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2013, Literatura Em Debate
Este ensaio analisa A Carta, de Pero Vaz de Caminha, sobre a perspectiva do colonizador europeu. Considerando a nocao de “processo de heteronomia colonial”, proposta por Renato Janine Ribeiro (1999), pretende-se mostrar que a nossa formacao social esta calcada em valores traumaticos, a comecar pelo massacre legitimado dos indigenas. Neste sentido, A Carta tem grande interesse para a constituicao da consciencia critica contemporânea, uma vez que o texto de Caminha aponta para os primeiros momentos de nossa formacao social. THE COLONIZER´S PERSPECTIVE: NOTES ON PERO VAZ DE CAMINHA´S CARTA This essay analyses Pero Vaz de Caminha’s A Carta, on the perspective of the European colonizers. Departing from the idea of “heteronomy colonial process” proposed by Renato Janine Ribeiro (1999), we shall show that our social values are grounded in trauma, beginning with the massacre of indigenous legitimacy. In this sense, A Carta is of great interest to the constitution of contemporary critical consciousness, since the text highlights the first moments of our social order.
2023 •
Este artigo objetiva compreender alguns aspectos de língua, literatura e de apontamentos receptivos na Carta de Pero Vaz de Caminha. Ao ler a missiva enviada ao Rei de Portugal, descrevendo as curiosidades e as belezas das terras brasileiras, percebe-se que o autor produziu uma narrativa que foi além de um documento factual e que alcançou, em muitos momentos, ao longo da carta, a posição de texto literário. Assim, o artigo discute a relação entre língua e literatura, bem como a recepção da carta junto a leitores contemporâneos, justificando-se nessa tecitura e na pesquisa qualitativa e documental, vez que fragmentos da Carta de Pero Vaz de Caminha foram utilizados para exemplificar aspectos linguísticos, receptivos e literários presentes no texto.
posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que-para o bem contar e falar-o saiba pior que todos fazer! Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu. Da marinhagem e das singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza-porque o não saberei fazer-e os pilotos devem ter este cuidado. E portanto, Senhor, do que hei de falar começo: E digo quê: A partida de Belém foi-como Vossa Alteza sabe, segunda-feira 9 de março. E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grande Canária. E ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber da ilha de São Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto. Na noite seguinte à segunda-feira amanheceu, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com a sua nau, sem haver tempo forte ou contrário para poder ser ! Fez o capitão suas diligências para o achar, em umas e outras partes. Mas... não apareceu mais ! E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, estando da dita Ilha-segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas-os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças. E ao sol-posto umas seis léguas da terra, lançamos ancoras, em dezenove braças-ancoragem limpa. Ali ficamo-nos toda aquela noite. E quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitura à terra, indo os navios pequenos diante-por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, doze, nove braças-até meia légua da terra, onde todos lançamos ancoras, em frente da boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas, pouco mais ou menos. E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro. Então lançamos fora os batéis e esquifes. E logo vieram todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor. E ali falaram. E o Capitão mandou em terra a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou a ir-se para lá, acudiram pela praia homens aos dois e aos três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, já lá estavam dezoito ou vinte. Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar. À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. E especialmente a Capitaina. E sexta pela
Revista Mosaico
Aspectos Ecdóticos da Carta de CaminhaO presente trabalho busca apresentar alguns fundamentos da disciplina ecdótica no tratamento dos textos, principalmente textos antigos que passaram por diversas transformações e acabaram perdendo a sua originalidade. Desta feita, quando nos deparamos com a Carta de Caminha nos livros didáticos destinados aos alunos do ensino básico, verificamos que houve um tratamento em relação ao texto visando possibilitar ao aluno uma compreensão mais clara das informações passadas por Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, entretanto, essa maior clareza no texto, significa uma adequação da língua falada no Brasil quinhentista com a língua falada no Brasil em sua contemporaneidade. Em face disso, várias são as mudanças apresentadas no texto original que acabam mostrando a transformação da própria língua portuguesa. Neste artigo, nos valemos da Carta original de Caminha arquivada na Torre do Tombo em Portugal e também da transcrição diplomática, da mesma forma arquivada na Torre do Tombo, bem com...
Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material
Notas sobre a Carta de Veneza2010 •
Este artigo propõe uma leitura crítica da Carta de Veneza, documento-base do Icomos, fruto de congresso realizado em 1964. No Brasil, a Carta é citada com muita frequência, mas não entendida na mesma medida. As chamadas cartas patrimoniais são documentos - em especial aquelas derivadas de organismos internacionais - cujo caráter é indicativo ou, no máximo, prescritivo. Constituem base deontológica para as várias profissões envolvidas na preservação, mas não são receituário de simples aplicação. Para elaborar uma leitura fundamentada do documento, suas formulações devem ser entendidas em relação aos postulados teóricos da época em que foi produzida e aos desdobramentos do campo. Aqui, abordam-se esses temas, associando-os a comentários e esclarecimentos a respeito dos artigos da Carta, mencionando a origem de determinadas ideias, a forma como a Carta se aproxima ou difere de documentos anteriores, e as bases teóricas de determinadas proposições ali contidas. Esse processo de análise ...
Business concept: Purpose of the venture: 2015 G.C. To meet the demand of customer and built strong customer relationship, to create the employment opportunity for others and to contribute the economy of the country. Description of the firm: This is a partnership business Purpose of the venture: • To meet the demand of customer and built strong customer relationship. • To create the employment opportunity for others. • To contribute the economy of the country. Objective of the founders: The major objective of the founders is reducing poverty, malnutrition and unemployment problem of our country. Besides, we want to provide quality product to customer and maintain the supply sufficiently. Description of the firm: This is a partnership business where the main activity of the firm is to providequality product through the Addis Ababa city. We will collect chicken and eggs from different producer near to Addis Ababa city especially from Bishoftu is a town (Debre Zeyit). Chicken and eggs will be distributed to restaurant, super shop, hotel, community center, and bakery and catering houses around Addis Ababa city. Prolong the sufficient supply to the customer is one of our most important purpose. We want to supply extend area of Addis Ababa city with affordable price.
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The Congress Kingdom of Poland or the Vistula Land? Review of Rolf, M. Pol'skie zemli pod vlast'yu Peterburga. Ot Venskogo kongressa do Pervoi mirovoi [Polish Lands under the rule of St Petersburg. From the Congress of Vienna to the First World War], translated from German into Russian by K. Levi...2022 •
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