CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS E PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFÉ
A produção de mudas é uma etapa muito importante para o sucesso de uma
lavoura cafeeira, é o pilar para que as plantas possam se desenvolver e produzir
satisfatoriamente. Contudo, para a formação de mudas de café de qualidade, uma série
de informações e definições deverão ser trocadas entre o responsável técnico pelo
viveiro e o produtor ou futuro produtor de mudas para atender as normas vigentes.
Muda de qualidade é aquela que possui certificado de seus atributos genéticos,
físicos, fisiológicos e sanitários com maior capacidade de superar as condições
ambientais adversas, fundamentais para a formação de uma lavoura produtiva,
principalmente em culturas perenes como o café. Cada estado possui a própria
legislação quanto à produção, ao comércio, ao trânsito, ao armazenamento e à sanidade
de mudas de café, cabendo ao produtor:
• Procurar o órgão responsável;
• Realizar o registro do viveiro;
• Realizar o registro como produtor de mudas; e
• Contratar um responsável técnico.
LOCAL E DIMENSIONAMENTO
De acordo com Matiello et al. (2005), a escolha do local adequado para construir
um viveiro de mudas de café, deve apresentar as seguintes características:
Área ensolarada, com boa topografia; terreno bem drenado, evitando baixadas
úmidas; bom acesso, com trânsito fácil na época das chuvas;
Local livre de plantas daninhas, como a tiririca e outras;
Localização distante de lavouras contaminadas por nematóides, evitando-se,
principalmente, a situação abaixo delas; água de boa qualidade, evitando-se
as fontes contaminadas por enxurradas vindas de lavouras velhas e águas
salobras, ferruginosas ou alcalinas.
O dimensionamento do viveiro pode ser calculado com base na área dos
canteiros, cada m2 comportando de 200 a 300 sacolinhas; nos caminhos entre canteiros,
ocupando mais 50% da área, pois eles têm largura de 0,6 m contra 1,2 m dos canteiros;
margem lateral de 1 m. Em termos práticos, dependendo dessas condições, são
necessários 100 m2 para cada 10.000 mudas de café a serem produzidas (MATIELLO et
al., 2005).
Santinato e Silva (2001), afirma que de modo prático são necessários 10 m2 para
cada 1.000 mudas de sacolinhas plásticas de meio ano.
TIPOS
Os viveiros podem ser do tipo permanente ou provisório, de acordo com o
material empregado, que assegura sua duração pelo prazo desejado. Podem ser de
cobertura baixa (0,6 a 0,8m) ou alta (~2m) e, ainda a pleno sol. A escolha do tipo mais
adequado, para cada situação, depende da finalidade do viveiro, se comercial ou uso
próprio; do material mais facilmente disponível no local; da duração desejada para a
produção de mudas; e do conhecimento e nível tecnológico do produtor ou do viveirista
(MATIELLO et al., 2005).
MATERIAIS PARA SUSTENTAÇÃO, COBERTURA E PROTEÇÃO LATERAL
Na opinião de Santinato e Silva (2001) e Matiello et al. (2005), deve-se utilizar:
para sustentação utilizar esteios de 2,5 m de comprimento e 16 cm de diâmetro
de bambu gigante ou madeira branca;
para apoio de cobertura utilizar bambu comum inteiro ou arame liso de cerca;
para cobertura utilizar bambu rachado, capim napier, sombrite entre outras;
para proteção lateral bambu comum rachado, napier, panos de colheita usados e;
para proteção de canteiros estacas de 50 cm de bambu comum ou madeira
branca e arame.
Para viveiros de cobertura baixa a única alteração é para os esteios de sustentação
que devem ser de 1,2 m de comprimento. Segundo Matiello et al. (2005), pode ser usada
ainda tela sombrite preta, sendo indicadas aquelas que dão 50 a 60% de insolação,
especialmente recomendadas para viveiros com microaspersão.
A cobertura das mudas é necessária para evitar o excesso de insolação, já que as
plantas de café, quando novas, se desenvolvem melhor em ambiente de meia sombra.
Nos períodos de ocorrência de geadas, a cobertura deve ser mais fechada, para proteção
das mudas contra os efeitos do frio.
A cobertura deve ser orientada no sentido norte-sul, de forma a que durante o dia a
sombra se desloque uniformemente sobre as mudas, pelo caminhamento do sol, no
sentido leste-oeste. Para viveiros com sombrite essa orientação não é necessária.
