Relatório Descritivo da Patente de Invenção para USO DE OLIGOSSACARÍDEOS CONTENDO N-ACETILLACTOSAMINA PARA MATURAÇÃO DE RESPOSTAS IMUNES EM NEONATOS. Campo da Invenção [001] A presente invenção se refere à maturação de respostas imunes de crianças neonatais por educação do sistema imune para evitar respostas imunes impróprias.
Antecedentes da Invenção [002] Imediatamente antes do nascimento, é pensado que o trato gastrointestinal de um bebê é estéril. Durante o processo normal de nascimento, encontram-se bactérias do trato digestivo, pele e ambiente da mãe e começam a ser colonizadas. O microbiota fecal de uma criança alimentada no peito saudável de idade 2 a 4 semanas que pode ser considerado o microbiota ideal para esta faixa etária é dominado por espécies de Bifidobacteria com algumas espécies de Lactobacillus e quantidades menores de Bacteroides tais como espécies de Bacteroides fragilis, à exclusão de patógenos potenciais tal como Clostridia. Depois da conclusão do desmame em torno dos 2 anos de idade, um padrão de microbiota de intestino que se assemelha ao padrão de adulto é estabelecido.
[003] Os estágios precoces da colonização são uma fase crítica de adaptação ao ambiente novo do intestino, que fornece a maioria dos ligantes do receptor imune inato identificado, tal como lipopolissacarídeos, em concentrações altas. O reconhecimento imune inato do intestino deve ser, portanto, regulado de perto e educado durante este período para evitar a estimulação imprópria.
[004] Em camundongos, as células epiteliais intestinais respondem dentro de várias horas de nascimento aos compostos bacterianos exógenos, tais como endotoxinas, para adquirir a tolerância ao receptor tipo dobre de sino (toll like) para facilitar a colonização microbiana
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2/14 subsequente e o desenvolvimento de uma homeostasia de hospedeiro-micróbio intestinal estável (Lotz e outros, 2006). É hipotetizado que processos pós-natais similares da mesma forma ocorrem em neonatos humanos. Disfunção do subrregulamento de reações pró-inflamatórias que é necessária para permitir a colonização ocorrer pode levar ao desenvolvimento de inflamação entérica e perturbação no processo de colonização. Isto, por sua vez, poderia conduzir a uma batalha de longa duração entre o hospedeiro e micróbios, com consequências negativas para saúde a curto e provavelmente da mesma forma à longo prazo ambos localmente no intestino e também sistemicamente.
[005] Já foi sugerido que esta colonização imprópria ou atrasada pode ter consequências específicas em termos do desenvolvimento subsequente da criança. Por exemplo, Fantuzzi e outros, propuseram que a inflamação de baixo grau sistêmica e um microbiota do intestino subideal pode ser implicada no desenvolvimento posterior da obesidade (Fantuzzi G. Adipose tissue, adipokines, and inflammation J AllergyClin Immunol. 2005; 1 15:911 a 919).
[006] Em resumo, cada vez mais evidência está surgindo a qual sugere que o estabelecimento de um microbiota intestinal apropriado precoce na vida pode ser um fator significante no desenvolvimento saudável subsequente. Além disso, um microbiota intestinal impróprio será provavelmente acompanhado por inflamação local na inflamação sistêmica de baixo nível e intestinal que tem suas próprias consequências adversas na saúde geral.
[007] O leite materno é recomendado para todas as crianças. Além de macronutriente, sabe-se que o leite humano contém muitos nutrientes bioativos, isto é, compostos que podem ser categorizados em condições amplas como proteínas, carboidrato ou gorduras mas que têm uma função específica sobre e acima de seu valor calorífico. Uma classe grande de tais nutrientes bioativos é o oligossacarídeos de
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3/14 leite humano, um grupo de mais de 100 oligossacarídeos que são encontrados em quantidades variadas no leite humano mas não na mesma quantidade ou variedade no leite bovino, por exemplo. O número e função destes vários oligossacarídeos ainda estão sendo elucidados embora alguns desses já tenham sido associados com, por exemplo, redução da capacidade dos patógenos de aderirem às células epiteliais hospedeiras.
