Bira
Bira | |
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Bira durante a gravação do Programa do Jô | |
Informação geral | |
Nome completo | Ubirajara Penacho dos Reis |
Também conhecido(a) como | Bira do Jô |
Nascimento | 5 de setembro de 1934 |
Local de nascimento | Salvador Brasil |
Morte | 22 de dezembro de 2019 (85 anos) |
Local de morte | São Paulo |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | jazz |
Ocupação(ões) | baixista |
Instrumento(s) | baixo |
Modelos de instrumentos | Music Man, Jazz Bass |
Afiliação(ões) | Sexteto do Jô, Silvio Santos, Chacrinha |
Ubirajara Penacho dos Reis (Salvador, 5 de setembro de 1934 — São Paulo, 22 de dezembro de 2019), mais conhecido como Bira, foi um músico brasileiro.[1][2]
Tornou-se conhecido por tocar baixo elétrico no Sexteto do Jô, que se apresentava diariamente no Programa do Jô, sempre seguindo as piadas do apresentador com um riso peculiar.[1] Foi o segundo membro da formação original do sexteto a morrer, depois de Rubinho, morto em 1999 e com quem estava desde a formação inicial como quarteto e depois quinteto, acompanhando o apresentador desde 1989.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]"Ubirajara Penacho dos Reis! Baiano que já nasceu com nome de poeta e sensibilidade de artista. Posso defini-lo numa frase: seu talento ainda é maior do que a sua gargalhada".
O músico era autodidata, construiu uma afinidade com o baixo quando fez parte do coral universitário da Universidade Federal da Bahia.[4][5] Era torcedor do Bahia e, depois, morando em São Paulo, do Corinthians.[6]
Segundo informou num artigo, sua família queria que fosse médico, mas ele desistira de tentar a carreira após assistir a uma autópsia e, fã de samba-canção, bolero, jazz e da incipiente bossa nova, inciou a carreira artística como cantor, atuando em bandas da capital baiana que teve inicio no "Quinteto Melódico Itapuã" e depois junto a um quarteto que se apresentava na boate Montecarlo e depois no Hotel da Bahia junto a um trio do pianista Jessildo Caribé, parente do conhecido pintor argentino, durante as décadas de 1950 e 1960.[7]
No meio artístico de Salvador conheceu artistas como Elizeth Cardoso ou Wilson Simonal, mas foi por influência de Luiz Chaves, do Zimbo Trio, que resolveu se dedicar ao contrabaixo. Participou do I Festival de Bossa Nova da Bahia, evento que trazia artistas ainda desconhecidos como Gilberto Gil e Caetano Veloso.[7] Sobre isso, declarou: “Lá vi o Luiz Chaves, do Zimbo Trio. Não sosseguei enquanto não aprendi a segurar no contrabaixo da mesma forma que ele. Vendo isso, o Luiz Chaves disse que eu levava jeito e me incentivou a estudar. Pergunta se eu estudei?” Marcou ainda neste período a apresentação que fizera na cidade de Senhor do Bonfim, próxima de Juazeiro, e lá também estava um jovem tímido que também se apresentaria: João Gilberto, que mais tarde revolucionaria a música brasileira com a canção "Chega de Saudade"[1]
Ainda no final dos anos 60 mudou-se para o sul, como faziam os artistas baianos na época, radicando-se em São Paulo. Nesta cidade frequentou o meio artístico até que foi indicado pelo músico Chu Viana para tocar com o Chacrinha; usando um instrumento emprestado, atuou ali por seis meses até quando o apresentador mudou seu programa para o Rio de Janeiro.[1] Foi então convidado por Silvio Santos, em 1970, para trabalhar em seu programa, o que lhe introduziu definitivamente no meio televisivo brasileiro e viria definir sua trajetória.[7] Trabalhou com Santos até 1999, atuando portanto também junto a Jô Soares por 11 anos.[1]
Dos integrantes da banda, Bira era aquele com quem o Jô Soares mais interagia; o apresentador, que dera um personagem a cada músico, declarou certa feita: "Derico, que é o que sabe tudo; o Bira, que tem aquela gargalhada que é um presente, e assim por diante".[8]
