Filomena Serra, she graduated in History (FLUL) and obtained her PhD at FCSH/NOVA, in Contemporary Art History.
She was the Principal Researcher of the FCT Project Printed Photography. Image and Propaganda in Portugal (1934-1974), PTDC/CPC-HAT/4533/2014. https://www.weebly.com/editor/main.php#/
In the past, she receive artistic studies at SNBA and AR.CO courses. She is integrated researcher at Contemporary History Institute. She published several books and articles about Portuguese Modernism, devoting her attention to the study of Orpheu and Almada Negreiros, as well as the Ballets Russes’s reception in Lisbon, publishing, for example, "Almada Negreiros, a dança e os Ballets Russes" (Literatura e Sociedade, São Paulo, Nº. 17, 2013) and in the Orpheu 1915 commemorating volume (ed. by Steffen Dix, Tinta-da-China, Lisboa, 2015). Actually she is interested in the authoritarian portuguese Estado Novo régime, namely the role of propaganda photography. She was the co-curator of a contemporary art exhibition in LIsbon, "(Co)Habitar", Latin America House and UCCLA, and the exhibition "Fotografia IMpressa e Propaganda Visual em Portugal (1934-1974)", National Library of Portugal
She was the Principal Researcher of the FCT Project Printed Photography. Image and Propaganda in Portugal (1934-1974), PTDC/CPC-HAT/4533/2014. https://www.weebly.com/editor/main.php#/
In the past, she receive artistic studies at SNBA and AR.CO courses. She is integrated researcher at Contemporary History Institute. She published several books and articles about Portuguese Modernism, devoting her attention to the study of Orpheu and Almada Negreiros, as well as the Ballets Russes’s reception in Lisbon, publishing, for example, "Almada Negreiros, a dança e os Ballets Russes" (Literatura e Sociedade, São Paulo, Nº. 17, 2013) and in the Orpheu 1915 commemorating volume (ed. by Steffen Dix, Tinta-da-China, Lisboa, 2015). Actually she is interested in the authoritarian portuguese Estado Novo régime, namely the role of propaganda photography. She was the co-curator of a contemporary art exhibition in LIsbon, "(Co)Habitar", Latin America House and UCCLA, and the exhibition "Fotografia IMpressa e Propaganda Visual em Portugal (1934-1974)", National Library of Portugal
less
InterestsView All (26)
Uploads
Book chapter
aquilo que o Estado Novo de Salazar quis que fosse a representação
portuguesa nesta Feira Mundial, também conhecida
por Exposição Internacional de Nova Iorque. Inaugurada em 30
de Abril de 1939 e tendo como tema o «mundo do amanhã» e as
tecnologias na ordem do dia, coincidiu com o momento em que
as tropas de Hitler iniciavam a invasão da Polónia.
Published in Oporto, in English, this official book documents what Salazar’s Estado Novo
wanted the Portuguese representation to be at this international exhibition at this World Fair,
also known as the New York International Exhibition. It opened on 30th April 1939, with the
“world of tomorrow” and technology on the agenda; coinciding with Hitler’s troops beginning
their invasion of Poland.
A investigação permitiu acompanhar a coincidência entre os momentos políticos da ascensão de Salazar de ministro das Finanças a Ditador e o tratamento gráfico e visual que o NI vai dando a essa caminhada, de ministro-promessa a “Chefe” incontestado. Deste modo, começamos por contextualizar o lugar do NI na imprensa da época como revista nacionalista, recorrendo a práticas factográficas inovadoras, como a montagem e a fotomontagem, ao mesmo tempo que situámos o tema da ideia do “Chefe” no início do século XX. Em seguida, partimos para o estudo conjunto do percurso de Salazar entre 1928 e 1935 e do seu tratamento gráfico no NI. Identificámos três momentos neste percurso paralelo.
Num primeiro momento, Salazar aparece nas imagens da revista como “A hipótese de Chefe (1928-1929)”, correspondendo ao início do NI. Neste período, apesar de a revista dar um maior espaço à imagem fotográfica, ainda não rompeu com o padrão gráfico estático da anterior tradição fotográfica, que era sobretudo ilustrativa. Nos períodos seguintes, surgem as foto-reportagens de um “Chefe em construção (1929-1931) ” para depois Salazar ser apresentado abertamente como “O Chefe confirmado (1932-1935) ”. A análise crítica permitirá perceber nestes dois últimos momentos as inovações gráficas e fotográficas na construção da imagem de Salazar, assim como identificar as descontinuidades e limites dessas inovações à medida que a propaganda da sua imagem se torna cada vez mais frequente nas páginas do NI.
