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BR122024015811A2 - Uso de um anticorpo anti-il-6 para o tratamento de doença cardiovascular - Google Patents

Uso de um anticorpo anti-il-6 para o tratamento de doença cardiovascular Download PDF

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BR122024015811A2
BR122024015811A2 BR122024015811-6A BR122024015811A BR122024015811A2 BR 122024015811 A2 BR122024015811 A2 BR 122024015811A2 BR 122024015811 A BR122024015811 A BR 122024015811A BR 122024015811 A2 BR122024015811 A2 BR 122024015811A2
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BR
Brazil
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treatment
antibody
antagonist
levels
patient
Prior art date
Application number
BR122024015811-6A
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English (en)
Inventor
Rahul Kakkar
Madhav N. Devalaraja
Katherine Jane Escott
Original Assignee
Medimmune Limited
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Publication date
Application filed by Medimmune Limited filed Critical Medimmune Limited
Publication of BR122024015811A2 publication Critical patent/BR122024015811A2/pt

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Abstract

São fornecidos métodos para o tratamento de distúrbios mediados por hepcidina com base nos genótipos de TMPRSS6.

Description

1. REFERÊNCIA REMISSIVA AOS PEDIDOS RELACIONADOS
[001] Este pedido reivindica o benefício de prioridade ao Pedido Provisório U.S. n° 62/199.434, depositado em 31 de julho de 2015, e ao Pedido Provisório U.S. n°. 62/268.788, depositado em 17 de dezembro de 2015, cada um dos quais é aqui incorporado em sua totalidade como referência.
2. LISTAGEM DE SEQUÊNCIAS
[002] O presente pedido contém uma Listagem de Sequências que foi submetida eletronicamente em formato ASCII e é aqui incorporada por referência em sua totalidade. A dita cópia ASCII, criada em 12 de setembro de 2016, é nomeada 34392US_CRF-sequencelisting.txt e tem 52.278 bytes de tamanho.
3. ANTECEDENTES
[003] O hormônio peptídico, hepcidina, desempenha uma função central em homeostasia sistêmica do ferro. Hentze et al., Cell 142:24-38 (2010). É sabido que a expressão de hepcidina é influenciada pelo produto do gene TMPRSS6, matriptase- 2, uma serina-protease transmembrana de tipo II. Foi mostrado que as variantes comuns no gene TMPRSS6 correlacionam-se com o status de ferro, Benyamin et al., Nature Genetics 41(11): 1173-1175 (2009), tendo sido mostrado que o alelo da variante de SNP rs855791 (2321G^A; A736V) correlaciona-se com as variações de ocorrência natural na expressão de hepcidina e nos níveis sanguíneos de hemoglobina.
[004] A expressão de hepcidina também tem estado implicada em distúrbios de ferro em humanos, Pietrangelo, J. Hepatology 54:173-181 (2011), e em anemias de doença crônica (ACD, “Anemias of Chronic Disease”) (também conhecida como anemia de inflamação (AI)). ACD é prevalecente em pacientes com infecção crônica, doença autoimune, câncer, e doença renal crônica (CKD, “Chronic Kidney Disease”). Sun et al., Am. J. Hematol. 87(4):392-400 (2012).
[005] Há uma necessidade na técnica de métodos de tratamento de distúrbios mediados por hepcidina.
4. SUMÁRIO
[006] Temos demonstrado que a redução da sinalização de IL-6 fornece benefício clínico aos pacientes com um distúrbio mediado por hepcidina, incluindo anemia de doença crônica e toxicidades celulares mediadas por hepcidina, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, com efeito mais alto em pacientes com níveis elevados de IL-6.
[007] Consequentemente, em um primeiro aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina. Os métodos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina, tendo sido determinado que o dito paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma primeira série de modalidades, foi previamente determinado que o paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, o paciente tem níveis séricos elevados de IL-6 antes do tratamento. Em algumas modalidades, o paciente tem níveis séricos elevados de CRP (“C-Reactive Protein”, ProteínaC Reativa) antes do tratamento.
[008] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica.
[009] Em algumas modalidades de anemia, o paciente é masculino e tem um nível de hemoglobina (Hb) antes do tratamento menor que 14 g/dL; nível de Hb antes do tratamento menor que 13 g/dL; nível de Hb antes do tratamento menor que 12 g/dL; ou nível de Hb antes do tratamento menor que 11 g/dL. Em algumas modalidades de anemia, o paciente é feminino e tem um nível de Hb antes do tratamento menor que 12 g/dL; nível de Hb antes do tratamento menor que 11 g/dL; nível de Hb antes do tratamento menor que 10 g/dL; ou nível de Hb antes do tratamento menor que 9 g/dL.
[0010] Em algumas modalidades de anemia, o paciente é masculino e tem um hematócrito antes do tratamento menor que 40%, menor que 35% ou de 30-34%. Em algumas modalidades, o paciente é feminino e tem um hematócrito antes do tratamento menor que 36%, menor que 35%, menor que 34%, menor que 33%, menor que 32% ou menor que 31%. Em algumas modalidades, o paciente feminino tem um hematócrito antes do tratamento de 26-29%.
[0011] Em várias modalidades de anemia, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um agente estimulante da eritropoiese (ESA, “Erythropoiesis Stimulating Agent”). Em determinadas modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um ESA e tem um nível de Hb normal e um hematócrito normal. Em várias modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um suplemento de ferro. Em determinadas modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um suplemento de ferro e tem um nível de Hb normal e um hematócrito normal. Em várias modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma transfusão de sangue ou de células vermelhas do sangue empacotadas. Em determinadas modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma transfusão de sangue ou de células vermelhas do sangue empacotadas e tem um nível de Hb normal e um hematócrito normal.
[0012] Em uma variedade de modalidades de anemia, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para aumentar os níveis de Hb do paciente para acima dos níveis antes do tratamento. Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para aumentar o hematócrito do paciente para acima dos níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir a redução da dose de ESA do paciente sem a redução dos níveis de Hb do paciente para abaixo dos níveis presentes imediatamente antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir a redução da dose de ESA do paciente sem a redução do hematócrito do paciente para abaixo dos níveis presentes imediatamente antes do tratamento.
[0013] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir uma redução de pelo menos de 10% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento, uma redução de pelo menos 20% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento, uma redução de pelo menos 30% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento, uma redução de pelo menos 40% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento ou uma redução de pelo menos 50% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento.
[0014] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reverter a deficiência de ferro funcional.
[0015] Em uma série de modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é doença renal crônica (CKD).
[0016] Em algumas modalidades de CKD, o paciente tem doença renal crônica de estádio 1 conforme KDOQI (“Doença renal Outcomes Quality Initiative™”), doença renal crônica de estádio 2 conforme KDOQI, doença renal crônica de estádio 3 conforme KDOQI, doença renal crônica de estádio 4 conforme KDOQI ou doença renal crônica de estádio 5 conforme KDOQI. Em modalidades específicas, o paciente tem doença renal crônica de estádio 5 conforme KDOQI. Em algumas modalidades de CKD, o paciente tem síndrome cardiorrenal (CRS, “CardioRenal Syndrome”). Em modalidades específicas, o paciente tem CRS Tipo 4. Em determinadas modalidades, o paciente recebeu pelo menos um tratamento de diálise antes do tratamento.
[0017] Em algumas modalidades de CKD, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir a mortalidade cardiovascular (CV) em comparação com os controles históricos igualados por doença e igualados por idade.
[0018] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é uma doença inflamatória crônica.
[0019] Em algumas modalidades, a doença inflamatória crônica é artrite reumatoide (RA, “Rheumatoid Arthritis”). Em determinadas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 (“Disease Activity Score 28”) antes do tratamento maior que 5,1. Em algumas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento de 3,2 a 5,1. Em modalidades específicas, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento menor que 2,6. Em modalidades selecionadas, a RA do paciente antes do tratamento é moderadamente ativa a severamente ativa.
[0020] Em algumas modalidades de RA, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de metotrexato. Em algumas modalidades, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um antagonista de TNFα. Em modalidades selecionadas, o antagonista de TNFα é selecionado do grupo consistindo em etanercepte, adalimumabe, infliximabe, certolizumabe e golimumabe.
[0021] Em algumas modalidades de RA, o paciente recebeu, antes do tratamento, pelo menos uma administração de um antagonista de IL-6. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 antes do tratamento é tocilizumabe ou tofacitinibe.
[0022] Em uma série preferida de modalidades, o antagonista de IL-6 de tratamento é MEDI5117.
[0023] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é selecionada do grupo consistindo em artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante, psoríase em placas, artrite psoriática, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, e colite ulcerativa.
[0024] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é câncer. Em determinadas modalidades, o câncer é selecionado do grupo consistindo em: tumores sólidos, câncer de pulmão de células pequenas, câncer de pulmão de células não pequenas, câncer hematológico, mieloma múltiplo, leucemias, leucemia linfocítica crônica (CLL, “Chronic Lymphocytic Leukemia”), leucemia mieloide crônica (CML, “Chronic Myeloid Leukemia”), linfomas, linfoma de Hodgkin e adenoma hepático.
[0025] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é uma infecção crônica.
[0026] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é uma anemia de doença crônica em que a doença crônica é insuficiência cardíaca congestiva (CHF, “Congestive Heart Failure”).
[0027] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é anemia por deficiência de ferro refratária ao ferro (IRIDA, “Iron-Refractory Iron-Deficiency Anemia”).
[0028] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é síndrome coronariana aguda. Em modalidades específicas, o paciente tem sofrido de um infarto do miocárdio (MI, “Myocardial Infarctation”) dentro de 60 dias antes da primeira administração de um antagonista de IL-6, dentro de 30 dias antes da primeira administração de um antagonista de IL-6, dentro de 48 horas antes da primeira administração de um antagonista de IL-6 ou dentro de 24 horas antes da primeira administração de um antagonista de IL-6.
[0029] Em algumas modalidades de síndrome coronariana aguda, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para melhorar a contractilidade miocárdica em comparação com os níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades de síndrome coronariana aguda, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para melhorar a fração de ejeção cardíaca em comparação com os níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades de síndrome coronariana aguda, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir fibrose cística em comparação com os níveis antes do tratamento.
[0030] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é Doença de Castleman.
[0031] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para melhorar o tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina. O método compreende descontinuar a administração de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina, em que foi determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0032] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para melhorar o tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina pela descontinuação da terapia que é ineficaz, reduzindo assim os efeitos colaterais e o custo sem perda da eficácia do tratamento. Os métodos compreendem descontinuar a administração de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina, em que foi determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma série de modalidades, foi previamente determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em modalidades típicas, o paciente tem, antes do tratamento, níveis séricos elevados de IL-6. Em várias modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, níveis séricos elevados de CRP. Em várias modalidades, o paciente tem um distúrbio mediado por hepcidina selecionado daqueles descritos aqui na Seção 6.4.1. Em determinadas modalidades, o paciente tem anemia de doença crônica.
[0033] Os dados apresentados nos Exemplos 2, 3 e 5, abaixo, demonstram que os antagonistas de IL-6 fornecem benefício terapêutico aos indivíduos tendo níveis elevados de IL-6 antes do tratamento e pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, mesmo na ausência de anemia. Consequentemente, em outro aspecto, são fornecidos métodos para o tratamento de distúrbios inflamatórios mediados por IL-6 em pacientes sem anemia de inflamação crônica. Os métodos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um indivíduo, tipicamente um paciente humano, que tem um distúrbio inflamatório mediado por IL-6, em que o paciente não tem anemia, e em que foi determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma primeira série de modalidades, foi previamente determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, os métodos afirmativamente excluem o tratamento de indivíduos que são homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, o paciente tem níveis séricos elevados de IL-6 antes do tratamento.
[0034] Em modalidades específicas de qualquer um dos métodos de tratamento, o paciente tem níveis séricos elevados de IL-6 antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, um nível sérico de IL-6 maior que 2,5 pg/mL, maior que 5 pg/mL, maior que 7,5 pg/mL, maior que 10 pg/mL ou maior que 12,5 pg/mL.
[0035] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de IL-6 livre no soro do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em modalidades específicas, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de IL-6 livre em pelo menos 10% em comparação com os níveis antes do tratamento, em pelo menos 20% em comparação com os níveis antes do tratamento ou em pelo menos 50% em comparação com os níveis antes do tratamento.
[0036] Em modalidades específicas de qualquer um dos métodos de tratamento, o paciente tem, antes do tratamento, níveis elevados de proteína-C reativa (CRP). Em determinadas modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, um nível de CRP maior que 2 mg/mL, maior que 3 mg/mL, maior que 5 mg/mL, maior que 7,5 mg/mL ou mesmo maior que 10 mg/mL.
[0037] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de CRP do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em modalidades específicas, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de CRP do paciente em pelo menos 50% em comparação com os níveis antes do tratamento.
[0038] Em modalidades específicas de qualquer um dos métodos de tratamento, foi determinado que o paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 usando um ensaio de “TaqMan® Real-Time PCR” (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo-Real TaqMan®).
[0039] Em modalidades de qualquer um dos métodos de tratamento, o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6 ou um derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo.
[0040] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo tem uma KD para ligação à IL-6 humana menor que 100 nM, menor que 50 nM, menor que 10 nM ou menor que 1 nM. Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo tem uma meia-vida de eliminação após administração intravenosa de pelo menos 7 dias, de pelo menos 14 dias, de pelo menos 21 dias ou de pelo menos 30 dias.
[0041] Em várias modalidades de anticorpo, o antagonista de IL-6 é um anticorpo monoclonal de comprimento completo anti-IL-6, como um anticorpo IgG1 ou IgG4.
[0042] Em modalidades selecionadas, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo é completamente humano. Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo é humanizado.
[0043] Em modalidades atualmente preferidas, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo compreende todas as seis regiões variáveis CDRs (“Complementarity-Determining Regions”, Regiões Determinantes de Complementaridade) de MEDI5117. Em algumas destas modalidades, o anticorpo compreende a VH e a VL de MEDI5117. E em modalidades específicas, o anticorpo é MEDI5117.
[0044] Em várias modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo compreende todas as seis regiões variáveis CDRs de um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, elsilimomabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol- Myers Squibb).
[0045] Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo compreende a região V de cadeia pesada e a região V de cadeia leve de um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP- R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb). Em modalidades específicas, o anticorpo anti-IL-6 é um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI- 029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb).
[0046] Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo é um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb). Em modalidades específicas, o anticorpo anti-IL-6 é um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol- Myers Squibb).
[0047] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo de domínio único, um Nanocorpo VHH, um Fab ou um scFv.
[0048] Em uma variedade de modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6R ou um derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo. Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL6R, derivado ou fragmento de ligação ao antígeno é tocilizumabe ou vobarilizumabe.
[0049] Em uma variedade de modalidades, o antagonista de IL-6 é um inibidor de JAK. Em modalidades específicas, o inibidor de JAK é selecionado do grupo consistindo em tofacitinibe (Xeljanz), decernotinibe, ruxolitinibe, upadacitinibe, baricitinibe, filgotinibe, lestaurtinibe, pacritinibe, peficitinibe, INCB-039110, ABT-494, INCB-047986 e AC-410.
[0050] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um inibidor de STAT3.
[0051] Em algumas modalidades nas quais o antagonista de IL-6 é um anticorpo ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo, o antagonista de IL-6 é administrado parenteralmente. Em modalidades específicas, o antagonista de IL-6 é administrado subcutaneamente.
[0052] Em algumas modalidades nas quais o antagonista de IL-6 é um inibidor de JAK ou um inibidor de STAT3, em que o antagonista de IL-6 é administrado oralmente.
5. DESCRIÇÃO BREVE DOS DESENHOS
[0053] As Figuras 1A e 1B fornecem diagramas em caixa mostrando que quantidades aumentadas de eritropoietina (“EPO”) foram necessárias para o tratamento de pacientes com doença renal crônica (indivíduos com CKD de estádio 5 sob diálise) que tinham níveis séricos elevados de IL-6 e pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência em um SNP conhecido no gene TMPRSS6, rs855791 (G ou C na posição de nucleotídeo 2321, que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736; 736A), mas não em pacientes com doença renal crônica que tinham níveis elevados de IL-6 e eram homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (T ou A na posição de nucleotídeo 2321, que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 tendo uma valina na posição 736; 736V). Os dados dos pacientes homozigóticos para o alelo de menor frequência (A/A) são mostrados na Figura 1A; os dados dos pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência (homozigóticos G/G e heterozigóticos G/A) foram combinados e são mostrados na Figura1B. Cada uma das duas populações de pacientes foi adicionalmente estratificada em grupos baseados em tercis de nível sérico de IL-6: Tercil “Baixo” (IL- 6 < 5 pg/mL); Tercil “Intermediário” (IL-6 = 5-15 pg/mL); Tercil “Mais Alto” (IL-6 > 15pg/mL). Os diagramas em caixa com barras de erro estão sobrepostos sobre os dados brutos. Cada diagrama em caixa representa um grupo de pacientes baseado em ambos o nível de IL-6 e o genótipo. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 1.
[0054] As Figuras 2A e 2B fornecem curvas de sobrevivência que demonstram que o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 confere uma mais alta mortalidade de todas as causas em resposta aos níveis de IL- 6 elevados em indivíduos com doença renal crônica de estádio 5 sob diálise. A Figura 2A mostra os dados dos pacientes homozigóticos para o alelo de menor frequência (A/A). A Figura 2B mostra os dados dos pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência (homozigóticos G/G e heterozigóticos G/A). Cada grupo foi separado em tercis de nível sérico de IL-6 usando os níveis de IL-6 utilizados na Figura 1. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 1.
[0055] A Figura 3 é um gráfico mostrando que quantidades aumentadas de EPO foram necessárias para a terapia em pacientes com doença renal crônica (indivíduos com CKD de estádio 5 sob diálise) que tinham níveis séricos elevados de proteína reagente CRP (Proteína-C Reativa) de fase aguda e que tinham pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, mas não em pacientes com doença renal crônica que tinham níveis séricos elevados de proteína reagente CRP de fase aguda e que eram homozigóticos para o alelo de menor frequência rs855791. Cada grupo de genótipo foi separado em níveis séricos de CRP < 2 mg/L versus >2 mg/L. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 1.
[0056] As Figuras 4A e 4B fornecem gráficos que demonstram que o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 confere mais alta mortalidade de todas as causas em resposta aos níveis séricos elevados de IL-6 em pacientes após infarto do miocárdio (“MI”). A Figura 4A apresenta o gráfico da probabilidade cumulativa de evento de mortalidade ao longo do tempo (eixo-y) em função dos dias após o MI (eixo-x) para a população homozigótica para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. A Figura 4B apresenta o gráfico da probabilidade cumulativa de evento de mortalidade ao longo do tempo para a população pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Cada grupo foi separado em tercis de nível sérico de IL-6 conforme indicado. O nível sérico de IL-6 foi medido um mês após o infarto do miocárdio. A mortalidade foi medida um a doze meses após o infarto do miocárdio. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 2.
[0057] As Figuras 5A e 5B fornecem gráficos que demonstram que o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 confere risco mais alto para insuficiência cardíaca (“HF”, “Insuficiência cardíaca”) em resposta aos níveis elevados de IL-6 em pacientes após o MI. Figura 5 A apresenta gráfico da probabilidade cumulativa de HF ao longo do tempo (eixo-y) versus dias após o MI (eixo-x) para a população homozigótica para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. A Figura 5B apresenta gráfico da probabilidade cumulativa de evento de HF ao longo do tempo para a população tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMRPSS6. Cada grupo foi separado em tercis de nível sérico de IL-6 conforme indicado. O nível sérico de IL-6 foi medido um mês após infarto do miocárdio. A HF foi medida um a doze meses após o infarto do miocárdio. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 2.
[0058] As Figuras 6A e 6B mostram os resultados dos ensaios de células iPS (“induced Pluripotent Stem”, células-tronco pluripotentes induzidas) de humano que haviam sido transfectadas com constructos constitutivamente expressando quer o alelo de maior frequência quer o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 e haviam sido diferenciadas em cardiomiócitos, após exposição in vitro a BMP2+IL-6 ou à BMP2 sozinha (BMP-2, “Bone Morphogenetic Protein-2, Proteína Morfogenética Óssea 2), demonstrando que o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 confere risco mais alto para morte de células (positivas para Azul de Tripano) em resposta à IL-6. A Figura 6A mostra os resultados em um ambiente normóxico. A Figura 6B mostra os resultados após a exposição às condições hipóxicas e a reoxigenação. Os dados implicam que a redução da exposição à IL-6 deve melhorar a sobrevivência de cardiomiócitos em pacientes com o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, mas não em pacientes com o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 3.
[0059] A Figura 7 é um diagrama mostrando o planejamento experimental de um estudo da síndrome cardiorrenal descrito no Exemplo 4. CRS4 foi induzida em ratos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. O diagrama mostra vários eventos no estudo ao longo da linha do tempo. No estudo, infarto do miocárdio (“MI”) foi induzido em ratos na semana 0. Na semana 2, uma nefrectomia simples (“Nx”) foi realizada em cada indivíduo. Anticorpo anti-IL-6 (ab9770, Abcam Plc, Reino Unido) (Rx) ou anticorpo isótipo de controle (“IgG”; ab171516, Abcam Plc, Reino Unido) foi administrado uma vez a cada 3 dias começando no 1° dia (D1) após a nefrectomia até o término do estudo. O padrão de terapia de cuidado (inibidor de ACE - perindopril) foi administrado diariamente a partir do 1° dia após a Nx até o término do estudo. Na 6a semana, os roedores foram mortos. MI e Nx não foram realizados no grupo de controle, isto é, o grupo de indivíduos submetidos à operação ‘simulada’. As várias avaliações dos roedores foram realizadas nos instantes de tempo indicados pelas setas.
[0060] As Figuras 8A-8D mostram a fração de ejeção cardíaca de ratos tratados com anticorpo anti-IL-6 (“IL-6 ab”), padrão de terapia de cuidado inibidor de ACE (perindopril ou “Peri”), versus grupo tratado com controle (“isótipo”) e os animais submetidos à operação simulada no modelo de síndrome cardiorrenal resumido na Figura 7 e descrito em detalhe no Exemplo 4. A Figura 8A é um gráfico mostrando os níveis de ejeção de linha base para todos os grupos após duas semanas depois do infarto do miocárdio, mas antes da nefrectomia. A Figura 8B é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos uma semana após a nefrectomia, após 1 semana de tratamento. A Figura 8C é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos duas semanas após a nefrectomia, após 2 semanas de tratamento. A Figura 8D é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos quatro semanas após a nefrectomia, após 4 semanas de tratamento. Os resultados são expressados como média +/- EPM (Erro Padrão da Média), e demonstram que a terapia anti-IL-6 teve eficácia terapêutica no modelo de síndrome cardiorrenal equivalente ao padrão de terapia de cuidado, conforme medida pelas alterações na fração de ejeção cardíaca.
[0061] A Figura 9 representa um gráfico mostrando a contratibilidade cardíaca de ratos tratados com anticorpo anti-IL-6 (“IL-6 ab”), padrão de terapia de cuidado (perindopril ou “Peri”), versus grupo tratado com controle (“isótipo”) no modelo de síndrome cardiorrenal resumido na Figura 7 e descrito em detalhe no Exemplo 4. A contratibilidade cardíaca foi avaliada no término do estudo pela medição de dP/dtmáx (mmHg/ms), que é uma medição da pressão dentro do coração. As medições são mostradas para todos os grupos quatro semanas após a nefrectomia, após 4 semanas de tratamento. Os resultados são expressados como média +/- EPM, e demonstram que a terapia anti-IL-6 teve efeito terapêutico equivalente ao padrão de terapia de cuidado, conforme mostrado pela contratibilidade cardíaca aumentada nos grupos de roedores tratados com anticorpo anti-IL-6.
[0062] As Figuras 10A-10C mostram que a terapia anti-IL-6 teve um efeito antissíndrome cardiorrenal equivalente ao padrão de terapia de cuidado, conforme medido pelos níveis de fibrose no tecido cardíaco de grupos de roedores tratados com anticorpo anti-IL-6 (“IL-6 Ab”), padrão de terapia de cuidado (perindopril ou “Peri”), e um controle (“IgG”). A Figura 10A é uma micrografia mostrando uma seção histológica de tecido cardíaco corado com vermelho picrosirius. Duas regiões do tecido foram analisadas: uma região “Normal” e uma região da “Margem da Fibrose”. Um exemplo de região “Normal” é indicado pela porção delineada da seção do tecido. A inserção na micrografia mostra uma área aumentada da região “Normal”, evidenciando que as porções pequenas da região “Normal” têm tecido fibroso. A região da “Margem da Fibrose” é uma região de tecido na região “Normal” periférica ao tecido fibroso. A Figura 10B é um gráfico mostrando as percentagens da área da região “Normal” indicada como tecido fibroso (isto é, regiões coradas/escuras) nas amostras de tecido de todos os grupos. A Figura 10C é um gráfico mostrando as percentagens da área da região da “Margem da Fibrose” indicada como tecido fibroso em amostras de tecido de todos os grupos. Os resultados são expressados como média +/-EPM. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 4.
[0063] As Figuras 11A e 11B mostram os dados de um modelo in vivo no qual infarto do miocárdio foi induzido em camundongos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. O grupo de controle não recebeu terapia. O grupo experimental foi tratado com anticorpo anti-IL-6-murina. A Figura 11A mostra que o tratamento com anticorpo anti-IL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da fração de ejeção. A Figura 11B mostra que o tratamento com anticorpo anti-IL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da contratibilidade cardíaca, medida como encurtamento fracionário ventricular esquerdo cardíaco. Os dados demonstram que a terapia com anticorpo anti-IL-6 administrada imediatamente após o infarto do miocárdio melhora a recuperação funcional do ventrículo esquerdo em roedores que imitam pacientes humanos tendo o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Os detalhes são fornecidos no Exemplo 5.
