FÍSICA
Volume 03
Sumário - Física
2
Coleção Estudo
Frente A
05
06
3
Movimento circular
Autor: Francisco Pazzini Couto
15
Leis de Newton
Autor: Francisco Pazzini Couto
Frente B
05
06
27
1a Lei da Termodinâmica
Autor: Luiz Machado
39
2a Lei da Termodinâmica
Autor: Luiz Machado
Frente C
05
06
51
Lentes esféricas
Autor: Lívio Ribeiro Canto
63
Instrumentos ópticos
Autor: Lívio Ribeiro Canto
Frente D
07
75
Associação de resistores
Autores: Luiz Machado
Lívio Ribeiro Canto
08
85
Resistores no dia a dia
Autores: Luiz Machado
Lívio Ribeiro Canto
09
99
Instrumentos de medidas elétricas
Autores: Luiz Machado
Lívio Ribeiro Canto
FÍSICA
MÓDULO
05 A
Movimento circular
Nos módulos anteriores, estudamos as propriedades
fundamentais dos movimentos retilíneos, utilizando
grandezas como distância percorrida, deslocamento,
velocidade e aceleração para caracterizá-los. Neste módulo,
discutiremos algumas grandezas que nos auxiliam na
descrição e na caracterização dos movimentos curvilíneos.
Esses movimentos estão presentes em várias situações de
nosso dia a dia e em muitos dispositivos: uma bola lançada
FRENTE
imediatamente: o ponto mais externo percorrerá uma
trajetória de comprimento maior que o comprimento da
trajetória do outro ponto, apesar de ambos descreverem
o mesmo ângulo central no mesmo intervalo de tempo.
Isso nos mostra que necessitamos de uma grandeza para
descrever a velocidade de giro (velocidade angular) e de
outra para descrever a velocidade com a qual a trajetória
(circular) é percorrida (velocidade linear).
v
obliquamente, os carros realizando uma curva em uma
estrada e as engrenagens das máquinas são alguns exemplos
P2
de corpos que descrevem movimentos curvilíneos.
P1
∆θ
VELOCIDADE ANGULAR
R
R
v
Um objeto pode girar mais depressa que outro. O ponteiro
de segundos de um relógio gira mais rápido que o de minutos,
e este, mais rápido que o de horas. Para estudarmos o
movimento circular, é necessário definir uma grandeza que
meça essa “rapidez” de giro, que é a velocidade angular.
Antes de defini-la, devemos relembrar o conceito de
medidas de ângulo, tanto em graus quanto em radianos.
Um grau (°) é definido como 1/360 do ângulo total de
uma circunferência. Um radiano (rad) é a medida do
ângulo central de uma circunferência que determina
A figura anterior mostra uma partícula, em movimento
circular, passando por uma posição P1, em um instante t1,
e por uma posição P2, em um instante t2. Nesse intervalo
de tempo, ∆t, o ângulo central variou de ∆θ. Definimos a
velocidade angular (ω) como a razão entre ∆θ e ∆t:
um arco de comprimento l, igual ao raio R da mesma
circunferência. A figura a seguir mostra, na primeira imagem,
ω=
∆θ
∆t
um ângulo de 1 radiano. Na segunda imagem, temos um
ângulo genérico θ. A relação entre esse ângulo, o comprimento
do arco e o raio da circunferência também é apresentada.
L
ℓ=R
1 rad
θ
R
R
θ = L (θ em radianos)
R
Se você amarrar um barbante a uma pedra e marcar dois
A razão entre o comprimento da trajetória percorrida pela
partícula, para mover-se da posição P1 até a posição P2,
e o intervalo de tempo ∆t determinam o valor da velocidade
linear v (v = ∆s/∆t), também denominada velocidade
escalar ou tangencial. Intuitivamente, sabemos que há uma
relação entre as velocidades angular e linear de um corpo,
pois, quanto maior for a velocidade angular de um corpo,
maior será o ângulo percorrido por ele em certo tempo e maior
será, também, o comprimento da trajetória percorrida por ele
durante esse tempo. Na verdade, como esse comprimento é
proporcional ao ângulo, temos que a velocidade linear de um
corpo é diretamente proporcional à velocidade angular deste.
A relação entre as velocidades angular e linear de um corpo,
em movimento circular, pode ser expressa por:
pontos nesse barbante (o ponto A, mais externo, e o ponto B,
mais interno), ao colocar a pedra para girar, notará algo
v = ωR
Editora Bernoulli
3
Frente A Módulo 05
Por definição, 1 hertz representa uma volta ou revolução por
segundo. O hertz é a unidade de frequência utilizada pelo
Sistema Internacional de Unidades.
MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORME
Se uma partícula executa um movimento cuja trajetória
é uma circunferência e cujo módulo da velocidade linear é
constante, dizemos que essa partícula executa um movimento
circular uniforme (MCU). Isso ocorre, por exemplo, com os
ponteiros de um relógio ou com as engrenagens encontradas
em diversos dispositivos. O movimento da Terra ao redor do
Sol também pode ser considerado, com boa aproximação,
um movimento circular uniforme.
Uma característica desse movimento é o fato de o
vetor velocidade apresentar módulo constante, apesar de
sua direção variar continuamente, como mostra a figura
seguinte. Também é constante o módulo da velocidade
angular ω. Outra característica do movimento circular é o
fato de ele ser cíclico, ou seja, depois de um determinado
intervalo de tempo, a partícula volta a ocupar a mesma
posição, sob as mesmas condições, e assim o movimento
se repete.
|v1| = |v2| = |v3| = |v4| = |v|
1
=
T
f
1
⇒ T=
1
f
Há também uma relação entre a velocidade angular
de um corpo em MCU e a frequência desse movimento.
Ao efetuar uma volta completa, o corpo descreve um ângulo
de 2π radianos em um intervalo de tempo T (período do
movimento). Logo, utilizando a definição de velocidade
angular e a relação entre o período e a frequência, temos:
ω=
2π
T
⇒ ω = 2πf
Naturalmente, há também uma relação entre a velocidade
v2
2
De acordo com as definições de período e de frequência
apresentadas, no MCU, uma volta completada está para
um intervalo de tempo igual a T, assim como f voltas
completadas estão para um intervalo de tempo unitário
(1 s, 1 min, 1 h, etc). Portanto, podemos escrever a seguinte
igualdade de razões e deduzir uma equação de recorrência
entre T e f:
linear e a frequência. Lembrando que, durante um período T,
uma partícula em movimento circular uniforme de raio R
percorre um perímetro igual a 2πR e usando a definição da
velocidade linear, concluímos que o módulo dessa velocidade
v1
é dado por:
v=
3
1
2πR
T
= 2πRf
Comparando essa equação com a equação da velocidade
R
angular, obtida anteriormente, obtemos a seguinte expressão
v3
de recorrência entre essas duas velocidades:
v = ωR
v4
4
Há outra forma de deduzir essa relação, que consiste em
dividir os dois lados da equação L = θR, definida no início deste
No MCU, os módulos das velocidades angular e linear são
constantes. Já a direção do vetor velocidade linear é variável.
texto, pelo intervalo de tempo ∆t. Lembrando que v = L/∆t
Duas grandezas complementares são muito importantes
para caracterizarmos o MCU; são elas: o período (T) e a
frequência (f). Período é o intervalo de tempo necessário
para que um corpo, em MCU, efetue uma volta completa
em torno de uma circunferência. Por exemplo, o período de
revolução da Terra ao redor do Sol é de 1 ano, o período
de um ponteiro de segundos é de 1 minuto, o período da
broca de uma furadeira elétrica é da ordem de 0,01 s, etc.
realizar cálculos com a relação v = ωR, lembre-se de que o
Já a frequência está associada ao número de voltas
efetuadas pela partícula a cada unidade de tempo.
Por exemplo, se você amarrar um barbante a uma pedra e
girá-los, de modo que eles efetuem um MCU, obrigando
a pedra a efetuar 50 voltas em 10 s, a frequência desse
movimento será de 5 voltas/segundo ou 5 hertz (5 Hz).
4
Coleção Estudo
e que ω = θ/∆t, obtemos a relação desejada. Quando você
ângulo usado na medida de ω deve estar em radianos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
Uma roda de bicicleta de raio 0,30 m executa 20 voltas
em 5,0 s. Determinar
A) a frequência do movimento.
B) o período.
C) a velocidade angular da roda.
D) a velocidade linear de um ponto situado na
extremidade da roda.
Movimento circular
Resolução:
v2
A) A frequência do movimento pode ser calculada
dividindo-se o número de voltas efetuadas pelo
at
– v1
intervalo de tempo gasto:
a
ac
∆v
f = 20 voltas/5,0 segundos
B) O valor do período pode ser calculado utilizando a
equação T =
1 1
T = = s
. Dessa forma, temos:
f 4
f
⇒ T = 0, 25 s
1
C) A velocidade angular da roda pode ser calculada
utilizando a relação:
ω = 2πf = 2π.4
ω = 8π rad/s = 1 440°/s
D) A velocidade linear de um ponto da extremidade da
roda pode ser determinada a partir da relação v = ωR.
Dessa forma, temos:
Observe que o vetor a tem a mesma direção e o mesmo
sentido do vetor ∆v e pode ser decomposto em suas
componentes ortogonais, aceleração tangencial (a t) e
aceleração centrípeta (ac). Sabemos que:
a = at + ac e a2 = a2t + a2c
O vetor aceleração total está associado ao vetor força
resultante, conforme veremos em outro momento dos
nossos estudos. Por ora, vamos apenas associar o vetor at
à mudança no módulo do vetor velocidade, e o vetor ac,
à mudança de direção do vetor velocidade. Veja o quadro
a seguir, que associa o tipo de movimento às acelerações
que nele atuam.
a
at
ac
Retilíneo uniforme
–
–
–
v = ωR = 8π.0,30
Circular uniforme
X
–
X
v = 2,4π m/s ≅ 7,5 m/s
Retilíneo uniformemente variado
X
X
–
Circular uniformemente variado
X
X
X
ACELERAÇÃO VETORIAL:
TANGENCIAL E CENTRÍPETA
O vetor aceleração a apresenta valor não nulo sempre
que a velocidade varia, pois, como foi discutido nos módulos
anteriores, o conceito de aceleração está associado à mudança
de velocidade. Devemos agora ampliar o significado do
trecho em negrito para mudança no vetor velocidade,
pois sabe-se que a velocidade é uma grandeza vetorial,
podendo sofrer mudanças de módulo, direção ou sentido.
v2
1.
Características do vetor ac:
Módulo:
ac =
v2
R
(em que v é a velocidade linear e
R é o raio de curvatura da trajetória);
Direção: perpendicular à velocidade;
Sentido: para dentro da curva.
2.
Características do vetor at:
Módulo:
∆v
∆t
(em que ∆v é a variação do módulo da
velocidade linear e ∆t é o intervalo de tempo em que
ocorre essa variação);
v1
a=
Tipo de movimento
FÍSICA
⇒ f = 4,0 voltas/segundo = 4,0 hertz = 4,0 Hz
Direção: tangente à trajetória;
v – v1
∆v
= 2
∆t
t2 – t1
A figura anterior representa o vetor velocidade v de
uma partícula em dois instantes diferentes, nos quais
tanto o módulo quanto a direção do vetor velocidade
sofrem alterações. Para determinarmos o vetor aceleração
média, entre os instantes t1 e t2, devemos determinar o
vetor variação da velocidade ∆v, que é obtido por meio
da subtração entre os vetores v2 e v1, e, então, tomarmos
a razão entre o vetor ∆v e o intervalo de tempo ∆t.
Veja a ilustração que se segue:
Sentido: no sentido do movimento, se a velocidade
linear for crescente em módulo; e em sentido oposto
ao movimento, se essa velocidade for decrescente em
módulo.
Para visualizar as direções e os sentidos dos vetores
velocidade e aceleração, veja as figuras a seguir, que ilustram
os casos listados na tabela anterior.
1º caso: movimento retilíneo uniforme (MRU)
at = 0; ac = 0; a = 0
v1
v2
v3
Editora Bernoulli
v4
5
Frente A Módulo 05
EXERCÍCIO RESOLVIDO
2º caso: movimento retilíneo acelerado (MRA)
at ≠ 0; ac = 0; a ≠ 0
v1
v3
v2
02.
v4
A figura a seguir mostra o trajeto do circuito de um
autódromo. Nele, estão assinaladas seis posições,
representadas pelos números de 1 a 6.
Considere um carro de corrida movendo-se no sentido
1 → 2 → ... 6. As características do movimento do carro
em cada uma das posições assinaladas no circuito são
representadas no quadro seguinte
at
3º caso: movimento retilíneo retardado (MRR)
at ≠ 0; ac = 0; a ≠ 0
v2
v1
v3
v4
Posição
Trajetória
Módulo da velocidade
1
Retilínea
Decrescente
2
Curvilínea
Constante
3
Retilínea
Crescente
4
Curvilínea
Crescente
5
Retilínea
Crescente
6
Curvilínea
Decrescente
at
3
4º caso: movimento circular uniforme (MCU)
4
1
at = 0; ac ≠ 0; a ≠ 0 (ac ⊥ v)
6
2
v2
5
v3
v1
ac
ac
v4
ac
Para cada uma das posições assinaladas, representar os
vetores velocidade v, aceleração tangencial at e aceleração
centrípeta ac do carro. Justificar as representações.
Resolução:
ac
No quadro a seguir, representamos os vetores v, at e ac
em cada uma das posições do circuito e justificamos as
respectivas representações.
5º caso: movimento circular com velocidade crescente em
módulo, ou simplesmente movimento circular acelerado (MCA)
at ≠ 0; ac ≠ 0; a ≠ 0
O vetor velocidade v é sempre tangente à trajetória
e possui o mesmo sentido do movimento, como
representado nas figuras a seguir.
Trecho
at
v2
at
at
ac
v1
Justificativa
a
ac
v3
v
1
ac
6º caso: movimento circular com velocidade decrescente em
módulo, ou simplesmente movimento circular retardado (MCR)
at ≠ 0; ac ≠ 0; a ≠ 0
v1
2
at
v2
at
ac
at
ac
Coleção Estudo
3 a
v
ac
6
v
ac
v3
Não há aceleração centrípeta
atuando sobre o carro nessa posição,
pois o trecho é retilíneo. Como o
módulo da velocidade diminui, há
uma aceleração tangencial atuando
sobre o carro em sentido oposto ao
do vetor velocidade.
Não há aceleração tangencial
atuando sobre o carro nessa
posição, pois o módulo da velocidade
permanece constante. Como o carro
está efetuando uma curva, há uma
aceleração centrípeta atuando sobre
ele, cuja direção é perpendicular ao
vetor velocidade e cujo sentido é
para dentro da curva.
Nessa posição, não há aceleração
centrípeta atuando sobre o carro,
pois o trecho é retilíneo. Como o
módulo da velocidade aumenta, há
uma aceleração tangencial atuando
sobre o carro no mesmo sentido do
vetor velocidade.
Movimento circular
4
at
v
v
5
a
v
at
6
ac
Não há aceleração centrípeta
atuando sobre o carro nessa posição,
pois o trecho é retilíneo. Como o
módulo da velocidade aumenta, há
uma aceleração tangencial atuando
sobre o carro no mesmo sentido do
vetor velocidade.
O módulo da velocidade do carro
diminui. Logo, há uma aceleração
tangencial
atuando
sobre
o
carro em sentido oposto ao do
vetor velocidade. Como o carro
está efetuando uma curva, há
também uma aceleração centrípeta
atuando sobre ele, cuja direção é
perpendicular ao vetor velocidade e
cujo sentido é para dentro da curva.
MOVIMENTO DE CORPOS
ROLANTES
É um fato conhecido que quando um pneu rola sobre o
solo, sem deslizar sobre este, os pontos do pneu que tocam o
solo estão em repouso em relação a este. Esse estranho fato
pode ser comprovado por meio de uma fotografia do pneu de
um carro em movimento, na qual vemos nitidamente que as
letras que aparecem no pneu estão bem nítidas na parte de
baixo do pneu (próximo ao solo), indicando baixa velocidade
dos pontos do pneu próximo ao solo, enquanto que a parte de
cima do pneu aparece com as letras “borradas”, indicando que a
velocidade dos pontos do pneu na parte de cima deste é grande.
Podemos compreender o fato descrito utilizando o estudo
da composição de movimentos realizado no módulo anterior.
Os pontos A e B estão sujeitos a dois tipos de movimento,
um movimento de rotação, devido à rotação do eixo da roda,
e um movimento de translação, devido ao movimento de
translação do carro. O movimento resultante dos pontos A
e B é a composição desses dois movimentos, como mostra
a figura a seguir.
v0
v0
A
B
p
v0
M
d
O
B
p
d
=
O
A
v0 B
–v0
M
v0
+
O
2v0
A
s
M
r
anslação
Como não existe deslizamento entre o pneu e o solo,
a velocidade do ponto B em relação ao solo é nula, pois,
nesse ponto, os vetores velocidade, devido aos movimentos
de rotação e translação, anulam-se mutuamente. Para o
ponto A, os efeitos dos vetores se somam e, por esse motivo,
o módulo da velocidade relativa desse ponto é duas vezes
maior que o módulo da velocidade de translação do carro.
Quando registramos esse movimento fotograficamente,
os pontos de menor velocidade (próximos ao ponto B)
aparecem nítidos, enquanto que os pontos de maior
velocidade (próximos ao ponto A) aparecem borrados.
Movimento de um corpo rígido
Em muitas situações, temos de analisar o movimento
circular de um corpo rígido girando, como uma roda gigante,
ou um carrossel de um parque de diversões. Nesses casos,
todos os pontos do corpo, apesar de estarem a diferentes
distâncias do centro, giram solidariamente, efetuando um
giro completo no mesmo intervalo de tempo, ou seja, todos
os pontos do corpo possuem a mesma velocidade angular.
Um bom exemplo dessa situação é a Terra. Considere a figura
a seguir, que mostra duas pessoas, A e B, sobre a superfície
da Terra, uma sobre a Linha do Equador e outra sobre a Linha
do Trópico de Capricórnio. Vejamos como se relacionam o
período (T), a velocidade angular (ω), a velocidade linear (ν),
a aceleração centrípeta (ac) e a aceleração tangencial (at)
que atuam sobre as pessoas A e B no movimento de rotação
da Terra.
SXC / Adaptada
A
Suponhamos que o carro tenha uma velocidade v0 em
relação ao solo e marquemos dois pontos, A e B, na parte
superior e inferior do pneu, respectivamente.
B
Editora Bernoulli
7
FÍSICA
ac
O módulo da velocidade do carro
aumenta. Logo, há uma aceleração
tangencial atuando sobre ele no
mesmo sentido do vetor velocidade.
Como o carro está efetuando uma
curva, há também uma aceleração
centrípeta atuando sobre ele, cuja
direção é perpendicular ao vetor
velocidade e cujo sentido é para
dentro da curva.
Frente A Módulo 05
•
•
•
período T: as duas pessoas encontram-se sobre a
superfície da Terra e esta completa uma volta em torno
de seu próprio eixo a cada 24 h. Consequentemente,
todas as pessoas que se encontram sobre a Terra
completarão uma volta em torno do eixo desta nesse
mesmo intervalo de tempo. Logo, as pessoas A e B
possuem o mesmo período de movimento.
A
vA
RA
velocidade angular (ω): a velocidade angular é uma
grandeza que mede a rapidez de giro de um objeto,
definida matematicamente como o ritmo no qual o
ângulo central da posição do objeto varia. Como as
duas pessoas descrevem o mesmo ângulo no mesmo
intervalo de tempo, suas velocidades angulares serão
iguais.
velocidade linear (v): a velocidade linear depende da
distância percorrida e do intervalo de tempo gasto
para percorrê-la. Como o raio da circunferência
descrita pela pessoa A é maior que o raio da
circunferência descrita pela pessoa B, e como as duas
pessoas descrevem as respectivas circunferências no
mesmo intervalo de tempo, a velocidade linear de A
será maior que a de B.
•
aceleração centrípeta (ac): o módulo da aceleração
centrípeta de um corpo em movimento circular é dado
por ac = v2/R = ω2R. Como as duas pessoas estão
sujeitas à mesma velocidade angular, o módulo da
aceleração centrípeta que atua sobre as pessoas será
diretamente proporcional ao raio de suas respectivas
trajetórias. Logo, a aceleração centrípeta que atua
sobre a pessoa A é maior do que a que atua sobre a
pessoa B.
•
aceleração tangencial (at): o módulo da aceleração
tangencial que atua sobre um corpo está associado à
mudança no módulo do vetor velocidade desse mesmo
corpo. Como as duas pessoas estão descrevendo um
MCU, o módulo da velocidade linear delas permanece
constante. Consequentemente, a aceleração
tangencial que atua sobre as duas pessoas é nula.
RB
B
Dessa forma, temos:
νA = νB ⇒ ωARA = ωBRB
Considerando a figura anterior, temos que RA > RB. Logo,
ωA < ωB, ou seja, o disco B gira mais rápido que o disco A.
Consequentemente, a frequência do disco A é menor
que a frequência do disco B. Em outras palavras, como
v/R = ω = 2πf, e lembrando que v é constante, concluímos
que a velocidade angular ω e a frequência f são inversamente
proporcionais ao raio. Assim, por exemplo, se na figura
anterior RA for igual a 2RB, então, fA será igual a fB/2. No caso
de engrenagens, em que o acoplamento se dá por encaixe
entre os dentes, o raciocínio é o mesmo. Como última
nota sobre esse tipo de transmissões de movimentos,
é importante perceber que os dois discos (ou engrenagens)
giram em sentidos opostos, como pode ser observado na
figura anterior.
Transmissão por correia
Quando a transmissão de movimento circular de um disco
a outro se dá por meio do uso de correias, os dois discos,
assim como no caso de transmissão por contato, apresentam
a mesma velocidade linear. A condição para isso ocorrer é a
de que não haja deslizamento entre os discos e a correia.
vA
vC
TRANSMISSÃO DE VELOCIDADES
NO MOVIMENTO CIRCULAR
É muito comum a transmissão do movimento circular de
um disco (ou de uma roldana, ou de uma polia) a outro
objeto, por meio do contato direto entre eles ou por meio
do uso de correias ou de eixos. A seguir, discutiremos cada
um desses casos.
Transmissão por contato
Quando há transmissão de movimento circular de um disco
a outro por meio do contato direto entre eles, os dois discos
apresentam a mesma velocidade linear, desde que não haja
deslizamento entre eles.
8
Coleção Estudo
vB
RA
A
B
RB
vB
vD
Movimento circular
Naturalmente, como a velocidade escalar v é constante,
a mesma proporção inversa entre f (ou ω) e R, que
deduzimos na transmissão por contato, também é verificada
na transmissão por correia. Por isso, quando pedalamos uma
bicicleta, impondo uma frequência fA na coroa (disco A),
aparece uma frequência fB maior para a catraca (disco B).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
03.
As figuras a seguir mostram duas polias de raios R1
e R2 que apresentam movimento circular uniforme.
As polias são conectadas uma a outra por dois tipos de
acoplamentos: por correia e por eixo.
1
Por exemplo, para RA = 2RB, temos fB = 2fA.
R1
Transmissão por eixo
R2
Nesse tipo de acoplamento, todas as engrenagens
2
encontram-se presas a um único eixo que, ao girar, faz com
3
que essas engrenagens girem com a mesma velocidade
4
angular. Consequentemente, as engrenagens apresentarão,
também, a mesma frequência de rotação que o eixo.
R
RB
R
1
2
RA
Os pontos 1, 2, 3 e 4 são pontos pertencentes às
extremidades das polias. Sobre o valor da aceleração
centrípeta (ac) desses pontos, é correto afirmar que
FÍSICA
A) ac < ac e ac < ac .
1
2
3
4
B) ac < ac e ac > ac .
1
2
3
4
C) ac > ac e ac > ac .
1
2
3
4
D) ac > ac e ac < ac .
1
2
3
4
Resolução:
A
2
1
B
Sendo assim, temos que:
No acoplamento por correia, temos que v 1 = v 2 .
ωA = ωB ⇒
vA
RA
=
vB
RB
Essa equação mostra que a velocidade escalar v e o
Observando a figura, podemos concluir que R1 > R2.
Como ac = v2/R e sendo v1 = v2, temos que a aceleração
centrípeta é inversamente proporcional ao raio da polia.
Logo, como R1 > R2, temos que ac < ac .
1
raio R do disco são grandezas diretamente proporcionais.
2
3
Por exemplo, na figura anterior, veja que A é um ponto na
4
periferia de uma roda dentada maior e que B é um ponto
na periferia de uma roda dentada menor. Então, RA >RB.
R
Consequentemente, v A > v B. Podemos estender esse
1
R
2
raciocínio para um ponto na periferia do pneu. Quanto maior
for o raio do pneu em relação ao raio das rodas dentadas
proporcionar maiores velocidades, os diâmetros dos pneus
No acoplamento por eixo, temos que ω3 = ω4. A partir
da figura, podemos concluir que R1 > R2. Sendo v = ωR,
temos que ac = v2/R = (ωR)2/R = ω2R. Como ω3 = ω4, temos
que a aceleração centrípeta será diretamente proporcional
ao raio das polias. Logo, sendo R1 > R2, temos que
de bicicletas são, em geral, muito grandes.
ac > ac . Dessa forma, a alternativa correta é a B.
centrais (catracas), maior será o aumento da velocidade. Na
verdade, a velocidade escalar na periferia do pneu representa
a própria velocidade de translação da bicicleta. Por isso, para
3
4
Editora Bernoulli
9
Frente A Módulo 05
Isso significa que a frequência do movimento descrito
pela roda C também será de 4 Hz. A relação v = 2πRf
nos mostra que, sendo a frequência constante, v ∝ R.
Logo, como o ponto C está a uma distância dezesseis
vezes maior do eixo que o ponto B, sua velocidade linear
será dezesseis vezes maior que a do ponto B, ou seja,
vC = 3,2π m/s.
04.
O módulo da aceleração centrípeta a que estão
submetidos os pontos A, B e C da coroa, da catraca
e da roda da bicicleta, respectivamente, podem ser
calculados por meio da relação:
A figura anterior mostra uma antiga bicicleta, na qual
estão marcados os pontos A, B e C. O ponto A encontra-se
na periferia da coroa, o ponto B, na periferia da catraca,
e o ponto C encontra-se na periferia da roda traseira. Sejam
fA = 1 Hz a frequência do movimento descrito pelo ponto A,
e RA = 10 cm, RB = 2,5 cm e RC = 40 cm os raios das
circunferências descritas pelos respectivos pontos.
ac = ω2R ou ac = (2πf)2R = 4π2f2R
Logo:
ac = 4π2.12.0,10 = 0,4π2 m/s2
A
ac = 4π2.42.0,025 = 1,6π2 m/s2
B
ac = 4π2.42.0,4 = 25,6π2 m/s2
C
A) Determinar qual dos três pontos, A, B ou C, está
sujeito a maior aceleração centrípeta.
Desse modo, o ponto C está sujeito a maior aceleração
centrípeta.
B) Determinar o módulo da velocidade de translação da
bicicleta.
B) Como o ponto C está na periferia da roda traseira e
esta está em contato com o solo, podemos afirmar
que o módulo da velocidade de translação da
bicicleta é igual ao módulo da velocidade do ponto C.
Sendo assim, o módulo da velocidade de translação
da bicicleta é de 3,2π m/s.
Resolução:
A) Inicialmente, vamos isolar a coroa e a catraca, onde
se encontram os pontos A e B.
A
R2
R1
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
B
(UECE) A figura mostra um disco que gira em torno do
centro O. A velocidade do ponto X é 50 cm/s e a do
ponto Y é de 10 cm/s.
A frequência do movimento descrito pelo ponto A é
de 1 Hz, e o raio da circunferência descrita por ele
é de 10 cm, isto é, 0,1 m. Logo, o módulo de sua
velocidade linear é vA = 2πRf = 2π.0,1.1 = 0,2π m/s.
Y
10 cm/s
Como a coroa e a catraca encontram-se interligadas
por uma corrente e esta passa pela periferia das
mesmas, podemos concluir que todos os pontos das
periferias da coroa e da catraca possuem a mesma
velocidade escalar, 0,2π m/s.
Como o valor de v é o mesmo para os pontos A e B, podemos
concluir que a frequência dos movimentos descritos
por esses pontos será inversamente proporcional
aos raios de suas trajetórias, isto é, RAfA = RBfB.
Como o raio da catraca é 4 vezes menor que o
raio da coroa, a frequência do movimento descrito
pelo ponto B será quatro vezes maior do que a do
movimento descrito pelo ponto A. Logo, fB = 4 Hz.
A catraca e a roda da bicicleta estão conectadas pelo
mesmo eixo, como mostra a figura seguinte.
X
O
50 cm/s
A distância XY vale 20 cm. Pode-se afirmar que o valor da
velocidade angular do disco, em radianos por segundo, é
A) 2,0.
02.
B) 5,0.
C) 10,0.
D) 20,0.
(UFSJ-MG) Um corpo percorre a trajetória circular indicada
na figura a seguir, com movimento uniformemente
acelerado. O ponto em que os seus vetores velocidade
e aceleração estão indicados CORRETAMENTE é o da
alternativa
(2)
v
a
v
C
a
(3)
(1)
a
v
C
(4)
A) 2.
10
Coleção Estudo
B) 4.
v
a
C) 3.
D) 1.
Movimento circular
03.
04.
(UFU-MG–2006) Um relógio com mecanismo defeituoso
atrasa 10 minutos a cada hora. A velocidade angular
média do ponteiro maior desse relógio, quando calculada
com o uso de um relógio sem defeitos, vale, em rad/s,
A) π/2 160.
C) π/3 600.
B) π/2 100.
D) π/1 500.
03.
(OBF / Adaptado) Um entregador de mercadorias de um
armazém utiliza um tipo especial de bicicletas em que a
roda da frente tem um diâmetro duas vezes menor que
o diâmetro da roda traseira para que, na frente, possam
ser colocadas mercadorias em um local adequado.
Quando esse veículo está em movimento, pode-se afirmar
CORRETAMENTE que
(PUC Minas) Um móvel parte do repouso, de um ponto
sobre uma circunferência de raio R, e efetua um movimento
circular uniforme de período igual a 8 s. Após 18 s de
movimento, o seu vetor deslocamento tem módulo igual a
A) 0.
A) o período de rotação do pneu menor é a metade do
período de rotação do pneu maior.
B) o pneu menor tem frequência de rotação quatro vezes
maior que a do maior.
D) 2R/3.
B) R.
C) o pneu menor tem a mesma frequência de rotação
E) R¹2.
que a do pneu maior.
C) 2R.
D) as velocidades angulares de rotação dos pneus são
(VUNESP) Duas polias, A e B, de raios R e R’, com R < R’,
podem girar em torno de dois eixos fixos e distintos,
interligadas por uma correia. As duas polias estão girando
e a correia não escorrega sobre elas. Então, pode-se
afirmar que a(s) velocidade(s)
iguais.
04.
para o norte. A massa gasosa desse furacão realiza uma
A) angular de A é menor que a de B, porque a velocidade
tangencial de B é maior que a de A.
rotação ao redor de seu centro no sentido horário, com
B) angular de A é maior que a de B, porque a velocidade
tangencial de B é menor que a de A.
da massa gasosa do furacão em rad/h, sabendo que a
raio R = 100 km. Determine a velocidade de rotação
velocidade do vento medida por repórteres em repouso,
C) tangenciais de A e de B são iguais, porém a velocidade
angular de A é menor que a velocidade angular
de B.
nas extremidades leste e oeste do furacão, é de 100 km/h
e 200 km/h, respectivamente.
D) angulares de A e de B são iguais, porém a velocidade
tangencial de A é maior que a velocidade tangencial
de B.
E) angular de A é maior que a velocidade angular de B,
porém ambas têm a mesma velocidade tangencial.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
A) 0,1
D) 1,5
B) 0,5
E) 2,0
C) 1,0
05.
(UFU-MG–2007) Três rodas de raios Ra, Rb e Rc possuem
velocidades angulares ωa, ωb e ωc, respectivamente,
e estão ligadas entre si por meio de uma correia, como
ilustra a figura adiante.
(PUC Rio–2007) Um menino passeia em um carrossel de
raio R. Sua mãe, do lado de fora do carrossel, observa o
garoto passar por ela a cada 20 s. Determine a velocidade
angular do carrossel em rad/s.
A) π/4
02.
(PUC Rio) O centro de um furacão se desloca com uma
velocidade de 150 km/h na direção norte-sul, seguindo
B) π/2
C) π/10
D) 3π/2
E) 4π
Rb
Ra
(UNIFESP) Pai e filho passeiam de bicicleta e andam lado
a lado com a mesma velocidade. Sabe-se que o diâmetro
das rodas da bicicleta do pai é o dobro do diâmetro das
rodas da bicicleta do filho. Pode-se afirmar que as rodas
da bicicleta do pai giram com
A) a metade da frequência e da velocidade angular com
que giram as rodas da bicicleta do filho.
B) a mesma frequência e velocidade angular com que
giram as rodas da bicicleta do filho.
C) o dobro da frequência e da velocidade angular com
que giram as rodas da bicicleta do filho.
D) a mesma frequência das rodas da bicicleta do filho,
mas com metade da velocidade angular.
E) a mesma frequência das rodas da bicicleta do filho,
mas com o dobro da velocidade angular.
Rc
Ao mesmo tempo que a roda de raio Rb realiza duas voltas,
a roda de raio Rc realiza uma volta. Não há deslizamento
entre as rodas e a correia. Sendo Rc = 3Ra, é CORRETO
afirmar que
A) Rb = (4/3)Ra e ωa = (4/3)ωc.
B) Rb = (4/3)Ra e ωa = 3ωc.
C) Rb = (3/2)Ra e ωa = (4/3)ωc.
D) Rb = (3/2)Ra e ωa = 3ωc.
Editora Bernoulli
11
FÍSICA
05.
Frente A Módulo 05
06.
(UFMG) Um ventilador acaba de ser desligado e está
parando vagarosamente, girando no sentido horário.
A direção e o sentido da aceleração da pá do ventilador
no ponto P são
09.
(FGV-SP–2010) Fazendo parte da tecnologia hospitalar,
o aparelho representado na figura é capaz de controlar
a administração de medicamentos em um paciente.
!
rígido
0,25
P
DOSE CE"#$
D)
Gotejador
P
6 cm
P
Regulando-se o aparelho para girar com frequência de
0,25 Hz, pequenos roletes das pontas da estrela, distantes
6 cm do centro desta, esmagam a mangueira flexível
contra um anteparo curto e rígido, fazendo com que o
líquido seja obrigado a se mover em direção ao gotejador.
Sob essas condições, a velocidade escalar média imposta
ao líquido em uma volta completa da estrela é, em m/s,
E)
P
P
C)
Dado: π = 3,1
P
A) 2,5 x 10–2.
D) 6,6 x 10–2.
B) 4,2 x 10 .
E) 9,3 x 10–2.
–2
C) 5,0 x 10 .
–2
07.
(UFMG) A figura mostra três engrenagens, E1, E2 e E3,
10.
fixas pelos seus centros e de raios R 1 , R 2 e R 3 ,
respectivamente. A relação entre os raios é R1 = R3 < R2.
A engrenagem da esquerda (E1) gira no sentido horário,
com período T1.
E1
E3
E2
(FUVEST-SP) Um disco tem seu centro fixo no ponto O
do eixo fixo x da figura e possui uma marca no ponto A
de sua periferia. O disco gira com velocidade angular
constante ω em relação ao eixo. Uma pequena esfera
é lançada do ponto B do eixo em direção ao centro
do disco, no momento em que o ponto A passa por B.
A esfera desloca-se sem atrito, passa pelo centro do disco,
e após 6 s atinge a periferia do disco exatamente na marca A,
no instante em que esta passa pelo ponto C do eixo x. Se
o tempo gasto pela esfera para percorrer o segmento BC
é superior ao necessário para que o disco dê uma volta,
mas é inferior ao tempo necessário para que o disco dê
duas voltas, o período de rotação do disco é de
Sendo T2 e T3 os períodos de E2 e E3, respectivamente,
pode-se afirmar que as engrenagens vão girar de tal
maneira que
x
A) T1 = T2 = T3, com E3 girando em sentido contrário a E1.
A) 2 s.
B) T1 = T3 < T2, com E3 girando em sentido contrário a E1.
C) T1 = T2 = T3, com E3 girando no mesmo sentido que E1.
D) T1 = T3 < T2, com E3 girando no mesmo sentido que E1.
08.
(PUC Minas–2010) “Nada como um dia após o outro”.
Certamente esse dito popular está relacionado de alguma
forma à rotação da Terra em torno de seu próprio eixo,
realizando uma volta completa a cada 24 horas. Pode-se
então dizer que cada hora corresponde a uma rotação de
A) 180º.
B) 360º.
C) 15º.
D) 90º.
12
Coleção Estudo
11.
B) 3 s.
C) 4 s.
D) 5 s.
E) 6 s.
(UEPB) A bicicleta move-se a partir do movimento dos
pedais, os quais fazem girar uma roda dentada chamada
coroa, por meio de uma corrente. Esta coroa está
acoplada a outra roda dentada, chamada de catraca,
a qual movimenta a roda traseira da bicicleta. Um ciclista,
preparando sua bicicleta para um torneio, percebeu que
a coroa tem um raio 5 vezes maior que o da catraca.
Por ser aluno de Física, ele raciocinou: “para que eu vença
o torneio, se faz necessário que eu pedale na minha
bicicleta à razão de 40 voltas por minuto, no mínimo”.
A partir dessas informações, pode-se afirmar que a
frequência de rotação da roda da bicicleta, em rotação
por minuto (rpm), vale
Movimento circular
04. A velocidade linear de um ponto localizado na periferia
de A é igual a de um ponto localizado na periferia
de B.
08. As velocidades angulares das polias A e C são iguais.
16. A velocidade linear de A é igual à velocidade angular
de C.
Soma (
Coroa
12.
15.
Corrente
A) 160.
C) 200.
B) 180.
D) 220.
E) 170.
2m
v
(UFV-MG–2007) Um automóvel encontra-se em repouso
no interior de um estacionamento, a 20 m de um portão
eletrônico inicialmente fechado. O motorista aciona, então,
o controle remoto do portão, que passa a girar em torno
de seu eixo fixo à velocidade constante de π/40 rad/s.
Simultaneamente, o veículo começa a mover-se
retilineamente em direção ao portão, com aceleração
constante. A aceleração que o motorista deve imprimir
ao veículo para que atinja a saída do estacionamento no
exato instante em que o portão acaba de descrever um
ângulo de π/2 rad, abrindo-se totalmente, tem módulo de
A) 0,01 m/s2.
D) 0,80 m/s2.
B) 0,10 m/s2.
E) 0,08 m/s2.
C) 1,00 m/s2.
13.
(FEI-SP) Um dispositivo mecânico apresenta três polias
(1), (2) e (3) de raios R1 = 6 cm, R2 = 8 cm e R3 = 2 cm,
respectivamente, pelas quais passa uma fita que se
movimenta, sem escorregamento, conforme indicado na
figura. Se a polia (1) efetua 40 rpm, qual é, em segundos,
o período do movimento da polia (3)?
(3)
%
(2)
1
(1)
Fita
(UFRRJ–2006) Um disco gira sem atrito sobre uma mesa
horizontal, preso por um fio de 50 cm, como mostra a
figura. Ele completa 300 voltas em 1 minuto.
%
v
3
%
0,5 m
&
Usar g = 10 m/s2 sempre que necessário.
A) DETERMINE o módulo da velocidade do disco.
B) Qual o tempo em que ele permanece na mesa após
o rompimento do fio no ponto A?
Considere π = 3
SEÇÃO ENEM
01.
(Enem–2006) Na preparação da madeira em uma indústria
de móveis, utiliza-se uma lixadeira constituída de quatro
grupos de polias, como ilustra o esquema a seguir.
Em cada grupo, duas polias de tamanhos diferentes são
interligadas por uma correia provida de lixa. Uma prancha
de madeira é empurrada pelas polias, no sentido A → B
(como indicado no esquema), ao mesmo tempo em
que um sistema é acionado para frear seu movimento,
de modo que a velocidade da prancha seja inferior à da
lixa. O equipamento anteriormente descrito funciona com
os grupos de polias girando da seguinte forma:
2
1
14.
A) 0,5
C) 2,0
B) 1,2
D) 2,5
B
2
E) 3,2
(UEPG-PR–2007) Uma polia A é ligada a uma polia B
através de uma correia e esta é acoplada a uma polia C,
conforme mostra a figura a seguir. Sobre este evento,
assinale o que for CORRETO.
C
1,4 m
A
'
(
3
4
A) 1 e 2 no sentido horário; 3 e 4 no sentido anti-horário.
01. A velocidade angular de B é menor que a velocidade
angular de A.
02. As relações entre as velocidades angulares e lineares
ocorrem através do raio de cada polia.
B) 1 e 3 no sentido horário; 2 e 4 no sentido anti-horário.
C) 1 e 2 no sentido anti-horário; 3 e 4 no sentido horário.
D) 1 e 4 no sentido horário; 2 e 3 no sentido anti-horário.
E) 1, 2, 3 e 4 no sentido anti-horário.
Editora Bernoulli
13
FÍSICA
Catraca
)
Frente A Módulo 05
Instrução: Leia o texto a seguir e responda às questões.
As bicicletas possuem uma corrente que liga uma coroa
dentada dianteira, movimentada pelos pedais, a uma coroa
localizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura.
04.
(Enem–1998) Com relação ao funcionamento de uma
bicicleta de marchas, em que cada marcha é uma
combinação de uma das coroas dianteiras com uma das
coroas traseiras, são formuladas as seguintes afirmativas:
I.
numa bicicleta que tenha duas coroas dianteiras
e cinco traseiras, temos um total de dez marchas
possíveis, em que cada marcha representa a
associação de uma das coroas dianteiras com uma
das traseiras.
O número de voltas dadas pela roda traseira a cada
pedalada depende do tamanho relativo dessas coroas.
II. em alta velocidade, convém acionar a coroa dianteira
de maior raio com a coroa traseira de maior raio
também.
02.
(Enem–1998) Em que opção a seguir a roda traseira dá
III. em uma subida íngreme, convém acionar a coroa
o maior número de voltas por pedalada?
dianteira de menor raio e a coroa traseira de maior
A)
raio.
Entre as afirmações anteriores, estão corretas
A) I e III, apenas.
B) I, II e III.
B)
C) I e II, apenas.
D) II, apenas.
E) III, apenas.
C)
GABARITO
D)
Fixação
E)
01. A
04. E
02. A
05. E
03. A
03.
(Enem–1998) Quando se dá uma pedalada na bicicleta
Propostos
a seguir (isto é, quando a coroa acionada pelos pedais
01. C
09. E
dá uma volta completa), qual é a distância aproximada
02. A
10. C
03. A
11. C
04. B
12. B
05. D
13. A
06. D
14. Soma = 3
07. D
15. A) 15 m/s
08. C
B) 0,047 s
percorrida pela bicicleta, sabendo-se que o comprimento
de um círculo de raio R é igual a 2πR, em que π = 3?
Seção Enem
80 cm
14
10 cm
30 cm
A) 1,2 m
C) 7,2 m
B) 2,4 m
D) 14,4 m
Coleção Estudo
E) 49,0 m
01. C
03. C
02. A
04. A
FÍSICA
MÓDULO
06 A
Leis de Newton
Filósofos como Aristóteles influenciaram fortemente o
modo de pensar do Ocidente por muitos anos, utilizando-se
de uma arquitetura de mundo calcada em pressupostos
que, hoje, para nós, são estranhos, mas que para o Mundo
Antigo eram perfeitamente coerentes. Hoje, interpretamos
o mundo de um modo fortemente influenciado pelas ideias
desenvolvidas por Isaac Newton (1642-1727). Os conceitos
por ele desenvolvidos e a sua maneira de abordar os
fenômenos naturais influenciaram áreas como a Filosofia,
a Economia, a Literatura e foram, durante muito tempo,
padrão para diversos ramos do conhecimento humano.
Como sempre acontece nas Ciências, a atual explicação
para a causa dos movimentos dos corpos também teve
de enfrentar muita disputa e discussão antes de ser
plenamente reconhecida.
Neste módulo, apresentaremos alguns dos conceitos
desenvolvidos por Newton e estudaremos as suas três leis
do movimento, conhecidas como Leis de Newton para o
movimento dos corpos. A interpretação e a aplicação dessas
leis a fenômenos térmicos e elétricos mostraram-se muito
eficazes, criando o paradigma newtoniano, no qual o mundo
é regido por leis mecânicas – leis simples, abrangentes e
corroboradas pela experimentação –, em que o conceito
de força tem uma função fundamental. Na interpretação
do mundo, de acordo com os conceitos desenvolvidos por
Newton, busca-se a explicação causal para os movimentos
observados na natureza, a dinâmica do Universo.
CONCEITO DE FORÇA
FRENTE
de massa igual a 0,1 kg quando este se encontra ao nível do
mar e a 45º de latitude norte1. A descrição desses detalhes
é necessária, uma vez que a intensidade com que a Terra
atrai um objeto qualquer depende do local onde esse objeto
se encontra.
Objeto de
0,1 kg de massa
1N
Terra
Existem outras unidades de força além daquela adotada pelo
Sistema Internacional, o newton. O quilograma-força (kgf)
é uma unidade de força muito utilizada e equivale ao
peso de um objeto de massa igual a 1 kg. Mais uma vez,
lembramos que esse valor está associado ao local no qual a
experiência é feita. A relação anterior nos permite concluir
que 1 kgf ≅ 10 N.
Uma das maneiras de medir a intensidade de uma força é
utilizar aparelhos conhecidos como dinamômetros (figura 1a).
Basicamente, os dinamômetros são construídos com uma
mola, que é previamente calibrada, à qual associa-se uma
escala de valores. Um dinamômetro bastante conhecido por
todos é a “balança” de banheiro (figura 1b). Ao subirmos
na plataforma de uma balança, pressionamos uma mola.
A deformação desta está associada a uma determinada
intensidade de força e, dessa forma, a balança registra
esse valor em sua escala. É desse modo que medimos
nosso “peso”.
O conceito de força tem um papel central na mecânica
newtoniana, uma vez que a força é responsável por alterar
o estado dos objetos: fazê-los entrar em movimento quando
estão parados, fazê-los parar quando estão se movendo,
alterar a direção de objetos que estão em movimento,
deformar os objetos, etc. Denominamos de força o agente
capaz de realizar as transformações anteriormente citadas,
seja essa força realizada por nossos músculos ou pela ação
de poderosos ímãs, por exemplo.
A força é uma grandeza vetorial e, portanto, está sujeita
a todas as propriedades já estudadas para os vetores.
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de
força é o newton (N). Uma força de 1 newton (1 N) é,
aproximadamente, a força com que a Terra atrai um objeto
Figura 1: a) Imagem de um dinamômetro típico utilizado em
laboratórios escolares. b) dinamômetro de banheiro, mais
conhecido como balança de banheiro.
1. Um valor mais preciso dessa força de atração seria de 0,98 N.
Editora Bernoulli
15
Frente A Módulo 06
A NATUREZA DAS FORÇAS
Hoje, classificamos as forças naturais em 4 tipos:
•
força eletromagnética
•
força gravitacional
•
força nuclear forte
•
força nuclear fraca
Praticamente todas as forças com as quais estamos
habituados a lidar são dos dois primeiros tipos. A força
de atrito, a tração em cordas, a força muscular e a força
de compressão são forças de natureza eletromagnética.
Já a força peso tem, por sua vez, origem gravitacional.
Essas forças estão presentes em várias situações do nosso dia a
dia, e, por isso, nosso estudo enfatizará esses dois tipos
de força. As outras duas naturezas de força mencionadas,
nuclear forte e fraca, só se manifestam no mundo
subatômico. Essas forças são responsáveis pela estabilidade
que encontramos na matéria que compõe nosso mundo.
Alguns autores classificam as forças existentes na
natureza em forças de contato e forças de campo (ou de
ação à distância). Na primeira classe – forças de contato –,
existe um aparente contato entre as superfícies dos corpos
que interagem, como quando apertamos o botão de uma
campainha ou quando seguramos uma faca. Forças como a
tensão em uma corda, a força muscular e a força normal,
por exemplo, são classificadas como forças de contato.
As forças de campo (ou de ação à distância) são aquelas
que atuam em situações nas quais os corpos interagem
uns com os outros sem a necessidade de contato aparente,
como é o caso da força gravitacional, das forças entre ímãs
ou entre um ímã e um prego. Forças elétricas, magnéticas
e gravitacionais são exemplos de forças classificadas como
forças de campo (geradas pelo campo elétrico, pelo campo
magnético e pelo campo gravitacional, respectivamente).
Utilizamos o termo “contato aparente” ao nos referirmos
às forças de contato, pois sabe-se que as forças de repulsão
elétrica que atuam nesses casos, quando aproximamos muito
dois corpos, possuem módulos altíssimos, não permitindo
que exista contato direto entre as moléculas dos dois corpos
que interagem.
FORÇA RESULTANTE E O
EQUILÍBRIO
Considere um pequeno carro de brinquedo no qual você
dá um empurrão, primeiro com uma força de pequena
intensidade e, posteriormente, com uma força mais intensa.
O efeito das forças sobre o carrinho, nas duas situações
descritas, será diferente; provavelmente, na primeira
situação, a distância percorrida por ele antes de parar foi
menor do que na segunda situação. Caso você empurre o
carrinho para frente e, posteriormente, para trás, o sentido
de movimento do carrinho também será diferente em
cada uma das situações. Como os efeitos da força sobre o
carrinho dependem da intensidade, da direção e do sentido
da força, dizemos que a força é uma grandeza vetorial.
16
Coleção Estudo
Os diagramas que representam as forças por meio de
vetores são denominados diagrama de forças ou diagrama
de corpo livre.
Consideremos uma situação na qual um menino está em
um brinquedo de um parque de diversão. As forças que
atuam sobre o menino podem ser representadas por meio
de diagramas que mostram apenas os elementos essenciais
para a compreensão dos efeitos dessas forças sobre o
menino. Essa situação pode ser representada de forma
simples, mas de modo que contenha todas as informações
relevantes (ponto de aplicação, direção, sentido e módulo)
sobre as forças que atuam sobre o menino (peso, normal
e força de atrito).
Força normal
(140 N)
Força de atrito
(30 N)
Força peso
(30 N)
Figura 2: Situação real e o respectivo diagrama de forças que
a representa.
Para o estudo das Leis de Newton, dois conceitos são muito
importantes, o conceito de força resultante, FR, e o conceito
de equilíbrio de um corpo.
• FORÇA RESULTANTE
É o resultado da soma vetorial de todas as forças que
atuam sobre um determinado corpo. A aplicação matemática
desse conceito será imprescindível para a resolução de uma
série de exercícios.
• EQUILÍBRIO
No estudo da Dinâmica, definimos que uma partícula
está em equilíbrio quando a resultante das forças que atuam
sobre ela é zero, isto é, várias forças podem atuar sobre
a partícula, porém, a soma vetorial de todas essas forças
deve ser nula.
