Salmo 45
O CANTICO NUPCIAL
Sobre o casamento do Messias
( não gente esse não é o Messias, é o Jonas casando com a Priyanka...)
2
1 O meu coração ferve com palavras boas, falo do que tenho feito no tocante ao
Rei. A minha língua é a pena de um destro escritor.
2 Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em
teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
3 Cinge a tua espada à coxa, ó herói, com a tua glória e a tua majestade.
4 E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da
mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis.
5 As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei, e por elas os
povos caíram debaixo de ti.
6 O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de
eqüidade.
7 Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu
com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.
8 Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de
marfim de onde te alegram.
9 As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; à tua direita
estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.
10 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da
casa do teu pai.
11 Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o.
12 E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu
favor.
13 A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro.
14 Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a
trarão a ti.
15 Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei.
16 Em lugar de teus pais estarão teus filhos; deles farás príncipes sobre toda
a terra.
17 Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te
louvarão eternamente.
3
O salmo 45 é um dos mais belos das Escrituras. Deslumbrante em todos os
sentidos. É deslumbrante porque trata de um casamento real. Ele é uma
celebração, delineia uma extraordinária festa, contrasta os sentimentos e até os
sentidos do noivo e da noiva, nos conduz a apaixonada despedida do pai da
noiva no momento que a entrega para seu futuro esposo, dando seu último
conselho antes que está se torne esposa e saia definitivamente do convívio de
sua casa, descreve com detalhes e emoção os momentos que antecedem o
grande evento, as festividades, insinua a dança, aconchega o riso, o canto, detalha
as vestes maravilhosas e caras de ambos, deixando impressões até dos cheiros e
perfumes utilizados no grande momento. Para que o salmista traduzisse tal
celebração solene, de modo oral, ele necessitava ter a inspiração de um
habilidoso escritor, numa dimensão tão mágica que sua oratória fosse tão
elevada como a palavra escrita, um poema vivo, com a erudição que somente
inspirad0os escritores podem possuir. Ele quer compor uma obra-prima
cantando, como se a estivesse escrevendo. Os processos que operam a escrita e
a oratória são distintos. A palavra escrita manifesta os pensamentos comparados,
as frases, orações, verbos, e palavras criteriosamente escolhidas, meditadas,
finalizando num texto amadurecido. O poema declamado, o improviso, é a
palavra ainda criança, é a expressão do sentimento ainda imatura, feita de
palavras catadas a esmo, escolhidas num rompante, flutuantes na memória,
normalmente construindo uma poesia insipiente, incompleta, imatura. O salmista
anseia escrever com os lábios, ser tão loquaz, ser tão erudito ao contar sua bela
história quanto um apaixonado escriba egípcio.
O fio condutor do salmo 45 é justamente os sentimentos da amada, da meninamoça, da princesa do reino distante que foi convocada, convidada ou até mesmo
arrastada para um casamento de incomum nobreza. Ele retrata provavelmente
um dos mais espetaculares “casamentos” de Salomão filho de Davi,
representando a milhares de casamentos reais ao redor do mundo, e
transbordando de significados até apontar para o casamento mais espetacular
de todos, ao casamento mais sublime e importante, do rei perfeito, o do
“aguardado pelas nações”, o Messias. Ele descreve de modo humano, ao Messias
se casando, como o homem perfeito, tomando para si uma princesa, uma gentia.
Ele descreve PROFETICAMENTE ao casamento de Jesus com sua Igreja.
O salmo acontece no palácio, onde os convidados aguardam ansiosos a chegada
da noiva. A cena principal do salmo:
As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; à tua direita estava
a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.
10 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da
casa do teu pai.
11 Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o.
4
12 E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu
favor.
13 A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro.
14 Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a
trarão a ti.
A cena mostra a festividade que levou muito tempo para atingir a este instante,
nos momentos finais que antecedem a entrada da noiva real na presença do
soberano.
Há muita sonoridade e cenas ocultas neste salmo. Ele convida o leitor a ter
sensibilidade e imaginação.
Em Cantares de Salomão há um verso que fala do mistério do coração de
Sunamita, quando ela fala de como enxerga ao seu amado:
5 Eu me levantei para abrir ao meu amado; e as minhas mãos destilavam
mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldravas da fechadura.
9 Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa entre
as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, para que assim
nos conjures?
10 O meu amado é cândido e rubicundo, o primeiro entre dez mil.
11 A sua cabeça é como o ouro mais refinado, os seus cabelos são crespos,
pretos como o corvo.
12 Os seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados
em leite, postos em engaste.
13 As suas faces são como um canteiro de bálsamo, os montões de ervas
aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gotejam mirra.
14 Os seus braços são como cilindros de ouro, guarnecidos de crisólitas; e o
seu corpo é como obra de marfim, coberta de safiras.
15 As suas pernas como colunas de mármore, colocadas sobre bases de ouro
refinado; o seu semblante como o Líbano, excelente como os cedros.
16 O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o
meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém.
Essa descrição é cheia de sonoridades. Há uma nuance de sons na descrição do
amado, o silencio da contemplação, o ruído de folhas de palmeira balançando ao
vento, o gorjeio de corvos, o arrulhar de pombas, o ruído das águas de um riacho
e depois de uma cachoeira, o silencio de um jardim, o ruído de mirra sendo
5
colhida pelas mãos de perfumistas, o imperceptível ruído de mirra escorrendo de
dentro de lírios. O som do trabalho de ourivesaria, o som de elefantes (marfim),
o som do artesanato em marfim, o som de colunas gigantescas de mármore
sendo erguidas; o ruído das bases de ouro, sendo impactadas pelo peso das
colunas de mármore. O som do vento na floresta de cedros na montanha. O som
de um beijo.
Em dado instante Salomão contempla Sunamita:
5 e teu pescoço é como uma torre de marfim. Teus olhos são como as
piscinas de Hesebon, junto à porta de Bat-Rabim; e teu nariz é como a torre
do Líbano, que aponta na direção de Damasco.
Evoca ao ruído do artesanato em marfim, o som de elefantes indianos. Os
barulhos das cachoeiras que enchem as piscinas de Hesebon. AO ruído dos
comerciantes negociando próximos das portas de Bat-Rabim, na cidade
damascena.
Há no salmo 45 essa herança musical, festiva, sonora. Há um ambiente que
necessita ser imaginado, poetizado, suspirado pelas moças de todas as eras, para
ser compreendido.
O retrato criado se baseia num dos casamentos do rei Salomão. Na antiguidade
o soberano poderia ter mais de uma esposa, poderia se casar novamente ainda
que já tivesse ao seu lado uma rainha. E do mesmo modo que festejou suas bodas
iniciais, para cada donzela desposada teria que realizar as festas de acordo com
a dignidade da noiva que desposava. Os casamentos reais eram realizados entre
famílias reais de nações diferentes, porque os reinos da antiguidade realizavam
a paz e a comunhão entre si por laços de sangue. Os reis da antiguidade possuíam
genealogias míticas, significava que suas famílias eram separadas das demais
porque descendiam de divindades territoriais, ou que suas famílias haviam sido
assim separadas de modo sobrenatural ou mágico, em algum momento de sua
história. Cada reino reivindicava para si a hegemonia, a soberania. E a hierarquia
das relações se dava entre pessoas do mesmo nível social. A balança do poder
nas relações reais entre reinos que se diziam herdeiros de uma escolha celestial,
de uma vocação divina, e até de uma descendência divina, como a família real
japonesa, conduzia a “fusão” dos reinos através do parentesco. Tornando-se uma
mesma família, poderia haver uma relação de amizade de “pares” sem a
necessidade de submissão de um reino para o outro, mas uma relação de
cooperação. A “doação” de uma princesa era então o meio mais usado para que
isso ocorresse. Nem sempre as moças se casavam por vontade própria. Eram
feitos casamentos arranjados, onde a paz entre os reinos era uma necessidade
para sobrevivência ou manutenção da autonomia de um estado antigo e as
6
donzelas e filhas dos reis sentiam-se na obrigação deste “sacrifício”. Porém em
muitos casos isso constituía em grandiosa honra. E ainda que fossem casamentos
arranjados, poderiam ocorrer histórias de amor belíssimas. A cena do casamento
narrado neste salmo declara em verso e prosa a extrema predileção entre o rei e
a princesa. Os detalhes citados nesse casamento misterioso não deixam dúvida
sobre a importância dele para o “coração” do rei. É um casamento encantado,
onde o rei está em suspenso, onde a alegria é a tônica, onde a história, é tornado
uma canção, um GLORIOSO CANTICO NUPCIAL REAL.
10 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da
casa do teu pai.
O pai da bela moça aconselha sua filha nos momentos que antecedem seu desfile
diante do rei. Ele sabe que ela migra para uma nova vida, e que abraçará a
tradições que desconhece completa ou parcialmente, que deverá agora aprender
os costumes da nação para que está sendo chamada, devendo aprender as
tradições da família de seu esposo. Ela já não faz mais parte da família que é
originária, ela está sendo adotada por uma nova família. A integração com a
família de um novo reino é como se os laços pré-existentes já não existissem.
