A Carolina
Aspeto
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Autor(es) | Machado de Assis |
Idioma | Português |
País | Brasil |
Gênero | Poesia |
Lançamento | 1904 |
"A Carolina" é um soneto escrito por Machado de Assis à época da morte de sua esposa, Carolina Augusta Xavier de Novais. O soneto é considerado a melhor peça de sua obra poética.[1] Manuel Bandeira afirmara, anos mais tarde, que é uma das peças mais comoventes da literatura brasileira.[2]
O soneto
[editar | editar código-fonte]- Querida! Ao pé do leito derradeiro,
- em que descansas desta longa vida,
- aqui venho e virei, pobre querida,
- trazer-te o coração de companheiro.
- Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
- que, a despeito de toda a humana lida,
- fez a nossa existência apetecida
- e num recanto pôs um mundo inteiro...
- Trago-te flores – restos arrancados
- da terra que nos viu passar unidos
- e ora mortos nos deixa e separados;
- que eu, se tenho, nos olhos mal feridos,
- pensamentos de vida formulados,
- são pensamentos idos e vividos.[3]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Assis, Machado de. Quincas Borba. p.394. Ediouro Publicações SA, 2003. ISBN 850000584X
- ↑ Aguiar, Flávio. Murmúrios no espelho. In: ASSIS, Machado. Contos. São Paulo: Ática, 1976, p.110.
- ↑ Obra completa, Rio de Janeiro, Aguilar, 1959, vol. III, p.313.