[008] Entretanto, em alguns casos, a alimentação pelos seios é inadequada ou mal-sucedida por razões médicas ou a mãe escolhe não alimentar no peito. Fórmulas infantis foram desenvolvidas para estas situações. A vasta maioria de fórmulas infantis é à base de leite bovino que, como notado acima, não é tão rico em carboidrato funcional em termos de diversidade ou teor quanto o leite humano.
Sumário da Invenção [009] Os presentes inventores constataram surpreendentemente que a administração de oligossacarídeos com estruturas de N-acetillactosamina mono-, di- e/ou polivalentes ligadas à lactose à criança neonatal é particularmente eficaz na educação do sistema imune, promovendo o subrregulamento de respostas pró-inflamatórias impróprias durante o estabelecimento do microbiota intestinal no período neonatal com o resultado que respostas imunes impróprias podem da mesma maneira ser subreguladas.
[0010] Consequentemente, em um primeiro aspecto, a presente invenção fornece o uso de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-Nhexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, lacto-Nneoexaose, para-lacto-N-octaose, lacto-N-neo-octaose, iso-lacto-Noctaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N-decaose na fabricação de um medicamento para crianças ou uma composição nutricional terapêutica para crianças para maturação de respostas imunes em uma criança
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4/14 neonatal.
[0011] Em um segundo aspecto, a invenção fornece o uso de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-Ntetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-N-neoexaose, lacto-N-octaose, lactoN-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-Ndecaose na fabricação de um medicamento para crianças ou uma composição nutricional terapêutica para crianças para modular o sistema imune de uma criança neonatal para promover o desenvolvimento nas primeiras semanas de vida da criança de um microbiota intestinal benéfico comparável àquele encontrado em crianças alimentadas no peito.
[0012] Em um terceiro aspecto, a invenção fornece o uso de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-Ntetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-N-neoexaose, lacto-N-octaose, lactoN-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-Ndecaose na fabricação de um medicamento ou composição nutricional terapêutica para a administração em uma criança neonatal para reduzir o risco de desenvolvimento subsequente de alergia na criança.
[0013] A invenção estende-se a um método de promover a maturação das respostas imunes em uma criança neonatal administrandose a uma criança neonatal em necessidade do mesmo uma quantidade terapêutica de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-Nhexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-Nneoexaose, lacto-N-octaose, lacto-N-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N-decaose.
[0014] A invenção ainda estende-se a um método de promover o desenvolvimento nas primeiras semanas da vida de uma criança de
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5/14 um microbiota intestinal benéfico comparável àquele encontrado em crianças alimentadas no peito administrando-se a uma criança neonatal em necessidade do mesmo uma quantidade terapêutica de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo consistindo em lacto-Ntetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-N-neoexaose, lacto-N-octaose, lactoN-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-Ndecaose.
[0015] Finalmente, a invenção estende-se a um método de reduzir o risco de desenvolvimento subsequente de alergia em uma criança administrando-se a uma criança neonatal em necessidade do mesmo uma quantidade terapêutica de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-Nneoexaose, lacto-N-octaose, lacto-N-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N-decaose.
[0016] Sem desejar estar ligado por teoria, os presentes inventores acreditam que oligossacarídeos com estruturas mono-, di- e/ou polivalentes ligadas à lactose no lúmen intestinal podem agir como um chamariz para fatores pró-inflamatórios prevenindo-os da ligação aos seus ligantes naturais e desse modo aliviando as respostas próinflamatórias. Especificamente, galectina-3 é uma proteína de ligação de β-galactosídeo solúvel envolvida em várias reações próinflamatórias, tal como a ativação de neutrófilos (por exemplo, IL8). Neutrófilos participam na resposta imune inata como um leucócito fagocitário principal recrutado em sítios de infecção. Galectina-3 pode ser liberada dos epitélios intestinais para ativar o sistema imune.
[0017] Estudos com camundongos nulos de galectina-3 (gal-/-) mostraram o papel regulador de galectina-3 para regular as respostas imunes inatas e adaptáveis aos patógenos (Bernardes e outros, 2006).
