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Comunicação
Preliminar
Rev SOCERJ. 2009;22(5):330-334
setembro/outubro
Polito et al.
Hipotensão pós-esforço em hipertensos
Comunicação Preliminar
Influência de uma Sessão de Exercício Aeróbio e Resistido
sobre a Hipotensão Pós-Esforço em Hipertensos
Influence of a Single Aerobic and Resistance Exercise Session on Post-Exercise Hypotension in Hypertensive Subjects
Marcos Doederlein Polito,1 Roberto Simão,2 Milene Granja Saccomani,1 Juliano Casonatto1
Resumo
Abstract
Fundamentos: Poucos estudos verificaram o comportamento
da pressão arterial após sessões dos exercícios aeróbio e
resistido em pessoas hipertensas.
Objetivo: Verificar o comportamento da pressão arterial
sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) após uma
sessão de exercício aeróbio e outra sessão de exercício
resistido em sujeitos hipertensos.
Métodos: A pressão arterial de 12 adultos hipertensos
sedentários foi medida em repouso e durante 30min após
caminhada de 20min em esteira elétrica com sensação
subjetiva de esforço moderada e após duas séries de 15
repetições com a mesma intensidade subjetiva nos exercícios:
voador peitoral, leg-press horizontal, puxada pela frente no
pulley alto, extensão de joelhos e flexão de joelhos.
Resultados: Os resultados identificaram redução significativa
da PAS após o exercício aeróbio durante todo o período de
monitorização pós-esforço em relação aos valores de repouso
(138,8±14,0mmHg). Após o exercício resistido, a PAS não se
alterou em relação ao repouso, com exceção da última medida
(131,3±10,5mmHg), a qual estava mais reduzida que o repouso
(135,0±10,0mmHg). Não foram identificadas diferenças para
a PAD. A PAM mostrou comportamento semelhante à PAS,
com reduções significativas em todas as medidas após o
exercício aeróbio e somente na última medida após o exercício
resistido. Em relação ao delta da pressão arterial, identificouse diferença significativa na medida de 10min para a PAS
(aeróbio= -6,1±1,7mmHg; resistido= 1,7±1,8mmHg) e para a
PAM (aeróbio= -3,5±1,5mmHg; resistido= -0,6±1,1mmHg).
Conclusão: Ambos os exercícios parecem repercutir de
formas positiva sobre a PAS pós-esforço, sendo o exercício
aeróbio mais eficiente por antecipar sua redução.
Background: Few studies have examined blood pressure
response in hypertensive subjects after aerobic and resistance
exercise sessions.
Objective: To measure systolic (SBP), diastolic (DBP) and
mean blood pressure (MBP) responses in hypertensive
subjects after one session each of aerobic and resistance
exercises.
Methods: The blood pressure of twelve sedentary
hypertensive adults was measured at rest and for 30min
after 20min on an electric treadmill with moderate subjective
effort; and after two sets of fifteen reps with moderate
subjective effort in chest presses, horizontal leg presses, lat
pull-downs, leg extensions and knee bends.
Results: The results showed significant reductions in the
SBP after aerobic exercise throughout the entire after-training
monitoring period compared to the at-rest values
(138.8±14.0mmHg). After resistance exercises, the SBP did
not alter compared to the at-rest values except for the final
measurement (131.3±10.5mmHg), which was lower than the
at-rest value (135.0±10.0mmHg). No differences were
observed in the DBP. The MBP behaved similarly to the SBP,
with significant reductions in all measurements after aerobic
exercise and reductions only in the final measurement after
resistance exercise. A significant difference was identified
in the blood pressure delta calculation for the 10min SBP
measurement (aerobic = -6.1±1.7mmHg; resistance =
1.7±1.8mmHg) and for the MAP (aerobic = -3.5±1.5mmHg;
resistance = -0.6±1.1mmHg).
Conclusion: Although both exercises seem to have positive
effects on post-exercise hypotension, aerobic exercise is more
efficient for bringing blood pressure down earlier.
