André Deak é doutor em Design na FAU-USP. Diretor da produtora Liquid Media Lab, produtor de jornalismo multimídia, consultor de comunicação digital, professor na graduação da ESPM em cinema e jornalismo, coordenador do Laboratório de Formatos Híbridos (ESPM), pesquisador do Laboratório para Outros Urbanismos (FAUUSP). Foi pesquisador também do LabCidade da FAU. Trabalha desde 1998 com projetos para comunicação na internet. Co-fundador da Casa da Cultura Digital em São Paulo (2009-2014). Co-fundador da iniciativa Arte Fora do Museu (2011) e Mapas Afetivos (2014), cujos desenvolvimentos levaram a mais de 50 outros projetos de mapeamentos online. Desenvolveu ainda plataformas para transmissão online de eventos ao vivo quando coordenou a estratégia e a execução das soluções web do Instituto CPFL Cultura. Realizou mais de 400 eventos live stream desde 2008. Nos tempos de jornalista, foi repórter freelancer para diversas revistas, quando produziu reportagens de quase todos os países da América do Sul e Europa ocidental. Co-organizador do livro Vozes da Democracia (2006), durante o período em que participou da ONG Intervozes. Viveu em Brasília, onde foi editor multimídia durante o processo de deschapabranquização da Agência Brasil, até 2007. Prêmio Vladimir Herzog 2008, categoria internet. Indicado em 2012 ao Best Blog Awards, da Deustchewelle. Ministrou cursos e palestras sobre jornalismo online e interfaces interativas (USP, UERJ, UFSC, PUC-SP, Unimep, Cásper Líbero Comunique-se, Diários Associados, Abraji, Editora Abril, entre outros). Mestre pela ECA-USP na área teoria da comunicação. Curador do Google Street Art Projet 2013. Convidado pelo X Media Lab para keynote e consultoria na Suíça sobre projetos transmídia. Representante brasileiro no consórcio global de world building Planet Junk, com outras 12 universidades do mundo.
less
Uploads
Papers by Andre Deak
usava técnicas da escrita de ficção para contar melhor histórias
reais: Rodolfo Walsh, Gay Talese e Truman Capote foram alguns
dos expoentes deste formato. Estamos em 2020. Quais são as
novas fronteiras que o jornalismo e a não-ficção têm explorado?
Quais são as possibilidades de narrativas misturadas com
videogame, teatro, exposições multimídia e para onde pode ir
o jovem jornalista?
Books by Andre Deak
BUCCI, Eugênico; CARDOSO, Ana Paula; MELLO, Felipe (org.). Eu juro. São Paulo: Com Arte e Lis, 2023. P. 34-41.
Você vai se formar jornalista. Escreva o juramento com o qual você se compromete, com o qual seria capaz de estabelecer um compromisso de vida.
Sou um fantasma, vou voltar um dia para assombrar o sono de vocês dentro de dez ou quinze anos e vou perguntar se cumpriram o que vocês vão prometer nesta prova.
Eugênio Bucci, 2003.
Por Andre Deak (2023)
Link: http://intervozes.org.br/publicacoes/vozes-da-democracia/
Teaching Documents by Andre Deak
Documento produzido coletivamente por centenas de jornalistas que estavam na Radiobrás em 2006. Histórico, um dos melhores manuais de jornalismo público já produzidos no país.
