Artigos by André Kaysel
Cahiers du FRAMESPA, 2021
Este artículo analiza el rescate del léxico anticomunista de la Guerra Fría hecho por las derecha... more Este artículo analiza el rescate del léxico anticomunista de la Guerra Fría hecho por las derechas liberales latinoamericanas en el siglo XXI, tomando como estudio de caso el V Foro Atlántico, promocionado por la Fundación Internacional para la Libertad en Madrid (2008). Parte de las reflexiones en clave gramsciana en torno a la traducción y recupera los aportes realizados por Peter Burke acerca de la “cultura de la traducción” para comprender cómo los y las participantes en el evento de la Fundación, reunidos en el rechazo al régimen socialista en Cuba, se apropiaron y actualizaron el discurso anticomunista en el contexto de ascenso de los gobiernos de la llamada “marea rosa” en la región.
Crítica Marxista, 2020
Este artigo procura reconstituir os termos que organizaram as controvérsias, ocorridas no final d... more Este artigo procura reconstituir os termos que organizaram as controvérsias, ocorridas no final dos anos 1920, entre três importantes intelectuais e militantes das esquerdas latino-americanas da época: o cubano Julio Antonio Mella e os peruanos Victor Raúl Haya de La Torre e José Carlos Mariátegui. Indagarei pelos usos que cada um fez do marxismo, bem como a vinculação dssas apropriações com os problemas substantivos que organizaram as discussões, como os da atuação do imperialismo e do caráter da revolução na América Latina. Pretendo demonstrar que embora Mella e Haya de La Torre se opusessem em seus diagnósticos políticos, ambos entendiam o materialismo histórico como filosofia da historia, divergindo sobre sua aplicabilidade ou não à região. Já Mariátegui, em sua polêmica com Haya de La Torre, atrelaria suas discrepâncias programáticas a uma compreensão distinta do marxismo, tomado enquanto método de interpretação da realidade, o que lhe permitiria superar a oposição entre universalismo e particularismo. Por fim, procurarei fazer um balanço dessas controvérsias à luz de diferentes leituras da história do marxismo latino-americano.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2020
O presente artigo investiga o pensamento de Francisco Weffort por meio da reconstrução da coletân... more O presente artigo investiga o pensamento de Francisco Weffort por meio da reconstrução da coletânea O populismo na política brasileira, publicada em 1978, mas composta por textos do período 1963-1971. Usando recursos filológicos, o trabalho discute os escritos do autor reunidos para publicação do livro, contextualizando-os e comparando suas diferentes versões. Por meio da reconstrução dos momentos de escrita do autor, caracteriza os ambientes intelectuais e políticos no qual este se insere, bem como suas diferentes reflexões a respeito do populismo. Explora, em seguida, os escritos do período 1972-1978 sobre o tema, mas não inseridos na coletânea estudada. O artigo propõe que: a) na coletânea de 1978 estão presentes ao menos dois sentidos do conceito de populismo, anteriores a 1971; b) consequentemente, a coletânea O populismo na política brasileira não contempla uma definição homogênea ou finalizada do conceito, já que exclui o conceito de sindicalismo populista com o qual Weffort trabalhou ao longo de toda a década de 1970. Por fim, conclui que, para uma crítica rigorosa do conceito de populismo em Weffort, é importante levar em conta uma leitura cronologicamente rigorosa da coletânea, bem como dos textos deste período deixados de fora da mesma.
Wirapuru Revista latinoamericana de estudios de las ideas, 2020
Dentro ou Fora? O (não) lugar do Brasil no imaginário da unidade latino-americana (1890-1930) Ins... more Dentro ou Fora? O (não) lugar do Brasil no imaginário da unidade latino-americana (1890-1930) Inside or outside? Brazil's place (or no place) in the imaginary of Latin American unity (1890-1930) André KAYSEL Resumo: Este artigo discute o lugar do Brasil nos projetos de unidade da América Latina, formulados por alguns dos mais destacados representantes da intelectualidade hispano-americana entre o final do século XIX e o início do XX. Parto da hipótese de que a posição do país lusófono dentro destas propostas passou da alteridade para uma inclusão ambígua. Essa mudança se daria em função da transformação no modo como a unidade continental era imaginada: indo da percepção de uma herança histórica e cultural compartilhada ao diagnóstico de dilemas socioeconômicos comuns. Contudo, a ambiguidade da posição brasileira se manteria pela continuada remissão as origens do ideário unitarista nas independências hispano-americanas.
