Jorge Uribe
Universidad EAFIT, Escuela de Artes y Humanidades, Faculty Member
- Universidade de São Paulo, DLCV, Post-DocUniversidade de São Paulo, Literatura Portuguesa I, Post-Docadd
- Portuguese and Brazilian Literature, Latin American literature, Oscar Wilde, Modernist Literature (Literary Modernism), European Modernism, Fernando Pessoa, and 25 moreCritical Theory, Matthew Arnold, Walter Pater, Nineteenth-Century Literature and Culture, Portuguese Studies, Textual Criticism and Editing, Archives, Portuguese Literature, Literature, Comparative Literature, Literary Theory, English Literature, Critique Génétique, Portuguese Contemporary History, Twentieth Century Literature, Marginalia, Literary Criticism, Victorian Literature, Modernism, Literatura Portuguesa, Luso-Afro-Brazilian Studies, Brazilian Literature, Nineteenth Century Studies, Digital Humanities, and Textual Criticismedit
Nascido em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, a 28 de Fevereiro de 1891, Côrtes‑Rodrigues era descendente de madeirenses, irlandeses e italianos, e teve uma formação religiosa no seio da casa paterna. Muito do que hoje é... more
Nascido em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, a 28 de Fevereiro de 1891, Côrtes‑Rodrigues era descendente de madeirenses, irlandeses e italianos, e teve uma formação religiosa no seio da casa paterna. Muito do que hoje é possível saber acerca do poeta, professor, etnógrafo, colunista e membro do grupo de jovens artistas que, em 1915, fundaram a revista Orpheu, depreende‑se das palavras que Côrtes‑Rodrigues utilizou para se descrever publicamente nos anos cinquenta. Isto é, palavras proferidas muito depois da publicação dessa revista e, também, depois da primeira publicação da biografia de Fernando Pessoa por João Gaspar Simões, intitulada Vida e Obra de Fernando Pessoa: História de Uma Geração.
Research Interests:
«Para que a sofística seja realmente interessante tem de supor‑se, claro, que seja exposta a mentes realmente inteligentes e resista ao exame de pessoas realmente perspicazes. Não há nenhum mérito em demonstrar algo absurdo a um tolo. Os... more
«Para que a sofística seja realmente interessante tem de supor‑se, claro, que seja exposta a mentes realmente inteligentes e resista ao exame de pessoas realmente perspicazes. Não há nenhum mérito em demonstrar algo absurdo a um tolo. Os grandes sofistas são portanto os que não só demonstram o “indemonstrável”, mas o fazem de tal modo que a refutação poderá ser impossível excepto desviando‑se da linha da argumentação ou expondo os factos de outro modo, o que, claro, não é, de modo algum, uma refutação, mas uma contra‑demonstração, o que é bastante diferente.»
Research Interests:
O que têm em comum as profecias de um sapateiro do século XVI com as provocadoras insinuações das Canções de Boto, da Sodoma Divinizada de Raul Leal ou dos English Poems de Pessoa? Como podem as trovas proféticas de Bandarra, que... more
O que têm em comum as profecias de um sapateiro do século XVI com as provocadoras insinuações das Canções de Boto, da Sodoma Divinizada de Raul Leal ou dos English Poems de Pessoa? Como podem as trovas proféticas de Bandarra, que durante mais de três séculos fizeram correr tanta tinta, coexistir com A Invenção do Dia Claro de Almada Negreiros, exemplo paradigmático de inovação no modernismo português?
Ao inserir as Trovas do Bandarra no seu projecto editorial, Fernando Pessoa transforma-as numa peça icónica da história cultural portuguesa, fundando nelas o mito do sebastianismo que, segundo Pessoa, deveria ser difundido, incarnado e consequentemente realizado, para que a glória da nação portuguesa se cumprisse. A publicação duma edição das Trovas do Bandarra pela Olisipo seria parte de um projecto cultural mais lato e, simultaneamente, uma espécie de preâmbulo à obra de Fernando Pessoa.
Ao inserir as Trovas do Bandarra no seu projecto editorial, Fernando Pessoa transforma-as numa peça icónica da história cultural portuguesa, fundando nelas o mito do sebastianismo que, segundo Pessoa, deveria ser difundido, incarnado e consequentemente realizado, para que a glória da nação portuguesa se cumprisse. A publicação duma edição das Trovas do Bandarra pela Olisipo seria parte de um projecto cultural mais lato e, simultaneamente, uma espécie de preâmbulo à obra de Fernando Pessoa.