DISTRIBUIÇÃO INTERNA
Ainda segundo Matiello et al. (2005), o esquema da distribuição interna do viveiro
deve ser planejado levando em conta os tratos culturais e o transporte das mudas. Para
tanto é necessário o planejamento da localização dos moirões, dimensionamento dos
canteiros, caminhos para trânsito.
Os esteios devem ser localizados a cada 3,6 m (em quadrado), ficando situados
dentro dos canteiros, os canteiros devem ter em torno de 1,2 m de largura e no máximo
20 m de comprimento, os pequenos caminhos entre os canteiros devem guardar a
largura de 0,6 m, para facilitar o manejo.
Em volta do viveiro entre os canteiros e a proteção lateral, deve-se deixar um vão
com cerca de 1 m largura, para facilitar o trânsito. Os canteiros sempre devem estar
dispostos no sentido do maior declive, para facilitar a drenagem do excesso de água.
RECIPIENTES
Os saquinhos plásticos de polietileno são os mais utilizados para a produção de
mudas de café. Podem variar de 9 a 11 cm de largura x 18 a 20 cm de comprimento para
mudas de meio ano e de 12 a 14 cm de largura x 25 a 28 cm de comprimento para
mudas de ano, devem ter de 30 a 36 furos na sua metade inferior, para drenagem do
excesso de água (MATIELLO et al., 2005).
A área necessária à produção de mudas de sacolinha pode ser calculada com
base na área dos canteiros, cada m2 comportando de 200 a 300 sacolinhas; nos
caminhos entre canteiros, ocupando mais 50% da área, pois eles têm largura de 0,6 m
contra 1,2 m dos canteiros; margem lateral de 1 m. em termos práticos, dependendo
dessas condições, são necessários 60 a 100 m2 para cada 10.000 mudas de café a serem
produzidas (MATIELLO et al., 2005). Ainda de acordo com Santinato e Silva (2001) de
modo prático, pode-se dizer que são necessários 10 m2 para cada 1.000 mudas de
sacolas práticas de meio ano.
SUBSTRATO
Segundo Matiello et al. (2005), o substrato para enchimento de saquinhos deve
ser constituído de uma mistura de terra + adubo orgânico + adubo mineral. A terra deve
ser de preferência de textura media, devendo evitar aquelas onde já houve lavouras de
café ou logo abaixo dessa, para evitar problemas com nematóides e fungos do solo.
Deve ser raspada uma camada de 2 a 3 cm, para reduzir a presença de sementes de ervas
daninhas, a seguir o solo deve ser cavado e a terra peneirada para eliminar pedras,
torrões, raízes, etc.
Os solos argilosos com 60% ou mais de argila necessitam de adição de areia
grossa na base de 10 a 20% em volume, solos arenosos com 15% de argila para menos,
exigem maior quantidade de matéria orgânica volumosa, 40% em volume
(SANTINATO ; SILVA, 2001). Ainda de acordo com Matiello et al. (2005), a adição
do adubo orgânico ao substrato serve para melhorar suas condições físicas e biológicas,
além de fornecer macro e micronutrientes de liberação lenta. Outras fontes de matéria
orgânica vêm sendo utilizadas por vários produtores e, aparentemente, têm apresentado
resultados positivos ou interferindo no custo final das mudas.
SISTEMA DE IRRIGAÇÃO
O sistema de irrigação para viveiros com mudas produzidas a partir de sementes
é mais simples do que aquele utilizado para viveiros clonais, podendo ser usados
aspersores comuns e até mesmo regadores manuais, dependendo da escala de produção.
Para mudas clonais, deve ser utilizado o sistema de microaspersão por nebulização, de
preferência munidos com dispositivo de temporização, proporcionando irrigações
intermitente e facilitando o enraizamento das estacas.
PRODUZA MUDAS POR SEMENTES
Obtenha as sementes
As sementes podem ser compradas ou produzidas pelo produtor. A produção de
mudas por meio de sementes é mais utilizada para o café arábica, devido a sua
heterogeneidade (grande variedade genética).
Produza as sementes
Calcule a quantidade de sementes A quantidade de sementes produzida tem
relação direta com o rendimento dos frutos. Para cada seis litros de frutos cereja de café
arábica coletados, são produzidos cerca de 1 Kg de sementes. Para o café conilon, esta
relação é de seis litros de frutos para se obter cerca de 1,3 Kg de sementes. Em geral,
cada 1 Kg de sementes contém cerca de 4 mil sementes, o que resultará em,
aproximadamente, 2 mil mudas.