EQUILÍBRIO ⇒ FR = 0
1ª LEI DE NEWTON
Todo objeto permanece em estado de repouso ou de
movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado
a mudar aquele estado por forças que atuem sobre ele.
A afirmativa anterior, portanto, se relaciona às situações
de ausência de força ou de força resultante nula atuando
sobre um corpo. Nesses casos, o corpo deve permanecer em
MRU, se ele estiver com velocidade diferente de zero, ou em
repouso, se a sua velocidade for nula. Essa lei tem uma
importância crucial para as outras duas leis do movimento.
Leis de Newton
A seguir, apresentamos dois fatos cotidianos que podem
ser explicados considerando a Terra como um referencial
inercial e aplicando a 1ª Lei de Newton.
Exemplo 1: Quando estamos no interior de um ônibus
e o motorista é obrigado a frear bruscamente, é comum
falarmos que fomos “jogados para frente”. Mas, na verdade,
estávamos indo para frente conjuntamente com o ônibus,
desenvolvendo certa velocidade de módulo v, e tendemos
a permanecer nesse estado de movimento, enquanto o
estado de movimento do ônibus foi alterado. Assim, após
a freagem, a velocidade final do ônibus terá módulo menor
do que v e, portanto, nos movimentamos para frente em
relação ao ônibus. Para alterar nosso estado de movimento,
é necessário que uma força seja aplicada sobre nosso corpo.
Nesse caso, como desejamos permanecer em repouso em
relação ao ônibus, é necessário que uma força atue em
nosso corpo em sentido oposto ao de nosso movimento, e,
normalmente, essa força é aplicada pelo banco da frente
ou pelo corpo de outra pessoa que estava à nossa frente.
Galileu denominou de inércia a propriedade de os corpos
tenderem a permanecer em seu estado de movimento.
Devido a esse fato, a Primeira Lei de Newton também é
conhecida como Lei da Inércia de Galileu.
Exemplo 2: Quando um carro no qual nos encontramos
realiza uma curva para a esquerda, temos a sensação de
que estamos sendo jogados para a direita por uma força
desconhecida. Na figura a seguir, que ilustra essa situação,
é fácil perceber que nosso corpo tende a continuar em
linha reta e o carro é que está virando. Nesse exemplo,
o carro não é um referencial inercial, pois nosso corpo,
em relação ao carro, não permaneceu em repouso, mesmo
estando sujeito a uma força resultante nula.
Direção de movimento do passageiro
Em situações desse tipo, fazemos uso de uma força fictícia
(não inercial) para explicar o porquê de sermos jogados para
fora da curva e a denominamos de força centrífuga. Mas,
lembre-se, ela é apenas um artifício para explicar o que
acontece conosco no referencial não inercial do carro e não
obedece às outras Leis de Newton. Quem analisa a situação
do lado de fora do carro, utilizando a Terra como referencial,
não necessita desse artifício para analisar nosso movimento.
Como discutido anteriormente, se a força resultante que
atua sobre um corpo é nula, esse corpo estará em repouso
(equilíbrio estático) ou em movimento retilíneo uniforme
(equilíbrio dinâmico). Galileu utilizou um interessante
argumento para demonstrar essa última situação. Imagine
o seguinte movimento para uma esfera, solta de uma
determinada altura, em uma calha com atrito desprezível
(figura 3).
Posição inicial
Posição inicial
Posição final
Posição final
Posição inicial
Onde é a posição final?
Figura 3: Experiência imaginada por Galileu para discutir o
movimento retilíneo uniforme de uma esfera.
A figura 3 nos mostra uma esfera solta em um plano
inclinado, entrando em movimento devido à ação da força
peso. Durante esse movimento, a esfera desce um plano
inclinado, percorre uma trajetória horizontal e, então,
sobe outro plano inclinado, até atingir uma altura igual à
altura inicial, pois o trilho não apresenta atrito. Se o trilho
da direita for alongado, reduzindo sua inclinação, a esfera
percorrerá uma distância maior, porém ainda continuará a
atingir uma altura igual à do início do movimento. O que
acontecerá, porém, se o trilho da direita for colocado na
posição horizontal? Que tipo de movimento a esfera teria
nesse trecho? Para Galileu, no trecho horizontal, o efeito das
forças que atuam sobre o corpo não mais seria sentido por
este e, dessa forma, o corpo permaneceria se movendo em
linha reta e com velocidade constante.
2ª LEI DE NEWTON
A toda força resultante que atua sobre um corpo
corresponde uma aceleração de mesma direção, mesmo
sentido e de módulo proporcional a essa força.
Com base em experimentos, Newton pôde obter a seguinte
relação entre a força resultante e a aceleração:
FR = ma (2ª Lei de Newton para o movimento)
Editora Bernoulli
17
FÍSICA
Todo referencial no qual as condições descritas pela
1ª Lei de Newton são obedecidas (FR = 0 ⇒ MRU ou repouso)
é denominado referencial inercial. As outras duas leis
do movimento, da maneira como serão descritas neste
módulo, somente são válidas para esse tipo de referencial.
A rigor, não existem referenciais inerciais, e o que faremos
são aproximações, muito boas, para que possamos utilizar
certos corpos como referenciais inerciais. Newton utilizava
as estrelas, que acreditava que eram fixas, como sistemas
de referenciais inerciais. A Terra pode ser considerada um
referencial inercial para boa parte dos movimentos que
estudamos, basicamente aqueles que ocorrem sobre a sua
superfície, mas, para outros tipos de movimentos, ela não
pode ser utilizada como referencial inercial.
Frente A Módulo 06
Essa relação nos permite concluir que:
A)
O módulo da aceleração adquirida por um corpo
é diretamente proporcional ao módulo da força
resultante. Isso significa que o gráfico da aceleração
em função da força resultante, sobre uma dada
massa, é uma reta que passa pela origem, conforme
mostra a figura seguinte.
Aceleração
a
Tome bastante cuidado com isso, pois muitos
estudantes desatentos tendem a pensar que a força
resultante determina o sentido da velocidade de
um corpo em um movimento. Por exemplo, quando
lançamos uma pedra verticalmente para cima,
o vetor velocidade, inicialmente, possui sentido para
cima. Porém, a força resultante aponta para baixo,
e, consequentemente, a aceleração será também
voltada para baixo.
FR
2a
3ª LEI DE NEWTON
2FR
3a
3FR
B)
Força resultante
O módulo da aceleração adquirida por um corpo é
inversamente proporcional à sua massa, caso a força
aplicada seja constante. Isso significa que, para uma
dada força, o gráfico da aceleração em função da massa
é uma hipérbole, conforme mostra a figura a seguir.
M
M
M
M
M
M
a
FR
Aceleração
a/2
FR
a/3
Massa
FR
Esse gráfico mostra que, ao se aplicar uma força de
mesmo módulo a dois corpos diferentes, a variação
de velocidade dos corpos não é, necessariamente,
a mesma. A inércia, propriedade que mede a
dificuldade em variar a velocidade de um objeto,
é uma característica intrínseca, própria do corpo.
Não importa onde essa experiência seja feita, o
quociente entre o módulo da força resultante (FR)
e o módulo da aceleração (a) que atuam sobre um
corpo será sempre o mesmo, a massa (m) desse
corpo. Por isso, dizemos que a massa é uma medida
da inércia do corpo.
C)
A partir da expressão FR = ma, podemos definir a
unidade de força. Uma força resultante de 1 N é a
força que, quando aplicada sobre um corpo de massa
1 kg, faz com que este adquira uma aceleração de
1 m/s2. Assim, temos que 1 N = 1 kg.m/s2.
Para toda força de ação que um corpo A exerce sobre um
corpo B, há uma força de reação de mesma intensidade,
mesma direção e sentido oposto que o corpo B aplica em A.
A 3ª Lei de Newton para o movimento também é conhecida
como Lei da Ação e Reação. Podemos perceber que as forças
sempre se manifestam aos pares. Assim, o número total
de forças presentes no Universo seria par. Por isso, muitos
autores preferem utilizar a palavra interação, em vez de
força, como interação elétrica e interação gravitacional,
em vez de força elétrica e força gravitacional. A palavra
interação já traz em seu significado a necessidade da
presença de dois corpos. Observe a figura a seguir, que
mostra a interação gravitacional entre os corpos A e B.
Corpo A
Corpo B
FBA
FAB
Os corpos que interagem entre si podem ser a Terra e
você, uma bola de futebol e o rosto de um jogador (figura
a seguir), você e o chão, um prego e um ímã, dois ímãs que
se atraem ou se repelem, etc.
E.C
.B.
1 N = 1 kg.1 m/s2
1N
1 kg
D)
18
a = 1 m/s2
Observe que a equação da 2ª Lei de Newton é
uma equação vetorial, pois a força e a aceleração
são grandezas de natureza vetorial. Como a
massa é uma grandeza escalar sempre positiva,
concluímos que a aceleração possui sempre a mesma
direção e o mesmo sentido da força resultante.
Coleção Estudo
Um aspecto essencial dessa lei é o fato de as forças serem
aplicadas em corpos diferentes. Por isso, essas forças não se
anulam, apesar de elas terem sentidos opostos e de terem
as mesmas intensidades. Em muitos problemas, duas forças
opostas e de mesma intensidade podem agir em um corpo,
de forma que a resultante entre elas seja nula. Nesse caso,
essas forças, é claro, não formam um par de ação e reação.
Leis de Newton
Por exemplo, se um elétron e um próton forem abandonados
um diante do outro, as forças de atração elétrica que um
exerce sobre o outro possuem o mesmo módulo. Porém,
sendo muito mais leve que o próton, o elétron estará sob a
ação de uma aceleração, em direção ao próton, muito mais
intensa que a aceleração do próton em direção ao elétron.
O resultado é que as partículas colidirão em uma posição
bem próxima à posição inicial do próton.
A figura a seguir representa uma pessoa sobre um skate,
empurrando uma parede. A mão da pessoa empurra a parede
na direção horizontal e para a direita. Simultaneamente,
a parede empurra a mão da pessoa, também na direção
horizontal, porém no sentido oposto, para a esquerda.
Os módulos dessas forças, denominadas par de ação e
reação, são iguais. Essas forças atuarão sobre a mão da
pessoa e sobre a parede enquanto houver contato entre
a mão e a parede; assim que o contato deixar de existir,
as forças cessam.
Força exercida pela parede
sobre a mão da pessoa
5,0 kg
0,5 kg
Figura 4: Uma bola de boliche possui maior inércia que uma
bola de futebol, pois possui maior massa.
A unidade de massa, no Sistema Internacional (SI),
é o quilograma (kg). Para comparar massas desconhecidas
com massas de objetos padrões, utilizamos balanças
de braço. Não importa em qual planeta nos encontremos,
uma balança de braços iguais sempre registrará o mesmo
valor de massa durante as medidas.
Fulcro
Força exercida pela pessoa
sobre a parede
MASSA E PESO
Massa é uma grandeza escalar que mede o valor da inércia
de um corpo. Não podemos associar a massa de um objeto
ao seu tamanho, mas podemos associá-la à dificuldade
que encontramos em alterar o estado de repouso ou de
movimento desse objeto.
Imagine uma bola de boliche e outra de futebol. Caso você
aplique uma força de mesma intensidade a cada uma das
bolas, perceberá logo qual delas possui maior massa.
A dificuldade encontrada para mover a bola de boliche é
muito maior do que para mover a bola de futebol, ou seja,
a inércia da bola de boliche é muito maior do que a da bola
de futebol. Portanto, podemos afirmar que a massa da bola
de boliche é muito maior do que a massa da bola de futebol.
Mesmo que as levássemos para o espaço, longe de qualquer
planeta, e tentássemos empurrá-las, encontraríamos maior
dificuldade em colocar a bola de boliche em movimento
(figura 4). Não importa o local em que estejamos, a bola de
boliche sempre possuirá maior inércia que a bola de futebol,
pois a massa dela é maior que a massa da bola de futebol.
O peso é uma grandeza vetorial, associada à força de
atração gravitacional que um planeta exerce sobre um
corpo. Essa força é o resultado da interação entre um objeto
de massa m e o campo gravitacional g do planeta onde
esse objeto se encontra. O valor do campo gravitacional
na superfície da Terra é muito próximo de 10 N/kg, o que
significa que um objeto de massa 1 kg, colocado na superfície
da Terra, será puxado em direção ao centro desta por uma
força de módulo igual a 10 N. Na Lua, o valor do campo
gravitacional é 1,6 N/kg; isso significa que objetos de
1 kg de massa, na superfície da Lua, serão atraídos por uma
força de módulo igual a 1,6 N. Assim, podemos perceber
que o valor da força de interação entre o objeto e o planeta
(força peso) pode ser determinado pela relação:
P = mg
Nessa expressão, P representa o módulo da força peso,
m representa o valor da massa do corpo, e g representa
o módulo do campo gravitacional do planeta. O fato de
estarmos utilizando o símbolo g tanto para o campo
gravitacional quanto para o valor da aceleração da gravidade
é intencional. Eles são coincidentes.
Veja a transformação de unidades a seguir:
10
N
kg
= 10
kg.m/s2
kg
= 10
m
s2
Editora Bernoulli
19
FÍSICA
O fato de as forças serem de igual intensidade não significa
que o “efeito” dessas forças será o mesmo nos dois corpos.
Entra em questão, nesse momento, a 2ª Lei de Newton.
Como os corpos podem possuir massas diferentes, os efeitos
dinâmicos dessas forças, de mesmo módulo, também podem
ser diferentes.
Frente A Módulo 06
Como qualquer outra força, a força peso também apresenta
uma reação. A figura seguinte mostra o local em que se
manifesta a reação à força peso, resultado da interação
entre a Terra e o objeto. A rigor, todas as porções da Terra
atraem e são atraídas por qualquer objeto colocado em sua
superfície, as porções mais próximas com maior intensidade
e as mais distantes com menor intensidade. Newton mostrou
que todas essas forças, que atuam em diversas porções da
Terra isoladamente, podem ser representadas por um único
vetor que atua no centro da Terra, como representado na
figura a seguir.
m
P
É muito comum os alunos confundirem a relação entre a
força normal e a força peso. A rigor, não existe relação entre
elas, pois essas forças têm natureza independente, ou seja,
a existência de uma independe da outra. A figura a seguir
mostra os pares de ação e reação associados às forças que
atuam sobre um livro posto em uma mesa horizontal, que
está sobre a superfície da Terra (a figura não está em escala).
Observe que sobre o livro atuam duas forças: a força peso (P)
e a força normal (N), exercida pela mesa sobre o livro.
N
Livro
P
–P
FORÇA NORMAL
Em quase todos os momentos de nossa vida, estamos
apoiados em alguma superfície. São raras as ocasiões em
que não estamos pressionando uma superfície, por exemplo,
quando saltamos de paraquedas ou de bungee jump.
Ao interagirmos com uma superfície sobre a qual nos
apoiamos, exercemos sobre ela uma força de compressão (N’).
De acordo com a 3ª Lei de Newton, a superfície também
exerce uma força sobre nosso corpo. Essa força, chamada de
força normal (N), possui o mesmo módulo e a mesma direção
que a força de compressão, porém, apresenta sentido oposto
a esta, como mostrado na figura a seguir.
N
N’
Quando pressionamos verticalmente uma superfície
horizontal, essa superfície exerce sobre nós uma força na
direção vertical, em sentido oposto ao da força que exercemos
sobre a superfície. Da mesma forma, quando pressionamos
horizontalmente uma parede, esta também exerce uma força
horizontal sobre nossa mão. Essa força, exercida em nossa
mão, também é denominada força normal.
Pares “ação e reação”
N e –N
P e –P
–N
–P
N
Mesa
Terra
Como o livro encontra-se em repouso, a resultante das
forças que atuam sobre ele é zero. Logo, os módulos das
forças peso e normal são iguais. No entanto, isso não significa
que as forças peso e normal sejam um par de ação e reação.
Afinal, a reação à força peso encontra-se aplicada no
centro da Terra (–P) e a reação à força normal é a força de
compressão que o livro exerce sobre a mesa, (–N).
A rigor, quando subimos em uma “balança2” de banheiro,
ela não registra o módulo de nossa força peso, mas sim
o módulo da força com que comprimimos a superfície da
balança. Usualmente, esses valores são coincidentes, mas
basta nos apoiarmos em uma superfície, como mostrado
na figura a seguir, para alterarmos os valores usualmente
registrados pela balança. O primeiro homem, que está
empurrando a pia para baixo, sofre a ação de uma força para
cima exercida pela pia sobre suas mãos. Por exemplo, se ele
fizer uma força de 10 N sobre a pia, haverá uma redução do
mesmo valor na força de compressão dos seus pés sobre a
balança, que, nesse caso, registrará um valor 10 N inferior
ao peso real do homem. No outro caso, em que o homem
empurra o teto para cima, a reação do teto sobre ele é para
baixo. Se ele empurrar o teto para cima com uma força
de 10 N, a força de compressão registrada pela balança será
aumentada desse valor. Se você possuir uma balança de
banheiro em casa, repita essas experiências para certificar-se
desses resultados.
N'
2. O termo está entre aspas, pois, a rigor, não é uma balança,
mas sim um dinamômetro. Optamos, aqui, por utilizar o termo
cotidiano.
20
Coleção Estudo
Leis de Newton
EXERCÍCIO RESOLVIDO
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
02.
(UFJF-MG) Uma pessoa com uma bengala sobe na
plataforma de uma balança. A balança assinala 70 kg.
Se a pessoa pressiona a bengala contra a plataforma da
balança, a leitura então
A) indicará um valor maior que 70 kg.
B) indicará um valor menor que 70 kg.
C) indicará os mesmos 70 kg.
Um menino deve puxar, com aceleração constante de
1,5 m/s2, um conjunto de 2 blocos iguais, cada um
com massa de 2 kg, conectados por fios de diferentes
resistências. Considere que os fios são ideais e que
não há atrito entre a superfície horizontal e os blocos.
Discutir de que modo os fios devem ser conectados aos
blocos para que a possibilidade de ruptura dos fios seja
a menor possível.
D) dependerá da força exercida sobre a bengala.
A
E) dependerá do ponto em que a bengala é apoiada
sobre a plataforma da balança.
Quando uma pessoa sobe com uma bengala em uma
balança, a balança registra o “peso” total do conjunto
pessoa + bengala. A pessoa, ao pressionar a bengala
contra a superfície da balança, faz com que seus pés
pressionem menos a superfície desta, de modo que uma
ação é compensada pela outra. Sendo assim, o valor total
registrado pela balança permanece inalterado. Portanto,
a resposta correta é a C.
Note que esse exercício é diferente da discussão feita no
final da última seção, que ilustrou os efeitos de forças
sobre objetos externos à balança.
FORÇA DE TENSÃO OU TRAÇÃO
Podemos utilizar cordas para transmitir forças de um
ponto a outro do espaço. Uma corda ideal é aquela que é
inextensível, que possui flexibilidade e que apresenta massa
desprezível em relação aos corpos aos quais está presa.
Denominamos força de tensão, ou tração, a força que é
transmitida de um ponto a outro de um sistema, utilizando
cordas, como mostrado na figura a seguir.
Força transmitida
Força aplicada
F
F
Resolução:
Inicialmente, vamos representar as forças que atuam nos
dois blocos, desenhando-os separadamente.
NA
mesmo fio, seus módulos serão iguais.
T1
F
A
T2
B
T3
T1
F
T2
–T1
PB
PA
Bloco A: Está em equilíbrio na direção vertical e
acelerado para a direita na direção horizontal. Logo,
os módulos de NA e PA devem ser iguais e de valor 20 N
(PA = mAg). Como o bloco está acelerado para a direita,
a força resultante também deve estar voltada para a
direita. Como temos apenas uma força atuando no bloco A
na direção horizontal, T1, essa é a força resultante que
atua sobre o bloco A.
FR(BLOCO A) = T1
T1 = mAa = 2.1,5 = 3,0 N
Bloco B: Também está em equilíbrio na direção vertical
e acelerado para a direita na direção horizontal. Há duas
forças atuando no bloco B na direção horizontal, –T1
para a esquerda e T2 para a direita. Como o bloco está
acelerado para a direita, a força resultante também deve
estar voltada para a direita (2ª Lei de Newton). Logo:
(BLOCO B)
= T2 + (–T1)
Mas:
FR(BLOCO B) = mBa ⇒ mBa = T2 – T1
⇒ T2 = T1 + mBa = 3,0 + 2,0.1,5
⇒ T2 = 6,0 N
T4
C
O uso de cordas é particularmente interessante quando
desejamos mudar o ângulo no qual uma força pode ser feita,
como mostra a figura a seguir.
F
B
A
FR
Observe a figura seguinte. Se os fios são ideais, isto é,
inextensíveis e de massa desprezível, temos que |T1| = |T2|
e |T3| = |T4|. Sempre que as tensões atuarem sobre um
NB
Como T2 > T1, a corda mais resistente deve ficar entre o
bloco B e a mão do menino, enquanto a menos resistente
deve unir os dois blocos.
Comentário:
Já era esperado que o módulo da tensão no fio puxado
pela pessoa fosse o dobro do módulo da tensão no fio que
puxa o bloco A. Uma vez que todas as partes do sistema
movem-se com a mesma aceleração, a força resultante
que atua em certa parte do sistema é proporcional à
massa dessa parte. Como a força exercida pela pessoa
puxa duas massas iguais, e como a força que une os
blocos puxa apenas uma dessas massas, a primeira força
deve ser maior que a segunda, igual ao dobro da outra.
Editora Bernoulli
21
FÍSICA
Resolução:
B
Frente A Módulo 06
A LEI DE HOOKE3
02.
Denominamos de objeto elástico os objetos que mudam
de forma ao aplicarmos uma força sobre eles e que voltam a
assumir sua forma original ao cessarmos a ação da força sobre
eles. Um exemplo de um corpo elástico é a mola. Sabe-se
que, quanto mais esticamos uma mola, maior deve ser a
força que devemos aplicar às suas extremidades. Podemos
usar essa propriedade para medir a intensidade das forças.
Colocando uma mola na posição vertical e fixando sua
extremidade superior, podemos pendurar corpos de pesos
diversos em sua outra extremidade. Para certa faixa de
forças aplicadas, o valor da deformação x é proporcional à
força aplicada, isto é, Fel ∝ x ou:
Fel = kx
(UFV-MG) Uma caminhonete sobe uma rampa inclinada
com velocidade constante, levando um caixote em sua
carroceria, conforme ilustrado na figura a seguir.
Sabendo-se que P é o peso do caixote; N, a força normal
do piso da caminhonete sobre o caixote; e fa, a força de
atrito entre a superfície inferior do caixote e o piso da
caminhonete, o diagrama de corpo livre que MELHOR
representa as forças que atuam sobre o caixote é
N
A)
(Lei de Hooke)
fa
P
N
B)
Em que k é a constante elástica da mola. Esse tipo de
deformação é denominada deformação elástica. Utilizando
a equação anterior e medindo a deformação da mola,
podemos calcular a intensidade da força aplicada sobre
ela, desde que a constante elástica da mola seja conhecida.
Se a força exercida sobre a mola for muito grande,
pode acontecer de a mola perder suas propriedades elásticas
e não voltar à sua forma original. Nesse caso, dizemos que
a mola sofreu uma deformação plástica, e, para esse tipo
de deformação, a Lei de Hooke não é mais válida.
N
D)
fa
P
N
E)
fa
fa
fa
03.
P
P
N
C)
P
(PUC Minas) Em cada situação descrita a seguir, há uma
força resultante agindo sobre o corpo, EXCETO em
A) O corpo acelera numa trajetória retilínea.
B) O corpo se move com o módulo da velocidade
constante durante uma curva.
C) O corpo se move com velocidade constante sobre uma
reta.
D) O corpo cai em queda livre.
04.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
(PUC Minas–2007) Quando um cavalo puxa uma
charrete, a força que possibilita o movimento do
cavalo é a força que
m
2m
Ímã
Ferro
Em determinado instante, ambos são soltos e
movimentam-se um em direção ao outro, devido à força
de atração magnética.
Despreze qualquer tipo de atrito e considere que a
massa m do ímã é igual à metade da massa do bloco de
ferro.
B) ele exerce sobre a charrete.
Sejam ai o módulo da aceleração e Fi o módulo da
resultante das forças sobre o ímã. Para o bloco de ferro,
essas grandezas são, respectivamente, af e Ff .
C) a charrete exerce sobre ele.
Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que
A) o solo exerce sobre o cavalo.
D) a charrete exerce sobre o solo.
3. Em homenagem a Robert Hooke (1635-1705), cientista inglês.
22
(UFMG–2007) Um ímã e um bloco de ferro são mantidos
fixos numa superfície horizontal, como mostrado na figura
a seguir.
Coleção Estudo
A) Fi = Ff e ai = af .
C) Fi = 2Ff e ai = 2af.
B) Fi = Ff e ai = 2af.
D) Fi = 2Ff e ai = af.
Leis de Newton
05.
(CEFET-MG) Duas pessoas puxam as cordas de
um dinamômetro na mesma direção e em sentidos
opostos, com forças de mesma intensidade
F = 100 N.
02.
(UFMG) Dois ímãs, presos nas extremidades de dois fios
finos, estão em equilíbrio, alinhados verticalmente, como
mostrado na figura a seguir:
Fio
Ímãs
Fio
Nessas condições, a leitura do dinamômetro, em newtons, é
Nessas condições, o módulo da tensão no fio que está
preso no ímã de cima é
A) 0.
A) igual ao módulo da tensão no fio de baixo.
B) 100.
C) 200.
D) 400.
B) igual ao módulo do peso desse ímã.
C) maior que o módulo do peso desse ímã.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(UFMG–2010) Nesta figura, está representado um balão
dirigível, que voa para a direita, em altitude constante e
com velocidade v, também constante.
03.
(UFJF-MG–2009) Considere as seguintes informações:
I.
Segundo a 1ª Lei de Newton, é necessária uma força
resultante para manter com velocidade constante
o movimento de um corpo se deslocando numa
superfície horizontal sem atrito.
II. De acordo com a 2ª Lei de Newton, a aceleração
adquirida por um corpo é a razão entre a força
resultante que age sobre o corpo e sua massa.
III. Conforme a 3ª Lei de Newton, a força peso e a força
Sobre o balão, atuam as seguintes forças: o peso P,
o empuxo E, a resistência do ar R e a força M, que é
devida à propulsão dos motores. Assinale a alternativa
que apresenta o diagrama de forças em que estão MAIS
BEM representadas as forças que atuam sobre esse balão.
A)
normal constituem um par ação-reação.
Assinale a alternativa que contém as afirmações
CORRETAS.
E
R
M
04.
A) I e II
C) II e III
B) I e III
D) Somente II
E) Todas estão corretas.
(UNIFESP–2008) Na figura, está representado um lustre
pendurado no teto de uma sala.
P
B)
E
R
M
Nessa situação, considere as seguintes forças:
I.
P
C)
O peso do lustre, exercido pela Terra, aplicado no
centro de gravidade do lustre.
II. A tração que sustenta o lustre, aplicada no ponto em
E
que o lustre se prende ao fio.
R
M
P
III. A tração exercida pelo fio no teto da sala, aplicada no
ponto em que o fio se prende ao teto.
IV. A força que o teto exerce no fio, aplicada no ponto
em que o fio se prende ao teto.
D)
Dessas forças, quais configuram um par ação-reação de
E
acordo com a Terceira Lei de Newton?
R
M
P
A) I e II
C) III e IV
B) II e III
D) I e III
E) II e IV
Editora Bernoulli
23
FÍSICA
01.
D) menor que o módulo da tensão no fio de baixo.
Frente A Módulo 06
05.
(UFU-MG) Na sequência a seguir, estão representados
07.
três instantes do movimento de queda livre de uma
bola de borracha: no instante t1, a bola encontra-se em
movimento descendente; no instante t2, ela atinge o solo e,
(PUC Minas) Um truque comum de “mágica” é puxar a
toalha que cobre uma mesa sem retirar os pratos e talheres
que estão sobre ela. Isso é feito dando-se um puxão na
toalha. É INCORRETO afirmar que esse experimento
A) terá maior probabilidade de sucesso com uma toalha
lisa, sem saliências.
no instante t3, a bola desloca-se no sentido contrário ao
seu sentido inicial (movimento ascendente).
B) terá maior probabilidade de sucesso com uma toalha
de material que tenha pequeno coeficiente de atrito
com o material dos pratos e dos talheres.
(t1)
(t2)
(t3)
C) terá maior probabilidade de sucesso aplicando-se à
toalha um puxão mais rápido do que aplicando-se a
ela um puxão mais lento.
Assinale a alternativa na qual a força resultante (F),
a velocidade (v) e a aceleração (a) da bola, nos instantes
D) é um eficiente meio de demonstrar a Lei da Ação e
Reação.
t1 e t3, estão CORRETAMENTE representadas.
A)
E) é análogo ao experimento que consiste em puxar
rapidamente uma folha de papel sobre a qual repousa
uma moeda, e observar que a moeda praticamente
não se move.
F
a
v
v
F
a
(t3)
(t1)
B) v
a
v
F
(UFV-MG–2006) Uma partícula desloca-se numa trajetória
retilínea de acordo com o gráfico posição S versus
tempo t, a seguir.
S
(t3)
(t1)
C) v
08.
F
a
Reta Parábola
a
v
F
a
F
(t3)
(t1)
τ
D)
Assinale a alternativa que representa CORRETAMENTE
a relação entre o módulo da força resultante R que atua
sobre a partícula com o tempo t.
(t3)
(t1)
06.
A) R
(UFJF-MG) Na figura a seguir, representamos uma esfera
de massa m, presa ao teto de um vagão e em repouso
em relação a este. O vagão desloca-se em movimento
retilíneo com uma aceleração a para a direita em relação ao
τ
t
τ
t
τ
t
τ
t
τ
t
B) R
solo. Do ponto de vista de um observador em repouso em
relação ao solo, qual das alternativas seguintes representa
CORRETAMENTE as forças que atuam sobre a massa m?
a
C) R
m
A)
C)
E)
T
T
m
m
F
P
T
D) R
m
P
B)
T
D)
N
T
E) R
m
m
F
P
24
t
Coleção Estudo
P
Leis de Newton
09.
Considere as afirmações:
(Fatec-SP) Um corpo está sujeito a três forças
coplanares, cujas intensidades constantes são 10 N,
4,0 N e 3,0 N. Suas orientações encontram-se
definidas no esquema:
y
I.
II. O passarinho é arremessado por uma força radial,
orientada do centro para fora do irrigador.
10 N
III. O movimento horizontal do passarinho, após perder
o contato com o irrigador, só depende da última
velocidade tangencial por ele adquirida.
37º
4,0 N
x
3,0 N
Após desprender-se do irrigador, a única aceleração
que o passarinho possui é a da gravidade.
IV. A força que arremessa o passarinho encontra seu par
ação-reação no irrigador.
Dados:
sen 37º = 0,60
cos 37º = 0,80
Com base na Mecânica Clássica de Newton, é CERTO
dizer que apenas
A) I e III são verdadeiras.
A aceleração que o corpo adquire quando submetido
exclusivamente a essas três forças tem módulo 2,0 m/s2.
Pode-se concluir que a massa do corpo é, em kg,
10.
B) 6,5.
C) 5,0.
D) 2,5.
C) II e IV são verdadeiras.
D) I e IV são verdadeiras.
E) 1,5.
(Unirio-RJ)
12.
A análise sequencial da tirinha e, especialmente, a do
quadro final, nos leva imediatamente ao(à)
(UFLA-MG) Num jogo de voleibol, é dado um saque e a
bola descreve uma trajetória parabólica. Desprezando-se
a resistência do ar, a alternativa CORRETA que mostra
a força resultante que age sobre a bola ao longo da
trajetória é:
A)
D)
B)
E)
FÍSICA
A) 8,5.
B) II é verdadeira.
A) Princípio da Conservação da Energia Mecânica.
B) propriedade geral da matéria, denominada inércia.
C)
C) Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento.
D) Segunda Lei de Newton.
E) Princípio da Independência dos Movimentos.
11.
(FMTM-MG) Observe estas tirinhas de Schulz, criador de
Snoopy e Woodstock.
13.
(PUCPR–2006) Considere o diagrama que relaciona a força F
e o deslocamento ∆x sofrido por um corpo de massa m
apoiado em um plano horizontal sem atrito.
Força (N)
B
C
A
D
E
∆x (m)
O movimento é retilíneo e no ponto A, a velocidade é nula.
Com base nessas informações, analise:
I.
No trecho BC, o movimento é uniforme.
II. No trecho ABC, a velocidade aumenta.
III. No trecho DE, a velocidade é nula.
IV. No trecho DE, o movimento é uniforme.
V. No trecho AB, o movimento é uniformemente
acelerado.
Está(ão) CORRETAS
A) somente II.
C) somente III.
B) II e IV.
D) somente IV.
E) II e III.
Editora Bernoulli
25
Frente A Módulo 06
14.
A) um tenista jogar a bola bem alto para dar um saque
e tentar o ace.
(UFC–2007) Um pequeno automóvel colide frontalmente
com um caminhão, cuja massa é cinco vezes maior que a
massa do automóvel. Em relação a essa situação, marque
a alternativa que contém a afirmativa CORRETA.
B) um boxeador girar o tronco para desferir um golpe
com mais potência.
A) Ambos experimentam desaceleração de mesma
intensidade.
C) um nadador puxar o máximo de água para trás a fim
de ganhar propulsão.
B) Ambos experimentam força de impacto de mesma
intensidade.
D) um jogador de basquete pular ao fazer um arremesso
de 3 pontos.
C) O caminhão experimenta desaceleração cinco vezes
mais intensa que a do automóvel.
D) O automóvel experimenta força de impacto cinco
vezes mais intensa que a do caminhão.
E) O caminhão experimenta força de impacto cinco vezes
mais intensa que a do automóvel.
15.
(UFPel-RS–2006) Um pescador possui um barco a vela que
é utilizado para passeios turísticos. Em dias sem vento,
esse pescador não conseguia realizar seus passeios.
Tentando superar tal dificuldade, instalou, na popa do
barco, um enorme ventilador voltado para a vela, com
o objetivo de produzir vento artificialmente. Na primeira
oportunidade em que utilizou seu invento, o pescador
percebeu que o barco não se movia como era por ele
esperado. O invento não funcionou!
A razão para o não funcionamento desse invento é que
A) a força de ação atua na vela e a de reação, no ventilador.
B) a força de ação atua no ventilador e a de reação, na água.
C) ele viola o Princípio da Conservação da Massa.
D) as forças que estão aplicadas no barco formam um
sistema, cuja resultante é nula.
E) ele não produziu vento com velocidade suficiente para
movimentar o barco.
16.
(Unipar-PR–2007) Com relação à 3ª Lei de Newton,
analise as proposições seguintes.
I.
A força que a Terra exerce sobre a Lua é exatamente
igual, em intensidade, à força que a Lua exerce sobre
a Terra.
II. Se um ímã atrai um prego, o prego atrai o ímã com
uma mesma força de mesma intensidade e direção,
mas com sentido contrário.
III. A força que possibilita um cavalo puxar a carroça é a
força que a carroça exerce sobre ele.
Podemos afirmar que
A) somente as proposições I e II estão corretas.
B) somente as proposições I e III estão corretas.
C) somente as proposições II e III estão corretas.
D) as proposições I, II e III estão corretas.
E) somente a proposição II está correta.
SEÇÃO ENEM
01.
26
As Leis de Newton se relacionam com as mais diversas
situações e processos. No campo esportivo, por exemplo,
algumas das técnicas que dão ao atleta vantagem
competitiva em relação a seu oponente estão relacionadas
com a 3ª Lei de Newton. Assim, o processo que está mais
diretamente ligado à Lei da Ação e Reação é
Coleção Estudo
E) o jogador de futebol tomar distância para bater uma
falta com mais força.
02.
A
10 N
A
10 N
B
10 N
10 N
Figura 1
Figura 2
As figuras anteriores representam superfícies horizontais
sem atrito, nas quais estão apoiados um bloco A, de
peso 10 N. Na figura 1, um bloco B, de peso 10 N,
está conectado ao bloco A por meio de um fio ideal,
enquanto que ,na figura 2, uma pessoa exerce uma força
de 10 N na extremidade de um fio ideal conectado ao
bloco A. Em ambos os casos, o bloco A é puxado pelo fio
e entra em movimento acelerado. Comparando-se o valor
da tensão na corda e a aceleração dos blocos nas duas
situações, conclui-se que a tensão na corda
A) e a aceleração do bloco A são maiores na situação da
figura 1.
B) é maior na situação da figura 1, e a aceleração do
bloco A é maior na situação da figura 2.
C) e a aceleração do bloco A são maiores na situação da
figura 2.
D) é maior na situação da figura 2, e a aceleração do
bloco A é maior na situação da figura 1.
E) e a aceleração do bloco A são iguais nas duas
situações.
GABARITO
Fixação
01. A
02. A
03. C
04. B
Propostos
01. B
05. C
09. D
13. B
02. C
06. A
10. B
14. B
03. D
07. D
11. A
15. D
04. C
08. B
12. C
16. A
Seção Enem
01. C
02. C
05. B
FÍSICA
MÓDULO
FRENTE
05 B
1a Lei da Termodinâmica
Todo corpo, independentemente do seu estado físico,
possui uma energia interna associada ao movimento
de suas moléculas. Essa energia depende basicamente
Pás
da quantidade de moléculas e da temperatura do corpo
(sistema). Em geral, a energia interna e o estado de um
Bloco
Gás
sistema variam quando há uma troca de energia, na forma
m
h
de calor e trabalho, entre o sistema e a sua vizinhança.
Assim, para calcular a variação de energia interna, basta
fazermos um balanço do calor e do trabalho trocado entre
o sistema e a vizinhança. Esse balanço, denominado de
1ª Lei da Termodinâmica, nada mais é do que o Princípio
da Conservação da Energia aplicado a sistemas térmicos.
Neste módulo, vamos estudar aplicações da
1ª Lei da Termodinâmica em sistemas gasosos, embora
esse princípio possa ser aplicado a qualquer estado da
matéria. Iniciaremos o módulo ensinando como calcular o
trabalho realizado ou sofrido por um gás. Em seguida, vamos
apresentar a equação da 1ª Lei da Termodinâmica, usando-a
para analisar as transferências de energia em um gás ideal,
Figura 1: Um trabalho é realizado sobre o gás quando o bloco
se desloca para baixo.
Outra forma importante de trabalho é devida ao
movimento de fronteira de um sistema. A fronteira de um
sistema é a superfície imaginária que envolve o sistema
de estudo, separando-o da vizinhança. Por exemplo,
na figura 2, considere que o sistema seja o gás contido no
cilindro. Então, a superfície em sua volta (linha tracejada)
é a fronteira, e todo o restante é a vizinhança: o cilindro,
o êmbolo, o bico de Bunsen, o ar ambiente, etc.
sujeito a transformações termodinâmicas especiais.
Na sequência, vamos ampliar o conceito de calor específico e
aprender a calcular o calor recebido ou cedido por um gás em
usar a 1ª Lei da Termodinâmica para estudar a transformação
adiabática, processo caracterizado pela ausência de troca
de calor entre o sistema e a vizinhança.
TRABALHO EM SISTEMAS
GASOSOS
F = PA
Pressão
∆x
transformações isobáricas e isovolumétricas. Por fim, vamos
P
Estado
inicial
Estado
final
∆V
Volume
Figura 2: Trabalho realizado devido ao movimento de fronteira
do gás.
Um sistema gasoso pode trocar trabalho com a sua
vizinhança por diferentes formas. Por exemplo, um gás pode
ser aquecido devido ao trabalho realizado por uma força de
atrito, como ilustra a figura 1. Nessa montagem, à medida
que o bloco desce com velocidade constante, a energia
potencial gravitacional do bloco converte-se em trabalho,
realizado pela força de atrito entre as pás e o gás. O módulo
do trabalho realizado sobre o gás é W = mgh, em que m é
a massa do bloco, g é a aceleração da gravidade, e h é o
deslocamento do bloco.
Agora, vamos calcular o trabalho que o gás troca
com a vizinhança na situação mostrada na figura 2.
Nessa montagem, o gás se expande, realizando um trabalho
sobre a vizinhança. Como o êmbolo se desloca livremente,
a pressão P exercida pelo gás é constante (expansão
isobárica mostrada no gráfico da figura 2). Isso significa
que a força F que o gás exerce sobre o êmbolo mantém-se
constante durante o deslocamento. Da Mecânica, sabemos
que o trabalho realizado por essa força pode ser calculado
pelo produto entre F e o deslocamento ∆x do êmbolo.
Editora Bernoulli
27
Frente B Módulo 05
A força, por sua vez, pode ser expressa pelo produto entre a
Para finalizar, destacamos o fato de o sinal do trabalho
pressão P e a área A do êmbolo. Assim, o trabalho realizado
ser invertido em relação ao sinal do calor. Conforme já
pelo gás é W = PA∆x. Note que o produto A∆x representa a
aprendemos, o calor é positivo quando um sistema recebe
variação de volume ∆V sofrida pelo gás. Assim, concluímos
calor da vizinhança. Ao contrário, o trabalho é positivo quando
que o trabalho devido ao movimento de fronteira de um gás,
o sistema fornece trabalho à vizinhança. Adiante, na figura 3,
em um processo isobárico, é dado por:
apresentamos um resumo da convenção dos sinais do calor Q
e do trabalho W. Certifique-se de ter entendido esses sinais.
Eles serão fundamentais para resolvermos vários problemas
W = P∆V
sobre a 1ª Lei da Termodinâmica.
Essa equação é muito importante e podemos tirar algumas
conclusões a partir dela. Primeiramente, vamos usá-la
para confirmar que a unidade de trabalho, no Sistema
Internacional, é o joule (J). De acordo com a equação,
Q>0
Q<0
a unidade de trabalho é o produto entre as unidades de
pressão e de volume. No SI, como esperado, esse produto é
(N/m2).m3 = N.m = J. Em alguns exercícios, usaremos
Sistema
W<0
W>0
as unidades atm e L para a pressão e para o volume,
respectivamente. Nesses casos, o trabalho será dado em
Vizinhança
atm.L, e devemos ter em mente que essa é também uma
unidade de energia.
Observe que a área sob o gráfico de pressão versus volume
Figura 3: Convenção de sinais do calor e do trabalho.
mostrado na figura 2 é exatamente igual ao produto P∆V,
ou seja, essa área é numericamente igual ao trabalho
realizado pelo gás. Na verdade, a área sob o gráfico P versus V,
A 1ª LEI DA TERMODINÂMICA
independentemente de a pressão ser ou não constante,
fornece o valor do trabalho realizado pelo gás ou sobre ele.
O trabalho possui um sinal. Como o valor da pressão é
sempre positivo, o sinal do trabalho é determinado pelo sinal
da variação de volume. Quando o gás sofre uma expansão,
Energia interna
Antes de estudarmos a 1ª Lei da Termodinâmica, vamos
discutir um pouco mais o conceito de energia interna
como aquela indicada na figura 2, ∆V > 0. Por isso, o trabalho
de um corpo (sistema). Diferentemente do trabalho e
também é positivo. Quando o gás é comprimido, ∆V < 0,
do calor, a energia interna é uma propriedade de estado.
de forma que o trabalho também é negativo. É claro que
Qualquer sistema, como uma amostra de gás contida em
W = 0 quando ∆V = 0. Nesse caso, embora haja força do
um recipiente, não possui trabalho ou calor, mas possui
gás contra o recipiente, não há deslocamento da fronteira
energia interna. Assim como a temperatura, o volume e
do sistema. O quadro a seguir apresenta um resumo sobre
a pressão, a energia interna é uma grandeza de estado.
os sinais do trabalho.
Do ponto de vista microscópico, a energia interna representa
o conteúdo energético das moléculas do sistema. Conforme
W
já aprendemos no estudo dos gases, a energia interna de um
Expansão (W realizado pelo gás)
+
gás ideal monoatômico é devida apenas à energia cinética
Compressão (W realizado sobre o gás)
–
Processo
Processo isovolumétrico
zero
de translação dos átomos e o seu valor é dado por:
U=
3
2
NkT =
3
2
nRT =
3
2
PV
Os sinais de W discutidos aqui não são restritos ao trabalho
devido ao movimento de fronteira, devendo ser usados
P, V e T são a pressão, o volume e a temperatura absoluta
para qualquer forma de trabalho. Por exemplo, na figura 1,
do gás. N e n são o número de moléculas e o número de
a vizinhança (as pás, o bloco e o conjunto de polias e corda)
mols do gás, respectivamente. O fator k é a constante de
realiza um trabalho sobre o sistema (o gás). Do ponto de vista
Boltzmann (1,38 x 10–23 J/K), definida pelo quociente entre
do gás, esse trabalho é negativo. Para m = 1,0 kg e h = 0,20 m,
a constante universal dos gases ideais (R = 8,314 J/mol.K)
por exemplo, o trabalho vale W = –1,0.10.0,20 = –2,0 J.
e o número de Avogadro (NA = 6,02 x 1023 moléculas/mol).
28
Coleção Estudo
1a Lei da Termodinâmica
Para gases ideais poliatômicos, a energia interna é maior
que 3NKT/2, pois, além de as moléculas terem velocidade
de translação, elas também vibram e giram em torno de si.
O importante é que, mesmo sendo maior, a energia interna
continua sendo diretamente proporcional ao número de
moléculas e à temperatura absoluta do gás.
A 1ª Lei da Termodinâmica e
a conservação da energia
A 1ª Lei da Termodinâmica é um princípio geral que leva
em conta a variação de energia interna de um sistema
quando ele, durante um processo, troca energia com a sua
vizinhança. Para explicar isso, vamos analisar um exemplo
numérico envolvendo o balanço de energia de um gás
dentro de um cilindro com êmbolo. Inicialmente (estado 1),
Os sinais de Q, W e ∆U
No exemplo numérico apresentado anteriormente,
os sinais de Q, W e ∆U foram todos positivos (de acordo com
as nossas convenções de sinais, Q > 0 porque o gás recebeu
calor, e W > 0 porque o gás se expandiu, realizando trabalho).
Em outras situações, podemos ter outras combinações de
sinais para Q, W e ∆U (inclusive zero). Nós já conhecemos
o significado dos sinais de Q e W. A seguir, vamos explicar
o significado do sinal de ∆U para um gás ideal.
Sabemos que a energia interna de um gás ideal é
proporcional à sua temperatura absoluta. Então, a energia
interna de uma amostra de gás ideal (massa fixa) aumenta
quando a temperatura do gás aumenta. Portanto, a variação
da energia interna é positiva quando a temperatura aumenta
e negativa quando a temperatura diminui. Naturalmente,
quando a temperatura não se altera, a variação da energia
interna é nula. A tabela a seguir apresenta um resumo sobre
os sinais de Q, W e ∆U. É importante compreendermos esses
sinais, em vez de simplesmente memorizá-los. Observe que,
nesta tabela, apresentamos uma transformação na qual Q = 0.
Essa transformação é denominada adiabática e será estudada
com mais detalhes posteriormente.
FÍSICA
O principal interesse da Termodinâmica não é a quantidade
de energia interna de um sistema, mas sim as variações
da energia interna que ocorrem quando esse sistema
sofre uma transformação termodinâmica. Quando um gás
ideal monoatômico sofre uma variação de temperatura ∆T,
a variação da energia interna do gás pode ser calculada por
∆U = 3NK∆T/2. Em um processo isotérmico, ∆T é zero e,
consequentemente, ∆U também é zero.
o êmbolo está em repouso. Nessa condição, digamos que a
Sistema realiza trabalho
W>0
gás seja aquecido por uma fonte quente, recebendo, ao longo
Sistema sofre trabalho
W<0
de alguns segundos, uma quantidade de calor Q = 400 J.
Transformação isovolumétrica
W=0
A energia interna não irá aumentar para 1 400 J, pois o gás,
Sistema recebe calor
Q>0
ao ser aquecido, se expande, realizando um trabalho sobre
Sistema libera calor
Q<0
a vizinhança. Digamos que esse trabalho seja W = 100 J.
Transformação adiabática
Q=0
Desse modo, durante o processo, o gás recebe 400 J de
Temperatura do sistema aumenta
∆U > 0
energia na forma de calor, mas despende uma energia de
Temperatura do sistema diminui
∆U < 0
100 J na forma de trabalho. O resultado é que o gás recebe
Transformação isotérmica
∆U = 0
energia interna do gás é U1 = 1 000 J. Agora, considere que o
uma energia líquida de +300 J. Esse é o valor que devemos
somar à energia interna inicial do gás, de maneira que a
energia interna final do sistema seja U2 = 1 300 J. Observe
que a variação na energia interna do gás, ∆U = U2 – U1,
é igual à diferença Q – W. Assim, matematicamente,
a 1ª Lei da Termodinâmica é escrita da seguinte forma:
∆U = Q – W
Pensando bem, a equação anterior é bastante semelhante
ao balanço financeiro que uma empresa, ou uma pessoa
física, faz no final de cada mês:
Saldo = Receitas – Despesas
Da mesma forma que o saldo é o resultado dos aportes
(receitas) e das retiradas (despesas) financeiras de
uma entidade, a variação da energia interna é fruto das
entradas e das saídas de energia em um sistema. Assim,
não há criação de energia, há conservação da energia total.
A 1ª Lei da Termodinâmica nada mais é do que o Princípio
da Conservação da Energia aplicado a sistemas térmicos.
Para mostrar a importância dos sinais dessa tabela, vamos
analisar o seguinte exemplo. Considere um cilindro com gás,
aquecido por meio de uma resistência elétrica enrolada na
parede externa do cilindro. A figura 4 ilustra duas fronteiras
(em traço pontilhado) que podemos usar para estudar o
problema: uma envolve apenas o gás, e a outra inclui o
cilindro e a resistência. Nesse exemplo, vamos admitir que
o gás seja muito denso e que as massas do cilindro e da
resistência possam ser desprezadas.
Gás
Q = +100 J
+
–
Bateria
Q = –100 J
Gás
+
–
Bateria
Figura 4: De acordo com a fronteira, o gás pode receber calor
ou trabalho.
Editora Bernoulli
29
Frente B Módulo 05
Primeiramente, vamos analisar o problema considerando
a fronteira que envolve apenas o gás. Nesse caso, há uma
diferença de temperatura na interface da fronteira, pois a
temperatura da parede do cilindro é maior que a temperatura
do gás. Assim, concluímos que o calor atravessa a fronteira
do sistema. Vamos supor que, após o aquecimento do gás,
esse calor seja Q =+100 J (o sinal é + porque o gás recebe
calor). Agora, vejamos se algum trabalho atravessa a fronteira
do sistema. Como não há força agindo através da fronteira,
concluímos que W = 0. Substituindo esses valores na equação da
1ª Lei da Termodinâmica, obtemos ∆U = +100 – 0 = + 100 J.
Note que ∆U é positivo, significando, como esperado, que a
temperatura do gás aumenta.