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Com uma carga de patógeno similar, camundongos gal-/- mostraram resposta inflamatória muita mais baixa, infiltração de leucócito mais baixa na lâmina própria do intestino e nenhuma necrose intestinal quando comparados aos controle do tipo selvagem. Desse modo pode ser concluído que a ausência de galectina-3 leva à respostas inflamatórias mais moderadas.
[0018] Glicanos que terminam com galactose β-1,4 Nacetilglicosamina tal como lacto-N-neotetraose, ligam a galectina-3. Como previamente mostrado para galectina-9, glicanos de ligação de galectina livres podem interferir com a ligação de galectina para direcionar os ligantes desse modo alterando o comportamento do ligante alvo (Ohtsubo e outros, 2005). Quanto mais unidades de Nacetillactosamina são polimerizadas; mais alta a afinidade para galectina-3 e mais forte a função de isca.
[0019] Além disso, camundongos gal3-/- mostraram uma resposta de Th1 mais alta manifestada por produção de IL12 e IFN-γ mais alta por células dendríticas (Bernardes e outros, 2006). Célula T auxiliares desempenham um papel central na imunidade adaptável. Células Th1 são vitais para respostas imunes mediadas por célula, e células Th2 promovem a imunidade humoral. As respostas à Th1 e Th2 são contrarregulativas, isto é, citocinas produzidos por células Th1 inibem a função de Th2 e vice-versa. Resposta imune distorcida por Th2 mostrou ser crucial para a manutenção da gravidez bem-sucedida e da mesma forma prevalece no nascimento e durante os primeiros meses de vida. A exposição pós-natal para antígenos microbianos elicia preferencialmente as respostas à Th1, que foram sugeridas para contrabalançar a produção de citocina polarizada por Th2 em neonatos. No caso de respostas de Th1 precoces insuficientes, a produção de citocinas do tipo Th2 (IL-4, IL-5 e IL-13) é também propagado conduzindo à produção de IgE e consequentemente à doença alérgica. Segue que
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7/14 a atividade de isca descrita acima da mesma forma ajuda a influenciar o sistema imune para a resposta de Th1 desse modo educando o sistema imune e reduzindo o risco de desenvolvimento de alergia precoce na vida.
Descrição Detalhada da Invenção [0020] Nesta especificação, os seguintes termos têm os seguintes significados:
[0021] microbiota intestinal benéfico comparável àquele encontrado em bebês alimentados no peito significa um microbiota intestinal dominado por populações apreciáveis de espécies de Bifidobacterium e Lactobacillus para a exclusão de populações apreciáveis de tais espécies como Bacteroides, Clostridia e Streptococci;
[0022] criança neonatal significa uma criança nos primeiros dois meses de vida.
[0023] Todas as referências às porcentagens são porcentagens em peso a menos que de outra maneira declarado.
[0024] A invenção se refere ao uso de um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-Nneotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-Nhexaose, para-lacto-N-neoexaose, lacto-N-octaose, lacto-N-neooctaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N-decaose. Oligossacarídeos preferidos são lacto-N-tetraose (LNT) e lacto-Nneotetraose (LNnT). LNT e LNnT podem ser sintetizados quimicamente por transferência enzimática de unidades de sacarídeo de porções doadoras às porções aceptoras usando glicosiltransferases como descrito, por exemplo, na Patente U.S. N° 5.288.637. Alternativamente, LNT e LNnT podem ser preparados por conversão química de cetohexoses (por exemplo, frutose) livres ou ligadas a um oligossacarídeo (por exemplo, lactulose) em oligossacarídeo contendo Nacetilexosamina ou N-acetilexosamina como descrito em Wrodnigg,
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Τ.Μ.; Stutz, A.E. (1999) Angew. Chem. Int. Ed. 38:827 a 828. Nacetillactosamina produzido deste modo pode em seguida ser transferida para lactose como porção aceptora.
