[go: up one dir, main page]

Saltar para o conteúdo

Língua inglesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de English language)
Inglês

English

Pronúncia:/ˈɪŋglɪʃ/
Falado(a) em: (ver abaixo)
Total de falantes: ≅ 500 milhões (língua nativa)
≅ 1,4 bilhão (segunda língua)[1][2]
Posição: 1.ª (não nativa) e 4.ª (nativa)
Família: Indo-europeia
 germânica
  germânica ocidental
   anglo-frísia[3]
    ânglica
     Inglês
Escrita: alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: 53 países
Nações Unidas
União Europeia
Comunidade das Nações
Conselho da Europa
OTAN
NAFTA
OEA
OCI
UKUSA
Regulado por: sem regulamentação oficial
Códigos de língua
ISO 639-1: en
ISO 639-2: eng
ISO 639-3: eng
  Países onde o inglês é a língua de facto em azul escuro
  Países onde o inglês é a língua oficial, mas não é a língua de facto

Inglês (English) é uma língua indo-europeia germânica ocidental que surgiu nos reinos anglo-saxônicos da Inglaterra e se espalhou para o que viria a tornar-se o sudeste da Escócia, sob a influência do reino anglo medieval da Nortúmbria. Após séculos de extensa influência da Grã-Bretanha e do Reino Unido desde o século XVIII, através do Império Britânico, e dos Estados Unidos desde meados do século XX,[4][5][6][7] o inglês tem sido amplamente disperso em todo o planeta, tornando-se a principal língua do discurso internacional, uma língua franca em muitas regiões e também é o segundo idioma de muitas pessoas em vários países pelo mundo.[8][9] O idioma é amplamente aprendido como uma segunda língua e usado como língua oficial da União Europeia, das Nações Unidas e de muitos países da Commonwealth, bem como de muitas outras organizações mundiais. É o terceiro idioma mais falado em todo o mundo como primeira língua, depois do mandarim e do espanhol.[10]

Historicamente, o inglês originou-se da fusão de línguas e dialetos, agora coletivamente denominados inglês antigo, que foram trazidos para a costa leste da Grã-Bretanha por povos germânicos (anglo-saxões) no século V, sendo a palavra english derivada do nome dos anglos e, finalmente, de sua região ancestral de Angeln (no que é agora Schleswig-Holstein).[11] Um número significativo de palavras em inglês é construído com base nas raízes do latim, visto que esse idioma foi, de alguma forma, a língua franca da Igreja Cristã e da vida intelectual europeia.[12] O inglês foi mais influenciado pela língua nórdica antiga, devido a invasões viquingues nos séculos VIII e IX.

A conquista normanda da Inglaterra no século XI originou fortes empréstimos do franco-normando e as convenções de vocabulário e ortografia começaram a dar a aparência superficial de uma estreita relação do inglês com as línguas românicas,[13][14] o que agora é chamado de inglês médio. A Grande Mudança Vocálica, que começou no sul da Inglaterra no século XV é um dos eventos históricos que marcam o surgimento do inglês moderno a partir do inglês médio.

Devido à assimilação das palavras de muitos outros idiomas ao longo da história moderna, o inglês contém um vocabulário muito grande. O inglês moderno não só assimilou palavras de outras línguas europeias, mas também de todo o mundo, incluindo palavras do hindi e de origens africanas. O Oxford English Dictionary lista mais de 250 000 palavras distintas no idioma, não incluindo muitos termos técnicos, científicos ou gírias.[15][16]

Ver artigo principal: História da língua inglesa
Primeira página do manuscrito Beowulf.