Palavras-chave: Pressão arterial, Respostas cardiovasculares,
Treinamento com pesos, Treinamento aeróbio
Keywords: Blood pressure, Cardiovascular response, Weight
training, Aerobic training
1
2
Programa de Pós-gradução stricto sensu em Educação Física - Universidade Estadual de Londrina (UEL) - Londrina (PR), Brasil
Escola de Educação Física e Desporto - Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD/UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil
Correspondência: marcospolito@uel.br
Marcos Doederlein Polito | Departamento de Educação Física - Universidade Estadual de Londrina | Rod. Celso Garcia Cid, km 380 - Campus
Universitário Londrina (PR), Brasil | CEP: 86051-990
Recebido em: 04/09/2009 | Aceito em: 23/10/2009
Polito et al.
Hipotensão pós-esforço em hipertensos
Comunicação Preliminar
Introdução
A hipotensão pós-exercício (HPE) é um efeito de
relevada importância clínica, principalmente em
pessoas hipertensas, pois é tida como uma intervenção
não medicamentosa de controle da hipertensão arterial
sistêmica.1 O principal exercício desencadeador da
HPE é o aeróbio, tanto em pessoas normotensas
quanto em hipertensas.2 Nesse sentido, parece que
ocorre HPE em hipertensos quando há intensidade a
partir de 40% do consumo máximo de oxigênio e a
duração mais elevada que 10min.3
No entanto, existe atualmente a recomendação do
exercício resistido para auxiliar no controle da pressão
arterial (PA) de repouso,4 porém o efeito hipotensor
agudo advindo dessa atividade ainda é discutido. Por
exemplo: foi verificada redução na PA sistólica (PAS)
durante 60min em sujeitos normotensos,5,6 mas sem6
ou com pouca alteração na PA diastólica (PAD).5 Em
outros casos, não se observou qualquer alteração na
PAS ou PAD.7-9 Em sujeitos hipertensos, os dados são
ainda mais escassos, mas parecem convergir para a
possibilidade de HPE.10,11
Na maioria dos estudos que utilizou exercícios
resistidos, houve grande manipulação nas variáveis de
volume e intensidade, o que contribui para os resultados
controversos. Mais ainda, alguns estudos com amostra
de pacientes com hipertensão arterial utilizaram
metodologias de prescrição que pouco seriam aplicadas
no âmbito prático, como repetições até a exaustão.11
Uma das estratégias para a determinação segura da
intensidade é a utilização de escalas de sensação
subjetiva de esforço.12 Em se tratando de hipertensos,
esse procedimento é interessante, pois descarta o
controle de variáveis fisiológicas (como a frequência
cardíaca) possivelmente influenciadas pela medicação.
Além disso, pode aumentar a validade externa dos
resultados.
Embora se encontrem dados na literarura sobre a
aplicação de escalas de sensação subjetiva de esforço
na prescrição do exercício, esse procedimento ainda é
muito pouco utilizado na apreciação das respostas
cardiovasculares pós-esforço em hipertensos. Nesse
sentido, o objetivo do presente estudo foi comparar as
repostas de PA após uma sessão de exercício aeróbio e
outra de exercícios resistidos em hipertensos com
intensidade ajustada pela sensação subjetiva de esforço.
Metodologia
Foram avaliados 8 homens (50,9±5,2 anos; 90,3±12,1kg;
173,8±7,0cm) e 4 mulheres (59,4±7,3 anos; 77,5±13,3kg;
162,4±3,2cm), hipertensos há pelo menos cinco anos e
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sedentários. Somente dois integrantes da amostra
não utilizavam medicação específica para controle
da PA. Os demais participantes não alteraram o uso
do medicamento durante o estudo, sendo eles:
betabloqueador (n=4), diurético (n=2) e inibidor da
enzima conversora da angiotensina (n=4). A amostra
foi orientada a não se alimentar pelo menos 2 horas
antes dos testes, não ingerir cafeína ou álcool no dia
da coleta de dados e não praticar atividade cotidiana
que exigisse grande demanda energética, tais como
caminhada, carregar pesos e varrer a casa. Todos os
sujeitos foram voluntários e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, conforme a
Resolução 196/96 do CNS/MS. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual de Londrina sob o nº 022/2008.