Pressão
Estado
inicial
P
P/2
1
3
2
T
T/2
V
2V
Volume
Inicialmente, vamos analisar a etapa isotérmica
Agora, vamos analisar o problema do ponto de vista da
fronteira que envolve a resistência elétrica. Nesse caso,
não há diferença de temperatura na interface da fronteira.
Logo, Q = 0. A corrente elétrica que atravessa a fronteira
do sistema é gerada pela ação da força elétrica sobre as
cargas livres do fio de ligação entre a bateria e a resistência
elétrica. A presença dessa força implica que o sistema recebe
um trabalho da vizinhança. Como as massas do cilindro e
da resistência são desprezíveis, o módulo do trabalho é
igual ao módulo do calor citado na análise anterior, isto
é, W = –100 J (o sinal é – porque o gás recebe trabalho).
Substituindo Q e W na equação da 1ª Lei da Termodinâmica,
achamos ∆U = 0 – (–100) = +100 J. Note que esse resultado
é idêntico ao obtido anteriormente.
(processo 1-2). Como a temperatura permaneceu constante,
a energia interna também não variou. Assim, ∆U = 0.
Como o gás se expandiu, ele realizou um trabalho.
Logo, W é positivo (área hachurada no gráfico). Agora,
para analisar o calor, vamos escrever a 1ª Lei da
Termodinâmica da seguinte forma: Q = ∆U + W. Como a
primeira parcela é zero e a segunda é positiva, conclui-se
que o calor Q é positivo. Logo, o gás ganhou calor durante
a expansão. Apesar disso, a temperatura do gás não
aumentou, pois um trabalho, igual ao calor recebido,
foi despendido pelo gás ao longo da expansão.
Agora, vamos analisar a etapa isobárica (processo 2-3).
O gás foi comprimido, de forma que um trabalho
foi realizado sobre ele. Nesse caso, W é negativo
PARA REFLETIR
(área retangular no gráfico, indicada em amarelo).
Nessa etapa, a temperatura do gás diminui, e a energia
Uma mola comprimida (fixa por um fio de aço)
interna também. Assim, ∆U é negativo. De acordo com
foi imersa em um ácido. Então, lentamente,
a 1ª Lei da Termodinâmica, Q = ∆U + W, Q é negativo,
a mola se dissolveu. O que aconteceu com a
pois as parcelas ∆U e W são negativas. Portanto, o gás
energia potencial elástica da mola?
cedeu calor para a vizinhança. Poderíamos ter chegado a
essa conclusão sem usar muita matemática. Como o gás
recebeu um trabalho, a energia interna e a temperatura
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
justamente o contrário. A explicação para isso é que o
gás cedeu calor. Além disso, para justificar a redução na
Um gás ideal se expande isotermicamente, dobrando de
volume. A seguir, o gás é comprimido isobaricamente até
30
deveriam, em princípio, aumentar. Porém, ocorreu
energia interna, o módulo de Q deve ser maior que o de W.
o volume voltar ao valor inicial. Por último, o gás tem a
Na etapa isovolumétrica (processo 3-1), W = 0,
pressão aumentada isovolumetricamente até a pressão
pois não há variação do volume do gás. A temperatura
voltar ao valor inicial. Determinar se o gás recebeu ou
aumenta, pois, sendo esse um processo isovolumétrico,
cedeu calor para a vizinhança em cada uma dessas etapas
a temperatura é diretamente proporcional à pressão
e durante todo o ciclo.
do gás. Logo, a energia interna aumenta, e ∆U é positivo.
Resolução:
Assim, na equação Q = ∆U + W, a primeira parcela do
A figura a seguir mostra o diagrama pressão versus
segundo membro é positiva, e a segunda é zero. Portanto,
volume para o ciclo. As pressões, os volumes e as
Q é positivo, e o gás recebeu calor. Esse resultado era
temperaturas absolutas indicadas foram calculados por
esperado, pois a energia interna aumentou, e não houve
meio da equação de estado de um gás ideal, tomando
realização de trabalho. Então, o aumento da energia
como referência os valores iniciais P, V e T.
interna é decorrente do fato de o gás ter recebido calor.
Coleção Estudo
1a Lei da Termodinâmica
dos trabalhos parciais que ocorrem em cada etapa.
O trabalho é positivo na expansão isotérmica, negativo
na compressão isobárica e zero no aquecimento
isovolumétrico. A soma desses valores é positiva, pois
o módulo do trabalho positivo é maior que o módulo
do trabalho negativo. Na prática, o trabalho líquido é
numericamente igual à área dentro do ciclo, indicada
em azul no gráfico deste exercício. Esse valor é positivo
quando o ciclo ocorre no sentido horário (como neste
Os parâmetros cp e cv são os calores específicos molares
à pressão e a volume constantes, respectivamente,
cujas unidades podem ser J/mol.K e atm.L/mol.K. Os valores
de cp e cv dos gases ideais dependem do tipo de gás e da
temperatura. Os gases monoatômicos, como os gases
nobres, são exceções. Todos eles, independentemente da
temperatura, possuem cp = 5R/2 e cv = 3R/2, sendo R a
constante universal dos gases. A tabela seguinte contém os
valores de cp e de cv para alguns gases a 25 ºC. A última
coluna da tabela é o coeficiente de Poisson (γ), importante
parâmetro dos gases e definido pela relação γ = cp/cv.
exercício), e negativo quando o sentido for anti-horário.
cp
cv
(J/mol.K)
(J/mol.K)
Ar
29,1
20,8
1,40
Dióxido de carbono
37,1
28,7
1,29
exercício. A sua construção é frequentemente pedida em
Nitrogênio
29,2
20,9
1,40
questões abertas de vestibulares.
Oxigênio
29,5
19,9
1,48
De acordo com a equação Q = ∆U + W, como a primeira
parcela do segundo membro é zero e a segunda é positiva,
o calor líquido é positivo. Logo, o gás recebeu calor.
O quadro a seguir é um resumo da solução deste
Processo
W
U
Q
1-2
+
0
+
2-3
–
–
–
3-1
0
+
+
Ciclo
+
0
+
CALORES ESPECÍFICOS
DE UM GÁS
No estudo da Calorimetria, usamos a equação Q = mc∆T
para calcular a transferência de calor entre os corpos. Nessa
Gases ideais a 25 ˚C
γ
Monoatômicos
(a qualquer pressão e
cp =
temperatura)
5R
cv =
2
3)
5
2
3
Para qualquer gás, cp é maior do que cv. Isso significa que
o calor para aquecer um gás à pressão constante é maior
do que o calor para aquecer o gás a volume constante, para
uma mesma elevação de temperatura. No aquecimento
isovolumétrico, o calor é usado apenas para elevar a
temperatura e a energia interna do gás. O aquecimento
isobárico consome mais energia porque, além de receber
calor para aumentar sua energia interna, o gás deve receber
uma quantidade extra de calor para poder realizar um
trabalho de expansão.
As expressões de cp e cv para os gases monoatômicos
podem ser deduzidas igualando-se a equação da
1ª Lei da Termodinâmica com a equação da variação da
energia interna para um gás ideal monoatômico:
equação, m e ∆T são a massa e a variação de temperatura
do corpo, respectivamente. O calor específico c é uma
Q – W = �NK∆T
propriedade física que depende da substância do corpo.
Podemos usar uma equação semelhante à equação anterior
para calcular a transferência de calor em um gás. Nesse caso,
o calor específico dependerá da natureza do gás e também
do tipo de processo. Para uma transformação isobárica e
outra isovolumétrica, o calor transferido pode ser calculado
pelas seguintes equações:
Q = ncp∆T e Q = ncv∆T
Nessas equações, n é a quantidade de gás (por exemplo,
em mols) e ∆T é a variação de temperatura na escala Kelvin
(ou Celsius, pois ∆T é o mesmo em ambas as escalas).
Na transformação isovolumétrica, não há trabalho (W = 0).
Substituindo esse valor na equação anterior e fazendo
N = nNA e K = R/NA, obtemos:
Q–0=
3*+/ .,∆2+/ .
=*
3,
2
∆-
Comparando Q = nc v∆T com a expressão anterior,
concluímos que cv = 3R/2, como queríamos demonstrar.
Para o processo isobárico, devemos usar o mesmo
procedimento, lembrando que, agora, existe um trabalho
dado por W = P∆V = nR∆T. Deixamos para você a tarefa
de completar os cálculos e de demonstrar que cp = 5R/2.
Editora Bernoulli
31
FÍSICA
Em todo ciclo, o estado final é idêntico ao estado inicial,
de forma que ∆U = 0. O trabalho no ciclo é a soma algébrica
Frente B Módulo 05
TRANSFORMAÇÃO ADIABÁTICA
Quando um gás é comprimido ou expandido sem
trocar calor com a vizinhança, dizemos que o gás sofreu
uma transformação adiabática (do grego, intransitável).
Essa transformação pode ser obtida de duas formas.
O recipiente que contém o gás pode ser isolado termicamente
da vizinhança por meio de um material como isopor ou lã
de vidro, ou o gás pode ser comprimido ou expandido tão
rapidamente que ele não terá tempo para ceder ou ganhar
calor da vizinhança.
Na transformação adiabática, a pressão P, o volume V e a
temperatura T do gás variam. Além da relação de gás ideal,
PV/T = constante, a seguinte equação também se aplica:
γ
PV = constante
Nessa equação, o expoente γ é o coeficiente de Poisson,
definido no tópico anterior. A dedução dessa equação é um
pouco complicada e será omitida. Na verdade, usaremos
essa equação apenas para entendermos alguns aspectos do
processo adiabático. De acordo com essa equação, quando o
volume de um gás aumenta, a pressão diminui, de forma que
γ
o produto PV permanece constante (e vice-versa). Como γ é
γ
maior do que 1, a variação do termo V é significativa. Assim,
γ
para o produto PV permanecer constante, a variação de P
deve ser inversa e um pouco maior do que a variação de V
(diferentemente da transformação isotérmica, em que P varia
de forma inversa e proporcional a V). Esse comportamento
está ilustrado na figura 5, que mostra o diagrama P versus V
para um processo adiabático ocorrendo entre dois estados
Sendo ∆U = –W, e como W é positivo na expansão,
concluímos que ∆U é negativo. Essa redução da energia
interna implica uma diminuição da temperatura do gás.
Na compressão adiabática (processo BA), a temperatura
aumenta, pois, nesse caso, W é negativo e ∆U é positivo.
Podemos citar muitos exemplos cotidianos de resfriamentos
e aquecimentos adiabáticos. Quando apertamos a válvula de
um desodorante spray, um pouco de vapor é liberado por
meio de uma expansão súbita e adiabática, provocando o
resfriamento do frasco. Ao contrário, uma bomba manual de
encher pneus de bicicleta se aquece quando você comprime
rápida e adiabaticamente o ar em seu interior. Os processos
adiabáticos não se restringem aos gases. Por exemplo,
se sacudirmos violentamente uma garrafa com água por
2 ou 3 minutos, a temperatura da água aumentará alguns
décimos de grau. Esse aquecimento é adiabático, e o
aumento da energia interna da água é devido ao trabalho
que transferimos ao líquido.
Para finalizar, vamos discutir a expansão livre.
Nesse processo, um gás se expande sem sofrer resistência.
Por exemplo, imagine dois balões idênticos, um contendo
gás ideal sob pressão e o outro evacuado, conforme mostra
a figura 6. Em determinado instante, a válvula que interliga
os balões é aberta, de forma que o gás se expande e
passa a ocupar o volume total do sistema. Essa expansão
ocorre sem resistência, ou seja, não há força ao longo do
deslocamento. Portanto, em uma expansão livre, não há
realização de trabalho. Em geral, a expansão livre é rápida,
de forma que não há troca de calor. Substituindo Q = 0 e
W = 0 na equação da 1ª Lei da Termodinâmica, obtemos
∆U = 0. Isso significa que a temperatura final do gás é igual
à temperatura inicial.
Gás ideal
Vácuo
A e B de um gás ideal. Neste gráfico, a área sob a curva que
representa o processo é numericamente igual ao trabalho.
Como Q = 0, concluímos que ∆U = 0 – W, ou seja, o trabalho
Pressão
em um processo adiabático é dado por W = –∆U.
P = C/Vγ
A
TA (Temperatura
maior)
TB (Temperatura
menor)
WAB = –∆U
Figura 6: Exemplo de uma expansão livre.
B
Volume
Figura 5: Transformação adiabática.
Observe nesse gráfico que a expansão adiabática
AB produz um resfriamento no gás (TB < TA). Podemos
entender isso a partir da 1ª Lei da Termodinâmica.
32
Coleção Estudo
PARA REFLETIR
Por que o ar do solo que se eleva em uma
montanha ou em um ciclone pode atingir
temperaturas gélidas?
1a Lei da Termodinâmica
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
04.
(UFMG) Uma seringa, com extremidade fechada, contém
uma certa quantidade de ar em seu interior. Sampaio
puxa, rapidamente, o êmbolo dessa seringa, como
(VUNESP) A Primeira Lei da Termodinâmica diz respeito à
mostrado nesta figura:
A) dilatação térmica.
Tampa
B) conservação da massa.
5
4
C) conservação da quantidade de movimento.
D) conservação da energia.
E) irreversibilidade do tempo.
02.
Considere o ar como um gás ideal. Sabe-se que, para
um gás ideal, a energia interna é proporcional à sua
temperatura.
(UFES) Uma certa quantidade de gás ideal é levada de
um estado inicial a um estado final por três processos
distintos, representados no diagrama p x V da figura a
seguir. O calor e o trabalho associados a cada processo
são, respectivamente, Q e W , Q e W , Q e W .
1
1
2
2
3
3
Está CORRETO afirmar que
Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que,
no interior da seringa,
A) a pressão do ar aumenta, e sua temperatura diminui.
p
B) a pressão do ar diminui, e sua temperatura aumenta.
1
f
C) a pressão e a temperatura do ar aumentam.
2
D) a pressão e a temperatura do ar diminuem.
3
05.
i
(UFMG) A energia interna de um gás ideal é função
apenas de sua temperatura. Um gás ideal transforma-se,
final (B), como mostra a figura a seguir.
V
A) W = W = W e Q = Q = Q .
1
2
3
1
2
3
25
B) W < W < W e Q < Q < Q .
1
2
3
1
2
2
3
1
2
20
3
D) W = W = W e Q < Q < Q .
1
2
3
1
2
15
3
E) W > W > W e Q = Q = Q .
1
03.
2
3
1
2
P (105 N/m3)
A
3
C) W > W > W e Q > Q > Q .
1
3
10
( U F L A- M G ) U m g á s é s u b m e t i d o à s s e g u i n t e s
transformações mostradas no diagrama a seguir. Assinale
a alternativa CORRETA.
P1
0
B
E
1
2
3
4
5
V (10–3 m3)
A) Qual é, aproximadamente, o trabalho realizado pelo
gás?
B) Qual é a quantidade de calor absorvida da vizinhança
pelo gás?
C
P2
B
5
P (N/m2)
A
FÍSICA
isotermicamente, de um estado inicial (A) para um estado
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
D
V (L)
V1
V2
A) Na expansão isobárica AB, o gás cede calor (Q < 0).
B) Na expansão isotérmica AC, não existe troca de calor
(Q = 0).
01.
(UFC–2010) Dois sistemas termodinâmicos completamente
isolados são separados entre si por uma parede diatérmica
(que permite a passagem de energia), impermeável
(que não permite o fluxo de partículas) e fixa. No equilíbrio
termodinâmico, tais sistemas são caracterizados por
apresentarem
C) Na expansão adiabática AD, o gás não realiza trabalho
(W = 0).
A) mesma energia e mesma temperatura.
D) No esfriamento isométrico AE, o gás recebe calor
(Q > 0).
C) mesma energia e diferentes temperaturas.
E) No esfriamento AE do gás, o trabalho realizado é nulo.
E) diferentes energias e diferentes temperaturas.
B) diferentes energias e mesma temperatura.
D) energia igual a zero e mesma temperatura.
Editora Bernoulli
33
Frente B Módulo 05
02.
(Fafeod-MG) Um gás ideal sofre uma transformação
05.
um gás perfeito.
da mesma temperatura inicial e chegando, em ambas as
I.
transformações, à mesma temperatura final. Sejam ∆UM
A energia interna de uma dada massa de gás ideal é
função exclusiva de sua temperatura.
e ∆UN as variações de energia interna nas transformações
II. Numa expansão isobárica, a quantidade de calor
M e N, respectivamente. Assim, é necessariamente
recebida é menor que o trabalho realizado.
CORRETO afirmar que
III. Numa transformação isocórica, a variação da energia
A) ∆UM = ∆UN.
D) ∆UM < ∆UN.
B) ∆UM = ∆UN = 0.
E) ∆UM > 0 e ∆UN < 0.
do gás é igual à quantidade de calor trocada com o
meio exterior.
A) I e II estão corretas.
C) ∆UM > ∆UN.
03.
(FESP-PR) Considere as seguintes afirmações relativas a
isovolumétrica (M) e uma expansão adiabática (N), partindo
B) II e III estão corretas.
C) I e III estão corretas.
(UFMG) Um gás ideal, em um estado inicial i, pode ser
levado a um estado final f por meio dos processos I, II e III,
D) Todas estão corretas.
representados neste diagrama de pressão versus volume.
E) Todas são incorretas.
06.
p
I
i
pelo gás no processo e a variação da energia interna,
II
III
(Unimontes-MG–2010) Numa compressão isotérmica,
o trabalho realizado sobre o gás é 800 J. O calor cedido
em joules, são iguais, respectivamente, a
A) 800, 800.
f
B) 800, –800.
V
C) zero, 800.
Sejam WI, WII e WIII os módulos dos trabalhos realizados
pelo gás nos processos I, II e III, respectivamente.
Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que
A) WI < WII < WIII.
C) WI = WIII > WII.
B) WI = WII = WIII.
D) WI > WII > WIII.
D) 800, zero.
07.
(ITA-SP / Adaptado) Um recipiente de volume ajustável
contém n mol de um gás ideal. Inicialmente, o gás
está no estado A, ocupando o volume V, à pressão p.
Em seguida, o gás é submetido à transformação
indicada na figura. Calcule o calor absorvido pelo gás
04.
(PUC-SP) O êmbolo do cilindro a seguir varia de 5,0 cm
na transformação cíclica ABCA.
sua posição, e o gás ideal no interior do cilindro sofre
p
2p
uma expansão isobárica, sob pressão atmosférica.
C
O que ocorre com a temperatura do gás durante essa
transformação termodinâmica? Qual o valor do trabalho
p
A
B
∆W realizado sobre o sistema pela atmosfera, durante a
expansão?
V
2V
V
A) Q = 0
Dados: Pressão atmosférica: 105 N/m2
B) Q = npV/2
Área da base do êmbolo: 10 cm2
C) Q = –npV/2
D) Q = 11pV/2
Êmbolo
E) Q = –pV/2
08.
(UFU-MG) Um gás ideal recebe reversivelmente
1 000 cal de energia em forma de calor. Em relação ao
5,0 cm
trabalho efetuado pelo gás nessa transformação, é FALSO
afirmar que será
A) nulo, se a variação de volume for nula.
Gás ideal
A) A temperatura aumenta; ∆W = –5,0 J
B) A temperatura diminui; ∆W = 5,0 J
C) A temperatura aumenta; ∆W = –5,0 x 10–2 J
D) A temperatura não muda; ∆W = 5,0 x 10–2 J
E) A temperatura diminui; ∆W = –0,5 J
34
Coleção Estudo
B) 1 000 calorias, se a variação de temperatura for nula.
C) 1 000 calorias, se a variação de pressão for nula.
D) menor que 1 000 calorias, se a variação de
temperatura for positiva.
E) 1 000 calorias, se a variação de energia interna for
nula.
1a Lei da Termodinâmica
09.
(Mackenzie-SP) Um mol de oxigênio é mantido a volume
constante, porém sua energia interna varia com a
temperatura de acordo com o gráfico.
13.
U (cal)
1 000
500
100
200
T (K)
14.
O calor específico do oxigênio a volume constante vale
10.
A) 5 cal/mol.K.
C) 15 cal/mol.K.
B) 10 cal/mol.K.
D) 20 cal/mol.K.
(Unimontes-MG–2010) Um gás ideal, com um volume
inicial de 0,50 dm3 e sob pressão inicial de 1,0 x 105 N/m2,
sofre a transformação cíclica representada no diagrama
PV a seguir.
P (105 N/m2)
(ITA-SP) Certa quantidade de gás expande-se
adiabaticamente e quase estaticamente desde uma
pressão inicial de 2,0 atm e volume de 2,0 litros na
temperatura de 21 ºC até atingir o dobro de seu volume.
Sabendo-se que para esse gás γ = cp/cv = 2,0, determine
a pressão final e a temperatura final do gás.
A) 0,5 atm e 10,5 ºC
C) 2,0 atm e 10,5 ºC
B) 0,5 atm e –126 ºC
D) 2,0 atm e –126 ºC
(CEFET-MG–2010) Sendo U a energia interna, Q o calor
trocado com a vizinhança, e W o trabalho realizado em
uma expansão adiabática livre (pressão nula) de um gás
ideal, é CORRETO afirmar que
A) ∆U = 0, Q = 0, W = 0.
D) ∆U ≠ 0, Q = 0, W ≠ 0.
B) ∆U = 0, Q ≠ 0, W ≠ 0.
E) ∆U ≠ 0, Q ≠ 0, W = 0.
C) ∆U ≠ 0, Q = 0, W = 0.
15.
(UFMG–2009) Para estudar o comportamento de um gás,
um professor montou o sistema representado nesta figura:
4,0
Recipiente
R
3,0
Gás
2,0
Êmbolo
Manômetro
he
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
absorvido no ciclo, em joules, valem, respectivamente,
A) zero, 600, 400.
C) 400, 400, 600.
B) 600, zero, 600.
D) 400, 600, zero.
(FMPA-MG) Sobre um gás confinado em condições ideais,
podemos afirmar CORRETAMENTE que,
Nesse sistema, um recipiente de volume V, dotado
de um êmbolo e de um registro R, contém um gás
que se comporta como um gás ideal. Um manômetro,
que consiste em um tubo de vidro, em forma de U,
que contém mercúrio, tem uma de suas extremidades
conectada ao recipiente, por intermédio do registro R,
e a outra extremidade aberta.
A) numa compressão isotérmica, o gás cede calor para
o ambiente.
Inicialmente, o registro está aberto, e o gás está à pressão
atmosférica p0 e à temperatura ambiente T0.
B) aquecendo o gás a volume constante, sua energia
interna permanece constante.
Sejam d a densidade do mercúrio, he e hd a altura das
colunas de mercúrio, nos ramos da esquerda e da direita
do tubo, respectivamente.
C) numa expansão adiabática, a temperatura do gás
aumenta.
D) numa expansão isobárica, a temperatura do gás
diminui.
E) quando o gás sofre transformações num ciclo,
o trabalho resultante que ele realiza é nulo.
12.
Mercúrio
V (10–3 m3)
O trabalho realizado, a variação de energia interna e o calor
11.
hd
FÍSICA
1,0
(UFMG) Como consequência da compressão adiabática
sofrida por um gás, pode-se afirmar que
A) a densidade do gás aumenta, e sua temperatura
diminui.
B) a densidade do gás e sua temperatura diminuem.
C) a densidade do gás aumenta, e sua temperatura
permanece constante.
1. A partir de certo instante, o professor comprime o
êmbolo, lentamente, para que o gás se mantenha à
temperatura ambiente, até reduzir à metade o volume
ocupado, no recipiente, pelo gás. Considerando essa
situação, DETERMINE a diferença de altura (he – hd)
entre as duas colunas de mercúrio no tubo de vidro,
em termos de p0, d e g.
2. Em seguida, o professor fecha o registro R e puxa
o êmbolo, rapidamente, até este retornar à posição
inicial.
Isso feito, ele abre o registro R e, ao mesmo tempo,
observa o nível de cada uma das colunas de mercúrio
no tubo de vidro.
D) a densidade do gás e sua temperatura aumentam.
Considerando essa nova situação, responda:
E) a densidade do gás e sua temperatura permanecem
constantes.
A altura he é menor, igual ou maior que a altura hd?
JUSTIFIQUE sua resposta.
Editora Bernoulli
35
Frente B Módulo 05
16.
(PUC Rio–2010) Um motor contendo 0,5 mol de um gás
ideal com p0 = 150 kPa e V0 = 8,3 litros funciona de acordo
com o ciclo mostrado na figura a seguir. O percurso de
A a B é isocórico. Entre os pontos B e C, a pressão diminui
linearmente com o volume. Entre C e A, o percurso é
isobárico. Considerando que as capacidades de calor
molar do gás são cv = 10,0 J/mol.K (a volume constante);
cp = 15,0 J/mol.K (à pressão constante), e a constante
dos gases R = 8,3 J/mol.K, DETERMINE
P
3P0
B
P0
A
19.
(UFMG) Teodorico coloca um gás em um recipiente
cilíndrico, fechado por um êmbolo que pode se mover
livremente. Inicialmente, o gás está à temperatura
ambiente, e o êmbolo, a uma altura h. Teodorico realiza,
então, o procedimento descrito nestas etapas:
A) Aquece o gás, lentamente, deixando o êmbolo subir
até a altura H, como representado na figura I.
B) Continuando a aquecer o gás, ele coloca areia sobre
o êmbolo, aos poucos, de forma a mantê-lo fixo na
altura H, como mostrado na figura II.
C) Em certo momento, Teodorico para de aquecer o gás e
aguarda até que o êmbolo desça e retorne à altura h,
como mostrado na figura III.
D) Em seguida, retira toda a areia, lentamente, de forma
a manter o êmbolo fixo na altura h, como mostrado
na figura IV.
C
V0
2V0
V
A) o trabalho realizado pelo motor durante a etapa AB
do processo.
Êmbolo
H
B) as temperaturas nos pontos A, B e C.
Gás
H
h
h
C) o calor absorvido durante as etapas AB e CA.
17.
(UFG–2007) A figura a seguir mostra o comportamento
de n mols de um gás ideal, numa expansão adiabática AB,
entre as isotermas TA e TB.
I
III
Dado: γ = cp/cv = 5/3
p (atm)
h
H
h
TA = 400 K
B T
PB
0
H
A
8
B
2
16
II
V (L)
Com base no gráfico, CALCULE
IV
Nas quatro etapas descritas, a pressão e o volume do gás
variam como mostrado no diagrama a seguir.
Pressão
A) a pressão PB.
B) a temperatura TB.
18.
(UFMG) Sabe-se que a energia média de translação das
moléculas de um gás é dada por Ec = (3/2)KT, em que
K é a constante de Boltzmann, e T, a temperatura do gás.
Considere uma amostra de um gás ideal monoatômico,
cuja energia interna é apenas a energia cinética de
translação de suas moléculas.
A) S a b e n d o - s e q u e o n ú m e r o d e m o l é c u l a s é
N = 2,0 x 1024 moléculas e que sua temperatura é
de 27 ºC, DETERMINE o valor da energia interna U
dessa amostra. (Considere K = 1,4 x 10–23 J/K.)
B) Uma quantidade de calor ∆Q = 2,0 x 103 cal é fornecida à
amostra gasosa anteriormente referida. Essa amostra
se expande, realizando um trabalho ∆W = 2,4 x 103 J.
DETERMINE a variação ∆U da energia interna do
gás nessa transformação. (Considere 1 cal = 4,2 J.)
C) DETERMINE a temperatura final da amostra gasosa
após sofrer a transformação descrita no item anterior.
36
Coleção Estudo
Volume
Com base nas informações dadas,
1.
IDENTIFIQUE, nesse diagrama, as etapas A e B
descritas. JUSTIFIQUE sua resposta.
2.
Considerando completadas
descritas, responda:
as
quatro
etapas
A) O trabalho realizado pelo gás é maior, igual ou
menor que zero? JUSTIFIQUE sua resposta.
B) O calor absorvido pelo gás é maior, igual ou
menor que o calor cedido por ele? JUSTIFIQUE
sua resposta.
1a Lei da Termodinâmica
3.
A) ESBOCE, noquadro a seguir, o diagrama da pressão
em função da temperatura do gás para as etapas
Pressão
descritas.
0
02.
Em um laboratório de Termodinâmica, um estudante
realiza o seguinte procedimento. Primeiro, ele aquece
o ar contido em um cilindro dotado de êmbolo móvel,
conforme mostra a figura a seguir. Em seguida, o ar
retorna às mesmas condições iniciais, e o estudante
repete a experiência, provocando a mesma elevação
de temperatura do ar, mas mantendo o seu volume
constante.
Temperatura
0
B) IDENTIFIQUE, nesse mesmo diagrama, as etapas
O calor fornecido ao ar na primeira experiência foi
A e B. JUSTIFIQUE sua resposta.
A) igual ao calor fornecido ao ar no segundo aquecimento,
pois as elevações de temperaturas do gás foram iguais
nas duas experiências.
01.
O IBGE dividiu a região Nordeste em quatro sub-regiões:
Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio Norte. O Sertão
localiza-se mais no interior, possuindo um clima semiárido.
As chuvas são irregulares e escassas, com constantes
períodos de estiagem, e a vegetação típica é a caatinga.
O clima seco tem a ver com a existência do Planalto da
Borborema e da Chapada Diamantina, que atuam como
barreiras naturais para a penetração das massas de ar.
A figura a seguir ilustra o processo em que os ventos,
provenientes do Oceano Atlântico, perdem umidade,
chegando ao Sertão com baixo potencial pluviométrico.
Fortes precipitações
Ar seco
Sertão
Ar úmido
Mar
Zona da Mata
e Agreste
B) maior que o calor fornecido ao ar no segundo
aquecimento, pois o gás realizou um trabalho apenas
na primeira experiência.
C) maior que o calor fornecido ao ar no segundo
aquecimento, pois a pressão do gás aumentou na
primeira experiência.
D) menor que o calor fornecido ao ar no segundo
aquecimento, pois a pressão do gás permaneceu
constante na primeira experiência.
E) menor que o calor fornecido ao ar no segundo
aquecimento, pois a energia interna do gás aumentou
apenas na primeira experiência.
GABARITO
Fixação
01. D
02. C
03. E
A explicação da perda de umidade, à medida que o ar sobe
pela encosta da montanha, é que a pressão atmosférica
04. D
05. A) A área sob o gráfico é numericamente igual
A) torna-se menor, causando um resfriamento adiabático
do ar.
ao trabalho realizado. Cada quadradinho do
B) torna-se maior, causando um aquecimento adiabático
do ar.
Há
C) torna-se menor, causando uma expansão isotérmica
do ar.
quadradinhos
D) torna-se maior, causando uma compressão isotérmica
do ar.
calcular a área seria considerar um trapézio
E) permanece constante, causando um resfriamento
isobárico do ar.
gráfico tem área 0,2 x 10−3.1 x 105 = 20 J.
225
quadradinhos
aproximadamente
(próximo à curva, juntamos dois ou mais
para
formar
um).
Assim,
W = 225.20 = 4,5 x 103 J. Outra maneira de
sob a curva. Nesse caso, temos W = 5 x 103 J.
B) Q = W = 4,5 x 103 J (com ∆U = 0).
Editora Bernoulli
37
FÍSICA
SEÇÃO ENEM
Frente B Módulo 05
16. A) 0 J
Propostos
B) TA = 300 K, TB = 900 K e TC = 600 K
01. B
C) QAB = 3,00 x 103 J e QCA = –2,25 x 103 J
02. A
17. A) PB = 0,25 atm
03. D
B) TB = 100 K
04. A
18. A) U = 1,26 x 104 J
05. C
B) ∆U = 6,0 x 103 J
06. D
19. 1.
08. C
09. A
Pressão
C) T = 443 K
07. D
B
A
10. B
Volume
11. A
Na etapa A, a pressão é mantida constante, e o
12. D
volume aumenta, como mostrado no diagrama.
13. B
Na etapa B, o volume é mantido constante, e
a pressão aumenta, como também é mostrado
14. A
no diagrama.
15. 1.
he − hd =
P0
2. A)
dg
Menor que zero, pois o trabalho negativo
do processo C (compressão isobárica)
Menor. Ao puxar o êmbolo rapidamente,
tem módulo maior que o positivo no
o gás no interior do recipiente sofre uma
transformação
adiabática
(não
processo A (expansão isobárica).
ocorrem
B)
trocas de calor com a vizinhança). De acordo
O calor absorvido é menor que o cedido,
dando
com a 1ª Lei da Termodinâmica:
um
calor
líquido
negativo.
Ele deve ser negativo porque no ciclo,
∆U = ∆Q – W; como ∆Q = 0 (adiabática)
a variação de energia interna é zero, e o
∆U = –W
calor líquido é igual ao trabalho líquido.
Como o gás sofre uma expansão, o trabalho
é positivo (W > 0). Logo, ∆U < 0. Como a
temperatura
é
diretamente
3.
A)
proporcional
Pressão
2.
à energia interna (T ∝ U), conclui-se que a
B
temperatura do gás diminui (resfriamento).
De acordo com a lei geral dos gases perfeitos:
p1 V1
T1
2 p0
=
p2 V2
V
2 T1
T2
=
A
Temperatura
(estado 2: estado final do gás)
p2 V
T2
com T2 < T1 ⇒
⇒ p2 =
T2
T1
T2
T1
B)
p0
na qual a temperatura aumentou. Em B,
ocorreu uma transformação isovolumétrica,
< 1; conclui-se que p2 < p0.
com aumento de pressão e consequente
aumento de temperatura.
Portanto, a pressão do gás, ao final do processo,
será menor que a pressão atmosférica. Logo,
para que a pressão do gás no interior do
38
Seção Enem
recipiente se iguale à pressão atmosférica,
01. A
a altura hd deverá ser maior que a altura he.
02. B
Coleção Estudo
Em A, ocorreu uma expansão isobárica,
FÍSICA
MÓDULO
06 B
2a Lei da Termodinâmica
A 1ª Lei da Termodinâmica é o Princípio da Conservação
da Energia aplicado a sistemas térmicos. No estudo dessa
lei, analisamos várias situações que envolvem balanços
de energia em diferentes processos. Entretanto, podemos
pensar em alguns processos em que a energia se conserva,
mas que, mesmo assim, são impossíveis de ocorrer na
prática. Por exemplo, imagine um copo de leite quente
recebendo espontaneamente calor de um bloco de gelo.
A 1ª Lei da Termodinâmica não proíbe esse processo.
De acordo com essa lei, o calor absorvido pelo leite seria
convertido em energia interna, de forma que a energia
estaria se conservando. Todavia, pela nossa experiência
diária, sabemos que o leite quente não pode receber calor
do gelo. De fato, o leite quente é que deve transferir calor
para o gelo. A 2ª Lei da Termodinâmica trata, justamente,
de processos naturalmente proibidos, ainda que a
conservação da energia seja verificada.
Iniciaremos este módulo ilustrando a impossibilidade
de existir um motor térmico capaz de usar 100% do calor
recebido na geração de trabalho mecânico. Esse fato nos
levará ao enunciado da 2ª Lei da Termodinâmica proposto por
Kelvin e Planck. Em seguida, discutiremos a impossibilidade
de existir um refrigerador capaz de transferir calor de si
para um ambiente mais quente sem consumir qualquer
energia para funcionar. Esse fato nos levará ao enunciado
da 2ª Lei da Termodinâmica proposto por Clausius. Por fim,
vamos explicar o que é um processo reversível. A partir
desse conceito, vamos apresentar o ciclo de Carnot, segundo
o qual um motor e um refrigerador térmico funcionam com
um desempenho máximo.
O MOTOR TÉRMICO
É perfeitamente possível existir um ciclo no qual o sistema
absorve certa quantidade de energia na forma de trabalho e,
em seguida, libera a mesma quantidade de energia na
forma de calor, de modo que o sistema volte ao estado
inicial. Entretanto, o ciclo inverso não é possível. Na prática,
um sistema não pode receber calor e, em seguida, realizar
um trabalho de igual valor, capaz de fazer o sistema voltar
ao estado inicial. Embora haja conservação da energia
nesses dois casos, apenas o primeiro ciclo é possível. O outro
é proibido pela natureza. Essa é a essência da 2ª Lei da
Termodinâmica.
A figura 1 exemplifica os dois ciclos descritos anteriormente.
Na figura 1a, o peso desce com velocidade constante
e transfere um trabalho para o gás por meio das pás
girantes. Em seguida, o gás, agora aquecido, transfere
uma quantidade de calor para o meio ambiente, de valor
exatamente igual ao do trabalho recebido, de forma que o
sistema retorne ao estado inicial, completando um ciclo.
Na outra situação, mostrada na figura 1b, o gás recebe calor.
FRENTE
Porém, depois de aquecido, o gás não é capaz de voltar
ao estado inicial por meio da realização de um trabalho.
Em outras palavras, o gás quente não é capaz de girar as
pás e de levantar o peso. Apesar de ser viável do ponto de
vista da conservação da energia, a experiência mostra que
esse ciclo jamais acontece.
Trabalho
Trabalho
Gás
Polia
Pás
Peso
Calor
Calor
(a)
(b)
Figura 1: (a) Ciclo possível: conversão integral de trabalho em
calor; (b) ciclo impossível: conversão integral de calor em trabalho.
Note que, no sistema da figura 1b, existe apenas uma
fonte de calor, a chama de gás, que denominaremos de
fonte quente. Com algumas adaptações, esse sistema pode
produzir trabalho usando parte do calor fornecido pela fonte
quente. Contudo, a parte restante do calor não pode ser
utilizada para gerar trabalho. Ela deve ser rejeitada para
um local onde a temperatura seja menor. Vamos denominar
esse local de fonte fria. Existem muitos tipos de motores
térmicos que geram trabalho ciclicamente. Todos operam
entre duas fontes de calor, conforme está ilustrado no
esquema da figura 2. Em cada ciclo, o motor recebe uma
quantidade de calor Q1 da fonte quente. Parte desse calor
transforma-se em um trabalho W, e o restante, o calor Q2,
é rejeitado para a fonte fria.
Fonte quente
Q1
Motor
W
Q2
Fonte fria
Figura 2: Conversão de calor em trabalho em um motor térmico.
Editora Bernoulli
39
Frente B Módulo 06
Em cada ciclo, não há variação na energia interna do
motor (sistema). Por isso, o calor líquido é igual ao trabalho
realizado pelo motor. Usando a equação da 1ª Lei da
Termodinâmica, temos:
∆U = 0 = (Q1 + Q2) – W
⇒
W = Q1 + Q2
O motor produz o trabalho W, absorve o calor Q1 e rejeita
o calor Q2. Assim, W > 0, Q1 > 0 e Q2 < 0. Por exemplo,
podemos imaginar um pequeno motor para o qual
Q1 = 100 J, W = 40 J e Q2 = –60 J. Observe que, dos 100 J
de calor absorvidos pelo motor, 40 J são transformados em
trabalho, enquanto 60 J são rejeitados na forma de calor para
a fonte fria. Outra observação importante é que o rendimento
desse motor é igual a 40%, pois o trabalho gerado pelo
motor corresponde a 40% do calor que ele recebe da fonte
quente. De uma forma genérica, o rendimento térmico
de um motor, em valor absoluto, pode ser calculado pelo
seguinte quociente:
η=
admissão é mantida aberta durante a descida do pistão
(1º tempo do motor: admissão). A seguir, depois que o
pistão chega à posição mais baixa, a válvula de admissão
se fecha e o pistão começa a subir, comprimindo a mistura
dentro do cilindro (2º tempo: compressão). Quando o
pistão chega à posição mais alta, uma centelha elétrica
ocorre entre os terminais da vela. O combustível explode,
e o pistão é fortemente empurrado para baixo (3º tempo:
expansão). Quando o êmbolo chega à posição mais
baixa, a válvula de escape se abre e o pistão começa a
subir, expulsando os gases provenientes da combustão
(4º tempo: descarga). Terminada essa etapa do ciclo,
o motor pode iniciar um novo ciclo com a admissão da
mistura de ar e combustível.
W
O REFRIGERADOR TÉRMICO
Q1
Um motor térmico não pode apresentar rendimento
térmico igual a 100%, pois, nesse caso, todo o calor Q1 seria
convertido em trabalho, o que é impossível. Lord Kelvin e
Max Planck resumiram essa proibição por meio daquilo que
hoje é conhecido como o enunciado de Kelvin e Planck da
2ª Lei da Termodinâmica:
Não existe um motor térmico cíclico cujo único resultado
seja a absorção de calor de uma fonte e a conversão
integral desse calor em trabalho.
Existem vários tipos de motores térmicos. Da máquina de
Watt aos modernos motores dos aviões a jato, todos operam
com um rendimento limitado pela 2ª Lei da Termodinâmica.
O motor térmico mais famoso é o motor a explosão, que
equipa quase todos os automóveis do mundo. A figura 3
mostra um motor a explosão, em que o movimento
alternativo do pistão é convertido em rotação através do
conjunto biela-virabrequim.
Comando de válvula
Válvula de
admissão
Nesse motor, uma mistura de ar e combustível (em geral,
gasolina ou álcool) entra no cilindro quando a válvula de
Vela
Válvula de descarga
Considere que um refrigerador deva ser usado para
congelar certa massa de água que se encontra à temperatura
de 0 ºC. Imagine que o refrigerador opere em um ciclo de
duas etapas. Na primeira etapa, o refrigerador a 20 ºC
(que é a temperatura ambiente) recebe calor da água a
0 ºC. Como resultado, a água congela, e o refrigerador
se aquece. Na segunda etapa do ciclo, o refrigerador cede
calor para a vizinhança até que a sua temperatura volte a
ser 20 ºC. Apesar de não violar a Lei da Conservação da
Energia, esse ciclo é impossível, pois, na primeira etapa, a
água a 0 ºC cede calor para o refrigerador a 20 ºC. Da nossa
experiência diária, sabemos que um corpo não pode ceder
calor para outro que esteja a uma temperatura maior.
Em cada ciclo de um refrigerador térmico real,
uma quantidade de calor Q1 é transferida de uma fonte
fria para o refrigerador e uma quantidade de calor Q2 é
transferida do refrigerador para uma fonte quente. Além
disso, em cada ciclo, o refrigerador real demanda uma
quantidade de trabalho W para poder funcionar. A figura 4
mostra os sentidos desses fluxos de energia.
Fonte quente
Q
Ar mais
combustível
2
Câmera de combustão
Gases de descarga
Refrigerador
Pistão
Biela
W
Q
1
Virabrequim
Fonte fria
Figura 3: O motor a explosão.
40
Coleção Estudo
Figura 4: Transferência de calor em um refrigerador térmico.
2a Lei da Termodinâmica
Assim como em qualquer ciclo, a variação da energia
Estrangulamento
interna do refrigerador em um ciclo completo também é nula.
∆U = 0 = (Q1 + Q2) – W
⇒
W = Q1 + Q2
Condensador
Q2
Evaporador
Q1
Fonte fria
refrigerador. Aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica, temos:
Fonte quente
Por isso, o calor líquido é igual ao trabalho recebido pelo
O refrigerador absorve o trabalho W e o calor Q1 e rejeita
o calor Q2. Assim, W < 0, Q1 > 0 e Q2 < 0. Por exemplo,
W = –40 J e Q2 = –140 J. O fato de Q1 ser maior que o
trabalho W não viola a conservação da energia. O importante
é que a soma de Q1 e W (em módulos) seja igual ao módulo
de Q2. Esse balanço é o que garante a conservação da
energia no ciclo.
Agora, vamos definir uma equação para medir a eficiência
de um refrigerador. Um refrigerador eficiente é aquele que
retira muito calor da fonte fria sem consumir muito trabalho.
Assim, o coeficiente de eficácia de um refrigerador térmico
é dado por:
β=
Q1
W
Por exemplo, se Q1 = 100 J e W = 40 J (em módulo),
a eficiência do refrigerador será β = 100/40 = 2,5.
Esse número tem a seguinte interpretação: para cada
unidade de trabalho consumida, o refrigerador retira 2,5
unidades de calor da fonte fria. Teoricamente, o coeficiente
β pode variar desde zero até valores bem elevados. Porém,
β não pode ser infinito, pois isso implicaria um refrigerador
com trabalho W = 0. Nesse caso, Q1 seria igual a Q2, com
o refrigerador transferindo calor da fonte fria para a fonte
quente sem consumir trabalho. Como vimos, esse ciclo é
impossível. A proibição desse ciclo foi expressa por Rudolph
Clausius por meio do que atualmente é conhecido como
enunciado de Clausius da 2ª Lei da Termodinâmica:
Não existe um refrigerador térmico cíclico cujo único
resultado seja a transferência de calor de um corpo
para outro à temperatura maior.
Compressor
W
Figura 5: Esquema de um refrigerador.
Um fluido especial atravessa esses quatro componentes.
Na entrada do evaporador, o fluido é praticamente líquido,
e a temperatura é baixa (nas geladeiras, esse valor é cerca
de –20 ºC). A temperatura da fonte fria é baixa, porém um
pouco maior que a do evaporador (cerca de –10 ºC no caso
do congelador de geladeiras). Assim, o fluido, ao atravessar
o evaporador, recebe o calor Q1, sofrendo vaporização
isobárica. O compressor aspira e comprime o vapor
proveniente do evaporador. Nessa etapa, o fluido recebe o
trabalho W. O vapor quente e pressurizado sai do compressor
e entra no condensador. Nessa serpentina, o fluido cede o
calor Q2 para a fonte quente, sofrendo uma transformação
isobárica. Por último, o líquido quente proveniente do
condensador atravessa o estrangulamento. Esse dispositivo
gera uma súbita redução na pressão do fluido, de forma
parecida com a queda de pressão em uma seringa com
a extremidade fechada quando o êmbolo dessa é puxado
rapidamente. Em consequência, parte do líquido vaporiza,
causando um forte resfriamento do fluido. É por isso que o
fluido entra no evaporador a uma temperatura muito baixa.
Em seguida, o ciclo recomeça.
O ciclo descrito anteriormente também pode ser usado para
aquecer um ambiente. Nesse caso, o interesse não é manter
o resfriamento da fonte fria, mas promover o aquecimento
da fonte quente, que pode ser a água de uma piscina ou o
interior de uma casa durante o inverno. A máquina térmica,
nesse caso, é chamada de bomba de calor, e o seu coeficiente
de eficácia é definido em termos do calor Q2 (e não do calor Q1,
como fizemos para o refrigerador), pela seguinte razão:
β’ = Q2/W. O exercício resolvido 01, apresentado a seguir,
aborda o uso de uma bomba de calor para aquecer uma casa
no inverno. Antes de acompanhar a sua resolução, procure
responder à seguinte pergunta:
O refrigerador térmico mais popular, sem dúvida, é aquele
que usa o ciclo de compressão de vapor, presente nas
geladeiras e freezers domésticos, nos aparelhos de ar
condicionado e nos balcões frigoríficos dos supermercados.
A figura 5 mostra os quatro componentes desse ciclo: duas
serpentinas (o evaporador e o condensador), um compressor
e um tubo de seção estrangulada.
PARA REFLETIR
Por que você pode aquecer uma cozinha
deixando aberta a porta do forno quente,
mas não pode resfriá-la deixando aberta a porta
da geladeira?
Editora Bernoulli
41
FÍSICA
podemos imaginar um refrigerador em que Q1 = 100 J,
Frente B Módulo 06
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
O CICLO DE CARNOT
No inverno, uma casa precisa ser aquecida por uma bomba
Se nenhum motor térmico aproveita 100% do calor a ele
de calor, de forma a manter a temperatura interna igual
fornecido e se nenhum refrigerador funciona sem consumir
a 20 °C durante todo o tempo. Estima-se uma perda de
trabalho, então, que máquina térmica teria o melhor
calor de 0,8 kW da casa para o exterior, para cada grau
desempenho? Uma máquina que opere segundo o ciclo de
de diferença entre a temperatura da casa e a temperatura
Carnot, essa é a resposta. O ciclo de Carnot é uma sequência
externa. Considere que a temperatura ambiente média no
teórica de processos reversíveis (ideais). Um sistema sofre
inverno seja de –10 °C e que, nessa condição, a bomba
um processo reversível quando o restabelecimento ao estado
de calor opere com um coeficiente de eficácia β’ = 3.
inicial não deixa vestígios na vizinhança. As três principais
A) Usando a figura 5 como referência, indicar onde é o
causas de irreversibilidades são: o atrito, a expansão
interior e o exterior da casa.
B) Calcular a potência do compressor da bomba de calor.
C) Explicar por que é mais econômico usar a bomba de
calor do que um aquecedor do tipo resistência elétrica
na calefação da casa.
não resistida e a transferência de calor. É natural pensar
que o atrito gere irreversibilidades. Um motor com pouca
lubrificação apresenta muitas perdas, e o seu rendimento
tende a ser baixo. A seguir, vamos discutir por que a
expansão não resistida e a transferência de calor são
processos irreversíveis, isto é, por que esses processos
Resolução:
comprometem a eficiência das maquinas térmicas.
A) O exterior da casa é a fonte fria, situada à direita
da máquina, enquanto o interior da casa é a fonte
A figura 6 mostra um gás aprisionado em um cilindro
quente, à esquerda da máquina. O evaporador recebe
dotado de um êmbolo (estado 1, ilustrado na primeira figura).
o calor Q1 proveniente do exterior e o condensador
Retirando-se o peso de cima do prato, o gás se expande
transfere o calor Q2 = Q1 + W para o interior da casa,
rapidamente e com pouca resistência, pois a parte do
garantindo o seu aquecimento.
cilindro, do outro lado do êmbolo, está evacuada. O trabalho
B) A taxa de perda de calor da casa para o exterior
é dada por:
(0,8 kW/°C).[20 –(–10)] °C ⇒ φ = 24 kW
Para a temperatura da casa não diminuir e se manter
sempre constante, uma taxa de transferência de calor φ’,
de mesmo módulo que a taxa de perda de calor,
de 24 kW, deve ser constantemente fornecida ao
interior da casa por meio da bomba de calor. Então,
podemos calcular a potência de acionamento do
compressor (P) por meio da equação do coeficiente
de eficácia da bomba de calor. Substituindo os dados
nessa equação, obtemos:
β' =
Q2
W
⇒3=
=
24
φ' ∆t
P∆t
⇒ β' =
φ'
realizado pelo gás é muito pequeno, apenas o suficiente para
elevar o prato. No final, o volume do gás é maior, a pressão
é menor, e a temperatura é ligeiramente menor (estado 2,
ilustrado na segunda figura). Para o gás voltar ao estado 1,
o peso deverá ser colocado novamente sobre o prato, de
forma que o êmbolo possa comprimir o gás. Essa compressão
2-1 demanda um trabalho realizado pela vizinhança muito
grande, pois o deslocamento do prato ocorre com o peso
em cima dele. Em outras palavras, a vizinhança despende
mais trabalho para fazer o gás retornar ao estado inicial
do que aquele que ela recebe na primeira etapa do ciclo
(vestígios na vizinhança). O gás voltou ao estado inicial,
mas a vizinhança não. Por isso, uma expansão pouco
resistida é um processo irreversível.
P
⇒ / = 8 01
/
C) Se um aquecedor elétrico fosse utilizado para aquecer
a casa, a potência do aparelho deveria ser de 24 kW.
