Este trabalho se desenvolveu como um estudo de caso dos efeitos das denúncias de fraude na autode... more Este trabalho se desenvolveu como um estudo de caso dos efeitos das denúncias de fraude na autodeclaração racial de candidatos nas cotas PPI na UFJF. No início do ano de 2018 a universidade recebeu muitas denúncias em um período de três meses. Uma comissão de sindicância foi iniciada em março para averiguar as denúncias. Através da observação participante e contato com grupos de estudantes e coletivos negros organizados na universidade, foi possível compreender suas principais reflexões e percepções sobre o fenômeno e o processo institucional da comissão. Uma peculiaridade da universidade é que ela utiliza três critérios diante das denúncias de fraude, não se restringindo ao critério fenotípico. Em complemento, foram reunidos dados sobre as denúncias de fraude nas cotas dos anos de 2018 e 2019 formalizadas, através da Ouvidoria Geral da UFJF. Foram realizadas entrevistas com gestores da Diretoria de Ações Afirmativas (DIAAF), que foram membros da comissão em 2018. Também foram realizadas entrevistas com vários estudantes de graduação, com variação na identificação racial, organizados politicamente ou não. A pesquisa foi desenvolvida durante o fenômeno e seus conflitos iniciais. A fraude, em alguns casos é silenciada, aceita ou tolerada para a manutenção de relações pessoais ou grupais. E em benefício, mesmo que indiretamente, da manutenção da universidade como um espaço simbólico e concreto da branquitude. Contudo, é responsabilidade das instituições universitárias e indivíduos aliados ao objetivo de democratização da universidade a consideração da fraude como um problema estrutural – tal qual o racismo.
Este trabalho se desenvolveu como um estudo de caso dos efeitos das denúncias de fraude na autode... more Este trabalho se desenvolveu como um estudo de caso dos efeitos das denúncias de fraude na autodeclaração racial de candidatos nas cotas PPI na UFJF. No início do ano de 2018 a universidade recebeu muitas denúncias em um período de três meses. Uma comissão de sindicância foi iniciada em março para averiguar as denúncias. Através da observação participante e contato com grupos de estudantes e coletivos negros organizados na universidade, foi possível compreender suas principais reflexões e percepções sobre o fenômeno e o processo institucional da comissão. Uma peculiaridade da universidade é que ela utiliza três critérios diante das denúncias de fraude, não se restringindo ao critério fenotípico. Em complemento, foram reunidos dados sobre as denúncias de fraude nas cotas dos anos de 2018 e 2019 formalizadas, através da Ouvidoria Geral da UFJF. Foram realizadas entrevistas com gestores da Diretoria de Ações Afirmativas (DIAAF), que foram membros da comissão em 2018. Também foram realizadas entrevistas com vários estudantes de graduação, com variação na identificação racial, organizados politicamente ou não. A pesquisa foi desenvolvida durante o fenômeno e seus conflitos iniciais. A fraude, em alguns casos é silenciada, aceita ou tolerada para a manutenção de relações pessoais ou grupais. E em benefício, mesmo que indiretamente, da manutenção da universidade como um espaço simbólico e concreto da branquitude. Contudo, é responsabilidade das instituições universitárias e indivíduos aliados ao objetivo de democratização da universidade a consideração da fraude como um problema estrutural – tal qual o racismo.
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