais (1992-1996)
- Jeton - cachorro do Carneiro Sândalo (1992-†1999)
- Lulu Camargo - teclado e samplers (1992-2001)
- Lloyd Bonnemaison - saxofone (1997-1999)
- Zuzu Leiva - dançarina do ventre (1997-1999)
Carreiras solo e trabalhos paralelos
[editar | editar código-fonte]- André Abujamra: iniciou em paralelo uma carreira solo, tendo lançado cinco álbuns desde 2004;
- Lulu Camargo: membro da banda Pato Fu, além de ex-membro e fundador da banda Bojo;
- Hugo Hori, Kuki Stolarski, Juliano Beccari, Sérgio Bártolo, James Müller: membros oficiais da banda Funk Como Le Gusta;
- Kuki Stolarski também é membro da banda Bojo e toca com Zeca Baleiro;
- Mano Bap e Hugo Hori também são membros da banda The Central Scrutinizer Band;
- Carneiro Sândalo toca também com o cantor Zé Geraldo e Marisa Orth;
- Guilherme Kwasinski é o vocalista da banda Guilhermoso Wild;
- Lloyd Bonnemaison é integrante da Banda Glória e ex-banda Luni;
- Sérgio Bártolo tocou na banda Professor Antena.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g Valle (@duduvalle), Eduardo do (11 de junho de 2024). «Karnak: por dentro de um dos melhores álbuns de rock latino da história». Rolling Stone Brasil. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ a b c «Folha de S.Paulo - Discos: Para Karnak somos umbigo do universo (com link) - 30/10/97». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ Lechner, Ernesto (19 de novembro de 2012). «The 10 Greatest Latin Rock Albums of All Time». Rolling Stone (em inglês). Consultado em 23 de setembro de 2024
- ↑ RedacciónRPP (3 de dezembro de 2012). «Los mejores 10 discos latinos de rock según Rolling Stone | RPP Noticias». rpp.pe (em espanhol). Consultado em 23 de setembro de 2024
- ↑ Los 10 mejores álbumes latinos, según Rolling Stone.
- ↑ Lechner, Ernesto (19 de novembro de 2012). «The 10 Greatest Latin Rock Albums of All Time». Rolling Stone (em inglês). Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ Lechner, Ernesto (18 de setembro de 2023). «The 50 Best Latin-American Rock Albums». Rolling Stone (em inglês). Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ Redação (19 de setembro de 2023). «Quem são os brasileiros entre os melhores discos de rock latino da Rolling Stone? [LISTA]». Rolling Stone Brasil. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Folha de S.Paulo - Música: Karnak faz show de lançamento de "Estamos Adorando Tóquio" - 18/02/2001». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ a b Viveiros, Eduardo (16 de dezembro de 2002). «O Karnak está morto». Omelete. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Karnak». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Folha de S.Paulo - Karnak faz show e anuncia sua volta - 20/12/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ a b c «Banda Karnak volta com lado mais político após 18 anos sem inéditas». Folha de S.Paulo. 15 de dezembro de 2018. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ «Karnak faz ópera rock para comemorar 26 anos de sua formação». GQ. 21 de agosto de 2022. Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ a b Lisboa (@helocoptero), Heloísa (21 de junho de 2024). «Karnak homenageia Eduardo Cabello em meio a sucessos e brincadeiras durante show». Rolling Stone Brasil. Consultado em 24 de setembro de 2024