Cada sujeito realizou quatro visitas não consecutivas
ao local do estudo. No primeiro dia, foi estipulada a
intensidade para a caminhada na esteira elétrica
(Movement ®, Brasil). Considerou-se como carga
adequada aquela correspondente ao esforço
“moderado” segundo a escala CR-10.13
No segundo dia, a determinação da mesma
intensidade ocorreu nos exercícios voador peitoral,
leg-press horizontal, puxada pela frente no pulley alto,
extensão de joelhos e flexão de joelhos, realizados em
máquinas específicas (Buick®, Brasil). A escolha pela
determinação subjetiva da carga de esforço deve-se
ao fato de aproximar o estudo da aplicação prática,
no intuito de aumentar a validade externa do
experimento.
No terceiro dia, ao chegarem ao local de teste, foi
m e d i d a a PA p e l o m é t o d o a u s c u l t a t ó r i o
(esfigmomanômetro aneróide Missouri®) de acordo
com as recomendações das V Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão Arterial 14, após um descanso de
15min na posição sentada em local calmo. A medida
da PA foi realizada por um único e experiente
avaliador, apresentando elevada reprodutibilidade
em 10 medidas prévias (ICC=0,96; p=0,001). Após
essa fase, foi realizado o trabalho aeróbio com
duração de 20min. Por questões de controle das
respostas cardiovasculares agudas, a frequência
cardíaca foi monitorada através de um frequencímetro
(Polar® M22). Findado o tempo para o esforço aeróbio,
o avaliado tornou a assumir a posição de repouso
(sentado em cadeira confortável), na qual permaneceu
por 30min. Neste período, a PA foi medida em ciclos
de 10min.
No último dia, o mesmo procedimento de medida de
PA foi efetuado, sendo que a amostra realizou duas
séries de 15 repetições nos exercícios, com carga
moderada segundo a Escala de Borg e intervalo de
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Hipotensão pós-esforço em hipertensos
Comunicação Preliminar
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recuperação de 90s. Os sujeitos foram instruídos a
não realizar manobra de Valsalva.
e 0,039 para as medidas 10min, 20min e 30min,
respectivamente).
A distribuição dos dados e a homogeneidade das
variâncias foram verificadas pelos testes de ShapiroWilk e Levene, respectivamente. Utilizou-se a
ANOVA de duas entradas e medidas repetidas para
as comparações dos valores de PAS e PAD após os
exercícios e em repouso. Quando necessário, foi
utilizado o teste post-hoc de Tukey. O nível de
significância estatística foi considerado < 0,05. Os
dados foram analisados no programa Statistica 5.5
(Statsoft, Tulsa, OK, EUA).
A p ó s o e x e r c í c i o c o m p e s o s , a PA S f o i
significativamente menor que o repouso somente
na última medida de 30min (p=0,021). A medida de
30min também foi menor que a medida realizada
em 10min (p=0,025). Não foram encontradas
diferenças para a PAD. Já a PAM pós-exercício
mostrou-se menor que o repouso na medida de
30min (p=0,048). Assim como a PAS, a medida de
30min também foi menor que aquela realizada em
10min (p=0,046).
Resultados
A Ta b e l a 1 a p re s e n t a o s v a l o re s a b s o l u t o s
encontrados para PAS, PAD e PAM após os
diferentes exercícios. Não foram identificadas
diferenças para qualquer variável entre os grupos.
Após o exercício aeróbio, a PAS foi significativamente
menor que o repouso nas medidas de 10min
(p=0,005), 20min (p=0,035) e 30min (p=0,040). A
PAD se apresentou menor que o repouso somente
nas medidas realizadas 20min (p=0,041) e 30min
(p=0,046) após o esforço. A PAM mostrou um
comportamento semelhante à PAS, com reduções
em todas as medidas pós-exercício (p=0,044; 0,049
Além dos valores absolutos, também foram
analisados os valores da diferença entre cada
medida realizada pós-exercício e o repouso (delta).