Sobre a forma como soube do término do programa, que acompanhara por 29 anos, Bira declarou numa entrevista à RedeTV!: "A notícia chegou aqui com um telefonema: 'tal dia, todo mundo na Globo'. 10h, no quinto andar, encontro na mesa um rapaz chamado Otávio, eu trabalhei com ele no SBT. Eu fui pondo a mão na mesa para me sentar, ele falou: 'O Programa do Jô acabou'. Eu dei risada. A vida lá dentro só tinha riso".[9] Ele acrescentou, em outra entrevista sobre o final do programa, em 2016: "Sinto muita falta. Minha mulher fala que eu não estava preparado para o término do programa, e não estava mesmo. Tomei um soco no queixo que ainda não levantei".[7]
Junto ao pianista Osmar Barutti, que conhecera no programa do Jô e de quem viria a ser vizinho e amigo, criou o Bira Bossa Jazz, com o qual se apresentava.[7] Tinha quatro filhos, um dos quais o DJ e publicitário David Reis, que prestou uma homenagem ao pai um mês antes de sua morte, realizando a gravação da música "Father", que marcava sua trajetória e com sua participação. Com a morte do músico, entretanto, o projeto foi lançado em Salvador apenas em 2024, com o nome de "BAIYA" e no estilo house. Bira também era pai de Danilo (administrador de empresas), Daniel (jornalista),[10] e Tânia, de seu casamento em 1968 com a também baiana Alzeny.[1]
Morte
[editar | editar código-fonte]Bira teve um AVC em 20 de dezembro de 2019, e faleceu em 22 de dezembro, após ser internado no Hospital Sancta Maggiore, na Mooca, São Paulo.[11][12][9]
O cantor Nando Reis declarou, na ocasião: "Sua alegria contagiante era fundamental para quebrar o nervosismo que sempre toma conta de mim quando tenho que fazer televisão. Sua risada inconfundível era uma marca do programa". Serginho Groisman também se manifestou: "Ótimo instrumentista, era uma companhia alegre nos corredores por onde trabalho".[6]
Trabalhos
[editar | editar código-fonte]- Jô Soares Onze e Meia, no SBT - (1991 a 1999)
- Programa do Jô, na TV Globo - (2000 a 2016)
Discografia
[editar | editar código-fonte]- com a Banda do Programa do Jô
- 1992 - Quinteto Onze e Meia.
- 2000 - Jô Soares e O Sexteto - Ao Vivo no Tom Brasil.
- Participação em Outros Projetos
- 1984 - Filó Machado - Canto Fatal[13]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g Washington Araújo (22 de outubro de 2008). «A musicalidade de Bira, um artista irreverente». Brasileiros (revista). Arquivado do original em 24 de abril de 2016
- ↑ «Morre aos 85 anos Bira, baixista carismático do Sexteto de Jô Soares». R7.com. 22 de dezembro de 2019. Consultado em 22 de dezembro de 2019
- ↑ «Morre guitarrista do 'Quinteto Onze e Meia' de Jô Soares». Folha de S. Paulo. 12 de fevereiro de 1999. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 2 de maio de 2021
- ↑ «Parceria do músico Bira e de Jô Soares é lembrada por fãs após morte do apresentador». Diário do Nordeste. 5 de agosto de 2022. Consultado em 9 de agosto de 2022
- ↑ «Jô Soares diz que falava esporadicamente com Bira e que o músico tinha 'uma intensa alegria'». F5. 23 de dezembro de 2019. Consultado em 9 de agosto de 2022
- ↑ a b «Famosos lamentam a morte de Bira, do sexteto do Programa do Jô». TV e Famosos UOL. 22 de dezembro de 2019. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 6 de abril de 2023
- ↑ a b c d e Helder Maldonado. «Cantor que virou baixista por acaso, Bira foi o xodó do programa do Jô». R7. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 20 de novembro de 2023
- ↑ Renata Nogueira. «Derico, Tomati e companhia: por onde andam os integrantes do sexteto do Jô?». www.uol.com.br. Consultado em 9 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 29 de julho de 2023
- ↑ a b Guilherme Machado (22 de dezembro de 2019). «Morre Bira, do sexteto do Programa do Jô, aos 85 anos». UOL. Consultado em 22 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 6 de abril de 2023
- ↑ Yuri Da BS (17 de janeiro de 2024). «Filho de Bira, baixista de Jô Soares, homenageia o pai com house music». Billboard. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2024
- ↑ «Músico baiano Bira, da banda de Jô Soares, sofre AVC e é internado em São Paulo». Jornal Correio. 20 de dezembro de 2019. Consultado em 2 de março de 2023
- ↑ «Bira, músico do programa do Jô Soares, sofre AVC e está internado». UOL. 20 de dezembro de 2019. Consultado em 22 de dezembro de 2019
- ↑ discosdobrasil.com.br/