Equisetaceae
Equisetaceae | |||||||||||||
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Ocorrência: 150–0 Ma | |||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||
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Gêneros | |||||||||||||
Equisetaceae, às vezes chamada de família das cavalinhas, é uma família presente da ordem Equisetales, com um gênero vivente, Equisetum, que compreende cerca de 20 espécies.
Informações gerais
[editar | editar código-fonte]Equisetaceae é a única família vivente das Equisetales, um grupo de grandes árvores fósseis. Essas árvores possuíam nervuras semelhantes às presentes nas cavalinhas modernas. Todos as espécies modernas desse táxon são classificadas no gênero Equisetum.
O parente mais próximo de Equisetum é Pseudobornia, que surgiu no fim do Devoniano, há cerca de 375 milhões de anos. Apesar de sua aparente proximidade filogenética, Pseudobornia é classificado em sua própria ordem, nomeada Pseudoborniales.
No entanto, nem todas as espécies fósseis são atribuíveis a esses dois gêneros. Equisetites é um taxon que une todos os tipos de grandes cavalinhas do Mesozóico e é quase certo que seja parafilético. Mas embora algumas das espécies ali classificadas sejam provavelmente ancestrais das cavalinhas modernas, tem havido relatos de "crescimento secundário" em outras Equisetites, e estas provavelmente representam uma linhagem agora extinta. Equicalastrobus é o nome dado aos fósseis de estróbilos de cavalinha, os quais provavelmente na maior parte, ou totalmente, pertencem às plantas (estéreis) colocadas em Equisetites [1].
Morfologia
[editar | editar código-fonte]No geral, são plantas perenes, terrestres e aquáticas, sendo a maioria rizomatosas (algumas podem até formar raízes). Alguns indivíduos podem atingir até 8 m de altura, mas a maior parte deles não passa de 1 m. Os caules dessa família são rígidos, fotossintéticos e formados por entre-nós de interior oco, ocupados por um canal central maior e canais menores abaixo de sulcos. Já as folhas são verticiladas e reunidas em uma bainha basal, que geralmente possuem menos de 2 cm de comprimento.
Os estróbilos dessa família são formados pela junção dos esporângios, que na maioria são alongados, e se expandem no ápice da planta. Eles também apresentam numerosos espongióforos, dispostos em verticilos. Os esporos dessas plantas são verdes e esféricos, com 4 a 6 elatérios em forma de fita.[2][3]
Diversidade taxonômica
[editar | editar código-fonte]Existem gêneros de origem europeia e americana, podendo ser os descritos abaixo:
Subgênero Equisetum
[editar | editar código-fonte]- Equisetum arvense L.
- Equisetum bogotense HBK.
- Equisetum diffusum D.Don
- Equisetum fluviatile L.
- Equisetum palustre L.
- Equisetum pratense Ehrh.
- Equisetum sylvaticum L.
- Equisetum telmateia Ehrh
Subgênero Hippochaete
[editar | editar código-fonte]- Equisetum giganteum
- Equisetum myriochaetum Schlecht. and Cham.
- Equisetum hyemale L.
- Equisetum laevigatum
- Equisetum ramosissimum Desf.
- Equisetum scirpoides Michx.
- Equisetum umbrosum J.G.F. Meyer ex Wild.
- Equisetum variegatum Schleicher
Lista de espécies brasileiras [4]
[editar | editar código-fonte]- E. giganteum ou E. martii: encontrados no Mato Grosso, Minas Gerais e Pantanal;
- E. pyramidale: usada como planta medicinal;
- E. hyemale L.; E. pyramidale; E. palustrel: América Central e do Sul e aparece no Brasil devido à proximidade geográfica;
- E. arvense: é da Europa, mas cultivada no Brasil para uso medicinal.
Domínios e Estados de ocorrência no Brasil.
[editar | editar código-fonte]A família Equisetaceae é cosmopolita, mas não está presente na Austrália, Nova Zelândia e Antártica.
No entanto, não é endêmica no Brasil, e apresenta somente quinze espécies descritas, representadas por um único gênero. Esse gênero ocorre em vários estados brasileiros, como, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Não são predominantes em domínios como o Cerrado, Mata Atlântica e áreas antropomorfizadas, mas são muito utilizadas como plantas ornamentais de paisagismo.[3][4]
Relações filogenéticas
[editar | editar código-fonte]Atualmente, a divisão que inclui a família Equisetaceae se encontra dentro de Monilófitas, pertencente à grande divisão das traqueófitas (plantas vasculares), a qual se divide em Licófitas e Eufilófitas. Dentro de Monilófitas, incluem-se as classes Equisetopsida, Psilotopsida, Marattiopsida e Polypodiopsida. Esta divisão é proposta por esses grupos apresentarem características comuns como, esporófito ramificado, lignina, xilema e floema, sendo esses quatro primeiros comuns para todas as traqueófitas. Além disso, como sinapomorfia de Monilófitas as características são, caule do tipo sifonostelo e raiz com protoxilema mesarco, circundado por metaxilema.
Equisetaceae dentro de Monilófitas é grupo-irmão de Marattiaceae, pois além de compartilharem as características citadas acima, esse grupo possui três caracteres que servem para diferenciá-lo dos outros, como a estrutura do caule, os esporangióforos e esporos elatérios.[3][5]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Weber, Reinhard (2005): Equisetites aequecaliginosus sp. nov., ein Riesenschachtelhalm aus der spättriassischen Formation Santa Clara, Sonora, Mexiko [Equisetites aequecaliginosus sp. nov., a tall horsetail from the Late Triassic Santa Clara Formation, Sonora, Mexico]. Revue de Paléobiologie 24(1): 331-364 [German with English abstract]. PDf fulltext
- ↑ Simpson, Michael G. (2010). Plant Systematics. London: Academic Press. 1 páginas
- ↑ a b c Judd, Walter S. (2009). Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. Porto Alegre: Artmed. 632 páginas
- ↑ a b «Flora do Brasil 2020». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Pryer K, Schneider H, Magallón S. 2004. The radiation of vascular plants. In: Cracraft J, Donoghue MJ, eds. Assembling the Tree of Life. London: Oxford University Press, 143–144.