This was the background to the IPCP publishing the Livro de Ouro das Conservas de Peixe (The Golden Book of Portuguese Tinned Fish) in 1938. Clearly a luxury item, The Golden Book… was
intended for publicity and propaganda abroad, in line with other books, such as Portugal 1934 and, later, Portugal 1940.
ISBN: 978-84-09-31538-3
produção deste fotógrafo amador.
Este texto insere se no âmbito da pesquisa realizada para o Projecto "Fotografia Impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934 1974)", PTDC/CPC HAT/4533/2014.
Este texto insere -se no âmbito da pesquisa realizada para o Projecto "Fotografia Impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934 1974)", PTDC/CPC HAT/4533/2014.
Resumo:
Santa-Rita, o “improdutivo" é, evidentemente, um «flâneur», um grevista, um manifestante e um reivindicador. É esta figura e o que dela restou que procurámos reflectir no ano de 1915, através de dois momentos. O primeiro é construído a partir dos testemunhos dos amigos e pretende captar imaginariamente a sua presença na Lisboa desse tempo, apresentando-o como sujeito da modernidade, consciente do seu poder perante o “lepidóptero” lisboeta, à deriva perante a nova linguagem poética que inspira o artista moderno. Deu-se voz ao seu perfil recortado num espesso muro de fragmentos e silêncios e tentámos mergulhar nas parcas fontes e testemunhos para os interrogar. O segundo momento aborda a contribuição artística para a revista Orpheu, os “hors-textes” que a ilustram, “restos” que fazem ouvir o eco da obra, linguagem que tentei amplificar através da sua leitura iconográfico-textual.
Sofia Areal (Lisbon, 1960) is one of the best-known artists of the mid 80s to 90s generation, with a long career and strong recognition amongst the public. Areal, creates in her oeuvre a plastic universe which takes form between painting and drawing, where the gesture is challenged by the colour, displaying complementarities and voids in a lyricism that fluctuates between full contraction and the expansion of the I, which makes us reflect about the never ending and profound condition of Another.
Within MUDAS’ 2018 annual program, this exhibition bursts into the main and permanent exhibition circuit of the Museum, (de) constructing dialogues with the Museum’s collection, more specifically with the non-figurative part, allowing the public to know this artist’s rich and diverse path, which must be confronted in context, in order to strengthen one’s knowledge of Portuguese art from the last decades. (Márcia de Sousa, 2018)
É esse questionamento que pretendemos investigar neste estudo. Para tal tentaremos estabelecer uma relação dialógica entre a imagem da pintura «Auto-retrato num Grupo», de 1925, e os personagens que Almada «retratará» no romance Nome de Guerra, escrito no mesmo ano. A primeira parte do texto identifica os personagens dessa pintura e descreve a sua recepção crítica na época. Na segunda parte, relacionaremos esses personagens da pintura e do romance com os do imaginário da commedia dell’Arte.
Não cabem neste trabalho os “males de ausência” individuais ou colectivos das “culturas da diáspora” (K. Mercer), nem os fenómenos dramáticos das “deslocações”, na maior dos casos violentas, que a Europa viveu durante séculos até aos tempos globais de hoje, no que diz respeito à mobilidade de culturas ou ao colonialismo. Nesse caso, um outro tipo de ensaio seria exigido.
journal articles
2nd World War. As a starting point, we took a previous essay on the construction of the leader’s image in Notícias Ilustrado (1928-1935) and a similar methodology was adopted. In the research process, all photographic images referring to the dictator Salazar until 1945 were surveyed, submitting the most important – covers, back covers and photo – to a semiotic analysis that sought to verify the adequacy of the dictator’s representations to the political circumstances of his regime. At the same time, we tried to interpret through printed photography and in graphic decisions of the two magazines Salazar’s promotion and how his propaganda will change from dictator and “unchallenged Leader” of government into a “Panoptic Leader”. The representation of Salazar in the
Século Ilustrado magazine coincides with the one that takes place in the public space.
aquilo que o Estado Novo de Salazar quis que fosse a representação
portuguesa nesta Feira Mundial, também conhecida
por Exposição Internacional de Nova Iorque. Inaugurada em 30
de Abril de 1939 e tendo como tema o «mundo do amanhã» e as
tecnologias na ordem do dia, coincidiu com o momento em que
as tropas de Hitler iniciavam a invasão da Polónia.
