Esta pesquisa teve como objetivo analisar o currículo do curso de violão de um conservatório, bem... more Esta pesquisa teve como objetivo analisar o currículo do curso de violão de um conservatório, bem como, verificar em que medida estão presentes os elementos das teorias de currículo encontrados na matriz curricular, saber qual é a relação entre o currículo praticado e o currículo documentado e conhecer como os professores e professoras, alunos e alunas do curso de violão compreendem esse currículo. A pesquisa é um estudo de caso de caráter qualitativo, em que foram feitas análises de documentos e entrevistas com corpo docente e estudantes de violão do Conservatório. Como resultados desta investigação, observo que os documentos curriculares, bem como seu direcionamento, se alinham às teorias tradicionais de currículo, visto que, direcionam o olhar para os objetivos e metodologias de ensino e pouco discutem os saberes dominantes, concentrando-se em questões técnicas, detendo-se em como organizar e transmitir os conhecimentos. A colonialidade (cf. Queiroz, 2017) e habitus conservatorial (cf. Pereira, 2014) estão presentes em grande medida nos documentos e na prática de docentes entrevistadas, elementos que, a partir do ponto de vista das teorias pós de currículo, reforçam o que é tido como norma, perpetuando as desigualdades e os processos de exclusão. Os resultados das análises se constituem como um documento de crítica em relação ao ensino de música no conservatório, no sentido de trazer ideias para um maior significado à prática musical dos estudantes e, também, de fazer maior relação com suas vivências musicais.
O choro é um gênero de música popular brasileira originado na cidade do Rio de Janeiro em meados ... more O choro é um gênero de música popular brasileira originado na cidade do Rio de Janeiro em meados do século XIX a partir da mescla do repertório levado pela corte portuguesa e dos ritmos locais. Na primeira metade do século XX, passa a ter uma formação instrumental consolidada, que dispõe de um solista, geralmente na flauta ou bandolim, acompanhado por um pandeiro, um cavaquinho, os violões de seis e sete cordas. Dando atenção ao violão de sete cordas, e na figura que firmou e popularizou seu uso Dino Sete Cordas, atento-me às funções harmônico-melódicas assumidas pelo instrumento nas rodas de choro. As denominadas “baixarias”, contracantos na região grave em contraponto com a melodia principal, comumente executadas de maneira improvisada, atravessam o arcabouço desta pesquisa. Além disso, este trabalho relata o cânone da bibliografia sobre a história do choro, seus principais intérpretes e compositores, os grupos musicais em que estavam inseridos, circundando também as críticas direcionadas a estas narrativas. Abordo ainda acerca da improvisação no gênero e seus modos de aprendizagem nas rodas de choro, pensando particularmente nas estratégias interpretativas de Dino para construir suas baixarias. Isso tudo através de três músicas interpretadas por diferentes solistas, com o objetivo de compreender em que medida a performance de Dino Sete Cordas já é previamente calculada ou se ela flexibiliza diante da interação de outros músicos. Para as análises transcrevi as baixarias e as melodias dos choros “Lamentos”, “Naquele Tempo” e “Cinco Companheiros”, do compositor Pixinguinha, com acompanhamento de Dino em duas versões diferentes, uma executada pelo flautista Altamiro Carrilho e outra pelo bandolinista Jacob do Bandolim. Para tanto, o referencial teórico utilizado foi Nettl (2004) [1974], Taborda (1995), Pellgrini (2005), Cook (2007), Geus (2009) e Diel (2013), e o referencial metodológico foi Ruwet (1972) e Schoenberg (1991).
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o currículo do curso de violão de um conservatório, bem... more Esta pesquisa teve como objetivo analisar o currículo do curso de violão de um conservatório, bem como, verificar em que medida estão presentes os elementos das teorias de currículo encontrados na matriz curricular, saber qual é a relação entre o currículo praticado e o currículo documentado e conhecer como os professores e professoras, alunos e alunas do curso de violão compreendem esse currículo. A pesquisa é um estudo de caso de caráter qualitativo, em que foram feitas análises de documentos e entrevistas com corpo docente e estudantes de violão do Conservatório. Como resultados desta investigação, observo que os documentos curriculares, bem como seu direcionamento, se alinham às teorias tradicionais de currículo, visto que, direcionam o olhar para os objetivos e metodologias de ensino e pouco discutem os saberes dominantes, concentrando-se em questões técnicas, detendo-se em como organizar e transmitir os conhecimentos. A colonialidade (cf. Queiroz, 2017) e habitus conservatorial (cf. Pereira, 2014) estão presentes em grande medida nos documentos e na prática de docentes entrevistadas, elementos que, a partir do ponto de vista das teorias pós de currículo, reforçam o que é tido como norma, perpetuando as desigualdades e os processos de exclusão. Os resultados das análises se constituem como um documento de crítica em relação ao ensino de música no conservatório, no sentido de trazer ideias para um maior significado à prática musical dos estudantes e, também, de fazer maior relação com suas vivências musicais.
