Eloy Fritsch
Eloy Fritsch | |
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Informação geral | |
Nome completo | Eloy Fernando Fritsch |
Nascimento | 1968 |
Origem | Rio Grande do Sul |
País | Brasil |
Gênero(s) | Música eletrônica, New Age, rock progressivo, experimental, instrumental, trilha sonora |
Instrumento(s) | Minimoog Teclado Órgão Hammond Percussão Sintetizador Vocoder Piano Sampler Voz Computador |
Período em atividade | 1983 - presente |
Gravadora(s) | Musea/Dreaming, Rock Symphony, Atração |
Afiliação(ões) | Apocalypse |
Página oficial | www.ef.mus.br |
Eloy Fernando Fritsch (1968 - ) compositor brasileiro de música eletrônica e tecladista de rock progressivo do grupo Apocalypse. Em seu projeto de música eletrônica instrumental, Fritsch compõe new age, space music e progressivo eletrônico com influências de Vangelis, Jean-Michel Jarre, Tomita e Rick Wakeman. Utilizando um grande arsenal de sintetizadores, incluindo o minimoog e o modular Roland System-700 Laboratory, o compositor lançou 17 álbuns e participou de 14 coletâneas, sendo 6 internacionais. A música é melódica, majestosa, épica, formada por texturas orquestrais criadas por sintetizadores, vocoder, vozes, sequências eletrônicas e percussão. Uma música cósmica e de grande elevação espiritual.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]1980
[editar | editar código-fonte]Aos 13 anos começou a trabalhar na maior rádio local com seu pai Eloy Fritsch. Trabalhando na discoteca da rádio tomou contato com diversos estilos musicais. Decidiu estudar música e criar uma banda com seus colegas de colégio. Em 1983 o Apocalypse estava formado e apresentava-se em toda a região da serra gaúcha. Fritsch estudava piano e tocava nos ensaios do Apocalypse com o órgão do colégio até que comprou seu primeiro sintetizador, o Korg MS-10. Com este sintetizador analógico e outros intrumentos locados realizou, em 1984, seus primeiros estudos de música eletrônica.[2] Fritsch estuda piano, cello, violão, participa do coral e da orquestra de sua cidade natal Caxias do Sul, mas seu maior interesse estava voltado para a computer music e o seu grupo de rock progressivo. Após conquistar importantes prêmios em festivais regionais, o grupo Apocalypse participa de uma coletânea em 1989. Fritsch grava com seu grupo em 1990 o LP chamado APOCALYPSE e realiza diversas apresentações musicais.[1]
1990
[editar | editar código-fonte]Em 1993 Fritsch adquiriu um computador Atari ST 1040 que utiliza para realizar seu mestrado e compor o primeiro álbum chamado Dreams, lançado em 1996. A música foi influenciada por filmes de ficção científica e a paixão de Fritsch pelo espaço é perfeitamente identificada em sua música. O sentimento do compositor em relação à possibilidade de não estarmos sós no Universo, o fato de não compreendermos nossa existência, o nosso pouco conhecimento sobre o magnífico Cosmos e as surpresas que nos aguardam no futuro, é transformado em música. Todo esse sentimento aliado aos recursos tecnológicos de seqüenciadores e teclados motivaram ainda mais à realização de suas primeiras composições com sintetizadores.[3]
Após a gravação dos álbuns de rock progressivo Perto do Amanhecer (1995) e Aurora dos Sonhos (1996) com o Apocalypse, Fritsch cria seu próprio estúdio de composição com vários sintetizadores e assina contrato com a gravadora Atração de São Paulo para o lançamento de seu álbum Behind the Walls of Imagination.[4][5]
Com a boa recepção dos álbuns progressivos do Apocalypse na Europa, Eloy Fritsch assinou contrato com a gravadora MUSEA, da França, para lançar o álbum SPACE MUSIC, pela DREAMING - divisão de música eletrônica.[6].
Após concluir seu doutorado com a tese na área da Computer Music, assumiu como professor de música eletrônica na universidade e inicia a construção do CME - Centro de Música Eletrônica do Instituto de Artes da UFRGS.