O inglês é uma língua germânica ocidental que se originou a partir dos dialetos anglo-frísio e saxão antigo trazidos para a Grã-Bretanha por colonos germânicos de várias partes do que é hoje o noroeste da Alemanha, Dinamarca e Países Baixos.[17] Até essa época, a população nativa da Bretanha Romana falava língua celta britânica junto com a influência acroletal do latim, desde a ocupação romana de 400 anos.[18]

Uma das tribos germânicas que chegaram à Grã-Bretanha foram os anglos,[19] que Beda acreditava terem mudado completamente a Bretanha.[20] Os nomes england (de Engla land[21] ou "terra dos anglos") e english (do inglês antigo englisc[22]) são derivados do nome dessa tribo; no entanto saxões, jutos e uma variedade de povos germânicos a partir das costas da Frísia, Baixa Saxônia, Suécia e Jutlândia do Sul também se mudaram para a Grã-Bretanha nesta época.[23][24][25]

Inicialmente, o inglês antigo era um grupo diverso de dialetos, o que reflete as origens variadas dos reinos anglo-saxões da Grã-Bretanha,[26] mas um desses dialetos, o saxão ocidental, por fim passou a dominar e é neste que o poema Beowulf foi escrito.

O inglês antigo mais tarde foi transformado por duas ondas de invasões. O primeiro foi por falantes do ramo linguístico germânico setentrional, quando Haldano e Ivar, o Desossado começaram a conquista e a colonização do norte das Ilhas Britânicas, nos séculos VIII e IX (ver Danelaw). A segunda foi por falantes do normando antigo, uma língua românica, no século XI com a conquista normanda da Inglaterra. O normando desenvolveu-se para anglo-normando e depois para anglo-francês, quando introduziu uma nova gama de palavras, especialmente através dos tribunais e do governo. Além do alargamento do léxico com palavras escandinavas e normandas, estes dois eventos também simplificaram a gramática e transformaram o inglês em uma linguagem de empréstimo, mais aberta para aceitar novas palavras de outras línguas.

As mudanças linguísticas no inglês após a invasão normanda produziu o que é agora conhecido como inglês médio, sendo The Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, a obra mais conhecida.

Durante todo este período o latim, de alguma forma, era a língua franca da vida intelectual europeia, em primeiro lugar o latim medieval da Igreja Cristã, mas depois o latim humanista da Renascença e aqueles que escreveram ou copiaram textos em latim[12] comumente cunharam novos termos do idioma para se referir a coisas ou conceitos para os quais não havia nenhuma palavra nativa existente no inglês.

O inglês moderno, que inclui as obras de William Shakespeare[27] e a Bíblia King James, é geralmente datado de cerca de 1550, e quando o Reino Unido se tornou uma potência colonial, o idioma serviu como língua franca das colônias do Império Britânico. No período pós-colonial, algumas das nações recém-criadas que tinham várias línguas nativas optaram por continuar a empregar o inglês como língua franca para evitar as dificuldades políticas inerentes à promoção de qualquer língua própria acima das outras. Como resultado do crescimento do Império Britânico, o inglês foi adoptado na América Anglo-Saxônica, Índia, África, Austrália e em muitas outras regiões, uma tendência alargada com o surgimento dos Estados Unidos como uma superpotência em meados do século XX, nomeadamente após a Segunda Guerra Mundial.

Distribuição geográfica

[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Anglofonia e América Anglo-Saxônica


  Estados Unidos (66%)
  Reino Unido (16.7%)
  Canadá (5.3%)
  Austrália (4.7%)
  África do Sul (1.3%)
  Irlanda (1.1%)
  Nova Zelândia (0.2%)
  Outro (4.7%)

Cerca de 375 milhões de pessoas falam inglês como sua primeira língua.[28] O inglês hoje é provavelmente a terceira maior língua em número de falantes nativos, depois do chinês mandarim e do espanhol.[10][29] No entanto, quando se combina nativos e não nativos é provavelmente a língua mais falada no mundo, embora eventualmente a segunda, ficando atrás de uma combinação dos idiomas chineses (dependendo ou não das distinções esses idiomas são classificados como "línguas" ou "dialetos").[30][31]

As estimativas que incluem falantes do inglês como segunda língua variam entre 470 milhões a mais de um bilhão, dependendo de como a alfabetização ou o domínio é definido e medido.[32][33] O professor de Linguística David Crystal calcula que os não-falantes já superam o número de falantes nativos em uma proporção de 3-1.[34]

