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Labirintite

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Labirintite
Labirintite
Simulação da sensação de vertigem, sintoma mais comum da labirintite.
Especialidade otorrinolaringologia
Classificação e recursos externos
CID-10 H83.0
CID-9 386.3
CID-11 901550793
DiseasesDB 29290
MedlinePlus 001054
eMedicine 856215
MeSH D007762
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Labirintite é uma desordem do equilíbrio do corpo humano. Tal desordem é causada por um processo inflamatório ou infeccioso que afeta os labirintos, que ficam dentro do sistema vestibular, órgão responsável pelo equilíbrio, postura e orientação do corpo e que se localiza no ouvido interno. Deve-se salientar que o termo "labirintite" é utilizado de forma equivocada para designar todas as doenças do labirinto, já que existem outras patologias que podem afetá-lo.[1]

Os sintomas mais comuns da labirintite são a tontura e a vertigem. Outros sintomas também costumam aparecer como náusea (enjoo), êmese (vômito), zumbido no ouvido, perda auditiva (parcial ou total) no ouvido afetado e sensação de desmaio.[2]

O indivíduo afetado pela labirintite pode ter um constante zumbido no ouvido, que eventualmente leva a uma perda auditiva temporária até que a infecção seja totalmente tratada. A doença geralmente é causada por uma infecção no ouvido médio ou interno.[3]

Se tratada corretamente e adequadamente com remédios, fisioterapia e alimentação saudável, e se atacado o verdadeiro mal que causa a doença, a labirintite tem cura na maioria dos casos.[4] [5]

Causas

A labirintite pode ser causada por um vírus, infecção por bactéria, lesão na cabeça, alergia ou reação a um determinado medicamento. Tanto a labirintite viral como bacteriana pode causar perda de audição permanente e até Meningite, embora isso seja raro. Os hipertensos costumam queixar-se desse mal. Apesar de não comprovada, mas a elevação da pressão arterial pode causar Labirintite.

Muitas vezes, a labirintite pode causar uma cinetose, caracterizada por perturbações do equilíbrio causadas por movimentação.[6]

Sintomas

O aparato vestibular, no ouvido interno, está envolvido no controle do equilíbrio corporal.

Os principais sintomas são[7]:

  • Vertigem;
  • Náusea
  • Tontura e desequilíbrio;
  • Ansiedade;
  • Movimentos involuntários dos olhos (nistagmo);
  • Zumbido no ouvido

A náusea, ansiedade e mal estar são devido aos sinais de equilíbrio distorcidos que o cérebro recebe do ouvido.

Complicações

Sintomas de possíveis complicações (raros)[7]:

  • Convulsões;
  • Visão dupla;
  • Desmaio;
  • Vomitar por semanas;
  • Fala arrastada;
  • Febre de mais de 39°C;
  • Fraqueza ou paralisia;
  • Perda de audição no ouvido afetado.
  • Meningite

Labirintite e ansiedade

Ansiedade crônica é um efeito colateral comum da labirintite, o qual pode produzir tremores, palpitações do coração, ataques de pânico e depressão. Geralmente o ataque de pânico é um dos primeiros sintomas. Como em todo e qualquer momento de dificuldade, é importante ser paciente e tentar encontrar ajuda[8].

Diagnóstico

Exame do ouvido externo geralmente não é suficiente, mas é importante para eliminar outras hipóteses diagnósticas.

Apenas examinar o ouvido externo não é suficiente, é necessário o exame otorrinolaringológico e neurológico completo. Exames complementares que podem ser feito são[7]:

Diagnóstico diferencial

Alguns casos de labirintite podem ser confundidos com outras doenças de sintomas parecidos, como cinetose, VPPB, neuronite vestibular, hanseníase com o acometimento do nervo auricular e vestibular.

Tratamento

Alergias, medicamentos, estresse e cansaço podem aumentar a gravidade dos episódios de tontura, náusea e vertigem. Alguns minutos de relaxamento são importantes para recuperar o equilíbrio.

A recuperação de labirintite aguda geralmente leva de 1 a 6 semanas, porém não é incomum que sintomas residuais (desequilíbrio, perda de direção e/ou tontura) permaneçam por até 2 anos.[9][10][11][12],mas há casos em que o problema se torna crônico e dura a vida toda.

Dependendo do caso, medicação voltada para lidar com os sintomas (como anti-histamínicos e antieméticos) podem ajudar.[7] Entretanto, o problema pode ter uma causa que requeira a utilização de uma medicação antibiótica [13]. Neste caso, deve-se atentar para manutenção da flora intestinal por meio de uma dieta rica em probióticos.