2000
[editar | editar código-fonte]Paralelo a sua atividade acadêmica Fritsch continua seus projetos artísticos com o Apocalypse tocando no Planeta Atlântida e viajando para o Rio de Janeiro para tocar no Rio Art Rock Festival e para os USA para tocar no Festival ProgDay1999.[7] Fritsch adquire o sintetizador modular Roland System-700 e realiza o álbum Cyberspace em 2000.[6] Em 2001 lança o álbum Mythology inspirado nas lendas mitológicas dos vários povos da Terra. As imagens e o design gráfico foram criados pela artista plástica U. Barreto. Destaque para as músicas Shiva e Atlantis que foram selecionadas para fazer parte das coletâneas holandesas de música eletrônica, E-dition # 13, E-dition # 14, respectivamente.[8]
Em 2002, Fritsch compôs as suítes eletrônicas do álbum Atmosphere. O álbum conceitual foi feito em defesa da atmosfera do planeta Terra. Por isso várias imagens fascinantes, de formações gasosas, fazem parte da capa e encarte. Os climas e temas retratam as camadas atmosféricas do nosso planeta, tipos de nuvens e a aurora boreal.[9] Atmosphere é disco que une a música sinfônica e eletrônica, simulando coral e orquestra através de samples e sintetizadores. O álbum foi lançado em 2003 e a composição Ionosphere foi selecionada para a coletânea espanhola Margen - Music from the Edge Vol. 6 .[10][11]
Neste mesmo ano, Fritsch finaliza as instalações do Centro de Música Eletrônica (CME) da UFRGS e realiza a inauguração. O CME disponibiliza três laboratórios de música eletroacústica com os mais avançados recursos para composição por computador. Fritsch inicia, com sua equipe de pesquisa e extensão, uma série de concertos de música acusmática com a orquestra de alto-falantes da UFRGS, apresentando-se composições em diferentes teatros e auditórios da universidade.
Em 2003, Fritsch finaliza as gravações do álbum Landscapes que acaba sendo lançado somente em 2005. Com temas mais curtos e influenciados pelo progressivo, Fritsch apresenta quase que um retorno ao CD Behind the Walls of Imagination. Alexandre Bandeira, que já havia participado da produção do álbum de 1997, novamente é escolhido para fazer a capa e os encartes. A arte magnífica retrata as paisagens imaginárias da música de Fritsch. A faixa Andromeda torna-se o destaque desse disco sendo escolhida para duas coletâneas: a argentina Compact Mellotron 34 e holandesa Edition #15. Posteriormente, uma versão reduzida da música Andromeda é lançada em videoclipe.[12]
Em 2006, Fritsch lança pela DREAMING (divisão de música eletrônica da gravadora francesa MUSEA), Past and Future Sounds (1996 – 2006). Uma coletânea comemorativa aos 10 anos do projeto de composição de música instrumental eletrônica. O álbum contém músicas dos sete CDs e mais quatro composições realizadas em 2005. A Suite The Garden of Emotions torna-se um dos destaques do CD sendo selecionada para duas coletâneas: a brasileira Brasil Instrumental 2006 e holandesa Edition #5.[1]
Fritsch é autor do Livro e DVD Música Eletrônica - Uma Introdução Ilustrada lançado pela Editora da UFRGS recebendo o Prêmio Açorianos de Música 2008. O compositor gaúcho compôs trilhas para televisão, rádio, teatro e instalações. Suas composições são utilizadas em documentários e aberturas de programas na televisão.[13]
Com a banda Apocalypse foi escolhido melhor tecladista do festival Proday99 nos USA, melhor instrumentista do Festpop, tendo gravado 12 álbuns e 3 DVDs. Com o Apocalypse também abriu os shows do Uriah Heep no Rio de Janeiro e do Yes em Porto Alegre, e recebeu a Menção Especial do Prêmio Açorianos de Música pelos 25 anos de carreira do Apocalypse.
2010
Em 2012 lançou o décimo CD da carreira intitulado Exogenesis contendo a suite eletrônica de mesmo nome em 4 movimentos inspirados na gênese do Universo. Unindo o sinfônico e o eletrônico, mas sem esquecer os instrumentos étnicos, o compositor de música New Age utiliza a alta tecnologia a serviço das emoções. As imagens do CD foram criadas por artistas europeus especializados em ilustrações de ficção científica Maciej Rebisz e Mirek Drozd e remetem à criação do cosmos e a existência de outras formas de vida.[1]
Em 2014 lança o álbum Spiritual Energy que reúne trilhas sonoras realizadas para cinema, video, e teatro. Além das trilhas o compositor apresenta outras composições totalizando 17 temas com ênfase nas melodias realizadas em teclados eletrônicos e texturas orquestrais que vão desde momentos épicos até suaves passagens instrumentais.As imagens do álbum ficam a cargo novamente de Maciej Rebisz .