Published in Oporto, in English, this official book documents what Salazar’s Estado Novo
wanted the Portuguese representation to be at this international exhibition at this World Fair,
also known as the New York International Exhibition. It opened on 30th April 1939, with the
“world of tomorrow” and technology on the agenda; coinciding with Hitler’s troops beginning
their invasion of Poland.
A investigação permitiu acompanhar a coincidência entre os momentos políticos da ascensão de Salazar de ministro das Finanças a Ditador e o tratamento gráfico e visual que o NI vai dando a essa caminhada, de ministro-promessa a “Chefe” incontestado. Deste modo, começamos por contextualizar o lugar do NI na imprensa da época como revista nacionalista, recorrendo a práticas factográficas inovadoras, como a montagem e a fotomontagem, ao mesmo tempo que situámos o tema da ideia do “Chefe” no início do século XX. Em seguida, partimos para o estudo conjunto do percurso de Salazar entre 1928 e 1935 e do seu tratamento gráfico no NI. Identificámos três momentos neste percurso paralelo.
Num primeiro momento, Salazar aparece nas imagens da revista como “A hipótese de Chefe (1928-1929)”, correspondendo ao início do NI. Neste período, apesar de a revista dar um maior espaço à imagem fotográfica, ainda não rompeu com o padrão gráfico estático da anterior tradição fotográfica, que era sobretudo ilustrativa. Nos períodos seguintes, surgem as foto-reportagens de um “Chefe em construção (1929-1931) ” para depois Salazar ser apresentado abertamente como “O Chefe confirmado (1932-1935) ”. A análise crítica permitirá perceber nestes dois últimos momentos as inovações gráficas e fotográficas na construção da imagem de Salazar, assim como identificar as descontinuidades e limites dessas inovações à medida que a propaganda da sua imagem se torna cada vez mais frequente nas páginas do NI.
This was the background to the IPCP publishing the Livro de Ouro das Conservas de Peixe (The Golden Book of Portuguese Tinned Fish) in 1938. Clearly a luxury item, The Golden Book… was
intended for publicity and propaganda abroad, in line with other books, such as Portugal 1934 and, later, Portugal 1940.
ISBN: 978-84-09-31538-3
produção deste fotógrafo amador.
Este texto insere se no âmbito da pesquisa realizada para o Projecto "Fotografia Impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934 1974)", PTDC/CPC HAT/4533/2014.
Este texto insere -se no âmbito da pesquisa realizada para o Projecto "Fotografia Impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934 1974)", PTDC/CPC HAT/4533/2014.
Resumo:
Santa-Rita, o “improdutivo" é, evidentemente, um «flâneur», um grevista, um manifestante e um reivindicador. É esta figura e o que dela restou que procurámos reflectir no ano de 1915, através de dois momentos. O primeiro é construído a partir dos testemunhos dos amigos e pretende captar imaginariamente a sua presença na Lisboa desse tempo, apresentando-o como sujeito da modernidade, consciente do seu poder perante o “lepidóptero” lisboeta, à deriva perante a nova linguagem poética que inspira o artista moderno. Deu-se voz ao seu perfil recortado num espesso muro de fragmentos e silêncios e tentámos mergulhar nas parcas fontes e testemunhos para os interrogar. O segundo momento aborda a contribuição artística para a revista Orpheu, os “hors-textes” que a ilustram, “restos” que fazem ouvir o eco da obra, linguagem que tentei amplificar através da sua leitura iconográfico-textual.
Sofia Areal (Lisbon, 1960) is one of the best-known artists of the mid 80s to 90s generation, with a long career and strong recognition amongst the public. Areal, creates in her oeuvre a plastic universe which takes form between painting and drawing, where the gesture is challenged by the colour, displaying complementarities and voids in a lyricism that fluctuates between full contraction and the expansion of the I, which makes us reflect about the never ending and profound condition of Another.
