PT910721E - Processo para a producao de vidros curvos - Google Patents

Description

Descrição “Pi *ocesso para a produção de vidros curvos” A invenção refere-se a um processo para a produção de vidros curvos, no qual o material de partida usado é uma lâmina de vidro compósita, constituída por uma sanduíche de pelo menos duas lâminas de vidro planas e uma camada de plástico, simples ou múltipla, posicionada entre cada par de lâminas de vidro, sendo o vidro compósito levado ao contacto com uma superfície curva e depois dobrado até que as secções marginais do vidro se apliquem à superfície curva e, finalmente, montando meios de retenção para reter o vidro compósito curvado, na posição curvada.

Apresenta-se um processo deste tipo na patente EP-A-0 282 468.

As vidraças curvas montadas na fachada da cobertura de um edifício são usualmente feitas de plástico, por exemplo de policarbonato. Este material é fácil de curvar e tem a vantagem de não se despedaçar em pedaços, donde resulta que podem evitar-se lesões nas pessoas que passam. Um inconveniente é que o plástico usado é um material relativamente macio, ficando a vidraça, com o decorrer do tempo, coberta com um grande número de riscos produzidos por grãos de areia e similares, que passam pela mesma. Há uma deterioração gradual da transparência e da limpeza. E conhecido em si fazer a curvatura de uma vidraça única, a frio, e aplicá--la a uma armação curva. Quando montado em certo locais, uma tal vidraça pode, na eventualidade de rotura, constituir um risco para pessoas ou objectos por baixo da mesma. Este risco pode ser combatido por aplicação de uma película, num lado, mas então esse lado é também susceptivel de ser riscado. A patente EP-A-0 282 468 descreve um processo para a produção de um

painel de vidro curvo, no qual se leva uma sanduíche, constituída por dois vidros planos e uma camada intermédia de um adesivo plastomérico transparente, a uma temperatura compreendida entre 80°C e 140°C, suficiente para amolecer o adesivo plastomérica e permitir o seu enrugamento. Coloca-se a sanduíche numa forma, curvada cilindricamente, a qual é encurvada, por aplicação de forças, de acordo com a forma da forma. Coloca-se uma tira de guarnição curva nas extremidades curvas da sanduíche e coloca-se uma tira de guarnição rectilínea nos bordos rectilíneos da sanduíche. Unem-se as tiras de guarnição para formar uma armação, após o que se retiram as forças de curvamento e retira-se a vidraça curva da forma. O princípio deste processo conhecido é portanto a curvatura, a uma temperatura elevada para a qual a camada intermédia é amolecida. Este processo é caro e apenas pode ser realizado numa fábrica ou oficina, e não no próprio local da construção. O objectivo da invenção é ultrapassar este inconveniente e, para isso, o processo indicado no preâmbulo é caracterizado por a vidraça compósita ser curvada à temperatura ambiente, sem amolecimento da camada ou camadas de plástico.

A curvatura a frio de vidraças em sanduíche constituídas por duas lâminas de vidro e uma película de plástico colocada entre as lâminas de vidro tem até aqui sido considerada como impossível de realizar na prática porque havia o preconceito de que, na curvatura a frio de tais vidraças, se verificaria a deslaminação da camada de plástico, como consequência da diferença dos alongamentos nas superfícies das duas vidraças no sítio do seu ponto de contacto com a camada de plástico. O mérito da invenção é que foi vencido este preconceito e que, por meio da curvatura a frio, podem montar-se vidros curvos resistentes aos riscos, de maneira completamente segura, para fins, por exemplo, de telhados transparentes em estações ferroviárias. O

J

processo de acordo com a invenção conduz a economias apreciáveis e a resultados excelentes, na prática. E claro que a invenção pode ser igualmente usada para vidros em fachadas, vidros em poços de elevadores e similares. O processo de acordo com a invenção é extremamente apropriado para ser realizado no local da obra de construção, fazendo a referida superfície curva parte de uma armação e constituindo os referidos meios de retenção meios para fixar a vidraça compósita curva na armação.