Em 2017 é lançado o álbum Sailing to the Edge em que o estilo predominante é o rock progressivo instrumental com ênfase no sintetizador moog, bateria e o baixo nas faixas The Spy, The Rising Sun, The Flying Caravel, e Telepaty se aproximando das suas composições instrumentais realizadas no grupo de rock progressivo brasileiro Apocalypse. Entretanto o compositor abre espaço para a música sinfônica nas faixas Sailing to the Edge Overture e The Wizard, eletrônica na faixa Mind Uploading e new age na faixa Floating Castle. Todos os elementos da música de Eloy Fritsch estão presentes neste álbum: timbres provenientes de sintetizadores, lindas melodias, passagens majestosas e energéticas, ritmos com bateria, percussão e orquestração eletrônica em larga escala. Pode ser considerado o álbum mais progrock do tecladista com direito a utilização do keytar nas músicas Liberty e Alchemy. Fritsch também utiliza o Moog Theremini para produzir uma sonoridade eletrônica no épico de mais de 10 minutos intitulada The Time Barrier, última faixa do álbum.[14]
Discografia
[editar | editar código-fonte]Com o Apocalypse
[editar | editar código-fonte]- Apocalypse (1991 ACIT / Brasil)
- Perto do Amanhecer (1995/ Musea / França)
- Aurora dos Sonhos (1996 / Musea / França))
- Lendas Encantadas (1997 / Musea / França)
- The Best of Apocalypse (1998, Atração / Brasil)
- Perto do Amanhecer (2000, relançamento / Rock Symphony / Brasil)
- Live in USA (2001, duplo ao vivo, Rock Symphony / Brasil)
- Refugio (2003/ Musea / Rock Symphony / Musea / França)
- Magic (2004, EP, download free from their web site)
- Live in Rio (2007 / Rock Symphony / Musea / Brasil / França )
- DVD Live in Rio (2007 / Rock Symphony / Musea / Brasil / França )
- The Bridge of Light (2008 / Free Mind / Musea / Brasil / França )
- Magic Spells (2010 / Finaciarte)
- DVD The Apocalypse 25th Anniversary Concert (2011 / Finaciarte)
- 2012 Light Years from Home (2011 / Financiarte)
- DVD The Bridge of Light (2013 / Musea / França)
Projeto de música eletrônica instrumental
[editar | editar código-fonte]- Dreams (1996 / Brasil)
- Behind the Walls of Imagination (1997 / Atração / Brasil)
- Space Music (1999 / Musea / França)
- Cyberspace (2000 / Rock Symphony / Brasil)
- Mythology (2001 / Rock Symphony / Musea / Brasil / França)
- Atmosphere - Electronic Suite (2003 / Rock Symphony / Musea Brasil / França)
- Landscapes (2005 / Rock Symphony / Musea / Brasil / França)
- Past and Future Sounds - 1996-2006 (2006 / Musea / Dreaming / França)
- The Garden of Emotions (2009 / Musea / Sonhos e Sons / França / Brasil)
- Exogenesis (2012 / Musea / Dreaming / França)
- Spiritual Energy (2014 / Musea / Parallele / França)
- Sailing to the Edge (2017 / Brasil)
- Journey to the Future (2019 / Groove / Países Baixos)
- Moment in Paradise (2020 / Brasil)
- Cosmic Light (2021 / Groove / Países Baixos)
- Epic Synthesizer Music Vol.1 (2023 / Groove / Paìses Baixos)
- Epic Synthesizer Music Vol.2 (2003 / Brasil)
Participações em coletâneas
[editar | editar código-fonte]Nacionais
[editar | editar código-fonte]- Planeta Nova Era Vol. 7 (1997) Track: Lake of Peace Movement 1 and 2
- Planeta Nova Era Vol. 13 (1999) Track: Cosmic Winds
- Planeta Nova Era Vol. 14 (1999) Track: Starlight
- Brasil Instrumental 2006 (2006) Track: The Garden of Emotions Suite
- Coletânea Brasileira de Música Eletroacústica (2009) Track: Synthetic Horizon
Internacionais
[editar | editar código-fonte]- Margen - Music from the Edge Vol. 6 (2002 / Espanha) Track: Ionosphere
- Edition #5 (2005 / Países Baixos) Track: The Garden of Emotions Suite
- Compact Mellotron 34 (2006 / Argentina) Track: Andromeda
- Edition #13 (2006 / Países Baixos) Track: Shiva
- Edition #14 (2006 / Países Baixos) Track: Atlantis
- Edition #15 (2006 / Países Baixos) Track: Andromeda
- Schwingungen Radio auf CD - Edition Nr.210 11/12. (2012) Track: Moonwalk
- Schwingungen Radio auf CD - Edition Nr.290 07/19. (2019) Track: Mermaids Island
- Schwingungen Radio auf CD - Edition Nr.308 01/21. (2021) Track: Spacetime
Livro e DVD
[editar | editar código-fonte]- Música Eletrônica - Uma Introdução Ilustrada, Editora da UFRGS, 2008.