Em relação à PAS, foi identificada diferença
significativa (p=0,003) nos exercícios somente na
medida de 10min pós-esforço. Não foram
encontradas diferenças significativas para a PAD,
enquanto que para a PAM a diferença somente
ocorreu na medida de 10min após os exercícios
(p=0,04) (Tabela 2).
Pelo fato de alguns sujeitos utilizarem
betabloqueador, os valores de frequência cardíaca
pós-esforço não foram analisados.
Tabela 1
Valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) em repouso e após cada
sessão de exercício (média±desvio padrão)
Variável
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
PAM (mmHg)
Exercício
Aeróbio
Resistido
Aeróbio
Resistido
Aeróbio
Resistido
Repouso
138,8±14,0
135,0±10,0
91,1± 8,9
91,7± 5,8
107,0± 9,9
106,1± 6,5
* diferença significativa em relação aos valores de repouso (p<0,05)
10 min
132,8±10,3*
136,7± 8,7
88,8± 7,6
90,0± 7,4
103,5± 7,6*
105,6± 7,0
20 min
133,3±16,1*
133,8±13,3
87,9± 7,8*
89,2± 9,0
103,1± 9,9*
104,0± 9,7
30 min
131,2 ±16,6*
131,3 ±10,5*
87,5 ± 7,8*
88,3 ± 8,3
102,1 ± 9,9*
102,6± 8,3*
Tabela 2
Valores da diferença entre cada medida realizada em cada sessão pós-exercício e o repouso (delta) da pressão
arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) (média±erro padrão)
Variável
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
PAM (mmHg)
Exercício
Aeróbio
Resistido
Aeróbio
Resistido
Aeróbio
Resistido
10 min
-6,1±1,7*
1,7±1,8
-2,3±1,6
-1,7±1,6
-3,5±1,5*
-0,6±1,1
* diferença significativa em relação ao exercício resistido (p<0,05)
20 min
-5,5± 3,4
-1,3± 2,6
-3,2± 1,4
-2,5± 2,2
-3,9± 1,8
-2,1± 2,2
30 min
-7,7± 3,9
-3,8± 1,4
-3,6± 1,6
-3,3± 1,9
-4,9± 2,1
-3,5± 1,6
Polito et al.
Hipotensão pós-esforço em hipertensos
Comunicação Preliminar
Discussão
O presente estudo comparou as respostas de PAS, PAD
e PAM após uma sessão de exercício aeróbio e outra
de exercícios resistidos realizada por amostra
hipertensa. Os principais resultados sugerem que
tanto o exercício aeróbio quanto o exercício resisitido
podem contribuir para a redução da PA pós-esforço.
Porém, o exercício aeróbio proporcionou HPE mais
rapidamente que o exercício resistido, embora não
tenha sido identificada diferença na magnitude do
comportamento da HPE entre ambas as atividades.
Além dos resultados obtidos pelo presente estudo,
uma grande contribuição pode ser atribuída à escolha
da intensidade dos exercícios. Nesse sentido, optou-se
pela sensação subjetiva de esforço, eliminando as
dificuldades de testagens que exigem relativa
experiência dos sujeitos (como teste de carga máxima)
ou podem ter interferência de fármacos utilizados
(como teste de capacidade aeróbia). Essa estratégia
aumenta a validade externa dos resultados e pode ser
mais aplicável em situações práticas.
Contudo, poucos foram os estudos que avaliaram o
comportamento cardiovascular pós-esforço, utilizando
exercícios com intensidade regulada pela sensação
subjetiva de esforço. Em termos de exercícios
resistidos, uma pesquisa recente utilizando pessoas
não hipertensas adotou um delineamento em que a
carga dos exercícios foi estipulada por um percentual
da carga máxima, mas a quantidade de repetições não
foi delimitada.15 Isso proporcionou condições para que
a amostra realizasse os exercícios até a sensação de
“fadiga moderada”. Os resultados apontaram para
uma redução significativa da PAS e PAD após a sessão
de exercícios. A redução nessas variáveis após o
exercício resistido em pessoas normotensas, inclusive,
parece independer da intensidade adotada (elevada
ou moderada).5,6,16 Em se tratando de hipertensos, os
estudos são escassos, mas as evidências apontam que
intensidades não elevadas são eficientes para
proporcionar redução tanto na PAS quanto na PAD
após o exercício resistido.10,17 No presente estudo,
porém, foram utilizados cinco exercícios resistidos. Os
resultados poderiam ser diferentes caso a quantidade
de exercícios, séries ou repetições fosse maior.