Os países com maior população de falantes nativos de Inglês são, em ordem decrescente: Estados Unidos (215 milhões),[35] Reino Unido (61 milhões),[36] Canadá (18,2 milhões),[37] Austrália (15,5 milhões),[38] Nigéria (4 milhões),[39] Irlanda (3,8 milhões),[36] África do Sul (3,7 milhões),[40] e Nova Zelândia (3,6 milhões), conforme censo de 2006.[41] Entretanto, apesar de os Estados Unidos ser o país com o maior número de nativos que falam esta língua, o inglês não é o idioma oficial do país, que não têm, em sua Constituição, a designação de um idioma oficial, ao contrário do Brasil, por exemplo, que define o português como sua língua constitucional.[42] É possível, inclusive, que cada estado norte-americano adote a língua que quiser como a sua oficial, bastando para isso criar um artigo em sua legislação estadual.[43]

Países como as Filipinas, Jamaica e Nigéria também têm milhões de falantes nativos de dialetos contínuos que vão do crioulo de base inglesa à versão mais padrão do inglês. Dessas nações onde o inglês é falado como segunda língua, a Índia tem o maior número de falantes (inglês indiano). Crystal afirma que, combinando os falantes nativos e não nativos, a Índia agora tem mais pessoas que falam ou entendem o inglês do que qualquer outro país do mundo.[44][45]

Idioma global

[editar | editar código-fonte]

O inglês deixou de ser uma "linguagem inglesa", no sentido de pertencer apenas às pessoas que são etnicamente inglesas.[46][47] O uso do idioma está crescendo ao redor do mundo para a comunicação internacional. A maioria das pessoas aprendem inglês por razões práticas, em vez de ideológicas.[48] Muitos falantes do inglês na África tornaram-se parte de uma comunidade linguística "afro-saxã" que une africanos de diferentes países.[49]

O inglês moderno, por vezes descrito como a primeira língua franca global,[50][51] também é considerado como a primeira língua mundial.[52][53] O idioma é o mais usado do mundo em publicações de jornais e livros, nas telecomunicações internacionais, na publicação científica, no comércio internacional, no entretenimento de massa e na diplomacia.[53] O inglês é, por um tratado internacional, a base para as línguas naturais controladas.[54] Seaspeak e Airspeak são utilizadas como línguas internacionais auxiliares de navegações marítimas[55] e da aviação.[56] O inglês substituiu o alemão como língua dominante na pesquisa científica[57] e atingiu paridade com o francês como uma língua diplomática após as negociações do Tratado de Versalhes em 1919.[58]

Na época da fundação da Organização das Nações Unidas no fim da Segunda Guerra Mundial, o inglês tornou-se proeminente[59] e é agora a principal língua em todo o mundo das relações internacionais,[60] além de ser uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas.[61] Muitas outras organizações internacionais em todo o mundo, como o Comitê Olímpico Internacional e a União Europeia, especificam o inglês como sua língua de trabalho ou oficial. Apesar de na maioria dos países o inglês não ser uma língua oficial, é atualmente a língua mais frequentemente ensinada como língua estrangeira.[50][34]

Alfabeto inglês

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Alfabeto inglês

O inglês é escrito no alfabeto latino, sem nenhum carácter especial. Há aparentes exceções em palavras que mantém a grafia estrangeira, como naïve, Noël e fête. Os nomes das letras são os seguintes:

