[go: up one dir, main page]

Academia.eduAcademia.edu
Tatiana Beatriz Leite de Sousa - A 91129 Relações Internacionais O 18 de Brumário Karl Marx, nasceu a 5 de Maio de 1918 e para além de ser um notório revolucionário socialista, foi também um filósofo, sociólogo, jornalista e historiador. É dos grandes defensores do socialismo comunista e acredita que as sociedades progridem através da luta de classes - entre as classes que controla os meios de produção, a burguesia, e a classe trabalhadora, o proletariado - e que gradualmente o capitalismo, devido às tensões internas antagonistas, acabaria por dar lugar ao socialismo. O livro 18 de Brumário, é uma análise sobre os acontecimentos, entre 1848 e 1851 na França, que levaram ao golpe de estado em que Luís Bonaparte, chega ao poder, e se torna imperador, à semelhança do seu tio, Napoleão I que foi o líder político e militar durante os finais da Revolução Francesa. Apesar de não ser a obra mais célebre de Marx, não deixa de ser uma obra muito importante, abordando temas chaves ao socialismo como: a luta de classes, revolução proletária e ditadura do proletariado que segundo o autor, é o último estágio em antes de atingir o comunismo, ou seja, uma sociedade sem classes, onde seria regida por uma livre associação de produtores. Nesta obra, é ainda explicado os papéis que os partidos políticos desempenham, analisa os mecanismos que as classes distintas utilizam para atuar no mundo político, como por exemplo a aliança entre os camponeses e o proletariado, a forma como a burguesia exercia o seu poder e realiza uma caracterização da essência do bonapartismo. A análise feita ao governo francês da altura (1848-1951), foca-se principalmente na existência de dois poderes que dominavam a sociedade francesa: de um lado tínhamos, o Estado representado por Luís Bonaparte, que usava o seu parentesco a Napoleão I para se glorificar e obter o poder sobre o povo, tornando-se no primeiro presidente francês a ser eleito por voto direto, e do lado oposto temos a burguesia republicana, "que há muito se considerava a herdeira legítima da Monarquia República" (MARX, 2006) e que mantinha o poder sobre as demais classes. As ideias que o proletariado tinham para resolver os problemas sociais eram considerados por grande parte da população, ilusões utópicas nas quais era necessário pôr um fim imediato. O que a classe trabalhadora não percebeu foi o reagrupamento das velhas forças da sociedade, que tinham encontrado o apoio inesperado da massa da nação, superando o proletariado no nível de influência política e social que possuíam. No entanto o proletariado não se deixou ficar, tendo respondido com a Insurreição de Junho, da qual saíram perdedores passando assim para o segundo plano da revolução. Durante a revolução de junho, todas classes e partidos tinham-se juntado no partido de ordem - que tinham como lema "propriedade, família, religião, ordem" - contra a classe proletária, que era considerado o partido monárquico do socialismo e comunismo, ideais que eram rejeitados por muita gente. Apesar de vitoriosos, a burguesia coligada não se manteve assim durante muito tempo, porque rapidamente se percebeu que a ditadura da burguesia republicana significava o despotismo ilimitado de uma classe sobre as outras, e para combater tal coisa, a Montanha, partido próximo à pequena burguesia que se sentia injustiçada por terem sido mal recompensados depois da Insurreição de Junho, reconquistou a sua popularidade perdida na segunda metade do período de Assembleia Constituinte. Ao longo da história do livro que reconta os períodos entre 1848 e 1851, acontece sempre mais do mesmo - com algumas nuances - em que reparamos na constante luta entre classes. O povo não aceitava as circunstâncias em que era dominado, tendo lutado exaustivamente por aquilo que acreditava como os direitos do cidadão. No entanto, nada lhes valeu porque Luís Bonaparte subiu na mesma ao poder, com o apoio dos camponeses que se deixaram levar na sua conversa de serem beneficiados pelo retorno do Império, mostrando-se presos a uma velha ordem. "Bonaparte representa não o esclarecimento, mas a superstição do camponês; não o seu bom-senso, mas o seu preconceito; não o seu futuro, mas o seu passado" (MARX, 2006, p. 134). Bonaparte lança a confusão em toda a economia burguesa, causa instabilidade em todo o sistema político, faz com que algumas pessoas queiram paz e com que outras queiram guerra, "Ela ficou confusa com a estratégia de selar a paz no momento em que todo o mundo esperava batalhas e de atacar no momento em que todo o mundo acreditava que a paz estivesse selada" (Marx, 2006) Para Marx, o Estado, embora seja apresentado como um instrumento que reflete o interesse comum, foi criado para salvaguardar os interesses da classe dominante, embora não precisa que os membros dessa classe dominante administram os cargos estatais. Ou seja, no ponto de vista dele, não era necessário que a burguesia estivesse no poder para o estado proteger e levar avante os seus interesses. Para terminar, este livro tenta compreender o que se passa num sistema político em constante revolução e artimanhas entre partidos, que conseguem esconder as verdadeiras intenções dos grupos sociais dominantes. Não retrata só os acontecimentos como o resultado dos problemas económicos da altura, apesar de derivar muito deles, mas também os acontecimentos ligados ao ressurgimento da velha sociedade do passado, que impediu o povo de transverter a ordem que os dominava e oprimia. MARX, Karl. ​O Dezoito Brumário de Louis Bonaparte.​ São Paulo: Centauro, 2006.