Selecione plantas com características desejáveis
As matrizes que irão fornecer as sementes devem ser de boa origem e de
características genéticas comprovadas (variedade bem definida).
Colete os frutos maduros
Os frutos devem ser coletados de plantas pré-selecionadas e devem estar
maduros.
Coloque os frutos maduros em um recipiente com água
Os frutos devem ser colocados em recipiente com água para a retiradas dos que
estiverem chochos e brocados, que boiarão na superfície.
Retire as sementes dos frutos
As sementes devem ser retiradas dos frutos com uma leve pressão dos dedos.
Este processo pode ocorrer diretamente do recipiente com água para uma peneira, onde
serão colocadas as sementes espremidas dos frutos.
Lave as sementes e retire a sua mucilagem
Coloque as sementes para secar a sombra
a) Espalhe as sementes em uma camada fina Em piso plano, espalhe as sementes
em camadas mais finas, grão a grão, ou seja, sem sobreposição e sem movimentá-las.
b) Amontoe as sementes A partir do segundo dia, engrosse a camada de
sementes para 15 cm, revolvendo-a de uma em uma hora. Camada sendo engrossada
Camada grossa com cerca de 15 cm de espessura Sementes com teor de umidade ideal
c) Meça a umidade das sementes A partir do terceiro dia de revolvimento, meça
a umidade das sementes que deverá estar entre 20 e 30%. Modelo de medidor utilizado
no controle de umidade das sementes
Armazene as sementes secas
Depois de secas (20% de umidade), as sementes poderão permanecer
armazenadas por até seis meses em recipientes adequados. Depois deste prazo, o seu
poder germinativo diminui. Se preferir comprar as sementes em vez de produzí-las, faça
a aquisição de empresas, produtores e órgãos credenciados.
Faça a semeadura
Reúna o material
» Substrato;
» Recipientes (saquinhos plásticos, tubetes, entre outros);
» Pedaço de cano de PVC;
» Sementes;
» Furador; e
» Regador.
Preencha o recipiente com substrato
Para encher os saquinhos, utilize como pá um pedaço de cano de PVC ou algo similar,
com o objetivo de facilitar o enchimento do recipiente até a borda. a) Vista o saquinho
no pedaço de cano de PVC
b) Complete o recipiente com a mistura do substrato c) Comprima o substrato no
recipiente Bata duas ou três vezes com o fundo do saco no solo, para acomodar bem o
substrato.
d) Retire o pedaço de cano de PVC
Coloque o recipiente já preenchido no canteiro
Irrigue o canteiro antes de fazer a semeadura
Semeie
Faça dois furos no substrato
Utilizando um furador, faça dois furos no substrato do recipiente com 1 cm de
profundidade cada.
Coloque uma semente por furo e cubra-as
Faça a cobertura do canteiro
Se os canteiros não tiverem cobertura, os saquinhos semeados devem ser cobertos com
casca de arroz, palha de capim ou material semelhante, com o intuito de conservar a
umidade e proteger as sementes. Assim que as sementes germinarem, a cobertura deve
ser retirada e o canteiro deverá ser protegido da incidência direta dos raios solares.
Identifique os canteiros
Identifique os canteiros de acordo com as variedades e a data de plantio.
Produza mudas por estacas
A produção de mudas por estacas é o processo de propagação mais utilizado
para o café conilon, em função do seu baixo pegamento por sementes. As estacas podem
ser produzidas na propriedade ou no viveiro, com obtenção de hastes na lavoura ou em
jardim clonal.
Produza as
Reúna o material
• Tesoura de poda.
Escolha as plantas matrizes
Devem ser identificadas plantas sadias, produtivas e representativas da variedade ou
clone para que sejam retiradas as hastes.
Corte as hastes
As hastes devem ter entre 4 e 6 pares de folhas
Leve-as para local fresco e sombreado
Corte as estacas deixando um par de folhas
O corte deve ser o mais reto possível para que o enraizamento seja uniforme
Obs:
1. Não devem ser usadas as ponteiras das hastes, pois são muito tenras, formadas
por tecidos jovens. 2. Faça uma reserva com 15% a mais de estacas em um
banco de areia, com o objetivo de replantar possíveis falhas no canteiro, visto
que o índice de enraizamento no canteiro é de 85 a 95%.