[0064] As figuras representam várias modalidades da presente invenção apenas para propósitos de ilustração. Uma pessoa versada na técnica reconhecerá facilmente, a partir da seguinte discussão, que modalidades alternativas das estruturas e dos métodos aqui ilustradas(os) podem ser utilizadas sem se desviarem dos princípios da invenção aqui descritos.
6. DESCRIÇÃO DETALHADA 6.1. Visão geral dos resultados experimentais
[0065] O hormônio peptídico, hepcidina, desempenha uma função central em homeostasia sistêmica do ferro. Hentze et al., Cell 142:24-38 (2010). É sabido que a expressão de hepcidina é influenciada pelo produto do gene TMPRSS6, matriptase- 2, uma serina-protease transmembrana de tipo II. Foi mostrado que as variantes comuns no gene TMPRSS6 correlacionam-se com o status de ferro, Benyamin et al., Nature Genetics 41(11): 1173-1175 (2009), tendo sido mostrado que o alelo da variante de SNP rs855791 (2321G^A; A736V) correlaciona-se com as variações de ocorrência natural na expressão de hepcidina e nos níveis sanguíneos de hemoglobina. A expressão de hepcidina também tem estado implicada em distúrbios de ferro em humanos, Pietrangelo, J. Hepatology 54:173-181 (2011), e em anemias de doença crônica (ACD) (também conhecida como anemia de inflamação (AI)). ACD é prevalecente em pacientes com infecção crônica, doença autoimune, câncer, e doença renal crônica (CKD, “Chronic Doença renal”). Sun et al., Am. J. Hematol. 87(4):392-400 (2012).
[0066] Para determinar se o genótipo na variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 prediz a extensão de anemia em doença renal de estádio final, dados previamente coletados em estudos clínicos de pacientes com doença renal crônica foram analisados juntamente com genotipificação de SNPs recém-determinada. Devido ao fato de que a expressão de hepcidina é também regulada por66 IL-6, Casanovas et al., PLOS Computational Biol. 10(1):e1003421 (2014), os dados foram adicionalmente analisados para determinar se os níveis séricos de IL-6 poderiam predizer a extensão de anemia na doença renal de estádio final.
[0067] Conforme descrito no Exemplo 1 e mostrado na Figura 1, a extensão de anemia subjacente — medida como a dose de EPO clinicamente titulada — correlacionou-se com os níveis de IL-6 apenas em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Nestes pacientes, níveis séricos mais altos de IL-6 correlacionaram-se com a dose mais alta de EPO necessária (Figura 1B). Em contraste, o grau de anemia em pacientes tendo duas cópias do alelo de menor frequência não se correlacionou com os níveis séricos de IL-6 (Figura 1A).
[0068] Analogamente, a sobrevivência total correlacionou-se com os níveis de IL-6 apenas em pacientes com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em indivíduos tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, a sobrevivência correlacionouse inversamente com o nível sérico de IL-6, com pacientes no tercil mais alto dos níveis séricos de IL-6 tendo sobrevivência estatisticamente significativamente pior que aqueles no tercil mais baixo dos níveis de IL-6 (Figura 2B). Em contraste, a sobrevivência total dos pacientes homozigóticos para o alelo de menor frequência em rs855791 não foi afetada pelos níveis de IL-6 (Figura 2A).
[0069] Sem a intenção de vincular-se à teoria, em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, aumentos em IL-6 sérica podem ocasionar expressão aumentada de hepcidina, aumentando, assim, a anemia. O risco de mortalidade aumentado é uma consequência do metabolismo de ferro desregulado, da anemia resultante, e/ou da dose aumentada de agente estimulante de eritropoiese, como EPO, administrado para o tratamento. Estas correlações aumentam a possibilidade de que a redução de níveis de IL-6 ou da sinalização de IL- 6 poderia reduzir a anemia, reduzir a dose de EPO necessária, e aumentar a sobrevivência em pacientes com doença renal crônica, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e com efeito mais alto naqueles pacientes tendo níveis séricos elevados de IL-6.
[0070] Para determinar se o genótipo da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 afetou a sensibilidade à IL-6 em pacientes com doença renal aguda, ao invés de crônica, no Exemplo 2 analisamos os dados previamente coletados em estudos clínicos de pacientes hospitalizados para síndrome coronariana aguda juntamente com genotipificação de SNPs recémdeterminada.
[0071] A mortalidade de indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (A) não se correlacionou com as variações em IL-6 (Figura 4A). Entretanto, uma ou duas cópias do alelo de maior frequência (G) conferiram uma mortalidade de todas as causas mais alta em resposta aos níveis elevados de IL-6 em indivíduos após infarto do miocárdio (Figura 4B). Dessa forma, TMPRSS6 modulou o risco mediado por IL-6 para morte após infarto do miocárdio.
[0072] O efeito do genótipo TMPRSS6 sobre o risco mediado por IL-6 para insuficiência cardíaca também foi avaliado. A insuficiência cardíaca em indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência (A) não se correlacionou com as variações em IL-6 (Figura 5A). Entretanto, o alelo G de TMPRSS6 conferiu uma taxa de insuficiência cardíaca mais alta em resposta aos níveis elevados de IL-6 em indivíduos após um infarto do miocárdio (Figura 5B). Dessa forma, TMPRSS6 modulou o risco mediado por IL-6 para insuficiência cardíaca após infarto do miocárdio.
[0073] Os dados do Exemplo 2 demonstram que a correlação entre o genótipo TMPRSS6, os níveis de IL-6, e os desfechos clínicos adversos não se limita aos pacientes com doença renal crônica. Sem a intenção de vincular-se à teoria, em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, aumentos em IL-6 sérica podem ocasionar expressão aumentada de hepcidina, com consequente sequestro aumentado de ferro em cardiomiócitos, seguido por toxicidade celular mediada por ferro. Estas correlações aumentam a possibilidade de que a redução dos níveis de IL-6 ou da sinalização de IL-6 poderia reduzir a insuficiência cardíaca e a mortalidade em pacientes com síndrome coronariana aguda, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e com efeito mais alto naqueles pacientes com níveis séricos elevados de IL-6.
[0074] Embora as correlações observadas nos Exemplos 1 e 2 sugiram fortemente que a redução da sinalização mediada por IL-6 deve fornecer benefício clínico aos pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, níveis elevados de IL-6, e quer anemia quer uma toxicidade celular mediada por hepcidina, as correlações observadas falham em comprovar uma relação casual. Consequentemente, no Exemplo 3, cardiomiócitos provenientes de célulastronco pluripotentes induzidas (iPS, “induced Pluripotent Stem”) de humano foram modificados para expressarem apenas o alelo de menor frequência ou alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e testados in vitro.
[0075] A expressão de hepcidina é regulada por ambas as vias de sinalização de BMP6/SMAD e IL-6/STAT, com ambas BMP e IL-6 atuando mediante seus receptores respectivos para causar expressão aumentada de hepcidina. Casanovas et al., PLOS Comp. Biol. 10(1):e1003421 (2014). Os cardiomiócitos iPS com alelo de menor frequência e com alelo de maior frequência foram tratados in vitro com agonistas de ambas as vias de sinalização — BMP2 e IL-6 recombinantes — ou com BMP2 sozinha para intervenções clínicas modelares nas quais os níveis de (ou a sinalização de) IL-6 estão reduzidos. As células iPS de controle não foram tratadas com nenhum agonista. A mortalidade celular foi medida sob tensão de oxigênio normal (normoxia), e também sob condições que simulam hipoxia seguida por reoxigenação (reperfusão).
[0076] A Figura 6A mostra os resultados quando as células foram tratadas sob níveis de oxigênio normais. Os cardiomiócitos iPS expressando apenas o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (“alelo de menor frequência 736V”) não são significativamente afetados (“n.s.”) pela eliminação da sinalização de IL-6: a mortalidade de células medida como percentagem de células positivas para Azul de Tripano não reduziu significativamente quando as células são tratadas com BMP2 sozinha em comparação com o tratamento com BMP2+IL-6. Em contraste, os cardiomiócitos iPS expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 mostram morte de células estatisticamente significativamente menor quando a sinalização de IL-6 é eliminada.
[0077] A Figura 6B mostra os resultados quando as células são submetidas à hipoxia seguida por reoxigenação. Em comparação com as condições normóxicas, a hipoxia/reoxigenação é tóxica para os cardiomiócitos iPS, com cerca de 40 por cento das células de controle, com alelos de menor frequência e de maior frequência maior, mortas, em comparação com cerca de 20% das células de controle mortas sob condições normóxicas (comparar com a Figura 6A). Contra esta toxicidade de fundo, os cardiomiócitos iPS com alelo de menor frequência não são significativamente afetados pela eliminação da sinalização de IL-6: a mortalidade de células não é significativamente reduzida quando as células são tratadas com BMP2 sozinha, em comparação com o tratamento com BMP2+IL-6. Em contraste, os cardiomiócitos iPS expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 mostram morte de células estatisticamente significativamente menor quando a sinalização de IL-6 é eliminada.
[0078] Estes dados reforçam as inferências obtidas da análise post hoc de dados de testes clínicos no Exemplo 1 e no Exemplo 2: redução da sinalização de IL- 6 é efetiva para reduzir a toxicidade mediada por IL-6 em cardiomiócitos expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, mas não em cardiomiócitos expressando apenas o alelo de menor frequência. Sem a intenção de vincular-se à teoria, o aumento da toxicidade, causada pela IL-6, nos cardiomiócitos iPS com o alelo de maior frequência, pode resultar do aumento, mediado por IL-6, da expressão de hepcidina, com consequente sequestro aumentado de ferro nas células, seguido pela toxicidade celular mediada por ferro.
[0079] Os pacientes com doença renal crônica, como aqueles inscritos nos estudos de MIMICK analisados no Exemplo 1, com frequência desenvolvem função cardíaca comprometida, que é uma contribuidora principal para mortalidade geral. Esta lesão cardíaca secundária após doença renal crônica primária é chamada de síndrome cardiorrenal tipo 4 (CRS Tipo 4). Para restar diretamente se a terapia anti- IL-6 seria efetiva como um tratamento em pacientes com CRS4 tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, conforme sugerido pelos dados nos Exemplos 1 e 3, usamos um modelo de CRS4 em ratos que são genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0080] Após 4 semanas de tratamento, ambos os grupos de tratamento — o grupo tratado com um anticorpo anti-IL-6 e o grupo tratado com o padrão de terapia de cuidado inibidor de ACE, perindopril — mostraram níveis de fração de ejeção estatisticamente significativamente aumentados em comparação com o grupo de controle (isótipo) (Figura 8D) (p<0,001). Níveis de fração de ejeção similares nos grupos anti-IL6 e padrão de terapia de cuidado medidos após a 4a semana de tratamento mostraram que a terapia anti-IL-6 teve eficácia equivalente à eficácia do inibidor de ACE. A Figura 9 mostra que a terapia anti-IL-6 também foi igualmente efetiva como um inibidor de ACE na preservação da contratibilidade cardíaca. As Figuras 10A10C demonstram que a terapia anti-IL-6 foi igualmente efetiva na redução de fibrose cardíaca.
[0081] Estes dados demonstram que o tratamento com um agente antiIL-6 é efetivo para reduzir a lesão cardíaca e restaurar a função em um modelo in vivo de síndrome cardiorrenal em animais que são genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0082] Analogamente, os dados nos Exemplos 2 e 3 sugeriram que a redução dos níveis de IL-6 ou da sinalização de IL-6 pôde reduzir a insuficiência cardíaca e a mortalidade em pacientes com síndrome coronariana aguda, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e com efeito mais alto naqueles pacientes com níveis séricos elevados de IL-6.
[0083] Foi realizado um estudo para determinar o efeito de terapia anti-IL-6 após infarto agudo do miocárdio em camundongos que são genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0084] As Figuras 11A e 11B mostram os dados de um modelo in vivo no qual infarto do miocárdio foi induzido em camundongos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. O grupo de controle não recebeu terapia. O grupo experimental foi tratado com um anticorpo anti-IL-6-murina. A Figura 11A mostra que o tratamento com antiIL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da fração de ejeção em comparação com os controles. A Figura 11B mostra que o tratamento com anti-IL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da contratilidade, medica como encurtamento fracionário cardíaco, em comparação com os controles. Estes dados demonstram que a terapia anti-IL-6 administrada imediatamente após infarto do miocárdio melhora a recuperação funcional do ventrículo esquerdo em roedores que são genotipicamente análogos aos pacientes humanos tendo o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0085] Coletivamente, os dados experimentais demonstram que as intervenções terapêuticas que reduzem a sinalização de IL-6 fornecerão benefício clínico aos pacientes com um distúrbio mediado por hepcidina, como anemia ou uma toxicidade celular mediada por hepcidina, mas apenas naqueles que têm pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, com efeito mais alto em pacientes com níveis elevados de IL-6.
[0086] Consequentemente, conforme adicionalmente detalhado abaixo, em um primeiro aspecto são fornecidos métodos de tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina. Os métodos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina que foi determinado que tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em um segundo aspecto, são fornecidos métodos para melhorar o tratamento de distúrbios mediados por hepcidina, o método compreendendo descontinuar a administração de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina, em que foi determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. O tratamento é melhorado pela descontinuação da terapia que é ineficaz, reduzindo assim os efeitos colaterais e o custo sem perda da eficácia do tratamento. Em um outro aspecto, são fornecidos métodos para o tratamento de distúrbios inflamatórios mediados por IL-6 em pacientes sem anemia de inflamação crônica, os métodos compreendendo administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um paciente que tem um distúrbio inflamatório mediado por IL-6, não tem anemia, e foi determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
6.2. Definições
[0087] A não ser que sejam definidos de outra maneira, todos os termos técnicos e científicos aqui usados têm o significado comumente entendido por uma pessoa versada na técnica à qual pertence esta invenção. Como aqui usados, os seguintes termos têm os significados abaixo atribuídos a eles.
[0088] Por “hepcidina” quer-se dizer que é um polipeptídeo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI (“National Center for Biotechnology Information”) com o Número de Acesso NP_066998 (“préproteína de hepcidina”) ou fragmento biologicamente ativo do mesmo. Atividades biológicas de hepcidina exemplificadoras incluem ligação e redução dos níveis do canal exportador de ferro “ferroportina”, inibição do transporte de ferro, inibição da absorção de ferro intestinal, e inibição da liberação de ferro de macrófagos e do fígado. Uma sequência de aminoácidos de pré- proteína de hepcidina é fornecida abaixo: 1 MALSSQIWAA CLLLLLLLAS LTSGSVFPQQ TGQLAELQPQ DRAGARASWM PMFQRRRRRD 61 THFPICIFCC GCCHRSKCGM CCKT (SEQ ID NO:1) Com referência à sequência acima, a hepcidina existe em várias formas, incluindo como um pré-pró-hormônio (aminoácidos 25-84), pró-hormônio (aminoácidos 25-84), e formas maduras chamadas de hepcidina-25 (aminoácidos 60 84), hepcidina-22 (aminoácidos 63-84), e hepcidina-20 (aminoácidos 65-84).
[0089] Um “distúrbio mediado por hepcidina” é qualquer distúrbio no qual a expressão de hepcidina contribui para a etiologia do distúrbio ou de qualquer um de seus sintomas. A contribuição de hepcidina para a etiologia pode ser conhecida, pode ser presumida ou pode ser inferida de uma observação de que a administração de um antagonista de IL-6 fornece benefício terapêutico mais alto aos pacientes com o distúrbio que têm pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SPN rs855791 no gene TMPRSS6 em comparação com os pacientes com o distúrbio que são homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Os distúrbios mediados por hepcidina são adicionalmente descritos abaixo na Seção 6.4.1.
[0090] Por “polipeptídeo serina-protease transmembrana 6 (TMPRSS6)” (“TransMembrane PRoteaSe Serine 6”) quer-se dizer que é um polipeptídeo ou fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com o Número de Acesso NP_001275929 e tendo atividade de serina-proteinase. O polipeptídeo TMPRSS6, também conhecido como Matriptase-2 (MT2), cliva hemojuvelina e inibe a sinalização de proteína morfogenética óssea. Uma sequência de aminoácidos de TMPRSS6 exemplificadora tendo uma alanina na posição 736 (736A) é fornecida abaixo: 1 MPVAEAPQVA GGQGDGGDGE EAEPEGMFKA CEDSKRKARG YLRLVPLFVL LALLVLASAG 61 VLLWYFLGYK AEVMVSQVYS GSLRVLNRHF SQDLTRRESS AFRSETAKAQ KMLKELITST 121 RLGTYYNSSS VYSFGEGPLT CFFWFILQIP EHRRLMLSPE WQALLVEEL LSTVNSSAAV 181 PYRAEYEVDP EGLVILEASV KDIAALNSTL GCYRYSYVGQ GQVLRLKGPD HLASSCLWHL 241 QGPKDLMLKL RLEWTLAECR DRLAMYDVAG PLEKRLITSV YGCSRQEPW EVLASGAIMA 301 WWKKGLHSY YDPFVLSVQP WFQACEVNL TLDNRLDSQG VLSTPYFPSY YSPQTHCSWH 361 LTVPSLDYGL ALWFDAYALR RQKYDLPCTQ GQWTIQNRRL CGLRILQPYA ERIPWATAG 421 ITINFTSQIS LTGPGVRVHY GLYNQSDPCP GEFLCSVNGL CVPACDGVKD CPNGLDERNC 481 VCRATFQCKE DSTCISLPKV CDGQPDCLNG SDEEQCQEGV PCGTFTFQCE DRSCVKKPNP 541 QCDGRPDCRD GSDEEHCDCG LQGPSSRIVG GAVSSEGEWP WQASLQVRGR HICGGALIAD 601 RWVITAAHCF QEDSMASTVL WTVFLGKVWQ NSRWPGEVSF KVSRLLLHPY HEEDSHDYDV 661 ALLQLDHPW RSAAVRPVCL PARSHFFEPG LHCWITGWGA LREGALRADA VALFYGWRNQ 721 GSETCCCPIS NALQKADVQL IPQDLCSEVY RYQVTPRMLC AGYRKGKKDA CQGDSGGPLV 781 CKALSGRWFL AGLVSWGLGC GRPNYFGVYT RITGVISWIQ QWT (SEQ ID NO: 2) Uma sequência de aminoácidos de TMPRSS6 tendo uma valina na posição 736 (736V) é fornecida abaixo: 1 MPVAEAPQVA GGQGDGGDGE EAEPEGMFKA CEDSKRKARG YLRLVPLFVL LALLVLASAG 61 VLLWYFLGYK AEVMVSQVYS GSLRVLNRHF SQDLTRRESS AFRSETAKAQ KMLKELITST 121 RLGTYYNSSS VYSFGEGPLT CFFWFILQIP EHRRLMLSPE WQALLVEEL LSTVNSSAAV 181 PYRAEYEVDP EGLVILEASV KDIAALNSTL GCYRYSYVGQ GQVLRLKGPD HLASSCLWHL 24 QGPKDLMLKL RLEWTLAECR DRLAMYDVAG PLEKRLITSV YGCSRQEPW EVLASGAIMA 30 WWKKGLHSY YDPFVLSVQP WFQACEVNL TLDNRLDSQG VLSTPYFPSY YSPQTHCSWH 36 LTVPSLDYGL ALWFDAYALR RQKYDLPCTQ GQWTIQNRRL CGLRILQPYA ERIPWATAG 42 ITINFTSQIS LTGPGVRVHY GLYNQSDPCP GEFLCSVNGL CVPACDGVKD CPNGLDERNC 48 VCRATFQCKE DSTCISLPKV CDGQPDCLNG SDEEQCQEGV PCGTFTFQCE DRSCVKKPNP 54 QCDGRPDCRD GSDEEHCDCG LQGPSSRIVG GAVSSEGEWP WQASLQVRGR HICGGALIAD 60 RWVITAAHCF QEDSMASTVL WTVFLGKVWQ NSRWPGEVSF KVSRLLLHPY HEEDSHDYDV 66 ALLQLDHPW RSAAVRPVCL PARSHFFEPG LHCWITGWGA LREGALRADA VALFYGWRNQ 72 GSETCCCPIS NALQKVDVQL IPQDLCSEVY RYQVTPRMLC AGYRKGKKDA CQGDSGGPLV 78 CKALSGRWFL AGLVSWGLGC GRPNYFGVYT RITGVISWIQ QWT (SEQ ID NO: 3)