A B C D E F G H I J K L M
nome a bee cee dee e ef gee aitch i jay kay el em
pronúncia (IPA) /ˈeɪ/ /ˈbiː/ /ˈsiː/ /ˈdiː/ /ˈiː/ /ˈεf/ /ˈdʒiː/ /ˈeɪtʃ/ /ˈaɪ/ /ˈdʒeɪ/ /ˈkeɪ/ /ˈεɫ/ /ˈεm/
N O P Q R S T U V W X Y Z
nome en o pee cue ar ess tee u vee double-u ex wye zee (EUA) ou zed (R.U.)
pronúncia (IPA) /ˈɛn/ /ˈoʊ/ /ˈpiː/ /ˈkjuː/ /ˈɑr/ /ˈɛs/ /ˈtiː/ /ˈjuː/ /ˈviː/ /ˈdʌbəɫjuː/ /ˈɛks/ /ˈwaɪ/ /ˈziː/ ou /ˈzed/
AFI Descrição exemplo
monotongos
i/iː alta, anterior, não-arredondada bead
ɪ média alta, central anterior, não-arredondada bid
ɛ média baixa, anterior, não-arredondada bed
æ média baixa, anterior, não-arredondada bad
ɒ baixa, posterior, arredondada box[nota 1]
ɔ/ɑ média baixa, posterior, arredondada pawed[nota 2]
ɑ/ɑː baixa, posterior, não-arredondada bra
ʊ média alta, central posterior good
u/uː alta, posterior, arredondada booed[nota 3]
ʌ/ɐ/ɘ média baixa, posterior, não-arredondada; média baixa, central bud
ɜː ou
ɝ
média baixa, central, não-arredondada ou
retroflexa
bird[nota 4]
ə média baixa, posterior, não-arredondada Rosa's[nota 5]
ɨ alta, central, não-arredondada roses[nota 6]
Ditongos
e(ɪ)/eɪ média alta, anterior, não-arredondada
alta, anterior não-arredondada
bayed[nota 7]
o(ʊ)/əʊ média alta, posterior, arredondada
média alta, central posterior
bode[nota 7]
baixa, anterior, não-arredondada
média alta, central anterior, não-arredondada
cry
baixa, anterior, não-arredondada
média alta, central posterior
bough
ɔɪ média baixa, posterior, arredondada
alta, anterior, não-arredondada
boy
ʊɚ/ʊə média alta, central posterior
média baixa, posterior, não arredondada
boor[nota 8]
ɛɚ/ɛə/eɚ média baixa, anterior, não-arredondada
média baixa, posterior, não arredondada
fair[nota 9]

Este é o sistema de consoantes da língua inglesa, transcritos com os símbolos do Alfabeto Fonético Internacional (AFI).

  Bilabiais Labio-
dentais
Dentais Alveolares Palato-
alveolares
Palatais Velares Labio-
velares
Glotal
Nasais m     n     ŋ[nota 10]  
Plosivas p  b     t  d     k  ɡ  
Africadas         tʃ  dʒ[nota 11]      
Fricativas   f  v θ  ð[nota 12] s  z ʃ  ʒ[nota 11] ç[nota 13] x[nota 14] h
Vibrante simples       ɾ[nota 15]        
Aproximantes       ɹ[nota 11]   j   ʍ  w[nota 16]  
Lateral       l        

A língua inglesa possui um sistema de inflexão muito simples, se comparado com a maioria das línguas indo-europeias. Não tem gênero gramatical, pois os adjetivos são invariáveis. Há entretanto, resquícios de flexão casual (o genitivo saxônico e pronomes oblíquos).[carece de fontes?]

Os verbos regulares têm apenas 6 formas distintas, duas das quais não se usam mais.

Ex: love (forma básica), lovest (2ª pessoa singular do presente do indicativo ativo — obsoleta), loves ou loveth (3ª pessoa singular do presente do indicativo ativo — a segunda é obsoleta), loved (particípio passado e todas as pessoas menos a segunda singular do pretérito simples ativo), lovedst (2.ª pessoa singular do pretérito simples ativo — obsoleta) e loving (particípio presente e gerúndio).[carece de fontes?]

Não há formas passivas sintéticas, mas apenas três modos: indicativo, imperativo e subjuntivo, este raramente usado.[carece de fontes?]

Influência da língua francesa

[editar | editar código-fonte]
Influências no vocabulário inglês

Devido à afluência das palavras de origem francesa a partir da invasão normanda em 1066, há em inglês pares de palavras usadas em contextos específicos e que correspondem a uma só nas línguas faladas em áreas próximas da Inglaterra. Notadamente, há, em inglês, uma palavra para designar o animal vivo (normalmente de origem anglo-saxã) e uma para a carne dele (normalmente, de origem francesa). Exemplo: ox (do anglo-saxão oxa), para designar o boi, e beef (do francês boef ou buef), para a carne de boi. Um outro exemplo é para festa de casamento e a instituição. A festa tem o nome de wedding, enquanto a instituição, marriage, que vem do francês marriage.[carece de fontes?]