SFRH/BPD/85276/2012 UID/ELT/00657/2013 PTDC/CPC-ELT/4587/2012Introdução ao número 1 da Revista Estranhar Pessoa.publishersversionpublishe
Research Interests:
Portugal / Lisboa A obra de Álvaro de Campos está no âmago das vanguardas históricas, da poesia lírica moderna e da obra pessoana, tomada em conjunto. A Álvaro de Campos estão atribuídas as grandes odes sensacionistas, alguns dos maiores... more
Portugal / Lisboa A obra de Álvaro de Campos está no âmago das vanguardas históricas, da poesia lírica moderna e da obra pessoana, tomada em conjunto. A Álvaro de Campos estão atribuídas as grandes odes sensacionistas, alguns dos maiores poemas lírico-dramáticos da literatura portuguesa e as «Notas para a recordação do meu mestre Caeiro», que deviam acompanhar o primeiro volume das obras reunidas projectadas por Pessoa: os Poemas Completos de Alberto Caeiro. Paradoxalmente, Pessoa atribuiu aos heterónimos e semi-heterónimos as suas principais obras, dando a Campos a «Ode Triunfal», a «Tabacaria» e a hagiografia laica de Caeiro. Campos escreveu ainda cartas e avisos incendiários, deu entrevistas e respondeu a inquéritos, e infiltrou-se na vida e na obra de Pessoa. É como se Álvaro de Campos tivesse surgido para cumprir um desígnio que Fernando Pessoa anunciara em 1915: «Portugal precisa dum indisciplinador.»
Research Interests: Portuguese and Brazilian Literature, Portuguese Studies, Textual Criticism, Fernando Pessoa, Portuguese Literature, and 8 moreTextual Criticism and Editing, Álvaro de Campos, Biblioteca Particular De Fernando Pessoa, Teresa Rita Lopes, Antonio Cardiello, Cleonice Berardinelli, Jorge Uribe, and Filipa Freitas
Research Interests:
Research Interests:
Fernando Pessoa concebeu inúmeros projetos editoriais, através dos quais não só projetava a sua obra para futura publicação como lhe conferia um sentido de conjunto que sem que estes não possuiria. Esta afirmação surpreende leitores que... more
Fernando Pessoa concebeu inúmeros projetos editoriais, através dos quais não só projetava a sua obra para futura publicação como lhe conferia um sentido de conjunto que sem que estes não possuiria. Esta afirmação surpreende leitores que julgam encontrar em Pessoa a figura do poeta que se recolhe no anonimato e opta por não publicar a sua obra. Nada poderia estar mais distante de um autor para quem o planeamento editorial e a consequente projeção da obra numa série de volumes a publicar, que implicava sempre uma revisão do seu desenho de conjunto, eram uma obsessão permanente. Paralelamente à escrita de poemas e prosa, Pessoa agrupava projetos de edição e publicação em inúmeras listas, que aqui reunimos sob a forma de uma antologia comentada, que se apresenta simultaneamente como um estudo do planeamento editorial de Fernando Pessoa e uma edição dos documentos fundamentais desse planeamento, as listas de projetos editoriais.
Research Interests:
Research Interests:
Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, Issue 1 Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, No. 1, Spring. Brown Digital Repository. Brown University. https://doi.org/10.7301/Z0XW4H04 https://doi.org/10.7301/Z0XW4H04
Research Interests:
Fernando Pessoa publicou um único livro em português, em 1934, um ano antes da morte. Esse livro, porém, é produto de um processo de escrita que se estendeu durante mais de 20 anos, marcado por publicações parciais em revistas literárias.... more
Fernando Pessoa publicou um único livro em português, em 1934, um ano antes da morte. Esse livro, porém, é produto de um processo de escrita que se estendeu durante mais de 20 anos, marcado por publicações parciais em revistas literárias. Para o reconhecimento abrangente desse processo criativo, convergem, ainda, dezenas de documentos que fazem parte do espólio do autor, cujos graus de filiação ao livro, enquanto produto definitivo, variam significativamente. Porque os “livros”, neste caso Mensagem, na sua pretendida autossuficiência material constituem unidades em oposição aos processos que os fizeram possíveis, sendo esses caracteristicamente inconclusivos, porosos nas sua fronteiras e instáveis na sua identidade, a obra de Fernando Pessoa é mais adequadamente descrita em analogia com os segundos: uma obra-arquivo, work in progress, e não uma obra-coleção de livros, éditos ou inéditos. Nesse contexto, um poema de Mensagem, uma nota diarística de 1913, e a poética de “O Guardador de Rebanhos”, participam numa legibilidade implicativa da obra.
