Gunnera
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição natural do género Gunnera.[1]
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Sinónimos[2] | |||||||||||||||
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Gunnera é um género de plantas herbáceas eudicotiledóneas, que constitui o único membro da família monotípica Gunneraceae, caracterizada pelo gigantismo das suas folhas. O género tem distribuição natural na América do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Papuásia, Hawaii, ilhas do Sueste Asiático, África e Madagáscar.[2] As espécies deste género vivem em simbiose com Nostoc punctiforme, uma espécie de cianobactérias, a qual fixa azoto e recebe da planta compostos orgânicos. Os caules de alguns cultivares sul-americanos são comestíveis e usados crus.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O género Gunnera inclui 40–50 espécies herbáceas, vivazes, caracterizadas, embora haja excepções, pelas suas enormes folhas e pecíolos robustos. A flores são pequenas e pouco conspícuas, agrupadas em inflorescências espiciformes erectas.
A espécie Gunnera manicata, nativa das montanhas da Serra do Mar, no sueste do Brasil, é talvez a maior das espécies deste género, com folhas que tipicamente têm 1,5 a 2,0 m de comprimento, não incluindo o pecíolo espesso e suculento que pode atingir os 2,5 m de comprimento. A largura das folhas desta espécie é em geral próxima dos 2,5 m, mas em duas ocasiões espécimes cultivados (Berkeshire, Inglaterra, em 2011[3] e em Narrowwater, Ulster, Irlanda[4] em 1903) produziram folhas com 3,3 m de largura, o que faz destas folhas provavelmente as maiores folhas de eudicotiledóneas que se conhecem. As sementes germinam melhor em solo muito húmido, mas não encharcado, com temperaturas de 22–29 °C.
Apenas ligeiramente mais pequena é a espécie G. masafuerae, nativa das ilhas Juan Fernández, no leste do Pacífico Sul. A espécie apresenta folhas com até 2,9 m de largura em robustos pecíolos com 1,5 m de comprimento e 11 cm de espessura.[5] Na ilha Alejandro Selkirk (Más Afuera), na mesma região do Pacífico, a espécie G. peltata apresenta frequentemente um tronco com mais de 5,5 m de altura e 25–30 cm de espessura, com folhas com até 2 m de largura.
A espécie G. magnifica, dos Andes da Colômbia, apresenta os maiores gomos foliares que se conhecem, com até 60 cm de comprimento e 40 cm de espessura.[6] Os pecíolos suculentos desta espécie podem atingir os 2,7 m de comprimento e as suas grandes inflorescências de pequenas flores avermelhadas podem crescer até aos 2,3 m de comprimento e pesar cerca de 13 kg.
Outras espécies gigantes de Gunnera podem ser encontradas na Região Neotropical e no Hawaii.
Apesar do gigantismo da maioria das espécies, existem várias espécies de pequenas dimensões, nomeadamente as com distribuição natural na Nova Zelândia, onde G. albocarpa tem folhas com 1–2 cm de comprimento, e na América do Sul temperada, onde G. magellanica tem folhas com 5–9 cm de largura em pecíolos com 8–15 cm de comprimento.
O nome genérico é uma homenagem ao botânico norueguês Johann Ernst Gunnerus.
Simbiose com cianobactérias
[editar | editar código-fonte]Na natureza, todas as plantas do género Gunnera formam relações de simbiose com cianobactérias fixadoras de azoto, que se acredita pertencerem exclusivamente à espécie Nostoc punctiforme. As bactérias entram a planta via glandes localizadas na base de cada pecíolo foliar[1] e inicia uma simbiose intracelular que fornece à planta azoto fixado, recebendo em troca carbono fixado. Esta interacção intracelular parece ser única entre as plantas com flor e pode fornecer pistas sobre a criação de novas simbioses entre plantas cultivadas e cianobactérias, melhorando a sua cultura em áreas com solos pobres em azoto.
Usos
[editar | editar código-fonte]Os pecíolos de G. tinctoria (conhecidos localmente como nalcas), são utilizados como alimento no sul do Chile e na Argentina. O principal uso é para consumo em cru, mas pode ser preparado em saladas, licores ou marmelada. A folhas desta espécie são usada para cobrir o curanto, um prato tradicional chileno.
