Marina Câmara
Professora Adjunta do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Área Teoria, História e Crítica da Arte. Pós-doutoranda em Letras pela USP – Universidade de São Paulo, com pesquisa sobre tradução de escritos de artistas; Pesquisadora, crítica e curadora independente; Doutora em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG; Mestre em Comunicação e Artes (PUC MG); Tradutora de textos do italiano como o catálogo “Marino Marini, do arcaísmo ao fim da forma” (Editado pela Fundação Iberê Camargo em parceria com a Pinacoteca São Paulo), e “Inobedientia”, de Emanuele Coccia; Analista e parecerista em Artes Visuais do Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC Ministério da Cultura.
less
InterestsView All (8)
Uploads
Papers by Marina Câmara
experiência presente em detrimento do preceito de emanação de conhecimentos prévios, característico, finalmente, da lógica do monumento. Veremos, em nossa apresentação, o
caráter paradoxal da produção de Penone: por um lado, o "empobrecimento" reivindicado pela arte povera – movimento ao qual Penone se filia – se refere à essa tendência ao privilégio da situação, ou seja, ao desnudamento do que é dado a priori e
que leva irrefutavelmente à matéria, ao corpo. Por outro, em sua insistente pesquisa sobre a matéria, Penone se depara com algo de imaterial: os interstícios do mundo. Revela-se, assim, o caráter duchampiano da obra de Penone: se os interstícios do
mundo coincidem com aquilo que Marcel Duchamp chamou de infra mince, a própria natureza, tão trabalhada por Penone possui, por sua vez, a característica de um ready made. Infra mince e ready made seriam, na obra de Penone, portanto, contrapontos à suposta pura materialidade dos corpos, já que ambos conceitos implicam a consciência de que a experiência estética se dá, não na matéria ou no objeto em si, mas no contato destes com o mundo.
–, aparatos teóricos capazes de problematizar os procedimentos escultóricos trabalhados por Giuseppe Penone em um amplo apanhado de suas obras. Partindo do contexto italiano em que surge a Arte Povera, grupo do qual Penone fazia parte no início de seu percurso artístico, ponderamos em que sentido o escultor italiano se identifica com as demais produções do grupo para apontarmos aquelas noções privilegiadas por seu trabalho. Delineando os conceitos norteadores de sua produção, verificamos a pertinência de voltar-nos à etimologia da palavra estética, explorada por Walter Benjamin e seus estudiosos, a fim de compreender
as implicações políticas da obra de Penone.
Palavras-chave: Giuseppe Penone. Estética.
experiência presente em detrimento do preceito de emanação de conhecimentos prévios, característico, finalmente, da lógica do monumento. Veremos, em nossa apresentação, o
caráter paradoxal da produção de Penone: por um lado, o "empobrecimento" reivindicado pela arte povera – movimento ao qual Penone se filia – se refere à essa tendência ao privilégio da situação, ou seja, ao desnudamento do que é dado a priori e
que leva irrefutavelmente à matéria, ao corpo. Por outro, em sua insistente pesquisa sobre a matéria, Penone se depara com algo de imaterial: os interstícios do mundo. Revela-se, assim, o caráter duchampiano da obra de Penone: se os interstícios do
mundo coincidem com aquilo que Marcel Duchamp chamou de infra mince, a própria natureza, tão trabalhada por Penone possui, por sua vez, a característica de um ready made. Infra mince e ready made seriam, na obra de Penone, portanto, contrapontos à suposta pura materialidade dos corpos, já que ambos conceitos implicam a consciência de que a experiência estética se dá, não na matéria ou no objeto em si, mas no contato destes com o mundo.
–, aparatos teóricos capazes de problematizar os procedimentos escultóricos trabalhados por Giuseppe Penone em um amplo apanhado de suas obras. Partindo do contexto italiano em que surge a Arte Povera, grupo do qual Penone fazia parte no início de seu percurso artístico, ponderamos em que sentido o escultor italiano se identifica com as demais produções do grupo para apontarmos aquelas noções privilegiadas por seu trabalho. Delineando os conceitos norteadores de sua produção, verificamos a pertinência de voltar-nos à etimologia da palavra estética, explorada por Walter Benjamin e seus estudiosos, a fim de compreender
as implicações políticas da obra de Penone.
Palavras-chave: Giuseppe Penone. Estética.