Research Interests:
Research Interests:
Abstract In this article, we consider different periods of the critical reception of the so-called " Letter on the genesis of the heteronyms", since its first publication in 1937 until our days, while we collect and confront the genetic... more
Abstract In this article, we consider different periods of the critical reception of the so-called " Letter on the genesis of the heteronyms", since its first publication in 1937 until our days, while we collect and confront the genetic material from the author's archive related to the production of the letter and of the narrative that it contains. This simultaneous analysis of the reading possibilities of the text and of its materiality seeks to provide new guidelines for an interpretative assessment of Pessoa's comments on his own creative process in which fiction and Philology stand together.
Research Interests:
In a polemical article Pessoa wrote in 1922 about his close acquaintance the poet Antonio Botto, Walter Pater was identified as a standard of comparison. Two years later, in the second issue of his art and literature review Athena, Pessoa... more
In a polemical article Pessoa wrote in 1922 about his close acquaintance the poet Antonio Botto, Walter Pater was identified as a standard of comparison. Two years later, in the second issue of his art and literature review Athena, Pessoa became the first translator of Pater’s work in Portugal, publishing a brief prose piece, “La Gioconda,” extracted from the essay on Leonardo da Vinci in Pater’s The Renaissance. However, as the public now knows, after almost eighty years of constantly renewed posthumous publication, what Pessoa published during his life is just the tip of the iceberg. What he translated and published, together with the reference to Pater in his printed article, is but a dim reminiscence of both a well-informed interest, nourished for several years, and a much more ambitious editorial project. Such a project aimed to make Pater's name familiar to a community of readers who would eventually become readers of Pessoa’s literary works. The goal of this essay is to offer the reader a panoramic view of how and in which forms Pessoa’s literary production make reference to Pater’s, shedding light on both the influence and the instrumental use of tradition in Pessoa’s writings.
Research Interests:
This article comments on Oscar Wilde's silenced presence in an apparently isolated text that Fernando Pessoa published, in 1914, under the title "Chronicas Decorativas". It was the first of a series that remained unpublished. The... more
This article comments on Oscar Wilde's silenced presence in an apparently isolated text that Fernando Pessoa published, in 1914, under the title "Chronicas Decorativas". It was the first of a series that remained unpublished. The reference to Wilde helps to relate this text, and the series to which it belongs, to the seminal development of a poetry of feigning, deeply rooted in Wilde's arnoldian studies on criticism, on which Pessoa reflected upon in order to design what he will later refer to as the "mothering" of Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos, precisely on that year of 1914.
Research Interests:
Research Interests:
Research Interests:
Uma história: sobre como o encontro com um poeta, ou uns poemas, mudam uma vida para que esta torne-se o que realmente é. O primeiro acto de uma cena chamada Álvaro de Campos.
Pessoa leyó durante casi treinta años sobre Oscar Wilde y a Oscar Wilde. Estudiar los remanentes de estas lecturas en la forma de notas que sobrevivieron entre los papeles del autor portugués y las marginalia manuscritas entre las páginas... more
Pessoa leyó durante casi treinta años sobre Oscar Wilde y a Oscar Wilde. Estudiar los remanentes de estas lecturas en la forma de notas que sobrevivieron entre los papeles del autor portugués y las marginalia manuscritas entre las páginas de libros de su biblioteca particular no sólo permite crear una historia común entre dos de los autores europeos que con mayor dedicación desarrollaron el concepto de fingir/mentir en arte, sino que requiere una reflexión atenta sobre la manera como la crítica literaria puede establecer relaciones entre autores y evaluar los diversos aspectos de aquello que cada vez más vulgarmente se llama el problema de la influencia.
Research Interests:
A máscara de papéis: Pessoa leitor de Oscar Wilde. Na Biblioteca Particular de Fernando Pessoa existem quatro livros de Oscar Wilde, mais quatro sobre ele e ainda dois que estão diretamente relacionados com este autor. Por outro lado,... more
A máscara de papéis: Pessoa leitor de Oscar Wilde.
Na Biblioteca Particular de Fernando Pessoa existem quatro livros de Oscar Wilde, mais quatro sobre ele e ainda dois que estão diretamente relacionados com este autor. Por outro lado, no espólio da Biblioteca Nacional encontram-se mais de setenta documentos relacionados com o autor de The Portrait of Mr. W. H; alguns são esboços de ensaios dedicados a assuntos relacionados com a figura de Wilde como autor; outros são traduções dos seus poemas; mas sobretudo, muitos são planos editoriais que implicam um profundo conhecimento da obra wildeana por parte de Pessoa e um marcado interesse por fazer que outros, possivelmente os leitores da própria obra, partilhassem o dito conhecimento. Estes papéis manifestam a intenção não realizada de criar um aditamento na leitura de Wilde, uma mediação necessária na medida em que esta poderia prestar favor à obra pessoana e estabelecer assim uma estreita relação entre dois autores que partilham mais do que uma atração pela ideia de fingir ou mentir em arte.