[0025] A composição nutricional terapêutica é preferivelmente uma fórmula infantil que contém um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-N-hexaose de lacto-Nneotetraose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-Nneoexaose, lacto-N-octaose, lacto-N-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N-decaose em uma quantidade entre 0,1 e 3g/100g de composição com base em um peso seco.
[0026] Uma fórmula infantil para uso de acordo com a presente invenção pode conter uma fonte de proteína em uma quantidade não superior a 2,0 g/100kcal, preferivelmente 1,8 a 2,0 g/100kcal. Acreditase que o tipo de proteína não seja crítico à presente invenção contanto que exigências mínimas para o teor de aminoácido essencial sejam alcançadas e o crescimento satisfatório seja assegurado embora é preferido que mais de 50% em peso de fonte de proteína seja o soro. Assim, as fontes de proteína com base em soro, caseína e misturas dos mesmos podem ser usadas bem como fontes de proteína com base em soja. Até as proteínas de soro estão envolvidas, a fonte de proteína pode ser com base em soro ácido ou soro doce ou misturas dos mesmos e pode incluir alfa-lactalbumina e beta-lactoglobulina em quaisquer proporções é desejada.
[0027] As proteínas podem estar intactas ou hidrolisadas ou uma mistura de proteínas intactas e hidrolisadas. Pode ser desejável fornecer proteínas parcialmente hidrolisadas (grau de hidrólise entre 2 e 20%), por exemplo para crianças acreditadas estar em risco de desenvolver alergia a leite de vaca. Se as proteínas hidrolisadas são requeridas, o processo de hidrólise pode ser realizado como desejado e como é conhecido na técnica. Por exemplo, um hidrolisado de proteína
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9/14 de soro pode ser preparado hidrolisando-se enzimaticamente a fração de soro em uma ou mais etapas. Se a fração de soro usada como o material de partida é substancialmente lactose livre, é constatado que a proteína sofre muito menos bloqueio de lisina durante o processo de hidrólise. Isto permite a extensão do bloqueio de lisina ser reduzido de cerca de 15% em peso de lisina total a menos que cerca de 10% em peso de lisina; por exemplo cerca de 7% em peso de lisina que grandemente melhora a qualidade nutricional da fonte de proteína.
[0028] A fórmula infantil pode conter uma fonte de carboidrato. Qualquer fonte de carboidrato convencionalmente encontrada em fórmulas infantis tais como lactose, sacarose, maltodextrina, goma e misturas das mesmas pode ser usada embora a fonte preferida de carboidrato seja a lactose. Preferivelmente, as fontes de carboidrato contribuem entre 35 e 65% da energia total da fórmula.
[0029] A fórmula infantil pode conter uma fonte de lipídios. A fonte de lipídio pode ser qualquer lipídio ou gordura que seja adequado para uso em fórmulas infantis. Fontes de gordura preferidas incluem oleína de plama, óleo de girassol com alto teor oleico alto e óleo de açafroa com alto teor oleico. Ácido linoleico e a-linolênico de ácidos graxos essenciais também podem ser adicionados como pode as quantidades pequenas de óleos contendo quantidades altas de ácido araquidônico e ácido docosaexaenoico pré-formados tais como óleos de peixe ou óleos microbianos. No total, o teor de gordura é preferivelmente tal como para contribuir entre 30 a 55% da energia total da fórmula. A fonte de gordura tem preferivelmente uma relação de n-6 a n-3 de ácidos graxos de cerca de 5:1 a cerca de 15:1; por exemplo, cerca de 8:1 a cerca de 10:1.
[0030] A fórmula infantil pode da mesma forma conter todas as vitaminas e minerais entendidos ser essenciais na dieta diária e em quantidades nutricionalmente significantes. Exigências mínimas foram
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10/14 estabelecidas para certas vitaminas e minerais. Exemplos de minerais, vitaminas e outros nutrientes opcionalmente presentes na fórmula infantil incluem vitamina A, vitamina B1, vitamina B2, vitamina B6, vitamina B12, vitamina E, vitamina K, vitamina C, vitamina D, ácido fólico, inositol, niacina, biotina, ácido pantotênico, colina, cálcio, fósforo, iodo, ferro, magnésio, cobre, zinco, manganês, cloreto, potássio, sódio, selênio, cromo, molibdênio, taurina, e L-carnitina. Os minerais normalmente são adicionados em forma de sal. A presença e quantidades de minerais específicos e outras vitaminas variarão, dependendo da população infantil planejada.