Sobre o comportamento da PA após uma sessão de
exercício aeróbio, uma recente revisão de literatura3
mostrou que poucos estudos utilizaram sensação
subjetiva de esforço no controle da intensidade do
esforço. Contudo, um desses estudos relatou redução
na PAM por cinco horas após um exercício de 20
minutos com intensidade “moderada” em pessoas
com a PA elevada.18 Assim como já descrito sobre o
exercício resistido, a intensidade do esforço parece não
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comprometer a redução da PA após o exercício aeróbio.
Por exemplo, estudos que confrontaram diferentes
intensidades do exercício aeróbio em pessoas
normotensas não verificaram diferenças entre as
reduções na PA após o esforço.19,20 De forma semelhante,
diferentes intensidades de esforço em hipertensos não
causaram diferenças no comportamento da PA após a
atividade.19,21-23
Nesse contexto, considerando que a PA pode se reduzir
após exercícios de diferentes intensidades, a escolha
por uma intensidade moderada parece ser efetiva, pois
proporciona maior segurança durante a realização do
exercício e constitui em melhor estratégia de redução
da PA em longo prazo.2 Não obstante, cabe considerar
os possíveis mecanismos fisiológicos envolvidos nessa
redução pós-esforço. Poucos experimentos foram
conduzidos sobre os mecanismos fisiológicos de
redução da PA após o exercício resistido. Uma
pesquisa, porém, identificou redução no débito
cardíaco (acompanhada de redução no volume de
ejeção e aumento na FC) e aumento na resistência
vascular sistêmica.16 Contudo, esses dados foram
provenientes de pessoas normotensas. Após a
atividade aeróbia, a redução na PA pode se associar a
menor resistência vascular periférica e/ou débito
cardíaco.1 Adicionalmente, é reportada a influência de
menor atividade simpática.24 No presente estudo não
foi possível analisar variáveis associadas aos
mecanismos fisiológicos. Poder-se-ia medir a FC pósexercício, mas algumas pessoas faziam uso de
medicação de ação crono e inotrópica que poderia
contaminar os resultados.
Independentemente dos resultados obtidos pela
presente investigação, é importante considerar as
possíveis limitações. Primeiramente, o número
amostral é relativamente reduzido e composto por
homens e mulheres. Além disso, não houve controle
sobre a medicação utilizada e as interferências entre
o princípio ativo e a resposta de PA após o exercício,
que são passíveis de ocorrer. Finalmente, a amostra
apresentou em repouso valores médios de PA
compatíveis com o estágio I da hipertensão arterial.
Assim, não é possível afirmar que os resultados aqui
encontrados sejam reproduzidos em pessoas com
valores de PA mais elevados em repouso.
Conclusão
Os dados do presente estudo sugerem que tanto o
exercício aeróbio quanto o exercício resistido podem
proporcionar HPE em hipertensos. No entanto, o
exercício aeróbio parece ser mais eficiente, uma vez
que determinou redução na PAS, PAD e PAM em
maior quantidade de medidas. Tais resultados podem
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auxiliar na escolha da atividade quando prescrita para
pessoas hipertensas.
Potencial Conflito de Interesses
Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes.
Fontes de Financiamento
O presente estudo foi parcialmente financiado pelo CNPq
na qualidade de bolsa produtividade em pesquisa a Roberto
Simão, e pela CAPES na qualidade de bolsa de mestrado a
Juliano Casonatto e Milene Saccomani.
Vinculação Acadêmica
O presente estudo está vinculado ao Programa de Pósgradução stricto sensu associado em Educação Física UEL/
UEM.
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