Embora restem os laços afetivos, as responsabilidades da moça são agora a de
uma princesa de um outro estado soberano e até na eventualidade de uma
guerra entre os dois reinos, sua posição seria a de uma estrangeira, deveria zelar
pelos interesses de sua nova nação. Deveria aprender a amar a seu novo povo, a
aprender suas canções, sua história, a sua língua, seus costumes e leis.
11 Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o.
Então certamente o rei a quem ele concedia sua mão se afeiçoaria dela, em
virtude de seu esforço. O pai aqui declara algo que já suspeitávamos desde o
princípio, como diria o Chaves, que ela era de extrema beleza. E que ao se tornar
“bela” por sua dignidade, ressaltaria igualmente a sua beleza pre-existente, sua
tremenda beleza exterior.
12 E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu
favor.
Essa moça é insinuada no texto como princesa de Tiro, ou pertence a uma nação
não designada, acompanhada de uma amiga princesa Tiro. Esse verso fala dela
mesma ou de uma amiga que traz os mais preciosos presentes da época. Tiro era
uma potência naval, seus marinheiros mão de obra especializada e “exportados”
para o mundo todo. Gregos, romanos, babilônios ou persas, todos tiveram em
seus navios capitães persas. A princesa que se casa neste salmo caminha para
um patamar de honra inaudito, para uma riqueza poucas vezes contemplada na
terra. Ao se casar com Salomão ela fará parte da nação mais rica do mundo da
antiguidade nesse instante.
7
13 A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro.
Enquanto é preparada para o casamento no interior do palácio das mulheres,
numa residência separada do salão real, podemos ter uma vaga noção do luxo
com que é tratada. Ela é vestida com seda preciosíssima e com bordados ou fios
que adoram suas vestiduras feitos de ouro puro.
14 Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a
trarão a ti.
Seu preparo dependeu de muitas servas, houve um ritual de preparo das suas
vestes, desde sua produção com requintado artesanato feito de obra de
bordadura até o modo como essas vestes foram limpas, perfumadas e
transportadas para a noiva. E depois de vestida, uma comitiva de servas
igualmente bem vestidas a conduzirão em procissão solene até a presença do rei
que a aguarda no salão.
15 Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei.
16 Em lugar de teus pais estarão teus filhos; deles farás príncipes sobre toda
a terra.
A algazarra é muito grande. Há danças, há gritos, as servas dançam, regozijam.
Há acompanhamento de instrumentos musicais e a sua chegada é antecedida
com o ruído e o alarido das dançarinas, com o cântico das cantoras. O palácio se
enche com o som dos cânticos, com as cores dos vestidos das acompanhantes e
com o cheiro do perfume que está derramado no vestido da noiva.
O futuro está diante dos olhos da moça que já sente saudade de seus pais. Ela se
assombra com a grandeza do palácio, com a sombra da responsabilidade que
agora pesa sobre seus ombros, com a majestade que a aguarda e com o
assombro do desconhecido. E para vencer a excitação, para sobrepujar o medo
ela pensa no que virá. Não terá mais a companhia de seus pais porém gerará
filhos, que como ela terão descendência real, serão príncipes. E serão príncipes
com tremendo domínio. Porque nesse momento as duas realidades se
apresentam, a sombra do Velho Testamento e a luz do Novo, Salomão sorrindo
e Cristo aguardando sua Igreja. O domínio de Salomão era circunscrito ao
território israelita. Nesse momento a PROFECIA domina o texto:
deles farás príncipes sobre toda a terra.
Essa moça geraria filhos que dominariam sobre o DOMINIO DO MESSIAS, sobre
toda a Terra, que pertence a CRISTO.
O CASAMENTO (Texto de Fustel de Colanges – Cidade Antiga)
8
Analisando as tradições da antiguidade da cultura grego-romana o professor de
história Fustel de Colanges (1830-1889), natural de Paris, compreendeu que todas
ou a maioria das instituições civis da Grécia e Roma nasceram no culto, na
adoração religiosa, nas crenças antigas em antepassados divinizados, que eram
a base da religião caseira, feita de veneração aos manes e lares, espíritos dos
antepassados e ao fogo sagrado aceso na sala das casas, que representava a
essência da religião, sempre aceso, sempre renovado, num lugar exclusivo de
determinada família onde o pai era o sacerdote e os membros da família os
representados, únicos com legitimidade para adoração dos familiares mortos.
Essa religião primitiva, imaginava, seria a base da religião grega. Pensava que os
deuses do olimpo como fruto de uma teologia posterior, onde a religião caseira
se desenvolveria para a religião da comunidade. Talvez até deuses imortais,
olimpianos ou celestiais tenham sido um dia somente patronos, antepassados
famosos de inúmeras gerações passadas cuja identidade humana se perdeu. O
evangelho da serpente na verdade é mais complexo, mas extenso. A religião
corrompida pelo domínio da morte possui várias sementes ruins.
A primeira instituição que a religião doméstica estabeleceu foi, provavelmente, o
casamento. É necessário notar que essa religião do lar e dos antepassados, que
se transmitia de varão para varão, não pertencia, contudo, exclusivamente ao
homem; a mulher tomava parte no culto. Como filha, assistia aos atos
religiosos do pai; como casada, aos do marido.
Somente por isso se pode avaliar o caráter essencial da união conjugal entre os
antigos. Duas famílias vivem uma ao lado da outra, mas possuem deuses
diversos. Em uma delas, a jovem participa, desde a infância, da religião do
pai, invoca seu lar, oferece-lhe todos os dias libações, enfeita-o com flores e
grinaldas nos dias festivos, pede-lhe proteção, agradece-lhe benefícios. Esse
fogo paterno é o seu deus. Se um jovem de outra família a pede em casamento,
para ela isso significa muito mais do que passar de uma casa para outra.
Trata-se de abandonar o lar paterno, para invocar daí por diante os deuses
do esposo. Trata-se de mudar de religião, de praticar outros ritos, de
pronunciar outras orações. Trata-se de deixar o deus de sua infância, para
colocar-se sob o império de um deus desconhecido. E ela não espera
permanecer fiel a um, honrando a outro, porque um dos princípios imutáveis
dessa religião é que uma pessoa não pode invocar dois lares, nem duas
séries de antepassados. “A partir do casamento, diz um antigo, a mulher não
tem nada mais em comum com a religião doméstica dos pais: ela passa a
sacrificar aos manes do marido).”
O casamento, portanto, é ato sério para a jovem, e não o é menos para o esposo,
porque a religião exige que se nasça junto ao fogo sagrado para ter-se o
direito de oferecer-lhe sacrifícios. E, no entanto, o rapaz vai introduzir em
seu lar uma estranha; em sua companhia, oficiará as cerimônias misteriosas
9
do culto, revelando-lhe ritos e fórmulas, que constituem patrimônio de
família.
Não há nada mais precioso que essa herança; os deuses, ritos e hinos, que
recebeu dos pais, é quem o protege na vida, e lhe promete riqueza,
felicidade, virtude. No entanto, em vez de guardar para si esse poder tutelar,
como o selvagem guarda um ídolo ou amuleto, vai admitir uma mulher para
participante dos mesmos.
Desse modo, quando penetramos o pensamento dos antigos, vemos a
importância que tem para eles a união conjugal, e quanto lhe é imprescindível
a intervenção da religião. Não seria, portanto, necessário, para que a jovem fosse
iniciada no culto que iria seguir, uma cerimônia sagrada de iniciação?
Para tornar-se sacerdotisa de um novo fogo, não haveria uma espécie de
ordenação ou de adoção?
O casamento era a cerimônia sagrada que deveria produzir esses grandes efeitos.
Os escritores latinos e gregos têm o hábito de designar o casamento por palavras
que indicam ato religioso. Pólux, que viveu no tempo dos Antoninos, mas que
podia manusear toda uma antiga literatura que não possuímos mais, diz que nos
tempos remotos, em lugar de designar o casamento por seu nome particular (
gámos), designavam-no simplesmente pela palavra télos, que significa
cerimônia sagrada, como se o casamento fosse, nesses tempos antigos, a
cerimônia sagrada por excelência.
Ora, a religião que celebrava o casamento não era a de Júpiter, de Juno, ou dos
outros deuses do Olimpo. A cerimônia não era realizada em templo; era
realizada em casa, presidida pelo deus doméstico. Na verdade, quando a
religião dos deuses do céu se tornou preponderante, não foi mais possível deixar
de invocá-los também nas preces do casamento; tomou-se então o costume de
ir antes aos templos, para oferecer sacrifícios a tais deuses, sacrifícios esses que
eram conhecidos como prelúdios do casamento. Mas, a parte principal e
essencial da cerimônia sempre devia realizar-se diante do lar doméstico.