Gás
Vácuo
(estado 1)
Peso
Esse é exatamente o valor da taxa de consumo de
energia elétrica do sistema. No caso da bomba de
calor, a taxa de consumo de energia elétrica é 3 vezes
menor que 24 kW, pois o compressor é o único
componente da máquina passivo de ser acionado
Gás
(estado 2)
por energia elétrica. O compressor consome uma
potência de apenas 8 kW, uma vez que esse valor é
P = φ’/β’, sendo β = 3. A soma de P e da taxa de calor
Peso
fornecida pelo exterior (16 kW) é igual à taxa de calor
que a casa recebe (24 kW).
42
Coleção Estudo
Figura 6: A expansão livre é um processo irreversível.
2a Lei da Termodinâmica
A transferência de calor é reversível apenas quando o
processo ocorre devido a uma diferença infinitesimal de
temperatura. No exemplo anterior, se a temperatura do
gás fosse um infinitésimo de grau acima da temperatura
ambiente, a bomba de calor praticamente não consumiria
trabalho para restabelecer o seu estado inicial. Você pode
pensar, então, que seria interessante usar uma serpentina
de calefação com o fluido apenas ligeiramente mais quente
do que o ambiente a ser aquecido. Apesar de o processo
ser quase reversível, esse equipamento não seria viável na
prática. A pequena diferença entre as temperaturas não
seria suficiente para garantir um fluxo de calor adequado
para o aquecimento. Para resolver o problema, a serpentina
deveria ter alguns quilômetros de comprimento. Além do
preço proibitivo, essa serpentina não caberia no recinto a
ser aquecido.
Agora, estamos prontos para entender o ciclo de Carnot.
Uma máquina de Carnot (motor ou refrigerador) possui
desempenho máximo porque ela não contém os três fatores
de irreversibilidades que discutimos nos últimos parágrafos.
Em uma máquina de Carnot, também chamada de máquina
reversível, não há atrito entre as partes móveis, e os êmbolos
se deslocam com extrema lentidão, movidos por diferenças
infinitesimais de pressão. Além disso, as trocas de calor
entre a máquina e as fontes térmicas ocorrem por meio de
diferenças infinitesimais de temperatura.
No caso de um motor de Carnot, a fonte quente, cuja
temperatura é T1, cede o calor Q1 para o fluido do motor, cuja
temperatura é infinitesimalmente menor do que T1. Por isso,
o fluido recebe calor por meio de um processo isotérmico
à temperatura T1. De forma semelhante, o fluido do motor
do fluido infinitesimalmente maior do que T2. O fluido muda
a sua temperatura de T1 para T2 e vice-versa por meio de
processos adiabáticos, alternados com os dois processos
isotérmicos citados.
A figura 7 mostra um diagrama de pressão versus volume
para um motor de Carnot, que utiliza um gás ideal como
fluido de trabalho. Observe que a absorção do calor Q1 ocorre
durante a expansão isotérmica a-b, enquanto a rejeição do
calor Q2 ocorre durante a compressão isotérmica c-d. Observe
também que o fluido diminui a temperatura de T1 para T2
por meio de uma expansão adiabática b-c e aumenta a
temperatura novamente para T1 por meio de uma compressão
adiabática d-a. Observe ainda que o ciclo ocorre no sentido
horário, característico de um motor. A área dentro do ciclo
é numericamente igual ao trabalho realizado pelo motor.
Se o mesmo ciclo fosse percorrido no sentido anti-horário,
esse trabalho seria a energia consumida pela máquina, que,
nesse caso, seria um refrigerador de Carnot.
a
FÍSICA
Para discutir a irreversibilidade gerada pela transferência
de calor, vamos considerar um exemplo simples. Imagine um
recipiente hermético contendo um gás a 80 °C (estado 1).
Em seguida, o gás transfere calor para o ambiente até que a
sua temperatura atinja 50 °C (estado 2). Para fazer o gás voltar
ao estado 1, vamos usar uma bomba de calor, que deverá
transferir calor do ambiente para o gás. Ora, essa máquina,
como sabemos, consumirá certa quantidade de trabalho para
executar tal tarefa. Esse trabalho representa um vestígio
na vizinhança. Portanto, um processo de transferência de
calor é irreversível.
transfere o calor Q2 para a fonte fria, cuja temperatura é T2,
por meio de um processo isotérmico, sendo a temperatura
Pressão
A expansão de um gás é um processo reversível apenas
quando as pressões em cada lado do êmbolo diferem de um
infinitésimo. Nos motores reais, isso não ocorre. Por exemplo,
em um motor automotivo, logo após a explosão do combustível,
a diferença de pressão ∆P entre a câmara de combustão e o
exterior do cilindro é cerca de 20 atm. Esse valor é enorme e,
por isso, ele gera muitas irreversibilidades e uma redução no
rendimento térmico do motor. Por outro lado, é justamente
o alto valor de ∆P que proporciona mais rotação ao motor e
mais velocidade ao carro.
Q1
W
d
b
T1
Q2
c
T2
Volume
Figura 7: Ciclo de Carnot para um motor com gás ideal.
Existem dois teoremas importantes relacionados ao ciclo
de Carnot. O primeiro afirma que o rendimento de um motor
de Carnot (ou o coeficiente de eficácia de um refrigerador
de Carnot) independe da substância de trabalho. O outro
teorema afirma que esse rendimento depende apenas
das temperaturas T1 e T2 das fontes de calor. Não vamos
demonstrar esses teoremas, mas vamos usá-los para
deduzir a equação do rendimento de um motor de Carnot.
Como esse rendimento é função apenas de T1 e de T2,
e lembrando que o rendimento é dado por h = W/Q1 e que
W = Q1 – Q2, podemos escrever a seguinte expressão:
h=1–
Q2
Q1
= 1 – f(T1, T2)
A parcela f(T1, T2) é função das temperaturas das fontes
de calor. Existem várias relações funcionais que podem ser
escolhidas para representar f(T1, T2). Lord Kelvin sugeriu a
seguinte relação:
f(T1, T2) = Q2/Q1 = T2/T1
Editora Bernoulli
43
Frente B Módulo 06
Substituindo essa expressão na equação do rendimento
do motor, obtemos a seguinte relação:
h=1–
EXERCÍCIO RESOLVIDO
02.
T2
T1
Um comerciante de geladeiras e freezers garante que
os seus produtos apresentam um coeficiente de eficácia
igual a 3, isto é, para cada unidade de energia fornecida
Nessa equação, as temperaturas T1 e T2 devem ser expressas
ao compressor, o equipamento retira o triplo de calor
na escala Kelvin. Essa equação mostra que um motor de
do seu compartimento interno. Explicar por que essa
Carnot tem maior desempenho à medida que a temperatura
afirmativa não procede.
da fonte quente aumenta e a temperatura da fonte fria
diminui. Veja que, quando T2 tende para zero kelvin, h tende
para 1. Como o zero absoluto é inatingível, mesmo um
motor de Carnot não pode apresentar um rendimento de
100%. De fato, Lord Kelvin desenvolveu a escala absoluta
de temperatura a partir dessa ideia.
Resolução:
O desempenho de um refrigerador de Carnot pode servir
de referência para avaliarmos o desempenho de uma
máquina real operando entre as mesmas temperaturas.
Assim, para avaliar a afirmativa do comerciante,
O motor (ou refrigerador) de Carnot é uma máquina
vamos deduzir a equação do coeficiente de eficácia de um
apenas teórica e que não pode ser construída na prática.
refrigerador de Carnot. A equação genérica do coeficiente
Apesar disso, o seu rendimento é uma referência para os
de eficácia, válida para qualquer ciclo, é a seguinte:
projetistas. Por exemplo, imagine que um motor deva ser
projetado usando como fonte quente a água em ebulição a
β=
100 °C (T1 = 373 K) e, como fonte fria, o gelo fundente a
0 °C (T2 = 273 K). Nessas condições, o rendimento de um
motor de Carnot seria de:
h=1–
T2
T1
Q1
W
=
Q1
Q2 − Q1
=
1
(Q2 Q1 ) − 1
Para uma máquina de Carnot, Q2/Q1 = T2/T1. Substituindo
essa razão na equação anterior, obtemos o coeficiente
=1–
273
373
= 0,27
É claro que o motor real terá um rendimento menor que
de eficácia para um refrigerador de Carnot em função
de T1 e T2:
β=
este. Se o motor for bem projetado, o seu rendimento poderá
1
(T2 T1 ) − 1
ser a metade do rendimento de Carnot, ou um pouco mais.
Segundo essa equação, β diminui à medida que a
Devemos tomar cuidado para não achar que o rendimento
temperatura da fonte quente, T2, aumenta. Como T2 é a
de um motor de Carnot é sempre elevado (27%, como nesse
temperatura do recinto onde o refrigerador se encontra,
exemplo, não é um rendimento alto). O motor de Carnot
concluímos que um refrigerador de Carnot (e também
apenas proporciona o maior rendimento possível entre duas
um refrigerador real) apresenta um desempenho menor
fontes de temperaturas T1 e T2.
no verão e maior no inverno.
A relação Q2/Q1 = T2/T1 também pode ser aplicada na dedução
Ainda segundo a equação anterior, β diminui à medida
da equação do coeficiente de eficácia de um refrigerador (ou
que a temperatura da fonte fria, T1, diminui. Como T1
de uma bomba de calor). Abordaremos essa dedução no
é a temperatura do interior do refrigerador, e como o
exercício resolvido 02. Antes de acompanhar a resolução desse
problema, procure responder à seguinte questão:
interior de um freezer é mais frio do que o interior de uma
geladeira, concluímos que o desempenho de um freezer
de Carnot é menor do que o de uma geladeira de Carnot
no mesmo recinto (T2 fixo). Uma geladeira e um freezer
PARA REFLETIR
Que fonte quente produziria maior
real também apresentam o mesmo comportamento.
Sobre a afirmativa do comerciante, concluímos que ela
rendimento a um motor térmico: vapor de
não é verdadeira, pois o desempenho de um refrigerador
água ou água líquida, ambos a 100 °C e 1 atm?
depende tanto da temperatura ambiente quanto da sua
temperatura interna.
44
Coleção Estudo
2a Lei da Termodinâmica
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
03.
(PUC-Campinas-SP) O esquema a seguir representa trocas
de calor e realização de trabalho em uma máquina térmica.
Os valores de T1 e Q2 não foram indicados, mas deverão
01.
ser calculados durante a solução deste exercício.
(UFSM-RS) Considere as afirmações:
I.
Fonte quente
É impossível construir uma máquina térmica que,
T1 =
Q1 = 4 000 J
operando em ciclos, retire energia na forma de calor
de uma fonte, transformando-a integralmente em
W = 800 J
trabalho.
II. Refrigeradores são dispositivos que transferem
Q2 =
T2 = 300 K
energia na forma de calor de um sistema de menor
Fonte fria
temperatura para outro de maior temperatura.
III. A e n e r g i a , n a f o r m a d e c a l o r, n ã o p a s s a
Considerando os dados indicados no esquema, se essa
espontaneamente de um corpo de menor temperatura
máquina operasse segundo um ciclo de Carnot,
para outro de maior temperatura.
a temperatura T1, da fonte quente, seria, em Kelvins,
Está(ão) CORRETA(S)
igual a
A) apenas I.
A) 375.
C) 525.
B) apenas II.
B) 400.
D) 1 200.
E) 1 500.
C) apenas I e III.
(UFV-MG–2009) A figura a seguir representa um ciclo
de operação de uma máquina térmica reversível com
E) I, II e III.
rendimento R. Suponha que o funcionamento da máquina
seja invertido, de modo que ela seja transformada em um
02.
(Unimontes-MG–2006) Define-se o rendimento r de uma
refrigerador. Sabendo que a eficiência de um refrigerador
máquina térmica como sendo r =(W/Q1), em que, em cada
é Q2/W, em função de R, essa eficiência será
ciclo, Q1 é o calor absorvido, e W é o trabalho realizado.
Fonte quente
Considere uma máquina que segue o ciclo descrito pelo
4
diagrama a seguir. Sabendo que ela absorve 4 x 104 J de
2
calor por ciclo, seu rendimento r é de
1
1
3
P (105 N/m2)
2
4
2
4
2
Fonte fria
A) (R − 1)/R.
B) 1/R.
C) (1 − R)/R.
D) (1 + R)/R.
05.
2
(UFV-MG–2009) Uma máquina térmica, operando entre
duas fontes quente e fria, às temperaturas de 327 ºC e
0,10
0,20 V (m3)
27 ºC, respectivamente, realiza um trabalho de 200 J,
ao absorver 1 000 J da fonte quente. Caso essa máquina
A) 15%.
passasse a operar segundo o ciclo de Carnot, entre as
B) 50%.
mesmas fontes, seu rendimento seria
C) 25%.
A) 100%.
C) 20%.
D) 75%.
B) 50%.
D) 0%.
Editora Bernoulli
45
FÍSICA
04.
D) apenas II e III.
Frente B Módulo 06
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
03.
(UFRN–2010) A transformação termodinâmica b → c,
ilustrada no diagrama PV da figura seguinte, constitui
um dos processos do ciclo Otto, utilizado em motores
01.
(UEPB–2010)
de combustão interna de automóveis a gasolina.
A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de
No diagrama, P representa a pressão na câmara de
mudanças tecnológicas com profundo impacto no
combustão e V, o volume da câmara.
processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada
P
na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se
C
pelo mundo a partir do século XIX. James Hargreaves,
1764, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora “spinning
b
Jenny”, uma máquina de fiar rotativa que permitia a um
único artesão fiar oito fios de uma só vez; James Watt,
V
0
1768, inventa a máquina a vapor; Gottlieb Daimler, 1885,
inventa um motor a explosão, etc.
Esse processo ocorre quando, no instante da queima da
Acerca do assunto tratado no texto em relação às
mistura ar-gasolina contida na câmara de combustão,
máquinas térmicas, de acordo com a Segunda Lei da
fornece-se calor ao sistema, produzindo-se
Termodinâmica, podemos afirmar:
A) aumento da pressão interna, com variação do volume
I.
da câmara.
Nenhuma máquina térmica operando em ciclos
pode retirar calor de uma fonte e transformá-lo
B) diminuição da pressão interna, sem variação do
integralmente em trabalho.
volume da câmara.
II. A Segunda Lei da Termodinâmica se aplica aos
C) diminuição da pressão interna, com variação do
volume da câmara.
refrigeradores, porque estes transferem calor da fonte
fria para a fonte quente.
D) aumento da pressão interna, sem variação do volume
da câmara.
III. O rendimento de uma máquina térmica que opera em
ciclos pode ser de 100%.
Após a análise feita, verifica-se que é(são) CORRETA(S)
04.
dizer que
apena(s) a(s) proposição(ões)
A) produz frio.
A) II e III.
B) anula o calor.
B) II.
C) converte calor em frio.
C) III.
D) remove calor de uma região e o transfere a outra.
D) I.
E) I e II.
(PUC Minas) A respeito do que faz um refrigerador, pode-se
05.
(FGV-SP) O diagrama relaciona valores de pressão e
volume que ocorrem em determinada máquina térmica.
02.
(PUC Minas–2010 / Adaptado) Considere dois veículos
de mesma massa, com motores de mesma potência: um
P
B
1
equipado com motor elétrico com uma eficiência de 90%,
e o outro equipado com motor a combustão, com uma
eficiência de 25%. Admitindo-se ambos os veículos com
uma massa de 500 kg, partindo do repouso, em uma
A
2
estrada plana e retilínea, atingindo uma velocidade de
V
36 km/h, é CORRETO afirmar que a quantidade de calor
rejeitada pelos motores foi, respectivamente, de
De sua análise, pode-se inferir que
A) 4,0 x 103 J e 3,5 x 103 J.
A) se a linha 2 fosse uma reta ligando os pontos A e B,
ela representaria uma expansão isotérmica do gás.
B) 1,5 x 103 J e 2,5 x 103 J.
C) 2,8 x 104 J e 4,5 x 105 J.
D) 2,8 x 103 J e 7,5 x 104 J.
46
Coleção Estudo
B) a área compreendida entre as duas curvas representa
o trabalho realizado sobre o gás no decorrer de um
ciclo completo.
2a Lei da Termodinâmica
C) a área formada imediatamente abaixo da linha
08.
indicada por 1 e o eixo V equivale, numericamente,
ao trabalho útil realizado pelo gás em um ciclo.
reservatório quente a T1 = 1 600 K e rejeita 4 000 J/s
D) o ciclo representa os sucessivos valores de pressão e
para um reservatório frio a T2 = 400 K. A equipe técnica
volume que ocorrem em uma máquina, podendo ser,
de uma empresa encarregada de analisar o projeto dessa
por exemplo, uma locomotiva a vapor.
máquina térmica apresentou as seguintes conclusões:
I.
E) no ponto indicado por A, o mecanismo apresenta
grande capacidade de realização de trabalho devido
O rendimento teórico da máquina é 80%.
II. A potência teórica da referida máquina é 16 000 W.
aos valores de pressão e volume que se associam a
III. Como o rendimento teórico de uma máquina térmica
esse ponto.
de Carnot operando nas condições anteriormente
especificadas é 75%, a máquina em questão é
(UFC) A eficiência de uma máquina de Carnot que opera
teoricamente inviável.
entre a fonte de temperatura alta (T1) e a fonte de
Assinale a alternativa CORRETA.
temperatura baixa (T2) é dada pela expressão
A) Somente as conclusões I e II são corretas.
h = 1 – (T2/T1),
B) As conclusões I, II e III estão corretas.
C) Somente as conclusões II e III são corretas.
em que T1 e T2 são medidas na escala absoluta ou Kelvin.
D) Somente as conclusões I e III são corretas.
Suponha que você dispõe de uma máquina dessas com
E) Somente a conclusão II é correta.
uma eficiência h = 30%. Se você dobrar o valor da
temperatura da fonte quente, a eficiência da máquina
passará a ser igual a
09.
(AFA-SP) No processo A → B, indicado no ciclo de Carnot
da figura, o calor é
A) 40%.
FÍSICA
06.
(UFLA-MG–2006) Um engenheiro construiu uma máquina
térmica que, operando em ciclos, retira 20 000 J/s de um
P
B) 45%.
C) 50%.
A
D) 60%.
B
E) 65%.
D
07.
(UFLA-MG–2009) O esquema simplificado a seguir
T1
C
V
representa um motor térmico. Considere o calor absorvido
do reservatório quente Q1 = 4 x 10 joules a cada segundo,
A) admitido.
e o rendimento desse motor igual a 40% do rendimento
B) rejeitado.
de um motor de Carnot operando entre os mesmos
C) admitido e rejeitado.
reservatórios T1 e T2.
D) nem admitido e nem rejeitado.
4
T1 = 1 200 K
T2
10.
(UFBA) Sobre as leis da Termodinâmica, pode-se afirmar:
01. A Primeira Lei expressa a conservação da energia.
Q1
02. A Primeira Lei garante que não há fluxo de calor entre
M
W
dois corpos à mesma temperatura.
04. A Segunda Lei implica que o calor não pode fluir
espontaneamente de um corpo frio para um corpo
Q2
T2 = 300 K
Pode-se afirmar que a potência do referido motor é
quente.
08. A Segunda Lei implica que é impossível a conversão
total de qualquer quantidade de calor em energia
mecânica, em qualquer máquina cíclica.
A) 30 kW.
16. A Segunda Lei implica que dois gases, uma vez
B) 18 kW.
misturados, têm grande probabilidade de voltar a
C) 12 kW.
separar-se espontaneamente.
D) 16 kW.
Soma (
)
Editora Bernoulli
47
Frente B Módulo 06
11.
(UFMG–2010) Uma máquina térmica é constituída de um
Sendo Tmín. e Tmáx. as temperaturas absolutas das fontes
cilindro, cheio de gás, que tem um êmbolo móvel. Durante
quente e fria, respectivamente, ambas expressas em
o funcionamento dessa máquina, o gás é submetido
Kelvin. Considere o calor específico da água:
a um processo cíclico, que o leva de um estado K a
c = 4 000 J/(kg°C)
outro estado L e, depois, de volta ao estado K, e assim
sucessivamente, como representado no diagrama pressão
A) DETERMINE a potência gerada por uma usina cuja
eficiência é metade da máxima teórica.
versus volume, mostrado na figura a seguir.
Pressão
B) DETERMINE o aumento de temperatura da água do
rio ao passar pela usina.
SEÇÃO ENEM
L
K
01.
(Enem–2002) O diagrama mostra a utilização das
diferentes fontes de energia no cenário mundial.
Embora aproximadamente um terço de toda energia
primária seja orientada à produção de eletricidade,
Volume
apenas 10% do total são obtidos em forma de energia
elétrica útil.
Considerando essas informações, responda e JUSTIFIQUE
sua resposta:
B) Em um ciclo completo, em que o gás sai do estado K e
volta ao mesmo estado, essa máquina realiza trabalho
líquido?
C) Tendo-se em vista que se trata de um sistema
ideal, é possível converter em trabalho todo o calor
fornecido a essa máquina?
12.
(FAAP-SP) Queremos congelar 200 kg de água a 0 °C,
utilizando um refrigerador cuja eficiência seja igual a
1/7 da eficiência do refrigerador ideal de Carnot. O calor
latente de fusão do gelo é 80 cal/g. Admitindo-se que a
70%
60%
50%
40%
30%
Calor
perdido
Energia
na
20%
para produção
produção
de eletricidade
10%
Energia
elétrica útil
A pouca eficiência do processo de produção de eletricidade
permaneça invariável em 39 °C, DETERMINE o trabalho
deve-se, sobretudo, ao fato de as usinas
necessário para o referido congelamento. Considere o
A) nucleares utilizarem processos de aquecimento,
nos quais as temperaturas atingem milhões de graus
Celsius, favorecendo perdas por fissão nuclear.
(Unicamp-SP) Com a instalação do gasoduto
Brasil-Bolívia, a quota de participação do gás
natural na geração de energia elétrica no Brasil será
significativamente ampliada. Ao se queimar 1,0 kg de gás
natural, obtém-se 5,0 x 107 J de calor, parte do qual pode
ser convertido em trabalho em uma usina termoelétrica.
Considere uma usina queimando 7 200 quilogramas de
gás natural por hora, a uma temperatura de 1 227 °C.
O calor não aproveitado na produção de trabalho é
cedido para um rio de vazão 5 000 L/s, cujas águas
estão inicialmente a 27 °C. A maior eficiência teórica da
conversão de calor em trabalho é dada por:
h = 1 – (Tmín. /Tmáx.)
48
80%
temperatura da sala em que se encontra o refrigerador
calor latente de fusão do gelo L = 80 cal/g.
13.
90%
Energia Primária
A) Em qual dos dois estados, K ou L, a temperatura do
gás é maior?
Coleção Estudo
B) termelétricas utilizarem processos de aquecimento a
baixas temperaturas, apenas da ordem de centenas
de graus Celsius, o que impede a queima total dos
combustíveis fósseis.
C) hidrelétricas terem o aproveitamento energético
baixo, uma vez que parte da água em queda não
atinge as pás das turbinas que acionam os geradores
elétricos.
D) nucleares e termelétricas utilizarem processos de
transformação de calor em trabalho útil, no qual as
perdas de calor são sempre bastante elevadas.
E) termelétricas e hidrelétricas serem capazes de utilizar
diretamente o calor obtido do combustível para
aquecer a água, sem perda para o meio.
2a Lei da Termodinâmica
(Enem–2009) A invenção da geladeira proporcionou uma
03.
(Enem–2009) O esquema mostra um diagrama de bloco
revolução no aproveitamento dos alimentos, ao permitir
de uma estação geradora de eletricidade abastecida por
que fossem armazenados e transportados por longos
combustível fóssil.
períodos. A figura apresentada ilustra o processo cíclico
de funcionamento de uma geladeira, em que um gás no
Gases da
combustão
interior de uma tubulação é forçado a circular entre o
congelador e a parte externa da geladeira. É por meio dos
processos de compressão, que ocorre na parte externa,
Vapor
e de expansão, que ocorre na parte interna, que o gás
Turbina
Eletricidade
Gerador
proporciona a troca de calor entre o interior e o exterior
da geladeira.
Caldeira
H2O
Saída H2O quente
Condensador
Compartimento
do congelador
Entrada H2O
fria
FÍSICA
02.
Líquido
Bomba
Compressor
Combustível
+
ar
Lago
Válvula de
expansão
HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente.
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (Adaptação).
Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usina, que
Nos processos de transformação de energia envolvidos
forneceria eletricidade para abastecer uma cidade, qual das
no funcionamento da geladeira,
seguintes ações poderia resultar em alguma economia de
A) a expansão do gás é um processo que cede a energia
necessária ao resfriamento da parte interna da
geladeira.
energia, sem afetar a capacidade de geração da usina?
B) o calor flui de forma não espontânea da parte mais
fria, no interior, para a mais quente, no exterior da
geladeira.
C) a quantidade de calor cedida ao meio externo é igual
ao calor retirado da geladeira.
A) Reduzir a quantidade de combustível fornecido à usina
para ser queimado.
B) Reduzir o volume de água do lago que circula no
condensador de vapor.
C) Reduzir o tamanho da bomba usada para devolver a
água líquida à caldeira.
D) a eficiência é tanto maior quanto menos isolado
termicamente do ambiente externo for o seu
compartimento interno.
D) Melhorar a capacidade dos dutos com vapor
E) a energia retirada do interior pode ser devolvida à
geladeira abrindo-se a sua porta, o que reduz seu
consumo de energia.
E) Usar o calor liberado com os gases pela chaminé para
conduzirem calor para o ambiente.
mover um outro gerador.
Editora Bernoulli
49
Frente B Módulo 06
04.
(Enem–2000) O esquema a seguir mostra, em termos de
potência (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de
energia, a partir de uma certa quantidade de combustível
vinda do tanque de gasolina, em um carro viajando com
velocidade constante.
Energia
dos hidrocarbonetos
não queimados,
energia
térmica dos
gases do
escape e
transferidas ao
Evaporação
ar ambiente
1kW
56,8 kW
GABARITO
Fixação
01. E
Luzes,
ventilador,
gerador,
direção,
bomba
hidráulica,
etc.
2,2 kW
02. B
03. A
Energia
térmica
3 kW
04. C
05. B
Propostos
Do tanque
de gasolina
72 kW 71 kW
01. E
14,2 kW
Motor de
combustão
05.
12 kW
9 kW
Transmissão
engrenagens
Rodas
02. D
03. D
O esquema mostra que, na queima da gasolina, no motor
de combustão, uma parte considerável de sua energia é
dissipada. Essa perda é da ordem de
04. D
A) 80%.
06. E
B) 70%.
C) 50%.
D) 30%.
E) 20%.
(Enem–2000) A partir do esquema são feitas as seguintes
afirmações:
05. B
07. C
08. B
09. A
Vapor
10. Soma = 13
Gerador
11. A) TL > TK, pois o produto PV (que, para um gás
ideal, é proporcional a T) é maior no estado L.
Água
Turbina
B) Sim, pois o trabalho positivo realizado pelo
gás (área sob a curva do gráfico P versus V
Pilhas
nucleares
Condensador
na expansão) é maior que o trabalho negativo
Bomba-d’água
realizado sobre o gás (área sob a curva do
Bomba-d’água
gráfico na compressão).
C) Não, pois, de acordo com a 2ª Lei da
Termodinâmica, não é possível existir um
Rio
motor capaz de realizar a conversão integral
do calor fornecido em trabalho.
12. W = 1,6 x 107 cal
I.
a energia liberada na reação é usada para ferver a
água que, como vapor a alta pressão, aciona a turbina.
II. a turbina, que adquire uma energia cinética de
rotação, é acoplada mecanicamente ao gerador para
produção de energia elétrica.
III. a água depois de passar pela turbina é pré-aquecida
no condensador e bombeada de volta ao reator.
Dentre as afirmações anteriores, somente está(ão)
correta(s)
A) I.
D) I e II.
B) II.
E) II e III.
C) III.
50
Coleção Estudo
13. A) P = 40 MW
B) ∆T = 3 °C
Seção Enem
01. D
02. B
03. E
04. A
05. D
FÍSICA
MÓDULO
FRENTE
05 C
Lentes esféricas
Uma lente, seja de vidro ou de qualquer outro material
transparente, tem a função de refratar a luz, de modo a
formar imagens dos objetos. Elas são usadas em dispositivos
ópticos, tais como o olho humano, a máquina fotográfica,
os óculos, o microscópio e muitos outros.
nas bordas, de modo que tenham uma maior resistência
mecânica no contato com a armação dos óculos. Assim,
é importante você olhar a borda comparada com a parte
central. Veja a seguir.
Observe que a parte central
continua mais “grossa”
que a borda da lente.
SXC
As figuras a seguir mostram alguns óculos. Observe que
o formato das lentes, vistas de frente, depende apenas da
armação na qual são usadas.
As três primeiras lentes mostradas têm bordas muito finas
e podem quebrar com facilidade. Por isso, elas são aparadas
Imagine uma lente vista de frente. Ela possui uma borda e
uma parte central. A figura a seguir mostra esses elementos.
A parte central da lente está em destaque colorido. A borda
da lente é mostrada na figura pela linha preta.
Borda da
lente
Parte
central
Se qualquer uma das lentes das figuras anteriores for vista
de perfil, ou seja, se ela for colocada perpendicularmente a
esta página, o formato das suas faces vai definir o tipo de
lente em questão. Cada face de uma lente, quando olhada
pela parte externa, pode ser plana, côncava ou convexa.
Veja a seguir algumas lentes vistas de perfil e seus respectivos
nomes. A borda de cada lente está em destaque, com linhas
vermelhas.
Vamos analisar o comportamento da luz que chega a
uma lente. Veja as figuras a seguir. Em todas elas, a luz
incide sobre a lente perpendicularmente à sua face e,
por isso, penetra na lente sem sofrer desvio. Nas figuras,
N representa a reta normal à superfície da lente no ponto
em que a luz sai para o meio externo. As duas primeiras
lentes (1 e 2) estão imersas no ar, que apresenta índice de
refração menor que o da lente. Observe que a luz deve se
afastar da normal (N) ao passar da lente para o ar. Dessa
forma, a lente 1 converge os raios de luz, enquanto a lente 2
os diverge. Assim, podemos concluir que, quando imersas
em substâncias de índice de refração menor que os seus,
as lentes de bordas mais finas do que a parte central são
convergentes, e as lentes de bordas mais largas que a
parte central são divergentes.
1
N
2
N
N
Biconvexa
Plano-convexa
Menisco
convergente
nar
3
nar
N
N
4
N
N
Bicôncava
Plano-côncava
Menisco
divergente
nsubstância
N
nsubstância
Editora Bernoulli
51
Frente C Módulo 05
Nas figuras 3 e 4, as lentes estão mergulhadas numa
substância que apresenta índice de refração maior que o da
lente (nsubst. > nlente). Dessa forma, a luz vai se aproximar
da normal ao sair da lente para o meio externo. Olhe,
com atenção, as figuras 3 e 4 e veja que as lentes inverteram
as suas características em relação a seu uso em meios cujos
índices de refração são menores que o da lente. Aquela de
borda mais fina (3) está funcionando como lente divergente,
e a de borda mais espessa (4) está convergindo a luz. Veja
no quadro a seguir o resumo do comportamento das lentes.
Lentes de
bordas
FINAS
GROSSAS
Índices de
refração
Funcionam como
lentes
nlente > nmeio
Convergentes
nmeio > nlente
Divergentes
nlente > nmeio
Divergentes
nmeio > nlente
Convergentes
ELEMENTOS PRINCIPAIS
DE UMA LENTE
Uma lente apresenta dois focos (F1 e F2), um de cada lado
da lente e sempre equidistantes dela. Isso significa que
qualquer lente esférica delgada pode ser usada de qualquer
um dos seus lados. Vamos convencionar que o foco 1 está
sempre do lado em que a luz incide na lente. O ponto central
da lente é chamado de centro óptico e é representado pela
letra O. A distância do foco ao centro óptico é a distância
focal da lente (f). A linha que une os focos e o centro óptico
da lente é o seu eixo principal. Comprove, pelas figuras a
seguir, que os focos (e a distância focal) independem da
região em que a luz incide sobre a lente.
F1
Um caso particular a ser considerado ocorre se a lente e o
meio em torno dela apresentam o mesmo índice de refração
e ambos são transparentes. Nesse caso, não haverá refração
quando a luz entra ou sai da lente (não existe mudança na
velocidade da luz). Assim, os raios vão atravessar a lente
sem sofrer qualquer desvio, e não é possível distinguir a
lente do meio em que foi colocada. Dessa forma, ela ficará
invisível dentro da substância.
F2
O
f
F2
f
F1
F1
O
f
F2
O
F2
f
F1
O
Em nosso estudo, exceto quando for explicitado, vamos
considerar os seguintes aspectos:
1.
A lente é mais refringente que o meio no qual ela
está imersa (nlente > nmeio);
2.
As lentes devem ter pequena espessura (delgadas).
Por esse motivo, nas figuras que se seguem, vamos
traçar os raios como se eles refratassem, apenas uma
vez, no meio da lente;
3.
A luz que chega às lentes é monocromática;
4.
A luz incide apenas na região central das lentes
(formando pequenos ângulos com o eixo principal).
As lentes convergente e divergente costumam ser
representadas pelos símbolos a seguir. Veja que a lente
convergente é representada por uma dupla seta com as
“pontas finas”, e a lente divergente, por uma dupla seta
com as “pontas largas”. Não usaremos essa simbologia em
nosso material.
Lente convergente
52
Coleção Estudo
Lente divergente
f
f
f
f
Observe que os focos da lente convergente são os pontos
para os quais convergem os raios que incidem sobre a lente
paralelamente ao eixo óptico desta. Por isso, os focos das lentes
convergentes são chamados de focos reais. Na lente divergente,
os prolongamentos desses raios refratados pela lente definem
os focos e, assim, estes são considerados virtuais.
RAIOS NOTÁVEIS NAS LENTES
Lente convergente
Na lente convergente, existem dois pontos do eixo principal,
cada um deles chamado de ponto antiprincipal (2F), cuja
distância ao centro óptico da lente é igual a duas vezes a
distância focal (2f). Podemos estabelecer uma analogia entre
esses pontos e o centro de curvatura dos espelhos côncavos.
Os raios de luz notáveis para esse tipo de lente são:
1.
Raio de luz que chega paralelo ao eixo principal e é
refratado passando pelo foco 2;
2.
Raio de luz que chega passando pelo foco 1 e é
refratado paralelamente ao eixo principal;
3.
Raio de luz que incide sobre a lente na direção do
centro óptico (O) e atravessa a lente sem sofrer
desvio;
Lentes esféricas
4.
Raio de luz que incide sobre a lente passando pelo
ponto antiprincipal (2F), atravessa a lente e é
refratado em direção ao ponto 2F, do outro lado desta.
1
F1
2
F1
F1
F2
O
F1
O
F2
O
F2
F1
2F
(D)
F1
F2
F2
F2
O
4
3
(C)
2F
As linhas pontilhadas (vermelhas) representam o trajeto
inicial dos raios extremos do feixe de luz. Após atravessar
as lentes, os raios de luz se aproximam e se afastam
(ainda mais) nas lentes C e D, respectivamente. Assim,
as lentes C e D estão, respectivamente, convergindo e
divergindo a luz. As setas azuis mostram o desvio sofrido
por cada raio extremo do feixe.
Lente divergente
1.
Raio de luz que incide sobre a lente paralelamente
ao eixo principal desta e é refratado de forma que
seu prolongamento passe pelo foco 1;
2.
Raio de luz que incide sobre a lente na direção do
foco 2 e é refratado paralelamente ao eixo principal
desta;
3.
Raio de luz que incide sobre a lente na direção do centro
óptico (O) e atravessa a lente sem sofrer desvio.
DETERMINAÇÃO GRÁFICA
DAS IMAGENS
Em um espelho, a luz que incide sobre este é refletida de
volta ao mesmo lado de origem. Em uma lente, ao contrário,
a luz que incide sobre ela a atravessa e é refratada para o
outro lado. Essa diferença entre espelhos e lentes é a causa
da distinta obtenção de imagens por meio deles.
Lente divergente
2
1
Uma lente divergente forma um tipo único de imagem,
independentemente da posição do objeto em relação a ela.
F1
F1
F2
O
O
F2
Veja a seguir.
Observador
RR
Objeto
3
HO
F1
O
F2
RR
HI
O
F2
Imagem F1
DI
Atenção: Na lente divergente, não é conveniente traçar
o raio incidente passando pelo foco 1, pois ele não é um
raio notável.
Considere uma pequena lâmpada posicionada sobre o
foco 1 de uma lente convergente (C) e, também, sobre o
foco 1 de uma lente divergente (D). Veja a seguir.
DO
Observe que os raios refratados (RR) pela lente são
divergentes e não se cruzam. A imagem do objeto
é obtida prolongando-se esses raios (pontilhados
vermelhos). O observador tem a sensação de que
os raios refratados saíram da “cabeça” da imagem.
Editora Bernoulli
53
FÍSICA
Na lente divergente, é suficiente conhecer apenas três
raios notáveis:
Frente C Módulo 05
Assim, o observador vê a imagem na posição mostrada,
e essa imagem é, sempre,
1. virtual (formada pelos prolongamentos dos raios
refratados);
2. direta (objeto e imagem de cabeças para cima);
3. mais perto da lente do que o objeto (DI < DO);
4. menor que o objeto (HI < HO e L I < LO);
5. posicionada entre o foco 1 e o centro óptico da
lente (O).
Se o objeto se aproxima (ou se afasta) da lente, a imagem
também se aproxima (ou se afasta). Veja a seguir que,
para qualquer posição do objeto (mesmo sobre o foco 1 da
lente), o raio incidente, que é paralelo ao eixo, tem o mesmo
raio refratado e o mesmo prolongamento. Dessa forma,
a imagem estará sempre dentro do “triângulo” sombreado.
Observe, na figura anterior, que os próprios raios
refratados se cruzam. Na posição de encontro deles, ocorre
a formação de uma imagem real (nesse ponto, a luz está
chegando realmente). Essa é a imagem da “cabeça” do
objeto. Logo, a imagem é invertida, tanto vertical quanto
lateralmente. Se houvesse uma folha de papel, por exemplo,
na posição em que a imagem se forma, esta seria projetada
sobre essa folha.
Se um objeto se afasta de uma lente convergente,
a sua imagem real se aproxima dela e vice-versa. A figura
a seguir mostra um objeto colocado em alguns pontos
além do foco de uma lente convergente (DO > f). Em todas
essas situações, a imagem é real e invertida. As únicas
diferenças entre as imagens são referentes às dimensões e
à localização destas. Em qualquer um dos casos, a imagem
estará localizada dentro do “triângulo” destacado.
O56789
Imagens
2F
Assim, qualquer que seja a posição do objeto, ainda que
muito distante da lente, a imagem dele estará sempre perto
da lente.
RR
I1
I2
F2
I3
vI
Objeto
O1 O2
F1
2F
O3
v0
∞
RR
v0
vI
F2
Observador
O
Imagem
F1
No caso de o objeto se colocar muito distante da lente
(“infinito”), a sua imagem estará praticamente sobre o foco
da lente e será muito pequena.
Lente convergente
Posição do
objeto
A lente convergente, ao contrário da lente divergente, pode
formar diversos tipos de imagens, dependendo da posição do
objeto em relação ao foco e em relação ao ponto antiprincipal.
Assim, a imagem pode ser real ou virtual e pode ser maior,
menor ou igual ao objeto. Veja os casos a seguir.
Objeto entre o infinito e o foco (∞ > DO > f)
Obj eto
HO
Imagem
F2
F1
O
HI
RR
RR
f
DI
Observador
54
Coleção Estudo
Veja a seguir as particularidades das imagens formadas
por uma lente convergente. Compare com as imagens
formadas por um espelho côncavo e observe que a natureza,
a localização e as dimensões dessas imagens são idênticas.
Lembre-se de que o ponto antiprincipal da lente (2F)
equivale, no espelho côncavo, ao centro de curvatura.
f
DO
Natureza, posição e dimensões
da imagem
Entre 2F e F
Imagem real, invertida e localizada
2f > DO > f
entre 2F e o infinito. DI > DO e HI > HO
Sobre 2F
Imagem real, invertida e localizada sob
DO = 2f
2F. DI = DO e HI = HO
Além de 2F
Imagem real, invertida e localizada
DO > 2f
entre 2F e F2. DI < DO e HI < HO
Uma situação particular ocorre para um objeto muito
distante da lente (DO >> 2f). Nesse caso, dizemos que o
objeto está no “infinito”. A imagem formada pela lente
convergente, nessa situação, é real, invertida, muito
pequena e se localiza, praticamente, sobre o foco (DI ≅ f).
Se você usa uma lente convergente para “queimar papel”,
você está projetando a imagem do Sol (que está no infinito)
sobre a folha. Outra situação particular e interessante
ocorre quando o objeto encontra-se sobre o foco da lente.
Nessa situação, os raios refratados pela lente são paralelos,
não se cruzam (nem os seus prolongamentos) e não ocorre
a formação de imagem. Alguns autores consideram que
nessa situação a imagem se forma no infinito e, por isso,
ela é chamada de “imprópria”.
Lentes esféricas
Objeto entre o foco e o centro óptico da
lente (DO < f)
Imagem
HI
O
Objeto F
1
RR
COMPARAÇÃO ENTRE
ESPELHOS E LENTES
DO
RR
Você deve ter notado que, para objetos reais, toda imagem
real é invertida e qualquer imagem virtual é direta.
DI
Observador
Observe na figura anterior que , quando o objeto encontra-se
entre o foco e o centro óptico da lente, os raios refratados
por ela são divergentes e não se cruzam. A imagem se
forma no ponto em que os prolongamentos dos raios
refratados se encontram e, portanto, essa imagem é virtual.
As características da imagem para tal posição do objeto são:
1. virtual (formada pelos prolongamentos dos raios
refratados);
Vamos agora fazer uma comparação importante entre
as imagens formadas por espelhos esféricos e as imagens
formadas por lentes. Nas duas comparações a seguir,
o objeto pode se deslocar do dispositivo óptico até o “infinito”.
Observe as figuras adiante e analise as imagens virtuais
formadas pelo espelho convexo e pela lente divergente.
∞
Objeto colocado
O
nessa região
V
Observador
FÍSICA
F2
Ho
Veja com atenção as posições dos objetos (O1, O2 e O3) e
das correspondentes imagens (I1, I2 e I3). Um fato importante
deve ser destacado em relação à posição de cada imagem.
Ela pode estar em qualquer posição entre o centro óptico da
lente (O) e o infinito (∞). A única exigência, nessa situação,
é de que a imagem esteja mais distante da lente do que o
objeto (DI > DO).
Imagens F
2. direta (não existe inversão vertical);
3. sem inversão lateral;
4. de dimensões (altura e largura) maiores que as do
objeto (HI > HO e LI > LO);
Imagens
virtuais
5. mais distante da lente que o objeto (DI > DO) e sempre
do mesmo lado deste.
F1
Observador
A situação representada na figura anterior tem uma
aplicação importante e usual. Nesse caso, a lente é chamada
de “lente de aumento” (ou lupa) e é muito usada para
ampliar imagens de pequenos objetos. Para destacar uma
informação dada no início do módulo, uma lupa pode ser
usada, indistintamente, com qualquer uma das suas faces.
Na situação anterior, se o objeto se afasta da lente,
aproximando-se do foco, a imagem também se afasta dela e
tende ao infinito. Veja a seguir algumas posições das imagens
formadas por uma lente convergente quando o objeto se desloca
entre o centro óptico (O) e o foco 1 dessa lente. As imagens,
virtuais, estão sempre dentro do “triângulo” destacado.
I3
Objeto colocado
na parte de cima
dessa região
Note que as imagens se localizam, exclusivamente, entre
o elemento óptico e o seu foco (dentro dos triângulos
destacados) e do lado oposto à posição do observador.
Veja, a seguir, as imagens reais e virtuais formadas por
um espelho côncavo e por uma lente convergente.
∞
Objeto colocado
nessa região
F
Imagens virtuais
vI
I2
F2
Observador
RR
∞
F1
O
∞
F
Imagens reais
I1
∞
Imagens reais
F2
O1 O2 O3
F1
Imagens virtuais
∞
O bjeto colocado
na parte de cima
dessa região
∞
vO
Observador
Observador
Editora Bernoulli
55
Frente C Módulo 05
Veja, nas figuras anteriores, que só não há formação de
imagem entre o dispositivo óptico e o foco que está do lado
do observador. O quadro a seguir resume essas conclusões.
Na 2ª equação (de Gauss), devemos usar a seguinte
convenção de sinais, semelhante à usada para os espelhos:
1. em qualquer situação → DO > 0 (positivo);
2. lente convergente → f > 0 (positivo);
Posições nas quais se
localizam as imagens na(o)
Tipo de
imagem
Lente
Espelho
Real
Do lado oposto ao
objeto em relação
à lente
Do mesmo lado que
o objeto em relação
à lente
Virtual
Do mesmo lado
que o objeto em
relação à lente
Do lado oposto ao
objeto em relação
à lente
3. lente divergente → f < 0 (negativo);
4. imagem real → DI > 0 (positivo);
5. imagem virtual → DI < 0 (negativo).
VERGÊNCIA OU GRAU DE
UMA LENTE (V)
Veja, ainda, que as imagens reais, formadas pelo
espelho ou pela lente, estão sempre na mesma região
que o observador. Já as imagens virtuais e o observador,
seja no espelho ou na lente, estão em lados opostos do
A vergência (V) de uma lente é determinada pelo tipo de
lente e por sua capacidade de “ampliar ou reduzir” a imagem
de um objeto colocado em certa posição. A vergência é
definida como o inverso da distância focal (f), ou seja:
dispositivo óptico.
V=
1
f (m)
DETERMINAÇÃO ANALÍTICA
DA IMAGEM
Nessa equação, devemos ressaltar que
1.
a unidade de medida da vergência é a dioptria (di)
(vulgarmente chamada de “grau” da lente) e é igual
a m–1;
As relações entre as grandezas HO e HI (alturas do objeto
e da imagem), DO e DI (distâncias do objeto e da imagem
à lente) e f (distância focal) para as lentes são obtidas
da mesma forma que para os espelhos e, por isso, a sua
demonstração será omitida. Considere a figura a seguir.
2.
para se obter a vergência de uma lente em dioptrias,
devemos usar a distância focal dela em metros;
3.
o sinal da distância focal determina o tipo de lente e,
por isso, o sinal da sua vergência, a saber:
Objeto
HO
Imagem
F2
F1
O
HI
RR
RR
f
f
DO
DI
Observador
Essas relações, às idênticas a dos espelhos, são:
A=
HI
HO
=
DI
DO
e
1
f
=
1
DO
+
1
DI
Lente convergente
→
f>0
→
V > 0 (positiva)
Lente divergente
→
f<0
→
V < 0 (negativa)
Considere as duas lentes A e B mostradas a seguir e
observe os raios de luz que convergem para o foco 2 de cada
uma delas. Veja que a lente A tem a curvatura das faces mais
acentuada do que a da lente B. Isso faz com que a primeira
lente seja mais convergente que a segunda. Observe a
posição de cruzamento dos raios refratados (F2 de cada uma).
Considere, ainda, que as distâncias focais das lentes sejam
fA = 20 cm e fB = 50 cm.
A
F2
O
fA
B
F2
O
fB
Como as duas lentes são convergentes, a distância focal e
a vergência (grau) de cada uma delas são positivas e valem:
Na primeira equação,
VA = 1/fA = 1/0,20 m ⇒ VA = +5,0 di = +5,0 “graus”
1.
se A > 1, a imagem é maior do que o objeto e está
mais longe da lente do que o objeto;
VB = 1/fB = 1/0,50 m ⇒ VB = +2,0 di = +2,0 “graus”
2.
se A = 1, a imagem é do mesmo tamanho do objeto
e está na mesma distância do objeto à lente;
3.
se A < 1, a imagem é menor do que o objeto e está
mais perto da lente do que o objeto.
56
Coleção Estudo
Observe que a vergência da lente A é maior que a da
lente B. Se elas são usadas como lupa (objeto entre o foco 1
e o centro óptico de cada uma), a lente A, para objetos
à mesma distância das lentes, fornece uma imagem
virtual maior. Agora, uma pergunta para você refletir.
Lentes esféricas
Para objetos colocados além do foco 1 das lentes (DO > f)
e à mesma distância delas, qual lente vai formar a maior
imagem real?
Se as lentes fossem divergentes, suas vergências seriam
VA = –5,0 di e VB = –2,0 di. Como a lente A tem a menor
vergência, ela forma, para objetos à mesma distância das
lentes, a menor imagem.
JUSTAPOSIÇÃO DE LENTES
Quando duas lentes, de vergências VA e VB, são justapostas
coaxialmente, em contato uma com a outra, elas funcionam
como se o sistema fosse formado por uma única lente
equivalente (E) de vergência V. Veja a seguir.
A
B
VA
VB
FA FB
E
⇒
F
V
Considere que os focos 1 e 2 da lente sejam F1 e F2,
conforme mostrado anteriormente. A distância focal (f) da
lente pode ser calculada por meio da equação dos fabricantes
de lentes, mostrada a seguir:
n
1
1
= L − 1
+
R
f nmeio
R 2
1
1
Nessa equação, devemos seguir esta convenção de sinais
para os raios das faces da lente:
•
Face convexa ⇒ R > 0 (positivo);
•
Face côncava ⇒ R < 0 (negativo);
•
Face plana
⇒ R → ∞ (1/R → 0).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01.
No esquema mostrado a seguir, O é um objeto real e I,
sua imagem, conjugada por um dispositivo óptico. A partir
das informações e do diagrama seguinte, determinar a
posição do observador e do dispositivo óptico, se este for
A) um espelho esférico;
B) uma lente esférica delgada.
O
V = VA + VB
I
No dia a dia, a luz é, geralmente, policromática e incide
em toda a extensão de uma lente. Se a lente apresenta
uma vergência elevada, a imagem formada pode apresentar
aberrações que atrapalham a sua visualização. As aberrações
mais comuns são a esférica e a cromática. Para minimizar tais
aberrações, os instrumentos ópticos usam uma justaposição
de duas ou mais lentes, de modo que uma lente minimize
a aberração produzida pela outra.
EQUAÇÃO DOS FABRICANTES
DE LENTES
Resolução:
Observe que a imagem é invertida, portanto, ela é
real. Os únicos dispositivos que formam imagem real
(de um objeto real) são os espelhos côncavos e as lentes
convergentes. Como a imagem é menor que o objeto
(HI < HO), a distância dela ao dispositivo deve ser menor
que a distância do objeto a ele (DI < DO). Sendo assim,
temos:
A) Se o dispositivo é um espelho, a imagem real fica do
mesmo lado que o objeto e o observador, em relação
ao espelho. Logo, o espelho deve ficar à direita da
imagem e do objeto. Como DI < DO, o espelho deve ficar
à direita da imagem e o observador, à esquerda dela.
