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Língua talish

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Talish

tolışə zıvon
толышә зывон
تالشی زَوُن

Falado(a) em: Irã, Azerbaijão, Rússia
Região: Litoral oeste e sudoeste do Mar Cáspio
Total de falantes: 235 mil[1]
Família: Indo-europeia
 Indo-Iraniana
  Iraniana
   Ocidental
    Noroeste
     Talish
Escrita: Persa no Irã
Latina no Azerbaijão
Cirílica na Rússia
Estatuto oficial
Língua oficial de: Academia da Língua e Literatura Persa
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: tly

A língua Talish é um idioma iraniano norte-ocidental falado na área setentrional (região norte) do Irã, nas províncias de Guilão e Ardabil e no sudeste do Azerbaijão. Sua origem pode ser rastreada desde a antiga língua meda até as línguas iranianas médias, que incluem diversos dialetos, comumente divididos em três grupos: Norte (Azerbaijão e Irã), Central (Irã) e Sul (Irã).

O idioma é parcialmente inteligível com a língua persa. A língua é avaliada como língua ameaçada de extinção pela UNESCO (no Livro Vermelho das Línguas Ameaçadas).[2]

Há muitas diferentes estimativas acerca da quantidade de falantes talish, sendo aproximadamente de 250 mil a um milhão de pessoas.

A origem do nome Talish não é clara, mas parece ser bem remota. O nome do povo talish aparece em antigas fontes árabes como Al-Taylasân e persas como Tâlišân e Tavâliš, que são as formas plurais de Tâliš. Os talishes do norte (do Azerbaijão) eram chamados Tâlish-i Guštâsbi. A área talish é mencionada como Guilão ou planície de Mugã. O escritor Hamdallah Mostowfi (1340) chamava de língua Gushtaspi aquela da região dos talishes às margens do Mar Cáspio entre Guilão e Xirvão, uma que sucedeu a conquista pálavi e se conectava à língua de Guilão.[3]

Embora não haja registros confirmados, a língua chamada pelos linguístas iranianos de língua azari antiga (não confundir com o azeri) pode ser antecedente da talish e da tati. Conforme hipótese de Miller (1953), o Azar i de Ardabil era uma forma do atual talish (conforme consta dos quatrilhos de Safi-ad-din Ardabili, o que Henning corroborou (1954).[4][5] Na literatura ocidental tanto o povo com a língua são hoje chamados de Talishi, Taleshi ou Tolashi. São raros textos e livros acerca de tudo o que é talish, porém, em datas mais recentes, uma pesquisa científica e um movimento cultural vêm pesquisando a poesia, a literatura e a história da região.

Português Norte (Lavandavili / Lankaroni) Central (Taleshdulaei) Sul (Khushabari / Shandermani) Tati (Kelori / Geluzani) Persa
grande yul yâl yâl pilla bozorg, gat, (yal, pil)
menino, filho zoa, zua zôa, zue zu'a, zoa Pesar
noiva vayü vayu gēša, veyb vayu, vēi arus
gato kete, pišik, piš peču peču, pešu, piši pešu gorbe, piši
gritar bamē beramestē beramē beramesan geristan
filha, menininha kina, kela kilu, kela kina, kel(l)a kille, kilik doxtar
dia rüž, ruj ruz ruz, roz ruz ruz
comer hardē hardē hardē hardan xordan
ovo uva, muqna, uya âgla merqona xâ, merqowna toxme morq
olho čâš čaš, čam čēm čašm čašm
pai dada, piya, biya dada ? pedar
temer purnē, târsē târsinē, tarsestē tarsē tarsesan tarsidan
bandeira filak parčam ? ? parčam, derafš
comida xerâk xerâk xerâk xuruk xorâk
ir šē šē šē šiyan raftan (šodan)
house/room ka ka ka ka xâne
idioma, língua zivon zun zavon zuân zabân
lua mâng, uvešim mâng mang mung, meng mâh
mulher mua, mu, nana nana ? mâ, dēdē, nana mâdar, nane
boca qav, gav ga, gav, ga(f) qar gar dahân, kak
noite šav šaw šav šav šab
norte kubasu šimâl ? ? šemâl
arroz berz berz berj berenj berenj
dizer (v) votē vâtē vâtē vâtan goftan
irmã huva, hova, ho xâlâ, xolo xâv, xâ xâhar
pequeno ruk, gada ruk ruk velle, xš kučak
crepúsculo šânga maqrib ? ? maqreb
amanhecer haši âftâv ? ? âftâb
água uv, ôv âv âv âv âb
esposa žēn žēn, žen yen, žen zanle, zan zan
ontem zina zir, izer zir, zer zir diruz, di

A divisão do talish em três sub-grupos de línguas se baseia em critérios léxicos, fonológicos e gramaticais.[6] :

O Talish Norte se distingue das variantes Central e do Sul não somente pela geografia, mas também nos aspectos culturais e liguísticos. Os falantes dessa variante norte ficam majoritariamente no Azerbaijão, havendo alguns em Guilão, no Irã. As variantes talishes faladas no Azerbaijão seriam melhor descritas com variantes no modo de falar do que como reais dialetos. Quatro variantes são em geral identificadas pelos aspectos fonéticos e léxicos. Essas são identificadas de acordo com os principais distritos onde são faladas: Rayons de Astara, de Lankaran, de Lerik e de Masally. As diferenças fonéticas são menos significativas. [7] bem como as léxicas.[8]