[0031] Se necessário, a fórmula infantil pode conter emulsificadores e estabilizadores tais como lecitina de soja, ésteres de ácido cítrico de mono e diglicerídeos, e similares.
[0032] A fórmula infantil preferivelmente também contém pelo menos um prebiótico em uma quantidade de 0,3 a 10%. Um prebiótico é um ingrediente de alimento não digerível que beneficamente afeta o hospedeiro estimulando-se seletivamente o crescimento e/ou atividade de um ou um número limitado de bactérias no cólon, e desse modo melhora a saúde do hospedeiro. Tais ingredientes são não digeríveis no sentido que os mesmos não são rompidos e absorvidos no estômago ou intestino delgado e assim passa intacto ao cólon onde os mesmos são seletivamente fermentados pelas bactérias benéficas. Exemplos de prebióticos incluem certos oligossacarídeos, tais como fruto-oligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS). Uma combinação de prebióticos pode ser usada tal como GOS a 90% com fruto-oligossacarídeos de cadeia curta a 10% tal como o produto vendido sob a marca comercial Raftilose® ou inulina a 10% tal como o produto vendido sob a marca comercial Raftiline®. Uma combinação particularmente preferida de prebióticos é fructo-oligossacarídeos de cadeia curta a 70% e inulina a 30%.
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11/14 [0033] A fórmula infantil pode da mesma forma compreender pelo menos uma cepa bacteriana probiótica. Um probiótico é uma preparação de célula microbiana ou componentes de células microbianas com um efeito benéfico na saúde ou bem-estar do hospedeiro. Cepas bacterianas probióticas adequadas incluem Lactobacillus rhamnosus ATCC 53103 obtenível de Valio Oy of Finland sob a marca comercial LGG, Lactobacillus rhamnosus CGMCC 1.3724, Lactobacillus paracasei CNCM 1-2116, a cepa de Lactobacillus reuteri vendida por BioGaia A.B sob a marca comercial Reuteri, Streptococcus salivarius DSM 13084 vendida por BLIS Tecnologies Limited of New Zealand sob a designação K12, Bifidobacterium lactis CNCM 1-3446 vendida inter alia pela Christian Hansen company of Denmark sob a marca comercial Bb12, Bifidobacterium longum ATCC BAA-999 vendido por Morinaga Milk Industry Co. Ltd. Of Japan sob a marca comercial BB536, a cepa de Bifidobacterium breve vendida por Danisco sob a marca comercial Bb-03, a cepa de Bifidobacterium breve vendida por Morinaga sob a marca comercial M-16V, a cepa de Bifidobacterium infantis vendida por Procter & Gamble Co. sob a marca comercial Bifantis e a cepa de Bifidobacterium breve vendida por Institut Roseli (Lallemand) sob a marca comercial R0070 em uma quantidade entre 10e3 e 10e12 cfu/g de pó, mais preferivelmente entre 10e7 e 10el2 cfu/g de pó.
[0034] A fórmula infantil pode opcionalmente conter outras substâncias que podem ter um efeito benéfico tais como lactoferrina, nucleotídeos, nucleosídeos, e similares.
[0035] A fórmula infantil pode ser preparada de qualquer maneira adequada. Por exemplo, a mesma pode ser preparada misturando-se a proteína, a fonte de carboidrato, e a fonte de gordura juntamente em proporções apropriadas. Se usados, os emulsificadores podem ser incluídos neste momento. As vitaminas e minerais podem ser adicionados neste momento, mas são normalmente adicionados depois para
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12/14 evitar a degradação térmica. Qualquer vitamina lipofílica, emulsificadores e similares podem ser dissolvidos na fonte de gordura antes da misturação. Água, preferivelmente água que foi submetida à osmose reversa, pode em seguida ser misturada para formar uma mistura líquida. A temperatura da água é convenientemente cerca de 50°C a cerca de 80°C para ajudar a dispersão dos ingredientes. Liquidificadores comercial mente disponíveis podem ser usados para formar a mistura líquida. O N-acetil-lactosamima e/ou um oligossacarídeo contendo N-acetil-lactosamina será adicionado neste estágio se o produto final estiver em forma líquida. Se o produto final for um pó, os oligossacarídeos podem ser adicionados igualmente neste estágio se desejado. A mistura líquida é em seguida homogeneizada; por exemplo, em dois estágios.