Plante as estacas
As estacas podem ser plantadas em banco de areia do tipo sementeira para que ocorra o
seu enraizamento ou diretamente em saquinhos plásticos ou tubetes com 2 a 4 cm de
profundidade no substrato.
Regue todos os dias
Em dias quentes, as estacas devem ser regadas pelo menos duas vezes.
Faça o transplante das mudas
Depois que as estacas enraizarem (45 a 60 dias), as mudas do banco de areia
(sementeira) devem ser transplantadas para saquinhos plásticos ou tubetes.
PRATICAS CULTURAIS NO VIVEIRO
As principais praticas recomendadas na condução do viveiro são:
IRRIGAÇÃO
Santinato e Silva (2001), recomenda a condução das regas ou a irrigação de
acordo com as condições climáticas, não devem ser em excesso para evitar doenças,
nem tampouco em falta, que diminuem o desenvolvimento das mudas nos 2 ou 3
primeiros meses, no estádio de “palitos e orelhas de onça” deve-se irrigar diariamente.
Podem ser usados sistemas normais de aspersão, com o uso de conjuntos com
aspersores fixos ou microaspersores, também pode ser feita por mangueira ou regador
em viveiros menores. As regas devem ser diárias no inicio até o estádio de orelha de
onça, evitando encharcamento que facilita o aparecimento de doenças, a partir de então,
podem ser feitas a cada dois ou três dias (MATIELLO et al., 2005).
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Na opinião de Santinato e Silva (2001) e Matiello et al. (2005), o controle do
mato inicia-se pela escolha do local do viveiro, evitando ervas como tiririca e grama
seda; outra alternativa é utilizar herbicida de pré-emergência tipo Goal (Oxifluorfen) a
razão de 0,5 a 0,6% em calda aquosa, sobre as sacolinhas e antes da semente germinar.
Todo mato que nascer durante o período de formação de mudas deve ser eliminado
ainda pequeno, através das mãos.
ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Na opinião de Matiello et al. (2005), a adubação do viveiro é dispensável,
sempre que se utilize um bom substrato e que as mudas apresentem um bom
desenvolvimento, não havendo necessidade de acelerar seu crescimento através de
adubações suplementares, pois o ideal é o bom equilíbrio entre a parte aérea e o sistema
radicular. Ainda segundo Matiello et al. (2005), para o caso de deficiências especificas,
demonstradas através de sintomas característicos, podem ser corrigidas com irrigações
ou pulverizações com adubos usuais. Para deficiência de ferro, deve-se reduzir
irrigações e arejar a área.
CONTROLE FITOSSANITÁRIO
Segundo Matiello et al. (2005), as principais doenças nos viveiros são a
rhizoctoniose ou tombadeira e a cercosporiose, podendo ocorrer, ainda, em períodos
frios a mancha aureolada, as manchas de ascochyta e a phoma. As pragas surgem com
menor freqüência. A cercosporiose ou mancha do olho pardo é causada pelo fungo
Cercospora coffeicola, produz sérios danos às mudas através da desfolha generalizada,
atraso no desenvolvimento e índice de refugos elevado. As principais medidas de
controle são: instalar o viveiro em local bem arejado e drenado, para evitar acumulo de
umidade nas folhas; utilizar substrato bem equilibrado, com boas propriedades físicas,
para facilitar o enraizamento; controlar a irrigação para evitar encharcamento ou déficit
hídrico; evitar insolação excessiva na época da aclimatação. O controle
preventivo/curativo pode ser feito através de fungicidas cúpricos, Dithane
(Ditiocarbamato), Folicur (Tebuconazole), Amistar (Azoxistrobim), entre outros
(ZAMBOLIM, 1999; SANTINATO; SILVA, 2001; MATIELLO et al., 2005;
MATIELLO et al., 2006). A rhizoctoniose ou tombamento ou podridão do colo ou
perna preta é causada pelo fungo Rhizoctonia solani. As principais medidas de controle
são: instalar o viveiro em local ensolarado e bem drenado; controlar a irrigação para
evitar encharcamento; utilizar solo oriundo de barranco de textura média ou latossolo
vermelho-amarelo e mistura-lo com areia lavada na proporção de 3:1; utilizar
compostos orgânicos bem decompostos e livres do patógeno; fumigar o substrato
quando possível, entretanto esta operação foi dificultada pela proibição do Brometo de
Metila; eliminar as mudas com sintomas e também aquelas ao redor. O controle
preventivo/curativo pode ser feito no tratamento das sementes e durante o
desenvolvimento das mudas com Moncerem (Pencycurom) irrigado ou pulverizado em
focos que aparecem, também podem ser usados alternadamente em intervalos de 15 dias
fungicidas cúpricos e Dithane (Ditiocarbamato).
