Aloysio de Oliveira
Aloysio de Oliveira | |
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Informação geral | |
Nascimento | 30 de dezembro de 1914 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, DF |
Morte | 4 de fevereiro de 1995 (80 anos) |
Local de morte | Los Angeles, EUA |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | samba bossa nova |
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Afiliação(ões) |
Aloysio de Oliveira[nota 1] (Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1914 - Los Angeles, 4 de fevereiro de 1995) foi um produtor musical, cantor, compositor, dublador, músico e locutor brasileiro.[1] Oliveira foi uma figura-chave na internacionalização da música popular brasileira. Ele participou de toda a carreira de Carmen Miranda no exterior, como membro e fundador do Bando da Lua, um conjunto musical criado em 1929. Após a morte de Carmen Miranda em 1955, o grupo se desfez.[2]
De volta ao Brasil, Oliveira assumiu a direção da Odeon Records e, em 1963, fundou a emblemática gravadora Elenco. Sob sua liderança, a Elenco lançou dezenas de discos e revelou importantes nomes da bossa nova, como Tom Jobim.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Carioca, Aloysio de Oliveira nasceu em 1914 na Vila Martins da Mota, no bairro do Catete. Desde pequeno, desenvolveu uma forte relação com a música.[4]
A formação do Bando da Lua representou sua primeira grande experiência na música popular. Por volta de 1928, o conjunto gravou seu primeiro disco na Brunswick Records, com as faixas "Que Tal a Vida" e "Tá de Mona", tendo Aloysio como solista de um lado e Castro Barbosa do outro. Castro, posteriormente, formou uma dupla com Jonjoca (João de Freitas Ferreira), nos moldes de Mário Reis e Francisco Alves. Em 1930, o Bando da Lua transferiu-se para a Odeon Records, onde gravou a canção "Opa! Olha a Funzonca Que Hoje Não Tá Sopa", que se tornou o primeiro grande sucesso do conjunto. Contudo, foi na RCA Records, em 1932, que o grupo realmente se projetou nacionalmente, lançando até 1939 cerca de 60 discos.
Mais tarde, em 1939, Aloysio viajou para os Estados Unidos com Carmen Miranda.[5] Em 1940, de volta ao Brasil, ele fez várias gravações, incluindo "O Samba da Minha Terra", de Dorival Caymmi, que se tornou um grande sucesso.[6]
Na década de 1940, Aloysio começou a trabalhar com Walt Disney em trilhas sonoras e na dublagem brasileira dos filmes do estúdio. Ele foi o diretor de criação da Disney Character Voices International Inc. de 1941 até 1974, quando foi substituído por Telmo de Avelar. Aloysio também atuou como consultor da Disney no Brasil, contribuindo para a criação do personagem Zé Carioca. Além disso, foi narrador de documentários e dublador de desenhos animados, sendo responsável pelas falas do Capitão Gancho no filme Peter Pan e do Tigrão em As Extras Aventuras do Ursinho Puff.[7]
Em 1942, Aloysio cantou "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, no filme Alô, Amigos.[8] No ano seguinte, em Você Já Foi à Bahia? (1944), participou tanto como ator quanto na trilha sonora. Além disso, dirigiu o Bando da Lua em sua nova fase, de 1949 até seu término, ocorrido em 5 de agosto de 1955, com a morte de Carmen Miranda. Após essa perda, o grupo se desfez, e Aloysio retornou ao Brasil no ano seguinte, onde se tornou diretor artístico da gravadora Odeon (atual EMI) e atuou na Rádio Mayrink Veiga, junto com Aurora Miranda e Vadico.
Em 1959, ele foi responsável pelo lançamento do LP Chega de Saudade, de João Gilberto, um marco da bossa nova.[10] No ano seguinte, transferiu-se da Odeon para a Philips (atual Universal Music), onde permaneceu por oito meses.
Em 1963, Aloysio fundou sua própria gravadora, a Elenco Records, onde lançou importantes nomes da música popular brasileira, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes (sendo o primeiro LP da Elenco Vinicius & Odete Lara[11]), Baden Powell, Sergio Mendes, João Donato, Dick Farney e Sylvia Telles, além das estreias de Edu Lobo e Nara Leão.[12] Ele também produziu álbuns antológicos, como Caymmi visita Tom, Vinicius & Caymmi no Zum Zum e Edu e Bethania, assim como o álbum ao vivo de Maysa no Au Bon Gourmet.[13]
Foi na década de 1960 que Aloysio compôs diversas canções célebres em parceria com Tom Jobim, incluindo "Dindi", "Só Tinha de Ser com Você", "Inútil Paisagem" e "Eu Preciso de Você".[14] Em 1968, após a extinção da Elenco, ele voltou aos Estados Unidos, onde produziu discos de artistas brasileiros na Warner Music.[15] Retornou ao Brasil em 1972, atuando como produtor musical em diversas gravadoras, como Odeon, RCA Victor e Som Livre. Onze anos depois, em 1983, publicou o livro de memórias De Banda pra Lua (Ed. Record).