O
A face de uma lente esférica tem origem numa esfera
de raio R. A figura a seguir mostra uma lente de índice de
refração nL que, propositadamente, tem faces de curvaturas
diferentes. Nela, C1 e C2 representam os centros das esferas
que deram origem às faces de raios iguais a R1 e R2,
respectivamente. A lente está mergulhada numa substância
de índice de refração igual a nmeio.
F1
R1
R2
C1
f
Espelho
I
Observador
B) Se o dispositivo é uma lente, a imagem real fica do
lado oposto do objeto, em relação à lente. Portanto,
a lente deve ficar entre o objeto e a imagem e mais
perto dela (DI < DO). O observador, para ver a imagem
real, deve ficar à direita da imagem.
F2
O
FÍSICA
A lente equivalente, nesse caso, apresenta uma distância
focal menor que as distâncias focais das lentes A e B.
Assim, a lente equivalente tem maior vergência do que as
vergências individuais das lentes A e B. A vergência (V) da
lente equivalente pode ser calculada por:
=
L:;<:
C2
f
=>?:@
vador
I
Editora Bernoulli
57
Frente C Módulo 05
02.
Uma lente de vidro (nL = 1,5), imersa no ar, possui
uma face côncava e outra convexa, de raios R1 e R2,
cujos valores, em módulo, são 60 cm e (60/7) cm,
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
respectivamente. Um objeto de 10 cm de altura é colocado
(UFMG) As figuras representam, de forma esquemática,
espelhos e lentes.
a 30 cm de distância do centro óptico da lente.
A) Calcular a distância focal e a vergência da lente.
B) Determinar o tipo de imagem formada, a sua altura
e sua distância até o objeto.
C) Essa lente é justaposta a uma outra lente planocôncava, cuja vergência é, em módulo, |V2| = 3,0 di.
Espelho E1 Espelho E2 Lente L1
Responder se a lente equivalente será convergente
Para se projetar a imagem de uma vela acesa sobre uma
parede, pode-se usar
ou divergente.
Resolução:
A) o espelho E1 ou a lente L2.
A) Para determinar a distância focal (f), vamos usar a
B) o espelho E1 ou a lente L1.
equação dos fabricantes de lentes, com os seguintes
C) o espelho E2 ou a lente L2.
D) o espelho E2 ou a lente L1.
dados: R1 = –60 cm (face côncava), R2 = +(60/7) cm
(face convexa) e nar = 1,0.
1
f
1
f
02.
1
n
1
5
7
1
1 1,5
L
⇒ =
+
=
− 1
1, 0 − 1 −60 + 60
n
R
R
f
2
meio
1
1 6
2 60
n1
⇒
Eixo óptico
Repetindo-se o procedimento anterior num segundo
líquido, com índice de refração n2, obteve-se o seguinte
percurso para os raios luminosos:
Assim, a vergência (V) da lente é:
V = 1/f(m) = 1/0,2 m
(UFLA-MG) Coloca-se uma pequena lâmpada no foco de
uma lente de índice de refração nL e, em seguida, imerge-se
o conjunto num líquido de índice de refração n1.
F
⇒ f = 20 cm
=
Lente L2
V = 5,0 di
Como a distância focal e a vergência são positivas,
a lente é convergente.
n2
B) Vamos usar as equações de Gauss e da ampliação
para determinar as características da imagem:
1
f
=
A=
1
DO
HI
HO
+
=
1
DI
⇒
DI
DO
1
20
=
1
30
+
1
DI
Eixo óptico
F
⇒ DI = 60 cm
É CORRETO afirmar que
⇒
HI
10
=
60
30
⇒ HI = 20 cm
Como DI é positivo, a imagem é real. Utilizando-se
lentes, a imagem real fica do lado oposto do objeto em
relação ao dispositivo. Assim, a distância imagem-objeto
é a soma DI + DO. Portanto, a imagem formada é real,
invertida, tem o dobro da altura do objeto (HI = 20 cm),
e a distância objeto-imagem é de 90 cm.
A) n2 > n1 > nL.
D) n2 > nL > n1.
B) n2 = nL > n1 .
E) nL = n1 > n2.
C) nL > n2 > n1.
03.
(FJP-MG–2010) Uma lente de vidro é utilizada para
projetar a imagem de um objeto sobre uma tela, como
representado nesta figura. Nessa situação, uma imagem
nítida do objeto é observada sobre a tela. Em seguida,
a lente é substituída por outra lente do mesmo material,
porém mais espessa no centro.
Tela
C) A lente a ser justaposta é plano-côncava e, por
Lente
isso, estando imersa no ar, ela é divergente. Logo,
sua vergência é V2 = –3,0 di. A vergência da lente
equivalente é VE = V + V2 = 5,0 + (–3,0 ) = 2,0 di.
Como a vergência total é positiva, a lente equivalente
possui comportamento convergente.
58
Coleção Estudo
CDEFGH
Lentes esféricas
Para que, após essa substituição, uma imagem nítida
do objeto se forme sobre a tela, foram sugeridos dois
procedimentos:
I.
02.
(Cesgranrio) A partir de uma lente biconvexa L e sobre
seu eixo principal, marcam-se cinco pontos A, B, C, D e E
a cada 10 cm, conforme ilustra a figura.
afastar a tela da lente, mantendo o objeto na mesma
posição;
II. aproximar o objeto da lente, mantendo a tela na
mesma posição.
10 cm
Considerando essas informações, é CORRETO afirmar
que o resultado desejado pode ser produzido
Q
P 20 cm
A
B
C
D
E
A) apenas com o primeiro procedimento.
B) apenas com o segundo procedimento.
L
C) com os dois procedimentos.
Observa-se que um raio luminoso emitido de um ponto P,
D) com nenhum dos dois procedimentos.
raio for emitido de um ponto Q, situado a 40 cm dessa
lente, após atravessá-la, ele irá convergir para o ponto
A) não fornecerá imagem.
A) A.
D) D.
B) terá uma imagem real, invertida e do mesmo tamanho
do objeto, a 25 cm da lente.
B) B.
E) E.
C) terá uma imagem real, invertida e ampliada, a 12,5 cm
da lente.
05.
paralelamente ao seu eixo principal. Portanto, se esse
(UFLA-MG) Um objeto real que se encontra a uma distância
de 25 cm de uma lente esférica delgada divergente, cuja
distância focal é, em valor absoluto, também de 25 cm,
C) C.
03.
(EFOA-MG) Colocando-se um objeto em frente a uma lente
D) terá uma imagem virtual, direita e ampliada, a 25 cm
do objeto.
de distância focal f, observa-se que a imagem formada
E) terá uma imagem virtual, direita e reduzida, a 12,5 cm
do objeto.
objeto. É CORRETO afirmar que
(UFMG) Na figura, estão representados três raios de luz
emergindo de uma fonte localizada em P, passando pelas
lentes delgadas (L1 e L2), ocultas pelas caixas, e atingindo Q.
B) a imagem formada é virtual.
desse objeto é invertida, e sua altura é menor que a do
A) o objeto deve estar situado a uma distância da lente
maior que 2f.
C) a lente é divergente.
D) o objeto deve estar situado entre o foco e a lente.
P
E) em relação à lente, a imagem formada encontra-se
no mesmo lado do objeto.
Q
L1
L2
Com relação ao perfil das lentes L1 e L2, respectivamente,
a afirmativa CORRETA é
A)
B)
D)
C)
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
(UFMG) Nesta figura, está representado o perfil de três
lentes de vidro.
04.
(UFPR–2007) Um estudante usando uma lupa sob a luz
do Sol consegue queimar uma folha de papel devido à
concentração dos raios do Sol em uma pequena região.
Ele verificou que a maior concentração dos raios solares
ocorria quando a distância entre o papel e a lente era de
20 cm. Com a mesma lupa, ele observou letras em seu
relógio e constatou que uma imagem nítida delas era
obtida quando a lente e o relógio estavam separados por
uma distância de 10 cm. A partir dessas informações,
considere as seguintes afirmativas:
1. A distância focal da lente vale f = 20 cm.
2. A imagem das letras formada pela lente é invertida
e virtual.
3. A lente produz uma imagem cujo tamanho é duas vezes
maior que o tamanho das letras impressas no relógio.
I
II
III
Assinale a alternativa CORRETA.
Rafael quer usar essas lentes para queimar uma folha de
papel com a luz do Sol.
A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
Para isso, ele pode usar apenas
C) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
A) a lente I.
C) as lentes I e III.
D) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
B) a lente II.
D) as lentes II e III.
E) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
B) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
Editora Bernoulli
59
FÍSICA
04.
distante 20 cm dessa lente, após atravessá-la, emerge
Frente C Módulo 05
05.
(EFOA-MG) Duas lentes iguais são fabricadas com um
07.
material cujo índice de refração é nL = 1,5. Para testar
suas propriedades ópticas, uma delas é colocada em um
(UFLA-MG) Uma lente forma a imagem real de um objeto,
como mostra a figura A a seguir. Cobrindo-se metade da lente,
como mostrado na figura B, o que acontece com a imagem?
recipiente contendo um meio A (índice de refração nA = 1,5).
Lente
Lente
A outra lente é colocada em um recipiente contendo um
meio B (índice de refração nB = 1,7), conforme figura a
seguir. Faz-se incidir, então, na lente dentro de cada um
Figura A
dos recipientes, um feixe de luz monocromática.
Meio A
Luz
Luz
nL
Figura B
Meio B
A) A imagem continua a ser formada, porque a luz é um
nL
fluido e contorna obstáculos.
B) A imagem deixará de ser formada, porque só os
raios que atravessam a metade superior da lente
Com base nesse experimento, podemos afirmar que
contribuem para a formação da imagem.
A) no meio A, a lente não funcionará como lente e,
no meio B, a lente será divergente.
C) A imagem continua a ser formada, com menor
intensidade, pelos raios luminosos que atravessam a
B) no meio A, a lente não funcionará como lente e,
no meio B, a lente será convergente.
metade inferior da lente.
D) A imagem continua a ser formada sem alteração de
C) no meio A, a lente será convergente e, no meio B,
a lente será divergente.
intensidade, pois apenas os raios que passam pela
metade inferior da lente contribuem para a formação
D) no meio A, a lente será divergente e, no meio B,
a lente será divergente.
da imagem.
E) A imagem passa a ser virtual e formada do lado
E) a s l e n t e s s e r ã o s e m p r e c o n v e r g e n t e s ,
independentemente do meio em que se encontram.
06.
(Milton Campos-MG) A figura a seguir mostra um estreito
esquerdo da lente.
08.
(Fatec-SP) “Olho mágico” é um dispositivo de segurança
residencial constituído simplesmente de uma lente
feixe monocromático de luz, propagando-se inicialmente
esférica. Colocado na porta de apartamentos, por exemplo,
no ar e incidindo numa lente delgada de vidro.
permite que se veja o visitante que está no hall de
entrada. Quando um visitante está a 50 cm da porta, um
desses dispositivos forma, para o observador dentro do
Lente
F
apartamento, uma imagem três vezes menor e direita
do rosto do visitante. Assinale a alternativa que se aplica
F
a esse caso quanto às características da lente do olho
mágico e o seu comprimento focal (f).
Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que
MELHOR representa o comportamento do feixe após
ultrapassar a lente.
A)
A) Divergente, f = −300 cm.
B) Divergente, f = −25 cm.
C) Divergente, f = −20 cm.
D) Convergente, f = +20 cm.
F
E) Convergente, f = +300 cm.
F
09.
B)
(Cesgranrio) Em uma aula sobre Óptica, um professor,
usando uma das lentes de seus óculos (de grau + 1,0 di),
F
F
projeta, sobre uma folha de papel colada ao quadro de giz,
a imagem da janela que fica no fundo da sala (na parede
oposta à do quadro). Para isso, ele coloca a lente a 1,20 m
C)
da folha. Com base nesses dados, é CORRETO afirmar
que a distância entre a janela e o quadro de giz vale
F
F
A) 2,4 m.
B) 4,8 m.
C) 6,0 m.
D)
D) 7,2 m.
F
60
F
Coleção Estudo
E) 8,0 m.
Lentes esféricas
(CEFET-MG–2008) Um objeto O é colocado sobre o eixo
13.
principal de duas lentes de vidro L1 e L2, conforme mostram
as seguintes figuras. As lentes estão no ar, e F representa
(UEL-PR) O esquema a seguir representa, em escala, um
objeto O e sua imagem i conjugada por um sistema óptico S.
O sistema óptico S compatível com o esquema é
S
o foco da lente L1. Sobre as lentes, afirma-se:
L1
O
Figura 1
F
O
I.
O
F
i
L2
Figura 2
A) um espelho côncavo.
A lente L2 é convergente, enquanto L1 é divergente.
B) um espelho convexo.
II. A distância focal de L2 é menor do que a de L1.
C) uma lente convergente.
III. A imagem de O produzida por L2 é maior do que a
produzida por L1.
D) uma lente divergente.
E) uma lâmina de faces paralelas.
IV. As imagens de O geradas pelas duas lentes são reais.
Estão CORRETAS apenas as afirmações
11.
A) I e II.
C) II e III.
B) I e III.
D) II e IV.
14.
E) III e IV.
(UFF-RJ) A figura representa um objeto real (O) e a sua
imagem (I) obtida por um dispositivo óptico simples (D).
D
o
(UNIFESP) Tendo-se em vista que as lentes são,
na prática, quase sempre usadas no ar, a equação dos
fabricantes de lentes costuma ser escrita na forma:
Eixo
óptico
I
C = (n – 1)[(1/R1) + (1/R2)]
12.
Nessas condições, pode-se afirmar que a convergência
de uma lente plano-convexa de índice de refração
n = 1,5 e cujo raio da face convexa é R = 20 cm é
Sabendo que essa imagem é real, invertida e do mesmo
tamanho que o objeto, pode-se afirmar que o dispositivo
óptico é
A) 0,50 di.
C) 1,5 di.
A) um espelho plano.
B) 1,0 di.
D) 2,0 di.
E) 2,5 di.
B) uma lente delgada convergente.
C) um espelho esférico convexo.
(UFTM-MG–2008) Duas lentes esféricas, uma planoconvexa e outra plano-côncava, são justapostas e
inseridas no vácuo (índice de refração igual a 1). Os
raios de curvatura de ambas as lentes têm o mesmo
valor; entretanto, seus índices de refração diferem.
A vergência do conjunto, resultado da adição das
vergências individuais de ambas as lentes, em di, pode
ser determinado por
n1
D) um espelho esférico côncavo.
E) uma lente delgada divergente.
15.
(UNIRIO-RJ) Uma pessoa deseja construir um sistema
óptico capaz de aumentar a intensidade de um feixe de
raios de luz paralelos, tornando-os mais próximos, sem que
modifique a direção original dos raios incidentes. Para isso,
tem à sua disposição prismas, lentes convergentes, lentes
divergentes e lâmina de faces paralelas. Tendo em vista
que os elementos que constituirão o sistema óptico são
feitos de vidro e estarão imersos no ar, qual das cinco
composições a seguir poderá ser considerada como uma
possível representação do sistema óptico desejado?
A)
D)
B)
E)
n2
A) C =
B) C =
C) C =
n1 + n2
2R
n1 + n2
R
n1
n2
.
D) C =
.
E)
C=
n1 – n2
R
n2 – n1
R
.
.
C)
R .
Editora Bernoulli
61
FÍSICA
10.
Frente C Módulo 05
16.
(UEL-PR) Uma associação de lentes delgadas justapostas
02.
A figura mostra uma gota de água sobre uma folha,
é formada por duas lentes. Uma delas é convergente, de
permitindo ver detalhes ampliados através dela, sem
distância focal igual a f. A distância focal da associação é 2f.
invertê-los. Na situação descrita, a gota funciona como
Qual o tipo e a distância focal (x) da segunda lente?
A) Divergente; |x| = 2f
D) Convergente; x < f
B) Convergente; x > f
E) Convergente; x = f
C) Divergente; |x| ≠ f
17.
(UFJF-MG–2007) Considere um objeto e uma lente
delgada de vidro no ar. A imagem é virtual e o tamanho
da imagem é duas vezes o tamanho do objeto. Sendo a
distância do objeto à lente de 15 cm,
A) CALCULE a distância da imagem à lente.
B) CALCULE a distância focal da lente.
C) DETERMINE a distância da imagem à lente, após
mergulhar todo o conjunto em um líquido, mantendo
a distância do objeto à lente inalterada. Nesse líquido,
a distância focal da lente muda para aproximadamente
60 cm.
D) DETERMINE a nova ampliação do objeto fornecida
pela lente.
SEÇÃO ENEM
01.
A) uma lente divergente, com o objeto colocado no seu
plano focal.
B) uma lente divergente, com o objeto colocado entre
seu plano focal e a própria lente.
C) uma lente convergente, com o objeto colocado além
de seu plano focal.
D) uma lente convergente, com o objeto entre seu plano
focal e a própria lente.
E) uma lente convergente, com o objeto colocado no seu
plano focal.
As lentes convergentes podem formar imagens reais
de objetos distantes do instrumento. Se o objeto está
infinitamente afastado, por exemplo, elas formam
imagens praticamente sobre o seu foco. Para todo
objeto real, o tamanho (HI) da imagem formada por
uma lente pode ser calculado por: H I = H O D I /D O,
em que H O representa o tamanho do objeto e D O
e D I , as distâncias do objeto e de sua imagem
até a lente, respectivamente. A relação de Gauss,
entre essas grandezas e a distância focal da lente,
é (1/f) = (1/DO) + (1/DI). Considere uma lente biconvexa
circular, de diâmetro d = 10 cm e de distância focal f =
Fixação
01. A
02. D
03. B
04. E
05. C
2,0 m (0,5 “grau”), usada para convergir a luz do Sol
Propostos
sobre uma folha de papel. Considere, ainda, que ela
01. C
04. D
07. C
10. D
13. D
seja colocada perpendicularmente à incidência solar
02. D
05. A
08. B
11. E
14. D
e que toda a energia que chega à lente é transmitida
03. A
06. A
09. D
12. D
15. D
até a folha de papel. A distância média da Terra ao Sol
é, aproximadamente, 200 vezes maior que o diâmetro
deste. Dessa forma, essa lente consegue aumentar a
densidade superficial de energia solar sobre o papel, a
16. A
17. A) DI = –30 cm
B) f = 30 cm
cada instante, em relação àquela que chegaria sem a
C) DI’ = –20 cm
lente em, aproximadamente,
D) A = 1,33
A) 1%.
B) 10%.
Seção Enem
C) 100%.
01. E
D) 1 000%.
02. D
E) 10 000%.
62
GABARITO
Coleção Estudo
FÍSICA
MÓDULO
06 C
Instrumentos ópticos
Os instrumentos ópticos permitem ao homem enxergar o
mundo imediatamente à sua volta, bem como aquilo que está
muito distante ou o que é muito pequeno. Um instrumento
óptico forma uma imagem que, geralmente, é maior do que o
objeto ou que “traz o objeto” para perto do olho do observador.
Os instrumentos ópticos podem ser divididos em dois grupos:
os instrumentos de projeção e os de observação. No primeiro
grupo, temos o projetor (de slides ou multimídia), a máquina
fotográfica e o olho humano, entre outros. Do segundo grupo,
podemos citar o binóculo, o microscópio, o telescópio e
os óculos. Outra forma de classificar os instrumentos ópticos
se baseia na maneira como eles formam as imagens. Assim,
temos os instrumentos refletores (que usam espelhos) e os
instrumentos refratores (que usam lentes).
A visão que temos do tamanho de um objeto, ou de sua
imagem, depende das suas dimensões e da distância a
que ele se encontra do nosso olho. Ou seja, a impressão
que temos do tamanho do objeto está relacionada com o
ângulo (α) segundo o qual o objeto é visto. Quanto maior for
esse ângulo, maior será a sensação que temos do tamanho
do objeto. Observe a figura seguinte. Ela mostra um objeto
que é visto, diretamente, segundo o ângulo visual α0.
A figura mostra também duas imagens do objeto, formadas
de maneiras distintas. Na imagem à esquerda, a imagem do
objeto foi ampliada, mas encontra-se na mesma posição que
o objeto. Na imagem à direita, a imagem possui o mesmo
tamanho que o objeto, no entanto, está mais próxima do
FRENTE
MÁQUINA FOTOGRÁFICA
A câmera fotográfica tradicional é um instrumento de
projeção no qual a imagem a ser registrada deve ser
projetada sobre o filme, ou sobre o sensor óptico de câmeras
digitais, que se encontra no interior destas. Por causa disso,
a imagem formada deve ser real e, portanto, invertida.
Assim, a distância da imagem à lente (DI) será representada
por um número positivo. A distância do objeto a ser
fotografado à lente (DO) varia conforme ele esteja longe ou
perto da câmera.
As máquinas de média ou baixa qualidade, que não permitem
ajustes em relação ao afastamento do objeto, possuem uma
lente de pequena distância focal, em relação à distância a que
o objeto se encontra da lente, chamada de objetiva. Dessa
forma, qualquer objeto estará muito distante da câmera (no
“infinito” em relação à lente) e, consequentemente, a sua
imagem será formada no plano focal da lente. Portanto, para
que a imagem seja projetada sobre o filme, este deve estar
posicionado no plano focal da lente.
As câmeras profissionais permitem que objetos próximos
ou distantes das câmeras sejam registrados com a mesma
perfeição. Nesse caso, para que a imagem seja nítida
(bem focada), a distância focal (f) da objetiva, ou a distância
da película (onde se formará a imagem) à lente (DI), deve
ser ajustável. Nas câmeras com objetiva de distância focal
constante, a distância da lente ao filme deve ser alterada,
conforme mostrado a seguir.
observador. Veja que, nas duas situações, a imagem está
sendo vista segundo um ângulo visual α, maior que α0.
Portanto, nos dois casos, o observador tem a impressão de
um “objeto” maior.
Imagem ampliada
Imagem aproximada
Objeto
α
α0
Observador
Essas duas situações explicam o funcionamento de muitos
instrumentos ópticos. Esses instrumentos formam imagens
maiores que o objeto ou aproximam a imagem dos olhos
do observador. Em ambos os casos, o ângulo segundo o
qual a imagem é vista torna-se maior, justificando o uso
do instrumento.
Constante →
1
f
=
1
DO
+
1
DI
Veja que, para objetos distantes da câmera (DO grande),
a distância da imagem à lente (DI) deve ser pequena e,
para objetos próximos da máquina, DI deve ser grande.
A variação da distância da lente à imagem é obtida
por meio da aproximação ou do afastamento da lente
em relação ao filme. Isso pode ser feito de forma
manual, como nas antigas câmeras “lambe-lambe”, ou
automática, como ocorre quando você “mira” o objeto
a ser fotografado e percebe que a lente se desloca para
a posição adequada. Algumas câmeras profissionais
possuem mais de uma lente. O ajuste na focalização do
objeto é feito alterando a distância entre as lentes, o que
provoca uma mudança na distância focal do conjunto.
Editora Bernoulli
63
Frente C Módulo 06
Considere que, nessas máquinas, a distância do filme
ao conjunto de lentes seja constante. Observe a seguir,
portanto, que, para objetos distantes, a distância focal deve
ser grande, e, para objetos próximos, a distância focal deve
ser menor.
f
=
1
+
DO
1
DI
← Constante positiva
Creative Commons
1
Se a luminosidade exterior é elevada, a pupila se contrai, de
modo a minimizar a entrada de luz. Ao contrário, com baixa
luminosidade no ambiente, a pupila se dilata, de forma que
uma quantidade maior de luz entre no olho para formar a
imagem. As figuras a seguir mostram um olho com a pupila
dilatada e outro com a pupila contraída.
A figura a seguir mostra a formação da imagem numa
câmera fotográfica simples.
Objetiva
O
Filme
Imagem
L
Na parte frontal de uma câmera, existem dois
dispositivos – o diafragma e o obturador –, cujas funções são,
respectivamente, controlar a quantidade de luz que entra na
máquina e abrir e fechar a câmera para permitir a execução
da fotografia. Ou seja, a máquina fotográfica é uma câmara
escura que projeta na parede oposta (filme) a imagem
formada pela luz que entra pelo orifício (diafragma).
OLHO HUMANO
O olho é, sem dúvida, o instrumento óptico mais
importante para o ser humano. É um órgão complexo,
composto de diversas estruturas, dentre as quais algumas
interessam a esse ramo da Física. A figura a seguir mostra
um olho humano e os elementos físicos mais relevantes
para o nosso estudo.
Cristalino
Córnea
Músculo
ciliar
Retina
Nervo
óptico
Em um olho humano normal, os raios luminosos entram
pela pupila, atravessam a córnea, o cristalino, a parte central
do olho e se encontram na retina – região fotossensível –,
sobre a qual a imagem, para uma visão perfeita, deve ser
formada. Ou seja, no olho, a imagem é projetada sobre a
retina, sendo real e invertida. O funcionamento do olho é
semelhante ao de uma máquina fotográfica. A pálpebra,
equivalente ao obturador, abre e fecha para permitir a
entrada de luz.
A córnea, uma película curva, transparente e localizada na
parte anterior do olho, é responsável pela primeira e maior
parte da refração da luz que vem do exterior.
A função da pupila – canal existente na íris – é controlar
a quantidade de luz que chega ao cristalino, de modo a
permitir uma visualização adequada dos objetos. Em relação
a uma máquina fotográfica, ela é equivalente ao diafragma.
64
Coleção Estudo
O cristalino é uma lente biconvexa convergente, maleável
e responsável pela focalização final das imagens sobre a
retina. As bordas do cristalino são envolvidas pelos músculos
ciliares, cuja função é a de comprimir o cristalino, de modo a
alterar a sua curvatura e, consequentemente, a sua distância
focal. Veja a seguir um cristalino sem compressão – com
músculos ciliares relaxados (1) –, e outro com um certo
esforço de compressão dos músculos (2).
(1)
(2)
A retina – película localizada na parte posterior do globo
ocular – é formada por dois tipos básicos de células sensíveis
à luz: os cones (responsáveis pela percepção de cores) e
os bastonetes (que não distinguem as cores, mas são os
responsáveis pela percepção dos níveis de intensidade da
luz emitida pelos objetos). Quando a imagem é projetada na
retina, o nervo óptico, acoplado a ela, transmite a informação
visual ao cérebro.
OLHO HUMANO NORMAL
O olho normal é aquele capaz de formar imagens nítidas
para objetos próximos, aproximadamente a 25 cm do olho,
ou afastados, no infinito, em relação ao observador. Em
ambos os casos, a imagem deve ser formada sobre a retina –
condição necessária para uma visão perfeita. Dessa forma,
a distância (DI) da imagem ao cristalino deve ser sempre a
mesma, qualquer que seja a distância do objeto ao olho. Ou
seja, DI depende apenas do tamanho do olho do observador.
Em média, essa distância é de 2,5 cm.
A imagem projetada sobre a retina é real (DI > 0).
Qualquer que seja a distância do objeto ao olho, a equação
de Gauss deve ser respeitada. Assim, a distância focal (f)
e a vergência (V) do cristalino variam de acordo com a
mudança da distância do objeto ao olho (DO). Lembre-se de
que a vergência (V) é inversamente proporcional à distância
focal (f), V = 1/f. Veja, na equação de Gauss a seguir,
que a distância focal do cristalino varia conforme a distância
do objeto ao olho, que também varia.
1
f
=
1
DO
+
1
DI
← Constante positiva
Instrumentos ópticos
O objeto em relação ao olho
Aproxima
Afasta
DO
Diminui
Aumenta
f
Diminui
Aumenta
V
Aumenta
Diminui
Cristalino
Mais convergente
(mais curvo)
Menos convergente
(menos curvo)
DEFEITOS DE VISÃO
Todo órgão ou sistema do corpo humano é susceptível a
apresentar anomalias, e o olho não foge à regra. As causas
para os defeitos de visão são várias, mas vamos citar
apenas três. Uma delas é a deformidade do globo ocular,
que pode ser alongado ou encurtado além do que deveria.
Outra causa é a curvatura da córnea além ou aquém do
normal. E, por último, o elevado ou baixo índice de refração
das estruturas que formam o olho, particularmente da córnea
e do cristalino. Assim, o sistema ocular é mais ou menos
convergente do que o necessário. Quaisquer dessas causas
fazem com que a imagem se forme antes ou depois da
retina, respectivamente. Os defeitos de visão mais comuns,
que podem ser minimizados com o uso de lentes esféricas,
são: miopia, hipermetropia e presbiopia (“vista cansada”).
Se o objeto está no “infinito” (muito afastado do olho),
a distância focal é máxima, e o músculo ciliar está totalmente
relaxado (sentimos o menor esforço visual para enxergar
um objeto). Nesse caso, o foco do cristalino está sobre
a retina. À medida que o objeto se aproxima do olho,
o esforço muscular sobre o cristalino aumenta, comprimindo-o.
Assim, existe uma posição do objeto em relação ao olho,
próxima a este, na qual o músculo ciliar exerce a sua maior
compressão. Se o objeto for aproximado do olho além
desse ponto, o olho perde a capacidade de focalizá-lo.
Nessa situação, o cristalino apresenta a menor distância focal
possível e, consequentemente, a maior vergência.
MIOPIA
O ponto mais distante do olho, em que este é capaz de
formar uma imagem nítida, é chamado de ponto remoto (PR),
e sua distância ao olho é conhecida como distância máxima
de visão perfeita. Numa pessoa de visão normal, o PR
tende ao infinito. O ponto mais próximo ao olho, para o
qual este forma uma imagem nítida, é conhecido como
ponto próximo (PP). A sua distância ao olho é chamada de
distância mínima de visão perfeita. Essa distância varia com
a idade e de uma pessoa a outra. Nos adultos, em média,
o ponto próximo (PP) está a 25 cm do olho. Assim, o olho
de uma pessoa de visão normal consegue formar imagens
nítidas de objetos colocados no intervalo entre o infinito (PR)
e 25 cm do olho dessa forma (PP). Esse intervalo é a zona
de acomodação.
O olho míope, por qualquer das causas citadas, é mais
convergente do que deveria, apresentando uma distância
focal pequena em relação aos olhos normais. Assim, os
raios luminosos que entram no olho convergem muito e
a imagem se forma antes da retina; logo, não apresenta
nitidez suficiente. Nesse caso, a imagem deve ser afastada
do cristalino para melhorar a sua visualização. Isso é
conseguido, sem correção, aproximando os objetos do olho.
Logo, a pessoa com miopia enxerga muito bem os objetos
próximos ao seu olho. Ou seja, o ponto próximo (PP) de um
olho míope encontra-se mais perto deste do que o ponto
próximo de um olho normal.
Vamos determinar a vergência (V) do cristalino para os
extremos da zona de acomodação. Considere que o tamanho
do globo ocular seja 2,5 cm, ou seja, 0,025 m. Como a
imagem se forma sobre a retina, DI = 0,025 m. Considere,
ainda, que o ponto próximo (PP) esteja a 25 cm ou 0,25 m
do olho.
O problema do míope está no ponto remoto (PR), que
é mais perto do olho deste do que deveria ser. Ou seja,
o míope enxerga muito mal os objetos que estão afastados
dele. Para um objeto no “infinito”, por mais que o cristalino
do míope esteja relaxado (distância focal grande), a imagem
se forma antes da retina.
Objeto no ponto remoto (PR): DO → ∞ e (1/DO) → 0
V = 1/f = (1/DO) + (1/DI) = 0 + (1/0,025)
V = 40 di = 40 “graus”
Objeto no ponto próximo (PP): DO = 25 cm = 0,25 m
V = 1/f = (1/DO) + (1/DI) = (1/0,25) + (1/0,025)
V = 44 di = 44 “graus”
A variação da vergência entre os valores anteriores
(∆V = 4 di) é chamada de amplitude de acomodação.
Assim, o olho humano normal varia a sua vergência em
4 “graus” ao mudar a focalização de um objeto que estava
muito longe para outro que estava muito perto dele.
Duas importantes posições do objeto, em relação ao
olho, são o Ponto Próximo (PP) e o Ponto Remoto (PR).
Elas correspondem à menor e à maior distância a
que um objeto pode se encontrar em relação ao olho,
respectivamente, para uma visão perfeita da imagem do
objeto.
A correção visual da miopia, por meio de óculos e para
objetos afastados, é feita com lentes divergentes, uma vez
que o olho míope é muito convergente. A miopia é o defeito
visual mais comum na população. Veja a seguir.
Lente divergente
Imagem
Miopia
Miopia corrigida
Editora Bernoulli
65
FÍSICA
Dessa forma, o cristalino apresenta uma distância focal
para cada posição do objeto. A alteração provocada pelo
músculo ciliar sobre o cristalino é chamada de acomodação
visual. Observe, na tabela que se segue, as alterações que
ocorrem nas grandezas com a mudança da posição do objeto.
Frente C Módulo 06
Hipermetropia
O olho hipermétrope, por qualquer que seja a causa,
é menos convergente do que o necessário e, assim,
a sua distância focal é grande em relação a dos olhos
normais. Dessa forma, os raios luminosos que entram no
olho convergem pouco. Consequentemente, a imagem
se forma atrás (depois) da retina e não apresenta nitidez
normal. Portanto, para melhorar a visualização do objeto,
é necessário aproximar a imagem do cristalino.
Se o objeto está muito afastado do hipermétrope
(DO é grande) e o cristalino deste está totalmente relaxado,
a imagem do objeto se forma atrás da retina (cristalino converge
pouco). Para resolver essa situação, o hipermétrope pode,
simplesmente, acomodar a sua visão (forçando os músculos
ciliares), de modo a diminuir a distância focal de seu olho e,
consequentemente, trazer a imagem para a retina.
Nas situações em que essa adaptação oferece desconforto
visual para o paciente, o médico pode receitar a ele óculos
com lentes convergentes para a visualização de objetos
distantes. Veja a seguir.
No olho da pessoa com presbiopia, o músculo ciliar, responsável
pela focalização das imagens sobre a retina, vai perdendo a
capacidade de comprimir o cristalino da forma necessária. Assim,
quem possui presbiopia perde, principalmente, a capacidade
de enxergar objetos próximos ao olho. Nesse caso, o olho da
pessoa com presbiopia tem iguais funcionamento e correção
que o olho da pessoa com hipermetropia – lentes convergentes.
Em alguns casos, além de perder elasticidade, o músculo
ciliar se deforma. Nesse caso, o cristalino fica impedido de
relaxar da mesma forma que antes e passa a não focalizar
objetos muito distantes. Para pessoas com tais características,
são necessários dois pares de óculos, um para “perto”
(com lentes convergentes) e outro para “longe” (com lentes
divergentes) ou um par de óculos “bifocal ou multifocal”.
Assim, o olho com presbiopia pode não ter o ponto remoto (PR)
no infinito, mas seu ponto próximo (PP), seguramente, está
mais distante do olho do que o de um olho normal.
Veja a seguir as posições dos pontos remoto (PR) e
próximo (PP) e a zona de acomodação ZA (em vermelho)
para os diversos tipos de pessoas, sem a correção visual.
O ponto próximo, para um olho normal, encontra-se,
em média, a 25 cm do observador.
PP
Imagem
25 cm
PP
Lente convergente
Hipermetropia
YTXZPT
Lente convergente
JKNPSTPUSVNKX
Hipermetropia corrigida
O ponto remoto (PR) do hipermétrope, geralmente,
continua no infinito.
Presbiopia
A presbiopia, ou “vista cansada”, na análise da
fisiologia humana, não é considerada um “defeito de
visão”. É uma situação natural e espontânea que ocorre
em consequência do envelhecimento e que atinge a
maioria das pessoas com idade acima dos quarenta anos.
66
Coleção Estudo
PR
∞
PR
∞
Míope
Hipermetropia corrigida
O grande problema do hipermétrope, entretanto, está na
visualização de objetos próximos ao olho. Se DO é pequeno
e o olho converge pouco a luz que chega a ele (distância
focal grande), a imagem do objeto se forma atrás da retina
por maior que seja o esforço de acomodação do músculo
ciliar. Ou seja, o hipermétrope não enxerga bem objetos
próximos a ele, pois seu ponto próximo (PP) se encontra
mais distante dele do que o ponto próximo de uma pessoa de
visão perfeita. Sem correção visual, o hipermétrope costuma
afastar o objeto do seu olho. Assim, o hipermétrope tem
de contar com a correção de lentes convergentes para a
visualização de objetos próximos ao seu olho. Veja a seguir.
ZA
ZA
Normal
PP
ZA
PR
Hipermétrope
∞
PP
ZA
PR
Presbita
∞
Vale a pena destacar que a miopia, a hipermetropia e a
presbiopia podem ser tratadas cirurgicamente, geralmente,
por meio de pequenas incisões radiais na córnea do paciente
de modo a alterar a sua curvatura e, por conseguinte,
a distância focal do conjunto ocular.
Outro defeito de visão bastante comum é o astigmatismo.
Ele ocorre devido a uma curvatura irregular da córnea ou do
cristalino, que perde a esfericidade, ficando mais ou menos
convergente em algumas regiões das suas faces. Isso faz com
que múltiplas imagens (do mesmo objeto) se formem sobre a
retina, o que provoca a sensação de uma imagem “borrada”.
Tal defeito é corrigido com lentes cilíndricas, não discutidas
em nossa Coleção. Existem outros defeitos de visão que as
lentes não corrigem e, por isso, não foram citados.
Veja um resumo dos defeitos de visão e suas respectivas
correções:
Doença
Problema
Correção
Miopia
Imagem se forma
antes da retina
Lentes divergentes
Hipermetropia
Imagem se forma
atrás da retina
Lentes convergentes
Presbiopia
Imagem se forma
atrás da retina
Lentes convergentes
Astigmatismo
Esfericidade irregular
do globo ocular
Lentes cilíndricas
Instrumentos ópticos
A lupa e o espelho de aumento você já conhece. A lupa
é uma lente convergente utilizada para observar um objeto
colocado entre ela e seu foco. O espelho de aumento é um
espelho côncavo utilizado para observar um objeto que deve
ser posicionado entre o espelho e seu foco. Nos dois casos,
as imagens formadas são virtuais e maiores que o objeto.
A imagem formada pela lente não apresenta inversão vertical
e nem lateral, o que permite ler um texto com letras muito
pequenas ou observar, com mais detalhes, as partes de uma
flor ou de um inseto, por exemplo. A imagem formada pelo
espelho de aumento, usado em maquiagem, por exemplo,
é direta, mas apresenta inversão lateral. Quando você se
observa num espelho de aumento, a orelha direita parece
ser a orelha esquerda.
Objeto
F1
O
F
V Imagem
Observador
Objeto
Imagem
Observador
A ampliação linear (A) desses dispositivos aumenta com
a redução da distância focal. No entanto, diminuir muito a
distância focal significa diminuir bastante os raios de curvatura
do espelho ou das faces da lente. Isso faz com que esses
instrumentos não mais obedeçam às condições de Gauss e
comecem a gerar imagens distorcidas. Por esse motivo, não
se consegue grandes ampliações com tais aparelhos.
MICROSCÓPIO OU MICROSCÓPIO
COMPOSTO
O microscópio é um equipamento projetado para fornecer
grande ampliação para pequenos objetos. Ele é composto
de duas lentes convergentes: a objetiva (que fica próxima
do objeto a ser ampliado) e a ocular (que fica perto do olho
do observador). A figura a seguir mostra um microscópio
muito usado em laboratórios escolares.
Ocular
Objetiva
O objeto a ser observado em um microscópio deve ser
colocado a uma distância da objetiva que seja maior que a
distância focal dela, mas próximo ao foco. A objetiva forma
uma imagem real (I1), invertida e ampliada do objeto.
Essa imagem está posicionada entre a ocular e o foco desta.
Assim, a ocular funciona como uma lupa e forma, a partir da
primeira imagem, uma segunda imagem (I2), que é virtual,
maior que a primeira imagem e direta em relação a esta,
mas invertida em relação ao objeto. A figura a seguir mostra
a formação da imagem em um microscópio composto.
Observador
Objeto
Objetiva
Ocular
I1
F1
OB
F2
OB
F1
[\
F2
[\
I2
A ampliação fornecida pelo microscópio é o produto das
ampliações fornecidas por cada lente individualmente.
Se a objetiva produz um aumento de 80 vezes, e a ocular, de
20 vezes, a ampliação total do microscópio é de 1 600 vezes.
Num microscópio óptico, conseguimos ampliar um objeto
até 2 000 vezes, o que nos permite observar, com nitidez,
a maioria das estruturas vivas da natureza. Para ampliações
maiores que essa, usamos um microscópio eletrônico, que
trabalha com um feixe de elétrons, e não com feixes de luz.
O microscópio eletrônico nos permite ampliações próximas
de 1 milhão de vezes e com ele podemos observar a estrutura
de um vírus, por exemplo. O funcionamento do microscópio
eletrônico foge aos objetivos de nosso estudo.
TELESCÓPIOS
Os telescópios são instrumentos utilizados para a
observação de objetos muito distantes da Terra, como
planetas e estrelas. A imagem formada por esses
instrumentos não é ampliada, mas se coloca bem perto
do observador. Por esse motivo, a imagem fornecida pelo
telescópio é maior do que a imagem do objeto que seria vista
sem o instrumento. Os telescópios podem ser classificados
em refratores ou refletores.
Telescópio refrator ou luneta
astronômica
A luneta astronômica foi aperfeiçoada por Galileu,
em 1609, e este a utilizou para observar a Lua, os planetas
do Sistema Solar e algumas luas de Júpiter. Por meio da
observação dessas luas, Galileu pôde constatar que a
velocidade da luz era muito grande, mas não infinita. A luneta
possui duas lentes: a objetiva (que recebe a luz do astro) e a
ocular (por onde o operador vai observar a imagem do astro).
Em algumas lunetas, a luz refratada pela objetiva vai de
encontro à ocular por meio da reflexão num pequeno espelho
plano. A ocular, que recebe a luz refletida, forma uma imagem
final virtual, invertida em relação ao astro e bem próxima
do observador. O esquema simplificado de funcionamento
e uma foto da luneta astronômica são mostrados a seguir.
Editora Bernoulli
67
FÍSICA
MICROSCÓPIO SIMPLES (OU
LUPA) E ESPELHO DE AUMENTO
Frente C Módulo 06
PROJETORES
Espelho
plano
Objetiva
Objeto
no
infinito
SXC
Observador
Ocular
O binóculo e o periscópio, citados como aplicações da
reflexão total, formam imagens da mesma maneira que um
telescópio refrator.
A luneta, como visto anteriormente, não se aplica a
observações de astros muito distantes, como as estrelas,
por exemplo. A luz emitida por elas chega com baixa
intensidade à Terra e, portanto, para formar imagens de
boa qualidade, seria necessário que a objetiva fosse muito
grande. Consequentemente, uma lente desse tipo seria
muito espessa. Assim, essa lente não seria delgada, e as
condições de Gauss não se aplicariam a ela. Devido a essa
limitação, Newton, em 1668, desenvolveu o telescópio
refletor, discutido a seguir.
Qualquer tipo de projetor produz uma imagem, geralmente
maior que o objeto, que deve ser vista em uma tela.
Assim, a imagem formada deve ser real e invertida, tanto
na vertical quanto na horizontal. Para o seu funcionamento
básico, basta uma única lente convergente, uma fonte de luz e
o objeto a ser projetado. Para se obter uma imagem ampliada,
o objeto deve estar próximo ao foco da lente, numa distância
um pouco maior que a distância focal dela. Existem vários
tipos de projetores, com características particulares e com
diversos acessórios que servem para melhorar a qualidade
da imagem projetada. O esquema a seguir mostra, de forma
simplificada, o funcionamento de um projetor de slides
(o objeto). A fonte de luz fica no foco do espelho de modo a
proporcionar uma maior luminosidade no slide. Observe que
a imagem projetada é invertida.
Fonte
de Luz
Telescópio refletor ou telescópio
O telescópio refletor, ou simplesmente telescópio, usa um
grande espelho parabólico côncavo no lugar da lente objetiva
da luneta. Os telescópios do Monte Palomar (Califórnia),
os Keck (Havaí) e o do LNA (Laboratório Nacional de
Astrofísica, Itajubá-MG) têm espelhos com diâmetros,
respectivamente, de 5,0 m, 10 m e 1,6 m. Quanto maior
o tamanho do espelho, mais luz ele consegue coletar e,
consequentemente, poderá produzir imagens de objetos
muito distantes. O mais famoso telescópio refletor da
atualidade é o Hubble (em órbita da Terra, numa altitude
de 589 km), que tem um espelho de 2,4 m de diâmetro.
O funcionamento, simplificado, de um telescópio refletor se
dá da seguinte maneira: a luz emitida por uma estrela, por
exemplo, incide no grande espelho parabólico do telescópio
(que faz a função da lente objetiva no telescópio refrator)
e é refletida por ele. A luz refletida pelo espelho parabólico
vai de encontro a um segundo espelho, que pode ser plano
ou convexo, e é novamente refletida, agora em direção a
uma lente convergente – a ocular –, por meio da qual o
observador vai analisar a imagem final formada pelo aparelho.
Atualmente, as imagens da ocular são enviadas para um
sistema computadorizado que fornece a imagem nas telas de
um computador ou as envia para qualquer lugar do mundo.
A figura a seguir mostra o esquema do telescópio de Newton.
Veja também a fotografia de um telescópio refletor.
Espelho Slide
Lente
Tela
Todos os instrumentos artificiais citados anteriormente
possuem lentes muito potentes (grande vergência)
e capazes de formar imagens de grande qualidade.
Nessas lentes, as aberrações esférica e cromática são
pronunciadas. Dessa forma, todos os instrumentos são
equipados com um ou mais conjuntos de lentes, formados
por vários tipos de lentes associadas, em vez de uma única
lente. Esses conjuntos e uma série de outros acessórios
têm o objetivo de eliminar, dentro do possível, o efeito
nocivo das aberrações.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
Um médico oftalmologista receita, para um paciente
que possui miopia num dos olhos e hipermetropia no
outro, lentes com as vergências, exclusivas, de +3,0 di
(olho direito) e –2,0 di (olho esquerdo).
A) Associar cada olho com o respectivo defeito visual.
B) Determinar a distância do ponto remoto (PR) até o
paciente para o olho com miopia.
C) Determinar a distância do ponto próximo (PP) até o
paciente para o olho com hipermetropia.
Resolução:
SXC
A) As pessoas com hipermetropia devem usar lentes
convergentes e as pessoas com miopia devem usar lentes
divergentes. As distâncias focais e vergências, das lentes
convergentes e divergentes são, respectivamente, positiva
e negativa. Assim, o olho direito (+3,0 di) apresenta
hipermetropia, e o esquerdo (–2,0 di) sofre de miopia.
68
Coleção Estudo
B) No olho míope, o ponto remoto fica próximo do olho e,
por esse motivo, o míope não focaliza objetos distantes.
Instrumentos ópticos
V=
1
=
f
1
DO
+
1
DI
⇒ −2 = 0+
1
DI
02.
B) Uma pessoa com visão normal, à medida que se
aproxima de um objeto, tem o raio de curvatura
de seu cristalino diminuído para que ela continue
focalizando o objeto.
⇒ DI = −0, 50 m
Dessa forma, PR = –DI = 50 cm. Ou seja, o ponto remoto
fica a 50 cm do olho esquerdo. Assim, esse olho, sem os
óculos, não enxerga objetos mais distantes que 50 cm.
Curiosidade: Se você é míope, procure perceber a
maior distância que consegue enxergar sem óculos.
Com essa medida e a solução anterior, você pode
descobrir o “grau” da sua lente.
C) No olho hipermétrope, o ponto próximo está mais
distante do olho em relação ao olho normal e, por esse
motivo, o hipermétrope não focaliza objetos próximos
a ele. Dessa forma, a lente a ser usada por ele deve ser
capaz de formar, para objetos a 25 cm do olho (distância
mínima de visão perfeita), imagens no ponto próximo do
hipermétrope. Assim, DO = 25 cm = 0,25 m e PP = –DI
(a imagem é virtual, pois deve ficar mais distante do
olho e, por isso, do mesmo lado que o objeto em relação
à lente). Essa imagem servirá de objeto para o olho do
paciente. Assim, temos:
V=
1
f
=
1
D_
+
1
D`
⇒ 3=
1
0, 25
+
1
D`
⇒
]
`
C) A variação do diâmetro da pupila tem como objetivo
controlar a entrada de luz no olho.
D) Para a correção da hipermetropia, é necessária a
utilização de lentes convergentes.
03.
II. que ambas estavam igualmente “em foco”.
III. que as imagens sempre estavam entre o filme e a
lente.
Nesse caso, você concorda que
Distância focal
L1
Convergente
+2,0 cm
L2
Convergente
+10,0 cm
L3
Divergente
–5,0 cm
04.
Ocular
A)
L1
L2
B)
L1
L3
C)
L2
L1
D)
L2
L3
E)
L3
L1
(UFRN) O telescópio refrator é um sistema óptico
constituído, basicamente, de duas lentes: a objetiva, cuja
função é formar uma imagem real e reduzida do objeto em
observação, I1, nas proximidades do foco, F’1, e a ocular,
que usa essa imagem como objeto, nas proximidades de
seu foco, F2, para formar uma imagem virtual e ampliada, I2.
Esta última é a imagem do objeto vista pelo observador.
A figura a seguir representa um desses telescópios, no
qual as duas lentes se acham localizadas nas posições
correspondentes aos retângulos X e Y.
Observador
Raios luminosos
provenientes de
um objeto distante
que a foto do estudante A estava mais “em foco” que
a do estudante B.
Tipo
Objetiva
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
I.
Lente
Escolha, entre as alternativas a seguir, a objetiva e a
ocular que devem ser utilizadas.
= −1, 0 ^
(ITA-SP) Dois estudantes se propõem a construir, cada um
deles, uma câmara fotográfica simples, usando uma lente
convergente como objetiva e colocando-a numa caixa
fechada, de modo que o filme esteja no plano focal da
lente. O estudante A utilizou uma lente de distância focal
igual a 4,0 cm, e o estudante B, uma lente de distância
focal igual a 1,0 m. Ambos foram testar suas câmaras
fotografando um objeto situado a 1,0 m de distância das
respectivas objetivas. Desprezando-se todos os outros
efeitos (tais como aberrações das lentes), o resultado da
experiência foi
(Cesgranrio) Dispondo de três lentes, L1, L2 e L3, um
estudante deseja construir um microscópio composto de
apenas duas lentes (uma objetiva e a outra ocular).
As características das três lentes disponíveis são:
Dessa forma, PP = –DI = 1,0 m. Ou seja, o ponto próximo
fica a 1,0 m do olho direito. Assim, esse olho, sem os
óculos, não enxerga objetos mais próximos que 100 cm.
01.
(UFU-MG) Assinale a alternativa FALSA.
A) O cristalino do olho de uma pessoa de visão normal
age como uma lente convergente que produz uma
imagem real, invertida e aumentada quando a pessoa
observa um objeto distante.
F2 F'1
I1
X
F2
Y
I2
A) apenas a afirmativa II é verdadeira.
As lentes objetiva X e ocular Y que MELHOR se adaptam
a esse telescópio devem ser
B) somente I e III são verdadeiras.
A) ambas convergentes.
C) somente III é verdadeira.
B) ambas divergentes.