Dissertação by Andre Deak
Thesis Chapters by Andre Deak
Mais de 60 anos depois de publicar Morte e Vida de Grandes Cidades (2018), Jane Jacobs ainda é uma referência para o urbanismo mundial. Vemos agora o discurso das smart cities reformularem a narrativa tecnocrata criticada por ela, em defesa não mais dos automóveis ou edifícios e de uma certa modernidade, mas de outra, ainda mais tecnoutópica. Esta pesquisa, iniciada em 2018 e intermediada por uma pandemia global, buscou como questão central o que seria uma cidade inteligente que fosse promotora da democracia. Foi feita uma varredura bibliográfica buscando 10 anos de artigos publi-cados, um processo de revisão sistemática através da extração massiva de dados em bases acadêmicas com milhares de artigos. O resultado aponta para indefinições conceituais e para o esgotamento deste discurso, sobretudo porque tem sido percebido como colonialista (FAUSTINO e LIPOLD; CAS-SINO, SOUZA e SILVEIRA) e tecnocêntrico (WILLIS, AURIGI), além de antropocêntrico (TSING, HARAWAY). O processo de pesquisa foi também uma contínua desconstrução epistemológica na medida em que foram percebidas as relações entre tecnologia e antropoceno e o quanto o próprio método de mineração de dados para realizar a revisão sistemática se aproximava de procedimentos coloniais de exploração e produção. A partir daí teve início uma investigação de epistemologias do Sul (SANTOS, MENESES) capazes de trazer novos olhares para o fenômeno não apenas das cidades inteligentes, mas da tecnologia e suas relações com grandes agrupamentos urbanos e o próprio hu-mano, além de ter fundamentado também mudanças metodológicas. O resultado da pesquisa foi, além da percepção de que as smart cities têm sido sobretudo uma narrativa de colonização pelo design, uma abertura para repensar as tecnologias e seus usos e apropriações de maneiras mais antropofági-cas, baseadas em modelos decoloniais, de resistência, de desobediência e resiliência. Aponta-se para um futuro das cidades mais democrático na medida em que inclua nele o pensamento, ações e tecno-logias periféricas, negras, de mulheres, de povos originários e de todos aqueles que hoje estão à mar-gem do discurso e do foco dos evangelistas de cidades ditas inteligentes.
Palavras-chave: smart cities, decolonialidade, antropoceno, TICs, design
Abstract
ALONSO, Andre Deak. Death and life of smart cities: technology, colonialism and anthropocene. 2023. 189 p. Tese (Doutorado em Design) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
More than 60 years after publishing Death and Life of Great Cities (2018), Jane Jacobs is still a reference for world urbanism. We now see the discourse of smart cities reformulate the technocratic narrative criticized by her, in defense no longer of cars or buildings and of a certain modernity, but of another, even more techno-utopian. This research, started in 2018 and mediated by a global pandemic, sought as a central question what would be a smart city that promotes democracy. A bibliographical sweep was carried out, seeking 10 years of published articles, a systematic review process through the massive extraction of data in academic databases with thousands of articles. The result points to conceptual indefinitions and to the exhaustion of this discourse, mainly because it has been perceived as colonialist (FAUSTINO and LIPOLD; CASSINO, SOUZA and SILVEIRA) and technocentric (WILLIS, AURIGI), as well as anthropocentric (TSING, HARAWAY). The research process was also a continuous epistemological deconstruction insofar as the relationships between technology and the Anthropocene were perceived and how much the data mining method itself to carry out the systematic review approached colonial procedures of exploration and production. From there, an investigation of epistemologies from the South (SANTOS, MENESES) began, capable of bringing new perspec-tives to the phenomenon not only of smart cities, but of technology and its relations with large urban groups and the human itself, in addition to having also substantiated methodological changes. The result of the research was, in addition to the perception that smart cities have been above all a narrative of colonization through design, an opening to rethink technologies and their uses and appropriations in more anthropophagic ways, based on decolonial models, resistance, disobedience and resilience. It points to a more democratic future of cities to the extent that it includes peripheral thinking, actions and technologies, black people, women, native peoples and all those who today are on the margins of the discourse and focus of the evangelicalists of so-called smart cities.
Keywords: smart cities, decoloniality, anthropocene, information technologies, design
usava técnicas da escrita de ficção para contar melhor histórias
reais: Rodolfo Walsh, Gay Talese e Truman Capote foram alguns
dos expoentes deste formato. Estamos em 2020. Quais são as
novas fronteiras que o jornalismo e a não-ficção têm explorado?
Quais são as possibilidades de narrativas misturadas com
videogame, teatro, exposições multimídia e para onde pode ir
o jovem jornalista?
BUCCI, Eugênico; CARDOSO, Ana Paula; MELLO, Felipe (org.). Eu juro. São Paulo: Com Arte e Lis, 2023. P. 34-41.
Você vai se formar jornalista. Escreva o juramento com o qual você se compromete, com o qual seria capaz de estabelecer um compromisso de vida.
Sou um fantasma, vou voltar um dia para assombrar o sono de vocês dentro de dez ou quinze anos e vou perguntar se cumpriram o que vocês vão prometer nesta prova.
Eugênio Bucci, 2003.