Mais recentemente, em 2004 e 2005, alguns discos do selo Elenco foram remasterizados e lançados em CD pela Universal Music. Em setembro de 2011, o Canal Brasil exibiu o especial Elenco – A Casa da Bossa Nova, uma minissérie dividida em cinco episódios, apresentada por Charles Gavin, que narra a história da lendária gravadora comandada por Aloysio. A série conta com depoimentos de César Villela e do jornalista Ruy Castro.[16]
Vida pessoal e morte
[editar | editar código-fonte]Aloysio casou-se pela primeira vez em 1944 com Nora, uma secretária da Disney, com quem teve uma filha, Luise. Seu segundo casamento foi com Nikky Walker. Em 1960, casou-se em Las Vegas com Sylvia Telles, cantora que ele lançou, mas o casal se divorciou em 1964.
Posteriormente, Aloysio casou-se com a cantora Cyva, do Quarteto em Cy. Nos anos 1930, teve um romance com Carmen Miranda, com quem manteve amizade até o fim de sua vida. Aloysio afirmou em uma entrevista ao Jornal do Brasil em 1988: "Éramos muito jovens na época, mas depois fomos grandes amigos até o fim de sua vida".[17][18] Carmen engravidou dele, mas decidiu fazer um aborto, e o relacionamento terminou em comum acordo.[19]
Seu último casamento foi com Margot Brito, que durou até sua morte, em 4 de fevereiro de 1995, devido a câncer de pulmão em Los Angeles, onde residia. Ele estava internado no Hospital Saint Joseph Medical Center desde 7 de novembro de 1994. O corpo de Aloysio foi cremado.[20][21]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Biografia no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 15 de dezembro de 2012
- ↑ Aloysio de Oliveira é homenageado com CDs. Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ «Raridades da gravadora Elenco são relançados em vinil». O Estado de S. Paulo. Consultado em 19 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 19 de fevereiro de 2015
- ↑ «O Balanço do Bando da Lua»
- ↑ Relato da estréia de Carmen Miranda em Nova York é de arrepiar; leia. Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Bando da Lua toca Samba da Minha Terra. Jornal GGN. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Aloysio de Oliveira. Café Brasil. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Walt Disney Films and American Popular Music, 1940–1955. JSTOR Home. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Sons de ouro do selo Elenco. Revista Época. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Os bastidores de 'Chega de Saudade', clássico de João Gilberto que completa 60 anos. BBC News Brasil. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ VINICIUS & ODETTE LARA - Álbum. IMMuB. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Aloysio de Oliveira: do Bando da Lua à gravadora Elenco. Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ «História da gravadora Elenco vira minissérie no Canal Brasil». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de dezembro de 2014
- ↑ «Se Todas Fossem Iguais a Você». Isto É. Consultado em 17 de dezembro de 2014
- ↑ «Aloísio de Oliveira: Artist Biography by Alvaro Neder». allmusic. Consultado em 18 de dezembro de 2014
- ↑ «História da gravadora Elenco vira minissérie no Canal Brasil». O Popular. 14 de setembro de 2011. Consultado em 19 de dezembro de 2014
- ↑ Tárik de Souza. "Eu queria ser Fred Astaire". Jornal do Brasil, caderno B, p.8, 19 de março de 1988. Consultado em 13 de outubro de 2024
- ↑ «Aloysio de Oliveira, do Bando da Lua à Bossa Nova». Revista Veja. 1 de março de 1995. Consultado em 17 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2014
- ↑ «Morreu com um espelho na mão, sozinha no seu quarto». publico.pt. 8 de fevereiro de 2009. Cópia arquivada em 5 de julho de 2018
- ↑ "Viúva de Aloísio diz que estava abalada". Jornal do Brasil, p.07. 22 de fevereiro de 1995. Consulado em 13 de outubro de 2024
- ↑ Aloísio de Oliveira morre aos 80 anos em Los Angeles. Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de outubro de 2024
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Oliveira, Aloysio (1983). De Banda pra Lua. [S.l.]: Google books
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Aloysio de Oliveira. no IMDb.
- Elenco - A Casa da Bossa Nova (minissérie) no Canal Brasil
- Nascidos em 1914
- Mortos em 1995
- Homens
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Cantores do estado do Rio de Janeiro
- Músicos do estado do Rio de Janeiro
- Compositores do estado do Rio de Janeiro
- Atores do estado do Rio de Janeiro
- Cantores de bossa nova
- Cantores de samba
- Dubladores do estado do Rio de Janeiro
- Atores brasileiros nos Estados Unidos