Entre os gregos, a cerimônia do casamento compunha-se, por assim dizer, de três
atos. O primeiro realizava-se diante do lar paterno, enghyesis, o terceiro no
lar do marido, télos, e o segundo era a passagem de um para outro, pompé.
1.° Na casa paterna, em presença do pretendente, o pai, de ordinário rodeado
pela família, oferece um sacrifício. Terminado este, declara, enquanto pronuncia
uma fórmula sacramental, que dá a filha ao homem que a pediu.
Essa declaração é absolutamente indispensável para o casamento, porque a
jovem não poderia ir adorar o lar do esposo, se seu pai não a houvesse antes
10
desligado do lar paterno. Para ingressar na nova religião, deve estar livre de todos
os laços ou vínculos da religião primitiva.
2.° A jovem é levada para a casa do marido. Às vezes, é o próprio marido que a
conduz. Em algumas cidades o encargo de levar a jovem cabia a um daqueles
homens que entre os gregos estavam revestidos de caráter sacerdotal, e que
chamavam de arautos. A jovem, comumente, é colocada sobre um carro, o rosto
coberto com um véu, e à cabeça leva uma coroa. O uso da coroa, como veremos
muitas vezes, era um costume observado em todas as cerimônias do culto. Os
vestidos são brancos. O branco era a cor dos vestidos em todos os atos religiosos.
Precedem-na carregando archotes: é o archote nupcial. Em todo o percurso
cantam a seu redor um hino religioso, cujo estribilho é o seguinte: õ hymén, õ
hyménaie. Esse hino era conhecido por himeneu, e a importância desse canto
sagrado era tão grande, que dava nome a toda cerimônia. A jovem não entra por
si mesma em sua nova morada. É necessário que o marido a carregue, que simule
um rapto, que grite um pouco, e que as mulheres que a acompanham finjam
defendê-la. Por que esse rito? Seria um símbolo do pudor feminino? Isso é pouco
provável; ainda não chegou o momento do pudor, porque o que se vai realizar
por primeiro nessa casa é uma cerimônia religiosa. Será que esse rapto simulado
não quer antes significar que a mulher que vai oferecer sacrifícios no novo lar
não tem por si mesma nenhum direito, que ela não o adota por sua própria
vontade, e que é necessário que o dono da nova casa e seu respectivo deus a
introduza à força? Ou uma reminiscência antiga da origem grega. Nos conduz
diretamente ao rapto das mulheres pela tribo de Benjamim. Seja o que for, depois
de uma luta fictícia, o esposo ergue-a nos braços e a introduz na casa, tendo
grande cuidado para que seus pés não toquem na soleira da porta. Porque a
soleira da porta era dedicada aos deuses.
O que precede não é senão preparação e prelúdio da cerimônia. O ato sagrado
vai ter início no interior da casa.
3.° À frente do fogo sagrado, a esposa é colocada em presença da divindade
doméstica. É aspergida com água lustral, e toca o fogo sagrado. Dizem-se
orações. Depois os esposos compartilham um bolo, um pão e algumas frutas
Essa espécie de refeição ligeira, que começa e termina com uma libação e uma
prece, essa comunhão de alimentos diante do fogo sagrado, põe os dois
esposos em comunhão religiosa, como também em comunhão com os
deuses domésticos.
O casamento romano assemelhava-se muito ao casamento grego, e como ele,
constava de três atos: traditio, deductio in domum, confarreatio.
11
1.° A jovem deixa o lar paterno. Como não está ligada a esse lar por direito
próprio, mas apenas pela mediação do pai de família, somente a autoridade do
pai pode livrá-la desse laço. A tradição, é, portanto, formalidade indispensável
2.° A jovem é conduzida à casa do esposo. Como na Grécia, ela é velada, usa
coroa, e um archote nupcial precede o cortejo. Canta-se a seu redor um hino
religioso. As palavras desse hino, talvez com o tempo tenham mudado,
acomodando-se às variações das crenças e do modo de falar, mas o estribilho
sacramental continuou sempre sem alteração alguma: era a palavra Talássia,
vocábulo que os romanos do tempo de Horácio compreendiam tanto quanto os
gregos compreendiam a palavra hyménaie, que era, provavelmente, a relíquia
sagrada e inviolável de antiga fórmula.
O cortejo parava diante da casa do esposo, onde apresentam à jovem fogo e
água. O fogo é o emblema da divindade doméstica; a água é a água lustral, que
serve para a família em todos os atos religiosos. Para que a jovem entre na casa
é necessário, como na Grécia, simular um rapto. O esposo deve erguê-la nos
braços, e carregá-la, tomando cuidado para que não toque a soleira da porta com
os pés.
3.° A esposa é conduzida diante do fogo, onde estão os penates, onde todos os
deuses domésticos e as imagens dos antepassados agrupam-se ao redor do
fogo sagrado. Os dois esposos, como na Grécia, oferecem um sacrifício, fazem
libações, pronunciam algumas preces, e comem juntos um manjar de flor de
farinha (panis farreus).
A consumpção desse manjar em meio à récita de preces, na presença e sob os
olhos das divindades da família, é o que constitui a união santa do esposo e da
esposa. Desde esse instante ambos estão unidos no mesmo culto. A mulher tem
os mesmos deuses, os mesmos ritos, as mesmas orações, as mesmas festas que
o marido. Daí essa velha definição de casamento, que os jurisconsultos nos
conservaram: Nuptiae sunt divini juris et humani communicatio. — E esta outra:
Uxor socia humanae rei atque divinae. — (O casamento é assunto divino e de
comunhão humana – Esposa és, na aliança das coisas humanas e divinas)
É que a mulher começou a participar da religião do marido, mulher a quem os
próprios deuses, como diz Platão, introduziram na nova casa. A mulher assim
casada continua a cultuar os mortos; mas não é mais a seus antepassados que
oferece o banquete fúnebre; não tem mais esse direito. O casamento
desligou-a por completo da família do pai, quebrando todos os liames religiosos
que a ligavam a ela. É aos antepassados do marido que oferece sacrifícios;
pertence agora à sua família, e eles se tornaram seus antepassados. O
casamento proporcionou-lhe um segundo nascimento. De ora em diante ela é a
filha do marido, filiae loco, dizem os jurisconsultos. Não se pode pertencer nem
a duas famílias, nem a duas religiões domésticas; a mulher passa, única e
12
exclusivamente, a fazer parte da família e religião do marido. Veremos as
conseqüências dessa regra no direito de sucessão.
A instituição do casamento sagrado também deve ser tão antiga na raça indoeuropéia quanto a religião doméstica, porque uma não existe sem a outra. Essa
religião ensina ao homem que a união conjugal é algo mais que uma relação de
sexos e uma afeição passageira, unindo os cônjuges pelo laço poderoso do
mesmo culto e das mesmas crenças. Por sua vez, a cerimônia das núpcias era tão
solene, e produzia efeitos tão graves, que não nos devemos surpreender se
aqueles homens a julgavam permitida e possível com uma só mulher em cada
casa. Tal religião não podia admitir a poligamia.
Pensa-se também que essa união era indissolúvel, e que o divórcio era quase
impossível. O direito romano facilmente permitia dissolver o casamento por
coemptio ou por usus; mas a dissolução do casamento religioso era muito difícil.
Para que houvesse ruptura fazia-se necessária nova cerimônia religiosa,
porque somente a religião podia desunir o que havia unido. O efeito da
confarreatio não podia ser destruído senão pela diffarreatio. Os dois esposos
que desejavam o divórcio apresentavam-se pela última vez diante do fogo
sagrado comum, na presença de um sacerdote e de testemunhas. Como no dia
do casamento, oferecia-se aos esposos um bolo de flor de farinha. Mas,
provavelmente, em lugar de comê-lo, eles o rejeitavam. Depois, em lugar de
preces, pronunciavam fórmulas “de caráter estranho, severo, vingativo, terrível,”
uma espécie de maldição, pela qual a mulher renunciava ao culto e aos deuses
do marido. Desde esse momento o laço religioso estava rompido. Com o
término da comunhão de culto, toda outra comunhão cessava por direito, e
o casamento ficava dissolvido.
13
Uma visão sobre o Casamento hebraico da antiguidade
Tradições do casamento hebraico antigo
O Noivado
14
De acordo com costumes antigos, a cerimônia do noivado (ou Desposório)
ocorreria um ano ou mais, antes de chegar o dia das Bodas. Durante o noivado
(ou Desposório) as famílias da noiva e do noivo reunir-se-iam com algumas
pessoas que não eram membros da família, as quais serviriam como testemunhas.
O noivo daria à noiva um anel de ouro ou outros itens de valor. E se eles eram
pobres, e tais coisas estivessem além de sua capacidade, simplesmente o noivo
daria para a noiva um documento que no qual se comprometia a casar com ela.
O noivo em seguida diria para a noiva: “Olha, com esse anel (ou com este sinal)
declaro que você está reservada para mim, de acordo com a lei de Moisés e Israel.
A família e amigos, então, concederiam presentes para a noiva.