O choro é um gênero de música popular brasileira originado na cidade do Rio de Janeiro em meados ... more O choro é um gênero de música popular brasileira originado na cidade do Rio de Janeiro em meados do século XIX a partir da mescla do repertório levado pela corte portuguesa e dos ritmos locais. Na primeira metade do século XX, passa a ter uma formação instrumental consolidada, que dispõe de um solista, geralmente na flauta ou bandolim, acompanhado por um pandeiro, um cavaquinho, os violões de seis e sete cordas. Dando atenção ao violão de sete cordas, e na figura que firmou e popularizou seu uso Dino Sete Cordas, atento-me às funções harmônico-melódicas assumidas pelo instrumento nas rodas de choro. As denominadas “baixarias”, contracantos na região grave em contraponto com a melodia principal, comumente executadas de maneira improvisada, atravessam o arcabouço desta pesquisa. Além disso, este trabalho relata o cânone da bibliografia sobre a história do choro, seus principais intérpretes e compositores, os grupos musicais em que estavam inseridos, circundando também as críticas direcionadas a estas narrativas. Abordo ainda acerca da improvisação no gênero e seus modos de aprendizagem nas rodas de choro, pensando particularmente nas estratégias interpretativas de Dino para construir suas baixarias. Isso tudo através de três músicas interpretadas por diferentes solistas, com o objetivo de compreender em que medida a performance de Dino Sete Cordas já é previamente calculada ou se ela flexibiliza diante da interação de outros músicos. Para as análises transcrevi as baixarias e as melodias dos choros “Lamentos”, “Naquele Tempo” e “Cinco Companheiros”, do compositor Pixinguinha, com acompanhamento de Dino em duas versões diferentes, uma executada pelo flautista Altamiro Carrilho e outra pelo bandolinista Jacob do Bandolim. Para tanto, o referencial teórico utilizado foi Nettl (2004) [1974], Taborda (1995), Pellgrini (2005), Cook (2007), Geus (2009) e Diel (2013), e o referencial metodológico foi Ruwet (1972) e Schoenberg (1991).
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documentos curriculares, bem como seu direcionamento, se alinham às teorias tradicionais de currículo, visto que, direcionam o olhar para os objetivos e metodologias de ensino e pouco discutem os saberes dominantes, concentrando-se em questões técnicas, detendo-se em como organizar e transmitir os conhecimentos. A colonialidade (cf. Queiroz, 2017) e habitus conservatorial (cf. Pereira, 2014) estão presentes em grande medida nos documentos e na prática de docentes entrevistadas, elementos que, a partir do ponto de vista das teorias pós de currículo, reforçam o que é tido como norma, perpetuando as desigualdades e os processos de exclusão. Os resultados das análises se constituem como um documento de crítica em relação ao ensino de música no conservatório, no sentido de trazer ideias para um maior significado à prática musical dos estudantes e, também, de fazer maior relação com suas vivências musicais.
documentos curriculares, bem como seu direcionamento, se alinham às teorias tradicionais de currículo, visto que, direcionam o olhar para os objetivos e metodologias de ensino e pouco discutem os saberes dominantes, concentrando-se em questões técnicas, detendo-se em como organizar e transmitir os conhecimentos. A colonialidade (cf. Queiroz, 2017) e habitus conservatorial (cf. Pereira, 2014) estão presentes em grande medida nos documentos e na prática de docentes entrevistadas, elementos que, a partir do ponto de vista das teorias pós de currículo, reforçam o que é tido como norma, perpetuando as desigualdades e os processos de exclusão. Os resultados das análises se constituem como um documento de crítica em relação ao ensino de música no conservatório, no sentido de trazer ideias para um maior significado à prática musical dos estudantes e, também, de fazer maior relação com suas vivências musicais.