[0091] Por “molécula de ácido nucleico TMPRSS6” quer-se dizer que é um polinucleotídeo que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 (Matriptase-2; MT2). Uma sequência de molécula de ácido nucleico TMPRSS6 exemplificadora é fornecida no NCBI com o Número de Acesso NM_001289000. Uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 tendo uma G na posição de nucleotídeo 2321 (“alelo G”; “alelo de maior frequência”) é fornecida abaixo: 1 GGACAAACAG AGGCTCCTGA GGCCTGTGTG CAGGCCCGGC ACCTATCTGC CGCTCCCAAA 61 GGATGCCCGT GGCCGAGGCC CCCCAGGTGG CTGGCGGGCA GGGGGACGGA GGTGATGGCG 121 AGGAAGCGGA GCCGGAGGGG ATGTTCAAGG CCTGTGAGGA CTCCAAGAGA AAAGCCCGGG 181 GCTACCTCCG CCTGGTGCCC CTGTTTGTGC TGCTGGCCCT GCTCGTGCTG GCTTCGGCGG 241 GGGTGCTACT CTGGTATTTC CTAGGGTACA AGGCGGAGGT GATGGTCAGC CAGGTGTACT 301 CAGGCAGTCT GCGTGTACTC AATCGCCACT TCTCCCAGGA TCTTACCCGC CGGGAATCTA 361 GTGCCTTCCG CAGTGAAACC GCCAAAGCCC AGAAGATGCT CAAGGAGCTC ATCACCAGCA 421 CCCGCCTGGG AACTTACTAC AACTCCAGCT CCGTCTATTC CTTTGGGGAG GGACCCCTCA 481 CCTGCTTCTT CTGGTTCATT CTCCAAATCC CCGAGCACCG CCGGCTGATG CTGAGCCCCG 541 AGGTGGTGCA GGCACTGCTG GTGGAGGAGC TGCTGTCCAC AGTCAACAGC TCGGCTGCCG 601 TCCCCTACAG GGCCGAGTAC GAAGTGGACC CCGAGGGCCT AGTGATCCTG GAAGCCAGTG 661 TGAAAGACAT AGCTGCATTG AATTCCACGC TGGGTTGTTA CCGCTACAGC TACGTGGGCC 721 AGGGCCAGGT CCTCCGGCTG AAGGGGCCTG ACCACCTGGC CTCCAGCTGC CTGTGGCACC 781 TGCAGGGCCC CAAGGACCTC ATGCTCAAAC TCCGGCTGGA GTGGACGCTG GCAGAGTGCC 841 GGGACCGACT GGCCATGTAT GACGTGGCCG GGCCCCTGGA GAAGAGGCTC ATCACCTCGG 901 TGTACGGCTG CAGCCGCCAG GAGCCCGTGG TGGAGGTTCT GGCGTCGGGG GCCATCATGG 961 CGGTCGTCTG GAAGAAGGGC CTGCACAGCT ACTACGACCC CTTCGTGCTC TCCGTGCAGC 1021 CGGTGGTCTT CCAGGCCTGT GAAGTGAACC TGACGCTGGA CAACAGGCTC GACTCCCAGG 1081 GCGTCCTCAG CACCCCGTAC TTCCCCAGCT ACTACTCGCC CCAAACCCAC TGCTCCTGGC 1141 ACCTCACGGT GCCCTCTCTG GACTACGGCT TGGCCCTCTG GTTTGATGCC TATGCACTGA 1201 GGAGGCAGAA GTATGATTTG CCGTGCACCC AGGGCCAGTG GACGATCCAG AACAGGAGGC 1261 TGTGTGGCTT GCGCATCCTG CAGCCCTACG CCGAGAGGAT CCCCGTGGTG GCCACGGCCG 1321 GGATCACCAT CAACTTCACC TCCCAGATCT CCCTCACCGG GCCCGGTGTG CGGGTGCACT 1381 ATGGCTTGTA CAACCAGTCG GACCCCTGCC CTGGAGAGTT CCTCTGTTCT GTGAATGGAC 1441 TCTGTGTCCC TGCCTGTGAT GGGGTCAAGG ACTGCCCCAA CGGCCTGGAT GAGAGAAACT 1501 GCGTTTGCAG AGCCACATTC CAGTGCAAAG AGGACAGCAC ATGCATCTCA CTGCCCAAGG 1561 TCTGTGATGG GCAGCCTGAT TGTCTCAACG GCAGCGACGA AGAGCAGTGC CAGGAAGGGG 1621 TGCCATGTGG GACATTCACC TTCCAGTGTG AGGACCGGAG CTGCGTGAAG AAGCCCAACC 1681 CGCAGTGTGA TGGGCGGCCC GACTGCAGGG ACGGCTCGGA TGAGGAGCAC TGTGACTGTG 1741 GCCTCCAGGG CCCCTCCAGC CGCATTGTTG GTGGAGCTGT GTCCTCCGAG GGTGAGTGGC 1801 CATGGCAGGC CAGCCTCCAG GTTCGGGGTC GACACATCTG TGGGGGGGCC CTCATCGCTG 1861 ACCGCTGGGT GATAACAGCT GCCCACTGCT TCCAGGAGGA CAGCATGGCC TCCACGGTGC 1921 TGTGGACCGT GTTCCTGGGC AAGGTGTGGC AGAACTCGCG CTGGCCTGGA GAGGTGTCCT 1981 TCAAGGTGAG CCGCCTGCTC CTGCACCCGT ACCACGAAGA GGACAGCCAT GACTACGACG 2041 TGGCGCTGCT GCAGCTCGAC CACCCGGTGG TGCGCTCGGC CGCCGTGCGC CCCGTCTGCC 2101 TGCCCGCGCG CTCCCACTTC TTCGAGCCCG GCCTGCACTG CTGGATTACG GGCTGGGGCG 2161 CCTTGCGCGA GGGCGCCCTA CGGGCGGATG CTGTGGCCCT ATTTTATGGA TGGAGAAACC 2221 AAGGCTCAGA GACATGTTGC TGCCCCATCA GCAACGCTCT GCAGAAAGTG GATGTGCAGT 2281 TGATCCCACA GGACCTGTGC AGCGAGGTCT ATCGCTACCA GGTGACGCCA CGCATGCTGT 2341 GTGCCGGCTA CCGCAAGGGC AAGAAGGATG CCTGTCAGGG TGACTCAGGT GGTCCGCTGG 2401 TGTGCAAGGC ACTCAGTGGC CGCTGGTTCC TGGCGGGGCT GGTCAGCTGG GGCCTGGGCT 2461 GTGGCCGGCC TAACTACTTC GGCGTCTACA CCCGCATCAC AGGTGTGATC AGCTGGATCC 2521 AGCAAGTGGT GACCTGAGGA ACTGCCCCCC TGCAAAGCAG GGCCCACCTC CTGGACTCAG 2581 AGAGCCCAGG GCAACTGCCA AGCAGGGGGA CAAGTATTCT GGCGGGGGGT GGGGGAGAGA 2641 GCAGGCCCTG TGGTGGCAGG AGGTGGCATC TTGTCTCGTC CCTGATGTCT GCTCCAGTGA 2701 TGGCAGGAGG ATGGAGAAGT GCCAGCAGCT GGGGGTCAAG ACGTCCCCTG AGGACCCAGG 2761 CCCACACCCA GCCCTTCTGC CTCCCAATTC TCTCTCCTCC GTCCCCTTCC TCCACTGCTG 2821 CCTAATGCAA GGCAGTGGCT CAGCAGCAAG AATGCTGGTT CTACATCCCG AGGAGTGTCT 2881 GAGGTGCGCC CCACTCTGTA CAGAGGCTGT TTGGGCAGCC TTGCCTCCAG AGAGCAGATT 2941 CCAGCTTCGG AAGCCCCTGG TCTAACTTGG GATCTGGGAA TGGAAGGTGC TCCCATCGGA 3001 GGGGACCCTC AGAGCCCTGG AGACTGCCAG GTGGGCCTGC TGCCACTGTA AGCCAAAAGG 3061 TGGGGAAGTC CTGACTCCAG GGTCCTTGCC CCACCCCTGC CTGCCACCTG GGCCCTCACA 3121 GCCCAGACCC TCACTGGGAG GTGAGCTCAG CTGCCCTTTG GAATAAAGCT GCCTGATCCA 3181 AAAAAAAAÀÀ AAAAAA (SEQ ID NO:4) Uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 tendo uma A na posição de nucleotídeo 2321 é fornecida abaixo: 1 GGACAAACAG AGGCTCCTGA GGCCTGTGTG CAGGCCCGGC ACCTATCTGC CGCTCCCAAA 61 GGATGCCCGT GGCCGAGGCC CCCCAGGTGG CTGGCGGGCA GGGGGACGGA GGTGATGGCG 121 AGGAAGCGGA GCCGGAGGGG ATGTTCAAGG CCTGTGAGGA CTCCAAGAGA AAAGCCCGGG 181 GCTACCTCCG CCTGGTGCCC CTGTTTGTGC TGCTGGCCCT GCTCGTGCTG GCTTCGGCGG 241 GGGTGCTACT CTGGTATTTC CTAGGGTACA AGGCGGAGGT GATGGTCAGC CAGGTGTACT 301 CAGGCAGTCT GCGTGTACTC AATCGCCACT TCTCCCAGGA TCTTACCCGC CGGGAATCTA 361 GTGCCTTCCG CAGTGAAACC GCCAAAGCCC AGAAGATGCT CAAGGAGCTC ATCACCAGCA 421 CCCGCCTGGG AACTTACTAC AACTCCAGCT CCGTCTATTC CTTTGGGGAG GGACCCCTCA 481 CCTGCTTCTT CTGGTTCATT CTCCAAATCC CCGAGCACCG CCGGCTGATG CTGAGCCCCG 541 AGGTGGTGCA GGCACTGCTG GTGGAGGAGC TGCTGTCCAC AGTCAACAGC TCGGCTGCCG 601 TCCCCTACAG GGCCGAGTAC GAAGTGGACC CCGAGGGCCT AGTGATCCTG GAAGCCAGTG 661 TGAAAGACAT AGCTGCATTG AATTCCACGC TGGGTTGTTA CCGCTACAGC TACGTGGGCC 721 AGGGCCAGGT CCTCCGGCTG AAGGGGCCTG ACCACCTGGC CTCCAGCTGC CTGTGGCACC 781 TGCAGGGCCC CAAGGACCTC ATGCTCAAAC TCCGGCTGGA GTGGACGCTG GCAGAGTGCC 841 GGGACCGACT GGCCATGTAT GACGTGGCCG GGCCCCTGGA GAAGAGGCTC ATCACCTCGG 901 TGTACGGCTG CAGCCGCCAG GAGCCCGTGG TGGAGGTTCT GGCGTCGGGG GCCATCATGG 961 CGGTCGTCTG GAAGAAGGGC CTGCACAGCT ACTACGACCC CTTCGTGCTC TCCGTGCAGC 1021 CGGTGGTCTT CCAGGCCTGT GAAGTGAACC TGACGCTGGA CAACAGGCTC GACTCCCAGG 1081 GCGTCCTCAG CACCCCGTAC TTCCCCAGCT ACTACTCGCC CCAAACCCAC TGCTCCTGGC 1141 ACCTCACGGT GCCCTCTCTG GACTACGGCT TGGCCCTCTG GTTTGATGCC TATGCACTGA 1201 GGAGGCAGAA GTATGATTTG CCGTGCACCC AGGGCCAGTG GACGATCCAG AACAGGAGGC 1261 TGTGTGGCTT GCGCATCCTG CAGCCCTACG CCGAGAGGAT CCCCGTGGTG GCCACGGCCG 1321 GGATCACCAT CAACTTCACC TCCCAGATCT CCCTCACCGG GCCCGGTGTG CGGGTGCACT 1381 ATGGCTTGTA CAACCAGTCG GACCCCTGCC CTGGAGAGTT CCTCTGTTCT GTGAATGGAC 1441 TCTGTGTCCC TGCCTGTGAT GGGGTCAAGG ACTGCCCCAA CGGCCTGGAT GAGAGAAACT 1501 GCGTTTGCAG AGCCACATTC CAGTGCAAAG AGGACAGCAC ATGCATCTCA CTGCCCAAGG 1561 TCTGTGATGG GCAGCCTGAT TGTCTCAACG GCAGCGACGA AGAGCAGTGC CAGGAAGGGG 1621 TGCCATGTGG GACATTCACC TTCCAGTGTG AGGACCGGAG CTGCGTGAAG AAGCCCAACC 1681 CGCAGTGTGA TGGGCGGCCC GACTGCAGGG ACGGCTCGGA TGAGGAGCAC TGTGACTGTG 1741 GCCTCCAGGG CCCCTCCAGC CGCATTGTTG GTGGAGCTGT GTCCTCCGAG GGTGAGTGGC 1801 CATGGCAGGC CAGCCTCCAG GTTCGGGGTC GACACATCTG TGGGGGGGCC CTCATCGCTG 1861 ACCGCTGGGT GATAACAGCT GCCCACTGCT TCCAGGAGGA GAGCATGGCC TCCACGGTGC 1921 TGTGGACCGT GTTCCTGGGC AAGGTGTGGC AGAACTCGCG CTGGCCTGGA GAGGTGTCCT 1981 TCAAGGTGAG CCGCCTGCTC CTGCACCCGT ACCACGAAGA GGACAGCCAT GACTACGACG 2041 TGGCGCTGCT GCAGCTCGAC CACCCGGTGG TGCGCTCGGC CGCCGTGCGC CCCGTCTGCC 2101 TGCCCGCGCG CTCCCACTTC TTCGAGCCCG GCCTGCACTG CTGGATTACG GGCTGGGGCG 2161 CCTTGCGCGA GGGCGCCCTA CGGGCGGATG CTGTGGCCCT ATTTTATGGA TGGAGAAACC 2221 AAGGCTCAGA GACATGTTGC TGCCCCATCA GCAACGCTCT GCAGAAAGTG GATGTGCAGT 2281 TGATCCCACA GGACCTGTGC AGCGAGGTCT ATCGCTACCA AGTGACGCCA CGCATGCTGT 2341 GTGCCGGCTA CCGCAAGGGC AAGAAGGATG CCTGTCAGGG TGACTCAGGT GGTCCGCTGG 2401 TGTGCAAGGC ACTCAGTGGC CGCTGGTTCC TGGCGGGGCT GGTCAGCTGG GGCCTGGGCT 2461 GTGGCCGGCC TAACTACTTC GGCGTCTACA CCCGCATCAC AGGTGTGATC AGCTGGATCC 2521 AGCAAGTGGT GACCTGAGGA ACTGCCCCCC TGCAAAGCAG GGCCCACCTC CTGGACTCAG 2581 AGAGCCCAGG GCAACTGCCA AGCAGGGGGA CAAGTATTCT GGCGGGGGGT GGGGGAGAGA 2641 GCAGGCCCTG TGGTGGCAGG AGGTGGCATC TTGTCTCGTC CCTGATGTCT GCTCCAGTGA 2701 TGGCAGGAGG ATGGAGAAGT GCCAGCAGCT GGGGGTCAAG ACGTCCCCTG AGGACCCAGG 2761 CCCACACCCA GCCCTTCTGC CTCCCAATTC TCTCTCCTCC GTCCCCTTCC TCCACTGCTG 2821 CCTAATGCAA GGCAGTGGCT CAGCAGCAAG AATGCTGGTT CTACATCCCG AGGAGTGTCT 2881 GAGGTGCGCC CCACTCTGTA CAGAGGCTGT TTGGGCAGCC TTGCCTCCAG AGAGCAGATT 2941 CCAGCTTCGG AAGCCCCTGG TCTAACTTGG GATCTGGGAA TGGAAGGTGC TCCCATCGGA 3001 GGGGACCCTC AGAGCCCTGG AGACTGCCAG GTGGGCCTGC TGCCACTGTA AGCCAAAAGG 3061 TGGGGAAGTC CTGACTCCAG GGTCCTTGCC CCACCCCTGC CTGCCACCTG GGCCCTCACA 3121 GCCCAGACCC TCACTGGGAG GTGAGCTCAG CTGCCCTTTG GAATAAAGCT GCCTGATCCA 3181 AAAAAAAAAA AAAAAA (SEQ ID NO:5)
[0092] Por “variante” quer-se dizer que é uma sequência de polinucleotídeo ou de polipeptídeo que difere de uma sequência de referência em um ou mais nucleotídeos ou em um ou mais aminoácidos. Uma variante exemplificadora de TMPRSS6é TMPRSS6 (A736V), resultante de SNP rs855791 (G^A).
[0093] Por “polimorfismo de nucleotídeo único” ou “SNP” (“Single Nucleotide Polymorphism”) quer-se dizer que é uma variante de sequência de DNA de ocorrência natural na qual um único nucleotídeo no genoma difere entre os membros de uma espécie biológica ou entre cromossomos pareados em um indivíduo. As SNPs podem ser usadas como marcadores genéticos para alelos de variante. Em uma modalidade a variante de SNP de TMPRSS6é rs855791.
[0094] Por “rs855791” quer-se dizer que é uma variante de polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) no gene TMPRSS6 de humano, 2321G^A, resultando em uma substituição de alanina por valina (A736V) no domínio catalítico de Matriptase-2 (MT2), que é codificada pelo gene TMPRSS6. O alelo com a frequência mais alta na população humana (o alelo de maior frequência) é 2321G, que codifica 736A. O alelo com a frequência mais baixa na população humana (alelo de menor frequência) é 2321A, que codifica 736V.
[0095] Por “heterozigótico” quer-se dizer que um lócus cromossomal tem dois alelos diferentes. Em uma modalidade dos métodos aqui descritos, heterozigótico refere-se a um genótipo no qual um alelo tem uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 tendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) (alelo de maior frequência rs855791), e o outro alelo tem uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 variante que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma valina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma A ou T na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) (alelo de menor frequência rs855791).
[0096] Por “homozigótico” quer-se dizer que um lócus cromossomal tem dois alelos idênticos. Em determinadas modalidades dos métodos aqui descritos, homozigótico refere-se a um genótipo no qual ambos os alelos têm uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) (alelo de maior frequência homozigótico rs855791). Em algumas modalidades, homozigótico refere-se a um genótipo no qual ambos os alelos têm uma sequência de ácido nucleico TMPRSS6 que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma valina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma A ou T na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) (alelo de menor frequência homozigótico rs855791).
[0097] “Determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6” inclui, mas não se limita a, realizar um ensaio para determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6; encomendar um ensaio para determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6; preceituar um ensaio para determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6; diferentemente comandar ou controlar que um ensaio seja realizado para determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6; e analisar os dados de ensaio de genótipo de TMRSS6 ou os dados de sequências de proteína ou de ácido nucleico para determinar se um paciente tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[0098] Por “interleucina (IL-6)” ou “polipeptídeo IL-6” quer-se dizer que é um polipeptídeo ou um fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com Número de Acesso NP_000591 e tendo atividade biológica de IL-6. IL-6 é uma citocina pleotrópica com múltiplas funções biológicas. Atividades biológicas de IL-6 exemplificadoras incluem atividades imunoestimulatória e pró-inflamatória. Uma sequência de aminoácidos de IL-6 exemplificadora é fornecida abaixo: 1 MCVGARRLGR GPCAALLLLG LGLSTVTGLH CVGDTYPSND RCCHECRPGN GMVSRCSRSQ 61 NTVCRPCGPG FYNDWSSKP CKPCTWCNLR SGSERKQLCT ATQDTVCRCR AGTQPLDSYK 121 PGVDCAPCPP GHFSPGDNQA CKPWTNCTLA GKHTLQPASN SSDAICEDRD PPATQPQETQ 181 GPPARPITVQ PTEAWPRTSQ GPSTRPVEVP GGRAVAAILG LGLVLGLLGP LAILLALYLL 241 RRDQRLPPDA HKPPGGGSFR TPIQEEQADA HSTLAKI (SEQ ID NO:6)
[0099] Por “ácido nucleico interleucina-6 (IL-6)” quer-se dizer que é um polinucleotídeo que codifica um polipeptídeo interleucina-6 (IL-6). Uma sequência de ácido nucleico interleucina-6 (IL-6) exemplificadora é fornecida no NCBI com o Número de Acesso NM_000600. A sequência exemplificadora no NCBI com o Número de Acesso NM_000600 é fornecida abaixo: 1 AATATTAGAG TCTCAACCCC CAATAAATAT AGGACTGGAG ATGTCTGAGG CTCATTCTGC 61 CCTCGAGCCC ACCGGGAACG AAAGAGAAGC TCTATCTCCC CTCCAGGAGC CCAGCTATGA 121 ACTCCTTCTC CACAAGCGCC TTCGGTCCAG TTGCCTTCTC CCTGGGGCTG CTCCTGGTGT 181 TGCCTGCTGC CTTCCCTGCC CCAGTACCCC CAGGAGAAGA TTCCAAAGAT GTAGCCGCCC 241 CACACAGACA GCCACTCACC TCTTCAGAAC GAATTGACAA ACAAATTCGG TACATCCTCG 301 ACGGCATCTC AGCCCTGAGA AAGGAGACAT GTAACAAGAG TAACATGTGT GAAAGCAGCA 361 AAGAGGCACT GGCAGAAAAC AACCTGAACC TTCCAAAGAT GGCTGAAAAA GATGGATGCT 421 TCCAATCTGG ATTCAATGAG GAGACTTGCC TGGTGAAAAT CATCACTGGT CTTTTGGAGT 481 TTGAGGTATA CCTAGAGTAC CTCCAGAACA GATTTGAGAG TAGTGAGGAA CAAGCCAGAG 541 CTGTGCAGAT GAGTACAAAA GTCCTGATCC AGTTCCTGCA GAAAAAGGCA AAGAATCTAG 601 ATGCAA-TAAC CACCCCTGAC CCAACCACAA ATGCCAGCCT GCTGACGAAG CTGCAGGCAC 661 AGAACCAGTG GCTGCAGGAC ATGACAACTC ATCTCATTCT GCGCAGCTTT AAGGAGTTCC 721 TGCAGTCCAG CCTGAGGGCT CTTCGGCAAA TGTAGCATGG GCACCTCAGA TTGTTGTTGT 781 TAATGGGCAT TCCTTCTTCT GGTCAGAAAC CTGTCCACTG GGCACAGAAC TTATGTTGTT 841 CTCTATGGAG AACTAAAAGT ATGAGCGTTA GGACACTATT TTAATTATTT TTAATTTATT 901 AATATTTAAA TATGTGAAGC TGAGTTAATT TATGTAAGTC ATATTTATAT TTTTAAGAAG 961 TACCACTTGA AACATTTTAT GTATTAGTTT TGAAATAATA ATGGAAAGTG GCTATGCAGT 1021 TTGAATATCC TTTGTTTCAG AGCCAGATCA TTTCTTGGAA AGTGTAGGCT TACCTCAAAT 1081 AAATGGCTAA CTTATACATA TTTTTAAAGA AATATTTATA TTGTATTTAT ATAATGTATA 1141 AATGGTTTTT ATACCAATAA ATGGCATTTT AAAAAATTCA GCAAAAAAAA AAAAAAAAAA 1201 A (SEQ ID NO:7)
[00100] Por “complexo de receptor-interleucina-6 (IL-6R)”, (IL-6R, “InterLeukin 6 Receptor”) quer-se dizer que é um complexo de proteínas compreendendo uma subunidade-alfa de receptor de IL-6 (IL-6Rα) e Glicoproteína 130 (kDa) transdutora de sinal de interleucina-6, também chamada de subunidade-β de receptor de interleucina- 6 (IL-6Rβ).
[00101] Por “polipeptídeo de subunidade-alfa de receptor de interleucina-6 (IL- 6Rα)” quer-se dizer que é um polipeptídeo ou um fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com Número de Acesso NP_000556 ou NP_852004 e tendo atividade biológica de receptor de IL-6. Atividades biológicas de IL-6Rα exemplificadoras incluem ligação à glicoproteína 130 (gp130), e regulação do crescimento celular e da diferenciação celular. Uma sequência de IL-6R exemplificadora é fornecida abaixo: 1 MLAVGCALLA ALLAAPGAAL APRRCPAQEV ARGVLTSLPG DSVTLTCPGV EPEDNATVHW 61 VLRKPAAGSH PSRWAGMGRR LLLRSVQLHD SGNYSCYRAG RPAGTVHLLV DVPPEEPQLS 121 CFRKSPLSNV VCEWGPRSTP SLTTKAVLLV RKFQNSPAED FQEPCQYSQE SQKFSCQLAV 181 PEGDSSFYIV SMCVASSVGS KFSKTQTFQG CGILQPDPPA NITVTAVARN PRWLSVTWQD 241 PHSWNSSFYR LRFELRYRAE RSKTFTTWMV KDLQHHCVIH DAWSGLRHW QLRAQEEFGQ 301 GEWSEWSPEA MGTPWTESRS PPAENEVSTP MQALTTNKDD DNILFRDSAN ATSLPVQDSS 361 SVPLPTFLVA GGSLAFGTLL CIAIVLRFKK TWKLRALKEG KTSMHPPYSL GQLVPERPRP 421 TPVLVPLISP PVSPSSLGSD NTSSHNRPDA RDPRSPYDIS NTDYFFPR (SEQ ID NO:8)
[00102] Por “polipeptídeo de subunidade-β de receptor de interleucina-6 (IL- 6Rβ)” quer-se dizer que é um polipeptídeo ou um fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com Número de Acesso NP_002175, NP_786943 ou NP_001177910 e tendo atividade biológica de receptor de IL-6. Atividades biológicas de IL-6Rβ exemplificadoras incluem ligação à IL-6Rα, atividade de sinalização de receptor de IL-6, e regulação do crescimento celular, da diferenciação celular, da expressão de hepcidina etc. Uma sequência de IL-6Rβ exemplificadora é fornecida abaixo: 1 MLTLQTWLVQ ALFIFLTTES TGELLDPCGY ISPESPWQL HSNFTAVCVL KEKCMDYFHV 61 NANYIVWKTN HFTIPKEQYT IINRTASSVT FTDIASLNIQ LTCNILTFGQ LEQNVYGITI 121 ISGLPPEKPK NLSCIVNEGK KMRCEWDGGR ETHLETNFTL KSEWATHKFA DCKAKRDTPT 181 SCTVDYSTVY FVNIEVWVEA ENALGKVTSD HINFDPVYKV KPNPPHNLSV INSEELSSIL 241 KLTWTNPSIK SVIILKYNIQ YRTKDASTWS QIPPEDTAST RSSFTVQDLK PFTEYVFRIR 301 CMKEDGKGYW SDWSEEASGI TYEDRPSKAP SFWYKIDPSH TQGYRTVQLV WKTLPPFEAN 361 GKILDYEVTL TRWKSHLQNY TVNATKLTVN LTNDRYLATL TVRNLVGKSD AAVLTIPACD 421 FQATHPVMDL KAFPKDNMLW VEWTTPRESV KKYILEWCVL SDKAPCITDW QQEDGTVHRT 481 YLRGNLAESK CYLITVTPVY ADGPGSPESI KAYLKQAPPS KGPTVRTKKV GKNEAVLEWD 541 QLPVDVQNGF IRNYTIFYRT IIGNETAVNV DSSHTEYTLS SLTSDTLYMV RMAAYTDEGG 601 KDGPEFTFTT PKFAQGEIEA IWPVCLAFL LTTLLGVLFC FNKRDLIKKH IWPNVPDPSK 661 SHIAQWSPHT PPRHNFNSKD QMYSDGNFTD VSWEIEAND KKPFPEDLKS LDLFKKEKIN 721 TEGHSSGIGG SSCMSSSRPS ISSSDENESS QNTSSTVQYS TWHSGYRHQ VPSVQVFSRS 781 ESTQPLLDSE ERPEDLQLVD HVDGGDGILP RQQYFKQNCS QHESSPDISH FERSKQVSSV 841 NEEDFVRLKQ QISDHISQSC GSGQMKMFQE VSAADAFGPG TEGQVERFET VGMEAATDEG 901 MPKSYLPQTV RQGGYMPQ (SEQ ID NO:9)
[00103] Por “antagonista de IL-6” quer-se dizer que é um agente que é capaz de decrescer a atividade biológica de IL-6. Os antagonistas de IL-6 incluem agentes que decrescem o nível de polipeptídeo IL-6 no soro, incluindo agentes que decrescem a expressão de um polipeptídeo IL-6 ou de um ácido nucleico IL-6; agentes que decrescem a capacidade de IL-6 para se ligar ao IL-6R; agentes que decrescem a expressão do IL-6R; e agentes que decrescem a transdução de sinal pelo receptor IL- 6R quando ligado pela IL-6. Em modalidades preferidas, o antagonista de IL-6 decresce a atividade biológica de IL-6 em pelo menos cerca de 10%, 20%, 30%, 50%, 70%, 80%, 90%, 95% ou mesmo 100%. Como adicionalmente detalhado na Seção 5.7 abaixo, os antagonistas de IL-6 incluem polipeptídeos ligantes à IL-6, como anticorpos anti-IL-6 e seus derivados ou fragmentos ligantes ao antígeno; polipeptídeos ligantes ao IL-6R, como anticorpos anti-IL-6R e seus derivados ou fragmentos ligantes ao antígeno; e moléculas químicas sintéticas, como inibidores de JAK1 e de JAK3.
[00104] Por “anticorpo IL-6” ou “anticorpo anti-IL-6” quer-se dizer que é um anticorpo que se liga especificamente à IL-6. Os anticorpos anti-IL6 incluem anticorpos monoclonais e policlonais que são específicos para IL-6, e seus derivados ou fragmentos ligantes ao antígeno. Os anticorpos IL-6 são descritos com maior detalhe na Seção 6.9.1 abaixo.
[00105] Por “distúrbio inflamatório mediado por IL-6” quer-se dizer que é qualquer distúrbio no qual conhece-se ou presume-se que a IL-6 contribui para a etiologia da doença ou de qualquer um de seus sintomas.
[00106] Por “eritropoietina (EPO)” quer-se dizer que é um polipeptídeo ou um fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com Número de Acesso NP_000790 e tendo atividade biológica de EPO. Atividades biológicas de EPO exemplificadoras incluem ligação ao receptor de eritropoietina e as resultantes proliferação e diferenciação terminal de células precursoras de eritroides e/ou aumento de eritropoiese (produção de células vermelhas do sangue). Uma sequência de aminoácidos de EPO exemplificadora é fornecida abaixo: 1 MGVHECPAWL WLLLSLLSLP LGLPVLGAPP RLICDSRVLE RYLLEAKEAE NITTGCAEHC 61 SLNENITVPD TKVNFYAWKR MEVGQQAVEV WQGLALLSEA VLRGQALLVN SSQPWEPLQL 121 HVDKAVSGLR SLTTLLRALG AQKEAISPPD AASAAPLRTI TADTFRKLFR VYSNFLRGKL 181 KLYTGEA-CRT GDR (SEQ ID NO: 10)
[00107] Por “agente estimulante da eritropoiese (ESA)” (“Erythropoiesis Stimulating Agent)” quer-se dizer que é um agente que estimula a eritropoiese. Os ESAs incluem, mas não se limitam a, EPO; darbepoetina (Aranesp); epoetina-beta (NeoRecormon); epoetina-delta (Dynepo); epoetina-ômega (Epomax); epoetina-zeta.