Após esta cerimônia, a noiva voltava para a casa de seu pai e o noivo de volta
para a dele. A vida continuaria como antes, no entanto, a partir deste dia ela seria
sua noiva e legítima esposa do noivo.
Foi durante este período de noivado que Maria descobriu que tinha concebido
um filho. José profundamente magoado, sem dúvida, teria diversas opções de
acordo com a lei. Já que Maria era sua esposa legítima, José poderia ter permitido
que ela fosse punida com a morte. (Levítico 20:10), ou poderia ter concedido
imediatamente um certificado de divórcio. (Deuteronômio 24:1). A Bíblia nos diz
que porque José era um homem justo e reto escolheu assumir a culpa, não
arriscando a vida de Maria. No entanto, ele poderia ter escolhido contar a
comunidade o que aconteceu a uma mulher casada que foi descoberta em
aparente infidelidade. Mas ele preferiu que a sua conduta ilícita fosse mantida
em segredo, seguindo para longe e após deixá-la silenciosamente. Foi neste
momento um anjo do Senhor lhe assegurou que Maria tinha sido fiel e que a
criança que esperava fora gerada pelo Espírito Santo. (Mateus 1:18-25)
15
Procissão de casamento
Um ano depois, mais ou menos, depois de ter sido realizado a cerimônia de
noivado, a noiva sabia que o dia do casamento se aproximava. PORÉM não tinha
certeza sobre o dia e a hora exata que seu namorado voltaria para ela. Todas as
moças da época de Jesus estavam familiarizadas com o termo, “Corra! Apressese! Apronte-se!“, que parece descrever a situação da noiva enquanto ela
verificava seu calendário e contava os dias até que ele completasse o ano de
noivado. Ela sabia que o tempo de sua partida estava se aproximando. A noiva
sabia que tinha que estar pronta para ser “levada” a qualquer momento, mas não
sabia a data exata ou o dia exato em que o noivo viria para ela. Pois, segundo a
cultura judaica, o dia começa ao pôr do sol. O noivo chegaria em geral à noite.
Muitos meses antes do dia do casamento, a noiva faria todo o possível para
suavizar a sua pele e fazer o seu cabelo brilhar. Quando considerava que o dia do
casamento já estava perto, estaria usando o vestido de casamento durante os
dias próximos, pois não tinha certeza se o noivo viria para buscá-la na noite
anterior ou posterior. Possivelmente seu cabelo seria trançado com ouro e
pérolas. Colocaria uma coroa em sua cabeça e pulseiras e brincos e enfeitaria a
sua cabeça com jóias e pedras preciosas da família. Se o pai da noiva era um
homem pobre, então ela iria pedir que fossem presenteados a ela por seus
amigos, adereços, para que ela se apresentasse mais bonita.
O pai do noivo após haver verificado que todos os preparativos na casa da noiva
foram realizados, daria permissão para o seu filho para trazer a noiva à sua
16
casa. O noivo reuniria os seus amigos que o ajudariam a se vestir com roupas
bonitas. Seria perfumado com incenso e mirra. Usaria uma coroa de ouro ou teria
uma guirlanda de flores colocada em sua cabeça para que pudesse se parecer o
mais próximo possível com um rei.
Os amigos estariam fazendo uma brincadeira – iriam se curvar diante dele como
se o noivo fosse um membro da realeza – Uma banda de músicos e cantores iria
acompanhá-los. Alguns convidados do casamento estariam esperando ao longo
do caminho para levar o grupo de amigos e ao noivo para a casa da noiva e o
cortejo nupcial se juntaria aos amigos do noivo Quando chegassem à casa da
noiva, o noivo, seus amigos e os convidados expressariam sua alegria cantando.
o Esposo “tomaria” a sua esposa e a levaria para fora da casa de seu pai. Hoje, é
normal aquele que preside uma cerimônia de casamento dizer: “Você toma esta
17
mulher como sua legítima esposa?” Provavelmente a parte mais emocionante da
cerimônia de casamento é quando o noivo “Toma ou recebe” a noiva. Onde o
noivo vai fazer isso dependerá de sua condição social. Se você fosse rico,
provavelmente já teria um lugar preparado para dois. Se fosse pobre iria para a
casa dos pais do noivo. O cortejo nupcial partiria da casa dos pais da noiva e iria
para a casa do noivo, onde se realizaria o banquete de casamento. Esperando a
procissão e atentos à voz de alegria e celebração, os outros convidados da noiva
e suas madrinhas se juntariam ao cortejo nupcial ao longo do caminho.
Uma vez que as ruas eram muito escuras, era necessário para quem viaja à noite,
levasse uma lanterna ou uma lâmpada. O termo “tomar as suas lâmpadas”
significava que os convidados estavam prontos e esperando para fazer parte da
celebração. Algo como ter feito um convite. Sem uma tocha ou uma lâmpada não
poderiam juntar-se a procissão nem entrar na casa do noivo. Uma vez dentro da
casa, o anfitrião da festa de casamento, que era geralmente o pai do noivo, daria
aos convidados preciosas roupas para vestir.
Baseado
em
Fred H. Wight , Maneras & Costumbres de las Tierras Bíblicas (Chicago, Illinois:
Moody Press 1953), p. 130-134; 235
18
O CERIMONIAL DO SALMO 45
O casamento do Messias não se baseia nas crenças nos lares, penates, espíritos
familiares ou religião dos mortos. Não é sob a luz dos medos dos antigos
egípcios, ou sob a sombra das maldições tumulares ou das oferendas aos mortos
que se desenvolve o cerimonial israelita de casamento. A sombra que paira sobre
ele é a eternidade, os anjos, a vida eterna, os mistérios do tabernáculo e uma
religião onde um Deus eterno e imortal, e capaz de conceder a vida e a
imortalidade, era o protetor, o abençoador e o legitimador de todos os votos.
Porém o casamento tinha uma natureza espiritual semelhante, as dimensões de
mudança de sacerdócio, de família, linha sucessória, o afastamento da religião
anterior, o pertencimento a uma nova família, por parte da esposa, todas essas
coisas estão presentes, num nível de excelência, no casamento no salmo 45.
A primeira coisa que vamos observar no canto nupcial deste salmo é a diferença,
a narrativa de um TIPO casamento que nós DESCONHECEMOS. O casamento de
um pastor de ovelhas, de um nobre, de uma filha de fazendeiro, ou de uma moça
pobre são muito diferentes de um casamento real. O salmo 45 é o único
“testemunho” ou relato de uma festividade de casamento de um rei israelita que
nos foi transmitida. Ele possui um protocolo único, se desenvolve através de um
cerimonial diferente de um casamento hebraico, grego ou romano.
30 belas fotos de casamentos da realeza em todo o mundo
Casamentos da realeza são, frequentemente, eventos luxuosos. Mas não são
apenas ocasiões felizes para o casal e suas famílias – como sabemos, costumam
19
atrair também a atenção da mídia global, convidados de alto escalão e as
multidões exultantes.
De carruagens puxadas por cavalos a bolos e vestidos de noiva estonteantes, com
véus que parecem se estender por quilômetros, mostramos algumas fotos
impressionantes das comemorações de casamentos da realeza em todo o mundo.
príncipe willem alexander e princesa maxima zorreguieta dos países baixos
O príncipe herdeiro holandês, Willem Alexander e sua nova noiva, a Princesa Máxima
Zorreguieta, chegam em 2 de fevereiro de 2002 no Palácio Real de Amsterdã, na
Holanda, após a cerimônia de casamento.
20
casamentos da realeza: Príncipe Carl Philip e Princesa Sofia da Suécia
O príncipe Carl Philip da Suécia (que tem sangue brasileiro herdado de sua mãe, a Rainha
Silvia, filha de pai alemão e mãe brasileira) dança com sua nova esposa, Princesa Sofia,
da Suécia. A cerimônia de casamento ocorreu no Palácio Real em 13 de junho de 2015,
em Estocolmo.
kanjeng pangeranHaryo Notonegoro e Gusti Kanjeng Ratu Hayu da Indonésia
21
Kanjeng Pangeran Haryo Notonegoro e Gusti Kanjeng Ratu Hayu acenam para multidões
em sua jornada de carruagem como parte de seu casamento real em 23 de outubro de
2013, em Yogyakarta, Indonésia.
casamentos da realeza: Príncipe Charles e Princesa Diana do País de Gales
Lady Diana Spencer, que logo se tornaria a princesa de Gales, se vira quando suas damas
de honra montam seu véu na chegada à Catedral de Saint Paul para o seu casamento
real com o príncipe Charles em Londres, em 29 de julho de 1981.
22
Príncipe Félix e Princesa Claire do Luxemburgo
A princesa Claire de Luxembourg e o príncipe Felix de Luxembourg são vistos durante a
cerimônia de casamento real na Basílica Sainte Marie-Madeleine, que ocorreu em 21 de
setembro de 2013, em Saint-Maximin-La-Sainte-Baume, França.