Outros exemplos de palavras de origem francesa:

  • résumé — curriculum vitae
  • royal — referente à realeza
  • hors d'oeuvres — aperitivos
  • arrive — do francês ariver, chegar
  • sublime — do francês sublime
  • challenge — do antigo francês chalengier, desafiar
  • toilet — do francês toilette, banheiro
  • fiancé/fiancée — noivo/noiva
  • language — do antigo francês langage
  • café — o estabelecimento, não a bebida
Notas
  1. O inglês norte-americano não tem este som; palavras com este som são pronunciadas com /ɑ/ ou /ɔ/.
  2. Alguns dialetos norte americanos não têm esta vogal.
  3. A letra U pode representar tanto /u/ quanto /ju/. Na pronúncia inglesa, se /ju/ ocorrem após /t/, /d/, /s/ ou /z/, isso normalmente provoca palatização e tais consoantes tornam-se, respectivamente, /ʨ/, /ʥ/, /ɕ/ e /ʑ/, como em tune, during, sugar, e azure. No inglês norte-americano, a palatização não acontece normalmente, a não se que /ju/ seja seguido de r, resultando que /(t, d,s, z) jur/ tornem-se, respectivamente, /tʃɚ/, /dʒɚ/, /ʃɚ/ and /ʒɚ/, como em nature, verdure, sure, e treasure.
  4. A variante norte-americana deste som é uma vogal matizada de r.
  5. Muitos falantes do inglês norte-americano não distinguem entre estas duas vogais átonas. Pronunciam roses e Rosa's do mesmo jeito e o símbolo usado é este: /ə/.
  6. cm">Este som é comumente transcrito /i/ ou /ɪ/.
  7. a b Os ditongos /eɪ/ e /oʊ/ são monotongalizados por muitos falantes do inglês padrão norte-americano, respectivamente, em: /eː/ e /oː/
  8. Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, este som seria /ʊə/, /ɔ:/.
  9. Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, o /ə/ é suprimido, ficando uma vogal longa /ɛ:/.
  10. A nasal velar [ŋ] é um alofone de /n/ em alguns sotaques do norte da Grã-bretanha, aparecendo apenas antes de /k/ e /g/. Em todos os outros dialetos, é um fonema separado, embora apareça apenas em fim de sílaba.
  11. a b c Os sons /ʃ/, /ʒ/, e /ɹ/ são labializados em alguns dialetos. A labialização nunca é contrastiva na posição inicial e, consequentemente, não é transcrita. A maioria dos falantes do inglês estadunidense e canadense pronuncia "r" (sempre rotizado) como /ɻ/, enquanto que o mesmo é pronunciado no inglês escocês e outros dialetos como vibrante múltipla alveolar.
  12. Em alguns dialetos, como o cockney, as interdentais /θ/ e /ð/ são usualmente misturadas com /f/ e /v/, e em outros, como o inglês vernáculo afro-americano, /ð/ é misturado com a dental /d/. Em algumas variedades irlandesas, /θ/ e /ð/ tornam-se as plosivas dentais correspondentes, que então contrastam com as plosivas alveolares.
  13. A fricativa palatal surda /ç/ é, na maioria dos sotaques, apenas um alofone de /h/ antes de /j/; por exemplo human /çjuːmən/. Contudo, em alguns sotaques (veja isto), o /j/ desaparece, mas a consoante inicial é a mesma.
  14. A fricativa velar surda /x/ é usada por falantes escoceses e galeses em palavras como loch /lɒx/ ou por alguns falantes em palavras emprestadas do alemão ou hebraico, como Bach /bax/ ou Chanukah /xanuka/. /x/ também ocorre no inglês sul-africano. Em alguns dialetos como o scouse (de Liverpool) tanto [x] quanto a africada [kx] podem ser usadas como alofones de /k/ em palavras como docker [dɒkxə]. A maioria dos falantes nativos tem grande dificuldade para pronunciar esse fonema corretamente quando aprendem outras línguas. A maioria usa os sons [k] e [h] no lugar.
  15. A vibrante simples alveolar [ɾ] é um alofone de /t/ e /d/ em sílabas átonas no inglês estadunidense, no canadense e no australiano.[62] Esse é o som das letras tt e dd nas palavras latter e ladder, que são homófonas para muitos falantes do inglês na América do Norte. Em alguns sotaques, como o inglês escocês e o indiano, ele substitui /ɹ/. É o mesmo som representado por um r simples do português.