[00108] Por “fator eritropoiético” quer-se dizer que é um agente que aumenta o crescimento ou a proliferação de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma (por exemplo, uma célula-tronco hematopoiética) e/ou decresce a morte celular de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma. Em várias modalidades, os fatores eritropoiéticos incluem agentes estimulantes da eritropoiese, estabilizadores de HIF (“Hypoxia Inducible Factor”, Fator Induzível por Hipoxia), e ferro suplementar.
[00109] Por “polipeptídeo de proteína-C reativa (CRP)” (“C-Reactive Protein”) quer-se dizer que é um polipeptídeo ou um fragmento do mesmo tendo pelo menos cerca de 85% ou mais de identidade de aminoácidos em relação à sequência de aminoácidos fornecida no NCBI com Número de Acesso NP_000558 e tendo atividade de ativação de complemento. Os níveis de CRP aumentam em resposta à inflamação. Uma sequência de CRP exemplificadora é fornecida abaixo: 1 MEKLLCFLVL TSLSHAFGQT DMSRKAFVFP KESDTSYVSL KAPLTKPLKA FTVCLHFYTE 61 LSSTRGYSIF SYATKRQDNE ILIFWSKDIG YSFTVGGSEI LFEVPEVTVA PVHICTSWES 1.21 ASGIVEFWVD GKPRVRKSLK KGYTVGAEAS IILGQEQDSF GGNFEGSQSL VGDIGNVNMW 1.81 DFVLSPDEIN T∑YLGGPFSP NVLNWRALKY EVQGEVFTKP QLWP (SEQ ID NO: 11)
[00110] Por “agente” quer-se dizer que é qualquer composto ou composição adequado(a) para ser administrado(a) em terapia, e explicitamente inclui compostos químicos; proteínas, incluindo anticorpos ou seus fragmentos ligantes ao antígeno; peptídeos; e moléculas de ácido nucleico.
[00111] Por “indivíduo” quer-se dizer que é um mamífero humano ou não humano, incluindo, mas não se limitando a, indivíduos bovinos, equinos, caninos, ovinos, felinos, e roedores, incluindo murinos e Rattus (ratos). Um “paciente” é um indivíduo humano.
[00112] Como aqui usados, os termos “tratar”, “tratando”, “tratamento”, e semelhantes, referem-se à redução ou melhoria de um distúrbio, e/ou de sinais ou sintomas associados com o mesmo ou retardação ou interrupção progressão da mesma. Será reconhecido, embora não excluído, que o tratamento de um distúrbio ou de uma condição não exige que o distúrbio, a condição ou os sintomas associados com o(a) mesmo(a) seja(m) completamente eliminado(s).
[00113] “Antes do tratamento” significa antes da primeira administração de um antagonista de IL-6 de acordo com os métodos aqui descritos. Antes do tratamento não exclui, e com frequência inclui, a administração prévia de tratamentos diferentes de um antagonista de IL-6.
[00114] Nesta descrição, “compreende”, “compreendendo”, “contendo”, “tendo”, “inclui”, “incluindo” e suas variações linguísticas têm o significado atribuído a eles na lei de Patentes dos Estados Unidos da América, permitindo a presença de componentes adicionais além daqueles explicitamente citados.
[00115] Por “amostra biológica” quer-se dizer que é qualquer tecido, célula, fluido ou outro material derivado de um organismo (por exemplo, indivíduo humano). Em determinadas modalidades, a amostra biológica é soro ou sangue.
[00116] Por “inibidor de enzima conversora de angiotensina (ACE)” (“Angiotensin-Converting Enzyme”) quer-se dizer que é um agente que inibe uma função biológica de enzima conversora de angiotensina de conversão de angiotensina I em angiotensina II. Os inibidores de ACE incluem, sem limitação, quinapril, perindopril, ramipril, captopril, benazepril, trandolapril, fosinopril, lisinopril, moexipril e enalapril. Em várias modalidades, o inibidor de ACE é perindopril.
6.3. Outras convenções interpretacionais
[00117] A não ser que seja especificada de outra maneira, a numeração de resíduo de região constante de anticorpo é de acordo com o índice EU conforme em Kabat.
[00118] É entendido que as faixas aqui fornecidas são abreviaturas de todos os valores dentro da faixa, incluindo os valores dos pontos de extremidade. Por exemplo, é entendido que uma faixa de 1 a 50 inclui qualquer número, combinação de números ou subfaixa do grupo consistindo em 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, e 50.
[00119] A não ser que seja especificamente declarado ou evidente a partir do contexto, é entendido que o termo “ou”, como aqui usado, é inclusivo. A não ser que seja especificamente declarado ou evidente a partir do contexto, é entendido que os termos “um”, “uma”, “o” e “a” estão no singular ou no plural.
[00120] A não ser que seja especificamente declarado ou evidente a partir do contexto, o termo “cerca de” é entendido como dentro de uma faixa de tolerância normal na técnica, por exemplo dentro de 2 desvios padrão da média. “Cerca de” pode ser entendido como dentro de 10%, 9%, 8%, 7%, 6%, 5%, 4%, 3%, 2%, 1%, 0,5%, 0,1%, 0,05% ou 0,01% do valor declarado. A não ser que seja, de outro modo, evidente a partir do contexto, todos os valores numéricos aqui fornecidos são modificados pelo termo “cerca de”. 6.4. Métodos de tratamento de distúrbios mediados por hepcidina
[00121] Em um primeiro aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina.
[00122] Os métodos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um indivíduo, tipicamente um paciente humano, que tem um distúrbio mediado por hepcidina, em que foi determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma primeira série de modalidades, foi previamente determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, os métodos afirmativamente excluem o tratamento de indivíduos que são homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, o paciente tem níveis séricos elevados de IL-6 antes do tratamento.
6.4.1. Distúrbios mediados por hepcidina 1.1. 1.1. Anemia de doença crônica / de inflamação crônica
[00123] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina tratado pelos métodos aqui descritos é uma anemia de doença crônica, também conhecida como anemia de inflamação crônica.
[00124] Em várias modalidades, o paciente é masculino e tem um teor de hemoglobina (Hb) antes do tratamento menor que 14 g/dL. Em algumas modalidades, o paciente masculino tem a nível de Hb antes do tratamento de 13,0-13,9 g/dL, 12,0 12,9 g/dL, 11,0-11,9 g/dL, 10,0-10,9 g/dL ou menor que 10 g/dL. Em várias modalidades, o paciente é feminino e tem um teor de Hb antes do tratamento menor que 12 g/dL. Em algumas modalidades, o paciente feminino tem um nível de Hb antes do tratamento de 11,0-11,9 g/dL, 10,010,9 g/dL, 9,0-9,9 g/dL, 8,0-8,9 g/dL ou menor que 8 g/dL. Em algumas destas modalidades, antes o paciente foi tratado com um ESA. Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com suplementação de ferro. Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com transfusão de sangue ou de células vermelhas do sangue empacotadas.
[00125] Em várias modalidades, o paciente é masculino e tem um hematócrito antes do tratamento menor que 40%. Em algumas modalidades, o paciente masculino tem um hematócrito antes do tratamento menor que 39%, menor que 38%, menor que 37%, menor que 36% ou menor que 35%. Em determinadas modalidades, o paciente masculino tem um hematócrito antes do tratamento de 39%, 38%, 37%, 36%, 35%, 34%, 33%, 32%, 31% ou 30%. Em várias modalidades, o paciente é feminino, e tem um hematócrito antes do tratamento menor que 36%. Em algumas modalidades, o paciente feminino tem um hematócrito antes do tratamento menor que 35%, 34%, 33%, 32%, 31%, 30%, 29%, 28%, 27% ou 26%. Em determinadas modalidades, o paciente feminino tem um hematócrito antes do tratamento de 35%, 34%, 33%, 32%, 31%, 30%, 29%, 28%, 27% ou 26%. Em algumas destas modalidades, o paciente foi tratado com um ESA. Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com suplementação de ferro. Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com transfusão de sangue ou de células vermelhas do sangue empacotadas.
[00126] Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com um ESA e tem um teor de Hb normal antes do tratamento e/ou um hematócrito normal antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o paciente é masculino e tem um teor de hemoglobina (Hb) antes do tratamento de pelo menos 14 g/dL e/ou um hematócrito antes do tratamento de pelo menos 40%. Em determinadas modalidades, o paciente é feminino, e tem um teor de Hb antes do tratamento de pelo menos 12 g/dL e/ou um hematócrito de pelo menos 36%. Em modalidades específicas, o ESA é EPO. Em modalidades específicas, o ESA é darbepoetina-alfa.
[00127] Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com suplementação de ferro, e tem um teor de Hb normal antes do tratamento e/ou um hematócrito normal antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o paciente é masculino e tem um teor de hemoglobina (Hb) antes do tratamento de pelo menos 14 g/dL e/ou um hematócrito antes do tratamento de pelo menos 40%. Em determinadas modalidades, o paciente é feminino, e tem um teor de Hb antes do tratamento de pelo menos 12 g/dL e/ou um hematócrito de pelo menos 36%.
[00128] Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com transfusão de sangue inteiro ou células vermelhas do sangue empacotadas, e tem um teor de Hb normal antes do tratamento e/ou um hematócrito normal antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o paciente é masculino e tem um teor de hemoglobina (Hb) antes do tratamento de pelo menos 14 g/dL e/ou um hematócrito antes do tratamento de pelo menos 40%. Em determinadas modalidades, o paciente é feminino, e tem um teor de Hb antes do tratamento de pelo menos 12 g/dL e/ou um hematócrito de pelo menos 36%.
[00129] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para aumentar os níveis de Hb do paciente para acima dos níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para aumentar o hematócrito do paciente para acima dos níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para aumentar ambos os níveis de Hb e o hematócrito para acima dos níveis antes do tratamento.
[00130] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir a redução da dose de ESA do paciente sem redução dos níveis de Hb do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir a redução da dose de ESA do paciente sem redução do hematócrito do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir a redução da dose de ESA do paciente sem redução do hematócrito e dos níveis de Hb do paciente.
[00131] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir uma redução de pelo menos de 10% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir uma redução de pelo menos 20%, 30%, 40% ou 50% da dose de ESA do paciente em comparação com a dose de ESA antes do tratamento. Em modalidades específicas, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para permitir uma redução de pelo menos 60% ou mesmo de pelo menos 75% da dose do paciente de ESA em comparação com a dose de ESA antes do tratamento.
[00132] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reverter a deficiência de ferro funcional.
1.1.1.1.1. Doença renal crônica
[00133] Em várias modalidades, a doença crônica é doença renal crônica (CKD).
[00134] Em algumas modalidades, o paciente tem doença renal crônica de estádio 1 conforme KDOQI. Em determinadas modalidades, o paciente tem doença renal crônica de estádio 2 conforme KDOQI, doença renal crônica de estádio 3 conforme KDOQI, doença renal crônica de estádio 4 conforme KDOQI ou doença renal crônica de estádio 5 conforme KDOQI.
[00135] Em algumas modalidades, o paciente tem síndrome cardiorrenal (CRS). Em determinadas modalidades, o paciente tem CRS Tipo 4.
[00136] Em algumas modalidades, o paciente foi tratado com diálise.
[00137] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir a mortalidade cardiovascular (CV) em comparação com as coortes históricas igualadas por doença e igualadas por idade.
1.1.1.1.2. Doenças inflamatórias crônicas
[00138] Em várias modalidades, a doença crônica é uma doença inflamatória crônica.
[00139] Em algumas modalidades, a doença inflamatória crônica é artrite reumatoide (RA).
[00140] Em modalidades específicas, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento maior que 5,1. Em algumas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento de 3,2 a 5,1. Em algumas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento menor que 2,6. Em várias modalidades, a RA do paciente antes do tratamento é severamente ativa. Em algumas modalidades, a RA do paciente antes do tratamento é moderadamente ativa.
[00141] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com metotrexato. Em algumas modalidades, metotrexato é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado. Em algumas modalidades, o tratamento com metotrexato é continuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00142] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com um agente anti-TNFα. Em modalidades específicas, o agente anti-TNFα é selecionado dentre etanercepte, adalimumabe, infliximabe, certolizumabe e golimumabe. Em modalidades específicas, o agente anti-TNFα é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00143] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com um antagonista de receptor de IL-1. Em modalidades específicas, o antagonista de receptor de IL-1 é anakinra. Em modalidades específicas, o antagonista de receptor de IL-1 é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00144] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com abatacepte. Em modalidades específicas, abatacepte é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00145] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com um antagonista de IL-6, e o método compreende adicionalmente continuar a administrar um antagonista de IL-6 apenas àqueles pacientes que foram recentemente determinados como tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em modalidades específicas, o antagonista de IL-6 é tocilizumabe. Em modalidades específicas, o antagonista de IL- 6 é tofacitinibe.
[00146] Em várias modalidades, a doença inflamatória crônica é selecionada do grupo consistindo em artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante, psoríase em placas, artrite psoriática, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, e colite ulcerativa.
1.1.1.1.3. Câncer
[00147] Em várias modalidades, a doença crônica é câncer.
[00148] Em algumas modalidades, o câncer é selecionado do grupo consistindo em: tumores sólidos, câncer de pulmão de células pequenas, câncer de pulmão de células não pequenas, câncer hematológico, mieloma múltiplo, leucemias, leucemia linfocítica crônica (CLL), leucemia mieloide crônica (CML), linfomas, e linfoma de Hodgkin.
1.1.1.1.4. Infecção crônica
[00149] Em várias modalidades, a doença crônica é uma infecção crônica.
1.1.1.1.5. Insuficiência cardíaca congestiva
[00150] Em várias modalidades, a doença crônica é insuficiência cardíaca congestiva (CHF).
1.2. 1.2. Anemia por deficiência de ferro refratária ao ferro (IRIDA)
[00151] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é anemia por deficiência de ferro refratária ao ferro (IRIDA).
1.3. 1.3. Anemia associada com adenomas hepáticos produtores de hepcidina
[00152] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é anemia associada com um adenoma hepático produtor de hepcidina.
1.4. 1.4. Síndrome coronariana aguda
[00153] Os dados apresentados nos Exemplos 2, 3, e 5 abaixo demonstram que os antagonistas de IL-6 são efetivos para reduzir o risco para insuficiência cardíaca e morte, e para aumentar a função cardíaca e reduzir a fibrose, após infarto agudo do miocárdio. Consequentemente, em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é síndrome coronariana aguda.
[00154] Em determinadas modalidades, o paciente tem sofrido de um infarto do miocárdio dentro de 60 dias antes da primeira administração de um antagonista de IL-6. Em modalidades específicas, o paciente tem sofrido de um infarto do miocárdio dentro de 30 dias, 14 dias, 7 dias, 48 horas ou 24 horas antes da primeira administração de um antagonista de IL-6.
[00155] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para melhorar a contractilidade miocárdica em comparação com os níveis antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para melhorar a fração de ejeção cardíaca em comparação com os níveis antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir fibrose cística em comparação com os níveis antes do tratamento.
1.5. 1.5. Doença de Castleman
[00156] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por hepcidina é doença de Castleman.
1.6. Métodos de melhoria do tratamento de distúrbios mediados por hepcidina
[00157] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para melhorar o tratamento de um distúrbio mediado por hepcidina pela descontinuação da terapia que é ineficaz, reduzindo assim os efeitos colaterais e o custo sem perda da eficácia do tratamento. Os métodos compreendem descontinuar a administração de um antagonista de IL-6 a um paciente com um distúrbio mediado por hepcidina, em que foi determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma série de modalidades, foi previamente determinado que o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o paciente é homozigótico para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em modalidades típicas, o paciente tem, antes do tratamento, níveis séricos elevados de IL-6. Em várias modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, níveis séricos elevados de CRP.
[00158] Em várias modalidades, o paciente tem um distúrbio mediado por hepcidina selecionado daqueles descritos na Seção 6.4.1 acima. Em determinadas modalidades, o paciente tem anemia de doença crônica.
1.7. Métodos de tratamento de distúrbios inflamatórios mediados por IL6
[00159] Os dados apresentados nos Exemplos 2, 3 e 5, abaixo, demonstram que os antagonistas de IL-6 fornecem benefício terapêutico aos indivíduos tendo níveis elevados de IL-6 antes do tratamento e pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, mesmo na ausência de anemia. Consequentemente, em outro aspecto, são fornecidos métodos para o tratamento de distúrbios inflamatórios mediados por IL-6 em pacientes sem anemia de inflamação crônica.
[00160] Os métodos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um indivíduo, tipicamente um paciente humano, que tem um distúrbio inflamatório mediado por IL-6, em que o paciente não tem anemia, e em que foi determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em uma primeira série de modalidades, foi previamente determinado que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em outra série de modalidades, o método compreende adicionalmente a etapa anterior de determinar se o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, os métodos afirmativamente excluem o tratamento de indivíduos que são homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Tipicamente, o paciente tem níveis séricos elevados de IL-6 antes do tratamento.
[00161] Em algumas modalidades, o distúrbio mediado por IL-6 é artrite reumatoide (RA).
[00162] Em modalidades específicas, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento maior que 5,1. Em algumas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento de 3,2 a 5,1. Em algumas modalidades, o paciente tem um escore DAS28 antes do tratamento menor que 2,6. Em várias modalidades, a RA do paciente antes do tratamento é severamente ativa. Em algumas modalidades, a RA do paciente antes do tratamento é moderadamente ativa.
[00163] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com metotrexato. Em algumas modalidades, metotrexato é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado. Em algumas modalidades, metotrexato é continuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00164] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com um agente anti-TNFα. Em modalidades específicas, o agente anti-TNFα é selecionado dentre etanercepte, adalimumabe, infliximabe, certolizumabe e golimumabe. Em modalidades específicas, o agente anti-TNFα é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00165] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com um antagonista de receptor de IL-1. Em modalidades específicas, o antagonista de receptor de IL-1 é anakinra. Em modalidades específicas, o antagonista de receptor de IL-1 é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00166] Em determinadas modalidades, o paciente foi tratado com abatacepte. Em modalidades específicas, abatacepte é descontinuado quando o tratamento com um antagonista de IL-6 é iniciado.
[00167] Em várias modalidades, o distúrbio mediado por IL-6 é selecionado do grupo consistindo em artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante, psoríase em placas, artrite psoriática, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, e colite ulcerativa.
1.8. Níveis séricos de IL-6 e de CRP antes do tratamento
[00168] Em modalidades típicas dos métodos aqui descritos, o paciente tem, antes do tratamento, níveis séricos elevados de IL-6.
[00169] Em algumas modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, um nível sérico de IL-6 maior que 2,5 pg/mL. Em várias modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, um nível sérico de IL-6 maior que 5 pg/mL, maior que 7,5 pg/mL, maior que 10 pg/mL, maior que 12,5 pg/mL ou maior que 15 pg/mL.
[00170] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis séricos de IL-6 do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis séricos de IL-6 do paciente em pelo menos 10%, 20%, 30%, 40% ou 50% em comparação com os níveis antes do tratamento.
[00171] Em várias modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, níveis elevados de proteína-C reativa (CRP). Em algumas modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, um nível de CRP maior que 2 mg/mL, 2,5 mg/mL, 3 mg/mL, 3,5 mg/mL, 4 mg/mL, 4,5 mg/mL ou 5 mg/mL. Em algumas modalidades, o paciente tem, antes do tratamento, níveis de CRP maiores que 7,5 mg/mL, 10 mg/mL, 12,5 mg/mL ou 15 mg/mL.
[00172] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de CRP do paciente para abaixo dos níveis antes do tratamento. Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é administrado em uma dose, conforme um cronograma, e durante um período suficiente para reduzir os níveis de CRP do paciente em pelo menos 10%, 20%, 30%, 40% ou 50% em comparação com os níveis antes do tratamento.
1.9. Genotipificação da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6
[00173] Os métodos aqui descritos compreendem administrar uma quantidade terapeuticamente efetiva de um antagonista de IL-6 a um indivíduo que foi determinado que tem pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Preferencialmente, ambos os alelos correspondendo a um gene de interesse são identificados, permitindo, dessa forma, a identificação e a discriminação de pacientes que são homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, heterozigóticos para os alelos de maior frequência e de menor frequência da variante de SNP rs855791 do gene TMPRSS6, e homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[00174] A ausência (alelo de maior frequência) ou a presença (alelo de menor frequência) da variante de SNP rs855791 (2321 G^A) no gene TMPRSS6 é determinada usando técnicas padrão.
[00175] Tipicamente, PCR é usada para amplificar uma amostra biológica obtida do paciente.
[00176] Em algumas modalidades, a ausência ou presença de polimorfismo é detectada simultaneamente com a amplificação usando PCR em Tempo Real (RT- PCR). Em determinadas modalidades, o ensaio via RTPCR utiliza 5'-nuclease (sondas TaqMan®), beacons moleculares, e/ou sondas para hibridização baseadas em FRET (“Fluorescence Resonance Energy Transfer”). Revisto em Espy et al., Clin. Microbiol. Rev. 2006 January; 19(1): 165-256, aqui incorporado em sua totalidade como referência. Em modalidades típicas, é usado um ensaio disponível para comercialização. Em modalidades selecionadas, o ensaio disponível para comercialização é selecionado do grupo consistindo em “TaqMan™ SNP Genotyping Assays” (ThermoFisher); “PCR SNP Genotyping Assay” (Qiagen); “Novallele Genotyping Assays” (Canon); e “SNP Type™ Assays” (anteriormente, SNPtype) (Fluidigm).
[00177] Em algumas modalidades, a ausência ou presença de polimorfismo é detectada após a amplificação usando hibridização com uma sonda específica para SNP rs855791, digestão por endonuclease de restrição, sequenciamento de ácido nucleico, extensão com iniciadores, análise com microarranjo ou chip de gene, espectrometria de massa, e/ou um ensaio de proteção contra DNAse. Em algumas modalidades, as variantes alélicas são nomeadas por sequenciamento. Em determinadas modalidades, é usado o sequenciamento de Sanger. Em determinadas modalidades, é utilizada uma de uma variedade de técnicas de sequenciamento, incluindo por exemplo uma técnica de sequenciamento selecionada do grupo consistindo em sequenciamento com microarranjo, sequenciamento Solexa (Illumina), Ion Torrent (Life Technologies), SOliD (Applied Biosystems), pirossequenciamento, sequenciamento de molécula única em tempo real (Pacific Bio), sequenciamento com nanoporos e sequenciamento com detecção por modulação das correntes de tunelamento.
1.10. Antagonistas de IL-6
[00178] O antagonista de IL-6 usado nos métodos aqui descritos é capaz de decrescer a atividade biológica de IL-6.
1.10.1. Anticorpos anti-IL-6
[00179] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL- 6 ou derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo.
[00180] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é anticorpo monoclonal de comprimento completo anti-IL-6. Em modalidades específicas, o anticorpo monoclonal de comprimento completo é um anticorpo IgG. Em determinadas modalidades, o anticorpo monoclonal de comprimento completo é um anticorpo IgG1, IgG2, IgG3 ou IgG4. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é uma composição policlonal compreendendo uma pluralidade de espécies de anticorpos de comprimento completo anti-IL-6, cada uma pluralidade tendo CDRs peculiares. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é um fragmento de anticorpo selecionado dentre fragmentos Fab, Fab’, e F(ab’)2. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é um scFv, um Fv ligado por dissulfeto (dsFv, “disulfide-linked Fv”) ou um anticorpo de domínio único, como um Nanocorpo de domínio único VHH derivado de camelídeo. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é imunoconjugado ou fusão compreendendo um fragmento de ligação ao antígeno IL-6. Em algumas modalidades, o anticorpo é biespecífico ou multiespecífico, com pelo menos uma das porções ligantes ao antígeno tendo especificidade para IL-6.
[00181] Em algumas modalidades, o anticorpo é completamente humano. Em algumas modalidades, o anticorpo é humanizado. Em algumas modalidades, o anticorpo é quimérico e tem domínios de região C de humano e de regiões V de não humano. Em algumas modalidades, o anticorpo é murino.
[00182] Em modalidades típicas, o anticorpo anti-IL-6 tem uma KD para ligação à IL-6 humana menor que 100 nM. Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 tem uma KD para ligação à IL-6 humana menor que 75 nM, 50 nM, 25 nM, 20 nM, 15 nM ou 10 nM. Em modalidades específicas, o anticorpo anti-IL-6 tem uma KD para ligação à IL-6 humana menor que 5 nM, 4 nM, 3 nM ou 2 nM. Em modalidades selecionadas, o anticorpo anti-IL-6 tem uma KD para ligação à IL-6 humana menor que 1 nM, 750 pM ou 500 pM. Em modalidades específicas, o anticorpo anti-IL-6 tem uma KD para ligação à IL-6 humana não maior que 500 pM, 400 pM, 300 pM, 200 pM ou 100 pM.
[00183] Em modalidades típicas, o anticorpo anti-IL-6 neutraliza a atividade biológica de IL-6. Em algumas modalidades, o anticorpo neutralizador previne a ligação de IL-6 ao receptor de IL-6.
[00184] Em modalidades típicas, o anticorpo anti-IL-6 tem uma meiavida de eliminação após administração intravenosa de pelo menos 7 dias. Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 tem uma meia-vida de eliminação de pelo menos 14 dias, pelo menos 21 dias ou pelo menos 30 dias.
[00185] Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 tem uma região constante de IgG de humano com pelo menos uma substituição de aminoácido que prolonga a meia-vida sérica em comparação com um domínio constante de IgG de humano não substituído.