23
casamentos da realeza: Hisanaga Shimazu e (ex) Princesa Suga do Japão
Takako Shimazu, ex-princesa Suga, renunciou ao título para se casar com um plebeu,
Hisanaga Shimazu, um funcionário de banco. Na foto, ambos sorriem durante uma
entrevista coletiva após a cerimônia de casamento em Tóquio, em 10 de março de 1960.
Em 2017, a princesa Mako, neta mais velha do Imperador Akihito, também renunciou ao
trono para se casar com um plebeu que conheceu na universidade.
24
Christopher O’Neill e a princesa Madeleine da Suécia
Christopher O’Neill e a princesa Madeleine da Suécia são conduzidos pelo cavalo e
carruagem do palácio real de Estocolmo a Riddarholmen, após o casamento no Palácio
Real em 8 de junho de 2013, em Estocolmo, na Suécia.
casamentos da realeza: Príncipe Rainier e Grace Kelly de Mônaco
Grace Kelly sobe ao altar da Catedral de Mônaco no braço de seu pai, John B. Kelly, para
seu casamento com o príncipe Rainier, em 19 de abril de 1956.
25
Príncipe Daniel, Duque de Vastergotland e Princesa Victoria da Suécia
A princesa Victoria da Suécia e o príncipe Daniel, duque de Vastergotland, dividem uma
fatia do bolo de casamento durante o Banquete de Casamento no Palácio Real em 19 de
junho de 2010, em Estocolmo, Suécia.
26
Rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck e Rainha Ashi Jetsun Pema do butão
Sua majestade, o Rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck e a Rainha Ashi Jetsun Pema
saem após o término da cerimônia de casamento em 13 de outubro de 2011, em
Punakha, Butão. O Dzong é o mesmo local que sediou a cerimônia de coroação histórica
do rei, em 2008.
casamentos da realeza: Rainha Elizabeth II e Príncipe Phillip, Duque de Edimburgo
A rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip são vistos saindo da Abadia de Westminster, em
Londres, em 20 de novembro de 1947, após a cerimônia de casamento.
27
Príncipe Alberto II de Mônaco e Princesa Charlene Wittstock de Mônaco
Fogos de artifício iluminam o porto após a cerimônia religiosa do casamento real do
príncipe Alberto II de Mônaco com Charlene Wittstock em 2 de julho de 2011, em
Mônaco.
Príncipe William, duque de Cambridge e Catherine, duquesa de Cambridge
28
O príncipe William e Kate Middleton beijam-se no balcão de Buckingham Palace em 29
de abril de 2011, em Londres, Inglaterra.
casamentos da realeza: Rei Constantino e Princesa Anne Marie da Grécia
O Rei Constantino da Grécia e a Princesa Anne Marie no dia do casamento, na Catedral
Ortodoxa de Atenas, em 19 de setembro de 1964.
Príncipe Carlos de Bourbon de Parme e Princesa Annemarie Gualtherie van Weezel da
Bélgica
29
A princesa Annemarie Gualtherie van Weezel e o príncipe Carlos de Bourbon de Parme
deixam a igreja após seu casamento real em Abbaye de la Cambre o 20 de novembro de
2010, em Bruxelas, Bélgica.
casamento da realeza: Yoshiki Kuroda e Sayako Kuroda do Japão
Sayako Kuroda e Yoshiki Kuroda levantam taças de champanhe para brindar durante o
banquete de casamento num hotel em Tóquio, em 15 de novembro de 2005. Sayako,
filha do imperador Akihito e da imperatriz Michiko, abandonou seu status de princesa
ao casar-se com Kuroda, um funcionário do governo de Tóquio.
30
Príncipe Frederico e Princesa Maria da Dinamarca
O príncipe herdeiro dinamarquês Frederik e sua noiva, a princesa Mary, beijam-se como
o casal real, na sacada do palácio de Christian VII, depois do casamento em 14 de maio
de 2004, em Copenhaguem, na Dinamarca. O romance começou em 2000, quando a
senhorita Mary Elizabeth Donaldson conheceu o herdeiro de uma das monarquias mais
antigas da Europa nos Jogos Olímpicos de Sydney, onde ele estava com a equipe de
navegação dinamarquesa.
casamentos da realeza: Príncipe herdeiro Al-Muhtadee Billah e Sarah Salleh de Brunei
31
O príncipe herdeiro de Brunei, Al-Muhtadee Billah e sua noiva, Sarah Salleh, caminham
pelo corredor depois da cerimônia de casamento no Istana Nurul Iman em Bandar Seri
Begawan, Brunei, em 9 de setembro de 2004. O futuro rei do petróleo de Brunei
apresentou sua noiva adolescente para o mundo numa cerimônia dourada e tradicional,
com a presença de líderes asiáticos e da realeza árabe.
casamentos da realeza: Príncipe Felipe e Letizia Ortiz da Espanha
O príncipe herdeiro da Espanha, Felipe, e sua noiva, Letizia Ortiz, participam de uma
cerimônia na igreja de Atocha, após seu casamento em Madri, em 22 de maio de 2004.
Príncipe Jaime de Bourbon Parme e Viktoria Cservenyak dos Países Baixos
32
O príncipe Jaime de Bourbon Parme e Viktoria Cservenyak saem da cerimônia de
casamento na Igreja de Nossa Senhora da Ascensão em 5 de outubro de 2013, em
Apeldoorn, Países Baixos.
Emanuele Filiberto de Sabóia, Príncipe de Veneza, e Clotilde Courau, princesa de Veneza
A atriz francesa Clotilde Courau olha por cima do ombro de seu novo marido, Emanuele
Filiberto, o chefe da Casa Real de Savoy, na saída de sua cerimônia de casamento,
realizada na igreja de Santa Maria degli Angeli em Roma, em 25 de setembro de 2003,
na Itália.
33
casamentos da realeza: Ari Behn e a princesa Martha Louise da Noruega
A princesa Martha Louise, da Noruega, e o escritor Ari Behn acenam para as multidões
enquanto caminham até o Palácio Stiftsgarden após o casamento, em 23 de maio de
2002, em Trondheim, na Noruega.
Príncipe Joachim e Princesa Maria da Dinamarca
34
O príncipe Joachim da Dinamarca casou-se com Marie Cavallier, da França, em
Moegeltoender, Dinamarca, em 24 de maio de 2008. Ambos trocaram votos num
casamento na igreja com membros da realeza escandinava e outros dignitários. Joachim
é o filho mais novo da rainha Margrethe, e o quarto na linha do trono da Dinamarca.
Rei Mohamed VI e Princesa Lalla Salma de Marrocos
O rei Mohamed VI de Marrocos senta-se com sua esposa, a princesa Lalla Salma, no
palácio real em 13 de julho de 2002, em Rabat, Marrocos. As celebrações públicas
quebraram a tradição de manter as esposas reais escondidas.
35
Rei Letsie III e Karabo Motsoeneng do Lesoto
O rei Letsie III do Lesotho e sua nova esposa, Karabo Motsoeneng, acenam para aqueles
que participaram de sua tradicional cerimônia de casamento católica no estádio nacional
em Maseru, Lesoto, em 18 de fevereiro de 2000.
36
casamentos da realeza: Philipp von Lattorff e a princesa Tatjana do Liechtenstein
A princesa Tatjana de Liechtenstein e o executivo alemão Philipp von Lattorff acenam
para a multidão depois de seu casamento na catedral de Vaduz, em 5 de junho de 1999.
Príncipe Abdul Malik e Dayangku Raabi ‘atul ‘Adawiyyah Pengiran Haji Bolkiah do Brunei
37
O sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, segura o braço de seu filho, o príncipe Abdul Malik,
para abençoar a nova esposa de Malik, Dayangku Raabi’atul ‘Adawiyyah Pengiran Haji
Bolkiah, durante a cerimônia de casamento no Palácio de Nurul Iman em Bandar Seri
Begawan, em 12 de abril de 2015. Sultan Hassanal Bolkiah de Brunei é um dos homens
mais ricos do mundo.
casamentos da realeza: Príncipe Laurent e Claire Coombs da Bélgica
O príncipe Laurent da Bélgica e sua noiva Claire Coombs, o rei Albert e a rainha Paola,
Nicolas Coombs e Nicole Mertens, acenam para a multidão da sacada do Palácio Real de
Bruxelas em 12 de abril de 2003, em Bruxelas, na Bélgica. O príncipe Laurent da Bélgica
casou-se com Claire Coombs numa cerimônia na prefeitura de Bruxelas.
38
casamentos da realeza: Príncipe Ali e Reem Ibrahimi da Jordânia
O príncipe da Jordânia, Ali, o meio irmão do monarca jordaniano Rei Abdullah, senta-se
ao lado de sua noiva, Reem Ibrahimi, filha do diplomata da ONU Akhdar al-Ibrahimi,
durante um casamento realizado no Palácio Real em Amã, em 7 de setembro 2004.