Uma vantagem que não deixa de ser apreciável dos vidros curvos é que estes últimos adquirem maior rigidez e resistência como resultado da curvatura.

Descreve-se agora com mais pormenor a invenção, a título de exemplo, com referência às figuras, que representam: A fig. 1, uma representação esquemática do processo de acordo com a invenção; A fig. 2, um corte transversal do vidro no estado plano; e A fig. 3, uma vista de lado do vidro curvo obtido de acordo com a invenção, no telhado de, por exemplo, uma estação de caminhos de ferro.

Pode ver-se, a partir das fig. 1 e 2, que uma vidraça compósita plana (1), constituída por uma sanduíche de duas vidraças (2) e (3) e uma camada de plástico, simples ou múltipla, (4), posicionada entre as referidas vidraças, está colocada, encostada simetricamente numa superfície curva (5) de uma armação (6), sendo depois sujeita a uma carga, junto das extremidade (setas (7)) no sentido da armação. O resultado pode ver-se, em pormenor, na fig. 3. Por meio da dobragem a frio, a vidraça compósita foi, na posição curvada, levada com a sua borda periférica a aplicar-se completamente à armação (6), sendo a vidraça curvada mantida no lugar

4 \ por meio de dispositivos de fixação, indicados esquematicamente em (8) na fig. 3. Os referidos dispositivos de fixação são constituídos por, entre outras coisas, parafusos que se estendem através de furos na vidraça e na armação, podendo também ser constituídos por pérolas de vidro robustas.

Por exemplo, a vidraça (2) tem uma espessura de 5 mm e a vidraça (3) uma espessura de 3 mm, sendo a espessura de uma película feita de dois materiais plásticos diferentes, de cerca de 0,75 mm. São possíveis diversas variantes da invenção representada, dentro do escopo das reivindicações. Por exemplo, a sanduíche pode também compreender mais de duas vidraças, havendo uma camada de plástico entre cada par de vidraças. Os vidros constituídos por mais de duas vidraças podem em geral ser curvados mais facilmente que vidros com a mesma espessura constituídos por duas vidraças.

Lisboa, 13 de Novembro de 2000

Claims (3)

1 1

Reivindicações 1. Processo para a produção de vidro curvo, no qual o material de partida usado é uma vidraça compósita (1) constituída por uma sanduíche de pelo menos duas vidraças planas (2, 3) e uma camada de plástico (4), simples ou múltipla, posicionada entre cada par de vidraças, sendo a vidraça compósita levada ao contacto com uma superfície curva (5) e depois curvada até que as secções dos bordos da vidraça se apliquem à superfície curva (5) e, finalmente, são fixados dispositivos de retenção (8) para reter a vidraça compósita curvada na posição curvada, caracterizado por a vidraça compósita ser curvada à temperatura ambiente sem amolecer a ou as camadas de plástico.

2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a referida superfície curvada (5) fazer parte de uma armação (6) e os referidos dispositivos de retenção (8) constituírem meios de fixação para fixar a vidraça compósita curvada na armação.

3. Processo de acordo com as reivindicações 1 ou 2, caracterizado por as vidraças serem constituídas por vidro temperado ou endurecido. Lisboa, 13 de Novembro de 2000

1 1

Resumo “Processo para a produção de vidros curvos” O material de partida usado para a produção de vidros curvos é um vidro compósito (1), constituído por uma sanduíche de pelo menos duas lâminas de vidro planas (2. 3) e uma camada de plástico (4). simples ou múltipla, colocada entre cada par de lâminas de vidro. O vidro compósito é colocado aplicado a uma superfície curva e depois curvado à temperatura ambiente sem amolecer a camada ou as camadas de plástico, até que as secções das margens do vidro se apliquem à superfície curva (5). Finalmente, colocam-se meios de retenção (8) para reter o vidro compósito dobrado a frio na posição curva. Figura 1

Lisboa, 13 de Novembro de 2000