  16. O w surdo [ʍ] é encontrado no inglês da Escócia e da Irlanda e em algumas variedades da Nova Zelândia, dos Estados Unidos e da Inglaterra. Na maioria dos outros dialetos, ele é misturado com /w/, e, em alguns dialetos escoceses, com /f/.
Referências
  1. Ethnologue (1984 estimate); The Triumph of English, The Economist, Dec. 20, 2001; Ethnologue (1999 estimate); «20,000 Teaching Jobs» (em inglês). Oxford Seminars. Consultado em 18 de fevereiro de 2007 [ligação inativa] 
  2. «Lecture 7: World-Wide English». EHistLing. Consultado em 26 de março de 2007. Arquivado do original em 1 de abril de 2007 
  3. Bunse, Heinrich Adam Wilhelm (1983). Iniciação à filologia germânica. [S.l.]: Ed. da UFRGS. 79 páginas 
  4. Ammon, pp. 2245–2247.
  5. Schneider, p. 1.
  6. Mazrui, p. 21.
  7. Howatt, pp. 127–133.
  8. Crystal, pp. 87–89.
  9. Wardhaugh, p. 60.
  10. a b «Ethnologue, 1999». Consultado em 14 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 29 de abril de 1999 
  11. «English – Definition from the Merriam-Webster Online Dictionary». Merriam-webster.com. 25 de abril de 2007. Consultado em 2 de janeiro de 2010 
  12. a b «Old English language – Latin influence». Spiritus-temporis.com. Consultado em 2 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 31 de agosto de 2011 
  13. «Words on the brain: from 1 million years ago?». History of language. Consultado em 5 de setembro de 2010 
  14. Albert C. Baugh & Thomas Cable (1978). «Latin Influences on Old English». An excerpt from Foreign Influences on Old English. Consultado em 5 de setembro de 2010 
  15. «How many words are there in the English Language?». Oxforddictionaries.com 
  16. «Vista Worldwide Language Statistics». Vistawide.com. Consultado em 31 de outubro de 2010 
  17. Blench, R.; Spriggs, Matthew (1999). Archaeology and Language: Correlating Archaeological and Linguistic Hypotheses. [S.l.]: Routledge. pp. 285–286. ISBN 9780415117616 
  18. "The Roman epoch in Britain lasted for 367 years", Information Britain website
  19. «Anglik English language resource». Anglik.net. Consultado em 21 de abril de 2010 
  20. «Bede's Ecclesiastical History of England | Christian Classics Ethereal Library». Ccel.org. 1 de junho de 2005. Consultado em 2 de janeiro de 2010 
  21. Bosworth, Joseph; Toller, T. Northcote. «Engla land». An Anglo-Saxon Dictionary (Online). Prague: Charles University 
  22. Bosworth, Joseph; Toller, T. Northcote. «Englisc». An Anglo-Saxon Dictionary (Online). Prague: Charles University 
  23. Collingwood, R. G.; et al (1936). «The English Settlements. The Sources for the period: Angles, Saxons, and Jutes on the Continent». Roman Britain and English Settlements. Oxford, England: Clarendon. pp. 325 et sec. ISBN 0819611603 
  24. «Linguistics Research Center Texas University». Utexas.edu. 20 de fevereiro de 2009. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 20 de fevereiro de 2016 
  25. «The Germanic Invasions of Western Europe, Calgary University». Ucalgary.ca. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 23 de maio de 2007 
  26. David Graddol, Dick Leith, and Joan Swann, English: History, Diversity and Change (New York: Routledge, 1996), 101.
  27. See Cercignani, Fausto, Shakespeare's Works and Elizabethan Pronunciation, Oxford, Clarendon Press, 1981.
  28. Curtis, Andy. Color, Race, And English Language Teaching: Shades of Meaning. 2006, page 192.
  29. CIA World Factbook, Field Listing — Languages (World).