Príncipe Mweli Mzizi da família real Zulu e Debra Patta
39
A locutora de rádio Debra Patta e seu marido, membro da família Real Zulu,
Príncipe Mweli Mzizi, após o casamento em Johannesburgo em 6 de janeiro de
1996. Vários membros da família de Mzizi viajaram da província de KwaZulu Natal,
e vários parentes de Patta da Itália para testemunhar o casal trocar os votos.
São inúmeros os exemplos da suntuosidade, luxo, cerimonial requintado,
intrincadas tradições dos casamentos reais ao redor do mundo. No decorrer da
história casamentos assombrosos ocorreram, todos revestidos de profundos
significados, que representavam a união de famílias reais (de caráter divino),
povos, raças, tribos e mesmo nações. Reis se casando significava de modo lúdico,
deuses se unindo. Casamento de divindades, de uma família com ascendência
divina. Noivos de famílias reais da antiguidade possuíam uma tradição
mítica que os elevava a condição divina, por isso também eram
diferenciados, especiais e sobretudo SAGRADOS. A religião antiga possuía,
além da face mórbida de adoração aos antepassados, uma segunda universal
condicionante, que era o CASAMENTO DIVINO. Todas as DEUSAS da antiguidade
possuíam MARIDOS ou consortes, fossem eles humanos ou divinos. Afrodite,
Hator, Isis, Ishitar, Inana, Frigga, Asherah (a deusa árvore), Parvarti, etc. Muitos
rituais inclusive simulavam o casamento de deusas e seres humanos. Ou de
deuses e seres humanos.
Sem entrar na questão religiosa desta relação estranha, que gerou até mesmo a
prostituição cultual, condenada em diversos momentos pelos profetas, temos a
influência do MITICO no casamento real, de um modo muito poderoso.
Até para que um casamento real ocorresse deveria haver a concordância das
divindades, que regiam os movimentos dos corpos celestes. Ainda hoje nas
tradições dos povos asiáticos os familiares consultam xamãs ou ao horóscopo
para verificar quais seriam as datas mágicas, os dias sagrados ou consagrados,
denominados de AUSPICIOSOS, nos quais haveria essa “concordância” trazendo
boa-sorte para vida do casal, ou impedindo que a má-sorte transtornasse a vida
do futuro casal. Isso reflete a crença antiga que não há uma “liberdade” plena
humana para o ato do casamento, antes que poderes celestiais interferem e até
ditam condições para a união de seres humanos.
Esperava-se em virtude disso, essa representação divina, a necessidade de
aceitação divina, a confirmação celestial, que um casamento real fosse ”coisa de
divindades”, especial, único, soberbo, MARAVILHOSO em todos os aspectos.
2 Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em
teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
A descrição deste casamento real especial nos remete aquilo que uma noiva
desejaria muito, um esposo lindo. O Messias é apresentado com a formosura que
40
excede a de todos os outros homens. E não é somente formoso. Sua palavra é
maravilhosa em todos os sentidos, o coração da futura esposa derrete ao ouvilo.
3 Cinge a tua espada à coxa, ó herói, com a tua glória e a tua majestade.
4 E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da
mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis.
5 As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei, e por elas os
povos caíram debaixo de ti.
A chegada dele no palácio é triunfal. Ele possui uma história, ele venceu batalhas,
ele participou da guerra e venceu. Ele é um guerreiro, possui uma espada e é
habilidoso com ela, seus feitos não declarados no poema, são insinuados como
espetaculares, heroicos, evoca os sacrifícios realizados, a sua nobreza absurda,
por isso também é chamado de herói. Seus propósitos não são mesquinhos, ele
não batalhou por vaidade, sua luta não foi vã, ele é um herói de verdade e suas
causas excelentes, virtuosas. Ele lutou por causa da Verdade, ele lutou para
conseguir a Paz (pela causa da mansidão), ele lutou para que a justiça fosse
alcançada. Ele lutou por um reino, que era odiado, que possuía inúmeros
inimigos, porém sendo capacitado em muitas modalidades de luta, também era
arqueiro habilidoso e possivelmente, invencível.
6 O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de
eqüidade.
7 Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu
com óleo de alegria mais do que a teus companheiros
O poema trata o rei como Deus, porque ele se eleva da terra aos céus, o coração
do salmista PROFETIZA. Ele percebe um reino eterno, e vê a consagração que é
concedida aos reis, sacerdotes e profetas sendo derramado agora para preparar
um casamento. E não é uma unção comum, ela faz algo no coração do Messias,
ela produz uma alegria imensa, uma intensa alegria, uma felicidade maior que
quaisquer outros “companheiros” nobres, amigos ou no caso, profetas, sentiram.
A figura do casamento é usada frequentemente nas Escrituras para representar a
relação entre Deus e seu povo. No Velho Testamento, Deus é o marido e o povo
de Israel, a mulher. No Novo Testamento, Cristo é o noivo e a igreja, a noiva.
O salmo 45 retrata um acontecimento profético cósmico, ele representa um
casamento especial o do Messias ou de Cristo com sua Igreja.
A noiva é a igreja e o noivo é Jesus
1. “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25).
41
2. Jesus quer voltar e encontrar a sua noiva “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:27).
3. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas
do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de
linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de
justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que
são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19:7-9)
4. “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro….São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Apocalipse 19:9).
5. Ele falou da noiva preparada e da esperança de morar eternamente com Deus,
o perfeito marido: “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do
céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então,
ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os
homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará
com eles”. (Apocalipse 21:2-3)
O espetacular casamento que o salmo 45 retrata é o casamento messiânico. O
casamento mágico, divino, espiritual entre Cristo e a Igreja, entre Deus e a
Humanidade redimida, fala do amor dos Céus pela terra, retrata o encontro da a
eternidade e o passageiro. É a união do reino de Deus e a humanidade, ela é
representada pela moça que é DOADA ao rei, que fará parte do REINO CELESTIAL,
já não será mais herdeira das tradições humanas, da vaidade, da mentira, do
pecado.
O salmo 45 se identifica com “A celebração das bodas do cordeiro” por isso se
reveste de magnificência.
Cristo amou o mundo de tal modo que deu sua vida, lutou contra o império das
trevas, foi morto, desceu até a região dos mortos, vence a morte, arrebata sua
Amada das mãos do inimigo, dos poderes das potestades, do domínio das trevas,
e dá como dote para sua Amada sua vida celestial, compartilha com a
humanidade que nele crê sua natureza, seu reino, sua herança que inclui um
universo novo que está para chegar.
Os convites para o casamento foram enviados e milhares o aceitaram, sendo
então preparados para participarem do evento profético, que se reveste de
tonalidades e belezas impressionantes. No casamento do Messias os mortos em
Cristo ressuscitam e recebem vestes espirituais novas, e até mesmo CORPOS
NOVOS. Eles são enfeitados dos pés à cabeça, e revestidos de corpos glorificados
já não morrem e nem podem mais morrer, sendo absorvidos pela natureza física
celestial, tornados semelhantes aos anjos, numa festa de alegria como jamais foi
vista em toda a criação. Dezenas de servas cantando e exultando dançariam a
frente da estrangeira vestida de bordados e fios de ouro em direção ao trono do
42
rei, porém bilhões de anjos, cantando, rompendo em alegria acompanham uma
multidão inconcebível no encontro tão aguardado entre Cristo e sua Igreja. O
palácio de Salomão é o luxuoso lugar fonte da inspiração do cântico nupcial, e
será no palácio de Cristo, numa cidade denominada Nova Jerusalém que flutua
como uma lua nova ao redor de uma terra assombrada, local cuja descrição em
Apocalipse retrata ruas feitas de ouro, muros de pedras preciosas, que será o
lugar escolhido para a festa de casamento celestial.
Todos os rituais distorcidos do casamento entre as deusas e os seres humanos,
que se transformavam em representações carnais, onde o sexo era elevado ao
nível do sagrado e as sacerdotisas cometiam ato de prostituição, são somente
uma corrupção desse evento sagrado. São uma digressão uma distorção do
cumprimento dessa profecia. Quando Cristo deixando para trás os céus, tornouse um ser humano e revestido de carne, caminhou entre nós, habitando Deus em
um corpo humano. Porém, agora, faz o movimento contrário. Leva a
humanidade até o lugar de sua habitação, ao misterioso lugar onde está o centro
do universo, onde habitam os anjos e os querubins, e no caminho
METAMORFOSEIA a igreja, tirando dela a fraqueza humana, as limitações
humanas, concedendo-lhe um corpo que possa suportar as maravilhas e o poder
do lugar onde Deus habita CORPORALMENTE.
A moça do salmo 45 é vestida de bordados e ouro, a Igreja é revestida de gloria,
que lhe transforma, fazendo individualmente com que os que creram no
evangelho, semelhantes a anjos.
43
Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de
marfim de onde te alegram.
MIRRA
As especiarias têm grande sentido na Bíblia. A mirra foi usada de diversas formas.