D) somente a afirmativa I é verdadeira.
C) respectivamente convergente e divergente.
E) não é possível obter uma fotografia em tais condições.
D) respectivamente divergente e convergente.
Editora Bernoulli
69
FÍSICA
Dessa forma, a lente a ser usada deve ser capaz de formar,
para objetos no “infinito”, imagens no ponto remoto do
míope, ou seja, PR = –DI (a imagem é virtual, pois a lente
é divergente). Essa imagem servirá de objeto para o olho
do paciente. Como DO → ∞, (1/DO) → 0. Assim, temos:
Frente C Módulo 06
05.
(UFRJ) Um projetor de diapositivos (slides) possui
um sistema de lentes cuja distância focal é ajustável.
Um diapositivo é colocado na vertical, a 125 cm de
distância de uma parede também vertical. O eixo principal
do sistema de lentes é horizontal. Ajusta-se a distância
focal do sistema e obtém-se, projetada na parede, uma
imagem nítida do diapositivo, com suas dimensões
lineares ampliadas 24 vezes.
03.
A
A) O sistema de lentes do projetor é convergente ou
divergente? JUSTIFIQUE sua resposta.
Cristalino
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(UFMG) Rafael, fotógrafo lambe-lambe, possui uma
câmara fotográfica que consiste em uma caixa com um
orifício, em que é colocada uma lente. Dentro da caixa,
há um filme fotográfico, posicionado a uma distância
ajustável em relação à lente.
B
A) a curvatura do cristalino aumenta para aumentar a
distância focal.
B) a curvatura do cristalino diminui para diminuir a
distância focal.
C) a curvatura do cristalino não se altera porque o olho
é normal.
D) a curvatura do cristalino aumenta para diminuir a
distância focal.
E) a curvatura do cristalino diminui para aumentar a
distância focal.
B) Para que valor foi ajustada a distância focal do
sistema?
01.
(Fatec-SP) Na figura, o homem A é visto pelo homem B,
representado pelo olho em corte. À medida que A se
aproxima de B, e supondo que o olho é normal,
04.
Essa câmara está representada, esquematicamente,
na figura que se segue. Para produzir a imagem nítida
de um objeto muito distante, o filme deve ser colocado
na posição indicada pela linha tracejada. No entanto,
Rafael deseja fotografar uma vela que está próxima a
essa câmara. Para obter uma imagem nítida, ele, então,
move o filme em relação à posição descrita.
(PUC-SP–2010) O olho humano pode ser entendido
como um sistema óptico composto basicamente de duas
lentes – córnea (A) e cristalino (B). Ambas devem ser
transparentes e possuir superfícies lisas e regulares para
permitirem a formação de imagens nítidas. Podemos
classificar as lentes naturais de nossos olhos, A e B,
respectivamente, como sendo
A
Assinale a alternativa cujo diagrama MELHOR representa
a posição do filme e a imagem da vela que é projetada nele.
Lente
B
A) convergente e convergente.
B) convergente e divergente.
Filme
A)
C) divergente e divergente.
C)
D) divergente e convergente.
E) divergente e plana.
Filme
Filme
B)
Filme
02.
05.
D)
Filme
(FCMMG) Um aluno quer substituir a lente de uma
máquina fotográfica simples. Ele consegue as seguintes
lentes de óculos usadas:
H1 = lente com pequena distância focal de
hipermetropia.
H2 = lente com grande distância focal de
hipermetropia.
M1 = lente com pequena distância focal de
miopia.
M2 = lente com grande distância focal de
miopia.
pessoa com
pessoa com
70
B) H2.
Coleção Estudo
C) M1.
P
Q
L1
L2
pessoa com
Com relação às lentes L1 e L2, a afirmativa CORRETA é:
pessoa com
A) L1 e L2 podem corrigir hipermetropia.
B) L1 e L2 podem corrigir miopia.
A lente escolhida para a substituição seria
A) H1.
(UFMG) Dois defeitos visuais bastante comuns no ser
humano são a miopia e a hipermetropia. Num olho míope,
a imagem é formada antes da retina enquanto, num olho
hipermétrope, a imagem é formada depois da retina.
Na figura, estão representados três raios de luz emergindo
de uma fonte localizada em P, passando pelas lentes
delgadas L1 e L2 e atingindo Q.
C) L1 pode corrigir hipermetropia, e L2, miopia.
D) M2.
D) L1 pode corrigir miopia, e L2, hipermetropia.
Instrumentos ópticos
06.
Analisando as afirmativas, conclui-se que somente estão
(FUVEST-SP) Uma pessoa idosa que tem hipermetropia e
presbiopia foi a um oculista que lhe receitou dois pares de
óculos, um para que enxergasse bem os objetos distantes
e outro para que pudesse ler um livro a uma distância
confortável de sua vista.
•
•
•
Hipermetropia: a imagem de um objeto distante se
CORRETAS
09.
A) I e II.
C) III e IV.
B) II e III.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
(UFRGS) Selecione a alternativa que preenche
forma atrás da retina.
CORRETAMENTE as lacunas do seguinte texto:
Presbiopia: o cristalino perde, por envelhecimento,
Uma pessoa vê nitidamente um objeto quando a imagem
a capacidade de acomodação, e objetos próximos não
desse objeto se forma sobre a retina.
são vistos com nitidez.
Em pessoas míopes, a imagem se forma à frente da
Dioptria: a convergência de uma lente, medida em
retina. Em pessoas hipermétropes, os raios luminosos são
dioptrias, é o inverso da distância focal (em metros)
interceptados pela retina antes de formarem a imagem
da lente.
(diz-se, então, que a imagem se forma atrás da retina).
Pessoas míopes devem usar óculos com lentes
Considerando que receitas fornecidas por oculistas
_________________, e pessoas hipermétropes devem
utilizam o sinal mais (+) para lentes convergentes e
usar óculos com lentes _________________.
menos (–) para divergentes, a receita do oculista para
A) convergentes – biconvexas
um dos olhos dessa pessoa idosa poderia ser
B) convergentes – divergentes
A) para longe: –1,5 dioptrias; para perto: +4,5 dioptrias.
C) plano-convexas – divergentes
B) para longe: –1,5 dioptrias; para perto: –4,5 dioptrias.
D) divergentes – bicôncavas
C) para longe: +4,5 dioptrias; para perto: +1,5 dioptrias.
E) divergentes – convergentes
D) para longe: +1,5 dioptrias; para perto: –4,5 dioptrias.
07.
10.
(FCMMG) Numa das operações a laser para diminuir os
problemas da visão, o médico afinou o cristalino do olho
de um paciente, como mostram as figuras a seguir.
B) A imagem formada sobre o filme, nas máquinas
fotográficas, é virtual e invertida.
C) A imagem que se vê quando se usa uma lente
convergente como “lente de aumento” (lupa) é virtual
e direita.
Cristalino em corte
Antes da cirurgia
(VUNESP) Assinale a alternativa CORRETA.
A) Quando alguém se vê diante de um espelho plano,
a imagem que observa é real e direita.
Depois da cirurgia
D) A imagem projetada sobre uma tela por um projetor
de slides é virtual e direita.
E) A imagem de uma vela formada na retina de um olho
humano é virtual e invertida.
Com relação a essa cirurgia, pode-se afirmar que
A) a pessoa sofria de hipermetropia.
B) o índice de refração do cristalino diminuiu.
C) a distância focal do cristalino aumentou.
11.
(UFF-RJ) A figura representa o esquema simplificado de
um projetor de slides, em que S é um slide, l o dispositivo
que o ilumina, L uma lente e T a tela de projeção.
D) a imagem dos objetos vistos pela pessoa passou a se
formar a uma distância menor.
ℓ S
08.
(PUC RS) Considere as afirmações a seguir, que se referem
ao globo ocular humano.
I.
O olho emétrope, ou normal, deve ser capaz de
focalizar na retina objetos localizados no infinito,
ou seja, a grandes distâncias, sem acomodação do
cristalino.
II. O olho emétrope deve ser capaz de focalizar na retina,
sem qualquer esforço de acomodação, objetos que
se encontram na distância mínima de visão distinta,
que é de 25 cm.
III. Na miopia, os raios de luz paralelos que incidem no
globo ocular são focalizados antes da retina, e a sua
correção é feita com lentes divergentes.
IV. Na hipermetropia, os raios de luz paralelos que incidem
no globo ocular são focalizados depois da retina,
e sua correção é feita com lentes convergentes.
L
i
x = 6,0 x 102 cm
T
Sabe-se que a distância (x) entre o slide e a tela é
6,0 x 102 cm e que a imagem projetada na tela (i) é
ampliada 59 vezes.
Nessa situação, conclui-se que
A) a lente é divergente e sua distância focal é,
aproximadamente, 5,9 x 102 cm.
B) a lente é convergente e sua distância focal é,
aproximadamente, 59 cm.
C) a lente é convergente e sua distância focal é,
aproximadamente, 5,9 x 102 cm.
D) a lente é convergente e sua distância focal é,
aproximadamente, 9,8 cm.
E) a lente é divergente e sua distância focal é,
aproximadamente, 9,8 cm.
Editora Bernoulli
71
FÍSICA
E) para longe: +1,5 dioptrias; para perto: +4,5 dioptrias.
Frente C Módulo 06
12.
13.
A) +2,5/11 cm.
C) –2,5/11 cm.
B) 2,27 cm.
D) –2,27 cm.
θ
d
Retina
2,5 cm
1 µm
1 µm
θ
A) 25 m
C) 10 cm
B) 125 m
D) 30 m
E) 2,5 m
(UFRN) A miopia é um defeito da visão originado por
excessiva curvatura da córnea. Na fantástica estrutura que
compõe o olho humano, a córnea representa um elemento
fundamental no processo de formação de imagem,
sendo uma espécie de lente delgada convexo-côncava
que – admitiremos – satisfaz a equação dos fabricantes
de lentes apresentada a seguir.
Equação dos fabricantes de lentes:
Eixo
R2
Representação esquemática
da córnea
A) intervir cirurgicamente diminuindo o raio R 1 da
córnea ou indicar óculos com lentes convergentes
apropriadas.
B) intervir cirurgicamente diminuindo o raio R1 da córnea
ou indicar óculos com lentes divergentes apropriadas.
C) intervir cirurgicamente aumentando o raio R1 da
córnea ou indicar óculos com lentes convergentes
apropriadas.
D) intervir cirurgicamente aumentando o raio R1 da
córnea ou indicar óculos com lentes divergentes
apropriadas.
15.
(UFRN) O escritor Arthur Conan Doyle, criador do mais
famoso detetive do mundo, Sherlock Holmes, despertou
o interesse dos leitores descrevendo as habilidades
desse investigador em solucionar mistérios por meio de
seu apurado senso de observação e dedução. Assuma a
postura de Sherlock Holmes e analise a situação descrita
a seguir.
Após uma ação criminosa numa casa de espetáculos,
o assaltante deixou cair no local do crime seus óculos de
grau. A descrição feita por uma testemunha levou à prisão
imediata de um suspeito. Ele usava camisa vermelha,
e exames revelaram ser portador de miopia em alto grau.
Segundo o depoimento da testemunha, os seguintes
pontos devem ser levados em conta:
•
os óculos encontrados pela polícia possuíam lentes
convergentes;
•
o criminoso usava camisa vermelha e óculos de grau
que faziam seus olhos parecerem maiores;
•
no momento em que a testemunha observou o
criminoso, a iluminação ambiente era verde;
•
a miopia é consequência de a focalização das imagens
acontecer antes da retina.
Baseando-se nas afirmações dadas, pode-se afirmar que
o suspeito não é culpado, pois
1
n
1
+
= L − 1.
R
n
R
2
1
Meio
A) uma pessoa míope estaria usando óculos com lentes
divergentes e, em face da iluminação, a testemunha
teria visto o acusado de camisa preta.
Em que f: distância focal; n: índice de refração; R1 e R2
são raios de curvatura das faces da lente, cuja convenção
de sinais é: faces convexas, raio positivo e faces côncavas,
raio negativo.
B) apesar de as lentes serem convergentes, óculos para
miopia não ampliam a imagem do olho da pessoa que
os está usando com as lentes apropriadas.
1
f
O olho míope induz no cérebro a percepção de imagem
sem nitidez, devido à focalização da imagem de objetos
distantes dá-se antes da retina. Com o auxílio da
tecnologia do raio laser, os médicos conseguem realizar
cirurgias na córnea, corrigindo sua curvatura excessiva.
72
R1
E) 0.
(UFJF-MG) De acordo com especialistas, para que o
olho humano possa distinguir dois objetos puntiformes
situados próximos um do outro, é preciso que a imagem
de cada um deles se forme na retina em cones separados
por pelo menos um cone, como ilustra a figura seguinte.
Admita que a distância entre dois cones adjacentes seja
igual a 1 µm (= 10–6 m) e a distância entre a córnea e
a retina seja de 2,5 cm. De acordo com isso, qual é a
maior distância d em que é possível distinguir objetos
puntiformes separados por 1 cm?
1 cm
14.
Nesse caso, modificam apenas o valor do raio externo R1.
Outra possibilidade para a correção da miopia é a
indicação do uso de óculos. Admita que a figura a seguir
represente a córnea de um paciente cujo exame
oftalmológico apresentou uma determinada miopia. Com
o objetivo de corrigir a miopia, o médico pode
(UFLA-MG) O funcionamento de uma máquina fotográfica
é semelhante ao do olho humano. Quando o olho humano
está fixado em um objeto distante, o músculo ciliar
relaxa e o sistema córnea-cristalino atinge sua máxima
distância focal, que corresponde à distância da córnea à
retina. Quando o objeto está próximo ao olho humano,
o músculo ciliar se contrai e aumenta a curvatura do
cristalino, diminuindo, assim, a distância focal até que
o objeto seja focalizado corretamente na retina, sendo
esse processo chamado de acomodação. Considerando
a máxima distância focal 2,5 cm, pode-se afirmar que a
variação da distância focal ∆f do sistema córneo-cristalino
do olho, para manter em foco um objeto que é deslocado
do infinito até um ponto próximo padrão de 25 cm, é
Coleção Estudo
C) uma camisa vermelha, iluminada por luz verde,
pareceria amarela; já os olhos de uma pessoa míope
parecem menores se ela estiver usando lentes
apropriadas.
D) apesar de a camisa vermelha do acusado parecer
vermelha quando iluminada por luz verde, uma pessoa
míope precisa de óculos com lentes divergentes.
Instrumentos ópticos
(UFLA-MG) Uma pessoa hipermétrope pode focalizar
nitidamente objetos que estejam a mais de 100 cm do
olho. Para que essa pessoa leia com conforto à distância
de 25 cm, ela deverá usar óculos com lentes com
convergência de
A) 3 m–1.
C) 1 m–1.
B) 2 m .
D) 0,5 m .
–1
17.
SEÇÃO ENEM
01.
E) 10 m–1.
–1
(FCMMG) Um grupo de estudantes necessita de uma
lente para construir um projetor de slides, que deve
ser usado numa apresentação de uma Feira de Ciências
de sua escola. Eles lembram que, nesse projetor,
o slide é pequeno e é iluminado por uma luz intensa que
projeta uma imagem grande do mesmo sobre a tela.
Um dos alunos é incumbido de arranjar as lentes. Procura,
então, uma loja que vende óculos, e o funcionário lhe
oferece lentes usadas. Ele seleciona 4 lentes e, com elas,
observa as letras de um livro. Verifica que, na lente:
L1, as letras parecem aumentar um pouco de tamanho;
L2, as letras parecem aumentar bastante de tamanho;
L3, as letras parecem diminuir um pouco de tamanho;
L4, as letras parecem diminuir muito de tamanho.
A) um objeto indefinido, pois as células que captam a
luz estão inativas.
Analisando as lentes trazidas com a finalidade de projetar
a imagem do slide na tela, o grupo deve escolher a lente
A) L1.
18.
B) L2.
C) L3.
L1, as letras parecem aumentar um pouco de tamanho;
L2, as letras parecem aumentar bastante de tamanho;
L3, as letras parecem diminuir um pouco de tamanho;
L4, as letras parecem diminuir muito de tamanho.
Analisando as lentes selecionadas, a ocular e a objetiva
devem ser, respectivamente,
19.
A) L1 e L2.
C) L3 e L4.
B) L2 e L1.
D) L4 e L3.
(UFES) Uma câmara fotográfica, com lente de distância
focal f = 5,0 cm, é usada para fotografar um objeto de
1,8 m de altura.
A) DETERMINE a distância do objeto à lente para que
a imagem do objeto no filme tenha uma altura igual
a 3,0 cm.
B) Quais as características da imagem formada no filme?
20.
B) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha
com o branco do objeto.
D) L4.
(FCMMG–2007) Um grupo de estudantes necessita de uma
lente para construir um microscópio. Eles lembram que, nesse
microscópio, a imagem final é invertida e é constituída de duas
lentes: a ocular e a objetiva. Um dos alunos é incumbido de
arranjar as lentes. Procura, então, uma loja que vende óculos,
e o funcionário lhe oferece lentes usadas. Ele seleciona 4 lentes
e, com elas, observa as letras de um livro. Verifica que, na lente
(Enem) Sabe-se que o olho humano não consegue
diferenciar componentes de cores e vê apenas a cor
resultante, diferentemente do ouvido, que consegue
distinguir, por exemplo, dois instrumentos diferentes
tocados simultaneamente. Os raios luminosos do espectro
visível, que têm comprimento de onda entre 380 nm
e 780 nm, incidem na córnea, passam pelo cristalino
e são projetados na retina. Na retina, encontram-se
dois tipos de fotorreceptores, os cones e os bastonetes,
que convertem a cor e a intensidade da luz recebida
em impulsos nervosos. Os cones distinguem as cores
primárias – vermelho, verde e azul –, e os bastonetes
diferenciam apenas níveis de intensidade, sem separar
comprimentos de onda. Os impulsos nervosos produzidos
são enviados ao cérebro por meio do nervo óptico, para
que se dê a percepção da imagem. Um indivíduo que, por
alguma deficiência, não consegue captar as informações
transmitidas pelos cones, perceberá um objeto branco,
iluminado apenas por luz vermelha, como
C) um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar
componentes de cores.
D) um objeto cinza, pois os bastonetes captam
luminosidade, porém não diferenciam cor.
E) um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida
pelo objeto, transformando-a em vermelho.
02.
O olho humano é formado, basicamente, por um conjunto
de lentes convergentes (córnea e cristalino), que tem a
função de projetar imagens sobre a retina para que a pessoa
possa enxergar nitidamente. Observe as figuras a seguir,
que ilustram dois dos problemas de visão mais comuns:
A visão normal se apresenta
quando a luz é focalizada
diretamente sobre a retina,
e não à frente ou atrás dela.
Problema 1
Retina
Problema 2
Fonte: Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA.
A) No problema 1, o olho está muito convergente,
o que é chamado de hipermetropia, e esse problema
é corrigido por lentes divergentes.
C) FAÇA um diagrama representando o objeto, a lente
e a imagem.
B) No problema 2, o olho está muito convergente,
o que é chamado de hipermetropia, e esse problema
é corrigido por lentes divergentes.
(FUVEST-SP) O ponto remoto corresponde à maior
distância que pode ser focalizada na retina. Para um olho
míope, o ponto remoto, que normalmente está no infinito,
fica bem próximo dos olhos.
C) No problema 1, o olho está muito convergente, o que
é chamado de miopia, e esta é corrigida por lentes
divergentes.
A) Que tipo de lente o míope deve usar para corrigir o
defeito?
D) No problema 2, o olho está pouco convergente,
o que é chamado de miopia, que é corrigida por lentes
convergentes.
B) Qual a distância focal de uma lente para corrigir a
miopia de uma pessoa cujo ponto remoto se encontra
a 20 cm do olho?
E) No problema 1, o olho está pouco convergente,
o que é chamado de miopia, que é corrigida por lentes
convergentes.
Editora Bernoulli
73
FÍSICA
16.
Frente C Módulo 06
03.
A compreensão do fenômeno da visão não é tarefa
Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada
simples. A ideia básica a ser compreendida é a de que
está mais próxima do espelho do que este está do
vemos as imagens da maneira que nossos olhos e o nosso
objeto, o que parece estar em conflito com a informação
cérebro interpretam o ambiente. Os olhos detectam os
apresentada na reportagem. Essa aparente contradição
sinais luminosos que os atingem, enviando ao cérebro
é explicada pelo fato de
as informações correspondentes. O cérebro decodifica
A) a imagem projetada na retina do motorista ser menor
do que o objeto.
essas informações e, então, somos capazes de enxergar
o mundo à nossa volta. É por isso que os instrumentos
ópticos podem alterar a forma aparente dos objetos ―
porque modificam as informações que chegam aos nossos
olhos e que estes enviam ao cérebro.
Quando alguém, usando uma lupa ou microscópio, vê uma
imagem enormemente aumentada de um inseto, sabe
muito bem que o inseto continua do mesmo tamanho.
B) a velocidade do automóvel afetar a percepção de
distância.
C) o cérebro humano interpretar como distante uma
imagem pequena.
D) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo
visual do motorista.
E) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a
parte lateral do olho.
Da mesma forma, quando vemos nossa imagem do outro
lado de um espelho plano, sabemos que não estamos lá
fisicamente, mas a maneira que os nossos olhos e nosso
cérebro decodificam os sinais luminosos nos dá essa
impressão. Quem entra num labirinto de espelhos de um
parque de diversões só tem certeza de onde ele próprio
está; quanto à posição do outro, é impossível diferenciar
as pessoas das múltiplas imagens formadas pelo espelho.
Alberto Gaspar
De acordo com a Óptica Geométrica, a ampliação é
resultado
A) do aumento do ângulo visual que é interpretado pelo
nosso cérebro como “maior” ou “mais perto”.
B) da tridimensionalidade fornecida pelos espelhos
planos e esféricos, assim como das lentes esféricas.
C) do princípio da reversibilidade dos raios de luz, já que
a trajetória não depende do sentido de propagação.
D) da característica mais importante da reflexão da luz,
que é tornar iluminado qualquer corpo real.
E) do princípio da independência dos raios de luz, já que
estes se cruzam sem nenhuma modificação em suas
trajetórias.
04.
(Enem–2010) Os espelhos retrovisores, que deveriam
auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou mudar de
pista, muitas vezes causam problemas. É que o espelho
retrovisor do lado direito, em alguns modelos, distorce a
imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma
distância maior do que a real.
Esse tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado
GABARITO
Fixação
01. D
02. A
assim, o espelho da direita fica muito distante dos olhos
do condutor.
Disponível em: http://noticias.vrum.com.br Acesso em: 3 nov.
2010 (adaptado).
74
Coleção Estudo
04. A
B) f = 4,8 cm
Propostos
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
B
A
D
A
A
E
C
E
E
C
D
C
B
D
A
A
B
B
19. A) 3,05 m
B) Real, invertida e menor que o objeto.
C)
Lente
o
i
com o objetivo de ampliar o campo visual do motorista,
já que no Brasil se adota a direção do lado esquerdo e,
03. A
05. A) Convergente, já que não podemos obter
imagens reais a partir de sistemas de lentes
divergentes.
20. A) Divergente
B) –20 cm
Seção Enem
01. D
02. C
03. A
04. C
FÍSICA
MÓDULO
07 D
Associação de resistores
A corrente elétrica (um fluxo ordenado de cargas elétricas),
ao percorrer um circuito elétrico (caminho por onde a
corrente passa), conforme se sabe, produz consequências
diversas, por exemplo, o aquecimento dos elementos
do circuito, fenômeno conhecido como efeito Joule.
Sabe-se, também, que a corrente elétrica pode ser contínua
ou alternada e aprendemos, em estudos anteriores, como
calcular a potência elétrica e a energia elétrica “consumida”
em um ou mais elementos de um circuito. Neste módulo,
vamos retomar, complementar e aprofundar tais conceitos.
Chamamos de resistor qualquer elemento condutor
colocado em um circuito, propositadamente, com o objetivo
de transformar energia elétrica em energia térmica (caso
dos aparelhos de aquecimento) ou de limitar a corrente
fornecida a um dispositivo (muito usual em eletrônica).
O resistor, assim como qualquer elemento colocado em um
circuito elétrico, apresenta uma resistência elétrica, seja ela
desejada ou não.
A maioria dos aparelhos que usamos e muitos dos circuitos
utilizados em nosso cotidiano são combinações de dois ou
mais resistores. Assim, eles devem ser conectados – de
maneiras específicas – com o objetivo de nos fornecer o
resultado que deles esperamos. Vamos descobrir como são
essas ligações, denominadas associações de resistores, suas
características e o uso que podemos fazer delas.
Antes de iniciar, vamos fazer uma convenção: os fios que
interligam os elementos do circuito e a fonte de tensão
(bateria, por exemplo) não oferecem dificuldade à passagem
de corrente através deles, ou seja, os fios e a bateria
apresentam resistência desprezível (são considerados
ideais). Quando for importante considerar a resistência dos
fios e / ou da fonte de tensão, isso será especificado.
ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES
Em nosso estudo anterior, vimos que, num circuito
formado por um resistor e por uma fonte de tensão (d.d.p.),
existe uma transformação de energia. Os portadores de
carga que constituem a corrente elétrica (elétrons ou
íons) recebem energia quando passam através da fonte
(a pilha, por exemplo, transforma energia química em
energia elétrica) e, ao passarem através do resistor, perdem
a energia que a fonte lhes forneceu (ocorre transformação
de energia elétrica em energia térmica). Observe, então,
dois fatos importantes:
FRENTE
1.
Toda corrente que entra por uma das extremidades
de um resistor ou de uma fonte de tensão deve sair
pela outra extremidade (o número de elétrons que
entra é igual ao número de elétrons que sai – Princípio
da Conservação das Cargas). Portanto, o resistor não
“consome” corrente elétrica.
2.
Em Eletricidade, a energia fornecida pela fonte de
tensão deve ser “consumida” pelos elementos do
circuito a cada instante (Princípio da Conservação
da Energia). As usinas de eletricidade devem,
a cada instante do dia, transformar outras formas
de energia em energia elétrica para atender,
exatamente, à demanda por energia elétrica que
existe naquele momento.
Os resistores podem ser associados de várias maneiras:
em série, em paralelo, em delta, em estrela, etc.
Vamos considerar, aqui, apenas as ligações de elementos
em série e em paralelo. Para tais associações, podemos
montar um circuito equivalente, em que há um único resistor,
chamado de resistor equivalente, que irá apresentar as
mesmas características da associação.
Associação de
vários resistores
A
RASSOC
Resistor
equivalente
B
IASSOC
A
B
IEQUI
IFonte
A
REQUI
IFonte
B
V
A
V
B
Observe, na figura anterior, que as fontes, a associação
de resistores e o resistor equivalente estão ligados,
diretamente, aos pontos A e B. Sejam V = voltagem;
I = corrente; R = resistência e P = potência dissipada.
Em qualquer tipo de associação de dois (ou mais) resistores,
há características que são comuns a todas as associações e
que, portanto, precisamos conhecer; são elas:
1 – VEQUI
= VASSOC
= VFONTE
2 – IEQUI
= IASSOC
= IFONTE
3 – REQUI
= RASSOC
4 – PEQUI
= PASSOC
= P1 + P2 + ... Pn
No quadro, P 1, P 2 e P n são as potências dissipadas,
individualmente, nos resistores que formam a associação,
qualquer que seja ela.
Editora Bernoulli
75
Frente D Módulo 07
COMO FAZER ASSOCIAÇÃO
DE RESISTORES
Fazer uma associação de resistores, de qualquer tipo,
envolve uma metodologia de como os resistores são
conectados entre si e com a bateria que lhes vai prover a
diferença de potencial (tensão) necessária. Ou seja, o tipo
de associação depende da maneira (modus operandi) como
os resistores são ligados.
Associação de resistores em série
Considere os resistores 1 e 2 a seguir, de resistências
R1 e R2. Cada um apresenta duas extremidades livres
(M, N e P, Q).
R1
M
N
P
R2
Q
Observe que os pontos M e P estão submetidos a um
mesmo potencial, assim como os pontos N e Q. Portanto,
VMN = VPQ = VFONTE. Logo, os dois resistores estão submetidos
à mesma diferença de potencial ou voltagem. Dizemos
que dois ou mais resistores estão associados em paralelo
se cada uma das extremidades de um dos resistores estiver
no mesmo potencial em relação às extremidades dos outros
resistores. Assim, resistores associados em paralelo estão
submetidos à mesma diferença de potencial.
R1
N
M
P
R1
N
R2
M=P
R2
Q
a
V
V
Com certeza, pode-se perceber que dois resistores
associados em paralelo não são, obrigatoriamente, paralelos
um ao outro.
1.
Ligar as extremidades N (de R1) e P (de R2);
ESPECIFICIDADES DA
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
2.
Conectar a bateria aos terminais que estão livres –
M (de R1) e Q (de R2).
Em série
Fazer uma associação em série de dois resistores consiste
em duas etapas:
Dessa forma, a corrente elétrica encontra apenas um
caminho para percorrer o circuito, conforme mostrado a seguir.
Esse é um fato importante. Dizemos que dois ou mais
resistores estão associados em série quando são percorridos
pela mesma corrente elétrica (os mesmos portadores de
carga atravessam os diversos resistores).
M
R1
N=P
I
R2
Q
P
R2
I
I
N
R1
R1
A
g
M
Associação de resistores em
paralelo
Para exemplificar a associação de dois resistores em
paralelo, vamos usar os mesmos resistores 1 e 2 da
montagem anterior. Fazer uma associação de dois resistores
em paralelo exige três etapas, a saber:
e
hi
AN
I
É possível notar que dois resistores em série não estão,
necessariamente, na mesma reta.
Ligar a extremidade M (de R1) à extremidade P (de R2);
2.
Conectar as extremidades N (de R1) e Q (de R2);
3.
Estabelecer a conexão da bateria aos pontos que
foram unidos (MP e NQ).
Coleção Estudo
e
QB
R2
N
g
1
Q
R3
B
g
2
3
g
–
=e
+
A
B
e
bc
Vbc = e
RE
B
A
g
g
A
B
e
1.
76
e
V
I
I
V
Q
A figura a seguir mostra três resistores (R1, R2 e R3)
associados em série e conectados a uma pilha de tensão V. A
figura mostra também o circuito equivalente dessa associação.
AB
=e
Observe que a corrente que percorre o circuito tem um
único caminho para passar (seja na bateria, no resistor
equivalente ou nos resistores da associação). Portanto,
concluímos que os resistores estão ligados em série.
Associação de resistores
I = I1 = I2 = I3
VFONTE = V1 + V2 + V3
Sabemos que V = RI. Substituindo esse resultado na
segunda relação do quadro anterior, temos:
RI = R1I1 + R2I2 + R3I3
Simplificando as correntes, que são iguais, obtemos:
R = R1 + R2 + R3
A respeito dessa última relação, vamos fazer as seguintes
considerações:
1.
2.
A resistência total (ou equivalente) de uma
associação de resistores em série é sempre maior
que a resistência de qualquer um dos resistores
da associação. Podemos fazer uma analogia entre
a associação de resistores em série e um fio a ser
percorrido pela corrente quando dizemos que, ao
fazer a associação dos resistores em série, é como
se estivéssemos aumentando o comprimento (L)
do fio a ser percorrido pela corrente (lembre-se de
que R = ρL/A).
Mais importante do que conhecer a relação entre os
resistores que compõem a associação e o resistor
equivalente é conhecer as relações entre corrente e
tensão nesse tipo de circuito, sem as quais será difícil
analisar circuitos em série.
Em estudos anteriores, vimos que a potência dissipada
em um resistor pode ser calculada por:
P = VI = RI2 = V2/R
Dessa forma, uma vez que os resistores são percorridos
pela mesma corrente elétrica, dois fatos merecem destaque
na associação em série de resistores:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
Considere três resistores ligados em série e conectados
a uma bateria, conforme mostrado.
Dados: VAB = 16 V; R1 = 1,0 Ω; R2 = 4,0 Ω; R3 = 3,0 Ω
R2
M
R1
I
A
A
N
B
B
I
R3
(a)
R
A
(b)
B
Determinar as correntes (I1, I2 e I3) em cada resistor,
a tensão nos terminais de cada um deles (V1, V2 e V3) e
as potências dissipadas por eles (P1, P2 e P3).
Resolução:
Observe na figura (a) que a corrente tem um único
caminho para percorrer a associação. Assim, podemos
afirmar que os resistores estão associados em série.
Na figura (b), temos o circuito equivalente, no qual
R = 8,0 Ω.
Usando a relação V = RI no resistor equivalente (veja
que ele está ligado diretamente aos terminais da bateria,
VR = VAB = 16 V), temos:
16 = 8,0.I ⇒ I = 2,0 A (corrente no circuito)
Como os resistores estão associados em série, temos que
I = I1 = I2 = I3 = 2,0 A.
OBSERVAÇÕES
Sabemos que Q = ne = I∆t. Em 2,0 A, temos,
portanto, exatos 1,25 x 1019 elétrons (12,5 milhões de
trilhões deles) percorrendo o circuito a cada segundo.
Ou seja, a corrente obedece à quantização de cargas.
Vamos usar a relação V = RI em cada um dos resistores:
V1 = 1,0.2,0 = 2,0 V
⇒
V1 = 2,0 V
V2 = 4,0.2,0 = 8,0 V
⇒
V2 = 8,0 V
V3 = 3,0.2,0 = 6,0 V
⇒
V3 = 6,0 V
Como os resistores estão associados em série, temos que
VFonte = V1 + V2 + V3 = 16 V.
A potência dissipada nos resistores pode ser calculada
por P = RI2; logo:
P1 = 1,0.2,02 = 4,0 W
⇒ P1 = 4,0 W
P2 = 4,0.2,02 = 16 W
⇒
P2 = 16 W
P3 = 3,0.2,02 = 12 W
⇒
P3 = 12 W
PT = 8,0.2,02 ⇒ PT = 32 W (potência total do circuito)
• A maior queda de tensão ou d.d.p. (V) acontece no resistor
que apresenta maior valor de resistência (I = constante
⇒ V ∝ R). Em outras palavras, esse resistor recebe a maior
parcela da voltagem total (VFONTE);
Em qualquer associação:
PT = P1 + P2 + P3 + ... Pn ⇒ PT = 4,0 + 16 + 12 = 32 W
Da solução do exercício, é importante que se perceba que
• O resistor de resistência mais alta é aquele que vai dissipar
a maior potência, esquentar mais e, consequentemente,
consumir a maior parte da energia fornecida pela fonte
(I = constante ⇒ P ∝ R ou P ∝ V).
1. o resistor R 2 não está ligado diretamente aos
terminais da bateria e que a tensão entre os seus
terminais é V MN (V2) = 8,0 V e não VAB = 16 V
(Observe a figura original). Muitas pessoas têm
dificuldade com isso.
A seguir, apresentaremos um exercício resolvido no qual
os conceitos até aqui abordados são revisados.
2. uma vez que a corrente é a mesma em todos os
resistores da associação, o resistor R2, de maior
resistência, foi o que dissipou a maior potência (P ∝ R).
Editora Bernoulli
77
FÍSICA
Observe, também, que os mesmos portadores de carga
que formam a corrente devem passar, sucessivamente,
nos resistores R1, R2 e R3. Portanto, os portadores de carga
“gastam” uma parte da energia recebida da bateria em cada
um dos resistores. Veja que V1 = VAN, V2 = VNQ e V3 = VQB.
Logo, podemos escrever:
Frente D Módulo 07
Em paralelo
1.
A resistência total (ou equivalente) da associação
de resistores em paralelo é sempre menor que
a resistência de qualquer um dos resistores da
associação. Fazendo uma analogia entre a associação
de resistores em paralelo e um fio a ser percorrido
por uma corrente, podemos dizer que, ao fazer a
associação em paralelo, é como se estivéssemos
mantendo o comprimento do fio a ser percorrido pela
corrente constante, mas estivéssemos aumentando
a área (A) do fio para a corrente passar (lembre-se
de que R = ρL/A).
2.
Conhecer a relação entre corrente e tensão nesse
tipo de circuito é mais importante do que saber
determinar sua resistência equivalente.
3.
Se os resistores em paralelo apresentam resistências
iguais, o resistor equivalente (R E) será obtido
dividindo-se a resistência de um deles (R) pelo
número (n) de resistores:
Na figura a seguir, temos três resistores (R1, R2 e R3)
associados em paralelo e conectados a uma pilha de tensão V.
A figura mostra também o circuito equivalente dessa associação.
R1
I1
R2
I2
A
R3
I
B
I3
I
I
V
+
A
–
V AB =
RE
B
j
B
k
l
l
B
k
V = Vmn
Veja que os três resistores têm as suas extremidades
ligadas diretamente aos terminais da bateria (pontos A e B).
Dessa forma, todos os resistores estão submetidos à mesma
voltagem (VAB). Logo, podemos concluir que os três resistores
estão associados em paralelo. Veja que, nesse caso, a tensão
em qualquer um dos resistores é igual à voltagem fornecida
pela fonte.
Observe, também, que a corrente total da associação
(fornecida pela bateria) encontra três caminhos para ir
de A para B (um em cada resistor). Dessa forma, ela se
divide no ponto A e cada parcela da corrente passa por um
dos resistores; ao chegarem ao ponto B, essas parcelas se
juntam, formando novamente a corrente total que segue
para a bateria. Assim, temos:
RE = R/n
Em estudos anteriores, vimos que a potência dissipada
em um resistor pode ser calculada por:
P = VI = RI2 = V2/R
Uma vez que os resistores estão submetidos à mesma
voltagem (d.d.p. ou tensão), dois fatos relevantes merecem
destaque na ligação em paralelo de resistores:
• A maior corrente (mais intensa) vai atravessar o resistor
de menor resistência (V = constante ⇒ I ∝ 1/R). Em
outras palavras, a resistência menor recebe a maior
parcela da corrente total (I);
• O resistor de resistência mais baixa é aquele que
vai dissipar a maior potência (esquentar mais) e,
consequentemente, consumir a maior parte da energia
fornecida pela fonte (V = constante ⇒ P ∝ I ou P ∝ 1/R).
VFONTE = V1 = V2 = V3
ITOTAL = I1 + I2 + I3
Sabe-se que I = V/R. Utilizando essa relação na segunda
equação do quadro anterior, temos:
V
R
=
V1
+
R1
V2
R2
+
1
=
1
R1
1
+
R2
+
EXERCÍCIO RESOLVIDO
V3
R3
Simplificando as voltagens, que são iguais, obtemos a
seguinte relação:
R
Acompanhe com muita atenção o exercício a seguir.
1
R3
02.
Dois resistores (R1 = 60 Ω e R2 = 30 Ω) são associados
em paralelo e ligados a uma bateria (VAB = 120 V).
A) Determinar a resistência equivalente (R) da
associação, as correntes (I1 e I2) e as potências
dissipadas (P1 e P2) em cada resistor.
B) Posteriormente, um outro resistor (R3 = 20 Ω) é ligado
em paralelo aos outros dois. Recalcular, agora, as
correntes na associação.
Se apenas dois resistores estão associados em paralelo,
podemos reescrever a relação anterior como:
R=
R1.R 2
R1 + R 2
A respeito da resistência equivalente na associação de
resistores em paralelo, vamos fazer três observações:
78
Coleção Estudo
A
VAB
A
I
B
R1
A
R2
I1 I2
B
A
B
VAB
A
R
I
B
B
Associação de resistores
Antes de continuar, vamos constatar um fato
Resolução:
A) Observe os pontos A e B colocados no esquema da
associação. Eles nos garantem que os resistores 1 e 2
estão submetidos à mesma diferença de potencial
(VAB) e, portanto, estão ligados em paralelo. Logo:
importante. A resistência equivalente da associação
com os resistores R1 e R2 é 20 Ω, menor que as
resistências individuais de R 1 e R 2 . O resistor
equivalente da associação com os resistores R1,
R = (R1.R2)/(R1 + R2) = 60.30/90 ⇒ R = 20 Ω
R 2 e R 3 tem resistência de 10 Ω (menor que a
No circuito equivalente, I TOTAL = V/R = 120/20
⇒ I = 6,0 A.
resistência equivalente da associação anterior).
Nessa associação, V1 = V2 = VAB = 120 V e I = V/R; logo:
I1 = V1/R1 = 120/60 ⇒ I1 = 2,0 A
Como os resistores estão em paralelo,
ITOTAL = I1 + I2 = 6,0 A.
Certamente, é possível perceber que, na associação,
a corrente total (6,0 A) se dividiu em I1 = 2,0 A (azul) e
I2 = 4,0 A (verde). No ponto B central, essas correntes
(I1 e I2) se unem para formar, novamente, a corrente
total.
Vamos calcular as potências dissipadas nos resistores
R1 e R2 utilizando a relação P = RI2:
⇒
P1 = 240 W
P2 = 30.4,02 = 480 W
⇒
P2 = 480 W
PT = P1 + P2 + P3 + ... Pn ⇒ PT = P1 + P2 = 240 + 480 = 720 W
O fato de o resistor apresentar uma resistência à
passagem da corrente elétrica e, por causa disso,
esquentar-se – efeito Joule – costuma provocar um
erro conceitual. Muitos pensam que, quanto maior
for a resistência elétrica, maior será o aquecimento.
Isso não é totalmente verdadeiro, uma vez que a
potência dissipada depende, também, da corrente
que atravessa o resistor.
Veja o caso anterior. O resistor R2, apesar de ter a
metade da resistência de R1, dissipa maior potência
(esquenta mais). Isso acontece porque a corrente que
atravessa o resistor R2 é o dobro daquela que passa
por R1. Note, na equação de potência (P = RI2), que
a corrente está elevada ao quadrado e, nesse caso,
é mais relevante do que a resistência.
B) Vamos, agora, acrescentar o terceiro resistor ao
circuito. Veja o esquema a seguir.
A
A
A
I3
I1 R2
B
R3
VAB
I
R
I
B
B
B
B
Calculando a resistência equivalente dessa associação,
temos:
R
1
R1
+
1
R2
+
I3 = V3/R3 = 120/20 ⇒ I3 = 6,0 A
Chegamos, agora, ao momento mais importante da
solução. Observe que as correntes em R1 e R2 não
em paralelo, a corrente e a voltagem em cada um
dos elementos são independentes da corrente e da
voltagem dos demais elementos. Em outras palavras,
cada um funciona sem tomar conhecimento dos
outros que eventualmente estejam sendo inseridos
1
R3
⇒
1
R
=
1
60
1
+
30
1
+
20
total da associação.
Da solução do exercício, é relevante notarmos que
1. os resistores estão ligados diretamente aos terminais
da bateria e a tensão entre os terminais de todos eles
é VAB = 120 V (volte à figura e observe). A grandeza
que se divide entre os resistores é a corrente elétrica.
2. uma vez que a voltagem é a mesma em todos os
resistores da associação, o menor deles, no caso
o resistor R3, é o que vai dissipar a maior potência
(P ∝ 1/R).
Veja o mapa conceitual comparativo das associações
de resistores em série e em paralelo:
Associação de resistores
Série
Paralelo
A
A
I2
=
I1 = V1/R1 = 120/60 ⇒ I1 = 2,0 A
I2 = V2/R2 = 120/30 ⇒ I2 = 4,0 A
ou retirados do circuito. O que é alterado é a corrente
OBSERVAÇÃO
1
V/R; logo:
Ou seja, na associação de elementos exclusivamente
Em qualquer associação:
B
No circuito equivalente, ITOTAL = V/R = 120/10 ⇒ I = 12 A.
Nessa associação, V1 = V2 = V3 = VAB = 120 V e I =
sofreram alteração com a inserção do resistor R3.
PT = 20.6,02 = 720 W ⇒ PT = 720 W (potência total
dissipada no circuito)
I R1
e, consequentemente, maior será a corrente total,
⇒ R = 10 Ω
Soma das
tensões nos
resistores
Tensão da
associação
Igual às
tensões em
cada resistor
Igual às
correntes em
cada resistor
Corrente na
associação
Soma das
correntes em
cada resistor
Maior que a
maior resistência
da associação
Resistência
equivalente
Menor que a
menor resistência
da associação
Editora Bernoulli
79
FÍSICA
P1 = 60.2,02 = 240 W
VAB
paralelo, menor fica a resistência total do circuito
como veremos a seguir.
I2 = V2/R2 = 120/30 ⇒ I2 = 4,0 A
A
Ou seja, quanto mais resistores são colocados em
Frente D Módulo 07
As correntes em R2 e R3 são I2 e I3. Essas correntes podem
OBSERVAÇÃO
Se os resistores formam uma associação exclusivamente
em paralelo, como no exercício resolvido 02, não há
necessidade de se calcular o resistor equivalente e nem a
corrente total. Uma vez que os resistores estão conectados
diretamente à bateria, a tensão em cada um deles já é
ser calculadas como mostrado a seguir:
I2 = VMB/R2 = 24/6,0 ⇒ I2 = 4,0 A
I3 = VMB/R3 = 24/3,0 ⇒ I3 = 8,0 A
Observe que I = I1 = I2 + I3.
conhecida (voltagem da bateria). Assim, para calcular
Exemplo 02
a corrente em cada resistor (n), basta dividir a tensão
Dados: VAB = 120 V; R1 = 5,0 Ω; R2 = 14 Ω; R3 = 6,0 Ω
da bateria pela resistência desse resistor (In = VBAT/Rn).
R2 M
A corrente total será a soma das correntes em cada resistor.
A
Em associação mista
R23
I3
I2
I1
B
I23
A
R1
É muito comum que os circuitos apresentem uma mistura
de associações de elementos em série e em paralelo. Numa
R3
B
A
VAB
associação mista de resistores, por mais complicada que seja,
B
I R1
I
A
I1
VAB
B
devemos trabalhar com cada associação separadamente.
Veja que o resistor R2 está, com certeza, em série com R3,
Deve-se começar com os resistores para os quais se tem
pois a corrente elétrica que passa através deles é a mesma.
certeza do tipo de associação – por isso é importante
Na análise dessa associação de resistores, devemos começar
conhecer as características específicas das associações em
com os resistores R2 e R3 e desenhar um outro circuito
série e das associações em paralelo. Vamos analisar alguns
(conforme o da direita), no qual é fácil perceber que R1 e R23
exemplos de circuitos mistos.
estão em paralelo (V1 = V23 = VAB = 120 V). Podemos
Exemplo 01
representar o circuito equivalente e calcular a corrente
Dados: VAB = 120 V; R1 = 8,0 Ω; R2 = 6,0 Ω; R3 = 3,0 Ω
elétrica total e a resistência total desse circuito, conforme
R2
R1
A
I2
M
R23 = R2 + R3 = 14 + 6,0 ⇒ R23 = 20 Ω
B
I3
I1
B
A
VAB
R1
R23
M
I1
R3
I
A
a sequência a seguir.
B
A
B
No circuito equivalente, I = VAB/RE = 120/4,0 ⇒ I = 30 A.
I23
I
RE = (R1.R23)/(R1 + R23) = 5,0.20/25 ⇒ RE = 4,0 Ω
B
VAB
Veja que o resistor R1 não está em série com R2 e também
As correntes em R1 e R23 são I1 e I23 e podem ser calculadas
como mostrado a seguir:
I1 = VAB/R1 = 120/5,0 ⇒ I1 = 24 A
não está em série com R3 (a corrente neles não é a mesma).
I23 = VAB/R23 = 120/20 ⇒ I23 = 6,0 A
Mas observe que as tensões em R2 e em R3 são iguais
Observe que I = I1 + I23.
(V2 = V3 = VMB). Assim, os resistores R2 e R3 estão, com certeza,
em paralelo. Deve-se, portanto, começar com eles e desenhar
um outro circuito, colocando o resistor equivalente de R2 e R3,
conforme a figura anterior. Veja, nela, que os resistores
R1 e R23 são percorridos pela mesma corrente. Assim,
tais resistores estão associados em série, e o desenho do
circuito equivalente a eles poderá ser feito. Vamos calcular
As correntes que circulam pelos resistores R2 e R3 são
iguais; logo, I2 = I3 = 6,0 A.
As tensões em R2 e R3 são V2 e V3 e podem ser calculadas
da seguinte maneira:
V2 = VAM = R2.I2 = 14.6,0 ⇒ V2 = 84 V
a resistência equivalente e a corrente total no circuito,
V3 = VMB = R3.I3 = 6,0.6,0 ⇒ V3 = 36 V
conforme a sequência a seguir.
Note que VAB = V2 + V3 = 84 + 36 = 120 V.
R23 = (R2.R3)/(R2 + R3) = 6,0.3,0/9,0 ⇒ R23 = 2,0 Ω
RE = R1 + R23 = 8,0 + 2,0 ⇒ RE = 10 Ω
No circuito equivalente, I = VAB/RE = 120/10 ⇒ I = 12 A.
As correntes em R1 e em R23 são iguais a I; logo:
I1 = I23 = 12 A
A tensão em R23 é VMB = R23.I23 = 2,0.12 = 24 V.
80
Coleção Estudo
OBSERVAÇÃO
Nesse caso, não há necessidade de se calcular o circuito
equivalente, uma vez que R1 está ligado diretamente aos
terminais da bateria. A corrente no resistor R1 é I1 = VAB/R1.
Para resolvermos o circuito, basta calcular a corrente elétrica
em R2 e R3, que estão em série.
Associação de resistores
DIVISÃO DE CORRENTE E
DIVISÃO DE TENSÃO
A associação em série é um circuito chamado de divisor de
tensão. Assim, se você necessita de uma tensão menor do que
aquela que está disponível, para fazer funcionar um aparelho,
deverá ligar um resistor, de resistência específica, em série com
A partir dos exercícios resolvidos anteriormente,
foi possível perceber como dividir a corrente entre resistores
associados em paralelo e como dividir a tensão entre
resistores associados em série. Uma ferramenta útil na
análise das associações de resistores consiste em usar as
proporcionalidades entre as grandezas para dividir a corrente
ou a tensão entre os resistores.
o equipamento. Como haverá uma divisão da tensão entre
Considere dois resistores associados em paralelo,
que fazem parte de um circuito maior, e considere que
conheçamos o valor da corrente que chega a eles. Como
dividir essa corrente entre esses resistores?
01.
eles, o aparelho usará apenas a voltagem que lhe é devida.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Observe o esquema. A bateria é ideal e as resistências de
R1, R2 e R3 são iguais a 6 Ω, 2 Ω e 4 Ω, respectivamente.
A respeito do circuito, é INCORRETO afirmar que
R2
R1 = R
I = 6,0 A
R3
A
B
R1
I1
I2
12 V
R2 = 2R
B) o resistor 1 libera, por segundo, mais calor do que a
soma dos outros dois.
C) se o resistor 3 queimar, a potência do resistor 1 fica
a mesma de antes.
D) a resistência total da associação, entre os pontos
A e B, é igual a 3 Ω.
Como R1 = R2/2, temos que I1 = 2I2.
Em paralelo, I1 + I2 = I ⇒ 2I2 + I2 = 6,0 A ⇒ 3I2 = 6,0 A.
E) se o resistor 1 queimar, as voltagens nos resistores
2 e 3 não se alteram.
Assim, I2 = 2,0 A e I1 = 4,0 A.
