Fagulha
Uma fagulha é uma partícula incandescente.[1] As fagulhas podem ser produzidas por pirotecnia, pela metalurgia ou como subproduto de incêndios, especialmente na queima de madeira.
Na pirotecnia
[editar | editar código-fonte]Na pirotecnia, carvão, limalha de ferro, alumínio, titânio e ligas de metal como o magnésio podem ser usados para criar fagulhas.[2]
O carbono queima explosivamente no ferro quente e isso produz fagulhas ramificadas.[3]
Fagulhas exóticas podem ser obtidas do pó de érbio. Essas fagulhas alternam entre a combustão da superfície e a fase de vapor e, consequentemente, entre a emissão laranja (corpo preto) e verde (específica do elemento).[4]
Os elementos de terras raras adjacentes, túlio, lutécio e ítrio também podem formar fagulhas que mudam de cor, embora a visibilidade de ambas as fases da mesma fagulha seja menos pronunciada devido a um ponto de ebulição inferior (Tm) ou superior (Y, Lu) do metal.[5]
Metais com baixa condutividade térmica são especialmente bons na produção de fagulhas. O titânio e o zircônio são especialmente bons nesse aspecto e, portanto, agora são usados em fogos de artifício. O cobre, por outro lado, tem alta condutividade, e portanto, não serve para produzir fagulas. Por essa razão, ligas de cobre, como bronze-berílio, são usadas para fazer ferramentas de segurança que não produzam fagulhas tão facilmente.[6]
Pederneira e aço
[editar | editar código-fonte]Robert Hooke estudou as fagulhas criadas ao bater um pedaço de sílex e aço. Ele descobriu que as fagulhas geralmente eram partículas de aço que haviam se tornado vermelhas e então derretidas em glóbulos.[7] Essas fagulhas podem ser usadas para acender o pavio e, assim, iniciar um incêndio.[8]
Na América colonial, pederneira e aço foram usados para acender fogueiras quando métodos mais fáceis falharam. Linho chamuscado era comumente usado como "isca" para pegar a faísca e iniciar o fogo, mas produzir uma boa fagulha, podia levar muito tempo. Uma roda de aço girando fornecia um bom fluxo de faíscas quando usava o mecanismo de pederneira, e uma caixa de pólvora projetada para fazer isso era conhecida como "moinho".[9]
Em um isqueiro moderno ou "pederneira" manual, o ferro é misturado com cério e outras terras raras para formar a liga de ferrocério. Isso produz fagulhas prontamente quando raspado e queima mais quente do que o aço faria. Essa temperatura mais alta é necessária para inflamar o vapor do fluido de isqueiro.[10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ National Fire Protection Association (2005), «Glossary: Spark», User's manual for NFPA 921, ISBN 978-0-7637-4402-1, Jones & Bartlett Learning, p. 411, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Kenneth L. Kosanke; Bonnie J. Kosanke (1999), «Pyrotechnic Spark Generation», ISBN 978-1-889526-12-6, Journal of Pyrotechnics: 49–62
- ↑ Kosanke, Kenneth (2004), Pyrotechnic Chemistry, ISBN 978-1-88952-615-7, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Lederle, Felix; Koch, Jannis; Hübner, Eike G. (21 de fevereiro de 2019). «Colored Sparks». European Journal of Inorganic Chemistry. 2019 (7): 928–937. doi:10.1002/ejic.201801300
- ↑ Lederle, Felix; Koch, Jannis; Schade, Wolfgang; Hübner, Eike G. (31 de janeiro de 2020). «Color-Changing Sparks from Rare Earth Metal Powders». Zeitschrift für anorganische und allgemeine Chemie. 646 (2): 37–46. doi:10.1002/zaac.201900300
- ↑ Per Enghag (2004), Encyclopedia of the elements, ISBN 978-3-52730-666-4, John Wiley and Sons, p. 371, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Robert Hooke (1780), Microscopic observations, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Thomas Webster; Mrs. William Parkes (1855), An encyclopædia of domestic economy, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Alice Morse Earle (Julho de 2009), Home Life in Colonial Days, ISBN 978-1-40685-143-4, pp. 22–23, cópia arquivada em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Hazel Rossotti (2002), Fire: Servant, Scourge, and Enigma, ISBN 978-0-48642-261-9, Courier Dover Publications, p. 24