Por Andre Deak (2023)
Link: http://intervozes.org.br/publicacoes/vozes-da-democracia/
Documento produzido coletivamente por centenas de jornalistas que estavam na Radiobrás em 2006. Histórico, um dos melhores manuais de jornalismo público já produzidos no país.
Mais de 60 anos depois de publicar Morte e Vida de Grandes Cidades (2018), Jane Jacobs ainda é uma referência para o urbanismo mundial. Vemos agora o discurso das smart cities reformularem a narrativa tecnocrata criticada por ela, em defesa não mais dos automóveis ou edifícios e de uma certa modernidade, mas de outra, ainda mais tecnoutópica. Esta pesquisa, iniciada em 2018 e intermediada por uma pandemia global, buscou como questão central o que seria uma cidade inteligente que fosse promotora da democracia. Foi feita uma varredura bibliográfica buscando 10 anos de artigos publi-cados, um processo de revisão sistemática através da extração massiva de dados em bases acadêmicas com milhares de artigos. O resultado aponta para indefinições conceituais e para o esgotamento deste discurso, sobretudo porque tem sido percebido como colonialista (FAUSTINO e LIPOLD; CAS-SINO, SOUZA e SILVEIRA) e tecnocêntrico (WILLIS, AURIGI), além de antropocêntrico (TSING, HARAWAY). O processo de pesquisa foi também uma contínua desconstrução epistemológica na medida em que foram percebidas as relações entre tecnologia e antropoceno e o quanto o próprio método de mineração de dados para realizar a revisão sistemática se aproximava de procedimentos coloniais de exploração e produção. A partir daí teve início uma investigação de epistemologias do Sul (SANTOS, MENESES) capazes de trazer novos olhares para o fenômeno não apenas das cidades inteligentes, mas da tecnologia e suas relações com grandes agrupamentos urbanos e o próprio hu-mano, além de ter fundamentado também mudanças metodológicas. O resultado da pesquisa foi, além da percepção de que as smart cities têm sido sobretudo uma narrativa de colonização pelo design, uma abertura para repensar as tecnologias e seus usos e apropriações de maneiras mais antropofági-cas, baseadas em modelos decoloniais, de resistência, de desobediência e resiliência. Aponta-se para um futuro das cidades mais democrático na medida em que inclua nele o pensamento, ações e tecno-logias periféricas, negras, de mulheres, de povos originários e de todos aqueles que hoje estão à mar-gem do discurso e do foco dos evangelistas de cidades ditas inteligentes.
Palavras-chave: smart cities, decolonialidade, antropoceno, TICs, design
Abstract
ALONSO, Andre Deak. Death and life of smart cities: technology, colonialism and anthropocene. 2023. 189 p. Tese (Doutorado em Design) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
More than 60 years after publishing Death and Life of Great Cities (2018), Jane Jacobs is still a reference for world urbanism. We now see the discourse of smart cities reformulate the technocratic narrative criticized by her, in defense no longer of cars or buildings and of a certain modernity, but of another, even more techno-utopian. This research, started in 2018 and mediated by a global pandemic, sought as a central question what would be a smart city that promotes democracy. A bibliographical sweep was carried out, seeking 10 years of published articles, a systematic review process through the massive extraction of data in academic databases with thousands of articles. The result points to conceptual indefinitions and to the exhaustion of this discourse, mainly because it has been perceived as colonialist (FAUSTINO and LIPOLD; CASSINO, SOUZA and SILVEIRA) and technocentric (WILLIS, AURIGI), as well as anthropocentric (TSING, HARAWAY). The research process was also a continuous epistemological deconstruction insofar as the relationships between technology and the Anthropocene were perceived and how much the data mining method itself to carry out the systematic review approached colonial procedures of exploration and production. From there, an investigation of epistemologies from the South (SANTOS, MENESES) began, capable of bringing new perspec-tives to the phenomenon not only of smart cities, but of technology and its relations with large urban groups and the human itself, in addition to having also substantiated methodological changes. The result of the research was, in addition to the perception that smart cities have been above all a narrative of colonization through design, an opening to rethink technologies and their uses and appropriations in more anthropophagic ways, based on decolonial models, resistance, disobedience and resilience. It points to a more democratic future of cities to the extent that it includes peripheral thinking, actions and technologies, black people, women, native peoples and all those who today are on the margins of the discourse and focus of the evangelicalists of so-called smart cities.
Keywords: smart cities, decoloniality, anthropocene, information technologies, design