Jorge Uribe é licenciado da Facultad de artes y humanidades da Universidad de los Andes (Bogotá) e doutorando do Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universiade de Lisboa (FLUL). É membro do projeto Estranhar Pessoa e do Laboratório de Estudos Literários Avançados (ELAB) e investigador associado ao Instituto de Filosofia da Linguagem (IFL), unidades de investigação associadas a FCSH da Universidade Nova de Lisboa. É co-autor da edição de textos pessoanos Sebastianismo e Quinto Império (Ática, 2011) e autor das edições A Demonstração do Indemonstrável (Ática, 2011) e Trovas do Bandarra (Guimarães, 2010).
Na Biblioteca Particular de Fernando Pessoa existem quatro livros de Oscar Wilde, mais quatro sobre ele e ainda dois que estão diretamente relacionados com este autor. Por outro lado, no espólio da Biblioteca Nacional encontram-se mais de setenta documentos relacionados com o autor de The Portrait of Mr. W. H; alguns são esboços de ensaios dedicados a assuntos relacionados com a figura de Wilde como autor; outros são traduções dos seus poemas; mas sobretudo, muitos são planos editoriais que implicam um profundo conhecimento da obra wildeana por parte de Pessoa e um marcado interesse por fazer que outros, possivelmente os leitores da própria obra, partilhassem o dito conhecimento. Estes papéis manifestam a intenção não realizada de criar um aditamento na leitura de Wilde, uma mediação necessária na medida em que esta poderia prestar favor à obra pessoana e estabelecer assim uma estreita relação entre dois autores que partilham mais do que uma atração pela ideia de fingir ou mentir em arte.
Jorge Uribe é licenciado da Facultad de artes y humanidades da Universidad de los Andes (Bogotá) e doutorando do Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universiade de Lisboa (FLUL). É membro do projeto Estranhar Pessoa e do Laboratório de Estudos Literários Avançados (ELAB) e investigador associado ao Instituto de Filosofia da Linguagem (IFL), unidades de investigação associadas a FCSH da Universidade Nova de Lisboa. É co-autor da edição de textos pessoanos Sebastianismo e Quinto Império (Ática, 2011) e autor das edições A Demonstração do Indemonstrável (Ática, 2011) e Trovas do Bandarra (Guimarães, 2010).
"Fernando Pessoa was deeply interested in the figure of a Portuguese shoemaker from the mid-sixteenth century called Gonçalo Anes Bandarra (c. 1500 – c. 1556) who, coming from a “new Christian” context in northern Portugal, acquired some... more
"Fernando Pessoa was deeply interested in the figure of a Portuguese shoemaker from the mid-sixteenth century called Gonçalo Anes Bandarra (c. 1500 – c. 1556) who, coming from a “new Christian” context in northern Portugal, acquired some national popularity in his lifetime as an interpreter of the Bible and as the author of obscure prophecies in the form of popular songs (Trovas); popularity that did not passed unattended by Inquisitorial authorities of his time.
Pessoa planned the publication of Bandarra’s supposed works and at least one interpretative essay on his prophecies. None of these plans were ever accomplished but they constitute a significant part of Pessoa’s writings on the idea of vocational writing, of which he would refer to as “Mystic Nationalism”. Bandarra sang about the glorious return of a “hidden” King (o Encoberto) only thirty years before D. Sebastião I of Portugal embarked on a suicidal crusade to northern Africa. Subsequently, after the death of D. Sebastião and the loss of Portugal’s independence to Castilla, Bandarra’s voice became a stunning prophecy of the recovery of imperial glory. Many years after his words were continuously incarnated by later authors that kept this idea ever present in the minds of the Portuguese people, and that assured its continuity and validity as the centuries passed by in spite of this process sometimes undergoing variations and contamination from Bandarra original texts.
Pessoa wrote about the man, about the prophecies, but also about the problem of authorship while pondering profoundly on what prophecy and literary genius have in common and on what it means to create a “National Soul”."