Within MUDAS’ 2018 annual program, this exhibition bursts into the main and permanent exhibition circuit of the Museum, (de) constructing dialogues with the Museum’s collection, more specifically with the non-figurative part, allowing the public to know this artist’s rich and diverse path, which must be confronted in context, in order to strengthen one’s knowledge of Portuguese art from the last decades. (Márcia de Sousa, 2018)
É esse questionamento que pretendemos investigar neste estudo. Para tal tentaremos estabelecer uma relação dialógica entre a imagem da pintura «Auto-retrato num Grupo», de 1925, e os personagens que Almada «retratará» no romance Nome de Guerra, escrito no mesmo ano. A primeira parte do texto identifica os personagens dessa pintura e descreve a sua recepção crítica na época. Na segunda parte, relacionaremos esses personagens da pintura e do romance com os do imaginário da commedia dell’Arte.
Não cabem neste trabalho os “males de ausência” individuais ou colectivos das “culturas da diáspora” (K. Mercer), nem os fenómenos dramáticos das “deslocações”, na maior dos casos violentas, que a Europa viveu durante séculos até aos tempos globais de hoje, no que diz respeito à mobilidade de culturas ou ao colonialismo. Nesse caso, um outro tipo de ensaio seria exigido.
2nd World War. As a starting point, we took a previous essay on the construction of the leader’s image in Notícias Ilustrado (1928-1935) and a similar methodology was adopted. In the research process, all photographic images referring to the dictator Salazar until 1945 were surveyed, submitting the most important – covers, back covers and photo – to a semiotic analysis that sought to verify the adequacy of the dictator’s representations to the political circumstances of his regime. At the same time, we tried to interpret through printed photography and in graphic decisions of the two magazines Salazar’s promotion and how his propaganda will change from dictator and “unchallenged Leader” of government into a “Panoptic Leader”. The representation of Salazar in the
Século Ilustrado magazine coincides with the one that takes place in the public space.
FOTOGRAFIA E PROPAGANDA NO ESTADO NOVO PORTUGUÊS
Encontra-se disponível online o número da revista Comunicação Pública, editado por Filomena Serra (IHA-FCSH/NOVA), Paula André (DINÂMIA'CET-IUL-ISCTE-IUL) e Bruno Marques (IHA-FCSH/NOVA).
Nele é apresentada uma nova linha de pesquisa que é a da fotografia pública impressa - ou simplesmente “fotografia impressa”. Os textos deste número da Revista exploram o papel da fotografia pública impressa no Estado Novo, bem como a circulação e consumo das imagens fotográficas públicas criadas durante esse período, sem no entanto deixar de considerar os contra-discursos e as contra-imagens, isto é, as manifestações de protesto.
Santa-Rita’s copy, regrettably forgotten nowadays, questioned Portuguese painting and the portrait genre in particular, namely their relation with human body at the beginning of the 20th century, as well as the overwhelming hypocrisy of the whole society. To remember this painting is essential for the history of art portraiture in Portugal.
Este artigo discute a pintura Olympia de Edouard Manet e a cópia pintada por Guilherme de Santa-Rita, apresentada na exposição da Academia de Belas-Artes, inaugurada em 18 de Março de 1911, entendendo que esse trabalho deve ocupar um lugar significativo na historiografia da arte em Portugal, sobretudo para a história do modernismo português nas artes plásticas. O artigo destaca a recepção dessa cópia apresentada naquela exposição, precisamente no dia anterior à Exposição Livre de 1911.
A Olympia de Santa-Rita, hoje lamentavelmente esquecida, questionou a pintura e o género do retrato em Portugal, a sua relação com o corpo logo no início do século, quando não toda a hipocrisia de uma sociedade. Relembrá-la é fundamental para a história da arte do retrato em Portugal.
KEYWORDS: PERFORMANCE HISTORY; 1960S; HAPPENING; ÂNGELO DE SOUS
The interviews of Antonio Ferro (1895-1956) to Salazar (1889-1970), gathered in Salazar – the Man and his Work (1933), inspired by the journalist Emil Ludwig’s interviews to Stalin (1878-1953) and Mussolini (1883-1945), are still today the best written portrait of the leader of the Portuguese Dictatorship. This portrait appears as a cinematographic montage made of images’s fragments and words. It is not a portrait, as an exclusive domain of memory, but that of the spectacle that transfigures. This book becomes also the portrait of the future director of the Secretariat for National Propaganda, António Ferro. Portrait or portraits, these “serialized interviews” were a powerful propaganda tool at the service of the staging of the country's history and simultaneously a testamentary writing. It also emphasizes the use of photographic images with the intention not only to illustrate but to document the different moments of the interviews.