Revista Lua Nova, 2019
Este artigo aborda as relações entre o marxismo de matriz comunista e o nacionalismo popular em ... more Este artigo aborda as relações entre o marxismo de matriz comunista e o nacionalismo popular em dois contextos: o Brasil, entre as décadas de 1950 e 1960, e o Peru, entre 1920 e 1930. Parto da hipótese de que foram essas duas correntes ideológicas concorrentes que, no período que vai do final dos anos 1920 até a Revolução Cubana, plasmaram o universo ideológico das esquerdas latino-americanas. Procurarei demonstrar como a relação entre comunistas e nacionalistas seguiu padrões opostos nos dois casos: do conflito à aliança, no contexto brasileiro, e de uma origem comum ao antagonismo, no peruano. Explicarei esses padrões divergentes, tanto pelas diferenças entre os contextos nacionais, como pelo distinto contexto internacional, em particular no que se refere ao movimento comunista. Com essa pesquisa comparada, procuro submeter à crítica as formulações da chamada “teoria do populismo”, que procurou explicar a derrota da esquerda brasileira em 1964 pela convergência entre comunistas e nacionalistas.
O objetivo deste artigo é traçar as origens do uso do termo “populismo” no interior do marxismo l... more O objetivo deste artigo é traçar as origens do uso do termo “populismo” no interior do marxismo latino-americano. Para tanto, retomarei três polêmicas ocorridas no final da década de 1920: entre o cubano Julio Antonio Mella e o peruano Victor Raul Haya de La Torre; entre Haya e o também peruano José Carlos Mariátegui, e entre este último e os representantes da Internacional Comunista (IC) na região. Ao examinar os usos do “populismo” nessas contendas, procurarei demonstrar como, de modo análogo ao que ocorrera nas controvérsias entre os revolucionários russos em fins do século XIX, o vocábulo foi empregado para estigmatizar correntes políticas ou autores que propugnavam a necessidade de um caminho próprio para a revolução no subcontinente, escapando aos limites da ortodoxia da IC. Tal uso do termo ganha sentido no bojo da divisão entre comunistas e nacionalistas, de grande duração na esquerda latino-americana.
Este artigo procura discutir os principais impasses teórico-metodológicos em torno do debate sobr... more Este artigo procura discutir os principais impasses teórico-metodológicos em torno do debate sobre o “populismo” em algumas obras do marxismo latino-americano. Para tanto, discutirei o problema da relação entre as categorias de “classe” e “povo”, confrontando duas
abordagens alternativas: uma que denominarei como “histórico-estrutural”, ou ainda como “teoria do populismo”, e outra, calcada na análise do discurso. Por fim, concluirei defendendo que o populismo deve ser pensado, menos como um conceito ou chave explicativa, do que como um problema que revela as dificuldades dos marxistas de lidar com as formas concretas de expressão dos subalternos na vida política do subcontinente.
Trabalhos apresentados by André Kaysel
Este trabalho, o qual apresenta uma síntese de minha tese de doutorado, aborda as relações, no pl... more Este trabalho, o qual apresenta uma síntese de minha tese de doutorado, aborda as relações, no plano da história das ideias, entre o marxismo de matriz comunista e o nacionalismo popular em dois contextos distintos: o do Brasil, entre as décadas de 1950 e 1960, e o do Peru, entre os anos de 1920 e 1930. Parto da hipótese de que foram essas duas correntes ideológicas concorrentes que, no período que vai do final dos anos 1920 até a Revolução Cubana, plasmaram o universo político-ideológico das esquerdas latino-americanas. Ao longo do trabalho procurarei demonstrar como essa relação seguiu padrões opostos nos dois casos: indo do conflito à aliança, no contexto brasileiro, e de uma origem comum ao antagonismo, no peruano. Explicarei esses padrões divergentes, tanto pelas diferenças entre os contextos nacionais, como também pelo distinto contexto internacional em cada momento histórico. Com essa pesquisa comparada, pretendo submeter à crítica as formulações da chamada ͞teoria do populismo͟ que procuram explicar a derrota da esquerda brasileira em 1964 pela convergência entre comunistas e nacionalistas.
Este trabalho discutirá a polemica acerca das relações entre as esquerdas, o sindicalismo e a dem... more Este trabalho discutirá a polemica acerca das relações entre as esquerdas, o sindicalismo e a democracia no período (1945-1964) que opôs, em 1974, os cientistas Francisco Weffort, por um lado, e Carlos Estevão Martins e Maria Hermínia Tavares de Almeida, por outro. Nosso objetivo é o de examinar o lugar privilegiado que esse debate ocupou na trejetória do conceito de populismo nas ciências sociais brasileiras. Nossas hipóteses são de que, por meio da referida controvérsia, não apenas Weffort consolidou a interpretação do populismo como heteronomia da classe trabalhadora frente ao Estado, mas projetaria esse diagnóstico como principal desafio do processo de democratização que então se avizinhava. Para demonstrá-las, examinaremos, além dos três textos que compõem a polêmica, outros trabalhos anteriores e posteriores de Weffort.