  30. Languages of the World (Charts) Arquivado em 27 de setembro de 2011, no Wayback Machine., Comrie (1998), Weber (1997), e o Summer Institute for Linguistics (SIL) 1999 Ethnologue Survey. Disponível em The World's Most Widely Spoken Languages Arquivado em 27 de setembro de 2011, no Wayback Machine.
  31. Mair, Victor H. (1991). «What Is a Chinese "Dialect/Topolect"? Reflections on Some Key Sino-English Linguistic Terms» (PDF). Sino-Platonic Papers 
  32. «English language». Columbia University Press. 2005. Consultado em 26 de março de 2007 
  33. 20,000 Teaching [ligação inativa]
  34. a b Crystal 2003a.
  35. «U.S. Census Bureau, Statistical Abstract of the United States: 2003, Section 1 Population» (PDF). U.S. Census Bureau. pp. 59 pages  Tabela 47 apresenta o valor de 214.809.000 para as pessoas a partir dos cinco anos de idade que falam exclusivamente inglês em casa. Com base na American Community Survey, esses resultados excluem aqueles que vivem em comunidades (tais como dormitórios universitários, instituições e casas do grupo), e por definição exclui falantes nativos de inglês que falam mais de uma língua em casa.
  36. a b The Cambridge Encyclopedia of the English Language, Second Edition, Crystal, David; Cambridge, UK: Cambridge University Press, [1995] (2003-08-03).
  37. Population by mother tongue and age groups, 2006 counts, for Canada, provinces and territories–20% sample data, Census 2006, Statistics Canada.
  38. Census Data from Australian Bureau of Statistics Língua principal falada em casa. A figura é o número de pessoas que somente falam inglês em casa.
  39. Figuras são os falantes do naijá, um pidgin ou crioulo baseado no inglês. Ihemere dá um intervalo de cerca de 3 a 5 milhões de falantes nativos, o ponto médio do intervalo é usado na tabela. Ihemere, Kelechukwu Uchechukwu. 2006. "A Basic Description and Analytic Treatment of Noun Clauses in Nigerian Pidgin." Nordic Journal of African Studies 15(3): 296–313.
  40. Census in Brief Arquivado em 9 de agosto de 2007, no Wayback Machine., page 15 (Table 2.5), 2001 Census, Statistics South Africa
  41. «About people, Language spoken». Statistics New Zealand. 2006 census. 2006. Consultado em 28 de setembro de 2009. Arquivado do original em 15 de outubro de 2009  (links to Microsoft Excel files)
  42. «Art. 13 da Constituição Federal de 88». JusBrasil. Consultado em 18 de agosto de 2015 
  43. «Você sabia que os Estados Unidos não têm uma língua oficial?». Terra Educação. Consultado em 18 de agosto de 2015 
  44. Subcontinent Raises Its Voice, Crystal, David; Guardian Weekly: Friday 19 November 2004.
  45. Yong Zhao; Keith P. Campbell (1995). "English in China". World Englishes 14 (3): 377–390. Hong Kong contributes an additional 2.5 million speakers (1996 by-census).
  46. Romaine 1999, p. 5.
  47. Svartvik & Leech 2006, p. 1.
  48. Kachru 2006, p. 195.
  49. Mazrui & Mazrui 1998.
  50. a b Graddol 2006.
  51. Meierkord 2006, p. 165.
  52. Brutt-Griffler 2006, p. 690–91.
  53. a b Northrup 2013.
  54. Wojcik 2006, p. 139.
  55. International Maritime Organization 2011.
  56. International Civil Aviation Organization 2011.
  57. Gordin 2015.
  58. Phillipson 2004, p. 47.
  59. ConradRubal-Lopez 1996, p. 261.
  60. Richter 2012, p. 29.
  61. United Nations 2008.
  62. Cox, Felicity (2006). «Australian English Pronunciation into the 21st century» (PDF). Prospect. 21: 3–21. Consultado em 22 de julho de 2007. Arquivado do original (PDF) em 24 de julho de 2007 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikcionário Definições no Wikcionário
Wikilivros Livros e manuais no Wikilivros
Wikiquote Citações no Wikiquote