[00186] Em determinadas modalidades, o domínio constante de IgG compreende substituições em resíduos 252, 254, e 256, sendo que a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 252 é uma substituição com tirosina, a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 254 é uma substituição com treonina, e a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 256 é uma substituição com ácido glutâmico (“YTE”). Consulte a Patente U.S. n° 7.083.784, aqui incorporada em sua totalidade como referência. Em determinadas modalidades de meia-vida prolongada, o domínio constante de IgG compreende substituições selecionadas dentre T250Q/M428L (Hinton et al., J. Immunology 176:346- 356 (2006)); N434A (Yeung et al., J. Immunology 182:7663-7671 (2009)); ou T307A/E380A/N434A (Petkova et al., International Immunology, 18: 17591769 (2006)).
[00187] Em algumas modalidades, a meia-vida de eliminação do anticorpo anti-IL-6 é aumentada pela utilização das propriedades de ligação ao FcRN (“neonatal Fc receptor”) de albumina de soro humano. Em determinadas modalidades, o anticorpo é conjugado com albumina (Smith et al., Bioconjug. Chem., 12: 750-756 (2001)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 é fusionado aos domínios ligantes à albumina bacteriana (Stork et al., Prot. Eng. Design Science 20: 569-76 (2007)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 é fusionado a um peptídeo ligante à albumina (Nguygen et al., Prot. Eng. Design Sel. 19: 291-297 (2006)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL é biespecífico, com uma especificidade sendo para IL-6, e uma especificidade sendo para albumina de soro humano (Ablynx, WO 2006/122825 (Nanocorpo biespecífico)).
[00188] Em algumas modalidades, a meia-vida de eliminação do anticorpo anti-IL-6 é aumentada por PEGuilação (Melmed et al., Nature Reviews Drug Discovery 7: 641-642 (2008)); por conjugação com copolímero de HPMA (N-(2- HidroxiPropil)MetAcrilamida) (Lu et al., Nature Biotechnology 17: 1101-1104 (1999)); por conjugação com dextrana (Nuclear Medicine Communications, 16: 362-369 (1995)); por conjugação com polímeros de homo-amino-ácido (HAPs (“Homo-Amino-acid Polymers”); “HAPylation”) (Schlapschy et al., Prot. Eng. Design Sel. 20: 273-284 (2007)); ou por polissialilação (Constantinou et al., Bioconjug. Chem. 20: 924-931 (2009)). 1.10.1.1. MEDI5117 e derivados
[00189] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 ou ligante ao antígeno do mesmo compreende todas as seis CDRs de MEDI5117. Em modalidades específicas, o anticorpo ou ligante ao antígeno do mesmo compreende a região V de cadeia leve e a região V de cadeia pesada de MEDI5117. Em modalidades específicas, o anticorpo é o anticorpo MEDI5117 de comprimento completo. O anticorpo MEDI5117 é descrito no documento WO 2010/088444 e no documento US 2012/0034212, cujas descrições são aqui incorporadas em suas totalidades como referências. O anticorpo MEDI5117 tem as seguintes sequências de CDR e de cadeias pesada e leve: CDRl de VH de MEDI5117 SNYMI {SEQ ID NO:12) CDR2 de VH de MEDI5117 DLYYYAGDTYYADSVKG {SEQ ID NO:13) CDR3 de VH de MEDI5117 WADDHPPWIDL (SEQ ID NO:14) CDRl de VL de MEDI5117 RASQGISSWLA (SEQ ID NO:15) CDR2 de VL de MEDI5117 KASTLES (SEQ ID NO:16} CDR3 de VL de MEDI5117 QQSWLGGS (SEQ ID NO:17) Cadeia Pesada de MEEI5117 E VQL VE SG G GL VQPGGS LRL S C AAS GF TIS SN YMI WVRjQAP GK G LEWV S DL Y Y Y AG D T Y Y ADSVKGRFTMSRDISKNTVYLQMNSLRAEDTAVYYCARWADDHPPWIDLWGRGTLVTVSS A S TKGPS VF PLAPSSKSTSGG T AAL GCL VK D YF P E P VT V S WN SG AL T SGVHTFPAVL QS S GL YS L S S WT VP S S S LG TQ TYICNVNHKP SN TK VD KR VE PK SC D K T H T CPPCP AP E L L GG P S VF LFPPK P KIl T L YI TREPE VT C WVD V SHE D P E VKF NWYVD G VE VH N AKTKPRE EQYN S TYRVVSVL TVL H QDrfl LN GKE YKC KV S NKA LPA PIE KTISKAKGQPREPQVY T LPP S RE E MTKNQVSL T C LVKGF YP S DIAVENES NGQPENN YKT TPPV LDSDGSFFLYSKL TVD KSRW QQGNVFSCSVMHEALHNHYTQKSLSLSPGK (SEQ ID NO:18) Cadeia Leve de MEDI5117 DIQMTQSPSTLSASVGDRVTITCRASQGISSWLAWYQQKPGKAPKVLIYKAS TLESGVPS RFSGSGSGTEFTLTISSLQPDDFATYYCQQSWLGGSFGQGTKLEIKRTVAAPSVFIFPPS DEQLKSGTASWCLLNNTYPREAKVQWKVDNALQSGNSQESVTEQDSKDSTYSLSSTLTL SKADYEKHKVYACEVTHQGLSSPVTKSFNRGEC (SEQ ID NO:19}
[00190] Em várias modalidades, o anticorpo anti-IL-6 é um derivado de MEDI5117.
[00191] Em algumas modalidades, um derivado de MEDI5117 inclui uma ou mais substituições de aminoácido nas regiões V de cadeia pesada ou de cadeia leve de MEDI5117.
[00192] Em determinadas modalidades, o derivado compreende menos que 25 substituições de aminoácido, menos que 20 substituições de aminoácido, menos que 15 substituições de aminoácido, menos que 10 substituições de aminoácido, menos que 5 substituições de aminoácido, menos que 4 substituições de aminoácido, menos que 3 substituições de aminoácido, menos que 2 substituições de aminoácido ou 1 substituição de aminoácido em relação às VH e/ou VL originais do anticorpo MEDI5117 antiIL-6, enquanto que mantém a especificidade para IL-6 de humano.
[00193] Em determinadas modalidades, o derivado de MEDI5117 compreende uma sequência de aminoácidos que é pelo menos 45%, pelo menos 50%, pelo menos 55%, pelo menos 60%, pelo menos 65%, pelo menos 70%, pelo menos 75%, pelo menos 80%, pelo menos 85%, pelo menos 90%, pelo menos 95% ou pelo menos 99% idêntica à sequência de aminoácidos do domínio VH e VL de MEDI5117. A percentagem de identidade de sequências é determinada usando algoritmos BLAST utilizando os parâmetros padrão.
[00194] Em determinadas modalidades, o derivado de MEDI5117 compreende uma sequência de aminoácidos na qual as CDRs compreendem uma sequência de aminoácidos que é pelo menos 45%, pelo menos 50%, pelo menos 55%, pelo menos 60%, pelo menos 65%, pelo menos 70%, pelo menos 75%, pelo menos 80%, pelo menos 85%, pelo menos 90%, pelo menos 95% ou pelo menos 99% idêntica à sequência de aminoácidos das respectivas CDRs de MEDI5117. A percentagem de identidade de sequências é determinada usando algoritmos BLAST utilizando os parâmetros padrão.
[00195] Em determinadas modalidades, os derivados de CDR de VH e/ou VL compreendem substituições conservativas de aminoácido em um ou mais resíduos de aminoácido não essencial preditos (isto é, resíduos de aminoácido que não são críticos para o anticorpo especificamente se ligar à IL-6 de humano).
1.10.1.2. Outros anticorpos anti-IL-6
[00196] Em várias modalidades, o anticorpo anti-IL-6 compreende as seis CDRs de um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, elsilimomabe, VX30 (VOP- R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb). Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 compreende a região V de cadeia pesada e a região V de cadeia leve de um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol-Myers Squibb). Em modalidades específicas, o anticorpo anti-IL-6 é um anticorpo selecionado do grupo consistindo em siltuximabe, gerilimzumabe, sirukumabe, clazakizumabe, olokizumabe, VX30 (VOP-R003; Vaccinex), EB-007 (EBI-029; Eleven Bio), ARGX-109 (ArGEN-X), FM101 (Femta Pharmaceuticals, Lonza) e ALD518/BMS-945429 (Alder Biopharmaceuticals, Bristol- Myers Squibb).
[00197] Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 compreende as seis CDRs de um anticorpo selecionado daqueles descritos nos documentos US 2016/0168243, US 2016/0130340, US 2015/0337036, US 2015/0203574, US 2015/0140011, US 2015/0125468, US 2014/0302058, US 2014/0141013, US 2013/0280266, US 2013/0017575, US 2010/0215654, US 2008/0075726, na Patente U.S. n° 6.1056.135, nos documentos US 2006/0240012, US 2006/0257407 ou na Patente U.S. n°. 7291721, cujas descrições são aqui incorporadas em suas totalidades como referências.
1.10.2. Anticorpos antirreceptor de IL-6
[00198] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo antirreceptor de IL-6 ou um derivado ou fragmento de ligação ao antígeno do mesmo.
[00199] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo monoclonal de comprimento completo antirreceptor de IL-6. Em modalidades específicas, o anticorpo monoclonal de comprimento completo é um anticorpo IgG. Em determinadas modalidades, o anticorpo monoclonal de comprimento completo é um anticorpo IgG1, IgG2, IgG3 ou IgG4. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é uma composição policlonal compreendendo uma pluralidade de espécies de anticorpos de comprimento completo antirreceptor de IL-6, cada uma pluralidade tendo CDRs peculiares. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é um fragmento de anticorpo selecionado dentre fragmentos Fab e Fab’. Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é um scFv, um anticorpo de Nanocorpo de domínio único VHH derivado de camelídeo. Em algumas modalidades, o anticorpo é biespecífico ou multiespecífico, com pelo menos uma das porções ligantes ao antígeno tendo especificidade para IL-6R.
[00200] Em algumas modalidades, o anticorpo é completamente humano. Em algumas modalidades, o anticorpo é humanizado. Em algumas modalidades, o anticorpo é quimérico e tem domínios de região C de humano e de regiões V de não humano. Em algumas modalidades, o anticorpo é murino.
[00201] Em modalidades típicas, o anticorpo antirreceptor de IL-6 tem uma KD para ligação ao IL-6R de humano menor que 100 nM. Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R tem uma KD para ligação ao IL-6R de humano menor que 75 nM, 50 nM, 25 nM, 20 nM, 15 nM ou 10 nM. Em modalidades específicas, o anticorpo antirreceptor de IL-6 tem uma KD para ligação ao IL-6R de humano menor que 5 nM, 4 nM, 3 nM ou 2 nM. Em modalidades selecionadas, o anticorpo antirreceptor de IL-6 tem uma KD para ligação ao IL-6R de humano menor que 1 nM, 750 pM ou 500 pM. Em modalidades específicas, o anticorpo antirreceptor de IL-6 tem uma KD para ligação ao IL-6R de humano não maior que 500 pM, 400 pM, 300 pM, 200 pM ou 100 pM.
[00202] Em modalidades típicas, o anticorpo anti-IL-6R reduz a atividade biológica de IL-6.
[00203] Em modalidades típicas, o anticorpo anti-IL-6R tem uma meia-vida de eliminação após administração intravenosa de pelo menos 7 dias. Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R tem uma meiavida de eliminação de pelo menos 14 dias, pelo menos 21 dias ou pelo menos 30 dias.
[00204] Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R tem uma região constante de IgG de humano com pelo menos uma substituição de aminoácido que prolonga a meia-vida sérica em comparação com um domínio constante de IgG de humano não substituído.
[00205] Em determinadas modalidades, o domínio constante de IgG compreende substituições em resíduos 252, 254, e 256, sendo que a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 252 é uma substituição com tirosina, a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 254 é uma substituição com treonina, e a substituição de aminoácido no resíduo de aminoácido 256 é uma substituição com ácido glutâmico (“YTE”). Veja Patente U.S. n° 7.083.784, aqui incorporada em sua totalidade como referência. Em determinadas modalidades de meia-vida prolongada, o domínio constante de IgG compreende substituições selecionadas dentre T250Q/M428L (Hinton et al., J. Immunology 176:346- 356 (2006)); N434A (Yeung et al., J. Immunology 182:7663-7671 (2009)); ou T307A/E380A/N434A (Petkova et al., International Immunology, 18: 17591769 (2006)).
[00206] Em algumas modalidades, a meia-vida de eliminação do anticorpo anti-IL-6R é aumentada pela utilização das propriedades de ligação ao FcRN de albumina de soro humano. Em determinadas modalidades, o anticorpo é conjugado com albumina (Smith et al., Bioconjug. Chem., 12: 750-756 (2001)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R é fusionado aos domínios ligantes à albumina bacteriana (Stork et al., Prot. Eng. Design Science 20: 569-76 (2007)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL-6 é fusionado a um peptídeo ligante à albumina (Nguygen et al., Prot. Eng. Design Sel. 19: 291-297 (2006)). Em algumas modalidades, o anticorpo anti-IL é biespecífico, com uma especificidade sendo para IL-6R, e uma especificidade sendo para albumina de soro humano (Ablynx, WO 2006/122825 (Nanocorpo biespecífico)).
[00207] Em algumas modalidades, a meia-vida de eliminação do anticorpo anti-IL-6R é aumentada por PEGuilação (Melmed et al., Nature Reviews Drug Discovery 7: 641-642 (2008)); por conjugação com copolímero de HPMA (Lu et al., Nature Biotechnology 17: 1101-1104 (1999)); por conjugação com dextrana (Nuclear Medicine Communications, 16: 362-369 (1995)); por conjugação com polímeros de homo-amino-ácido (HAPs; “HAPylation”) (Schlapschy et al., Prot. Eng. Design Sel. 20: 273-284 (2007)); ou por polissialilação (Constantinou et al., Bioconjug. Chem. 20: 924 931 (2009)).
[00208] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R ou ligante ao antígeno do mesmo compreende todas as seis CDRs de tocilizumabe. Em modalidades específicas, o anticorpo ou ligante ao antígeno do mesmo compreende a região V de cadeia pesada e a região V de cadeia leve de tocilizumabe. Em modalidades específicas, o anticorpo é o anticorpo tocilizumabe de comprimento completo.
[00209] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R ou ligante ao antígeno do mesmo compreende todas as seis CDRs de sarilumabe. Em modalidades específicas, o anticorpo ou ligante ao antígeno do mesmo compreende a região V de cadeia pesada e a região V de cadeia leve de sarilumabe. Em modalidades específicas, o anticorpo é o anticorpo sarilumabe de comprimento completo.
[00210] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R ou ligante ao antígeno do mesmo compreende todas as seis CDRs de VX30 (Vaccinex), ARGX-109 (arGEN-X), FM101 (Formatech), SA237 (Roche), NI-1201 (NovImmune) ou um anticorpo descrito no documento US 2012/0225060.
[00211] Em determinadas modalidades, o anticorpo anti-IL-6R ou ligante ao antígeno do mesmo é um anticorpo de domínio único. Em modalidades específicas, o anticorpo de domínio único é um anticorpo de domínio único VHH de camelídeo. Em modalidades específicas, o anticorpo é vobarilizumabe (ALX-0061) (Ablynx NV).
1.10.3. Anticorpos anticomplexo IL-6:IL-6R
[00212] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um anticorpo específico para o complexo de IL-6 e IL-6R. Em determinadas modalidades, o anticorpo tem as seis CDRs de um anticorpo selecionado daqueles descritos no documento US 2011/0002936, que é aqui incorporado em sua totalidade como referência.
1.10.4. Inibidores de JAK e de STAT
[00213] É sabido que a IL-6 sinaliza mediante a via JAK-STAT.
[00214] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um inibidor da via de sinalização JAK. Em algumas modalidades, o inibidor de JAK é um inibidor específico para JAK1. Em algumas modalidades, o inibidor de JAK é um inibidor específico para JAK3. Em algumas modalidades, o inibidor de JAK é um inibidor de pan-JAK.
[00215] Em determinadas modalidades, o inibidor de JAK é selecionado do grupo consistindo em tofacitinibe (Xeljanz), decernotinibe, ruxolitinibe, upadacitinibe, baricitinibe, filgotinibe, lestaurtinibe, pacritinibe, peficitinibe, INCB-039110, ABT-494, INCB-047986 e AC-410.
[00216] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um inibidor de STAT3. Em uma modalidade específica, o inibidor é AZD9150 (AstraZeneca, Isis Pharmaceuticals), uma molécula antissenso STAT3.
1.10.5. Antagonistas de IL-6 adicionais
[00217] Em várias modalidades, o antagonista de IL-6 é um peptídeo antagonista.
[00218] Em determinadas modalidades, o antagonista de IL-6 é C326 (um inibidor de IL-6 da Avidia [Biopharmaceutical Company, Mountain View, CA, EUA], também conhecido como AMG220) ou FE301, uma proteína recombinante inibidora de IL-6 (Ferring International Center S.A., Conaris Research Institute AG). Em algumas modalidades, o antagonista de anti-IL-6 compreende gp130 solúvel, FE301 (Conaris/Ferring).
1.11. Regimes de dosagem 1.11.1. Anticorpos, fragmentos ligantes ao antígeno, peptídeos
[00219] Em modalidades típicas, anticorpo, fragmentos ligantes ao antígeno, e peptídeos antagonistas de IL-6 são administrados parenteralmente.
[00220] Em algumas modalidades de administração parenteral, o antagonista de IL-6 é administrado intravenosamente. Em determinadas modalidades de administração intravenosa, o antagonista de IL-6 é administrado com um bolo. Em determinadas modalidades de administração intravenosa, o antagonista de IL-6 é administrado como uma infusão. Em determinadas modalidades de administração intravenosa, o antagonista de IL6 é administrado como um bolo seguido por infusão. Em algumas modalidades de administração parenteral, o antagonista de IL-6 é administrado subcutaneamente.
[00221] Em várias modalidades, o anticorpo, o fragmento de ligação ao antígeno ou o peptídeo antagonista de IL-6 é administrado em uma dose que é independente do peso ou da área superficial do paciente (dose fixa).
[00222] Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é 1 mg, 2 mg, 3 mg, 4 mg, 5 mg, 6 mg, 7 mg, 8 mg, 9 mg ou 10 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é de 11 mg, 12 mg, 13 mg, 14 mg, 15 mg, 16 mg, 17 mg, 18 mg, 19 mg ou 20 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é de 25 mg, 30 mg, 40 mg ou 50 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é de 60 mg, 70 mg, 80 mg, 90 mg ou 100 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é de 1-10 mg, 1015 mg, 15-20 mg, 20-30 mg, 30-40 mg ou 40-50 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa intravenosa é 1-40 mg ou 5-100 mg.
[00223] Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 10 mg, 20 mg, 30 mg, 40 mg, 50 mg, 60 mg, 70 mg, 80 mg, 90 mg ou 100 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 110 mg, 120 mg, 130 mg, 140 mg, 150 mg, 160 mg, 170 mg, 180 mg, 190 mg ou 200 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 210 mg, 220 mg, 230 mg, 240 mg ou 250 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 10-100 mg, 100-200 mg ou 200-250 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 10-20 mg, 20-30 mg, 30-40 mg, 40-50 mg, 50-60 mg, 60-70 mg, 70-80 mg, 80-90 mg ou 90-100 mg. Em algumas modalidades, a dose fixa subcutânea é de 100-125 mg, 125-150 mg, 150- 175 mg, 175-200 mg ou 200-250 mg.
[00224] Em várias modalidades, o anticorpo, o fragmento de ligação ao antígeno ou o peptídeo antagonista de IL-6 é administrado como uma dose baseada no peso do paciente.
[00225] Em algumas modalidades, o antagonista é administrado em uma dose intravenosa de 0,1 mg/kg, 0,2 mg/kg, 0,3 mg/kg, 0,4 mg/kg, 0,5 mg/kg, 0,6 mg/kg, 0,7 mg/kg, 0,8 mg/kg, 0,9 mg/kg ou 1,0 mg/kg. Em algumas modalidades, o antagonista é administrado em uma dose de 1,5 mg/kg, 2 mg/kg, 2,5 mg/kg, 3 mg/kg, 3,5 mg/kg, 4 mg/kg, 4,5 mg/kg ou 5 mg/kg.
[00226] Em algumas modalidades, a dose subcutânea baseada no peso é de 0,1 mg/kg, 0,2 mg/kg, 0,3 mg/kg, 0,4 mg/kg, 0,5 mg/kg, 0,6 mg/kg, 0,7 mg/kg, 0,8 mg/kg, 0,9 mg/kg ou 1,0 mg/kg. Em algumas modalidades, o antagonista é administrado em uma dose de 1,5 mg/kg, 2 mg/kg, 2,5 mg/kg, 3 mg/kg, 3,5 mg/kg, 4 mg/kg, 4,5 mg/kg ou 5 mg/kg.
[00227] Em várias modalidades de administração intravenosa, o antagonista de IL-6 é administrado uma vez a cada 7 dias, uma vez a cada 14 dias, uma vez a cada 21 dias, uma vez a cada 28 dias ou uma vez por mês. Em várias modalidades de administração subcutânea, o antagonista de IL-6 é administrado uma vez a cada 14 dias, uma vez a cada 28 dias, uma vez por mês, uma vez a cada dois meses (um mês sim, um mês não) ou uma vez a cada três meses.
[00228] Em determinadas modalidades preferidas, o antagonista de IL6 é o anticorpo MEDI5117. Em várias modalidades, MEDI5117 é administrado em uma dose fixa de 1-30 mg IV uma vez a cada semana. Em determinadas modalidades, o anticorpo MEDI5117 é administrado em uma dose fixa de 1, 2, 3, 4, 5, 7,5, 10, 15, 20, 25 ou 30 mg IV uma vez a cada semana. Em algumas modalidades, o anticorpo MEDI5117 é administrado em uma dose fixa de 25-250 mg s.c. uma vez a cada mês a uma vez a cada três meses. Em modalidades específicas, MEDI5117 é administrado em uma dose de 30 mg, 45 mg, 60 mg, 75 mg, 100 mg, 120 mg, 125 mg, 150 mg, 175 mg, 200 mg, 225 mg, 240 mg ou 250 mg s.c. uma vez a cada mês, uma vez a cada dois meses ou uma vez a cada 3 meses.
[00229] Em algumas modalidades, o antagonista de IL-6 é tocilizumabe. Em várias modalidades, tocilizumabe é administrado s.c. em uma dose inicial, para pacientes >100 kg, de 162 mg uma vez a cada semana. Em algumas modalidades, tocilizumabe é administrado intravenosamente em uma dose de 4 mg/kg uma vez a cada 4 semanas seguido por um aumento para 8 mg/kg a cada 4 semanas com base na resposta clínica.
1.11.2. Inibidores de JAK e de STAT
[00230] Em modalidades típicas, inibidores moleculares pequenos de JAK e inibidores de STAT são administrados oralmente.
[00231] Em várias modalidades, o inibidor é administrado uma vez ou duas vezes por dia em uma dose de 1-10 mg, 10-20 mg, 20-30 mg, 30-40 mg ou 40-50 mg. Em algumas modalidades, o inibidor é administrado uma vez ou duas vezes por dia em uma dose de 50-60 mg, 60-70 mg, 70-80 mg, 80-90 mg ou 90-100 mg. Em algumas modalidades, o inibidor é administrado em uma dose de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45 ou 50 mg PO uma vez ou duas vezes por dia. Em algumas modalidades, o inibidor é administrado em uma dose de 75 mg PO QD ou BID, 100 mg PO QD ou BID.
[00232] Em determinadas modalidades, o inibidor de JAK é tofacitinibe, e é administrado em uma dose de 5 mg PO BID ou 11 mg PO QD.
[00233] Em determinadas modalidades, o inibidor de JAK é decernotinibe, e é administrado em uma dose de 25 mg, 50 mg, 100 mg ou 150 mg PO BID.
[00234] Em determinadas modalidades, o inibidor é ruxolitinibe, e é administrado em uma dose de 25 mg PO BID, 20 mg PO BID, 15 mg PO BID, 10 mg PO BID ou 5 mg PO BID.
1.12. Agentes terapêuticos adicionais
[00235] Em várias modalidades dos métodos aqui descritos, o método compreende adicionalmente a administração de um agente terapêutico adicional ao antagonista de IL-6, sendo que o segundo agente terapêutico é também capaz de reduzir a expressão de hepcidina.
[00236] Em algumas modalidades, o segundo agente terapêutico é um antagonista de BMP. Em determinadas modalidades, o antagonista de BMP é um anticorpo anti-BMP6. Em modalidades específicas, o anticorpo antiBMP6 tem as seis CDRs de um anticorpo descrito no documento US 2016/0176956 ou no documento US 2016/0159896, cujas descrições são aqui incorporadas em suas totalidades como referências.
[00237] Em determinadas modalidades, o segundo agente terapêutico é um antagonista de hemojuvelina. Em modalidades específicas, o antagonista de hemojuvelina é um anticorpo anti-hemojuvelina. Em modalidades específicas, o anticorpo anti-hemojuvelina tem as seis CDRs dos anticorpos descritos em Kovac et al., Haematologica (2016) doi: 10.3324/ haematol.2015.140772 [ePub no prelo].
[00238] Em determinadas modalidades, o segundo agente terapêutico é um antagonista de hepcidina. Em modalidades específicas, o antagonista de hepcidina é um anticorpo anti-hepcidina. Em modalidades específicas, o anticorpo tem as seis CDRs de um anticorpo descrito no documento US 2016/0017032, cuja descrição é aqui incorporada em sua totalidade como referência.
1.13. Kits
[00239] Em outro aspecto, são fornecidos kits.