A associação em paralelo é um circuito chamado de divisor
de corrente.
Observe, agora, três resistores associados em série
e essa associação submetida a uma tensão VAB = 120 V.
Como dividir a tensão entre os resistores?
V1
V2
V3
A
o
o
R2 = 2R
(Unesp–2006) Um estudante adquiriu um aparelho cuja
especificação para o potencial de funcionamento é pouco
usual. Assim, para ligar o aparelho, ele foi obrigado
a construir e a utilizar o circuito constituído de dois
resistores, com resistências X e R, como apresentado na
figura. Considere que a corrente que passa pelo aparelho
B
R1 = R
02.
o
R3 = 3R
VAB = 120 V
Já que os resistores estão associados em série,
a corrente é a mesma em todos eles, e as tensões
em cada um se somam para formar a voltagem total.
Sabe-se que V = RI e, assim, a tensão em cada um dos
resistores é diretamente proporcional à sua resistência
(a corrente elétrica é a mesma). Portanto:
Se R3 = 3R1 e R2 = 2R1, temos que V3 = 3V1 e V2 = 2V1.
Em série, V1 + V2 + V3 = VAB ⇒ V1 + 2V1 + 3V1 = 120 V
seja muito pequena e possa ser descartada na solução
do problema. Se a tensão especificada no aparelho é a
décima parte da tensão da rede, então a resistência X
deve ser
qs
de
X
R
Aparelho
A) 6R.
B) 8R.
C) 9R.
⇒ 6V1 = 120 ⇒ V1 = 20 V.
D) 11R.
Assim, V1 = 20 V, V2 = 40 V e V3 = 60 V.
E) 12R.
Editora Bernoulli
81
FÍSICA
A) as correntes que passam nos três resistores têm
intensidades iguais.
Observe, na figura, que R1 = R2/2. Uma vez que eles estão
em paralelo, as voltagens são iguais e as correntes que
atravessam cada um deles se somam para formar a corrente
total. Sabemos que I = V/R, e, portanto, a corrente em
cada resistor é inversamente proporcional à sua resistência
(a voltagem é a mesma para os dois).
Frente D Módulo 07
03.
(FEPECS-DF) As figuras mostram os diagramas de
dois circuitos elétricos A e B, cada um com duas
resistências diferentes sob a d.d.p. de uma bateria.
Podemos afirmar que
A
02.
B
A) as resistências do circuito em A estão em paralelo,
porque aparecem em retas paralelas distintas do
diagrama, enquanto as do circuito em B estão em
série, porque aparecem em uma mesma reta do
diagrama.
(FMJ-SP–2007) Quando dois resistores encontram-se
associados em série, a resistência equivalente Rs é igual
a 9,0 Ω, e, quando associados em paralelo, a resistência
equivalente Rp é igual a 2,0 Ω. Os valores das resistências
desses resistores, em ohms, são
A) 1,0 Ω e 8,0 Ω.
D) 4,0 Ω e 5,0 Ω.
B) 2,0 Ω e 7,0 Ω.
E) 4,5 Ω e 4,5 Ω.
C) 3,0 Ω e 6,0 Ω.
03.
(CEFET-MG) O comportamento elétrico dos condutores
A e B está representado no gráfico a seguir. Eles são
conectados à bateria ideal do circuito mostrado.
B) em ambos os circuitos as resistências estão em série,
porque podemos percorrer cada circuito passando,
consecutivamente, pelas duas resistências.
V
Sendo IA e IB as intensidades das correntes que os
atravessam, e VA e VB as tensões a que estão submetidos,
respectivamente, é CORRETO afirmar que
E) em ambos os circuitos as resistências estão em
paralelo, pois a duas estão sob uma mesma d.d.p.
A) 20 Ω.
04.
10 Ω
A
B) 16 Ω.
15 Ω
20 Ω
C) 100 Ω.
B
I
D) no circuito A as resistências estão em série, pois por
elas passa a mesma corrente, e no circuito B estão em
paralelo, pois as duas estão sob uma mesma d.d.p.
(UFLA-MG) Os resistores elétricos podem atuar como
divisores de corrente ou de tensão, dependendo da forma
como estão associados. Na associação mostrada a seguir,
a resistência equivalente entre os pontos A e B vale
A
V
B
C) em ambos os circuitos as resistências estão em
série, porque a d.d.p. entre as extremidades de cada
resistência é a mesma para as duas resistências.
04.
A
A) IA < IB
e
VA = VB.
B) IA = IB
e
VA = VB.
C) IA > IB
e
VA < VB.
D) IA = IB
e
VA > VB.
E) IA > IB
e
VA = VB.
(UFC) No circuito a seguir, os três resistores são idênticos
e cada um pode dissipar uma potência máxima de 32 W
sem haver risco de superaquecimento. Nessas condições,
qual a potência máxima que o circuito poderá dissipar?
D) 80 Ω.
u
E) 5 Ω.
B
55 Ω
u
u
05.
(UFV-MG) Os valores das correntes i1, i2 e i3 no circuito
a seguir são, respectivamente,
A) 0,33 A; 0,17 A e zero.
i
1
10,0 Ω
B) zero; zero e 1,20 A.
C) 3,33 A; 1,67 A e zero.
D) zero; zero e 1,00 A.
12,0 V
i
3
3,0 Ω
i
2
6,0 Ω
E) 33,3 A; 1,67 A e zero.
05.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
(FMTM-MG) Um resistor R1, de resistência R, encontra-se
submetido a uma fonte de tensão V e é percorrido por uma
corrente elétrica de intensidade i (figura 1). Ao se inserir,
simultane aralelo com o primeiro (figura 2), a tensão e
a corrente sobre o resistor R1 serão, respectivamente,
V
R1
V
A)
B)
C)
D)
E)
R2
R1
R3
32
36
40
44
48
W
W
W
W
W
(PUC RS–2006) Considere a análise do circuito a seguir,
em que R representa a resistência elétrica de um reostato
que pode ser regulada para assumir valores entre 0 e um
valor máximo de 20 kΩ. Considerando uma variação da
resistência R entre os seus limites, as intensidades máxima
e mínima da corrente elétrica que passa no resistor de 10 kΩ
são, respectivamente,
100 V
A) 8,0 mA e 2,0 mA.
B) 8,0 mA e 4,0 mA.
Figura 1
82
A) V e i.
C) V/3 e 3i.
B) V/2 e 3i.
D) V/2 e i/3.
Coleção Estudo
Figura 2
C) 8,0 mA e 5,0 mA.
E) V/3 e i/3.
D) 10 mA e 2,5 mA.
E) 10 mA e 5,0 mA.
10 kΩ
20 kΩ
R
Associação de resistores
06.
(FGV-SP) A figura seguinte representa um trecho de
circuito elétrico. A diferença de potencial entre os pontos
A e B é 12 V. Pode-se afirmar que os valores de i e R são,
respectivamente,
i
07.
C) 3 A e 6 Ω.
B) 2 A e 8 Ω.
D) 4 A e 4 Ω.
A) 3 Ω.
6Ω
08.
B) 6 Ω.
C)
B)
D)
E)
E) 6 A e 4 Ω.
(Mackenzie-SP) Para que as associações de resistores a
seguir tenham a mesma resistência equivalente, o resistor R
deve valer
3Ω
6Ω
A
A)
B
A) 1 A e 4 Ω.
A
(Fuvest-SP) Dispondo de pedaços de fios e 3 resistores
de mesma resistência, foram montadas as conexões
apresentadas a seguir. Entre essas, aquela que apresenta
a MAIOR resistência elétrica entre seus terminais é
2Ω
3A R
A
11.
v
3Ω
6Ω
6Ω
R
C) 9 Ω.
12.
B
(UFLA-MG–2009 / Adaptado) O circuito a seguir é
composto por três resistores R1, R2 e R3, alimentados por
uma fonte ideal de tensão V = 200 V, que mantém uma
corrente elétrica de 200 mA. Considerando as quedas de
tensão indicadas na figura, pode-se afirmar que o valor
de R2 é igual a
i = 200 mA
B
D) 12 Ω.
R1
E) 15 Ω.
200 V
200 V
R2
(Cesgranrio) No circuito representado a seguir, todos
os resistores têm resistência igual a R. A resistência
equivalente entre os pontos P e Q é
R3
2V
20 V
09.
B) 200 Ω.
Q
C) 333,3 Ω.
A) 5R/3.
C) 9R/5.
B) 7R/4.
D) 11R/4.
D) 90 Ω.
E) 13R/6.
13.
(Cesgranrio) O gráfico a seguir representa as intensidades
das correntes elétricas que percorrem dois resistores
ôhmicos, R1 e R2, em função da ddp aplicada em cada um
deles. Abaixo do gráfico, há o esquema de um circuito no
qual R1 e R2 estão ligados em série a uma fonte ideal de 12 V.
i (A)
2,0
R1
w
1,5
2
1,0
0,5
0 a bc d
e
f ddp (V)
(FGV-SP) Devido à capacidade de fracionar a tensão
elétrica, um resistor de fio também é conhecido como
divisor de tensão. O esquema mostra um resistor desse
tipo, feito com um fio ôhmico de resistividade e área
de seção transversal uniformes, onde foram ligados os
conectores de A até E, mantendo-se a mesma distância
entre conectores consecutivos.
A
a = 1,0
b = 2,0
c = 3,0
d = 4,0
e = 8,0
f = 12
R1
w
B
C
D
E
2
i
12 V
Uma vez estabelecidos os potenciais 0 V e 120 V nos
conectores A e E, respectivamente, o valor absoluto da
diferença de potencial entre os conectores C e D, em V, é
Nesse circuito, a intensidade da corrente elétrica que
percorre R1 e R 2 vale
A) 0,8 A. B) 1,0 A. C) 1,2 A. D) 1,5 A
10.
FÍSICA
A) 1 000 Ω.
P
E) 1,8 A.
A) 24.
D) 60.
B) 30.
E) 72.
C) 48.
(VUNESP) Dois resistores iguais estão ligados em série
a uma tomada de 110 V e dissipam ao todo 550 watts.
Observe a figura a seguir:
14.
(Mackenzie-SP) Na associação de resistores da figura a
seguir, os valores de i e R são, respectivamente,
R
R
110 V
R
40 Ω
2A
R
8A
220 V
2R
R
A potência total dissipada por esses mesmos resistores,
se são ligados em paralelo a uma tomada de 220 V,
é igual a
A) 8 A e 5 Ω.
D) 2 A e 2,5 Ω.
A) 4 400 W.
C) 2 200 W.
B) 16 A e 5 Ω.
E) 1 A e 10 Ω.
B) 1 100 W.
D) 8 800 W.
C) 4 A e 2,5 Ω.
i
Editora Bernoulli
83
Frente D Módulo 07
15.
(VUNESP) Alguns automóveis modernos são equipados com
um vidro térmico traseiro para eliminar o embaçamento
em dias úmidos. Para isso, “tiras resistivas” instaladas na
face interna do vidro são conectadas ao sistema elétrico
de modo que se possa transformar energia elétrica em
energia térmica. Num dos veículos fabricados no país, por
exemplo, essas tiras (resistores) são arranjadas como
mostra a figura a seguir.
S e as res i s t ên c i as d as t i ras 1, 2. . ., 6 fo rem ,
respectivamente, R 1 , R 2 ..., R 6 , a associação que
corresponde ao arranjo das tiras da figura é
A)
B)
C)
D)
R1
R2
R3
R1
R4
R2
R5
R3
R6
R4
R5
R6
02.
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R1
R2
R3
R4
R5
R6
Corrente elétrica A
Azul
1,5
Amarelo
2,5
Laranja
5,0
Preto
7,5
Vermelho
10,0
Um farol usa uma lâmpada de gás halogênio de 55 W de
potência que opera com 36 V. Os dois faróis são ligados
separadamente, com um fusível para cada um, mas, após
um mau funcionamento, o motorista passou a conectá-los
em paralelo, usando apenas um fusível. Dessa forma,
admitindo-se que a fiação suporte a carga dos dois faróis,
o menor valor de fusível adequado para proteção desse
novo circuito é o
6
5
4
3
2
1
Terminais que
vão para o
sistema elétrico
Fusível
A) azul.
C) laranja.
B) preto.
D) amarelo.
Um forno elétrico possui dois resistores. Um deles fica na
parte de baixo do aparelho e é usado para assar os alimentos;
esse resistor apresenta uma resistência elétrica R A.
O outro resistor fica na parte de cima do forno e é
utilizado para gratinar os alimentos; esse resistor tem
resistência elétrica RG. Os dois resistores são acionados,
de forma independente, por duas chaves próprias. Depois
de algum tempo de funcionamento, a chave que liga
o resistor de baixo estragou. O proprietário resolveu
interligar os resistores de modo que apenas a chave de
gratinar colocaria os dois resistores em funcionamento
simultâneo. Indique, entre as alternativas a seguir,
o circuito esquemático que permite que os dois resistores
funcionem simultaneamente, sendo controlados pela
chave, e que forneçam a maior temperatura, de modo
a assar e gratinar alimentos no menor tempo possível.
A)
CH RG
C)
E)
RG
CH R
A
RA
E)
E) vermelho.
CH
R1
R2
R3
B)
D)
RG
RA
R4
RG
RA
RG
CH
CH
RA
R5
R6
GABARITO
Fixação
SEÇÃO ENEM
01.
84
(Enem–2010) Todo carro possui uma caixa de fusíveis,
que são utilizados para proteção dos circuitos elétricos.
Os fusíveis são constituídos de um material de baixo
ponto de fusão, como o estanho, por exemplo, e se
fundem quando percorridos por uma corrente elétrica
igual ou maior do que aquela que são capazes de suportar.
O quadro a seguir mostra uma série de fusíveis e os
valores de corrente por eles suportados.
Coleção Estudo
01. B
02. C
03. D
04. B
05. B
13. B
Propostos
01. E
04. E
07. D
10. D
02. C
05. E
08. D
11. C
14. B
03. A
06. E
09. C
12. D
15. B
Seção Enem
01. C
02. B
CH
FÍSICA
MÓDULO
08 D
Resistores no dia a dia
CIRCUITOS ELÉTRICOS –
APLICAÇÕES
O circuito residencial representado a seguir possui apenas
duas lâmpadas de 60 W (I = 0,5 A) cada uma, um aparelho
de TV de 240 W (I = 2,0 A), uma geladeira de 240 W
(I = 2 A), um chuveiro de 5 400 W (I = 45 A) e um ferro de
passar roupa de 1 800 W (I = 15 A). O circuito é alimentado
pela companhia de energia elétrica que fornece uma tensão
eficaz de 120 V entre os pontos A e B. Assim, a voltagem
entre os dois fios principais do circuito (que estão entre A e
B) é de 120 V.
A
120 V
1,0 A
B
A
3,0 A
0,5 A
120 V
0,5 A
0,5 A
O CIRCUITO RESIDENCIAL
2,0 A
No dia a dia, podemos notar que os aparelhos elétricos
funcionam de forma independente uns dos outros em uma
residência ou em um escritório. Além disso, a inserção
ou a retirada de um ou mais deles, num circuito bem
dimensionado, não afeta o funcionamento ou o desempenho
dos demais. Qual deve ser a associação entre os aparelhos
para que isso aconteça? Com certeza você respondeu: em
paralelo. Vejamos.
0,5 A
B
A
50 A
120 V
B
0,5 A
0,5 A
0,5 A
60 A
5,0 A
120 V
Disjuntor
A
(2)
O circuito residencial é protegido por uma chave disjuntora
(disjuntor), colocada na entrada da rede, logo após o ponto A
(mostrado nos esquemas a seguir). Vamos considerar que o
circuito possua um disjuntor de 60 A. Isso quer dizer que se
a corrente no circuito ultrapassar 60 A o disjuntor desarmará
e desligará todo o circuito.
(1)
Considere uma residência com apenas um circuito ligando
todos os aparelhos (na prática, como veremos adiante, não
é bem assim). Como se sabe, a corrente elétrica no circuito
residencial é alternada, isto é, ela muda de sentido muito
rapidamente. No entanto, vamos considerá-la contínua e de
valor igual ao seu valor eficaz.
Símbolo
no circuito
B
0,5 A
A maioria das pessoas tem muito temor de eletricidade,
uma tecnologia que merece respeito, mas não medo. Vamos,
neste módulo, descobrir como o chuveiro pode nos fornecer
água morna e quente (além de desligar de vez em quando
durante o nosso banho), vamos aprender por que aquele
secador de cabelos, levado de viagem a outra cidade, pode
se queimar ao ser ligado e muito mais. Vamos levar o estudo
da eletricidade para o nosso cotidiano.
FRENTE
2,0 A
2,0 A
2,0 A
2,0 A
45 A
(3)
(4)
As figuras 1, 2, 3 e 4 mostram os valores das correntes
nos aparelhos do circuito, à medida que estes são ligados.
Em (1), apenas as lâmpadas estão ligadas e a corrente
eficaz que vem da fornecedora de energia é de 1,0 A
(0,5 A para cada lâmpada). Com certeza você está se
lembrando de que, na ligação em paralelo, os aparelhos
operam de forma independente (o funcionamento de um
não interfere no funcionamento do outro).
Editora Bernoulli
85
Frente D Módulo 08
A figura (2) mostra que a TV foi ligada. Veja que ela puxa
da rede uma corrente de 2,0 A, e, assim, a corrente no
disjuntor passa a ser de 3,0 A.
Em certo momento, figura (3), o motor da geladeira se
arma, e uma corrente de 2,0 A percorre o seu circuito.
A partir daí, a corrente no disjuntor é de 5,0 A.
O chuveiro elétrico
O chuveiro é um equipamento bastante familiar a todos.
Entretanto, como é o funcionamento do chuveiro para
que possamos tomar banho com a água na temperatura
desejada? Bem simples. Veja a seguir.
Enquanto você estava assistindo à TV, sua irmã
foi tomar banho (4). O chuveiro necessita de uma
corrente de 45 A e, dessa forma, a corrente total
que atravessa o disjuntor é de 50 A. E, justamente
nesse momento, seu irmão resolveu passar roupa.
Com o funcionamento do ferro elétrico, que utiliza uma corrente
de 15 A, a corrente total no disjuntor passaria para 65 A.
Passaria... Mas, o que acontece? Como o disjuntor suporta
60 A no máximo, ele vai desarmar e cortar todo o
fornecimento de energia para a sua casa. Lá se foram a
TV e o banho quente. (Você conhece uma história parecida
com essa?)
O circuito representado anteriormente está mal
dimensionado. A solução seria chamar o eletricista e pedir
para ele colocar um disjuntor que suporte uma corrente maior?
Não. Se ele fizer isso, o disjuntor não vai mais se
desarmar e, portanto, vai perder a sua função – que é
a de proteger o circuito elétrico da residência. Embora a
resistência dos fios (r) tenha sido desprezada até agora,
ela existe, e esses fios, percorridos por correntes elevadas,
também se aquecem (P = rI2). Assim, o que determina o
dimensionamento do disjuntor é a espessura (chamada
“bitola”) dos fios do circuito. Para correntes elevadas, seria
necessário trocar a fiação do circuito, utilizando fios mais
grossos. Esse é o principal motivo para que uma residência
apresente vários circuitos independentes, cada um com a
sua fiação, seu disjuntor e os aparelhos a ele ligados.
Uma sugestão importante: localize a caixa de disjuntores
em sua casa e chame um amigo para lhe ajudar. Ligue todos
os aparelhos simultaneamente. Desligue um disjuntor de
cada vez e descubra, e, principalmente, anote na própria
caixa quais aparelhos aquele disjuntor está protegendo.
Assim, havendo necessidade de se desligar determinado
aparelho, você vai cortar a corrente dele especificamente.
Isso pode ser útil, principalmente à noite, pois não ficará
sem a iluminação das lâmpadas.
ALGUNS RESISTORES
IMPORTANTES
Uma aplicação muito comum do resistor é a sua utilização
nos sistemas de aquecimento. Neles, o fato de o resistor
apresentar uma resistência e, por meio do efeito Joule,
transformar a energia elétrica em energia térmica (“calor”)
é desejável e é o objetivo de seu uso no aparelho em questão.
86
Coleção Estudo
Resistor
Dentro do chuveiro, existe um resistor, conforme mostrado
na figura anterior. O resistor pode queimar e, assim,
precisará ser substituído. No entanto, o que vai queimar é
o resistor, e não a sua resistência! Esta não queima, pois
é uma propriedade do resistor (que continua a existir nos
pedaços do resistor “queimado”).
Observe o resistor da figura anterior. Note que o resistor
do chuveiro apresenta três bornes por onde a corrente pode
circular. Vamos analisar um tipo de circuito de ligação de
chuveiro bem simples, mostrado a seguir.
RAB = 2,4 Ω
RBD = 1,6 Ω
C
A
B
CH
D
VREDE = 120 V
A rede elétrica fica ligada entre o ponto A e a chave
seletora de temperatura. Na figura anterior, a chave (CH)
está conectada ao ponto C. Observe que o circuito está
aberto (uma corrente que viesse da rede pelo ponto A não
teria por onde “sair”, pois os pontos B ou D estão desligados
da rede). Esse banho vai ser uma fria!
RBD = 1,6 Ω
RAB = 2,4 Ω
A
IAD
C
B
D
IAD
VREDE = 120 V
CH
Resistores no dia a dia
A chave (CH), agora, está ligada ao ponto D, e a corrente
percorre os resistores RAB e RBD. A voltagem fornecida ao
dispositivo é VREDE = 120 V, e a “resistência do chuveiro”
vale RAD = 4,0 Ω. Logo, a corrente que percorre o aparelho é
IAD = VAD/RAD = 120/4,0 = 30 A. O chuveiro dissipa, então,
uma potência PAD = V2REDE/RAD = 1202/4,0 = 3 600 W.
O banho começou a esquentar!
IAD
RBD = 1,6 Ω
C
B
A
D
CH
IAD
VREDE = 120 V
Resumo das variáveis:
Chave (CH) na posição
C
D
B
Resistência do chuveiro
∞
4,0 Ω
2,4 Ω
Corrente que circula
0
30 A
50 A
Potência dissipada
0
3 600 W
6 000 W
Água do banho
Fria
Morna
Quente
Duas considerações, no que diz respeito à água que passa
através do chuveiro, merecem destaque:
•
Todo corpo emite radiação eletromagnética. Você percebe
isso quando chega perto de um forno que está assando
pão de queijo, por exemplo. Dependendo da temperatura
em que o corpo se encontra, ele pode emitir uma radiação
eletromagnética que ilumina os objetos à sua volta. É o que
acontece com a lâmpada. O seu filamento, ao ser percorrido
por uma corrente elétrica, se aquece, fica incandescente e
emite luz.
A
A chave (CH), dessa vez, foi conectada ao ponto B.
A corrente atravessa, apenas, o resistor RAB = 2,4 Ω,
que, nesse caso, é a resistência do chuveiro. Assim,
IAB = VAB/RAB = 120/2,4 = 50 A. Observe que a corrente que
percorre o chuveiro aumentou em relação à situação anterior.
Assim, apesar de a resistência ter diminuído, a potência
dissipada vai aumentar, PAB = V2REDE/RAB = 1202/2,4 = 6 000 W.
Agora vai sair fumaça!
•
Sabemos do conforto que é chegar em casa, à noite,
abrir a porta e ligar o interruptor de luz. Tudo fica iluminado.
Porém, como isso funciona? É, também, graças ao efeito Joule.
A quantidade de água que passa através do chuveiro
não interfere na potência dissipada por este. Se a
torneira jorra menos água, esta fica mais quente
porque temos uma quantidade menor de água
recebendo, a cada instante, a mesma quantidade de
energia fornecida pelo chuveiro.
Evite passar pouca água pelo chuveiro fechando a
torneira para esquentar mais a água, pois ela tem
a função de refrigerar o chuveiro. Se não há água
suficiente, o chuveiro e a fiação que o liga à rede vão
esquentar muito e podem queimar. Se o seu chuveiro
está aquecendo pouco, compre outro!
B
Observe, na figura anterior, que o filamento é soldado aos
pontos A (“pé” da lâmpada) e B (parte metálica da rosca).
Dessa forma, para que a lâmpada funcione, a corrente deve
“entrar pelo pé” e “sair pela rosca” ou vice-versa. O sentido
da corrente não importa, pois o filamento se aquecerá da
mesma forma, independentemente do sentido dela.
Dentro do bulbo de vidro, existe um gás inerte (não reage
com o metal do filamento) e de baixa densidade. Se
a densidade do gás não fosse baixa, sua temperatura
elevada faria a pressão dentro do bulbo atingir valores
muito elevados, a ponto de “explodir” a lâmpada. A parte
amarela na figura anterior é formada de material isolante e
serve, apenas, para dar sustentação ao filamento e à rosca
da lâmpada.
A ligação convencional, e mais usada, é a associação de
lâmpadas em paralelo. Já sabemos que, em paralelo, elas
são independentes umas das outras. Assim, podemos ligar
e desligar quantas lâmpadas forem necessárias, sem afetar
o funcionamento das demais.
Quando uma lâmpada é montada, o fabricante dimensiona
o filamento, com uma resistência específica, para que ela, em
funcionamento normal, emita a quantidade de luz desejada.
Como temos lâmpadas de diversas potências, cada lâmpada
apresenta uma resistência própria. Observe duas lâmpadas
com filamentos diferentes.
É importante ressaltar que tudo o que foi dito a respeito
do chuveiro vale para qualquer outro aparelho usado em
aquecimento, como o forno ou fogão elétrico, o aquecedor
de ambiente, o ferro de solda, o ebulidor (“mergulhão”),
o ferro elétrico e outros.
Editora Bernoulli
87
FÍSICA
RAB = 2,4 Ω
A lâmpada elétrica incandescente
Frente D Módulo 08
Como determinar a resistência de uma lâmpada?
Já sabemos que a resistência pode ser calculada de duas
maneiras:
(2) R = ρ(L/A)
(1) R = V/I = V2/P
Na última equação, a resistividade (ρ) depende do material
do filamento e da temperatura, mas não das dimensões do
resistor (L/A). Normalmente, os valores de resistividade
são dados à temperatura ambiente. Dessa forma, o uso
da equação (2) fica restrito ao cálculo da resistência da
lâmpada fria, a não ser que as grandezas sejam dadas para
a temperatura da lâmpada acesa.
Quando a lâmpada encontra-se em funcionamento,
a temperatura do filamento pode atingir 3 000 °C, e sua
resistência aumenta muito. Duas grandezas sempre estão
anotadas no bulbo de uma lâmpada: a potência (60 W, por
exemplo) e a tensão (127 V ou 220 V). Esses valores são
chamados nominais. A voltagem nominal indica o valor de
tensão a ser fornecido à lâmpada para que ela dissipe a
potência que está indicada no bulbo, potência nominal. Assim,
para calcular a resistência da lâmpada, em funcionamento,
devemos usar a equação (1) da seguinte forma:
RL =
VN2
1.
Se VREAL = 120 V → A lâmpada será percorrida por uma
corrente I = VREAL/RL = 120/240 = 0,50 A e dissipará
uma potência PREAL = PNOMINAL = 60 W.
2.
Se V Real = 60 V → A corrente que passa pela
lâmpada será I = V REAL/R L = 60/240 = 0,25 A
e a lâmpada estará dissipando uma potência
PREAL = V2REAL/RL = 602/240 = 15 W (quarta parte da
potência nominal).
3.
Se VReal = 240 V → A corrente que passaria pela
lâmpada seria I = V REAL/R L = 240/240 = 1,0 A
e a lâmpada estaria dissipando uma potência
PREAL = V2REAL/RL = 2402/240 = 240 W (quatro vezes
a potência nominal).
Uma consideração importante deve ser feita:
O “brilho” de uma lâmpada incandescente está
relacionado com a quantidade de energia luminosa
que ela emite a cada segundo. Por isso, para
comparar os “brilhos”, você deve avaliar as potências
realmente dissipadas pelas lâmpadas.
Coleção Estudo
Você percebeu que, no 3º caso (VREAL = 240 V), o verbo
foi colocado no futuro do pretérito? Se a lâmpada for ligada
em 240 V, ela vai fundir o filamento (“queimar”) e deixar
de funcionar. Por esse motivo, nenhum aparelho elétrico
deve ser ligado numa voltagem acima daquela para a qual
foi fabricado, sob o risco de se queimar – a não ser que ele
tenha sido montado com esse objetivo.
Volte à fotografia anterior das duas lâmpadas.
Nela, percebemos que o filamento da lâmpada (1) é mais
grosso que o da lâmpada (2). Portanto, de acordo com a
equação R = ρL/A, a lâmpada (1) possui menor resistência
que a lâmpada (2). A potência nominal de cada uma das
lâmpadas pode ser calculada por P = V2/R. Como a lâmpada
(1) possui menor resistência que a lâmpada (2) e ambas estão
submetidas à mesma voltagem, conclui-se que a lâmpada (1)
terá maior potência que a lâmpada (2). De fato, as lâmpadas
mostradas são de 100 W e 40 W, respectivamente.
PN
Aqui, V N e P N são os valores que vêm indicados no
bulbo da lâmpada (voltagem e potência nominais).
Imagine uma lâmpada com a seguinte especificação:
PN = 60 W e VN = 120 V. A resistência de funcionamento
dessa lâmpada é dada por RL = V2N/PN = 1202/60 = 240 Ω.
Vejamos o que acontece se essa lâmpada for conectada a
fontes de tensão de diferentes valores. Considere que a
resistência da lâmpada permaneça constante nos três casos.
88
Vimos, no 2º caso (VREAL = 60 V), que a potência dissipada
pela lâmpada foi quatro vezes menor do que a potência
nominal dela. Isso significa que a lâmpada terá um “brilho”
bem menor do que aquele que ela apresentaria caso estivesse
funcionando sob as condições nominais e vai iluminar muito
pouco. Entretanto, ela não corre o risco de se queimar.
O reostato ou potenciômetro
Muitas vezes, necessitamos que a corrente num circuito
tenha o seu valor variado de forma contínua (analógica).
Para isso, utilizamos um dispositivo chamado reostato ou
potenciômetro. Esse tipo de circuito é muito usado em vários
aparelhos elétricos, como o ventilador, no qual você altera,
de forma contínua, a velocidade de rotação, ou o interruptor
em quartos de crianças, no controle da intensidade luminosa,
por exemplo.
O funcionamento do reostato é simples e baseado no fato
de que a resistência varia com o comprimento do resistor a
ser percorrido por uma corrente (R ∝ L). O potenciômetro
deve ser ligado em série com o aparelho cuja corrente se
quer controlar (ele vai dividir a voltagem com o dispositivo –
divisor de tensão).
O reostato é representado nos circuitos elétricos pelos
símbolos a seguir:
Resistores no dia a dia
Veja o esquema a seguir. No reostato deslizante,
um contato (C) pode ser deslocado ao longo do dispositivo.
A resistência do reostato (RAC) aumenta ou diminui de acordo
com a posição do contato. Seja Rv a resistência do ventilador.
ΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛ
ΛΛ
A
C
ΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛ
ΛΛΛ
ΛΛ
ΛΛΛΛΛΛΛΛΛΛ
ΛΛΛ
Λ
ΛΛ
B
I
x
V
I
C
B
CIRCUITOS COM LÂMPADAS
INCANDESCENTES
V
I
C
A
B
Duas ou mais lâmpadas são idênticas se elas apresentam
a mesma resistência. Isso não quer dizer, necessariamente,
que as lâmpadas dissipam a mesma potência (forneçam a
mesma luminosidade). Vejamos, então, algumas situações.
V
C
Conforme já foi citado, o “brilho” de uma lâmpada (energia
luminosa emitida por ela a cada instante) está associado à
potência real dissipada por ela. Conhecer situações diversas
a esse respeito e o que acontece quando uma lâmpada é
inserida ou retirada de um circuito é importante.
I
Caso 1:
A
B
A resistência total do circuito é dada por R = Rv + RAC.
Observe as três posições do contato nas figuras anteriores.
Na primeira, o contato está no final do reostato (RAC possui o
maior valor possível), a resistência total é grande e a corrente no
circuito é pequena (o ventilador gira lentamente). Na segunda
figura, o contato está no meio do reostato (RAC possui um valor
intermediário), a corrente é maior que aquela do primeiro circuito,
e a velocidade de rotação do ventilador aumenta. Na última,
o contato está no início do reostato (RAC possui o menor valor
possível, RAC = 0), e a corrente é grande, pois encontra, apenas,
a resistência do ventilador. Nesse caso, o ventilador apresenta
a maior velocidade de rotação possível. Assim, utilizando o
reostato, você pode controlar a rotação do aparelho.
No reostato de rotação, você gira o contato (C) para
aumentar ou diminuir a resistência do aparelho. Veja a figura
a seguir. Se girar o contato (C) para a esquerda (sentido
anti-horário), você diminui a resistência do reostato e a
lâmpada ilumina mais. Se, ao contrário, girar o contato para
a direita (sentido horário), a resistência aumenta e o brilho
da lâmpada diminui. Reostatos desse tipo são utilizados em
ferros elétricos e em geladeiras, nos quais a temperatura é
controlada pela rotação do reostato.
Considere três lâmpadas idênticas (R = 1 000 Ω),
associadas em paralelo e ligadas à rede elétrica de 120 V.
Observe que, se a lâmpada do meio (L2) for desligada ou
se queimar, esta se apaga, e os brilhos das outras duas
lâmpadas não são alterados.
Considere a figura a seguir. Nela, a corrente em cada
lâmpada é de 0,12 A. Você já sabe que, na associação em
paralelo, as lâmpadas funcionam de forma independente.
Assim, as correntes que passam pelos pontos M, N e P são,
respectivamente, 0,36 A (corrente total), 0,24 A (corrente
das lâmpadas 2 e 3) e 0,12 A (corrente da lâmpada 3),
conforme mostrado a seguir.
Editora Bernoulli
89
FÍSICA
A
Existem vários aparelhos que possuem uma chave com
algumas posições que permitem que eles funcionem com maior
ou menor eficiência. É o caso, por exemplo, do liquidificador
e de outros eletrodomésticos. Nestes, não existe reostato.
Eles possuem dois ou mais resistores ligados em série
(dentro do aparelho), assim como o chuveiro elétrico.
Frente D Módulo 08
120 V
L1
M
0,36 A
L3
L2
N
0,24 A
P
0,12 A
120 V
L1
M
0,24 A
L2
N
0,12 A
L3
P
0,12 A
O que acontece com as correntes nos pontos M, N e P do
circuito quando a lâmpada 2 é desligada, queima ou quebra?
A corrente no ponto P não sofreu qualquer alteração, uma
vez que por ele passa, apenas, a corrente da lâmpada
L3 (I = 0,12 A). Entretanto, as correntes nos pontos M
e N diminuirão. No ponto N, passavam as correntes das
lâmpadas 2 e 3 (I = 0,24 A), e, no ponto M, as correntes
das três lâmpadas (I = 0,36 A). Como a do meio é desligada,
as correntes nos pontos N e M são, agora, iguais a 0,12 A
e 0,24 A, respectivamente.
A potência total dissipada pelas duas lâmpadas que
permaneceram no circuito é P = V.I = 120.0,24 = 28,8 W.
Caso 2:
Sejam duas lâmpadas idênticas, as mesmas da associação
anterior, ligadas em série e conectadas a uma fonte de tensão
(a mesma da ligação anterior). Perceba, primeiro, que o
brilho delas é muito menor do que no caso 1. Agora houve
uma divisão da voltagem da fonte de tensão entre as duas
lâmpadas. A resistência total delas é R = 2 000 Ω, e a
potência total dissipada por elas é P = 1202/2 000 = 7,2 W
(quatro vezes menor que do caso 1).
Observe que a lâmpada L1 ilumina mais que as outras
duas lâmpadas juntas. A resistência total desse circuito
é R = 1 500 Ω, e a corrente total é I = 0,08 A. Assim,
a corrente na lâmpada L1 é 0,08 A e nas lâmpadas L2
e L 3 é I 2 = I 3 = 0,04 A. Vamos calcular as potências
utilizando a equação P = RI2. As potências de L2 e L3 são
P2 = P3 = 1 000(0,04) 2 = 1,6 W (a potência total de
L2 e L3 será P23 = 3,2 W). A potência da lâmpada L1 é
P 1 = 1 000(0,08) 2 = 6,4 W, maior que a potência
total de L2 e L3. Veja o que acontece se a lâmpada L2,
por exemplo, queimar ou for retirada do circuito.
Você percebeu que o brilho da lâmpada L3 aumentou
e que o brilho da lâmpada L1 diminuiu? Vejamos por que
isso aconteceu. Observe que, agora, a resistência total do
circuito é R = 2 000 Ω (as duas lâmpada ficaram em série).
A corrente nas lâmpadas é I = 0,06 A, e a potência de cada
uma delas é P = 1 000(0,06)2 = 3,6 W. Assim, a potência da
lâmpada L1 diminuiu e a da lâmpada L3 aumentou.
Caso 4:
Considere duas lâmpadas de potências diferentes.
As características nominais das lâmpadas são: L1 (60 W,
120 V e 240 Ω) e L2 (30 W, 120 V e 480 Ω). As lâmpadas L1
e L2 são ligadas em série e conectadas à rede (V = 120 V).
Observe que, se qualquer uma das lâmpadas for desligada
do circuito, queimar ou quebrar, a corrente ficará impedida
de passar por ela (existe um único caminho para ela circular)
e nenhuma das lâmpadas acenderá.
Caso 3:
Veja um circuito simples, mas importante, de três
lâmpadas idênticas (RL = 1 000 Ω) associadas em circuito
misto e ligadas à rede elétrica de 120 V.
90
Coleção Estudo
O circuito é um divisor de tensão. Como R 2 = 2R 1,
temos que V2 = 2V1 ⇒ V1 = 40 V e V2 = 80 V. As potências
reais das lâmpadas podem ser calculadas por P = V2/R.
Assim, P1 = 402/240 ≅ 6,67 W e P2 = 802/480 ≅ 13,3 W.
Ou seja, a lâmpada de menor potência nominal está
dissipando a maior potência real (brilha mais).
Resistores no dia a dia
Dizemos que um resistor está em curto-circuito se as
suas extremidades estiverem no mesmo potencial elétrico.
Quando isso acontece, não há diferença de potencial (tensão)
entre tais pontos e, assim, não existe corrente passando
pelo resistor.
O curto-circuito é obtido conectando-se os terminais do
resistor (ou da associação de resistores) um ao outro ou
ligando-se um fio de resistência desprezível a tais pontos.
Vejamos um exemplo de cada situação.
Considere um circuito formado por um liquidificador, pelos
fios de ligação e pela tomada de energia da rede elétrica
de uma residência. A resistência do circuito é formada pela
soma das resistências do liquidificador (grande) e dos fios de
ligação (pequena) – os fios estão em série com o aparelho.
Nesse caso, a potência dissipada no circuito será P = V2/(RL + RF).
O CONSUMO DE ENERGIA
ELÉTRICA
Com certeza você tem acompanhado as notícias sobre os
problemas climáticos, sobre a possibilidade de redução da atividade
econômica por questões de dependência energética e sobre a
busca de fontes energéticas alternativas, economicamente viáveis
e ecologicamente corretas. Agora, mais do que nunca, existe a
necessidade urgente de se economizar energia em todas as suas
formas. E essa é uma atitude ao alcance de todos nós. Basta uma
mudança nos pequenos hábitos do nosso dia a dia, que não
afetarão, significativamente, nosso conforto e nossa segurança.
Veja, a seguir, algumas maneiras de contribuir para a
redução do consumo de energia.
1.
Tenha o costume de desligar todas as lâmpadas
e todos os aparelhos elétricos (TV, por exemplo)
quando sair de um ambiente. Há muita gente que
deixa as “paredes” assistirem à televisão.
2.
Quando sair de casa, desconecte da rede elétrica os
aparelhos que podem ser desligados.
3.
Evite sobrecarregar a geladeira, remova o gelo
do congelador semanalmente e abra a porta da
geladeira apenas quando for necessário, fechando-a
novamente o mais rápido possível (a geladeira é um
dos aparelhos que mais consomem energia em uma
residência).
4.
Procure reduzir o tempo do seu banho ou feche a
torneira enquanto estiver se ensaboando (o desperdício
de água também merece a nossa atenção).
120 V
Se os fios que alimentam o liquidificador fazem contato
um com o outro (por exemplo, se o plástico em volta dos
fios derreter), eles fecham um curto-circuito nesse ponto.
A corrente vai passar por um circuito mais “curto” – apenas
nos fios de ligação, conforme mostrado a seguir.
Tais atitudes exigem um compromisso diário para a sua
realização. Pode parecer pouco, mas, se todos fizerem sua parte,
os problemas energéticos do mundo podem ser minimizados.
Além das mudanças de hábito citadas anteriormente,
podemos tomar outras atitudes que contribuam para
a economia de energia e que não exigem ação diária.
Veja a seguir.
120 V
Nessa situação, a corrente elétrica e a potência dissipada
no circuito serão muito altas, pois a resistência do circuito
é apenas a dos fios. Dessa forma, pode acontecer de o
curto-circuito causar incêndio nos fios do liquidificador e
nos fios da rede elétrica da casa. Muito cuidado com isso!
Outra situação em que pode ocorrer um curto-circuito
está mostrada a seguir. Veja que as duas lâmpadas estão
associadas em série e conectadas à rede elétrica. Se os
terminais de uma das lâmpadas forem curto-circuitados por
um fio de resistência desprezível, essa lâmpada não vai ser
percorrida pela corrente elétrica e, dessa forma, apenas a
outra lâmpada vai permanecer acesa.
Lâmpada incandescente x
lâmpada fluorescente
A lâmpada incandescente comum, a mais utilizada pela
população na iluminação residencial e comercial, tem uma
eficiência energética muito pequena. O gráfico a seguir mostra,
de forma aproximada, o espectro de emissão de um corpo
aquecido, à temperatura de 3 000 K (temperatura média
do filamento da lâmpada incandescente em funcionamento
normal). Observe que apenas uma pequena parcela da energia
emitida pela lâmpada (cerca de 10% a 20%) é convertida em
luz visível, e o restante dessa energia é dissipada na forma de
calor radiante (infravermelho). Por esse motivo, a eficiência
energética da lâmpada incandescente é pequena.
I (10–5 W/m2.Hz)
Faixa do
espectro
visível
T = 3 000 K
0
2,0
4,0
6,0
f (1014 Hz)
Editora Bernoulli
91
FÍSICA
O CURTO-CIRCUITO
Frente D Módulo 08
Veja a figura seguinte, que mostra uma lâmpada
incandescente e uma lâmpada fluorescente compacta.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01.
A) Determinar a corrente que percorre o chuveiro e a sua
resistência nas condições atuais de funcionamento.
Vamos comparar as características de uma lâmpada
incandescente de 60 W com as características de uma
lâmpada fluorescente compacta de 15 W. Os valores técnicos
foram obtidos nas embalagens das lâmpadas citadas.
Incandescente
Fluorescente
Potência nominal
60 W
15 W
Eficiência luminosa
(quantidade de luz emitida)
778 lúmens
1 059 lúmens
Energia consumida
(6 horas/dia – 01 ano)
131 kWh
33 kWh
Custo anual médio
R$ 83,00
R$ 21,00
Expectativa média
de vida útil
06 meses
04 anos
Preço médio no mercado
R$ 2,00
B) O eletricista troca o resistor do chuveiro e o instala
em 240 V. Determinar, nesse caso, a nova resistência
do chuveiro e a corrente que o percorre, de modo
que, quando na posição inverno, ele continue com a
potência de 4 800 W.
C) Explicar por que as lâmpadas do escritório podem
não mais alterar a intensidade luminosa quando o
chuveiro for ligado nessa nova situação.
Resolução:
A) A corrente elétrica e a resistência do chuveiro, nas
condições atuais de funcionamento, são dadas por:
I = P/V ⇒ I = 4 800/120 = 40 A
R = V/I = 120/40 = 3,0 Ω
B) A resistência do chuveiro e a corrente elétrica, na nova
situação, são:
R$ 8,00
R = V2/P ⇒ R = 2402/4 800 = 12 Ω
Veja que a lâmpada fluorescente custa, em média, quatro
vezes mais. Porém, ilumina 36% a mais que a lâmpada
incandescente, possui uma vida útil, em média, oito vezes
maior e o seu custo energético anual é, aproximadamente,
quatro vezes menor. Diante do exposto, cabe a você decidir
pela troca das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes.
O planeta agradece o seu ato de sensatez!
Um alerta importante: compre lâmpadas de fabricantes
confiáveis. Uma pequena economia, com produtos de
procedência duvidosa, não compensa o risco à sua saúde.
Chuveiro de 127 V x 220 V
(ou 220 V x 380 V)
Conforme vimos no estudo sobre corrente elétrica, a rede
elétrica residencial apresenta tensões de 127 V (fase-neutro)
e 220 V (fase-fase). Em algumas cidades, tais valores são,
respectivamente, 220 V e 380 V. Em estudos anteriores,
vimos, também, que os fios de ligação, na realidade,
possuem uma pequena resistência. Assim, se a corrente que
os percorre é alta, eles aquecem muito (consumo de energia
desnecessário e perigoso) e provocam uma queda de tensão
significativa na própria fiação. Dessa maneira, uma forma de
minimizar a energia desperdiçada seria trocar o resistor do
chuveiro por um de maior resistência e aumentar a tensão
de alimentação do chuveiro para 220 V (ou 380 V, conforme
a cidade). Veja o exercício resolvido a seguir.
92
Coleção Estudo
Renata possui em sua residência um chuveiro de 4 800 W,
com a chave seletora na posição inverno. Todos os
aparelhos elétricos em sua casa apresentam tensão
nominal de 120 V. Ela dispõe de tensões de alimentação de
120 V (fase-neutro) e de 240 V (fase-fase). Sempre que
o chuveiro é ligado, as lâmpadas do escritório, ligadas no
mesmo circuito que o chuveiro, diminuem a intensidade
luminosa emitida. Para resolver o problema, ela foi
aconselhada a mudar a instalação do chuveiro para 240 V.
I = V/R ⇒ I = 240/12 = 20 A
C) O valor da corrente que percorre o chuveiro foi
reduzido à metade. Assim, a queda de tensão na
fiação da casa diminuiu, o que permite maior tensão
de alimentação para as lâmpadas, fazendo com que
estas não mais alterem sua intensidade luminosa e
evitando o desperdício de energia.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
(UFMG–2006) Aninha ligou três lâmpadas idênticas à rede
elétrica de sua casa, como mostrado nesta figura:
127
V
P
Q
Seja VP a diferença de potencial e i P a corrente na
lâmpada P. Na lâmpada Q, essas grandezas são,
respectivamente, VQ e iQ.
Considerando-se essas informações, é CORRETO
afirmar que
A) VP < VQ e iP > iQ.
C) VP < VQ e iP = iQ.
B) VP > VQ e iP > iQ.
D) VP > VQ e iP = iQ.
Resistores no dia a dia
(UFG) Considere um chuveiro cuja chave seletora de
temperatura alterna-se entre as posições “Inverno”
(água quente) e “Verão” (água morna). A corrente máxima
nesse chuveiro é 20 A, e a diferença de potencial (d.d.p.)
da rede elétrica local é 220 V. Assim, marque (V) para as
afirmativas VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
(UFC) Três lâmpadas, L1, L2 e L3, são alimentadas por
uma bateria ideal V, conforme mostra a figura. As três
lâmpadas estão acesas. Quando a chave S é fechada,
o resultado esperado está indicado na opção:
L1
(
) Com o chuveiro em funcionamento, a potência máxima
dissipada é 4 400 W.
(
) Com a chave na posição “Inverno”, para um banho
quente de 15 minutos, o consumo de energia elétrica
é 1,1 kWh.
(
) Se a d.d.p. da rede elétrica for reduzida à metade,
mantendo-se constante a vazão de água que sai do
chuveiro, a variação de temperatura da água diminuirá
na mesma proporção.
C) L1 permanece acesa, mas L2 e L3 se apagam.
) O valor da resistência elétrica é menor com a chave
na posição “Verão”.
E) As três lâmpadas se apagam.
(
03.
05.
(UFMG) A figura ilustra a forma como três lâmpadas estão
ligadas a uma tomada. A corrente elétrica no ponto A do
fio é iA, e no ponto B é iB.
L2
A) L1, L2 e L3 permanecem acesas.
B) L1 e L2 permanecem acesas.
D) L1 e L3 se apagam, mas L2 permanece acesa.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
L1
L2
A
L3
S
V
L3
B
(UFF-RJ) A figura a seguir mostra o esquema elétrico de um
dos circuitos da cozinha de uma casa, no qual está ligada
uma geladeira, de potência especificada na própria figura.
Em cada uma das tomadas I e II, pode ser ligado apenas
um eletrodoméstico de cada vez. Os eletrodomésticos que
podem ser usados são: um micro-ondas (120 V – 900 W),
um liquidificador (120 V – 200 W), uma cafeteira
(120 V – 600 W) e uma torradeira (120 V – 850 W).
Em um determinado instante, a lâmpada L2 se queima.
Pode-se afirmar que
Geladeira
120 W
A) a corrente iA se altera, e iB não se altera.
B) a corrente iA não se altera, e iB se altera.
I
II
C) as duas correntes se alteram.
D) as duas correntes não se alteram.
04.
Quanto maior a corrente elétrica suportada por um fio,
maior é seu preço. O fio, que representa a escolha mais
econômica possível para esse circuito, deverá suportar,
entre as opções a seguir, uma corrente de
(UFRRJ) Numa residência, são utilizados, eventualmente,
diversos aparelhos elétricos cujas potências estão
indicadas no quadro a seguir:
Dispositivo
Potência (W)
Bomba-d’água
950
Geladeira
350
20 lâmpadas
60 (cada)
Televisão
150
Chuveiro
3 000
Ferro de passar
1 100
A residência é alimentada com uma diferença de potencial
de 220 V e está instalado um fusível de 25 A. O fusível se
queimará se forem utilizados, simultaneamente,
02.
A) 5 A.
C) 15 A.
B) 10 A.
D) 20 A.
E) 25 A.
(UFMG) O circuito da rede elétrica de uma cozinha está
representado, esquematicamente, nesta figura:
L
127 V
L
G
P
F
Q
D) bomba-d’água, 20 lâmpadas de 60 W, chuveiro e ferro
de passar.
Nessa cozinha, há duas lâmpadas L, uma geladeira G e um
forno elétrico F. Considere que a diferença de potencial na
rede elétrica é constante. Inicialmente, apenas as lâmpadas
e o forno estão em funcionamento. Nessa situação,
as correntes elétricas nos pontos P e Q, indicados na
figura, são, respectivamente, iP e iQ. Em um certo instante,
a geladeira entra em funcionamento. Considerando-se
essa nova situação, é CORRETO afirmar que
E) 20 lâmpadas de 60 W, televisão, chuveiro e ferro de
passar.
A) iP e iQ se alteram.
C) iP e iQ não se alteram.
B) apenas iP se altera.
D) apenas iQ se altera.
A) bomba-d’água, 20 lâmpadas de 60 W, televisão e
ferro de passar.