Key-words
Portrait; Photography; Montage; Propaganda; António Ferro; The 1930's
Resumo
As entrevistas de António Ferro (1895-1956) a Salazar (1889-1970), reunidas em Salazar – o Homem e a sua Obra (1933), foram inspiradas nas entrevistas do jornalista e escritor Emil Ludwig (1881-1948) a Estaline (1878-1953) e a Mussolini (1883-1945), constituindo ainda hoje o melhor retrato escrito feito do Chefe do Governo da Ditadura portuguesa. Este retrato surge como uma montagem cinematográfica realizada através de fragmentos de imagens e palavras. Não se trata de um retrato, como domínio exclusivo da memória, mas a do espectáculo que transfigura. Esse livro transforma-se também no retrato do futuro responsável do Secretariado da Propaganda Nacional. Retrato ou retratos, essas “entrevistas-folhetins” foram um poderoso instrumento de propaganda ao serviço da encenação da História do país e, simultaneamente, uma escrita testamentária. Salienta-se, ainda, o uso das imagens fotográficas com a intenção propagandística não só de ilustrar mas de testemunhar os diversos momentos das entrevistas, bem como a importância da iconografia fotográfica dos anos 30.
Palavras-chave
Retrato; Fotografia; Montagem, Propaganda; António Ferro, Anos 30
A 1ª EXPOSIÇÃO COLONIAL PORTUGUESA DE 1934
E ALGUNS DOS SEUS ÁLBUNS
Filomena SERRA
Resumo:
A Primeira Exposição Colonial Portuguesa realizada no Porto em 1934 foi a consequência visível do impulso que Salazar quis dar à «política colonial» portuguesa e a uma orientação imperial em que colonizar e civilizar as populações indígenas eram as palavras de ordem. Como corolário da exposição foram produzidos, entre outros, dois importantes álbuns, hoje documentos de inegável interesse histórico, não só enquanto discurso de propaganda do regime do Estado Novo, mas também enquanto narrativas visuais ou “visões do Império”. São eles, o Álbum Fotográfico da autoria do fotógrafo Domingos Alvão e o Álbum Comemorativo, com reproduções de pinturas e desenhos do pintor Eduardo Malta. Neste trabalho pretendemos reflectir sobre essas “visões do Império”, pois elas expressam uma visualidade e um imaginário que se traduz em práticas sociais, em valores e em relações de dominação que definem uma política do olhar, onde o corpo se torna um espaço de inscrição, bem como de categorização racial e cultural. Em suma, é através dessas imagens que vemos as relações de poder e as formas de dominação sobre o outro, que impregnaram a exposição.
VISIONES DEL IMPERIO
La primera EXPOSICIÓN COLONIAL PORTUGUESA DE 1934
Y ALGUNOS DE SUS ALBUMES
Resumen:
La Primera Exposición Portuguesa Colonial celebrada en Oporto en 1934 fué el resultado visible del impulso que Salazar ha querido dar a la "política colonial" y una orientación imperial en el que colonizar y civilizar a los pueblos indígenas fueron las consignas. Como corolario de la exposición fueron producidos, entre otros, dos álbumes importantes que se han convertido en documentos de interés histórico innegable, no sólo como discurso de propaganda del régimen de Estado Novo, pero también como narrativas visuales o visiones del Imperio. Son el Álbum de fotos cuyo autor fué el fotógrafo Domingos Alvão, y el Álbum Conmemorativo con reproducciones de pinturas y dibujos del pintor Eduardo Malta. En este trabajo nos proponemos reflexionar sobre esas “visones del Imperio”, porque expresan una visualidad e un imaginário que se traduce en prácticas sociales, valores y relaciones de poder que definen una política de la mirada, donde el cuerpo se convierte en un espacio de registro, de categorización racial y cultural. En resumen, és a través de estas imágenes incluidas en estos media que vemos las relaciones de poder y las formas de dominación sobre el otro que han impregnado la exposición.