[00240] Em modalidades típicas, os kits fornecem reagentes para determinar, de uma amostra biológica obtida de um paciente, o genótipo do paciente na localização do SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
1.14. Aspectos e modalidades adicionais 1.14.1. Métodos de tratamento de inflamação em doença renal crônica ou doença cardiovascular
[00241] Em outros aspectos e outras modalidades, são fornecidos composições e métodos para caracterizar e tratar inflamação em doença renal crônica ou doença cardiovascular com um antagonista de IL-6, e também métodos para caracterizar a responsividade de um paciente ao tratamento.
[00242] Estes aspectos e estas modalidades são baseados(a), pelo menos em parte, na descoberta de que a inflamação em pacientes com doença renal crônica e em pacientes com doença cardiovascular tendo um ou mais alelos do gene TMPRSS6 compreendendo G ou C na posição de nucleotídeo 2321 (que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736) causou a estes pacientes risco mais alto de morte, e que tais indivíduos puderam ser tratados com um antagonista de IL-6 para reduzir este risco. Conforme relatado com mais detalhes abaixo, os pacientes com doença renal crônica foram genotipificados e os níveis séricos de IL-6 e de CRP foram medidos e estes dados de diagnóstico foram comparados com a dosagem de EPO administrada e o risco de morte. Os pacientes tendo um ou mais alelos do gene TMPRSS6 compreendendo G ou C na posição de nucleotídeo 2321 (que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736), e elevaram os níveis de IL-6 e/ou de CRP, exigiram doses mais altas de EPO para terapia e tiveram mortalidade mais elevada. Foi mostrado que o nucleotídeo nesta posição é importante na identificação de pacientes com anemia por deficiência de ferro (consulte Finberg et al., Nat. Genet. 2008; 40(5): 569571, que é por meio deste aqui incorporado em sua totalidade como referência, em relação a tudo que ensina e com respeito às sequências, variantes, nomenclatura, etc.). Estes dados confirmam fortemente que a identificação de um subconjunto de pacientes baseados no genótipo TMPRSS6 que exigiram dose mais alta de EPO e/ou estão sob risco mais alto de morte, provavelmente responderiam à inibição de IL-6 com ou sem a terapia padrão para o tratamento de anemia (por exemplo, associada com doença renal crônica). Pela inibição da inflamação, a dosagem de EPO pode ser reduzida, evitando, assim, os efeitos colaterais de EPO (por exemplo, risco cardiovascular).
[00243] Estes aspectos e estas modalidades são adicionalmente baseados(as) na descoberta de que pacientes tendo um ou mais alelos do gene TMPRSS6 compreendendo G ou C na posição de nucleotídeo 2321 (que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736) estão sob mais alto risco de morte associada com infarto do miocárdio ou doença cardiovascular. Estes pacientes provavelmente também se beneficiariam da inibição de IL-6, que reduziria a inflamação e o risco aumentado.
[00244] Consequentemente, são fornecidos métodos terapêuticos para o tratamento de inflamação associada com doença cardiovascular ou doença renal crônica, incluindo anemia de doença renal crônica e/ou para a redução do risco de morte associado com tais condições pela inibição da atividade biológica de IL-6, por exemplo, em pacientes selecionados pela genotipificação da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, pelo bloqueio de IL-6 ou de seu receptor (gp80) impedindo a ligação de IL-6 ao seu receptor ou de sua sinalização ou expressão (por exemplo, pelo anticorpo anti-IL-6 ou pelo anticorpo anti-IL-6R ou pela inibição de JAK1/STAT). Em uma modalidade, o tratamento de doença renal crônica é realizado com ou sem o tratamento padrão para anemia, e também são fornecidos métodos para a caracterização da responsividade de um paciente sofrendo de doença renal crônica ao tratamento para anemia, por exemplo, pela genotipificação da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 e pela detecção dos níveis de marcadores inflamatórios (por exemplo, níveis séricos aumentados de IL-6 e/ou de CRP).
[00245] São fornecidos métodos para o tratamento de doença cardiovascular ou anemia de doença renal crônica e/ou para a redução de morte associada com inflamação crônica em tais pacientes pela administração de um agente que inibe a expressão ou atividade biológica de IL-6.
[00246] Em alguns aspectos e algumas modalidades, são fornecidas(os) composições e métodos para o tratamento de inflamação crônica que contribui para mortalidade em indivíduos tendo doença renal crônica ou doença cardiovascular, e para a caracterização da responsividade dos pacientes a tais terapias. Em modalidades específicas, são fornecidos métodos para a caracterização e o tratamento de anemia inflamatória crônica e mortalidade (por exemplo, em doença renal crônica), e também para a caracterização da responsividade de um paciente ao tratamento para anemia (por exemplo, administração de eritropoietina ou de agentes estimulantes da eritropoiese). Em um aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de inflamação crônica em um indivíduo selecionado, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736.
[00247] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para o tratamento de inflamação ou de inflamação crônica em um indivíduo selecionado tendo doença cardiovascular ou doença renal crônica, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 (por exemplo, anticorpo antiIL-6), sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736. Em uma modalidade, o método reduz o risco de mortalidade do indivíduo. Em uma modalidade, o indivíduo tem uma história de infarto do miocárdio ou insuficiência cardíaca.
[00248] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de redução de inflamação e de risco de mortalidade em um indivíduo selecionado com doença cardiovascular ou doença rena, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 (por exemplo, anticorpo anti-IL-6), sendo que o indivíduo é selecionado pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e inflamação aumentada em relação a uma referência. Em uma modalidade, o indivíduo tem uma história de infarto do miocárdio ou insuficiência cardíaca.
[00249] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para a redução do risco de mortalidade em um indivíduo tendo doença renal crônica ou insuficiência cardíaca, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e inflamação aumentada em relação a uma referência.
[00250] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de anemia em um indivíduo, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL- 6 sozinho ou em combinação com uma terapia para anemia, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 (também chamado de Matriptase-2; MT2) compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) e inflamação aumentada em relação a uma referência.
[00251] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de anemia em um indivíduo tendo inflamação aumentada, o método envolvendo administrar um antagonista de IL-6 (por exemplo, anticorpo IL-6) sozinho ou em combinação com um fator eritropoiético em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação em um indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6).
[00252] Em ainda outro aspecto, são fornecidos métodos de intensificação da responsividade à EPO em um indivíduo identificado como necessitando da mesma, o método compreendendo administrar um antagonista de IL-6 (por exemplo, anticorpo IL-6) em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação em um indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6), decrescendo, assim, a dose de EPO.
[00253] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de redução de mortalidade em um indivíduo tendo inflamação aumentada, o método envolvendo administrar um antagonista de IL-6 em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação em um indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6).
[00254] Em ainda outro aspecto, são fornecidos métodos de seleção de terapia para um indivíduo identificado como necessitando da mesma, o método envolvendo: a caracterização do indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6); e a detecção do nível de um ou mais marcadores inflamatórios IL-6 ou CRP, sendo que a caracterização indica que um antagonista de IL-6 deve ser administrado, sozinho ou em combinação com uma terapia para anemia.
[00255] Em ainda outro aspecto, são fornecidos métodos para o aumento da proliferação ou da sobrevivência de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma (por exemplo, célula-tronco hematopoiética, proeritroblasto, eritroblasto ou reticulócito) em um indivíduo identificado como necessitando do mesmo, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 e um fator eritropoiético, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) e inflamação aumentada em relação a uma referência.
[00256] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo anemia, incluindo anemia de câncer, anemia em doenças autoimunes crônicas, anemia em doenças inflamatórias crônicas, anemia em doenças cardiovasculares, anemia em síndromes metabólicas, e semelhantes. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo doença renal crônica. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo inflamação. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo um risco aumentado de morte associada com inflamação crônica, doença renal crônica ou doença cardiovascular. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo é identificado como necessitando de tratamento. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo inflamação aumentada. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem ou é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 (por exemplo, tendo uma G ou C na posição de nucleotídeo 2321 de uma molécula de ácido nucleico TMPRSS6) e inflamação aumentada em relação a uma referência. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o método compreende administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o método compreende administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 e uma terapia para anemia. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo é um humano
[00257] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, a terapia para anemia compreende administrar um fator eritropoiético. Em várias modalidades, o fator eritropoiético é um ou mais dentre eritropoietina, agente estimulante da eritropoiese, estabilizador de HIF, e ferro suplementar.
[00258] Em várias modalidades, a inflamação aumentada é caracterizada por níveis aumentados de IL-6 e/ou de CRP, em relação à referência (por exemplo, conforme medidos por ensaios convencionais de CRP ou ensaios de CRP de alta sensibilidade (hsCRP, hs - high sensitivity), ambos os quais detectam CRP, mas diferem em desempenho analítico). Em várias modalidades, a inflamação aumentada é caracterizada como IL-6 maior que cerca de 5 pg/mL. Em várias modalidades, a inflamação aumentada é caracterizada como CRP maior que cerca de 2 mg/L.
[00259] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o antagonista de IL-6 é administrado em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação. Em várias modalidades, a quantidade efetiva para neutralizar a inflamação reduz IL-6 para menor que cerca de 15 pg/mL, menos que cerca de 10 pg/mL ou menor que cerca de 5 pg/mL. Em várias modalidades, a quantidade efetiva para neutralizar a inflamação reduz a CRP para menor que cerca de 2 mg/L ou menor que cerca de 0,2 mg/L.
[00260] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, a administração de um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 reduz a dose de EPO. Em determinadas modalidades, a dose de EPO é reduzida cerca de 40 UI/kg/semana, cerca de 50 UI/kg/semana, cerca de 80 UI/kg/semana, cerca de 100 UI/kg/semana ou mais. Em várias modalidades, a administração de um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 reduz o efeito colateral da dose de EPO aumentada.
[00261] Em uma modalidade, os pacientes com doença renal crônica são tratados com ou sem o tratamento padrão para anemia. Em particular, um agente que inibe a expressão ou atividade biológica de IL-6 é fornecido a um indivíduo tendo anemia associada com doença renal crônica com ou sem um tratamento para anemia (por exemplo, administração de EPO, ESA, estabilizadores de HIF, ferro suplementar ou transfusão de células vermelhas do sangue). Os tratamentos para anemia funcionam pela estimulação da eritropoiese ou da produção de células vermelhas do sangue. Dessa forma, são fornecidos agentes que aumentam o crescimento ou a proliferação e/ou decrescem a morte celular de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma. As progenitoras de célula vermelha do sangue incluem, por exemplo, células-tronco hematopoiéticas, progenitoras de células mieloides comuns, proeritroblastos, eritroblastos, reticulócitos ou qualquer célula capaz de se diferenciar ou de se maturar em uma célula vermelha do sangue.
[00262] Um agente que inibe a atividade biológica de IL-6 pelo bloqueio de IL- 6 ou de seu receptor (gp80) impedindo a ligação de IL-6 ao seu receptor ou de sua sinalização ou expressão pode ser fornecido a um indivíduo tendo anemia associada com doença renal crônica em uma composição farmacêutica, sendo que a composição farmacêutica compreende uma quantidade efetiva do agente, um agente para o tratamento de anemia (por exemplo, EPO, ESA, estabilizadores de HIF, inibidores de prolilhidroxilase, ferro suplementar)e um excipiente adequado. Em uma modalidade, o agente é um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 que decresce o nível ou a atividade de uma molécula de ácido nucleico ou polipeptídeo IL-6 em um indivíduo ou inibe a sinalização intracelular acionada pela ativação do receptor de IL- 6. Um anticorpo anti-IL-6 (por exemplo, MEDI5117) pode ser administrado em combinação com um tratamento para anemia (por exemplo, administração de EPO, ESA, estabilizador de HIF, ferro suplementar). Os métodos de tratamento para anemia variam dependendo do genótipo do gene TMPRSS6 do paciente e do estado inflamatório do paciente. Os pacientes homozigóticos ou heterozigóticos para o alelo de maior frequência do gene TMPRSS6 compreendendo G ou C na posição de nucleotídeo 2321 (que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736) e tendo níveis elevados de marcadores inflamatórios (por exemplo, IL-6 e/ou CRP) são administrados com um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 que decresce o nível ou a atividade de um polipeptídeo IL6 no contexto de um tratamento para anemia (por exemplo, administração de EPO, ESA, estabilizador de HIF, ferro suplementar). Os pacientes homozigóticos para o alelo de maior frequência do gene TMPRSS6 compreendendo A ou T na posição de nucleotídeo 2321 (que codifica um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma valina na posição de aminoácido 736) não necessitam de uma terapia anti-IL-6 para suplementar o tratamento para anemia. Os métodos para o tratamento para anemia podem variar dependendo do estádio doença renal crônica, da idade do paciente, da saúde do paciente, e da condição física do paciente.
[00263] Em outro aspecto, são fornecidos ensaios que são úteis para caracterizar um indivíduo tendo anemia associada com inflamação crônica (por exemplo, em doença renal crônica). Os marcadores inflamatórios IL-6 e CRP podem ser detectados por qualquer método adequado. Os métodos aqui descritos podem ser usados individualmente ou em combinação para a detecção de um biomarcador IL-6 ou CRP e/ou de uma condição inflamatória. Em uma modalidade, a inflamação é caracterizada pela detecção do nível de polipeptídeo IL-6 e/ou CRP em uma amostra biológica (por exemplo, soro) do indivíduo em relação à expressão em uma referência (por exemplo, soro de um indivíduo saudável de controle), sendo que um aumento da expressão de IL-6 e/ou de CRP é indicativo de inflamação. Em outra modalidade, um aumento da expressão de IL-6 e/ou de CRP é indicativo de que o indivíduo tendo anemia associada com doença renal crônica não será responsivo ao tratamento para anemia e/ou será responsivo ao tratamento para anemia quando administrado em combinação com um antagonista de IL-6 (por exemplo, um anticorpo anti-IL-6).
[00264] Em uma modalidade, um nível de polipeptídeo IL-6 e/ou CRP é medido por imunoensaio. O imunoensaio tipicamente utiliza um anticorpo (ou outro agente que especificamente se liga ao marcador) para detectar a presença ou o nível de um biomarcador em uma amostra. Os anticorpos podem ser medidos por métodos bem conhecidos na técnica, por exemplo, por imunização de animais com o biomarcador ou seus fragmentos. Os biomarcadores podem ser isolados das amostras com base em suas características de ligação. Alternativamente, se a sequência de aminoácidos de um biomarcador polipeptídico é conhecida, o polipeptídeo pode ser sintetizado e usado para gerar anticorpos por métodos bem conhecidos na técnica.
[00265] Em várias modalidades, são usados imunoensaios tradicionais, incluindo, por exemplo, transferência de Western, imunoensaios em sanduíche incluindo ELISA e outros imunoensaios enzimáticos, imunoensaios baseados em fluorescência, e quimioluminescência. Nefelometria é um ensaio realizado em fase líquida, na qual os anticorpos estão em solução. A ligação do antígeno ao anticorpo resulta em alterações em absorbância, que é medida. Outras formas de imunoensaio incluem imunoensaio magnético, radioimunoensaio, e PCR imunoquantitativa em tempo real (iqPCR). Outros métodos de detecção incluem cromatografia líquida e espectrometria de massa.
[00266] Os imunoensaios podem ser realizados em substratos sólidos (por exemplo, chips, glóbulos, plataformas microfluídicas, membranas) ou em quaisquer outras formas que suportam a ligação do anticorpo ao marcador e a subsequente detecção. Um marcador único pode ser detectado em qualquer tempo ou um formato multiplex pode ser usado. Os imunoensaios multiplex podem envolver microarranjos planares (chips de proteína) e microarranjos baseados em glóbulos (arranjos em suspensão).
[00267] Os pacientes com doença renal crônica tendo anemia identificada como tendo níveis aumentados de polipeptídeo IL-6 e/ou CRP são selecionados para o tratamento com um agente que reduz a atividade ou expressão de IL-6 (por exemplo, anticorpo anti-IL-6) em combinação com um tratamento para anemia. Os pacientes tratados com um método da invenção podem ser monitorados pela detecção de alterações em hemoglobina, hematócrito, dose de eritropoietina, expressão de IL-6 e/ou de CRP após o tratamento. Os pacientes que mostram uma redução da expressão de IL-6 e/ou de CRP e/ou uma redução da inflamação são identificados como responsivos à inibição de IL-6.
[00268] Outros aspectos e outras modalidades são fornecidos(as) nos seguintes itens numerados abaixo. 1. Um método para tratamento de inflamação crônica em um indivíduo selecionado, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736. 2. Um método para tratamento de inflamação em um indivíduo selecionado tendo doença cardiovascular, insuficiência cardíaca, e/ou doença renal crônica, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736. 3. Um método de redução da inflamação e do risco de mortalidade em um indivíduo selecionado com doença cardiovascular, insuficiência cardíaca e/ou doença renal crônica, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado pelo fato de ter um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e inflamação aumentada em relação a uma referência. 4. Um método para tratamento de anemia em um indivíduo tendo doença renal crônica, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e inflamação aumentada em relação a uma referência. 5. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-4, sendo que o antagonista de IL-6 é administrado em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação. 6. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-4, sendo que o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6. 7. O método do item 5, sendo que o método compreende adicionalmente administrar um fator eritropoiético ao indivíduo. 8. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-4, sendo que o método reduz o risco de mortalidade do indivíduo. 9. Um método de redução do risco de mortalidade em um indivíduo tendo doença renal crônica ou insuficiência cardíaca, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e inflamação aumentada em relação a uma referência. 10. Um método para tratamento de anemia em um indivíduo tendo inflamação aumentada, o método compreendendo: administrar um fator eritropoiético e um anticorpo anti-IL-6 em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação em um indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736. 11. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-10, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada por níveis aumentados de IL-6 e/ou CRP, em relação à referência. 12. O método do item 11, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada como IL-6 maior que cerca de 5 pg/mL, cerca de 10 pg/mL ou cerca de 15 pg/mL. 13. O método do item 10, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada como CRP maior que cerca de 2 mg/L. 14. O método do item 10, sendo que o fator eritropoiético é um ou mais dentre eritropoietina, agente estimulante da eritropoiese, estabilizador de HIF, e ferro suplementar. 15. Um método de intensificação da responsividade à EPO em um indivíduo identificado como necessitando do mesmo, o método compreendendo administrar um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação em um indivíduo tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736, intensificando, assim, a responsividade do indivíduo à EPO. 16. O método do item 15, sendo que a quantidade de um anticorpo anti-IL-6 efetiva para neutralizar a inflamação reduz IL-6 para menor que cerca de 15 pg/mL, menor que cerca de 10 pg/mL ou menor que cerca de 5 pg/mL. 17. O método do item 16, sendo que a quantidade de um antagonista de IL- 6 ou anticorpo anti-IL-6 efetiva para neutralizar a inflamação reduz a CRP para menor que cerca de 2 mg/L. 18. O método do item 15, sendo que a administração de um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 reduz a dose de EPO. 19. O método do item 17, sendo que a dose de EPO é reduzida cerca de 40 UI/kg/semana, cerca de 50 UI/kg/semana, cerca de 80 UI/kg/semana, cerca de 100 UI/kg/semana ou more. 20. O método do item 15, sendo que a administração de um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti-IL-6 reduz o efeito colateral de EPO aumentada. 21. Um método de seleção de terapia para um indivíduo identificado como necessitando da mesma, o método compreendendo: a) caracterizar o indivíduo como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736; e b) detectar o nível de um ou mais marcadores inflamatórios IL-6 e CRP, sendo que a caracterização indica que um antagonista de IL-6 deve ser administrado em combinação com uma terapia para anemia. 22. O método do item 21, sendo que o método compreende adicionalmente administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 e uma terapia para anemia. 23. O método do item 21, sendo que a terapia para anemia compreende administrar um fator eritropoiético. 24. Um método para o aumento da proliferação ou da sobrevivência de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma em um indivíduo identificado como necessitando do mesmo, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6 e um fator eritropoiético, sendo que o indivíduo é identificado como tendo um ou mais alelos que codificam um polipeptídeo TMPRSS6 compreendendo uma alanina na posição de aminoácido 736 e sendo que o indivíduo tem inflamação aumentada em relação à referência. 25. O método do item 24, sendo que o método reduz a morte celular de uma célula vermelha do sangue ou progenitora da mesma. 26. O método do item 24, sendo que a progenitora é um(a) célula-tronco hematopoiética, proeritroblasto, eritroblasto ou reticulócito. 27. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que o indivíduo tem doença renal crônica. 28. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que o indivíduo tem anemia. 29. O método do item 28, sendo que a anemia é anemia de câncer, anemia em doenças autoimunes crônicas, anemia em doenças inflamatórias crônicas ou anemia em síndrome metabólica. 30. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que o antagonista de IL-6 é administrado em uma quantidade efetiva para neutralizar a inflamação. 31. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6. 32. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada por níveis aumentados de IL-6 e/ou de CRP, em relação à referência. 33. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada como IL-6 maior que cerca de 5 pg/mL, cerca de 10 pg/mL ou cerca de 15 pg/mL. 34. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que a inflamação aumentada é caracterizada como CRP maior que cerca de 2 mg/L. 35. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que a quantidade efetiva para neutralizar a inflamação reduz IL-6 para menor que cerca de 10 pg/mL ou menor que cerca de 5 pg/mL. 36. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que a quantidade efetiva para neutralizar a inflamação reduz a CRP para menor que cerca de 2 mg/L. 37. O método de acordo com qualquer um dos itens 15-24, sendo que o fator eritropoiético é um ou mais dentre eritropoietina, agente estimulante da eritropoiese, estabilizador de HIF, e ferro suplementar. 38. O método do item 24, sendo que a administração de um antagonista de IL-6 reduz a dose de EPO. 39. O método do item 38, sendo que o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6. 40. O método do item 38, sendo que a dose de EPO é reduzida em cerca de 40 UI/kg/semana, cerca de 50 UI/kg/semana, cerca de 80 UI/kg/semana, cerca de 100 UI/kg/semana ou maior. 41. O método do item 23, sendo que a administração de um antagonista de IL-6 reduz o efeito colateral de EPO aumentada. 42. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-40, sendo que o alelo compreende uma G na posição 2321 de um polinucleotídeo TMPRSS6. 43. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-42, sendo que o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6 que tem uma ou mais CDRs selecionadas dentre as sequências de ácido nucleico: SNYMI (SEQ ID NO: 12); DLYYYAGDTTYADSVKG (SEQ ID NO: 13); WADDHPPWIDL (SEQ ID NO: 14); RASQGISSWLA (SEQ ID NO: 15}; KASTLES (SEQ ID NO: 16); e QQSWLGGS (SEQ ID NO: 17}. 44. O método do item 42, sendo que o anticorpo anti-IL-6 tem uma CDR1 de cadeia pesada compreendendo a sequência SNYMI (SEQ ID NO: 12); CDR2 de cadeia pesada compreendendo a sequência DLYYYAGDTYYADSVKG (SEQ ID NO: 13); CDR3 de cadeia pesada compreendendo a sequência WADDHPPWIDL (SEQ ID NO: 14); CDR1 de cadeia leve compreendendo a sequência RASQGISSWLA (SEQ ID NO: 15); CDR2 de cadeia leve compreendendo a sequência KASTLES (SEQ ID NO: 16); e CDR3 de cadeia leve compreendendo a sequência QQSWLGGS (SEQ ID NO 17). 45. O método do item 42, sendo que o anticorpo anti-IL-6 tem uma cadeia pesada compreendendo a sequência: EVQLVESGGGLVQPGGSLRLSCAASGFTISSNYMIWVRQAPGKGLEWVSDLYYYAGDTYY ADSVKGRFTMSRDISKNTVYLQMNSLRAEDTAVYYCARWADDHPPWIDLWGRGTLVTVSS ASTKGPSVFPLAPSSKSTSGGTAALGCLVKDYFPEPVTVSWNSGALTSGVHTFPAVLQSS GLYSLSSWTVPSSSLGTQTYICNVNHKPSNTKVDKRVEPKSCDKTHTCPPCPAPELLGG PSVFLFPPKPKDTLYITREPEVTCVVVDVSHEDPEVKFNWYVDGVEVHNAKTKPREEQYN STYRWSVLTVLHQDWLNGKEYKCKVSNKALPAPIEKTISKAKGQPREPQVYTLPPSREE MTKNQVSLTCLVKGFYPSDIAVEWESNGQPENNYKTTPPVLDSDGSFFLYSKLTVDKSRW QQGNVFSCSVMHEALHNHYTQKSLSLSPGK (SEQ ID NO: 18). 46. O método do item 42, sendo que o anticorpo anti-IL-6 tem uma cadeia leve compreendendo a sequência: DIQMTQSPSTLSASVGDRVTITCRASQGISSWLAWYQQKPGKAPKVLIYKASTLESGVPS RFSGSGSGTEFTLTISSLQPDDFATYYCQQSWLGGSFGQGTKLEIKRTVAAPSVFIFPPS DEQLKSGTASWCLLNNFYPREAKVQWKVDNALQSGNSQESVTEQDSKDSTYSLSSTLTL SKADYEKHKVYACEVTEQGLSSPVTKSFNRGEC (SEQ ID NO: 19). 47. O método do item 42, sendo que o anticorpo anti-IL-6 é MEDI5117. 48. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-47, sendo que o indivíduo é um humano.%%
1.14.2. Métodos para o tratamento de síndrome cardiorrenal
[00269] Em outros aspectos e outras modalidades, são fornecidas(os) composições e métodos para o tratamento de síndrome cardiorrenal.