Este trabalho procura analisar o diálogo crítico do cientista político brasileiro Francisco Weffo... more Este trabalho procura analisar o diálogo crítico do cientista político brasileiro Francisco Weffort com as Teorias da Dependência, ocorrido entre o final dos anos 1960 e inícios dos 70. Para tanto abordaremos os seguintes trabalhos do autor: o artigo O Populismo na Política Brasileira (1967), publicado na revista francesa Les Temps Modernss, sua tese de doutorado (1969?), o artigo intitulado (inserir título e data) e as reelaborações destes textos incluídas na coletânea O Populismo na Política Brasileira (1978). Procuraremos demonstrar como, influenciado por um contexto intelectual, brasileiro e latino-americano, marcado pela centralidade do conceito de dependência como chave explicativa, o autor passou de uma tentativa de incorporá-lo à sua interpretação do populismo a uma postura de rejeição do dependentismo, por ver nele uma ͞radicalização͟ da ideologia nacional-desenvolvimentista. Nesse sentido, seu debate com os teóricos da dependência, em particular com Fernando Henrique Cardoso, opõem os conceitos de classe e nação como termos opostos e mesmo irreconciliáveis. Concluiremos apontando como, ao rejeitar o que seria um ͞nacionalismo ideológico͟ que permearia a Teoria da Dependência, Weffort acaba, paradoxalmente, recaindo em um ͞nacionalismo epistemológico͟, ao restringir sua análise do populismo ao caso brasileiro. Para demonstrar esse ponto de vista, faremos um contraponto com as obras do sociólogo Octavio Ianni, que, em trabalhos como O Colapso do Populismo (1968) e Formação do Estado Populismo na América Latina (1975), procura pensar o populismo a partir da condição dependente do Brasil e do subcontinente em relação aos centros do capitalismo internacional.
Este artigo tem por objetivo discutir o lugar ambíguo do Brasil nos projetos políticos e intelect... more Este artigo tem por objetivo discutir o lugar ambíguo do Brasil nos projetos políticos e intelectuais de integração da América Latina, do período pós-independência ao primeiro terço do século XX. Minha hipótese é a de que, em que pesem as mudanças na identidade latino-americana, o Brasil não chegou a ser plenamente absorvido, com consequências duradouras para a política e o pensamento político latino-americanos ao longo do século XX. Para sustentar tal argumento, analisarei alguns projetos de unidade da América latina de intelectuais e líderes políticos hispano-americanos do século XIX e início do XX.
Este trabalho procura rever criticamente as formulações de autores como Francisco Weffort e Octav... more Este trabalho procura rever criticamente as formulações de autores como Francisco Weffort e Octavio Ianni, para os quais a aliança entre o PCB e o nacionalismo teria sido uma das causas da derrota da esquerda em 1964. Para tanto, empreenderei um estudo comparativo das relações entre comunistas e nacionalistas no Brasil, entre os anos 50 e 60, e no Peru, entre os 20 e 30. Enquanto no país andino comunistas e nacionalistas se separaram, partindo de uma origem comum, no Brasil se aproximaram a partir de origens hostis. Com essa comparação quero demonstrar que a aproximação do PCB em relação ao nacionalismo, ao invés de ser entendida como sua fraqueza, deveria ser lida como demonstração de força, na medida em que possibilitou ao partido uma inserção positiva na conjuntura política do período.
Uploads
Artigos by André Kaysel
abordagens alternativas: uma que denominarei como “histórico-estrutural”, ou ainda como “teoria do populismo”, e outra, calcada na análise do discurso. Por fim, concluirei defendendo que o populismo deve ser pensado, menos como um conceito ou chave explicativa, do que como um problema que revela as dificuldades dos marxistas de lidar com as formas concretas de expressão dos subalternos na vida política do subcontinente.
Trabalhos apresentados by André Kaysel
abordagens alternativas: uma que denominarei como “histórico-estrutural”, ou ainda como “teoria do populismo”, e outra, calcada na análise do discurso. Por fim, concluirei defendendo que o populismo deve ser pensado, menos como um conceito ou chave explicativa, do que como um problema que revela as dificuldades dos marxistas de lidar com as formas concretas de expressão dos subalternos na vida política do subcontinente.
Marco Aurélio Nogueira
Professor titular de Teoria Política da Unesp"