Pessoa planned the publication of Bandarra’s supposed works and at least one interpretative essay on his prophecies. None of these plans were ever accomplished but they constitute a significant part of Pessoa’s writings on the idea of vocational writing, of which he would refer to as “Mystic Nationalism”. Bandarra sang about the glorious return of a “hidden” King (o Encoberto) only thirty years before D. Sebastião I of Portugal embarked on a suicidal crusade to northern Africa. Subsequently, after the death of D. Sebastião and the loss of Portugal’s independence to Castilla, Bandarra’s voice became a stunning prophecy of the recovery of imperial glory. Many years after his words were continuously incarnated by later authors that kept this idea ever present in the minds of the Portuguese people, and that assured its continuity and validity as the centuries passed by in spite of this process sometimes undergoing variations and contamination from Bandarra original texts.
Pessoa wrote about the man, about the prophecies, but also about the problem of authorship while pondering profoundly on what prophecy and literary genius have in common and on what it means to create a “National Soul”."
Research Interests:
La frantumaglia apresenta-se como encenação do diálogo entre o autor e o leitor, implícito na ficção, mas também é a mise en abyme das fronteiras que os separam. Nela, o leitor é literalmente inserido na trama. É por meio deste livro que... more
La frantumaglia apresenta-se como encenação do diálogo entre o autor e o leitor, implícito na ficção, mas também é a mise en abyme das fronteiras que os separam. Nela, o leitor é literalmente inserido na trama. É por meio deste livro que a obra de Ferrante se revela participante do jogo-sério da literatura, malabarismo virtuosístico de identidades. Este estranho volume, parte confissão, parte arquivo cheio de material «inédito», é um «olhar fendido» para um ateliê da escrita onde o mundo se dissolve e torna a surgir literatura.
Research Interests:
A Vida Plural de Fernando Pessoa tem um lugar de relevo no desenvolvimento dos estudos pessoanos que não deve ser subestimado. Ángel Crespo foi o primeiro estudioso que, após a proliferação de críticas negativas e questionamentos de... more
A Vida Plural de Fernando Pessoa tem um lugar de relevo no desenvolvimento dos estudos pessoanos que não deve ser subestimado. Ángel Crespo foi o primeiro estudioso que, após a proliferação de críticas negativas e questionamentos de diversa índole contra a Vida e Obra de Fernando Pessoa: história de uma geração, de João Gaspar Simões, assumiu o desafio de contestar essa obra pioneira. Por esse motivo, não surpreende que seja em contraposição a esse livro colossal que surjam os maiores acertos desta segunda biografia, a qual, a seu favor, ainda contou com uma vasta quantidade de textos pessoanos publicados no intervalo entre os dois trabalhos.
Research Interests:
A faceta de ficcionista ou contista de Fernando Pessoa tem recebido, comparativamente com outras, menor atenção por parte dos leitores, nomeadamente dos críticos e editores. Não é comum que Pessoa seja identificado como um potencial... more
A faceta de ficcionista ou contista de Fernando Pessoa tem recebido, comparativamente com outras, menor atenção por parte dos leitores, nomeadamente dos críticos e editores. Não é comum que Pessoa seja identificado como um potencial contista com maior assertividade que como crítico ou como dramaturgo. Essa falta de atenção tem raízes num desconhecimento muito aprofundado de um corpus textual classificável sob esse género, junto com a falta de discussão acerca dos limites da categoria conto ou ficção aplicada à escrita pessoana. A principal justificativa para esse estado das coisas poderia ser que boa parte da produção pessoana que caberia na denominação contos ou ficções breves se encontra no espólio em estado marcadamente inacabado e muito disperso, pelo que é possível que alguns editores não a tenham considerado matéria publicável, sobretudo antes de 1988. Isto é substancialmente diferente da consideração dada a outras partes da obra, embora estas também existam em estados marcadamente inconclusivos, como por exemplo muitas das páginas de esboços de ensaios ou artigos críticos que já foram reunidas, em mais do que um volume, como conjuntos de prosa crítica desde 1946 (cf. Páginas de Doutrina Estética). Quiçá, a diferença no trato crítico e editorial se deva também a uma noção de unidade e/ou autossuficiência que o leitor pode esperar que seja mais robusta respeito ao género conto do que em outros géneros, o que dificulta a comercialização das edições de textos muito fragmentários sob essa etiqueta. Em qualquer caso, a falta de visibilidade dos materiais associados a ficções curtas ou contos no espólio pessoano constitui uma lacuna editorial a ser preenchida, já que a variedade dos títulos que o autor projetou durante a sua vida e a produção que chegou a legar à posteridade nesse âmbito interessa não só por si mesma, mas também pelas suas implicações sobre a leitura de outras partes da obra, mais familiares a todos os leitores. * Universidade de São Paulo (USP), bolsista de pós-doutorado PNPD/CAPES.