3.
Descreva resumidamente quais são os métodos de hibridação de plantas
autógamas, citando suas vantagens e desvantagens.
O método genealógico, também conhecido como método de pedigree, é uma abordagem de
melhoramento genético que se baseia na análise das informações genealógicas de uma população de
plantas autógamas.
Vantagens:
- Permite o acompanhamento das contribuições genéticas de cada ancestral.
- Facilita o controle de endogamia (cruzamentos consanguíneos) para evitar depressão por
endogamia.
- Ajuda a selecionar indivíduos com base em informações sobre sua herança genética.
Desvantagens:
- Requer um registro preciso e extenso da genealogia, o que pode ser trabalhoso.
- Não é eficaz para a introdução de genes de fontes externas, uma vez que se concentra nas
informações internas da população.
O método da população bulk, também conhecido como método do "bulk breeding", é uma técnica de
melhoramento genético utilizada principalmente em plantas autógamas, como o trigo e o arroz.
Neste método, uma população heterogênea de plantas é cultivada em um campo e, no final de uma
estação de crescimento, as plantas são colhidas coletivamente e misturadas em um "bulk" (um grupo
de plantas) sem distinguir os indivíduos.
Vantagens:
- Mantém uma ampla variabilidade genética na população, pois todas as plantas contribuem
igualmente para o "bulk".
- É eficaz para seleção de características complexas, como resistência a doenças.
- Reduz o trabalho de identificar e selecionar indivíduos, economizando tempo e recursos.
Desvantagens:
- Menos controle sobre as características individuais das plantas.
- Pode haver perda de características desejadas devido à mistura indiscriminada.
- É mais adequado para a seleção de características poligênicas (controladas por vários genes).
O método SSD, que significa "Single Seed Descent" (Descendência a Partir de uma Única Semente), é
uma abordagem de melhoramento genético comumente usada em plantas autógamas, como o trigo.
Neste método, a seleção de plantas é feita a partir de uma única semente, em vez de a partir de uma
população misturada. Inicialmente, várias plantas promissoras são cruzadas e suas sementes são
colhidas separadamente. A partir dessas sementes, apenas uma planta é selecionada em cada
geração.
Vantagens:
- Oferece um alto grau de controle sobre as características das plantas selecionadas, permitindo a
escolha das melhores plantas individualmente.
- Minimiza a mistura de genes, tornando-o adequado para melhoramento de características
específicas.
- Permite o desenvolvimento de linhagens puras rapidamente.
Desvantagens:
- Pode resultar em menor variabilidade genética se não houver a introdução de novos genes de
fontes externas.
- Requer cuidado na identificação e seleção de plantas em cada geração.
4- O que diferencia a hibridação no melhoramento de plantas alógamas da hibridação
no melhoramento de plantas autógamas?
A hibridação no melhoramento de plantas alógamas e a hibridação no melhoramento de plantas
autógamas diferem principalmente em relação à forma de reprodução das plantas e ao processo de
cruzamento. A principal diferença é que nas plantas alógamas, a hibridação envolve a combinação de
material genético de plantas distintas, resultando em uma maior diversidade genética, enquanto nas
plantas autógamas, a hibridação é usada para aprimorar características específicas e manter a pureza
genética.
5- Quais são os mecanismos que favorecem a hibridação no melhoramento de
plantas autógamas e alógamas? Explique resumidamente cada um.
Os mecanismos que favorecem a hibridação no melhoramento de plantas autógamas e alógamas
variam devido às diferenças em seus sistemas de reprodução.
Hibridação em Plantas Autógamas:
1. Seleção Recorrente: Envolve a seleção de plantas superiores em cada geração, permitindo o
aprimoramento de características desejadas.
2. Retrocruzamento: Introduz genes de uma fonte externa em uma variedade autógama, preservando
suas características autógamas.
Hibridação em Plantas Alogâmicas:
1. Cruzamento Controlado: Cruzamento entre variedades distintas para criar híbridos com
características desejadas. A recombinação genética resultante é uma vantagem.
2. Polinização Assistida: Controle da polinização para garantir que o pólen de uma variedade
específica fertilize os estigmas de outra variedade, permitindo a criação de híbridos planejados.
3. Seleção de Progênies: Seleção de descendentes de cruzamentos bem-sucedidos com base em
características desejadas.
4. Isolamento Espacial ou Temporal: Manter variedades de plantas separadas geograficamente ou em
épocas de florescimento diferentes para evitar a polinização cruzada não desejada.
Em resumo, os mecanismos de hibridação no melhoramento de plantas autógamas frequentemente
envolvem seleção recorrente e retrocruzamento, enquanto nas plantas alogâmicas, são utilizados
cruzamento controlado, polinização assistida, seleção de progênies e isolamento espacial/temporal
para promover a obtenção de híbridos com características desejadas.
6- Cite e explique, dando exemplos, de três mecanismos de defesa de plantas contra
o ataque de doenças.
1. Resistência Genética: Plantas podem possuir genes que as tornam resistentes a patógenos. Essa
resistência pode ser herdada e permite que a planta lute eficazmente contra as doenças. Exemplo:
Variedades de trigo resistentes à ferrugem, que são geneticamente modificadas para resistir a
ataques desse patógeno, reduzindo a necessidade de pesticidas.
2. Produção de Metabólitos Secundários: Plantas frequentemente produzem compostos químicos
secundários, como alcaloides e flavonoides, que têm propriedades antimicrobianas. Esses compostos
ajudam a combater patógenos. Exemplo: Árvores de nim (Azadirachta indica) produzem o nimbidol,
um composto que atua como um pesticida natural.
3. Sistemas de Sinalização e Resposta: As plantas têm sistemas de sinalização que detectam a
presença de patógenos. Quando um patógeno é identificado, a planta desencadeia respostas de
defesa, como a produção de proteínas de resistência. Exemplo: A ativação do sistema de defesa da
planta Arabidopsis thaliana em resposta à infecção por bactérias é um exemplo de sistema de
sinalização e resposta.
7- O que é RPI?
Planta que devido à sua constituição genotípica é menos danificada que outra, em condições de
igualdade.
8- Quais são os mecanismos de resistência das plantas ao ataque de insetos? Explique
resumidamente três mecanismos.
1. Produção de Metabólitos Secundários: Muitas plantas produzem compostos químicos secundários,
como alcaloides e terpenoides, que são tóxicos ou repelentes para insetos. Esses compostos podem
afetar a alimentação, reprodução e desenvolvimento dos insetos. Exemplo: A nicotina nas folhas de
tabaco é tóxica para insetos que tentam se alimentar delas.
2. Resistência Induzida por Herbivoria (RIH): Quando uma planta é danificada por insetos herbívoros,
ela pode desencadear respostas de defesa. Isso inclui a produção de fitoalexinas, proteínas tóxicas e a
ativação de genes de resistência. Essas respostas podem tornar a planta menos atraente para os
insetos. Exemplo: O milho pode produzir genes de resistência em resposta ao ataque de lagartas.
3. Produção de Tricomas e Pelos: Muitas plantas têm estruturas físicas de defesa, como tricomas
(pequenos pelos) e espinhos que dificultam a alimentação dos insetos. Além disso, essas estruturas
podem abrigar glândulas de produção de compostos tóxicos. Exemplo: As folhas de algumas
variedades de urtiga têm tricomas que liberam substâncias urticantes quando tocadas por insetos.