This book is one of the results of research carried out by the members of the 'Printed Photography. Image and Propaganda in Portugal (1934-1974) 'project team (started in May 2016 and completed in October 2019).
This book follows the exhibition’s working methodology as well as
that of the Research Project, with the selected works organised in four transversal thematic groups: “Performative Representations”; “Public Achievements”; “Rhetorics of the Body”; and “Counter-Discourses and Counter-images”.
https://www.ics.ulisboa.pt/livros/projectos-editoriais-e-propaganda
Projectos Editoriais e Propaganda. Imagens e Contra-Imagens no Estado Novo pretende trazer à discussão os «projectos editoriais» do período entre 1934 e 1974, entendidos quer enquanto materiais impressos autónomos na sua maioria com imagens fotográficas (livros, catálogos, guias de viagem, álbuns ou fotolivros), mas também numa concepção mais alargada. É o caso de revistas de longa duração, como a revista Panorama, ou a produção documental de divulgação de uma grande exposição, como as várias que o regime promoveu. Os projectos editoriais são pensados enquanto objectos de mediação entre o poder político e o campo cultural e enquanto propaganda política e arte, pois os seus autores – fotógrafos, pintores, poetas, realizadores, produtores e designers – criam discursos imagéticos próprios a fim de responderem a objectivos comunicacionais de massas, estabelecerem relações e estratégias conceptuais e gráficas, produzirem diferentes suportes e novas formas de editar, publicar e circular pelo público. Os projectos editoriais aqui analisados integram-se tanto na propaganda visual do regime como em oposição a ele, depois da Segunda Guerra Mundial, naquilo a que chamámos «contra-imagens».
ou, mais tarde, o das fotojornalistas que ousaram fazer dessas actividades o seu
métier é ainda invisível. Ao contrário das mulheres-jornalistas cuja presença nos
jornais foi tímida, mas cujo acesso à profissão, nos anos 80, rejuvenesceu um ofício
até aí predominantemente masculino e pouco qualificado, a integração das
mulheres foto-repórteres foi mais lenta. Apesar da inexistência de dados fidedignos
nacionais, as investigações internacionais sugerem que a sua presença é ainda
escassa. Um inquérito ao prémio da World Press Photo (2015) diz-nos que 85% dos
concorrentes eram homens (Hadland, Campbell et al, 2015).
O objectivo deste estudo é, pois, discutir a invisibilidade e a reconfiguração dessa
profissão, tardiamente reconhecida, através da desocultação do caso de Beatriz
Ferreira (1916-1996), foto-repórter d’O Século e do Século Ilustrado, entre 1947 e
1977, onde também foi responsável pelos serviços fotográficos.
A investigação completa deste trabalho será apresentada em artigo a publicar brevemente.
https://vimeo.com/342600774
O Fotobox da autoria de Luiz Carvalho, é o único programa na Televisão portuguesa dedicado à imagem e em especial à fotografia. O realizador filmou a exposição FOTOGRAFIA IMPRESSA E PROPAGANDA VISUAL EM PORTUGAL (1934-1974) em Junho de 2019, que esteve na Biblioteca Nacional de Portugal entre 20 de Maio de 2019 e 13 de Setembro de 2019, com curadoria de Filomena Serra e Paula André.
A exposição inseriu-se no âmbito do projeto de investigação “Fotografia impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934-1974)”[FCT – PTDC/CPC-HAT/4533/2014]
O filme passou quatro vezes na RTP3, em duas versões uma com e a outra sem a publicidade inicial.
LINK: FOTOBOX 133
https://vimeo.com/342600774
Não cabem neste trabalho os “males de ausência” individuais ou colectivos das “culturas da diáspora” (K. Mercer), nem os fenómenos dramáticos das “deslocações”, na maior dos casos violentas, que a Europa viveu durante séculos até aos tempos globais de hoje, no que diz respeito à mobilidade de culturas ou ao colonialismo. Nesse caso, um outro tipo de ensaio seria exigido.