É importante tratar qualquer transtorno de ansiedade e/ou depressão tão logo possível para permitir ao cérebro compensar qualquer dano vestibular. Ansiedade aguda pode ser tratada a curto prazo com benzodiazepinos, como diazepam, porém o uso a longo prazo não é recomendado por causa da característica desses medicamentos de criar dependência.

Evidências sugere que Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) podem ser mais eficientes no tratamento de labirintite que outros antidepressivos. Eles agem aliviando os sintomas de ansiedade e podem estimular novos crescimentos neurais dentro do ouvido interno. Alguma evidência sugere que labirintite viral deve ser tratada o mais cedo possível com corticosteróides, e possivelmente medicação antiviral, para prevenir danos permanentes ao ouvido interno.

Fisioterapia

Uma das principais formas de tratamento da Labirintite é a Terapia de reabilitação vestibular ou fisioterapia labiríntica[14]. Os tratamentos típicos incluem movimentos da cabeça e dos olhos, exercícios de estabilidade do olhar, exercícios de habituação, reciclagem funcional, alterações posturais e exercícios de caminhada, podendo ser combinados com remédios e alteração na alimentação [15].

Esses exercícios funcionam desafiando o sistema vestibular e a principal função por trás da repetição de uma combinação de movimentos da cabeça e dos olhos, alterações posturais e caminhada é que, através dessa repetição, alterações compensatórias pelas disfunções decorrentes das estruturas vestibulares periféricas podem ser promovidas no sistema vestibular central (tronco cerebral e cerebelo)[5].

A Terapia de reabilitação vestibular, quando realizada adequadamente e com acompanhamento fisioterapeuta especializado, é uma maneira altamente eficaz de reduzir ou eliminar substancialmente a tontura residual da labirintite. A VRT funciona fazendo com que o cérebro use mecanismos neurais já existentes para adaptação, neuroplasticidade e compensação [16].

Durante o episódio de vertigem

É recomendado [7]:

  • Ficar quieto e descansar enquanto tiver sintomas;
  • Não abaixar e nem levantar peso por cerca de 15 dias;
  • Ampliar as horas dormindo;
  • Acompanhe algum medicamento por 15 dias;
  • Evite se estressar ou passar nervoso,
  • Evite movimentos bruscos ou mudanças bruscas de postura;
  • Lentamente retome suas atividades;
  • Peça ajuda para se manter em pé quando você perder o equilíbrio sem local de apoio;
  • Evite luzes brilhantes, TV e leitura durante os episódios sintomáticos. Descanse durante os episódios mais graves e aumente lentamente a sua atividade diária;
  • Evite atividades como dirigir, operar máquinas pesadas e subir escadas até uma semana após os sintomas desaparecerem. A vertigem súbita durante estas atividades pode ser muito perigosa.

Referências

  1. Saúde, ABC da (24 de abril de 2003). «Tontura - Vertigem - Labirintite». ABC da Saúde. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  2. «Labirintite, dor de cabeça, zumbido, enjoo, que não melhora. Causa.Prof». www.atm-cjb.com.br. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  3. «Cópia arquivada». Labirintite e Zumbido. Consultado em 20 de julho de 2014. Arquivado do original em 28 de julho de 2014 
  4. «Guia para Eliminaçãoda Hanseníase» (PDF). OMS. 2000. Consultado em 11 de janeiro de 2019 
  5. a b Resende, Prof. Dr. Almir. «Fisioterapia Labiríntica 4.0 - Publicações». Consultado em 11 de janeiro de 2019 
  6. «Labirintite e desordens do equilíbrio». www.copacabanarunners.net. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  7. a b c d e «Labyrinthitis: MedlinePlus Medical Encyclopedia». medlineplus.gov (em inglês). Consultado em 1 de novembro de 2019 
  8. «Cópia arquivada». Neuróticos Anonimos Org. Consultado em 5 de agosto de 2015. Arquivado do original em 19 de julho de 2015 
  9. «Cópia arquivada». Medicina Geriátrica. Consultado em 26 de junho de 2010. Arquivado do original em 23 de maio de 2010 
  10. «Labirintite: previna-se desse mal». MdeMulher. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  11. «Diário de Cuiabá». www.diariodecuiaba.com.br. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  12. «Labirintite - Cura e Tratamento». www.copacabanarunners.net. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  13. «Ear Infections». medlineplus.gov. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  14. «Fisioterapia Labiríntica 4.0 - Método». www.fisioterapialabirintica40.com.br 
  15. Walker, MF (2009). «Treatment of vestibular neuritis.». Current Treatment Options in Neurology. 11 (1): 41–5. PMID 19094835. doi:10.1007/s11940-009-0006-8 
  16. «Vestibular Rehabilitation Therapy (VRT)». Vestibular Disorders Association (em inglês). 27 de dezembro de 2011. Consultado em 19 de maio de 2018