A mancha aureolada ou mancha bacteriana é causada pela bactéria Pseudomonas
syringae pv. garçae, a doença provoca queima das folhas e necrose dos tecidos causando
grande desfolha, definhamento e morte. As principais medidas de controle são: evitar
instalar o viveiro em locais sujeitos a ação de ventos frios e úmidos; proteção lateral dos
viveiros; utilizar substrato fértil; controlar a irrigação para evitar excesso de umidade;
eliminar os focos para reduzir o inóculo na área; evitar o uso excessivo de adubações
nitrogenadas. O controle preventivo/curativo pode ser realizado através de
pulverizações alternando fungicidas cúpricos e Dithane (Ditiocarbamato) e em
condições favoráveis à doença também podem ser usados em associações com
antibióticos Agrimicina (Tetraciclina + Streptomicina) ou kassugamicina (kassumim).
A phoma ou requeima e ascochiyta são doenças parecidas, de ocorrências quase
sempre simultâneas causadas respectivamente pelos fungos phoma costaricensis e
ascochyta cofeea. A phoma ataca as folhas novas causando o seu encurvamento nas
bordas, as manchas são escuras e “molhadas” de cor preta a marrom escuro, causa a
paralisação do crescimento e a ascochyta ataca as folhas e ramos menores (caulículo),
causando manchas de cor marrom claro com círculos concêntricos em ambos os lados
da folha, apresentam aspecto seco. As principais medidas de controle são: evitar instalar
o viveiro em locais mal drenados, e sujeitos a ação de ventos; proteção lateral dos
viveiros; controlar a irrigação para evitar o excesso de umidade. O controle
preventivo/curativo pode ser feito através de fungicidas cúpricos, Dithane
(Ditiocarbamato), Folicur (Tebuconazole), Amistar (Azoxistrobim), Cantus (Boscalid),
Rovral (Iprodione), entre outros (ZAMBOLIM, 1999; SANTINATO; SILVA, 2001;
MATIELLO et al., 2005; MATIELLO et al., 2006). Nematóides, ácaros, cochonilhas,
lesmas, caramujos, bicho mineiro podem ser controlados via solo por Temik (Aldicarb);
grilos, lagartas, cochonilhas via pulverização por Thiodan (Endosulfan), Ethion
(Ethion), Folidol (Parathion Methyl); entre outros produtos (SANTINATO; SILVA,
2001; MATIELLO et al., 2005).
RALEAMENTO DAS MUDAS
O raleamento é uma pratica necessária quando na semeadura foram colocadas duas
sementes por saquinho, sendo de preferência, no estágio de “orelha de onça”. A
eliminação de uma planta deverá ser por arranquio ou corte baixo da muda mais fraca
ou mais atrasada segundo Matiello et al. (2005), entretanto, de acordo com Santinato e
Silva (2001), o arranquio não deve ser utilizado, pois desloca o sistema radicular da
muda remanescente.
ACLIMATAÇÃO DAS MUDAS
A aclimatação das mudas é uma pratica essencial para facilitar a ambientação ao
sol, melhorando o pegamento quando do seu plantio no campo. A cobertura deve ser
retirada aos poucos a partir do segundo par de folhas definitivas, até que fiquem
completamente ao sol por pelo menos um mês antes do plantio. As regas devem ser
intensificadas para compensar a maior exposição das mudas e o aumento da
transpiração (MATIELLO et al., 2005; SANTINATO; SILVA, 2001).
SELEÇÃO DAS MUDAS
As mudas devem estar isentas de pragas e moléstias consideradas impeditivas
pelo regulamento de defesa sanitária. Na opinião de Santinato e Silva (2001), as mudas
para serem levadas ao campo devem ter de 3 a 6 pares de folhas definitivas. Um bom
sinal de mudas sadias é a presença da “orelha de onça” e a espessura de
aproximadamente 0,4 mm de diâmetro do colo. As mudas com desenvolvimento normal
estão aptas ao plantio, as pouco desenvolvidas devem ser reencanteiradas para futuro
aproveitamento e as defeituosas descartadas (MATIELLO et al., 2005).