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|
2000[15] | Disco Instrumental | Cyberspace | Indicado |
2001[16] | Compositor de Pop/Rock | Eloy Fritsch | Indicado |
2012[17] | Compositor Instrumental | Eloy Fritsch | Indicado |
2014[18] | Compositor Erudito | Eloy Fritsch | Indicado |
2021[19] | Instrumentista de Pop | Eloy Fritsch | Venceu |
Compositor de Pop | Eloy Fritsch | Indicado | |
Álbum de Pop[20] | Moment in Paradise | Indicado | |
2022[21] | Instrumentista de Pop | Eloy Fritsch | Indicado |
- 1978 - Menção Honrosa - Colégio Nossa Senhora do Carmo
- 1989 - Melhor performance e melhor composição - Circuito de Rock
- 1989 - Melhor composição - Festpop
- 1989 - Melhor Instrumentista - Festpop
- 1995 - Menção Honrosa - Universidade Luterana do Brasil
- 2009 - Troféu Vasco Prado - Universidade de Passo Fundo
- 2014 - Melhor Trilha Sonora - Cineserra – Festival do Audiovisual da Serra Gaúcha
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Jean-Michel Jarre
- Tomita
- Vangelis
- Rick Wakeman
- Keith Emerson
- Synergy
- Patrick Moraz
- Kitaro
- Tangerine Dream
- Klaus Schulze
- Krautrock
- Rock Progressivo
- Apocalypse
- New Age
- Música eletrônica
- ↑ a b c d Eloy Fritsch, Official Web Site. Retrieved 5 June 2008
- ↑ Scaruffi, Piero (1999). «Eloy Fritsch Biography». Encyclopedia of New Music. Consultado em 11 de junho de 2008
- ↑ Cover Teclado Revista, Eloy Fritsch - Progressivo Brasileiro, pag 22-25, fevereiro, 2001.
- ↑ Cesar Lanzarini. «Behind the Walls of Imagination (review)». AllMusic. Consultado em 24 de setembro de 2011
- ↑ Cesar Lanzarini. «Perto do Amanhecer (review)». AllMusic. Consultado em 12 de setembro de 2011
- ↑ a b «Workspace: Eloy Fritsch». Keyboard Magazine: 168. Janeiro de 2001
- ↑ Tomasi, Eliton. The Apocalypse Hystory. Editora Evangraf, Porto Alegre, 2011.
- ↑ Revista Teclado e Piano, A Força da Progressão, pag.14 - 19, novembro de 2008.
- ↑ (in Portuguese) Costa, Thiago. Cover Teclado. Eloy Fritsch: Progressivo Brasileiro. Interview with Eloy Fritsch. p. February, 2001. p. 22-25.
- ↑ (in Spanish) Muradás, Manuel Lemos. New Sounds Digital. Interview with Eloy Fritsch. Retrieved 3-6-2001.
- ↑ «Eloy Fritsch». Discogs. Consultado em 12 de setembro de 2011
- ↑ (in Portuguese) Teclado e Audio Magazine. A Síntese de um Artista. Interview with Eloy Fritsch. p. 20-22. June 2005.
- ↑ Purgachov, Artemy. «F». Encyclopedia of Electronic Music. Consultado em 1 de setembro de 2011
- ↑ Keyboard Revista, Eloy Fritsch - Comunicação Universal Através da Música, Brasil, 2017. pag 9 - 27. ano 4, no. 52.
- ↑ Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 2000». Consultado em 18 de abril de 2018
- ↑ Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Indicados ao Prêmio Açorianos de Música - 2001». Consultado em 19 de abril de 2018
- ↑ Zero Hora (18 de junho de 2013). «Prêmio Açorianos de Música é na próxima terça, dia 25; confira os indicados». Consultado em 7 de maio de 2018
- ↑ Prefeitura Municipal de Porto Alegre (1 de dezembro de 2015). «Prêmio Açorianos de Música ocorre nesta terça-feira». Consultado em 7 de maio de 2018
- ↑ Zero Hora (22 de novembro de 2021). «Conheça os vencedores do Prêmio Açorianos de Música 2021». Consultado em 11 de maio de 2023
- ↑ Correio do Povo (19 de novembro de 2021). «Tecladista recebe três indicações no Prêmio Açorianos de Música». Consultado em 11 de maio de 2023
- ↑ Prefeitura Municipal de Porto Alegre (21 de novembro de 2022). «Divulgados os indicados ao Prêmio Açorianos de Música». Consultado em 11 de maio de 2023