B) bomba-d’água, geladeira, chuveiro e ferro de passar.
C) geladeira, 20 lâmpadas de 60 W, televisão e chuveiro.
Editora Bernoulli
93
FÍSICA
02.
Frente D Módulo 08
03.
A) A corrente total no circuito diminui, fazendo com que
a diferença de potencial (d.d.p.) aplicada às lâmpadas
diminua e, portanto, a corrente através delas seja
menor.
(FCMMG) A seguir, são listados quatro dispositivos
residenciais acompanhados de suas especificações
elétricas:
I.
Lâmpada de 200 W – 127 V;
B) Embora a diferença de potencial (d.d.p.) nas lâmpadas
permaneça a mesma, a corrente total no circuito
diminui, diminuindo assim a corrente nas lâmpadas.
II. Geladeira de 400 W – 127 V;
III. Ebulidor de 1 000 W – 127 V;
C) A corrente total no circuito permanece a mesma,
mas como a maior parte dela passa através do
chuveiro, sobra menos corrente para as lâmpadas.
IV. Chuveiro de 5 000 W – 127 V.
Qual(is) dos dispositivos relacionados pode(m) ser
instalado(s) em uma residência, sem riscos de provocar
incêndio, se os fios usados suportam uma corrente
máxima de 5 A?
D) A corrente total no circuito aumenta, aumentando
assim a resistência das lâmpadas, o que diminui a
corrente através delas.
A) Apenas I
E) A corrente total no circuito aumenta, causando maior
queda de potencial através de r e diminuindo assim
a diferença de potencial (d.d.p.) e a corrente nas
lâmpadas.
B) Apenas I e II
C) Apenas I, II e III
D) Todos
04.
(UDESC–2008) Em Santa Catarina, as residências
recebem energia elétrica da distribuidora Centrais
Elétricas de Santa Catarina S. A. (CELESC), com tensão
de 220 V, geralmente por meio de dois fios que vêm da
rede externa. Isso significa que as tomadas elétricas, nas
residências, têm uma diferença de potencial de 220 V.
Considere que as lâmpadas e os eletrodomésticos
comportam-se como resistências. Pode-se afirmar que,
em uma residência, a associação de resistências e a
corrente elétrica são, respectivamente,
06.
I.
III. Tanto na posição “Verão” quanto na posição “Inverno”,
a temperatura do banho depende da vazão da água.
B) em série; dependente do valor de cada resistência.
IV. A posição da chave altera a temperatura do banho,
pois permite variar a diferença de potencial aplicada
à resistência do chuveiro.
C) mista (em paralelo e em série); dependente do valor
de cada resistência.
Assinale a opção que apresenta as afirmativas
VERDADEIRAS.
D) em paralelo; independente do valor de cada
resistência.
E) em paralelo; dependente do valor de cada resistência.
(UFF-RJ–2008) Em residências antigas, era comum que
todos os eletrodomésticos fossem ligados a um único
circuito elétrico, em geral, montado com fios de ligação
finos. Um modelo desse tipo de circuito está esquematizado
na figura a seguir, em que r representa a resistência
total dos fios de ligação. Ao ligar eletrodomésticos com
resistência baixa, como chuveiros elétricos, percebia-se uma
diminuição no brilho das lâmpadas. Marque a alternativa
que justifica tal diminuição no brilho das lâmpadas.
Chuveiro
Lâmpada
Lâmpada
Ao mudar a posição da chave para “Verão”,
a temperatura do banho é menor, pois nessa posição
a resistência elétrica é menor.
II. Na posição “Inverno”, o banho é mais quente, pois
nesse aquecimento, de acordo com o efeito Joule,
quanto menor a resistência, maior será a dissipação
de energia.
A) em série; igual em todas as resistências.
05.
(UNIPAC-MG) Um chuveiro, geralmente, tem uma chave
para ajustar a temperatura do banho conforme a estação
do ano. Sobre esse tipo de chuveiro, afirma-se:
07.
A) I e II
C) II e III
B) I e III
D) II e IV
(EFOA-MG) O circuito elétrico de um chuveiro comum
consiste de duas resistências (R1 e R2) e uma chave (S),
ligadas a uma fonte de tensão (V). A posição da chave S
pode ser ajustada em uma das três situações ilustradas
a seguir, a fim de permitir, em cada caso, uma diferente
temperatura da água do banho.
R1
R2 R1
R2 R1
S
V
Situação I
S
V
Situação II
B) morno, quente e frio.
C) quente, frio e morno.
D) quente, morno e frio.
E) morno, frio e quente.
94
Coleção Estudo
R2
S
V
Situação III
Os banhos correspondentes às situações I, II e III são,
respectivamente,
A) frio, quente e morno.
r
E) III e IV
Resistores no dia a dia
08.
(UFMG) Na sala da casa de Marcos, havia duas lâmpadas
que eram ligadas / desligadas por meio de um único
interruptor. Visando a economizar energia elétrica, Marcos
decidiu instalar um interruptor individual para cada
lâmpada. Assinale a alternativa em que está representada
uma maneira CORRETA de se ligarem os interruptores
e as lâmpadas, de modo que cada interruptor acenda e
apague uma única lâmpada.
B) 127 V
A) 127 V
11.
(PUC RS–2006) Um eletricista tem uma tarefa
para resolver: precisa instalar três lâmpadas, cujas
especificações são 60 W e 110 V, em uma residência
onde a tensão é 220 V. A figura a seguir representa os
três esquemas considerados por ele.
D)) 127 V
C) 127 V
220 V
Esquema 1
220 V
220 V
Esquema 2
Esquema 3
Analisando os elementos da figura, é CORRETO concluir
que, no esquema
A) 1, todas as lâmpadas queimarão.
(UFMG–2010) Um professor pediu a seus alunos que
ligassem uma lâmpada a uma pilha com um pedaço
de fio de cobre. Nestas figuras, estão representadas as
montagens feitas por quatro estudantes:
–
–
+
Carlos
–
–
Mateus
C) 3, todas as lâmpadas terão seu brilho diminuído.
D) 1, só uma das lâmpadas queimará, e as outras não
acenderão.
+
João
+
B) 2, duas lâmpadas queimarão, e a outra terá seu brilho
diminuído.
E) 2, duas lâmpadas exibirão brilho normal.
12.
+
(UFMG–2007) Em uma experiência, Nara conecta
lâmpadas idênticas a uma bateria de três maneiras
diferentes, como representado nestas figuras:
Bateria
Bateria
Bateria
z
y
S
Pedro
Considerando-se essas quatro ligações, é CORRETO
afirmar que a lâmpada vai acender apenas
A) na montagem de Mateus.
B) na montagem de Pedro.
Considere que, nas três situações, a diferença de
potencial entre os terminais da bateria é a mesma,
e os fios de ligação têm resistência nula. Sejam PQ,
PR e PS os brilhos correspondentes, respectivamente,
às lâmpadas Q, R e S. Com base nessas informações,
é CORRETO afirmar que
C) nas montagens de João e Pedro.
D) nas montagens de Carlos, João e Pedro.
10.
(FUVEST-SP) Quatro lâmpadas idênticas L, de 110 V,
devem ser ligadas a uma fonte de 220 V a fim de produzir,
sem queimar, a maior claridade possível. Qual a ligação
MAIS adequada?
A)
13.
L
L
L
L
A) PQ > PR e PR = PS.
C) PQ > PR e PR > PS.
B) PQ = PR e PR > PS.
D) PQ < PR e PR = PS.
(UFMS–2006) As quatro lâmpadas idênticas, representadas
na figura, acendem quando os extremos A e B do circuito
são ligados a uma fonte de tensão constante. Queimada
a lâmpada 3, é CORRETO afirmar:
2
B)
L
L
L
L
4
1
B
A
3
C)
L
L
A) As lâmpadas 1, 2 e 4 tornam-se mais brilhantes.
L
L
B) As lâmpadas 1, 2 e 4 permanecem com o mesmo
brilho.
D)
C) As lâmpadas ficam com brilhos desiguais, sendo que a 1
é a mais brilhante.
L
L
D) As lâmpadas 1 e 4 irão brilhar menos, e a lâmpada 2
irá brilhar mais do que quando a lâmpada 3 não está
queimada.
L
L
E)
L
L
L
L
E) Ficam com intensidades desiguais, sendo que a 1 torna-se
mais brilhante do que quando a lâmpada 3 não está
queimada.
Editora Bernoulli
95
FÍSICA
09.
Frente D Módulo 08
14.
A)
(UFMG) Três lâmpadas A, B e C estão ligadas a uma
bateria de resistência interna desprezível. Ao se “queimar”
a lâmpada A, as lâmpadas B e C permanecem acesas
com o mesmo brilho de antes. A alternativa que indica o
circuito em que isso poderia acontecer é
A
A)
B)
C
B
B
B)
A
C)
C
A
C)
B
C
A
D)
D)
B
C
E)
15.
A
B
C
17.
(PUC Rio) Considere duas situações. Na situação A,
uma lâmpada é conectada a uma bateria, e, na situação B,
duas lâmpadas iguais são conectadas em série à mesma bateria.
Comparando-se as duas situações, na situação B, a bateria provê
(UFMG) Duas lâmpadas – L60 e L100 – são ligadas a uma
tomada, como representado na figura. A lâmpada L60 é de
60 W e a L100 é de 100 W. Sejam V60 a diferença de potencial
e I60 a corrente elétrica na lâmpada L60. Na lâmpada
L100, esses valores são, respectivamente, V100 e I100.
Considerando-se essa situação, é CORRETO afirmar que
L60
A
B
A) a mesma luminosidade.
B) maior corrente.
18.
C) menor corrente.
D) maior luminosidade.
E) menor voltagem.
16.
L100
(UFMG–2006) Uma menina, ao brincar com fios de cobre,
lâmpadas de lanterna e uma pilha, observou que poderia
acender uma das lâmpadas ligando-a à pilha, como no desenho
a seguir. Ela, então, ligou três lâmpadas à pilha de tal modo
que obteve máxima iluminação. Sabe-se que, quanto maior for
a corrente elétrica que passa por uma lâmpada, maior será a
quantidade de luz emitida a cada segundo, ou seja, maior será
a sua iluminação. Assinale a alternativa em que se encontra
representada a ligação que poderia ter sido feita pela menina.
Lâmpada
de lanterna
Fio de
cobre
A) V60 < V100 e I60 < I100.
C) V60 = V100 e I60 < I100.
B) V60 < V100 e I60 = I100.
D) V60 = V100 e I60 > I100.
(UFPel-RS–2006) Considere que L1 e L2 são duas lâmpadas
iguais que inicialmente apresentam o mesmo brilho.
Quando a lâmina bimetálica aquece e enverga, fecha-se
o circuito. Quando o circuito é fechado, é CORRETO
afirmar que
V
L1
L2
AB
A) a lâmpada L1 aumenta seu brilho, enquanto a lâmpada
L2 não acende.
B) as lâmpadas L1 e L2 diminuem o brilho.
C) a lâmpada L1 não acende, e a L2 aumenta o brilho.
Pilha
96
Coleção Estudo
D) as lâmpadas L1 e L2 aumentam o brilho.
E) as lâmpadas L1 e L2 permanecem com o mesmo brilho.
Resistores no dia a dia
01.
03.
(Enem–2010) Observe a tabela seguinte. Ela traz
especificações técnicas constantes no manual de instruções
fornecido pelo fabricante de uma torneira elétrica.
Modelo
Torneira
127
Tensão nominal (volts)
Frio
Potência
nominal
(watts)
220
Desligado
Morno
2 800
3 200
2 800
3 200
Quente
4 500
5 500
4 500
5 500
Corrente nominal (Ampères)
35,4
43,3
20,4
25,0
4 mm
Tensão
da rede
elétrica
6 mm
6 mm2
60 W – 127 V
127 V
60
750
1 000
25
30
60 W – 120 V
127 V
65
920
452
Fiação mínima (Até 30 m)
6 mm
10 mm
4 mm
Fiação mínima (Acima 30 m)
10 mm
16 mm
Disjuntor (ampères)
40
50
2
2
A tabela a seguir apresenta algumas características de
duas lâmpadas de 60 W, projetadas, respectivamente, para
127 V (antiga) e 120 V (nova), quando ambas encontram-se
ligadas numa rede de 127 V.
Lâmpada
(projeto
original)
2
2
2
2
2
Disponível em: <http://www.cardal.com.br/manualprod/Manuais/
Considerando que o modelo de maior potência da
versão 220 V da torneira suprema foi inadvertidamente
conectado a uma rede com tensão nominal de 127 V,
e que o aparelho está configurado para trabalhar em sua
máxima potência, qual o valor aproximado da potência
ao ligar a torneira?
A) 1 830 W
D) 4 030 W
B) 2 800 W
E) 5 500 W
Potência Luminosidade
medida
medida
(watt)
(lúmens)
Vida útil
média
(horas)
Acender uma lâmpada de 60 W e 120 V em um local
onde a tensão na tomada é de 127 V, comparativamente
a uma lâmpada de 60 W e 127 V no mesmo local, tem
como resultado
Torneira%20Suprema/-Manual_Torneira_Suprema_roo.pdf>.
02.
(Enem–1999) Lâmpadas incandescentes são normalmente
projetadas para trabalhar com a tensão da rede elétrica
em que serão ligadas. Em 1997, contudo, lâmpadas
projetadas para funcionar com 127 V foram retiradas
do mercado e, em seu lugar, colocaram-se lâmpadas
concebidas para uma tensão de 120 V. Segundo dados
recentes, essa substituição representou uma mudança
significativa no consumo de energia elétrica para cerca
de 80 milhões de brasileiros que residem nas regiões em
que a tensão da rede é de 127 V.
A) mesma potência, maior intensidade de luz e maior
durabilidade.
B) mesma potência, maior intensidade de luz e menor
durabilidade.
C) maior potência, maior intensidade de luz e maior
durabilidade.
C) 3 200 W
D) maior potência, maior intensidade de luz e menor
durabilidade.
(Enem–2002) Entre as inúmeras recomendações dadas
para a economia de energia elétrica em uma residência,
destacamos as seguintes:
E) menor potência, menor intensidade de luz e menor
durabilidade.
●
Substitua lâmpadas incandescentes por fluorescentes
compactas.
●
Evite usar o chuveiro elétrico com a chave na posição
‘‘inverno’’ ou ‘‘quente’’.
●
Acumule uma quantidade de roupa para ser passada
a ferro elétrico de uma só vez.
●
Evite o uso de tomadas múltiplas para ligar vários
aparelhos simultaneamente.
●
Utilize, na instalação elétrica, fios de diâmetros
recomendados às suas finalidades.
A característica comum a todas essas recomendações é a
proposta de economizar energia através da tentativa de,
no dia a dia, reduzir
A) a potência dos aparelhos e dispositivos elétricos.
Instrução: Gráfico para as questões
04 e 05
A distribuição média, por tipo de equipamento, do
consumo de energia elétrica nas residências no Brasil é
apresentada no gráfico a seguir.
Máquina de Outros
lavar
5%
TV
5%
10%
Chuveiro
25%
Ferro
Elétrico
5%
Lâmpadas
incandescentes
20%
04.
Geladeira
30%
(Enem–2001) Em associação com os dados do gráfico,
considere as variáveis:
B) o tempo de utilização dos aparelhos e dispositivos.
I.
C) o consumo de energia elétrica convertida em energia
térmica.
II. Horas de funcionamento.
D) o consumo de energia térmica convertida em energia
elétrica.
O valor das frações percentuais do consumo de energia
depende de
E) o consumo de energia elétrica através de correntes
de fuga.
A) I, apenas.
C) I e II, apenas.
B) II, apenas.
D) II e III, apenas.
Potência do equipamento.
III. Número de equipamentos.
E) I, II e III.
Editora Bernoulli
97
FÍSICA
SEÇÃO ENEM
Frente D Módulo 08
05.
(Enem–2001) Como medida de economia, em uma
residência com 4 moradores, o consumo mensal médio
de energia elétrica foi reduzido para 300 kWh. Se essa
residência obedece à distribuição dada no gráfico, e se
nela há um único chuveiro de 5 000 W, pode-se concluir
que o banho diário de cada morador passou a ter uma
duração média, em minutos, de
A) 2,5.
B) 5,0.
C) 7,5.
O superaquecimento da fiação, devido a esse aumento
da corrente elétrica, pode ocasionar incêndios, que
seriam evitados instalando-se fusíveis e disjuntores que
interrompem essa corrente, quando a mesma atinge um
valor acima do especificado nesses dispositivos de proteção.
Suponha que um chuveiro instalado em uma rede elétrica
de 110 V, em uma residência, possua três posições de
regulagem da temperatura da água. Na posição verão,
utiliza 2 100 W, na posição primavera, 2 400 W, e na
posição inverno, 3 200 W.
GREF. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 1993
(Adaptação).
D) 10,0.
E) 12,0.
Deseja-se que o chuveiro funcione em qualquer uma das
06.
(Enem–2009) Considere a seguinte situação hipotética:
ao preparar o palco para a apresentação de uma peça de
teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes
que tinham igual brilho, e os demais, sob luzes de menor
brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos,
que instalassem no palco oito lâmpadas incandescentes
com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um
circuito com uma bateria, conforme mostra a figura.
L1
L4
L2
L7
haja riscos de incêndio. Qual deve ser o valor mínimo
adequado do disjuntor a ser utilizado?
A) 40 A
B) 30 A
C) 25 A
D) 23 A
E) 20 A
L5
E
L8
L3
três posições de regulagem da temperatura, sem que
L6
GABARITO
Fixação
Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem
com o mesmo brilho por apresentarem igual valor de
corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar
os três atores?
01. B
A) L1, L2 e L3
04. D
B) L2, L3 e L4
05. C
02. V V F F
03. A
C) L2, L5 e L7
D) L4, L5 e L6
E) L4, L7 e L8
07.
(Enem–2010) Quando ocorre um curto-circuito em uma
instalação elétrica, como na figura, a resistência elétrica
total do circuito diminui muito, estabelecendo nele uma
corrente muito elevada.
Propostos
01. D
05. E
09. C
13. D
17. C
02. B
06. C
10. C
14. C
18. A
03. B
07. C
11. E
15. C
04. E
08. B
12. B
16. C
Seção Enem
01. A
02. C
03. D
04. E
05. C
06. B
07. B
98
Coleção Estudo
FÍSICA
MÓDULO
09 D
Instrumentos de medidas
elétricas
Até aqui, estudamos a tensão, a corrente e a resistência
elétrica. Aprendemos alguns princípios e relações entre essas
grandezas e os usamos para resolver muitos problemas de
circuitos elétricos. Agora, vamos tratar especificamente da
medição dessas três grandezas elétricas. As medições de
corrente, tensão e resistência elétrica são realizadas por
meio de instrumentos de medidas elétricas denominados
de amperímetro, voltímetro e ohmímetro, respectivamente.
Iniciaremos este módulo discutindo os procedimentos
básicos para realizar medições de corrente e tensão
elétrica por meio de amperímetros e voltímetros. Depois,
veremos os procedimentos para medir a resistência por
meio de ohmímetros. Veremos ainda que a determinação
da resistência pode ser feita indiretamente, por meio de
medições simultâneas de corrente e de tensão, utilizando
amperímetros e voltímetros, respectivamente. Na parte
final do módulo, analisaremos um importante circuito usado
em medições elétricas de precisão, a ponte de Wheatstone.
a corrente através da lâmpada seria I = 1,20 A (valor dado
por I = VAB/RL). No caso ideal, o amperímetro não possui
resistência interna. Assim, a sua presença não afetaria a
resistência equivalente do circuito, de forma que a sua leitura
seria exatamente igual a 1,20 A. No caso real, contudo,
o amperímetro apresenta uma pequena resistência interna.
Se esse valor for RA = 0,10 Ω, a resistência equivalente
do circuito será igual a 10,1 Ω, e a corrente será reduzida
a 1,19 A. Esse é o valor que o amperímetro registrará.
Como a resistência do amperímetro é muito menor que
a resistência da lâmpada (0,10 Ω é 100 vezes menor que
10,0 Ω), a corrente registrada no aparelho é praticamente
igual ao valor da corrente no circuito original (sem a presença
do amperímetro). Nesse caso, o erro é menor que 1%.
Amperímetro
A
A
Fonte de tensão
MEDIÇÃO DA CORRENTE
ELÉTRICA
Para medir a corrente que passa por um elemento de um
circuito elétrico (um resistor, por exemplo), basta inserir
um amperímetro em série com esse elemento, de forma
que ambos sejam percorridos pela mesma corrente
elétrica. Como o amperímetro possui certa resistência
elétrica, a resistência equivalente do circuito aumenta um
pouco, e a corrente torna-se um pouco menor quando esse
instrumento é inserido no circuito. Idealmente, a resistência
do amperímetro deveria ser ínfima, de modo a provocar
uma redução insignificante no valor da corrente a ser
medida. Todavia, desde que a resistência do amperímetro
seja pequena comparada à resistência do elemento,
a leitura de corrente indicada pelo instrumento será muito
próxima do valor real. A seguir, apresentamos um exemplo
para ilustrar isso.
Considere a figura 1, que mostra um circuito elétrico
constituído por uma fonte de tensão VAB = 12,0 V, uma
lâmpada de resistência elétrica RL = 10,0 Ω e um amperímetro.
Observe que o amperímetro está ligado em série com a
lâmpada. Sem a presença do amperímetro no circuito,
FRENTE
Lâmpada
B
Figura 1: Montagem para medição da corrente elétrica.
MEDIÇÃO DA TENSÃO ELÉTRICA
Considere um circuito com dois resistores, ambos de
resistência R, ligados em série e alimentados por uma fonte
de tensão VAB = 12 V. Obviamente, como as resistências são
iguais, as tensões nos resistores também são iguais, cada uma
valendo 6 V. Podemos medir a tensão elétrica em um dos
resistores, inserindo um voltímetro em paralelo com ele, como
mostra a figura 2, de forma que a tensão no voltímetro seja
igual à tensão nesse resistor. Porém, como o voltímetro é
ligado em paralelo, a sua presença reduz a resistência entre os
pontos C e B, provocando um aumento da corrente no circuito.
O resultado é que a tensão VAC no outro resistor torna-se um
pouco maior que 6 V, enquanto a tensão VCB fica um pouco
inferior a 6 V. Para que o efeito da medição de voltagem sobre
um circuito seja minimizado, o voltímetro deve possuir uma
resistência muito grande, bem maior que a resistência do
resistor ao qual o voltímetro é ligado em paralelo, de modo
que a resistência equivalente, praticamente, não seja alterada
com a presença do instrumento.
Editora Bernoulli
99
Frente D Módulo 09
A
C
R
Bateria
de
12 V
.
V
R
kΩ
Ω A V
Voltímetro
B
A
VΩ COM
Figura 2: Montagem para medição da tensão elétrica.
Agora, vamos considerar os seguintes valores para ilustrar
a discussão do parágrafo anterior: a resistência de cada
resistor é R = 100 Ω, e a resistência interna do voltímetro
é RV = 900 Ω. Sem a presença do voltímetro, a resistência
equivalente do circuito vale 200 Ω, e a corrente elétrica no
circuito é igual a 0,060 A (valor dado por I = 12/200). Com a
introdução do voltímetro no circuito, a resistência do trecho CB
diminui para o seguinte valor:
{
CB
.
{ {
=
{
V
+ {V
=
100.900
100 + 900
= 90 Ω
Assim, a resistência equivalente do circuito diminui para
Resistor
Figura 3: Medição da resistência elétrica.
A resistência de um resistor pode ser obtida indiretamente,
ligando-o a uma bateria e medindo-se a tensão V e a corrente I
no resistor. A razão R = V/I nos fornece o valor dessa
resistência. Nesse caso, um amperímetro e um voltímetro são
necessários para registrar os valores da tensão e da corrente.
O exercício resolvido 01 apresenta uma discussão interessante
sobre essa metodologia de medição da resistência elétrica.
RE = 190 Ω, enquanto a corrente no circuito torna-se maior
EXERCÍCIO RESOLVIDO
e igual a:
I=
VAB
RE
=
12
190
= 0, 063 A
Finalmente, multiplicando essa corrente pelas resistências
dos trechos AC e CB, obtemos as tensões elétricas
correspondentes:
VCB = 90.0,063 = 5,7 V
e
VAC = 100.0,063 = 6,3 V
Observe que a introdução do voltímetro no circuito alterou
a distribuição de tensões nos resistores (antes, a tensão em
cada resistor era 6 V). Como o voltímetro registra um valor
igual a 5,7 V, existe um erro de 5% nessa medição. Para
reduzir o erro, um voltímetro de melhor qualidade (de maior
resistência interna) deve ser usado.
PARA REFLETIR
Por que os amperímetros, em geral, possuem
um fusível interno para proteger o circuito interno,
mas os voltímetros não?
MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA
ELÉTRICA
Podemos medir a resistência elétrica de um resistor
ligando-o diretamente aos terminais de um ohmímetro.
A figura 3 ilustra a medição da resistência elétrica de um
resistor de resistência nominal igual a 2,0 kΩ, por meio dessa
técnica. Observe que, para realizar a medição, o resistor
deve estar isolado, isto é, desconectado do seu circuito
elétrico de origem.
100
Coleção Estudo
01.
Considere que o resistor da figura 3 seja ligado conforme
o circuito mostrado esquematicamente na figura a seguir.
A resistência do voltímetro é R V = 40 kΩ e a do
amperímetro é RA = 2 Ω. Em relação à medição direta
mostrada na figura 3, calcular o erro cometido se a
resistência R do resistor for calculada pelo quociente entre
a leitura do voltímetro e a do amperímetro.
V RV
R
+
–
12 V
A
|
A
Resolução:
Nesse circuito, o voltímetro mede a tensão no resistor.
Porém, o amperímetro não mede a corrente no resistor,
mas a soma da corrente que passa pelo resistor com a
corrente que passa pelo voltímetro. Podemos calcular
a corrente e a tensão no resistor a partir dos valores
numéricos fornecidos no problema. Para isso, primeiro
devemos calcular a resistência equivalente do circuito.
A resistência equivalente do resistor e do voltímetro é:
R'E =
R .R V
R + RV
=
2.40
2 + 40
= 1, 905 kΩ = 1 905 Ω
E a resistência equivalente do circuito é:
RE = RA + R’E = 2 + 1 905 = 1 907 Ω
Então, a corrente total (registrada no amperímetro) é:
I =
V}~
R
=
12
1 907
= 0, 00629 A
Instrumentos de medidas elétricas
Com o valor dessa corrente, podemos calcular a tensão
elétrica entre os terminais do amperímetro:
VA = RA.I = 2.0,00629 = 0,0126 V
Portanto, a tensão entre os terminais do resistor e do
voltímetro (registrada por esse instrumento) é:
V ’ = Vbat – VA = 12 – 0,0126 = 11,987 V
Assim, nesse circuito, o voltímetro marca uma tensão
de 11,987 V, e o amperímetro marca uma corrente
de 0,00629 A. Como o quociente entre esses valores
representa a resistência do resistor, temos:
R=
V'
I
=
11, 987
0, 00629
= 1 906 Ω = 1, 906 kΩ
Esse valor difere em, aproximadamente, 5% do valor
R = 2 kΩ, o que é um erro significativo.
A PONTE DE WHEATSTONE
Uma ponte de Wheatstone é um circuito elétrico
constituído por uma rede de quatro resistores, três de
valores fixos (R 1, R 2 e R 3) e um quarto variável R v,
ligados entre si, como mostra a figura 4. O circuito é
alimentado por uma fonte de tensão VAB, e um galvanômetro
detecta a corrente entre os pontos M e N. A resistência Rv
pode ser ajustada de modo que os potenciais elétricos
dos pontos M e N sejam exatamente iguais. Quando esse
equilíbrio é atingido, o galvanômetro não indica passagem
de corrente (IG = 0). Um amperímetro pode ser usado para
achar o equilíbrio da ponte, mas a sua sensibilidade é menor
que a do galvanômetro. O uso do galvanômetro, todavia,
deve ser feito com a ponte próxima ao equilíbrio, pois uma
corrente acima do fundo de escala (que é muito baixo) pode
danificar o aparelho.
M I
2
I1
Comentário:
R1
R2
IG
O erro obtido era esperado, pois a resistência do
A
significativamente o valor da corrente no circuito. A figura
seguinte mostra uma montagem mais adequada para se
I
Iv IG I
3
Rv
obter a resistência do resistor. Agora, o amperímetro é
no amperímetro. Como a resistência do amperímetro é
1 000 vezes menor que a resistência R, a queda de tensão
causada por esse instrumento é muito pequena. Assim,
a leitura do voltímetro é praticamente igual à própria
tensão no resistor. Faça os cálculos como anteriormente
e mostre que R, nesse caso, vale 2,00 kΩ, apresentando
um erro de apenas 0,1%.
12 V
+
–
A
RA
Note que essa montagem levou a um valor de resistência
maior que o real, enquanto a primeira montagem forneceu
um valor de resistência menor que o real. Mesmo para
outros valores numéricos, isso sempre ocorre.
Como comentário final, é importante destacar que essa
técnica de medição da resistência pode, em certos casos,
implicar um aquecimento do resistor (por exemplo,
se o resistor for uma lâmpada incandescente). Nesses
casos, o quociente entre a tensão e a corrente
poderá diferir bastante da resistência obtida a frio
em um ohmímetro, pois a resistência depende da
temperatura. Em funcionamento normal, uma lâmpada de
120 V / 40 W apresenta uma resistência de 360 Ω.
A frio, a resistência não passa de 30 Ω.
R3
–
Figura 4: Ponte de Wheatstone.
Observe que, nessa figura, a ponte não está equilibrada.
O potencial do ponto M é maior que o potencial do ponto N
(VM > VN), pois a corrente IG é voltada para baixo. Para a
ponte equilibrada, I G vale zero. Consequentemente,
as correntes I1 e I2 são iguais, o mesmo ocorrendo com as
correntes Iv e I3. Além disso, outra igualdade importante
para a ponte equilibrada é a seguinte:
R1.R3 = Rv.R2
V RV
R
N
+
que mede a corrente no resistor, enquanto o voltímetro
mede a soma da voltagem no resistor com a voltagem
B
G
Por isso, o voltímetro em paralelo com o resistor altera
FÍSICA
voltímetro é apenas 20 vezes maior que a do resistor.
É fácil demonstrar essa igualdade. Primeiramente, vamos
determinar uma relação entre as voltagens e as resistências nas
partes superior e inferior do circuito. Para isso, podemos usar
as igualdades entre as correntes mencionadas anteriormente.
Assim:
Parte de cima: I1 = I2 ⇒
Parte de baixo: IV = I3 ⇒
VAM
=
R1
VAN
Rv
VMB
⇒
R2
=
VNB
R3
R1
VAM
=
R2
⇒
Rv
R3
VMB
=
VAN
VNB
Como os potencias VM e VN são iguais, concluímos que
VAM = VAN e VMB = VNB. Portanto, as frações envolvendo as
voltagens nas duas relações anteriores são iguais. Logo,
as frações envolvendo as resistências podem ser igualadas,
de modo que:
R1
R2
=
Rv
R3
ou R1.R3 = Rv.R2
Editora Bernoulli
101
Frente D Módulo 09
Para facilitar a memorização dessa equação (necessária
em alguns vestibulares), observe que as resistências R1 e R3
se acham em posições opostas: a primeira situa-se na parte
esquerda e de cima do circuito, enquanto a outra está à
direita e embaixo. O mesmo ocorre com as resistências Rv
e R2. Assim, os estudantes memorizam essa equação com
a ajuda da seguinte frase: “Em uma ponte de Wheatstone
equilibrada, os produtos das resistências opostas são iguais”.
A) Determinar a temperatura do forno se a regulagem
de sinal zero para o milivoltímetro corresponde a
Rv = 15,0 Ω.
B) Determinar a maior e a menor temperatura do forno
que podem ser registradas por esse sistema.
Resolução:
Observe que não há um galvanômetro ou um amperímetro
para medir a corrente entre as extremidades superior e
Agora, vamos estudar algumas aplicações da ponte
de Wheatstone. Uma das utilidades desse circuito é a
determinação de uma das resistências a partir dos valores
das outras três. Na figura 4, considere R1 = 10,01 Ω,
R2 = 19,99 Ω e que a resistência R3 seja desconhecida.
Imagine que a resistência Rv tenha sido ajustada para 33,52 Ω,
de modo que a ponte tenha ficado equilibrada. Assim, usando
a equação anterior, podemos calcular o valor R3:
R3 =
R v.R 2
33, 52.19, 99
=
R1
10, 01
inferior do circuito. Nesse sistema, optou-se por medir a
diferença de potencial entre essas extremidades por meio
de um milivoltímetro. Ajustando a resistência Rv para um
valor adequado, obtém-se o registro zero dessa diferença
de potencial, indicando o equilíbrio da ponte.
A) Vamos chamar de T15 a temperatura do forno para o
ajuste de Rv = 15,0 Ω. Como a ponte está equilibrada,
podemos calcular RP pela relação a seguir:
= 66, 94 Ω
Em geral, nesse método, as resistências são conhecidas
com bastante precisão. Assim, usando um galvanômetro
sensível, a resistência desconhecida é calculada também
com boa precisão.
p
= v
1
= 15, 0.2,00 = 30 ,0 Ω
2
Substituindo esse valor na equação de temperatura
fornecida pelo enunciado, obtemos a temperatura do
forno:
Outra aplicação da ponte de Wheatstone refere-se
à medição de grandezas físicas relacionadas com a
resistência elétrica. Por exemplo, a resistência de uma
barra metálica depende da geometria e da resistividade
elétrica da barra. Essa última propriedade, por sua vez,
é função da temperatura. Assim, usando um procedimento
bastante semelhante ao descrito no parágrafo anterior,
podemos obter o valor da temperatura em um ambiente
por meio do cálculo da resistência de uma barra metálica
presente nesse local. Nesse caso, a barra faz o papel
da resistência desconhecida da ponte de Wheatstone.
A determinação dessa resistência conduz ao valor da
temperatura da barra e do local onde ela se acha. A seguir,
apresentamos o exercício resolvido 02, que descreve esse
método de medição de temperatura.
T = 500 + 10Rp = 500 + 10.30,0 = 800 K = 527 °C
B) A faixa de temperaturas do sistema de medição
é limitada pelos valores mínimo e máximo de
Rv, 10,0 Ω e 20,0 Ω. Substituindo esses valores na
equação da ponte equilibrada, obtemos os valores
correspondentes de RP:
Rp
= 10,0.2,00 = 20,0 Ω e Rp
mín
= 20,0.2,00 = 40 Ω
máx
Substituindo essas resistências na equação de
temperatura, obtemos a faixa de temperaturas que
o sistema pode medir:
Tmín = 500 + 10Rp = 500 + 10.20,0 = 700 K = 427 ºC
Tmáx = 500 + 10Rp = 500 + 10.40,0 = 900 K = 627 ºC
EXERCÍCIO RESOLVIDO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
02.
01.
A figura a seguir mostra uma ponte de Wheatstone
usada para a medição da temperatura de um forno.
A resistência RP é uma sonda de platina, cuja relação com
a temperatura T é:
T = 500 + 10RP (Unidades: K, Ω)
A resistência Rv pode ser ajustada de 10,0 até 20,0 Ω.
A razão entre as outras duas resistências é R1/R2 = 2,00.
RP
Sonda de
platina no
interior do
forno
Sinal para um
milivoltímetro
Fonte de
tensão
102
Coleção Estudo
R2
I.
Para se medir a queda de potencial em um resistor,
deve-se colocar o amperímetro em paralelo com o
resistor.
II. Para se medir a corrente através de um resistor, deve-se
colocar o voltímetro em paralelo com o resistor.
III. Para se medir a corrente através de um resistor, deve-se
colocar o amperímetro em série com o resistor.
R1
Rv
(PUC Minas) Leia atentamente as afirmativas a seguir.
Assinale
A) se apenas a afirmativa I é correta.
B) se apenas a afirmativa II é correta.
C) se apenas a afirmativa III é correta.
D) se as afirmativas I e III são corretas.
Instrumentos de medidas elétricas
Analise as afirmações, considerando que a ponte de
(UEL-PR) Sobre o funcionamento de voltímetros e o
funcionamento de amperímetros, assinale a alternativa
CORRETA.
Wheatstone esquematizada esteja em equilíbrio.
I.
A) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve
ser muito pequena para que, quando ligado em
paralelo às resistências elétricas de um circuito,
não altere a tensão elétrica que se deseja medir.
II. Mesmo que o gerador seja substituído por outro de
força eletromotriz diferente, o galvanômetro indicará
B) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve
ser muito alta para que, quando ligado em série às
resistências elétricas de um circuito, não altere a
tensão elétrica que se deseja medir.
o valor zero.
III. Os pontos B e D são equipotenciais, assim como o
são os pontos A e C.
C) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve
ser muito pequena para que, quando ligado em paralelo
às resistências elétricas de um circuito, não altere a
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
É CORRETO o contido em
D) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve
ser muito pequena para que, quando ligado em série
às resistências elétricas de um circuito, não altere a
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
C) I e II, apenas.
05.
E) I, II e III.
(UFRJ) No circuito esquematizado na figura, o voltímetro
6,0 Ω
3,0 Ω
A
2,0 Ω
R
R
V
CALCULE a indicação do voltímetro.
A
V
B)
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E)
R
A
B) III, apenas.
V
D)
A
D) I e III, apenas.
8,0 Ω
(Cesgranrio) Um voltímetro representado pela letra V e um
amperímetro representado pela letra A, ambos ideais, são
utilizados para medir a d.d.p. e a intensidade de corrente
elétrica de um resistor R. Assinale a opção que indica uma
maneira CORRETA de usar esses instrumentos.
A)
A) II, apenas.
e o amperímetro são ideais. O amperímetro indica 2,0 A.
E) A resistência elétrica interna de um amperímetro
deve ser muito alta para que, quando ligado em série
às resistências elétricas de um circuito, não altere a
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
03.
Os valores dos resistores R1, R2, R3 e R4 guardam a
proporção dada pela expressão R1 R2 = R3 R4.
FÍSICA
02.
V
V
R
A
01.
Um técnico deve medir a resistência elétrica de uma
lâmpada em funcionamento, isto é, com esta ligada a
uma fonte de tensão. Ele dispõe de um ohmímetro, de um
C)
amperímetro e de um voltímetro. O técnico sabe que a
R
A
resistência interna do amperímetro é muitas vezes menor
que a da lâmpada, mas que o voltímetro possui uma
V
resistência apenas algumas vezes maior que a da lâmpada.
04.
(UFTM-MG–2007) Embora Wheatstone não tenha
sido o criador da tão conhecida ponte de Wheatstone,
com certeza ele a utilizou em muitos experimentos.
Para que esse circuito cumpra sua finalidade, a leitura no
galvanômetro deve ser zero, o que confere ao conjunto
uma configuração de equilíbrio.
com a lâmpada e obter resistência da lâmpada
multiplicando as leituras desses medidores.
resistência dividindo a primeira medição pela segunda.
2
A) Associar o voltímetro e o amperímetro em paralelo
o amperímetro em série com esse conjunto e obter a
1
para determinar a resistência da lâmpada acesa.
B) Associar o voltímetro em paralelo com a lâmpada,
Entre as opções seguintes, escolha a mais ADEQUADA
C
G
C) Associar o amperímetro em série com a lâmpada,
o voltímetro em paralelo com esse conjunto e obter a
3
D
ε
resistência dividindo a segunda medição pela primeira.
4
D) Associar o ohmímetro em paralelo com a lâmpada
e obter a resistência da lâmpada através da leitura
direta fornecida por esse medidor.
Editora Bernoulli
103
Frente D Módulo 09
02.
O valor da resistência do resistor R2, em ohm, e a leitura
do voltímetro, em volt, são, respectivamente, iguais a
(UFMG–2009) Observe este circuito, constituído de três
resistores de mesma resistência R; um amperímetro A;
uma bateria ε; e um interruptor S.
A) 1,0 e 2,4.
A
B) 2,0 e 0,8.
R
S
C) 2,0 e 2,4.
ε
R
D) 1,0 e 0,8.
R
E) 1,2 e 2,4.
Considere que a resistência interna da bateria e a do
amperímetro são desprezíveis e que os resistores são
ôhmicos. Com o interruptor S inicialmente desligado,
observa-se que o amperímetro indica uma corrente elétrica I.
Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que,
quando o interruptor S é ligado, o amperímetro passa a
indicar uma corrente elétrica
A) 2I/3.
B) I/2.
C) 2I.
06.
(VUNESP / Adaptado) Um estudante utiliza-se das
medidas de um voltímetro V e de um amperímetro A para
calcular a resistência elétrica de um resistor e a potência
dissipada nele. As medidas de corrente e voltagem foram
realizadas utilizando-se o circuito da figura.
D) 3I.
03.
(Fatec-SP–2008) Num circuito elétrico, uma fonte, de
força eletromotriz 18 V e resistência elétrica 0,50 Ω,
alimenta três resistores, de resistências 1,0 Ω, 2,0 Ω e
6,0 Ω, conforme a seguir representado.
1,0 Ω
O amperímetro indicou 3,0 mA e o voltímetro, 10 V.
Cuidadoso, ele lembrou-se de que o voltímetro não é ideal
e que é preciso considerar o valor da resistência interna
do medidor para se calcular o valor da resistência R.
Se a especificação para a resistência interna do aparelho
é 10 kΩ, a resistência R obtida pelo estudante foi
6,0 Ω
2,0 Ω
Ω
A2
1
As leituras dos amperímetros ideais A 1 e A 2 são,
em ampères, respectivamente,
04.
A) 6,0 e 4,5.
C) 4,0 e 3,0.
B) 6,0 e 1,5.
D) 4,0 e 1,0.
E) 2,0 e 1,5.
(Unifor-CE–2008) No circuito elétrico alimentado pela
fonte ε, tem-se três resistores com os valores de
resistência indicados e dois instrumentos de medida
considerados ideais.
C) 3,0 kΩ.
07.
C) 25.
D) 20.
M
Sabendo que é de 4 800 W a potência dissipada pelo
chuveiro e de 1 200 W a dissipada pelo forno de micro-ondas,
a corrente medida pelo amperímetro ideal A será
60 Ω
30 Ω
B) 35.
C
120 V
Se a leitura do amperímetro é 0,50 A, o voltímetro marca,
em volts,
05.
(UFV-MG–2008) Um chuveiro C e um forno de micro-ondas M
são ligados, como mostrado no circuito a seguir.
A
A) 45.
D) 4,0 kΩ.
E) 5,0 kΩ.
10 Ω
ε
A) 1,0 kΩ.
B) 2,0 kΩ.
E) 15.
(PUC-SP–2007) No circuito esquematizado a seguir,
duas pilhas idênticas de força eletromotriz 1,5 V estão
associadas a três resistores: R1 de 1,0 Ω, R2 de resistência
não conhecida e R 3 , de 2,0 Ω. Para a montagem
representada, a leitura do amperímetro ideal é 1,2 A e o
voltímetro, colocado em paralelo a R3, é ideal.
08.
A) 50 A.
C) 30 A.
B) 10 A.
D) 40 A.
(Mackenzie-SP) Considerando o circuito a seguir e
dispondo de um galvanômetro ideal, podemos afirmar
que ele registraria uma intensidade de corrente igual a
zero se seus terminais fossem ligados aos pontos
2Ω
C
9Ω
D
1Ω
E
5Ω
36 Ω
F
7Ω
G
3Ω
H
5Ω
1,5 V
1,5 V
A
R3
R1
R2
Voltímetro
Amperímetro
104
Coleção Estudo
B
A) C e F.
D) E e F.
B) D e G.
E) C e H.
C) E e H.
Instrumentos de medidas elétricas
09.
Nesse circuito, o amperímetro é ligado a uma bateria de
(FESJC-SP) A ponte apresentada na figura a seguir está
em equilíbrio. A resistência X vale
30 Ω
X
10 Ω
1,50 V e a uma resistência variável R. Inicialmente, os
terminais P e Q, indicados na figura, são conectados um
120 Ω
ao outro. Nessa situação, a resistência variável é ajustada
de forma que a corrente no circuito seja de 1,0 x 10−3 A.
Guilherme utiliza esse circuito para medir a resistência R
G
de um certo componente. Para tanto, ele conecta esse
componente aos terminais P e Q e mede uma corrente
300 Ω
de 0,30 x 10 −3 A. Com base nessas informações,
Gerador
10.
DETERMINE o valor da resistência R’.
A) 10 Ω.
C) 90 Ω.
B) 50 Ω.
D) 300 Ω.
E) 400 Ω.
12.
(FUVEST-SP–2010) Em uma aula de Física, os estudantes
receberam duas caixas lacradas, C e C’, cada uma
delas contendo um circuito genérico, formado por dois
resistores (R1 e R2), ligado a uma bateria de 3 V de tensão,
conforme o esquema da figura a seguir. Das instruções
recebidas, esses estudantes souberam que os dois
resistores eram percorridos por correntes elétricas não
nulas e que o valor de R1 era o mesmo nas duas caixas,
bem como o de R 2. O objetivo do experimento era
descobrir como as resistências estavam associadas e
determinar seus valores. Os alunos mediram as correntes
elétricas que percorriam os circuitos das duas caixas,
C e C’, e obtiveram os valores I = 0,06 A e I’ = 0,25 A,
respectivamente.
3V
Caixa
Amperímetro
(VUNESP) São dados dois miliamperímetros de marcas
diferentes, M1 e M2, cujas resistências internas são de
50 ohms e 100 ohms, respectivamente. Ambos podem
medir correntes de até 1 mA = 10−3 A (corrente de fundo
de escala) e estão igualmente calibrados. DETERMINE
as correntes que indicarão esses miliamperímetros nas
montagens representadas pelas figuras a seguir.
0,30 mA
M1
M2
M1
0,30 mA
M2
13.
(Unicamp-SP) A variação de uma resistência elétrica com a
temperatura pode ser utilizada para medir a temperatura
de um corpo. Considere uma resistência R que varia com
Circuito com
R 1 e R2
a temperatura T de acordo com a expressão:
A) COMPLETE as figuras a seguir, desenhando, para
cada caixa, um esquema com a associação dos
resistores R1 e R2.
3V
3V
R = R0(1 + αT)
Em que R0 = 100 Ω, α = 4 x 10−2 °C−1 e T é dada em
graus Celsius. Essa resistência está em equilíbrio térmico
com o corpo, cuja temperatura T deseja-se conhecer.
Para medir o valor de R, ajusta-se a resistência R2,
indicada no circuito a seguir, até que a corrente medida
pelo amperímetro no trecho AB seja nula.
Caixa C (l = 0,06 A)
A
Caixa C’ (l’ = 0,25 A)
R1
B) DETERMINE os valores de R1 e R2.
Note e adote: Desconsidere a resistência interna do
amperímetro.
11.
(UFMG–2006) Um amperímetro pode ser utilizado para
medir a resistência elétrica de resistores. Para isso, monta-se
o circuito mostrado nesta figura:
A
a
Q
D
A
R2
R
B
A) Qual a temperatura T do corpo quando a resistência R2
C
Amperímetro
P
T=?
R1
for igual a 108 Ω?
B) A corrente através da resistência R é igual a 5,0 x 10−3 A.
Qual a diferença de potencial entre os pontos C e D
indicados na figura?
Editora Bernoulli
105
FÍSICA
50 Ω
Frente D Módulo 09
SEÇÃO ENEM
01.
02.
Os dispositivos que medem diretamente a corrente,
a tensão e a resistência elétrica são denominados de
amperímetro, voltímetro e ohmímetro, respectivamente.
É bastante comum a inclusão de todos esses medidores
João não consegue ligar o seu aparelho de som usando
o cabo bipolar mostrado na figura. Suspeitando que o
problema se devesse ao fato de o fio PS ou de o fio QR
estar rompido, ou que houvesse um contato interno
entre esses fios, João resolve testar o cabo usando um
ohmímetro. Ligando esse aparelho entre os pontos
em um único aparelho, o multímetro, no qual a seleção
da medição elétrica é feita através de uma chave.
Muitos multímetros são aptos a medir corrente e tensão
contínuas ou alternadas.
A figura a seguir mostra um multímetro digital. O símbolo
“~” indica que o sinal de entrada (tensão ou corrente)
medido é alternado, e o símbolo “−”, que o sinal é
contínuo. Quando os dois símbolos aparecem juntos,
significa que o sinal pode ser alternado ou contínuo.
P
Q
R
S
A) P e Q e medindo uma pequena resistência elétrica,
João pode concluir que o cabo está danificado, sendo o
motivo disso um contato interno entre os fios PS e QR.
B) R e S e registrando uma resistência elétrica infinita,
João pode concluir que o cabo está danificado, sendo
o motivo disso um rompimento do fio PS ou do fio QR.
C) P e R e registrando uma resistência infinita, João pode
concluir que o cabo está danificado, sendo o motivo
disso um contato interno entre os fios PS ou QR.
D) P e S e medindo uma pequena resistência elétrica,
João pode concluir que o cabo está danificado, sendo
o motivo disso um rompimento do fio PS.
AUTO-RANGE DMM
RANGE DATA - H
NPN PNP
E
B
C
E
nF µF Hz
Ω
V–
V
˜
E
B
C
E
hFE
µA –
˜–
mA
˜
A–
˜
OFF
OFF
E) Q e R e registrando uma resistência elétrica infinita,
João pode concluir que o cabo está danificado, sendo o
motivo disso um contato interno entre os fios PS ou QR.
GABARITO
Fixação
01. C
A
mA Cx
20A MAX
FUSED
COM
300 mA MAX
FUSED
V
ΩF
C III 600 V
C II 1000 V
02. D
A) “A”, e a chave central deve ser girada para a posição
–”.
“A ~
B) “A”, e a chave central deve ser girada para a posição
–”.
“mA ~
C) “V Ω F”, e a chave central deve ser girada para a
posição “V ~”.
D) “V Ω F”, e a chave central deve ser girada para a
posição “V –”.
E) “V Ω F”, e a chave central deve ser girada para a
posição “Ω”.
106
Coleção Estudo
04. A
05. 36 V
09. C
Propostos
01. C
03. B
05. A
07. A
02. D
04. E
06. E
08. D
10. A) Para I = 0,06 A (a menor corrente), os
resistores estão ligados em série. Para
I = 0,25 A, eles estão associados em paralelo.
3V
Para medir a tensão em uma tomada de energia
elétrica de sua casa, um estudante deve interligar
um dos terminais da tomada ao borne “COM” desse
multímetro. O outro terminal da tomada deve ser
conectado ao borne
03. C
R1
3V
R1
R2
R2
Caixa C (l = 0,06 A)
Caixa C’ (l’ = 0,25 A)
B) Um dos resistores tem resistência de 20 Ω,
e o outro, de 30 Ω, não importando a ordem.
11. R’ = 3,5 kΩ
12. Na montagem dos amperímetros em série,
I1 = I2 = 0,30 mA; na montagem dos amperímetros
em paralelo, I1 = 0,20 mA e I2 = 0,10 mA
13. A) T = 2,0 °C
B) VCD = 1,08 V
Seção Enem
01. C
02. A