Cantares usa essas especiarias, é como se o livro destilasse as mais variadas
fragrâncias, e é verdade. O tema leva à consideração desses famosos perfumes
do Oriente e da terra de Israel. Vimos Jacó enviando em tempo de seca, dessas
especiarias ao Faraó do Egito.
Sobre as vestes do Messias, profeticamente o livro de Salmos anunciaria:
“Todos os teus vestidos cheiram a mirra e a aloés, a cássia”. Salmo 45:5,
Mateus 2:11 fala da mirra com a qual os magos presentearam a Jesus.
A vida de Jesus está muito entrelaçada com a mirra.
O nome mirra com leves variações, é encontrado em várias línguas: murru
(acadiano), marra (árabe); marra (grego). Em português “amargo”. Provavelmente
trata-se de gosto amargo da resina. Paradoxalmente este arbusto deleitável foi
encontrado no mercado em forma cristalina, o mor dror, um dos ingredientes do
incenso do Templo (Êxodo 30:23). Dor significa - como pérola.
Os cristais eram vendidos em saquinhos, daí a expressão “um saquitel de mirra”
(Cantares 1:13). Dissolvidos em óleo, os cristais se tornam mais amargos que a
mirra líquida ou fluída - Cantares 5:5).
A Mirra aparecerá sólida num saquitel entre os seios da moça e liquida
gotejando pelas mãos dela ao abrir a porta para seu amado.
A mirra foi como que a preferida de Salomão que a cita 7 (sete) vezes no livro de
Cantares.
8 Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de
marfim de onde te alegram.
A mirra é uma resina derivada da planta de mesmo nome.
A mirra verdadeira era valiosa e estimada pelos antigos tanto como perfume
como incenso nos templos. Era também usada como unguento e bálsamo.
Natural das costas orientais da África, Abssinia, Arábia e Somália. Antigamente a
substância obtida de sua resina era comercializada. Hoje cresce em áreas
rochosas, nos montes calcáreos do Oriente Médio e em muitas partes do norte
da África.
Em Cantares 5:13, a mirra é proeminente: a mirra foi usada por Davi e Salomão e
também é descrita em Mateus 2:11, Marcos, João e em Salmos 45:8.
A Bíblia descreve a mirra como a mais popular e preciosa resina. Os egípcios
antigamente usavam a mirra como incenso nos templos e como embalsamento
para seus mortos.
44
Apocalipse 18:13 fala do comércio dos grandes impérios do Oriente. A mirra está
ligada a Jesus do seu nascimento à sua morte.
Mateus 2:11 e ainda na crucificação Jesus provou dela. Marcos 15:23
Nicodemos trouxe um mistura de mirra e aloés com lençóis para enrolar o corpo
de Jesus
(João 19:39-40, Êxodo 30:23, Ester 2:12, Salmos 45:8, Provérbios 7:17, Cantares
1:3, 3:6, 5:5-14, Mateus 2:11, Marcos 15:23, João 19:39 e Apocalipse 18:13).
São arbustos baixos, do tipo moita, galhos grossos e duros. As folhas crescem em
cachos e no caule encontram-se espinhos afiados.
A resina é abundante e é obtida pela incisão artificial. A madeira e a casca são
fortemente odoríferas. Logo que é exsudada a resina é macia, clara, dura, branca
ou amarela-escuro. Por um pouco é oleosa, solidificando-se rapidamente quando
pinga sobre as pedras em baixo dos galhos. É amarga e levemente pungente ao
paladar. Já se usou em medicina como tônico adstringente externamente como
um agente de limpeza. Nos países orientais é muito apreciada como substância
aromática, medicinal e como perfume.
8 Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de
marfim de onde te alegram.
As mulheres que foram ao sepulcro de Jesus também levaram, entre as
especiarias, a mirra. Era embalada em vasos. Os israelitas também usavam-na
muito como perfume e Davi a canta pela sua fragrância e Salomão deliciou-se
nela. Foi um dos ingredientes do santo óleo, como aloés, cássia e canela.
Cantares se refere a um cano de mirra em vez de um pedaço como se poderia
esperar de uma tal resina.
Como dissemos, Jesus provou dela no Gólgota, talvez uma bebida existente entre
os soldados, mas seja qual fosse, era de um gosto amargo. Jesus quando ferido
na cruz, quando no Getsemani suou sangue, foi como se pedaços de mirra se lhe
tivessem atingido. A igreja de Jesus se orna com mirra e todos os unguentos
aromáticos. Então esta especiaria se associa a ele do nascer ao morrer. Sua vida
foi pontilhada de pedaços amargos, de mirra.
O Gólgota foi para Jesus o jardim da mirra. A semelhança da extração da mirra
através da incisão, Jesus também foi ferido ali. O sangue de Jesus ensopou aquele
lugar - era a mirra que pingava em gotas brilhantes como água e sangue - a água
da vida e o sangue da salvação. Foi a hora mais amarga de Jesus mas também de
onde se desprendeu o precioso perfume de Cristo. Era a hora da amargura, a hora
do perfume, a hora do incenso no Templo, a hora da oferta da tarde da minhah
- presente de Deus para o homem, a hora em que Ele garantiu nossa entrada no
Santuário e no Santo dos Santos. Foi a hora do rasgar-se do véu por inteiro, como
Jesus por inteiro se deu ao mundo. A hora mais sublime para o Pai, porque o
Filho cumpriu tudo o que dele exigiu.
8 Todas as tuas vestes cheiram a mirra e aloés e cássia, desde os palácios de
marfim de onde te alegram.
45
E tudo isso a Sunamita celestial guarda entre os seus seios. Os seios falam desde
a antiguidade da intimidade nupcial. As mulheres orientais não descobriam
sequer a fronte diante de estranhos. Que se dirá dos seios. Todas as estátuas de
divindades antigas são retratadas com seios desnudos. Com grandes seios. A
beleza de uma moça era julgada pela beleza de seus seios, a fertilidade dela
estabelecida pelo tamanho deles e de sua capacidade de amamentação. A
pobreza e a fome representados pela magreza dos mesmos, a infância por sua
ausência. A moça está falando de algo que não é visível aos olhos de ninguém.
Porque nessa época ao menos, ela está recoberta de vestidos que não permitem
ver um decote. Simboliza que ela está contando um segredo. Um mistério. A
igreja revela que no coração guarda o sofrimento de Cristo, de modo profundo,
íntimo e por isso, por amar seu sacrifício, cheira a mirra.
46
47
O MESSIAS E A RELIGIÃO ANTIGA
O culto de Adônis era celebrado em toda a Fenícia e, especialmente, em Biblos.
Em Ghineh, ainda existe um monumento em sua honra, onde Adônis é
representado com uma lança na mão, vigiando o animal que está prestes a atacálo, enquanto Afrodite aguarda, com ar de grande preocupação. Os Fenícios
acreditavam que Adônis voltava todos os anos, a estes locais de culto, para ser
mortalmente ferido e que o seu sangue tingia as águas do Rio Nahr Ibrahim, a
que os gregos chamavam rio Adônis. O mito de Adônis está também ligado à
origem da mirra e à origem da rosa, plantas que nasceriam de uma gota do seu
sangue. – Adônis era assim o substituto grego oficial de Tamuz. E era chorado
amargamente por uma multidão de mulheres, todos os anos.
Aqui há uma pista interessantíssima para compreensão da religião antiga.
Além da adoração dos espíritos mortos, eram as histórias românticas
protagonizadas pelos deuses. Eles protagonizavam histórias de amor da
antiguidade. Milhares de mitos, transformados em cultos oficiais, cujas
histórias divinas eram TRAGÉDIAS de amor.
Jesus refaz a história com um final feliz. Ele desconstrói a história mítica de todos
os deuses da antiguidade, que ainda que “renascidos” permaneciam a “viver” no
domínio dos mortos. Como fantasmas. Ao ressuscitar dos mortos e permanecer
vivo eternamente, ele muda radicalmente o “choro em riso” conforme
profetizado em Isaías. Já não haveria mais pranto, anual, todo ano esses deuses
“morriam” para renascer, desde Osíris egípcio, mas Jesus morre uma única vez,
para permanecer então vivo para todo sempre:
Apocalipse 1
…17Assim que o admirei, caí a seus pés como se estivesse morto. Então, Ele
colocou sua mão direita sobre mim, e disse: “Não tenhas medo, Eu Sou o primeiro
e o último. 18 Eu Sou o que vive; estive morto, mas eis que estou vivo por toda a
eternidade! E possuo as chaves da morte e do inferno.
Ou seja, Adônis, Tamuz, Marduk, Osíris, com seus limitados recursos, fadados a
um destino eterno de sofrimento de morte-ressurreição, num ciclo sem fim, são
suplantados por aquele que venceu DEFINITIVAMENTE a morte, e de quebra
ainda trancou o inferno tomando as chaves de quem quer que tivesse
anteriormente seu domínio.