Este trabalho tem como finalidade analisar as representações visuais integradas em dois dos álbuns da Primeira Exposição Colonial Portuguesa de 1934 e o modo como o corpo se tornou um espaço de inscrição e categorização racial e cultural, mas também uma parte exótica e erótica do «Outro», em nome da propaganda do regime no sentido de legitimar a sua condição colonial. Os álbuns em questão são o Álbum Fotográfico, com clichés do fotógrafo Domingos Alvão, e o Álbum Comemorativo, com reproduções fotográficas e desenhos do pintor Eduardo Malta. Folheando esses registos, vemos desfilar perante os nossos olhos imagens de homens e mulheres, quer dos governantes do país e dos organizadores da exposição, quer das populações indígenas das antigas colónias. Se, por um lado, temos a retratística convencional, por outro temos as representações do corpo do «outro» em submissão. As representações fotográficas e gráficas constituem um um objecto autónomo. Eles tornaram-se uma espécie de exposições portáteis evocadoras.
Almada’s interest in dance led him to devote himself to choreography. Before that, he started in art with humoristic drawings. Immediately after, he found a continuity from hand movement to the movement of the body. Dance could be regarded as drawing and even as a kind of non-written movements and their reading. Our conviction is strengthened when we observe two photographic nude portraits of Almada by the playwright Vitoriano Braga.
These two images of the artist’s gestures suggest several interrogations, but there is no doubt that these nudes represent a modern body. They are a witness of the late Nineteen Tens and those years of Portuguese Futurism.
"
Neste trabalho não se trata de estudar as diferentes versões do mito, mas verificar que esse homem idealizado se consubstanciou em primeiro lugar numa figura que se apresentava como exemplar, providencial e salvadora que foi a de Salazar.
Através de uma representação pictórica do ditador, realizada pelo pintor mundano, anti-modernista, Eduardo Malta (1900-1967) em 1933, discutiremos este ponto de vista. Essa imagem visou construir o perfil de um homem que hoje nos aparece, sob o rosto de uma máscara sinistra, a memória de um determinado passado. Embora tenham sido realizados diversos retratos de Salazar, este é possivelmente o único retrato tirado do natural.
CALL FOR PAPERS | ARTISTIC CONFLUENCES IN THE IBEROAMERICAN CULTURE (1600-1850). THE WORLD OF ROBERT C. SMITH (1912-1975) | UNTIL 15 JUL.
No ano em que se comemoram os 110 anos do nascimento de Robert C. Smith (1912-1975), historiador de arte norte americano, que dedicou grande parte da sua vida académica aos estudos da arte e cultura Iberoamericanas dos séculos XVII e XVIII, impôs-se assinalar esta efeméride lançando o Congresso Internacional “Confluências artísticas na cultura Iberoamericana. O mundo de Robert C. Smith (1912-1975)”.
Com este congresso pretende-se revisitar os temas da obra de Robert Smith, ampliando a sua dimensão num contexto interdisciplinar e contemporâneo. A sua obra publicada e inédita constitui atualmente um legado cientificamente relevante para as pesquisas que se desenvolvem em torno da temática escolhida. Refletir e problematizar sobre o seu legado, inseri-lo no campo mais vasto dos estudos de cultura Iberoamericana, recuperar temas e objetos menorizados à luz da nova historiografia de arte e projetar novos caminhos para o seu estudo e divulgação são os objetivos latos deste encontro internacional.
Temas da chamada de trabalhos:
O legado de Robert C. Smith: desafios para futuras investigações
Agendas políticas e religiosas: desejo, produção e consumo de bens culturais
Encontros culturais nas artes Ibero-americanas: continuidades e ruturas
Para além dos nacionalismos: a transnacionalidade como prática cultural e social
Nova vida para objetos antigos: outros usos e ressignificações
Repensando o arquivo: novas leituras e interpretações de antigos documentos
Na ausência do arquivo: objetos de arte anónimos e novas formas de investigação~
Diáspora: impactos na produção, consumo e sentido dos objetos de arte
Arte e propaganda nos Estados Novos português (1936-1975) e brasileiro (1937-1945): o papel dos media
Herança visual e material: olhares interdisciplinares sobre conhecimento e gestão de bens culturais
Reconstruções e recreações virtuais de objetos destruídos: da fotogrametria ao 3D scanning
Historiografias e Luso-Tropicalismo
Prazo prolongado para envio de propostas: 15 de julho, 2022
Contacto: congresso.robertsmith@gmail.com
Todas as informações em: congresso-robertsmith.weebly.com
Curso de Doutoramento em Históira da Arte, FCSH-UNL
9 de Outubro de 2014