[00270] Estes aspectos e estas modalidades são baseados(as), pelo menos em parte, na descoberta de que o tratamento anti-IL-6 de lesão cardíaca em um modelo em roedor de síndrome cardiorrenal teve um efeito equivalente ao do padrão de tratamento de cuidado. Conforme relatado com mais detalhe abaixo, os modelos em roedor de síndrome cardiorrenal foram tratados com anti-IL-6 ou padrão de terapia de cuidado (inibidor de ACE, perindopril) após um infarto do miocárdio. Após o tratamento, foram medidas a fração de ejeção, a força de contratibilidade cardíaca, e a percentagem de tecido fibroso. Os níveis de fração de ejeção em ambos os grupos de indivíduos tratados com anti-IL-6 e grupos de indivíduos tratados com padrão de terapia de cuidado foram aumentados em comparação com os níveis em um grupo de indivíduos tratados com um tratamento de controle. As contratibilidades cardíacas em ambos os grupos tratados com anti-IL-6 e tratados com padrão de terapia de cuidado foram aumentadas em comparação com os níveis em um grupo de indivíduos tratados com um tratamento de controle. As quantidades de tecido fibroso em ambos os grupos tratados com anti-IL-6 e tratados com padrão de terapia de cuidado foram decrescidas em comparação com a quantidade em um grupo de indivíduos tratados com um tratamento de controle. Adicionalmente, os níveis de fração de ejeção e a quantidade de tecido fibroso foram similares no grupo de indivíduos tratados com anti-IL-6 e no grupo de indivíduos tratados com o padrão de terapia de cuidado. Os resultados demonstram que a terapia anti-IL-6 teve eficácia equivalente ao padrão de terapia de cuidado no tratamento de síndrome cardiorrenal em um modelo em roedor.
[00271] Estes aspectos e estas modalidades são adicionalmente baseados(as), pelo menos em parte, na descoberta de que os pacientes identificados como tendo síndrome cardiorrenal após infarto do miocárdio e tendo níveis elevados de IL-6 tiveram risco particularmente aumentado de morte cardiovascular, incluindo insuficiência cardíaca. Sem vincular-se à teoria, a IL-6 pode desempenhar uma função causal no desenvolvimento e/ou na progressão de síndrome cardiorrenal. Dessa forma, os pacientes tendo níveis elevados de IL-6 após um infarto do miocárdio ou os pacientes tendo síndrome cardiorrenal e níveis elevados de IL-6 provavelmente se beneficiarão da inibição de IL-6.
[00272] Consequentemente, são fornecidos métodos terapêuticos para tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo tendo a síndrome cardiorrenal, envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6. Em algumas modalidades, o tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo tendo a síndrome cardiorrenal é realizado com ou sem o tratamento padrão para síndrome cardiorrenal. São também fornecidos métodos para a caracterização do risco de morte cardiovascular em um paciente após um infarto do miocárdio, o método envolvendo detectar um nível aumentado de IL-6 em uma amostra biológica obtida do paciente.
[00273] Em um aspecto, são fornecidos métodos de tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6.
[00274] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de aumento da função cardíaca em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6.
[00275] Em ainda outro aspecto, são fornecidos métodos de redução de fibrose em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6.
[00276] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o método envolve, adicionalmente, administrar um padrão de terapia de cuidado ao indivíduo. Em várias modalidades, o padrão de terapia de cuidado é um inibidor de enzima conversora de angiotensina (ACE).
[00277] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o aumento da função cardíaca é caracterizado por um aumento da fração de ejeção do indivíduo e/ou da força de contratibilidade cardíaca do indivíduo, em relação à referência. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, a redução da fibrose é caracterizada por um decréscimo da percentagem de tecido fibroso em uma amostra de tecido do indivíduo, em relação à referência. Em várias modalidades, a fibrose é em tecido cardíaco.
[00278] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem lesão cardíaca e/ou renal. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem uma lesão cardíaca seguida por uma lesão renal.
[00279] Em outro aspecto, a invenção fornece um método de identificação de um risco aumentado de morte cardiovascular (por exemplo, insuficiência cardíaca) em um indivíduo após um infarto do miocárdio no indivíduo, o método envolvendo medir um nível de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra do indivíduo em relação à referência, sendo que um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 indica um risco aumentado de morte cardiovascular.
[00280] Em ainda outro aspecto, a invenção fornece um método de caracterização de risco de morte cardiovascular (por exemplo, insuficiência cardíaca) em um indivíduo após um infarto do miocárdio no indivíduo, o método envolvendo medir um nível de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra do indivíduo em relação à referência, sendo que um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 indica um risco aumentado de morte cardiovascular.
[00281] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem síndrome cardiorrenal, insuficiência cardíaca, doença renal crônica ou nenhuma patologia cardiorrenal. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo é identificado como tendo síndrome cardiorrenal, insuficiência cardíaca, doença renal crônica ou nenhuma patologia cardiorrenal cerca de um mês após o infarto do miocárdio.
[00282] Em outro aspecto, a invenção fornece um método para tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo selecionado tendo síndrome cardiorrenal, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pela detecção de um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra biológica do indivíduo em relação à referência.
[00283] Em ainda outro aspecto, a invenção fornece um método de decréscimo do risco de morte cardiovascular (por exemplo, insuficiência cardíaca) em um indivíduo selecionado tendo síndrome cardiorrenal, o método envolvendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado pela detecção de um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra biológica do indivíduo em relação à referência. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo tem tido um infarto do miocárdio.
[00284] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6. Em várias modalidades, o anticorpo anti-IL-6 é MEDI5117.
[00285] Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, a amostra biológica é uma amostra de plasma ou uma amostra de soro. Em várias modalidades de qualquer um dos aspectos aqui delineados, o indivíduo é um humano.
[00286] Em outro aspecto, são fornecidos métodos para o tratamento de síndrome cardiorrenal em pacientes e/ou para a redução de risco de morte ou de insuficiência cardíaca em tais pacientes pela administração de um agente que inibe a expressão ou atividade biológica de IL-6. Em uma modalidade, os pacientes com síndrome cardiorrenal são tratados com ou sem tratamento padrão para síndrome cardiorrenal (por exemplo, inibidores de enzima conversora de angiotensina (AEC)). Em particular, um agente que inibe a expressão ou atividade biológica de IL-6 é fornecido a um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal (por exemplo, administração de anticorpo antiIL-6).
[00287] Em outro aspecto, são fornecidos métodos de aumento da função cardíaca e métodos de redução de fibrose em indivíduos tendo síndrome cardiorrenal. Os métodos compreendem administrar um agente que inibe a expressão ou atividade biológica de IL-6 ao indivíduo. Em algumas modalidades, o aumento da função cardíaca é caracterizado por um aumento da fração de ejeção do indivíduo em relação à referência (por exemplo, fração de ejeção de um indivíduo saudável de controle) ou da contratibilidade cardíaca (por exemplo, dP/dtmáx) em relação à referência (por exemplo, contratibilidade cardíaca de um indivíduo saudável de controle). Em algumas modalidades, a redução de fibrose é caracterizada por um decréscimo da percentagem de tecido fibroso em uma amostra de tecido do indivíduo, em relação à referência (por exemplo, amostra de tecido obtida de um indivíduo saudável de controle). Em uma modalidade, a fibrose é em tecido cardíaco.
[00288] Um agente que inibe a atividade biológica de IL-6 pelo bloqueio de IL- 6 ou de seu receptor (gp80) impedindo a ligação de IL-6 ao seu receptor ou de sua sinalização ou expressão pode ser fornecido a um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal em uma composição farmacêutica, sendo que a composição farmacêutica compreende uma quantidade efetiva do agente e um excipiente adequado. Em uma modalidade, o agente é um antagonista de IL-6 ou anticorpo anti- IL-6 que decresce o nível ou a atividade de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em um indivíduo ou inibe a sinalização intracelular acionada pela ativação do receptor de IL-6. Um anticorpo anti-IL-6 (por exemplo, MEDI5117) pode ser administrado. Os métodos de tratamento para síndrome cardiorrenal podem variar dependendo do estádio da síndrome cardiorrenal, da idade do paciente, da saúde do paciente, e da condição física do paciente.
[00289] Em várias modalidades, os indivíduos tendo síndrome cardiorrenal são tratados com um antagonista de IL-6. Além disso, os indivíduos tendo risco aumentado de morte cardiovascular e/ou de insuficiência cardíaca após um infarto do miocárdio podem ser identificados pela caracterização do nível plasmático de IL-6 no indivíduo. Os indivíduos tendo níveis elevados de IL-6 têm risco aumentado de morte cardiovascular e/ou de insuficiência cardíaca. Tais indivíduos podem ser selecionados para o tratamento com um antagonista de IL-6. Além disso, os indivíduos tendo síndrome cardiorrenal e níveis aumentados de IL-6, incluindo tais indivíduos que têm sofrido de um infarto do miocárdio, podem ser selecionados para o tratamento. Quando selecionados para o tratamento, tais indivíduos podem ser administrados virtualmente com qualquer antagonista de IL-6 conhecido na técnica. Os antagonistas de IL-6 adequados incluem, por exemplo, antagonistas de IL-6 conhecidos, antagonistas de IL-6 disponíveis para comercialização, antagonistas de IL-6 desenvolvidos usando métodos bem conhecidos na técnica, e antagonistas para os sistemas de sinalização intracelular associados com IL-6R.
[00290] Em outro aspecto, são fornecidos ensaios para a caracterização do risco de morte cardiovascular, de insuficiência cardíaca, e/ou de mortalidade em um indivíduo após um infarto do miocárdio. Os ensaios caracterizam-se pela detecção de IL-6 em uma amostra biológica obtida do indivíduo. IL-6 pode ser detectada por qualquer método adequado. Em uma modalidade, o risco de morte cardiovascular ou de insuficiência cardíaca é caracterizado pela detecção do nível de um polipeptídeo IL-6 em uma amostra biológica (por exemplo, soro ou plasma) do indivíduo em relação à expressão em uma referência (por exemplo, soro ou plasma de um indivíduo saudável de controle ou de um indivíduo de controle sem patologia cardiorrenal), sendo que um aumento no nível de IL-6 é indicativo de risco aumentado de morte cardiovascular ou de insuficiência cardíaca. Os indivíduos identificados como tendo risco aumentado de morte cardiovascular, de insuficiência cardíaca ou de mortalidade podem ser selecionados para o tratamento. Em outra modalidade, um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal e níveis aumentados de IL-6 é selecionado para o tratamento com um antagonista de IL-6 (por exemplo, um anticorpo anti-IL-6).
[00291] Em uma modalidade, é medido um nível de polinucleotídeo IL-6. Os níveis de polinucleotídeos IL-6 podem ser medidos por métodos padrão, como PCR quantitativa, Transferência de Northern, microarranjo, espectrometria de massa, e hibridização in situ.
[00292] Em uma modalidade, é medido o nível de um polipeptídeo IL6. Os níveis de polipeptídeos IL-6 podem ser medidos por métodos padrão, como por imunoensaio. O imunoensaio tipicamente utiliza um anticorpo (ou outro agente que especificamente se liga ao marcador) para detectar a presença ou o nível de um biomarcador em uma amostra. Anticorpos podem ser produzidos por métodos bem conhecidos na técnica, por exemplo, pela imunização de animais com o biomarcador ou seus fragmentos. Os biomarcadores podem ser isolados das amostras com base em suas características de ligação. Alternativamente, se a sequência de aminoácidos de um biomarcador polipeptídico é conhecida, o polipeptídeo pode ser sintetizado e usado para gerar anticorpos por métodos bem conhecidos na técnica.
[00293] Em várias modalidades, o ensaio utiliza imunoensaios tradicionais incluindo, por exemplo, transferência de Western, imunoensaios em sanduíche ELISA e outros imunoensaios enzimáticos, imunoensaios baseados em fluorescência, e quimioluminescência. Nefelometria é um ensaio realizado em fase líquida, no qual os anticorpos estão em solução. A ligação do antígeno ao anticorpo resulta em alterações em absorbância, que é medida. Outras formas de imunoensaio incluem imunoensaio magnético, radioimunoensaio, e PCR imunoquantitativa em tempo real (iqPCR). Outros métodos de detecção incluem cromatografia líquida e espectrometria de massa.
[00294] Os imunoensaios podem ser realizados em substratos sólido (por exemplo, chips, glóbulos, plataformas microfluídicas, membranas) ou em quaisquer outras formas que suportam a ligação do anticorpo ao marcador e a subsequente detecção. Um marcador único pode ser detectado em qualquer tempo ou um formato multiplex pode ser usado. Os imunoensaios multiplex podem envolver microarranjos planares (chips de proteína) e microarranjos baseados em glóbulos (arranjos em suspensão).
[00295] Os pacientes com síndrome cardiorrenal identificados como tendo níveis aumentados de polipeptídeo IL-6 são selecionados para o tratamento com um agente que reduz a expressão ou atividade de IL-6 (por exemplo, anticorpo anti-IL-6). O tratamento pode ser administrado em combinação com a tratamento padrão para síndrome cardiorrenal (por exemplo, um inibidor de ACE). Os pacientes tratados com um método da invenção podem ser monitorados pela detecção das alterações em IL- 6 após o tratamento.
[00296] Outros aspectos e outras modalidades são fornecidos(as) nos seguintes itens. 1. Um método para tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6. 2. Um método de aumento da função cardíaca em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6. 3. Um método de redução de fibrose em um indivíduo tendo síndrome cardiorrenal, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6. 4. O método do item 2, sendo que o aumento da função cardíaca é caracterizado por um aumento da fração de ejeção do indivíduo em relação à referência. 5. O método do item 3, sendo que a fibrose é em tecido cardíaco. 6. O método do item 3 ou 5, sendo que a redução de fibrose é caracterizada por um decréscimo da percentagem de tecido fibroso em uma amostra de tecido do indivíduo, em relação à referência. 7. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-6, sendo que o indivíduo tem lesão cardíaca e/ou renal. 8. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-7, sendo que o indivíduo tem uma lesão cardíaca seguida por uma lesão renal. 9. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-8, compreendendo, adicionalmente, administrar um padrão de terapia de cuidado ao indivíduo. 10. O método do item 1-9, sendo que o padrão de terapia de cuidado é um inibidor de enzima conversora de angiotensina (ACE). 11. Um método de identificação de um risco aumentado de morte cardiovascular em um indivíduo após um infarto do miocárdio no indivíduo, o método compreendendo medir um nível de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra do indivíduo em relação à referência, sendo que um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 indica um risco aumentado de morte cardiovascular. 12. Um método de caracterização de risco de morte cardiovascular em um indivíduo após um infarto do miocárdio no indivíduo, o método compreendendo medir um nível de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra do indivíduo em relação à referência, sendo que um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 indica um risco aumentado de morte cardiovascular. 13. O método do item 11 ou 12, sendo que o indivíduo tem síndrome cardiorrenal, insuficiência cardíaca, doença renal crônica ou nenhuma patologia cardiorrenal. 14. O método de acordo com qualquer um dos itens 11-13, sendo que o indivíduo é identificado como tendo síndrome cardiorrenal, insuficiência cardíaca, doença renal crônica ou nenhuma patologia cardiorrenal cerca de um mês após o infarto do miocárdio. 15. Um método para tratamento de uma lesão cardíaca e/ou renal em um indivíduo selecionado tendo síndrome cardiorrenal, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado para o tratamento pela detecção de um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra biológica do indivíduo em relação à referência. 16. Um método de decréscimo do risco de morte cardiovascular em um indivíduo selecionado tendo síndrome cardiorrenal, o método compreendendo administrar ao indivíduo um antagonista de IL-6, sendo que o indivíduo é selecionado pela detecção de um nível aumentado de um ou mais de um polinucleotídeo ou polipeptídeo IL-6 em uma amostra biológica do indivíduo em relação à referência. 17. O método do item 15 ou 16, sendo que o indivíduo tem tido um infarto do miocárdio. 18. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-10 ou 15-17, sendo que o antagonista de IL-6 é um anticorpo anti-IL-6. 19. O método do item 18, sendo que o anticorpo anti-IL-6 é MEDI5117. 20. O método de acordo com qualquer um dos itens 11-19, sendo que a amostra biológica é uma amostra de plasma. 21. O método de acordo com qualquer um dos itens 1-20, sendo que o indivíduo é um humano.
1.15. EXEMPLOS
[00297] Os seguintes exemplos são fornecidos à guisa de ilustração, não de limitação.
1.15.1. Exemplo 1: Dosagem de EPO e sobrevivência total em pacientes com doença renal crônica são correlacionadas com níveis séricos de IL-6 e de CRP apenas em pacientes com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[00298] O hormônio peptídico, hepcidina, desempenha uma função central em homeostasia sistêmica do ferro. Hentze et al., Cell 142:24-38 (2010). É sabido que a expressão de hepcidina é influenciada pelo produto do gene TMPRSS6, matriptase- 2, uma serina-protease transmembrana de tipo II. Foi mostrado que as variantes comuns no gene TMPRSS6 correlacionam-se com o status de ferro, Benyamin et al., Nature Genetics 41(11): 1173-1175 (2009), tendo sido mostrado determinadas mutações no gene TMPRSS6 causam anemia por deficiência de ferro refratária ao ferro (IRIDA), Finberg et al., Nature Genetics 40(5):569-571 (2008). Foi mostrado que o SNP rs855791 (2321G^A; A736V) é uma variação de ocorrência natural no gene TMPRSS6 que tem estado associada com as variações de ocorrência natural na expressão de hepcidina e nos níveis sanguíneos de hemoglobina.
[00299] Para determinar se o genótipo da variação de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 predisse a extensão de anemia em doença renal de estádio final, os dados previamente coletados em estudos clínicos de pacientes com doença renal crônica foram analisados juntamente com a genotipificação de SNP recém-determinada. Devido ao fato de a expressão de hepcidina ser também regulada pela IL-6, Casanovas et al., PLOS Computational Biol. 10(1): e1003421 (2014), os dados foram, também, analisados para determinar se os níveis séricos de IL-6 poderiam predizer a extensão de anemia em doença renal de estádio final.
Métodos
[00300] Os dados de N=257 pacientes inscritos nas coortes MIMICK1, MIMICK2 (“Mapping of Inflammatory Markers in Chronic Kidney Disease”, mapeamento de marcadores inflamatórios em doença renal crônica) e MIA (“Malnutrition, Inflammation and Atherosclerosis”, subnutrição, inflamação e aterosclerose) que foram recrutados durante o período de Outubro de 2003 a Setembro de 2004 em seis unidades de diálise na região de EstocolmoUppsala (Suécia) foram selecionados para N=208 com base nos critérios de diálise prevalecente, ferritina >100 ng/mL, e Hb >10 mg/dL, para selecionar os pacientes que foram estáveis durante a hemodiálise sem deficiência de ferro e sem anemia acentuada, excluindo, assim, os pacientes com fatores que poderiam dissociar o manejo do ferro dos níveis de hemoglobina.
[00301] Todos os dados clínicos dos pacientes, incluindo a dose de eritropoietina (EPO) em UI/kg/semana, o nível sérico de IL-6 em pg/mL, o nível sérico de CRP em mg/L, a sobrevivência em meses, e o genótipo do SNP rs855791 no gene TMPRSS6, foram coletados e analisados usando programa de computador de análise estatística (“SPSS Statistics Desktop”; IBM). Os alelos de TMPRSS6 estudados e seus nucleotídeo e aminoácido são indicados na Tabela 1. Tabela 1 Alelos de TMPRSS6
[00302] A coorte foi separada em subgrupos rs855791 (homozigótico AA, heterozigótico AG, e homozigótico GG), e cada grupo de genótipo foi separado em tercis e quartis de nível sérico de IL-6 (por exemplo, IL-6 < 5pg/mL versus >10 pg/mL e IL-6 < 5pg/mL versus > 15pg/mL) ou de nível sérico de CRP (CRP < 2 mg/L versus >2 mg/L). As comparações foram realizadas entre a dose de EPO nos tercis e quartis superiores e inferiores. Foram conduzidas análises estatísticas dentro dos grupos de genótipo pelo Teste-T de Student e entre os grupos por ANOVA.
Resultados
[00303] Devido ao fato de que cada dose de EPO de paciente havia sido titulada pelos médicos tratadores para se alcançarem níveis normais de hemoglobina, a dose de EPO pôde ser usada como um substituto (proxy) para o grau subjacente de anemia. Foi descoberto que a dose de EPO em indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência (A/A) é relativamente insensível às variações em IL-6 (Figura 1A; painel esquerdo). Entretanto, as doses de EPO em indivíduos com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência - pacientes heterozigóticos (A/G) ou homozigóticos (G/G) para o alelo de maior frequência (G) - foram sensíveis aos seus níveis de IL-6 (Figura 1B; painel direito). Nestes últimos indivíduos, os níveis aumentados de IL-6 sérica (por exemplo, >5 pg/mL) estavam associados com dose aumentada de EPO.
[00304] Sem vincular-se a uma teoria específica, a homozigocidade no alelo de menor frequência removeu a influência de IL-6 sobre o manejo de ferro. Dessa forma, as doses de EPO nestes pacientes (A/A) foram aproximadamente iguais independentemente do nível de IL-6.
[00305] Os indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (A) mostraram mortalidade similar independente dos níveis de IL-6 (Figura 2A). Entretanto, a sobrevivência em indivíduos com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência - pacientes heterozigóticos ou homozigóticos para o alelo de maior frequência (G) - variaram de acordo com o nível de IL-6 (Figura 2B). De fato, o alelo G de TMPRSS6 conferiu uma mortalidade de todas as causas mais alta em resposta aos níveis elevados de IL-6 em indivíduos com doença renal crônica de estádio 5 sob diálise. Em indivíduos tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência (G), os níveis de IL-6 > 5pg/mL (isto é, os tercis intermediário e mais alto de IL-6) estavam associados com mortalidade mais alta em comparação com os níveis de IL-6 < 5pg/mL (isto é, o tercil baixo de IL-6) (Figura 2B).
[00306] O nível da proteína reagente em fase aguda, CRP, um marcador de inflamação, também se correlacionou com a dosagem aumentada de EPO em indivíduos heterozigóticos ou homozigóticos para o alelo de maior frequência (G), mas não em pacientes homozigóticos para o alelo de menor frequência (Figura 3).
Discussão
[00307] Conforme mostrado na Figura 1, a extensão de anemia subjacente — medida como a dose de EPO clinicamente titulada — correlacionou-se com os níveis de IL-6 apenas em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Nestes pacientes, quanto mais alto o nível sérico de IL-6, mais alta a dose de EPO necessária (Figura 1B). Em contraste, o grau de anemia em pacientes tendo duas cópias do alelo de menor frequência não esteve correlacionado com os níveis séricos de IL-6 (Figura 1A).
[00308] Analogamente, a sobrevivência total correlacionou-se com os níveis de IL-6 apenas em pacientes com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. Em indivíduos tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, a sobrevivência correlacionouse inversamente com o nível sérico de IL-6, com pacientes no tercil mais alto dos níveis séricos de IL-6 tendo sobrevivência estatisticamente significativamente pior que aqueles no tercil mais baixo dos níveis de IL-6 (Figura 2B). Em contraste, a sobrevivência total dos pacientes homozigóticos para o alelo de menor frequência em rs855791 não foi afetada pelos níveis de IL-6 (Figura 2A).
[00309] Sem a intenção de vincular-se à teoria, em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, aumentos em IL- 6 sérica podem ocasionar expressão aumentada de hepcidina, aumentando, assim, a anemia. O risco de mortalidade aumentado é uma consequência do metabolismo de ferro desregulado, da anemia resultante, e/ou da dose aumentada de agente estimulante da eritropoiese, como EPO. Se estas correlações refletem uma relação causal, elas aumentam a possibilidade de que a redução dos níveis de IL-6 ou da sinalização de IL-6 poderia reduzir a anemia, reduzir a dose de EPO necessária, e aumentar a sobrevivência em pacientes com doença renal crônica, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e com efeito mais alto naqueles pacientes tendo níveis séricos elevados de IL-6. 1.15.2. Exemplo 2: Risco de morte e risco de insuficiência cardíaca após infarto agudo do miocárdio estão correlacionados com os níveis séricos de IL-6 soro apenas em pacientes com pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6
[00310] Para determinar se o genótipo do SNP rs855791 no gene TMPRSS6 afetou a sensibilidade à IL-6 em pacientes com doença aguda ao invés de crônica, os dados previamente coletados em estudos clínicos de pacientes hospitalizados devido à síndrome coronariana aguda foram analisados juntamente com a genotipificação de SNPs recém-realizada.
Métodos
[00311] Foram analisados os dados de indivíduos previamente inscritos em um multicêntrico Estudo de Inibição Plaquetária e Desfechos dos Pacientes [“multi-center Study of Platelet Inhibition and Patient Outcomes (PLATO)”]. Os pacientes foram elegíveis para a inscrição no PLATO se haviam sido hospitalizados devido a uma síndrome coronariana aguda com um início dos sintomas durante as 24 horas prévias. A mortalidade e a presença de insuficiência cardíaca foram medidas nestes indivíduos começando trinta dias após um infarto do miocárdio.
Resultados
[00312] A mortalidade de indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (A) não se correlacionaram com as variações em IL-6 (Figura 4A). Entretanto, uma ou duas cópias do alelo de maior frequência (G) conferiram uma mortalidade de todas as causas mais alta em resposta aos níveis elevados de IL-6 em indivíduos após infarto do miocárdio (Figura 4B). Dessa forma, TMPRSS6 modulou o risco de morte, mediado por IL-6, após infarto do miocárdio.
[00313] O efeito do genótipo de TMPRSS6 no risco de insuficiência cardíaca, mediado por IL-6, também foi medido em indivíduos inscritos no PLATO começando trinta dias após o infarto do miocárdio. A insuficiência cardíaca em indivíduos homozigóticos para o alelo de menor frequência (A) não se correlacionou com as variações em IL-6 (Figura 5 A). Entretanto, o alelo G de TMPRSS6 conferiu uma taxa mais alta de insuficiência cardíaca em resposta aos níveis elevados de IL-6 em indivíduos após um infarto do miocárdio (Figura 5B). Dessa forma, o TMPRSS6 modulou o risco de insuficiência cardíaca, mediado por IL-6, após infarto do miocárdio.