O Messias um dia representará um dia todas essas realidades espirituais,
deturpadas. A igreja será chamada a Noiva, que desprovida de divindade é
convidada a participar da natureza divina. Ishitar é deusa, a Igreja é humana. Ela
se unia a humanidade através da prostituição cultual. Deus se unirá a
humanidade através de uma virgem pelo Espirito de Deus, sem uso de energia
sexual. O Messias será o sacerdote e rei, de acordo com milhares de tradições
48
mágicas, porém também será sacrifício e vida, sem necessitar de um substituto,
um rei temporário, um escravo que assuma as suas funções para depois morrer.
Ele que nasceu para ser rei caminha para o patíbulo da cruz sem aceitar seu
livramento. Em vários povos a imagem do deu que morre ou do deus que precisa
morrer é uma constante.
E também uma necessidade. Ao observar os ciclos da natureza e re-imaginar os
deuses sobre a ótica da mortalidade humana, de suas paixões e dramas, o mundo
mágico entendeu que a vida na terra dependia de que parte dos seus deuses
deixassem de existir, mesmo que por um período. Fosse ao olhar as estações ou
mesmo o dia e a noite, o ocaso do sol, e o amanhecer. Compreendiam que se
seu deus morresse sua energia se derramaria sobre os grãos, e plantações e sobre
a terra e ela seria a partir disso renovada. E que após esse ‘derramar’ de energia,
fruto de sua morte, ele ressurgiria para dar continuidade a sua existência. Os
cultos de lamentação da antiguidade por Osíris, Adonis, Tamuz, Hipólito ou
Virbio, onde virgens choravam sua morte cósmica, são fruto dessa imaginação
mágica. Jesus cumprirá esse anseio imaginado, de modo espiritual. Já estava
no script. De certo modo as religiões declaram isso, elas possuem o germe da
revelação divina, elas traduzem, ainda que dissimuladamente, todas elas, o que
somente Cristo poderia realizar na cruz do calvário. O mundo mágico tem origem
em coisas espirituais, mas que foram corrompidas pela maldade espiritual e
humana. O mágico significa contato com entidades, poderes, seres espirituais
que comunicam seus saberes, suas doutrinas, seus pensamentos com os seres
humanos. Nenhum antropologista ousa passar do limite psicológico das práticas
mágicas. Porém profetas ultrapassam esse limite. O que não foi escrito pelos
etnógrafos é que o mundo do além, o mundo mágico possui VOZ. Há influencia,
há doutrinas, existe algo externo ao ser humano que lhe dirige as práticas
mágicas. As possessões e os transes não são danças inocentes, nem rituais
silenciosos. Os sacerdotes e feiticeiros ouvem e veem coisas, e são por visões,
revelações, e vozes, orientados. O espiritual verdadeiro se perdeu num mundo
de vozes malignas.
O pensamento mágico da humanidade e suas práticas de feitiçaria e magia, são
fruto de desprezar as verdadeiras revelações divinas e as substitui-las pela
doutrina dos espíritos, poderes, entidades e vozes. A religião humana nasce
dessa rejeição de valores espirituais verdadeiros, e da substituição por uma
espiritualidade corrompida. Então, quando as mulheres choram por Adonis, o
choram pelo senhor errado. Porque suas religiões apontam para uma realidade
que só possui significado em Jesus, que só se torna verdadeira na história da
redenção.
Ali, no grande santuário da deusa em Zela, seu mito se traduzisse regularmente
em ação: a história de seu amor e a morte de seu divino amante eram
dramatizadas ano a ano numa espécie de auto, por homens e mulheres que
viviam por algum tempo, e por vezes morriam, no papel dos seres
visionários aos quais personificavam. A intenção desses dramas sagrados,
podemos ter certeza, não era divertir nem instruir uma audiência ociosa tal como
também não era seu objetivo gratificar os atores, a cujas baixas paixões davam
49
rédeas durante algum tempo. Eram ritos solenes que imitavam os atos de
seres divinos, porque o homem imaginava que tal mímica lhe permitiria
arrogar- se as funções divinas e exercê-las em benefício de seus
semelhantes. Na sua maneira de pensar, as operações da natureza eram
realizadas por personagens míticas muito semelhantes a ele mesmo, e, se lhe
fosse possível assimilar-se aos deuses completamente, também seria capaz
de dispor de todos os seus poderes.
Foi esse, provavelmente, o motivo original da maior parte dos dramas religiosos,
ou mistérios, entre os povos primitivos. Os dramas são encenados, os mistérios
são representados, não para ensinar aos espectadores as doutrinas do credo, e
menos ainda para diverti-los, mas com a finalidade de produzir aqueles efeitos
naturais que são representados em disfarce mítico. Numa palavra, são cerimônias
mágicas, e seu modo de operação é a mímica ou a simpatia.
O mistério da piedade é que Jesus realizará a dramatização suprema, para que
através de sua morte a todos pudesse atrair para si. A cruz é então a apresentação
espiritual mais significativa da história da religião da antiguidade, porque:
16Sem dúvida, grande é esse mistério da fé: Deus foi manifestado em carne, foi justificado
no Espírito, contemplado pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo e recebido
acima na glória. I TM 3.16
Irá agregar em si todos os elementos espirituais nos quais os gentios bebiam,
viviam, celebravam, cultuavam, acreditavam.
Jesus é sacerdote e rei, rei transitório e rei eterno, é justo e justificador, é de
ascendência divina, derrama sua vida divina, sofre a paixão da morte pelo
indigno, pelo órfão, pelo escravo, a quem chama para participar de sua realeza,
ressuscita com autoridade, torna-se sacrifício e oferenda eterna, oferece sua
carne e sangue como alimento e bebida espirituais, ele é o rei que enferma,
apesar de ser o príncipe herdeiro que é perfeito, ele é deposto pelos seus para
ser coroado pela obediência, ele assume a postura de um bode expiatório, deixase enfermar, ainda que possua a natureza divina, ele cumpre o desígnio d a morte
da divindade, e realiza o impossível que é tornar os que dele participam, imortais.
Provavelmente não erraremos ao supor que muitos mitos que hoje conhecemos
apenas como mitos tiveram outrora sua contrapartida na mágica; em outras
palavras, que costumavam ser representados como um meio de produzir na
realidade os fatos que descreviam em linguagem figurativa. As cerimônias, com
freqüência, desaparecem, ao passo que os mitos sobrevivem, e cabe-nos deduzir
a cerimônia morta a partir do mito vivo. Se os mitos são, num certo sentido,
reflexos ou sombras dos homens projetados nas nuvens, podemos dizer que
esses reflexos continuam visíveis no céu e nos informam dos feitos dos homens
que ali os projetaram muito tempo depois que os próprios homens não só estão
fora do alcance de nossa visão, como também mergulhados para além do
horizonte.
50
Então do choro dos pais, que aconselham sua filha amada, ao recebimento de
tradições novas, ao pertencimento a uma nova religião, a um novo sacerdócio,
deixando para trás um mundo conhecido abraçando ao desconhecido, ao som
de alegres danças, ao som do jubilo das jovens, diante do ciúme da rainha que
observa atenta a chegada de sua nova rival, os mistérios do coração da jovem
que espera ter a honra de ser tornada rainha, que tem a esperança de que seus
filhos sejam aqueles que o rei escolherá para sua sucessão. A palavra amiga que
se transforma em Graça que sai dos lábios de quem será seu consorte por toda
vida apazigua o coração da jovem noiva, no dramático casamento real, onde o
rei foi CONSAGRADO para ela e ela está sendo SEPARADA para ele. Os cabelos
dele ainda brilham com o óleo com que foi ungido pelo seu pai, as vestes de
ambos exalam o perfume de mirra e aloés.
A aventura da salvação é como um casamento em que o noivo pertence a um
outro universo. Seu convite não pode ser recusado, porque a honra que ele
carrega é muito grande, porque para que ele pudesse formalizar tal união foi
necessário realizar coisas dificílimas. O rei lutou para que essa situação pudesse
chegar a um bom final. O reino do Messias é diferente dos reinos do mundo. Suas
leis são também mais excelentes, sublimes e tem origem no coração do próprio
Deus. Sair da casa de sua parentela, deixar de lado suas origens terrenas, gera
incertezas, gera temores, mas a voz do noivo é agradável. E seus propósitos
verdadeiros. Sua urgência na realização deste casamento diz respeito a condição
da noiva, diz respeito a dívidas que seus pais contraíram, Adão e Eva, e que não
haveria como se pagar. Há também uma situação de guerra em andamento, não
é um casamento numa época de paz. E há uma tempestade a caminho, a grande
tribulação e uma destruição inimaginada que será causada por hordas invasoras,
quando o poço do Abismo for aberto. Por isso o noivo tem pressa em firmar o
coração da noiva, em que ela entregue para ele de modo completo a seu coração.
Ele anseia que a noiva confie nele de maneira integral. As bodas do cordeiro
representam a maior celebração do universo. E o salmo 45 canta esta profecia, a
canção nupcial do casamento real, a canção nupcial da profecia. Onde tudo
termina e onde tudo terá início novamente.
Welington Corporation