O especialista Mamedov (1971) sugere que uma distinção dialetal mais utilizável seria aquela que separasse em variantes das montanhas e das planícies. A morfo-sintaxe do talish norte se caracteriza por um complexo sistema com base nas línguas iranianas do noroeste que separam forma dicotômica frases acusativas e ergativas: Características acusativas são aquelas da raiz do tempo presente em construção transitiva, enquanto que no tempo passadao a construção tende a um comportamento ergativo. [9] Em áreas mais remotas como em Lavandevil e Masouleh, os dialetos diferem em um tal grau que as conversações começam a ficar difíceis.No Irã, o dialeto norte é uma língua ameaçada de extinção.

Principais Dialetos Talishi
Norte (No Azerbaijão e no Irã (províncias de Ardabil e Guilão) de Ambarã a Lavandavil) incluindo: Irã Central (Província de Guilão entre os distritos de Havique até Talexedula/Rezevanxaar incluindo: Sul (No Irã entre Cuxabar até Fumanate) incluindo:/small>
Astara, Lancarã, Lerique, Maçali, Caraganrude/Cotebeçara, Lavandavil Talexedula, Assalém, Tularude Cuxabar, Xandermã, Maçule, Maçal, Siamasgar

Diferenças entre dialetos

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O dialeto norte apresenta algumas diferenças em relação os centrais e os do sul:

Mudança fonética Taleshdulaei Lankarani Português
â → u âvaina uvai:na Espelho
a → â zard zârd Amarelo
â → u dâr du Árvore
u/o → â morjena mârjena Formiga
x → h xetē h Dormir
j → ž gij giž Confuso


Variação no alinhamento

O marcador de duração "ba" do Taleshdulaei se modificou para "da" em Lankarani e se desloca entre os sufixos da raiz e de pessoa gramatical:
ba-žē-mun → žē-da-mun

Tal diversificação existe também em cada dialeto, como é o caso do de Masali[10]

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  1. [http://www.joshuaproject.net/peoples.php?peo3=15220 Línguas em perigo de extinção – lista completa; 05.08.2011 – The Guardian – Londres- Lisa Evans (15.04.2011)
  2. UNESCO Interactive Atlas of the World's Languages in Danger (categorias: Vulnerável, 2. Definitivamente ameaçada, 3. Severamente ameaçada, 4. Criticamente ameaçada, 5. Extinta
  3. Em língua persa مستوفی، حمدالله: «نزهةالقلوب، به كوشش محمد دبیرسیاقی، انتشارات طهوری، ۱۳۳۶. Mostawafi, Hamdallah, 1336 (calenddário iraniano) – 1957 (calendário gregoriano) ; Editado por Muhammad Dabir Sayyaqi. Tahuri
  4. Henning, W. B. 1954. The Ancient Language of Azerbaijan. Transactions of the Philological Society, London. p 157-177. [1]
  5. Asatrian, G. and H. Borjian, 2005. Talish: people and language: The state of research. Iran and the Caucasus 9/1, p 43-72
  6. Stilo, D. 1981. The Tati Group in the Sociolinguistic Context of Northwestern Iran. Iranian Studies XIV
  7. Mamedov, N., 1971. Šuvinskij govor talyšskogo yazyka (Talyshi dialect of Shuvi), PhD dissertation, Baku. (em russo)
  8. Pirejko, L. A., 1976. Talyšsko-russkij slovar (Talyshi-Russian Dictionary), Moscow.
  9. Schulze, W., 2000. Northern Talysh. Publisher: Lincom Europa. ISBN 3-89586-681-4 [2]
  10. De Caro, G. Alignment variation in Southern Tāleši (Māsāl area). School of Oriental and African Studies / Hans Rausing Endangered Languages Project. [3] Arquivado em 6 de março de 2009, no Wayback Machine.

Em inglês

  • Abdoli, A., 1380 AP / 2001 AD. Tat and Talysh literature (Iran and Azerbaijan republic). Entešâr Publication, Tehran, ISBN 964-325-100-4.
  • Asatrian, G., and Habib Borjian, 2005. Talish: people and language: The state of research. Iran and the Caucasus 9/1, pp. 43–72 (published by Brill).
  • Yarshater, E., 1996. The Taleshi of Asalem. Studia Iranica, 25, New York. e "Tâlish". Encyclopaedia of Islam, 2nd ed., vol. 10.

Em francês

  • Bazin, M., 1974. Le Tâlech et les tâlechi: Ethnic et region dans le nord-ouest de l’Iran, Bulletin de l’Association de Geographes Français, no. 417-418, 161-170. (em francês)
  • Bazin, M., 1979. Recherche des papports entre diversité dialectale et geographie humaine: l’example du Tâleš, G. Schweizer, (ed.), Interdisciplinäre Iran-Forschung: Beiträge aus Kulturgeographie, Ethnologie, Soziologie und Neuerer Geschichte, Wiesbaden, 1-15. (em francês)
  • Bazin, M., 1981. Quelque échantillons des variations dialectales du tâleši, Studia Iranica 10, 111-124, 269-277. (em francês)

Ligações externas

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