Discussão
[00314] Estes dados demonstram que a correlação entre o genótipo de TMPRSS6, os níveis de IL-6, e os desfechos clínicos adversos não se limita aos pacientes com doença renal crônica. Sem a intenção de vincular-se à teoria, em pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência do gene TMPRSS6, aumentos em IL-6 sérica podem acionar a expressão aumentada de hepcidina, com consequente sequestro aumentado de ferro em cardiomiócitos, seguido por toxicidade celular mediada por ferro. Se estas correlações refletem uma relação causal, elas aumentam a possibilidade de que a redução dos níveis de IL-6 ou da sinalização de IL-6 poderia reduzir a insuficiência cardíaca e a mortalidade em pacientes com síndrome coronariana aguda, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e em efeito mais alto naqueles pacientes com níveis séricos elevados de IL-6.
1.15.3. Exemplo 3: Estudos in vitro sobre cardiomiócitos humanos derivados de iPS confirmam uma relação causal entre o genótipo de TMPRSS6 e a toxicidade mediada por IL-6
[00315] Embora as correlações observadas nos Exemplos 1 e 2 implicam que a redução da sinalização mediada por IL-6 deve fornecer benefício clínico aos pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, níveis elevados de IL-6, e quer anemia quer uma toxicidade celular mediada por hepcidina, as correlações observadas falham em fornecer uma relação causal. Consequentemente, foram conduzidos experimentos em miócitos cardíacos derivados de células-tronco pluripotentes (iPS-CMs) de humano transfectados com variantes de gene TMPRSS6 para verificar o efeito de BMP e de BMP + IL-6 sobre a expressão de hepcidina e a suscetibilidade celular à lesão isquêmica.
1.15.3.1. Métodos
[00316] Cultura de cardiomiócitos derivados de iPS de humano - cardiomiócitos iCell (Cellular Dynamics International, CDI Inc.) foram plaqueados sobre placa de cultura de células de 96 poços ou de 6 poços revestidas com gelatina 0,1%, com meio de plaqueamento de Cardiomiócitos iCell (CDI Inc.). Quarenta e oito horas após o plaqueamento, o meio de plaqueamento foi substituído por Meio de Manutenção (“Maintenance Medium”, CDI Inc.). O Meio de Manutenção foi substituído a cada dois dias até o dia no qual o experimento foi realizado.
[00317] Protocolo de isquemia simulada/reoxigenação - Os cardiomiócitos iPS foram submetidos à isquemia simulada (SI, “Simulated Ischemia”) durante 90 min pela substituição do meio de células por um “tampão isquêmico” que continha NaCl 118 mm, NaHCO3 24 mm, NaH2PO4, 1,0 mm, CaCl2-2H2O 2,5 mm, MgCl2 1,2 mm, lactato de sódio 20 mm, KCl 16 mm, 2-desoxiglicose 10 mm (pH ajustado para 6,2) conforme relatado previamente (Das, A., Xi, L., e Kukreja, K. C. (2005) J. Biol. Chem. 280: 12944-12955; Das A, Smolenski A, Lohmann SM, Kukreja RC. (2006) J. Biol Chem. 281(50):38644-52). As células foram incubadas a 37°C em incubadora trigás ajustando para 1-2% de O2 e 5% de CO2 durante o período inteiro de SI. Reoxigenação (RO) foi realizada pela substituição do tampão isquêmico por meio de células normal sob condições normóxicas. Necrose de células após 2 h ou 18 h de reoxigenação, respectivamente. As células “iCells” foram submetidas à SI durante 4 h e à RO durante 24 h conforme acima.
[00318] Avaliação das viabilidade e apoptose celulares - O ensaio de exclusão com Azul Tripano foi realizado para avaliar a necrose das células conforme previamente relatado (Das, A., Xi, L., e Kukreja, K. C. (2005) J. Biol. Chem. 280, 12944-12955; Das A, Smolenski A, Lohmann SM, Kukreja RC. (2006) J. Biol. Chem. 281(50):38644-52).
[00319] Transfecção de cardiomiócitos iCell - No 8° dia após o plaqueamento, o meio foi substituído por Meio de Manutenção novo e as células foram incubadas durante 4 horas. As células foram transfectadas com pCMV6-XL5 TMPRSS6 (K523) ou pCMV6-XL5 TMPRSS6 (K523) V763A usando o reagente de transfecção “ViaFect™ Transfection Reagent” de acordo com a instrução do fabricante (Promega Corp., Madison, WI, EUA). Após 48 horas de transfecção, as células foram submetidas a outros experimentos.
[00320] Análise por transferência de Western - As transferências de Western foram realizadas conforme previamente descrito (Das, A., Xi, L., e Kukreja, K. C. (2005) J. Biol. Chem. 280, 12944-12955; Das A, Smolenski A, Lohmann SM, Kukreja RC. (2006) J. Biol. Chem. 281(50):38644-52). Proteína solúvel total foi extraída das células com tampão de lise (Cell Signaling, MA, EUA). O homogeneizado foi centrifugado a 10.000 x g durante 5 min a 4°C, e o sobrenadante foi recuperado. Proteína (50 μg de cada amostra) foi separada em géis de 12% de poliacrilamida e transferida para membrana de microcelulose e, então, bloqueada com leite desnatado em pó 5% em TBST (Tris-HCl 10 mm, pH 7,4, NaCl 100 mm, e Tween 20 0,1%) durante 1 h. A membrana foi, então, incubada de um dia para o outro com anticorpo (Ab) primário policlonal de cabra ou monoclonal/policlonal de coelho em uma diluição de 1:1.000 para cada uma das respectivas proteínas, isto é Phospho-Beclin-1 (Ser93) (D9A5G) Rabbit mAb, Beclin-1, SQSTM1/p62, LC3A/B (D3U4C) XP® Rabbit mAb, Phospho-Akt (Ser473) (D9E) XP® Rabbit mAb, Akt (pan) (C67E7) Rabbit mAb, Phospho-S6 Ribosomal Protein (Ser240/244) (D68F8) XP® Rabbit mAb, S6 Ribosomal Protein (5G10) Rabbit mAb disponíveis junto à Cell Signaling, MA, EUA, Anti-Matriptase 2 (TMPRSS6) e Anti-SLC40A1 (Ferroportin) disponíveis junto à Abcam Company, MA, EUA, e anticorpo policlonal de cabra ActinHRP (Santa Cruz Biotechnology, TX, EUA). As membranas foram, então, incubadas com anticorpo secundário anti-coelho conjugado com peroxidase de raiz-forte (diluição de 1:2.000; Amersham Biosciences) durante 2 h. As transferências foram descritas usando um sistema quimioluminescente, e as bandas foram escaneadas e quantificadas por análise de densitometria.
[00321] Ensaio de PCR em Tempo Real TaqMan® - O RNA total incluindo RNA pequeno foi isolado usando o minikit “miRNeasy” de acordo com o protocolo do fabricante (QIAGEN Sciences, MD, EUA). A concentração e a pureza dos RNA isolado foram medidas usando o espectrofotômetro Nanodrop ND-1000 (Agilent technologies, CA, EUA). Resumidamente, 1 μg de RNA total foi convertido em cDNA com hexâmero aleatório usando kit de síntese de cDNA de alta capacidade (Applied Biosystems, CA, EUA). A reação de transcrição reversa foi realizada utilizando as seguintes condições de PCR: 25°C durante 10 min; 37°C durante 120 min e 85°C durante 5 min. PCR em Tempo Real foi realizada usando sondas específicas amplicon Taqman (Applied Biosystems, CA, EUA) Hamp (CGGCTCTGCAGCCTTG) (SEQ ID NO:20) sob a seguinte condição de ciclo de PCR: 95°C durante 10 minutos; 95°C durante 15 segundos e 60°C durante 60 segundos. A expressão de Hamp foi normalizada em relação ao gene de manutenção GAPDH (CTTCCAGGAGCGAGATCCCGCTAA) (SEQ ID NO:21). A expressão de gene relativa foi analisada usando o método 2-ΔΔCt.
[00322] Mutagênese de TMPRSS6 e transfecção de células iPS - pCMV6-XL5 TMPRSS6 foi adquirido junto à Origene Technologies (Rockville, MD, EUA), número de catálogo: SC306623, correspondendo ao número de acesso ao GenBank de NM_153609. Este clone contém uma mutação resultante em uma alteração de aminoácido, K253A. Mutagênese sítio-direcionada foi realizada para reverter o aminoácido na posição 253 para a lisina (K) canônica. Quando a reversão foi confirmada, a mutagênese sítiodirecionada foi realizada para introduzir a mutação V736A. Todas as reações de mutagênese foram realizadas usando o kit “Agilent Technologies QuikChange II XL Site-Directed Mutagenesis Kit” (Santa Clara, CA; número de catálogo: 200521). Todos os vetores foram sequenciados para confirmação. As sequências de iniciadores usadas foram: antissenso (as) TMPRSS6 E253K GCATGAGGTCCTTGGGGCCCTGCAG (SEQ ID NO:22); senso (s) TMPRSS6 E253K CTGCAGGGCCCCAAGGACCT CATGC (SEQ ID NO:23); antissenso (as) TMPRSS6 V736A CTGGTAGCGATAGGCCTCGCTGCACAGG (SEQ ID NO:24); senso (s) TMPRSS6 V736A CCTGTGCAGCGAGGCCTATCGCTACCAGG (SEQ ID NO:25).
1.15.3.2. Resultados
[00323] iPS-CMs de humano expressam apenas minimamente matriptase-2 na linha base. As células foram transfectadas com um constructo que conduz a expressão constitutiva de matriptase-2 736A, codificada pelo alelo de maior frequência de SNP rs855791 no gene TMPRSS6SNP ou matriptase-2 736V, codificada pelo alelo de menor frequência, imitando os cardiomiócitos homozigóticos para alelo de maior frequência e homozigóticos para alelo de menor frequência, respectivamente.
[00324] A expressão de hepcidina é regulada por ambas as vias de sinalização BMP6/SMAD e IL-6/STAT, com ambas BMP e IL-6 atuando mediante seus respectivos receptores para conduzir a expressão aumentada de hepcidina. Casanovas et al., PLOS Comp. Biol. 10(l):e1003421 (2014). Os cardiomiócitos iPS com alelo de maior frequência e com alelo de menor frequência foram tratados in vitro com agonistas de ambas as vias de sinalização — BMP2 e IL-6 recombinantes — ou com BMP2 sozinha para modelar intervenções clínicas nas quais os níveis de IL-6 (ou a sinalização de IL- 6) estão reduzidos. As células iPS de controle não foram tratadas com nenhum agonista. A mortalidade celular foi medida sob tensão de oxigênio normal (normoxia), e também sob condições que simulam hipoxia seguida por reoxigenação (reperfusão).
[00325] A Figura 6A mostra os resultados quando as células foram tratadas sob níveis de oxigênio normais. Os cardiomiócitos iPS expressando apenas o alelo de menor frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 (“alelo de menor frequência 736V”) não são significativamente afetados (“n.s.”) pela eliminação da sinalização de IL-6: a mortalidade celular medida como percentagem de células positivas para Azul Tripano é insignificativamente reduzida quando as células são tratadas com BMP2 sozinha, em comparação com o tratamento com BMP2+IL-6. Em contraste, os cardiomiócitos iPS expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 mostram morte celular estatisticamente significativamente menor quando a sinalização de IL-6 é eliminada.
[00326] A Figura 6B mostra os resultados quando as células foram submetidas à hipoxia seguida por reoxigenação. Em comparação com as condições normóxicas, hipoxia/reoxigenação é significativamente tóxica para os cardiomiócitos iPS, com cerca de 40 por cento das células de controle com alelo de maior frequência e alelo de menor frequência, mortas, em comparação com cerca de 20% das células de controle sob condições normóxicas (compare a Figura 6B com a Figura 6A). Contra esta toxicidade de fundo aumentada, os cardiomiócitos iPS com alelo de menor frequência não são significativamente afetados pela eliminação de sinalização de IL- 6: a mortalidade celular é insignificativamente reduzida quando as células são tratadas com BMP2 sozinha, em comparação com o tratamento com BMP2+IL-6. Em contraste, os cardiomiócitos iPS expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6 mostram morte celular estatisticamente significativamente menor quando a sinalização de IL-6 é eliminada.
1.15.3.3. Discussão
[00327] Estes dados reforçam as inferências obtidas da análise post hoc de dados de testes clínicos no Exemplo 1 e no Exemplo 2: a redução da sinalização de IL-6 pode ser efetiva para reduzir a toxicidade mediada por IL6 em cardiomiócitos expressando o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, mas não em cardiomiócitos expressando apenas o alelo de menor frequência. Sem a intenção de vincular-se à teoria, o aumento de toxicidade, mediada por IL-6, cardiomiócitos iPS com o alelo de maior frequência pode resultar do aumento, mediado por IL-6, da expressão de hepcidina, com o consequente sequestro aumentado de ferro nas células, seguido pela toxicidade celular mediada por ferro.
1.15.4. Exemplo 4: A terapia anti-IL-6 é tão efetiva quanto o atual padrão de terapia de cuidado em um modelo de síndrome cardiorrenal em ratos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6
[00328] Pacientes com doença renal crônica, como aqueles inscritos nos estudos MIMICK analisados no Exemplo 1, com frequência desenvolvem função cardíaca comprometida, que é uma contribuidora principal para taxas de mortalidade. Esta lesão cardíaca secundária após doença renal crônica primária é chamada de síndrome cardiorrenal tipo 4 (CRS Tipo 4).
[00329] Para testar se a terapia anti-IL-6 seria efetiva como um tratamento em pacientes com CRS4 tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, conforme sugerido pelos dados nos Exemplos 1 e 3, utilizamos um modelo de CRS4 em ratos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[00330] A Figura 7 delineia o planejamento do estudo.
[00331] Na semana 0, infarto do miocárdio foi induzido nos animais com CRS. Na 2a semana, nefrectomia foi realizada. Um grupo de controle foi submetido, ao contrário, às operações simuladas. Antes da nefrectomia, várias avaliações dos indivíduos foram conduzidas. As avaliações incluíram medições de creatinina sérica, taxa de filtração glomerular, níveis de proteína de 24 horas na urina, ecocardiografia, pressão sanguínea pelo método manguito de cauda (“tail cuff method”), e biomarcadores em plasma e em urina.
[00332] O tratamento foi iniciado no 1° dia após a nefrectomia. Os animais foram divididos em três grupos: (i) tratamento de controle, (ii) terapia anti-IL-6, e (iii) padrão de terapia de cuidado. A terapia anti-IL-6 foi um anticorpo anti-IL-6 adequado para uso em roedores. O padrão de terapia de cuidado foi a administração de perindopril, um inibidor de ACE (enzima conversora de angiotensina). No início do tratamento, foram conduzidas medições dos indivíduos em todos os grupos. As medições incluíram medição de creatinina sérica, taxa de filtração glomerular, níveis de 24 horas de proteína, e biomarcadores em plasma.
[00333] No 3° dia e no 7° dia após a nefrectomia, foram conduzidas avaliações dos indivíduos em todos os grupos. As avaliações incluíram a medição de creatinina sérica e de biomarcadores em plasma no 3° dia e a medição de creatinina sérica, taxa de filtração glomerular, níveis de 24 horas de proteína, ecocardiografia, pressão sanguínea, e biomarcadores no plasma no 7° dia.
[00334] Na 6a semana, os indivíduos foram mortos. Antes da morte, foram conduzidas várias avaliações dos indivíduos em todos os grupos. As avaliações incluíram a medição de creatinina sérica, taxa de filtração glomerular, níveis de 24 horas de proteína, pressão sanguínea, biomarcadores em plasma, ecocardiografia, e análise das alças de pressão-volume. Após a morte, o tecido foi também colhido dos indivíduos em todos os grupos para avaliação histológica (isto é, coloração com Vermelho Sirius de tecido cardíaco).
[00335] As Figuras 8A-8D mostram a fração de ejeção cardíaca de ratos sem CRS (“Simulado”), de animais com CRS tratados com um anticorpo de isótipo-controle (isótipo) farmacologicamente irrelevante, de animais com CRS tratados com anticorpo anti-IL-6 (“IL-6 ab”), e de animais com CRS tratados com padrão de terapia de cuidado inibidor de ACE (“Peri”) no modelo de síndrome cardiorrenal resumido na Figura 7.
[00336] A Figura 8A mostra a linha de base dos níveis de fração de ejeção para todos os grupos duas semanas após infarto do miocárdio, mas antes da nefrectomia, e antes do tratamento, demonstrando que o infarto do miocárdio experimentalmente induzido causou um decréscimo significativo da fração de ejeção cardíaca. A Figura 8B é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos uma semana após nefrectomia, após 1 semana de tratamento. A Figura 8C é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos duas semanas após a nefrectomia, após 2 semanas de tratamento. A Figura 8D é um gráfico mostrando os níveis de fração de ejeção para todos os grupos quatro semanas após a nefrectomia, após 4 semanas de tratamento. Os resultados são expressados como média +/- EPM.
[00337] Após 4 semanas de tratamento, ambos os grupos de tratamento — o grupo tratado com anti-IL-6 e o grupo tratado com o padrão de terapia de cuidado inibidor de ACE — mostraram níveis de fração de ejeção estatisticamente significativamente aumentados em comparação com o grupo de controle com isótipo (Figura 8D) (p<0,001). Níveis de fração de ejeção similares nos grupos anti-IL-6 e padrão de terapia de cuidado medidos após a 4a semana de tratamento mostraram que a terapia anti-IL-6 teve eficácia equivalente à do inibidor de ACE perindopril (padrão de terapia de cuidado), demonstrando que a terapia anti-IL-6 teve eficácia na preservação da função cardíaca no modelo de síndrome cardiorrenal equivalente ao padrão de terapia de cuidado, conforme medida pelas alterações na fração de ejeção cardíaca.
[00338] A medição de contratibilidade cardíaca (Figura 9) mostrou que a terapia anti-IL-6 também teve um efeito equivalente ao padrão de terapia de cuidado com um inibidor de ACE. Após 4 semanas de tratamento, as contratibilidades cardíacas nos grupos tratados com anti-IL-6 e padrão de terapia de cuidado foram significativamente aumentadas em comparação com a contratibilidade cardíaca do grupo de controle (isótipo). Contratibilidades cardíacas similares nos grupos de anti- IL-6 e de padrão de terapia de cuidado demonstram que a terapia anti-IL-6 teve eficácia na preservação da função cardíaca no modelo de síndrome cardiorrenal equivalente ao inibidor de ACE perindopril (padrão de terapia de cuidado), conforme medida pela contratilidade.
[00339] A medição de fibrose em tecido cardíaco colhido de animais em todos os grupos também demonstrou que a terapia anti-IL-6 teve um efeito equivalente ao padrão de terapia de cuidado (Figuras 10A-10C). A fibrose em tecido cardíaco foi quantificada pela medição da percentagem de área de tecido fibroso em duas regiões: a região “Normal” e a região da “Margem da Fibrose”. Um exemplo de região “Normal” é indicado pela porção delineada da seção de tecido mostrada na micrografia na Figura 10A. A inserção na micrografia mostra uma vista aumentada da região “Normal”, mostrando que porções pequenas da região “Normal” têm tecido fibroso. A região da “Margem da Fibrose” é uma região de tecido na região “Normal” periférica ao tecido fibroso.
[00340] Os gráficos nas Figuras 10B e 10C mostram que o tecido cardíaco dos indivíduos nos grupos tratados com anti-IL-6 ou padrão de terapia de cuidado tiveram percentagem de área de tecido fibroso significativamente decrescida em comparação com o grupo de controle com isótipo, ambos quando medidos na região “Normal” (Figura 10B) ou na região da “Margem da Fibrose” (Figura 10C). Além disso, as percentagens de áreas de tecido fibroso medidas nos grupos anti-IL-6 e padrão de terapia de cuidado foram similares (tanto na região “Normal” quanto na região da “Margem da Fibrose”), indicando que anti-IL-6 teve um efeito antifibrótico equivalente ao do inibidor de ACE perindopril (padrão de terapia de cuidado).
[00341] Estes dados demonstram que o tratamento com um agente antiIL-6 é efetivo para reduzir a lesão cardíaca e restaurar a função em modelo in vivo de síndrome cardiorrenal em animais que são genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
1.15.5. Exemplo 5: A terapia anti-IL-6 é efetiva na preservação da função cardíaca em um modelo de infarto agudo do miocárdio em camundongos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6
[00342] Os dados nos Exemplos 2 e 3 sugeriram que a redução dos níveis de IL-6 ou da sinalização de IL-6 pôde reduzir a insuficiência cardíaca e a mortalidade em pacientes com síndrome coronariana aguda, mas apenas naqueles pacientes tendo pelo menos uma cópia do alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6, e em efeito mais alto naqueles pacientes com níveis séricos elevados de IL-6.
[00343] Um estudo com roedores foi realizado para determinar o efeito da terapia anti-IL-6 após infarto agudo do miocárdio em camundongos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
[00344] As Figuras 11A e 11B mostram dados de um modelo in vivo no qual infarto do miocárdio foi induzido em camundongos genotipicamente análogos aos seres humanos homozigóticos para o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6. O grupo de controle não recebeu terapia. O grupo experimental foi tratado com um anticorpo anti-IL6-murina. A Figura 11A mostra que o tratamento com anti-IL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da fração de ejeção. Figura 11B mostra que o tratamento com anti-IL-6 fornece melhoria estatisticamente significativa da contratilidade, medica como encurtamento fracionário cardíaco. Os dados demonstram que a terapia anti-IL-6 administrada imediatamente após infarto do miocárdio melhora a recuperação funcional do ventrículo esquerdo em roedores que são genotipicamente análogos aos pacientes humanos tendo o alelo de maior frequência da variante de SNP rs855791 no gene TMPRSS6.
7. INCORPORAÇÃO COMO REFERÊNCIA
[00345] Todas as publicações, patentes, pedidos de patente e outros documentos citadas(os) neste pedido são, por meio deste, aqui incorporados(as) em suas totalidades como referências para todos os propósitos na mesma extensão como se cada publicação, patente, pedido de patente ou outro documento individual fosse individualmente indicada(o) para ser incorporada(o) como referência para todos os propósitos.
8. EQUIVALENTES
[00346] Embora várias modalidades específicas tenham sido ilustradas e descritas, o relatório descritivo acima não é restritivo. Será reconhecido que várias alterações podem ser feitas sem se desviarem do espírito e do escopo da(s) invenção(ões). Muitas variações tornar-se-ão evidentes para aquelas pessoas versadas na técnica após análise deste relatório descritivo.

Claims (17)

1. Uso de um anticorpo anti-IL-6 CARACTERIZADO pelo fato de que é para a manufatura de um medicamento para o tratamento de doença cardiovascular em um indivíduo.
2. Uso, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que a doença cardiovascular é aterosclerose.
3. Uso, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, CARACTERIZADO pelo fato de que a doença cardiovascular é inflamatória.
4. Uso, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, CARACTERIZADO pelo fato de que a doença cardiovascular é infarto agudo do miocárdio.
5. Uso, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que o indivíduo tem doença renal crônica.
6. Uso, de acordo com a reivindicação 5, CARACTERIZADO pelo fato de que o indivíduo tem: (a) doença renal crônica estágio 1 KDOQI; (b) doença renal crônica estágio 2 KDOQI; (c) doença renal crônica estágio 3 KDOQI; (d) doença renal crônica estágio 4 KDOQI; ou (e) doença renal crônica estágio 5 KDOQI.
7. Uso, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, CARACTERIZADO pelo fato de que o indivíduo sofreu infarto agudo do miocárdio.
8. Uso, de acordo com a reivindicação 3, CARACTERIZADO pelo fato de que a inflamação em um indivíduo é definida por níveis elevados de IL-6 sérico e/ou PCR em relação a um nível de referência.
9. Uso, de acordo com a reivindicação 3, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 é formulado para ser administrado em uma quantidade eficaz para neutralizar inflamação.
10. Uso, de acordo com a reivindicação 3, CARACTERIZADO pelo fato de que o indivíduo tem um nível de PCR pré-tratamento maior que 2 mg/L.
11. Uso, de acordo com a reivindicação 3, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 é formulado para ser administrado em uma dose, em um cronograma e por um período suficiente para reduzir os níveis de PCR do indivíduo abaixo dos níveis pré-tratamento.
12. Uso, de acordo com a reivindicação 9, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 é formulado para ser administrado em uma dose, em um cronograma e por um período suficiente para reduzir os níveis de PCR do indivíduo em pelo menos 50 por cento em comparação aos níveis pré-tratamento.
13. Uso, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 compreende todos as seis regiões variáveis CDRs do MEDI5117.
14. Uso, de acordo com a reivindicação 13, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 compreende a VH e VL do MEDI5117.
15. Uso, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de que o anticorpo anti-IL-6 é MEDI5117.
16. Uso, de acordo com a reivindicação 15, CARACTERIZADO pelo fato de que a doença cardiovascular é aterosclerose e inflamatória; em que o indivíduo tem doença renal crônica selecionada dentre doença renal crônica estágio 3 KDOQI, doença renal crônica estágio 4 KDOQI e doença renal crônica estágio 5 KDOQI; em que o indivíduo tem um nível de PCR pré-tratamento maior que 2 mg/L; e em que o MEDI5117 é formulado para ser administrado em uma dose, em um cronograma e por um período suficiente para reduzir os níveis de PCR do indivíduo em pelo menos 50 por cento em comparação aos níveis pré-tratamento.
17. Uso, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 16, CARACTERIZADO pelo fato de que o indivíduo tem pelo menos uma cópia do alelo principal TMPRSS6 rs855791.
BR122024015811-6A 2015-07-31 2016-07-28 Uso de um anticorpo anti-il-6 para o tratamento de doença cardiovascular BR122024015811A2 (pt)

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