A espécie Gunnera perpensa é utilizada em medicina tradicional na África do Sul.[carece de fontes]
Espécies
[editar | editar código-fonte]O género Gunnera inclui as seguintes espécies:[2]
- Gunnera aequatoriensis - Equador
- Gunnera albocarpa - Nova Zelândia
- Gunnera annae - Peru, Bolívia
- Gunnera antioquensis - Colômbia
- Gunnera apiculata - Bolívia, Argentina
- Gunnera arenaria - Nova Zelândia
- Gunnera atropurpurea - Colômbia, Equador
- Gunnera berteroi - Bolívia, Argentina, Chile
- Gunnera bogotana - Colômbia
- Gunnera bolivari - Peru, Equador
- Gunnera bracteata - ilha Robinson Crusoe
- Gunnera brephogea - Colômbia, Equador, Peru
- Gunnera caucana - Colômbia
- Gunnera colombiana - Colômbia, Equador
- Gunnera cordifolia - Tasmânia
- Gunnera cuatrecasasii - Colômbia
- Gunnera densiflora - Nova Zelândia
- Gunnera dentata - Nova Zelândia
- Gunnera diazii - Colômbia
- Gunnera flavida - Nova Zelândia
- Gunnera garciae-barrigae - Colômbia
- Gunnera hamiltonii - Nova Zelândia
- Gunnera hernandezii - Colômbia
- Gunnera herteri - Uruguai, sul do Brasil
- Gunnera insignis - Panamá, Nicarágua, Costa Rica
- Gunnera kauaiensis - Kauai (Hawaii)
- Gunnera killipiana - Chiapas, Guatemala, Honduras
- Gunnera lobata - Tierra del Fuego
- Gunnera lozanoi - Colômbia
- Gunnera macrophylla - Papuásia, Indonésia, Filipinas
- Gunnera magellanica - sudoeste da América do Sul, ilhas Falkland
- Gunnera magnifica - Colômbia
- Gunnera manicata - sul do Brasil
- Gunnera margaretae - Peru, Bolívia
- Gunnera masafuerae - ilha Alejandro Selkirk (Más Afuera)
- Gunnera mexicana - Veracruz, Chiapas
- Gunnera mixta - Nova Zelândia
- Gunnera monoica - Nova Zelândia, ilhas Chatham
- Gunnera morae - Colômbia
- Gunnera peltata - ilha Robinson Crusoe
- Gunnera perpensa - África, Madagáscar
- Gunnera peruviana - Equador, Peru
- Gunnera petaloidea - Hawaii
- Gunnera pilosa - Peru, Bolívia, Equador
- Gunnera pittieriana - Venezuela
- Gunnera prorepens- Nova Zelândia
- Gunnera quitoensis - Equador
- Gunnera reniformis - Nova Guiné
- Gunnera saint-johnii - Colômbia
- Gunnera sanctae-marthae - Colômbia
- Gunnera schindleri - Bolivia, Argentina
- Gunnera schultesii - Colômbia
- Gunnera silvioana - Equador, Colômbia
- Gunnera steyermarkii - Venezuela
- Gunnera strigosa- Nova Zelândia
- Gunnera tacueyana - Colômbia
- Gunnera tajumbina - Equador, Colômbia
- Gunnera talamancana - Costa Rica, Panamá
- Gunnera tamanensis - Colômbia
- Gunnera tayrona - Colômbia
- Gunnera tinctoria - Chile, Argentina
- Gunnera venezolana - Venezuela
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Bergman, B.; Johansson, C.; Söderbäck, E. (1992). «The Nostoc–Gunnera symbiosis». New Phytologist. 122 (3). 379 páginas. doi:10.1111/j.1469-8137.1992.tb00067.x [1][ligação inativa]
- ↑ a b c Kew World Checklist of Selected Plant Families
- ↑ «Abbotsbury Gardens celebrates plant's 'monster' leaves». BBC. 14 de outubro de 2011
- ↑ The Garden (London) Vol. 63 # 1631 (February 21, 1903) p. 125.
- ↑ Carl Skottsberg, "The Phanerogams of Juan Fernandez Islands", NATURAL HISTORY OF JUAN FERNANDEZ AND EASTER ISLAND (Uppsala: Almqvist & Wiksells Buktrykeri A.S., 1953) Vol. 2 p.151.
- ↑ Harold St. John, "Gunnera the Magnificent - Giant Herb of Colombia", CHICAGO NATURAL HISTORY MUSEUM BULLETIN, Vol. 30 # 1 (January 1959) p. 3 plus photo on front cover.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- The Gunnera Gallery
- Gunnera magellanica pictures from Chilebosque
- Global Invasive Species database Gunnera tinctoria
- Medicinal plant details Gunnera perpensa
- Gunnera on Achill Island [2]