[0036] A mistura líquida pode em seguida ser tratada de modo térmico para reduzir as cargas bacterianas, aquecendo-se rapidamente a mistura líquida em uma temperatura na faixa de cerca de 80°C a cerca de 150°C durante cerca de 5 segundos a cerca de 5 minutos, por exemplo. Isto pode ser realizado por injeção de vapor, autoclave ou por permutador de calor; por exemplo, um permutador de calor de placa.
[0037] Em seguida, a mistura líquida pode ser resfriada a cerca de 60°C a cerca de 85°C; por exemplo, resfriamento rápido. A mistura líquida pode em seguida ser homogeneizada novamente; por exemplo, em dois estágios em cerca de 10 MPa a cerca de 30 MPa no primeiro estágio e cerca de 2 MPa a cerca de 10 Mpa no segundo estágio. A mistura homogeneizada pode em seguida ser também resfriada para adicionar quaisquer componentes sensíveis ao calor; tais como vitaminas e minerais. O pH e teor de sólidos da mistura homogeneizada são ajustados convenientemente neste momento.
[0038] A mistura homogeneizada é transferida para um aparato de
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13/14 secagem adequado como um secador por atomização (spray drier) ou secador por congelamento e convertida a pó. O pó deve ter um teor de umidade inferior a cerca de 5% em peso. O oligossacarídeo pode ser adicionado neste estágio misturando-se seco junto com a(s) cepa(s) bacteriana(s) probiótica(s) se usada(s).
[0039] Se um produto líquido é preferido, a mistura homogeneizada pode ser esterilizada em seguida assepticamente preenchida em recipientes adequados ou pode ser preenchida primeiro nos recipientes e em seguida replicadas.
[0040] Em outra modalidade, a composição pode ser um suplemento incluindo um oligossacarídeo selecionado a partir do grupo que consiste em lacto-N-tetraose, lacto-N-neotetraose, lacto-N-hexaose, lacto-N-neoexaose, para-lacto-N-hexaose, para-lacto-N-neohexsose, lacto-N-octaose, lacto-N-neo-octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lactoN-decaose e lacto-N-octaose em uma quantidade suficiente para alcançar o efeito desejado. Preferivelmente, a dose diária do oligossacarídeo está entre 0,1 e 3g. A quantidade de oligossacarídeo a ser incluída no suplemento será selecionada adequadamente dependendo de como o suplemento deve ser administrado. Por exemplo, se o suplemento deve ser administrado duas vezes ao dia, cada suplemento pode conter entre 0,05 e 1,5g. O suplemento deve estar em uma forma adequada para administração às crianças neonatais e conter apenas adjuvantes e excipientes adequados para esta faixa etária.
[0041] A invenção será agora também ilustrada por referência ao seguinte exemplo:
Exemplo 1 [0042] Um exemplo da composição de uma fórmula infantil adequada a ser usado na presente invenção é determinado abaixo
Nutriente |
por 100 kcal |
por litro |
Energia |
100 |
670 |
Proteína |
1,83 |
12,3 |
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14/14
Gordura |
5,3 |
35,7 |
Ácido linoleico |
0,79 |
5,3 |
Ácido a-linolênico |
101 |
675 |
Lactose |
11,2 |
74,7 |
Minerais |
0,37 |
2,5 |
Vitamina |
23 |
150 |
Niacina |
89 |
590 |
Ácido fólico |
64 |
430 |
Ácido pantotênico |
62 |
410 |
Biotina |
31 |
210 |
Colina |
7 |
50 |
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